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Se no momento da ovulação forem expelidos dois ovócitos, ao invés de um, e se ambos forem fecundados,
os zigotos resultantes darão origem a gêmeos dizigóticos (DZ). Esses gêmeos, em média, não apresentam
maior similaridade genética entre si do que pares de irmãos gerados sucessivamente porque, tanto os pare
DZ quantos os pares de irmãos sucessivos são oriundos de pares de zigotos distintos. Os pares de DZ são
denominados gêmeos fraternos. Nem sempre os pares de DZ apresentam duas placentas distintas, pois,
em decorrência de uma eventual proximidade excessiva dos locais de implantação dos blastocistos que
dão origem aos gêmeos DZ, as placentas podem, aparentemente, fundir-se em uma única. Quando isso
acontece, somente o exame microscópico na região de união das placentas mostrará a presença da
chamada Zona T, composta de 04 lâminas (um âmnio de cada lado e dois córions no meio).
Outro tipo de gêmeos, os pares monozigóticos (MZ), é formado no período entre um e 14 dias depois da
fertilização, quando um único zigoto sofre desenvolvimento irregular, dando origem a dois indivíduos que
são considerados idênticos do ponto de vista genético, pois possuem o mesmo patrimônio genético, visto
que são oriundos de uma única célula-ovo ou zigoto. Os gêmeos MZ são do mesmo sexo. Cerca de 30% dos
pares MZ se originam da separação dos blastômeros num período muito precoce, isto é, até o terceiro dia
após a fecundação, quando o zigoto segmentado ainda está no estado de mórula. Em consequência disso,
formam-se dois blastocistos e os gêmeos resultantes mostrarão, ao nascerem, dois córions, dois âmnios e,
dependendo da proximidade dos locais em que estavam implantados no útero, duas placentas bem
separadas ou unidas. Os outros 70% de pares MZ são o resultado de alterações que ocorrem entre o
quarto até o 14º dia após a fecundação do ovócito. Essas alterações podem provocar a divisão da massa
celular interna, o que propicia o nascimento de gêmeos com dois âmnios e um córions e uma placenta. No
caso de essas alterações serem mais tardias, elas provocam a divisão do disco embrionário, disso
resultando o nascimento de gêmeos com um único âmnio e um único córion e placenta única. Essas
alterações tardias também podem provocar uma repartição desigual do material embrionário, e, por
conseguinte, a produção de maiores diferenças entre os pares MZ. Se a separaão do material embrionário
for incompleta durante a formação de um par MZ, os gêmeos resultantes poderão apresentar-se ligados
por intermédio de uma estrutura comum, que permitirá a comunicação de seus sistemas circulatórios. Tais
tipos de gêmeos são denominados teratópagos, que designa a união física de gêmeos. Tais gêmeos são
classificados em três grandes grupos, conforme a ligação entre eles seja feita pela parte inferior do corpo
(teratópagos catadídimos, do grego, cata = para baixo), por uma parte superior (teratópagos anadídimos,
do grego, ana = para cima), ou apenas por uma região mediana do corpo (teratópagos anacatadídimos).
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gêmeos essa frequência foi, praticamente, a metade (16%). O emprego de técnicas de fertilização assistida,
para ajudar casais com problemas de esterilidade, tem aumentado a frequência de nascimento de gêmeos
DZ porque, essas técnicas incluem tratamento que estimula a superovulação. A fertilização assistida
também tem favorecido o aumento da incidência de gêmeos MZ por razões que ainda não são claras. Esse
fenômeno foi atribuído principalmente à delgadeza e(ou) micromanipulação da zona pelúcida.
Quarta Semana
As principais mudanças na forma do embrião ocorrem durante a quarta semana. No início, o embrião é
quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações visíveis na superfície. O tubo neural é
formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal. Com 24 dias,
os primeiros arcos faríngeos estão visíveis. O primeiro arco faríngeo (arco mandibular) está nítido. A maior
parte do primeiro arco origina a mandíbula e a extensão rostral do arco, a proeminência maxilar, contribui
para a formação da maxila (maxilar superior). O embrião está agora levemente curvado em função das
pregas cefálica e caudal. O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue. O
neuroporo rostral está fechando. Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dia e o neuroporo
rostral está fechado. O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o dobramento do
embrião lhe causa uma curvatura em forma de C. Os brotos dos membros superiores são reconhecíveis no
dia 26 ou 27 como uma pequena dilatação na parede ventrolateral do corpo. As fossetas óticas (primórdio
das orelhas internas) também estão visíveis. Espessamentos ectodérmicos (placoides do cristalino), que
indicam o primórdio dos futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais da cabeça. O quarto par de
arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores estão visíveis ao final da quarta semana. Uma longa
eminência caudal, como uma cauda, é também uma característica típica. Rudimentos de muitos sistemas
de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular, são estabelecidos. Ao final da quarta semana, o
neuroporo caudal está normalmente fechado.
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Quinta Semana
As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando comparadas àquelas
ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça excede o de outras regiões (Figs. 5-12 e
5-13). O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do encéfalo e das
proeminências faciais. A face logo faz contato com a proeminência cardíaca. O rápido crescimento do
segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto arcos, formando uma depressão lateral de cada
lado, o seio cervical. As cristas mesonéfricas indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos
(Fig. 5-13B), que em humanos, são órgãos excretores provisórios.
Sexta Semana
Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos
membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que embriões nesse estágio apresentam respostas
reflexas ao toque. Os membros superiores começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o
desenvolvimento do cotovelo e das grandes placas nas mãos. Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios
digitais, iniciam seu desenvolvimento nas placas das mãos.
O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre durante a sexta semana, 4 a 5 dias após o
desenvolvimento dos membros superiores. Várias pequenas intumescências, as saliências auriculares, se
desenvolvem ao redor do sulco ou fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-
se o meato acústico externo (canal da orelha externa). As saliências auriculares contribuem para a
formação da aurícula (pavilhão), a parte em forma de concha da orelha externa. Os olhos são agora
notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina. A cabeça é agora relativamente muito
maior do que o tronco e está dobrada sobre a proeminência cardíaca. A posição da cabeça resulta da
flexão da região cervical (pescoço). O tronco e o pescoço começam a endireitar-se e o intestino penetra no
celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento
normal. Ocorre porque a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para acomodar o rápido
crescimento do intestino.
Sétima Semana
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Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. Chanfraduras aparecem entre
os raios digitais (sulcos e chanfraduras que separam as áreas das placas das mãos e dos pés), que indicam
claramente os dedos (Fig. 5-15). A comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora
reduzida. Nesse momento, pedículo vitelino torna-se o ducto onfaloentérico (Fig. 5-1C2). Ao final da
sétima semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores já iniciou.
Oitava Semana
No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados, porém unidos
por uma membrana visível. As chanfraduras estão também nitidamente visíveis entre os raios digitais dos
pés. A eminência caudal ainda está presente, mas é curta. O plexo vascular do couro cabeludo aparece e
forma uma faixa característica ao redor da cabeça. Ao final da oitava semana, todas as regiões dos
membros estão aparentes e os dedos são compridos e completamente separados.
Os primeiros movimentos voluntários dos membros ocorrem durante a oitava semana. A ossificação
primária inicia-se no fêmur (osso longo da coxa). A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como
os pés se aproximam uns dos outros ventralmente. Ao final da oitava semana, o embrião possui
características humanas distintas; entretanto, a cabeça é ainda desproporcionalmente grande,
constituindo quase a metade do embrião. O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes. As
pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se unir por fusão epitelial. Os
intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical. Apesar de existirem diferenças sutis entre
os sexos na aparência da genitália externa, elas não são distintas o suficiente para permitir uma
identificação sexual precisa.
O período embrionário, que corresponde às primeiras nove semanas a partir do dia da concepção, é
aquele em que todos os órgãos e sistemas se formam (organogênese). Nessa fase o bebê é chamado de
embrião. É um período de intensa proliferação de células. Só para termos uma idéia, o bebê, que começou
a desenvolver-se a partir de duas células, chega ao final da quarta semana com milhões delas. Essa é
também a época de maior vulnerabilidade aos agentes teratogênicos, ou seja, as substâncias químicas ou
os meios físicos e biológicos causadores de malformações. Nesse período a gestante deve tomar cuidados
para não se expor a Raios-X, como por exemplo, no dentista; deve evitar a ingestão de substâncias ou
remédios sabidamente provocadores dessas malformações, bem como deve evitar contato com doenças
do tipo rubéola, toxoplasmose, etc. também causadoras de malformações ao bebê.
O período fetal inicia-se a partir da 10ª semana pós-concepção e vai até o nascimento. Nessa etapa o bebê
será chamado de feto e os órgãos já formados sofrerão um processo de crescimento e amadurecimento,
até se apresentarem em plenas condições de funcionamento no final da gestação. De uma maneira geral, o
bebê estará pronto para vir ao mundo com 40 semanas. Mas esse período varia entre 37 e 42 semanas.
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fusão ventral das pregas laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celomáticas
intraembrionária e extraembrionária a uma comunicação estreita. Com a expansão da cavidade amniótica
e obliteração da maior parte do celoma extraembrionário, o âmnio forma o revestimento epitelial do
cordão umbilical.
Derivados das Camadas Germinativas
As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) formadas durante a gastrulação dão
origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. A especificidade das camadas germinativas,
entretanto, não está rigidamente fixa. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se
agregam e se diferenciam em padrões e, assim, formam os diversos sistemas de órgãos. Os principais
derivados das camadas germinativas são os seguintes:
• O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao sistema nervoso periférico, ao epitélio sensorial
dos olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos (cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à
hipófise; às glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do
neuroectoderma, a região central do ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos
tipos celulares e órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e X) e dos
gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da
derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medular da
suprarrenal e as meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal.
• O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos músculos liso e estriado, ao
coração, ao sangue e aos vasos linfáticos; aos rins; aos ovários; aos testículos; aos ductos genitais; às
membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e membrana peritoneal);
ao baço e ao córtex das glândulas suprarrenais.
• O endoderma dá origem ao revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório; ao parênquima
(tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas; às glândulas tireoide e paratireoide; ao timo; ao fígado e
ao pâncreas; ao epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra e ao epitélio de
revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba faringotimpânica.