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RHYAN COELHO – MEDICINA FASA

TUTORIA 6 – O BEBÊ MEXEU?


OBJETIVO 01: DISCORRER SOBRE A FORMAÇÃO DE GÊMEOS

Se no momento da ovulação forem expelidos dois ovócitos, ao invés de um, e se ambos forem fecundados,
os zigotos resultantes darão origem a gêmeos dizigóticos (DZ). Esses gêmeos, em média, não apresentam
maior similaridade genética entre si do que pares de irmãos gerados sucessivamente porque, tanto os pare
DZ quantos os pares de irmãos sucessivos são oriundos de pares de zigotos distintos. Os pares de DZ são
denominados gêmeos fraternos. Nem sempre os pares de DZ apresentam duas placentas distintas, pois,
em decorrência de uma eventual proximidade excessiva dos locais de implantação dos blastocistos que
dão origem aos gêmeos DZ, as placentas podem, aparentemente, fundir-se em uma única. Quando isso
acontece, somente o exame microscópico na região de união das placentas mostrará a presença da
chamada Zona T, composta de 04 lâminas (um âmnio de cada lado e dois córions no meio).
Outro tipo de gêmeos, os pares monozigóticos (MZ), é formado no período entre um e 14 dias depois da
fertilização, quando um único zigoto sofre desenvolvimento irregular, dando origem a dois indivíduos que
são considerados idênticos do ponto de vista genético, pois possuem o mesmo patrimônio genético, visto
que são oriundos de uma única célula-ovo ou zigoto. Os gêmeos MZ são do mesmo sexo. Cerca de 30% dos
pares MZ se originam da separação dos blastômeros num período muito precoce, isto é, até o terceiro dia
após a fecundação, quando o zigoto segmentado ainda está no estado de mórula. Em consequência disso,
formam-se dois blastocistos e os gêmeos resultantes mostrarão, ao nascerem, dois córions, dois âmnios e,
dependendo da proximidade dos locais em que estavam implantados no útero, duas placentas bem
separadas ou unidas. Os outros 70% de pares MZ são o resultado de alterações que ocorrem entre o
quarto até o 14º dia após a fecundação do ovócito. Essas alterações podem provocar a divisão da massa
celular interna, o que propicia o nascimento de gêmeos com dois âmnios e um córions e uma placenta. No
caso de essas alterações serem mais tardias, elas provocam a divisão do disco embrionário, disso
resultando o nascimento de gêmeos com um único âmnio e um único córion e placenta única. Essas
alterações tardias também podem provocar uma repartição desigual do material embrionário, e, por
conseguinte, a produção de maiores diferenças entre os pares MZ. Se a separaão do material embrionário
for incompleta durante a formação de um par MZ, os gêmeos resultantes poderão apresentar-se ligados
por intermédio de uma estrutura comum, que permitirá a comunicação de seus sistemas circulatórios. Tais
tipos de gêmeos são denominados teratópagos, que designa a união física de gêmeos. Tais gêmeos são
classificados em três grandes grupos, conforme a ligação entre eles seja feita pela parte inferior do corpo
(teratópagos catadídimos, do grego, cata = para baixo), por uma parte superior (teratópagos anadídimos,
do grego, ana = para cima), ou apenas por uma região mediana do corpo (teratópagos anacatadídimos).

 FATORES QUE INFLUENCIAM O NASCIMENTO DE GÊMEOS


O nascimento de gêmeos DZ depende, evidentemente, da ocorrência de poliovulação, a qual, por sua vez,
depende do nível de hormônio folículo-estimulante (FSH). O nível de FSH, por sua vez, depende de causas
genéticas, sendo mais alto em mulheres negróides do que em caucasóides, além do que as mães de
gêmeos possuem, em média, nível mais elevado de FSH do que as de parto único. A produção de FSH está,
ainda, correlacionada ao tamanho da hipófise, cujo peso máximo é atingido aos 40 anos de idade.
Outra demonstração da participação de fatores genéticos no nascimento de gêmeos DZ demonstraram
que as mulheres que possuem o alelo determinador da deficiência de redutase de metilenotetra-
hidrofolato (MTHFR) têm menor probabilidade de gerar gêmeos DZ. Nas gestações gemelares a demanda
de ácido fólico fica muito aumentada. Por ser a deficiência de MTHFR responsável pela pouca produção de
5-metiltetra-hidrofolato e elevação da concentração plasmática de homocisteína, o alelo que a causa essa
deficiência diminui a probabilidade de gestação gemelar. De acordo com Hasbargen et al. (2000), a
frequência desse alelo em parturientes de recém-nascidos únicos foi 30%, enquanto que em mães de

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gêmeos essa frequência foi, praticamente, a metade (16%). O emprego de técnicas de fertilização assistida,
para ajudar casais com problemas de esterilidade, tem aumentado a frequência de nascimento de gêmeos
DZ porque, essas técnicas incluem tratamento que estimula a superovulação. A fertilização assistida
também tem favorecido o aumento da incidência de gêmeos MZ por razões que ainda não são claras. Esse
fenômeno foi atribuído principalmente à delgadeza e(ou) micromanipulação da zona pelúcida.

*Fonte: O estudo de gêmeos – Bernado Beiguelman

OBJETIVO 02: EXPLICAR O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DA 4ª À 8ª SEMANA

 Quarta Semana
As principais mudanças na forma do embrião ocorrem durante a quarta semana. No início, o embrião é
quase reto e possui de 4 a 12 somitos que produzem elevações visíveis na superfície. O tubo neural é
formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal. Com 24 dias,
os primeiros arcos faríngeos estão visíveis. O primeiro arco faríngeo (arco mandibular) está nítido. A maior
parte do primeiro arco origina a mandíbula e a extensão rostral do arco, a proeminência maxilar, contribui
para a formação da maxila (maxilar superior). O embrião está agora levemente curvado em função das
pregas cefálica e caudal. O coração forma uma grande proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue. O
neuroporo rostral está fechando. Três pares de arcos faríngeos são visíveis com 26 dia e o neuroporo
rostral está fechado. O prosencéfalo produz uma elevação proeminente na cabeça e o dobramento do
embrião lhe causa uma curvatura em forma de C. Os brotos dos membros superiores são reconhecíveis no
dia 26 ou 27 como uma pequena dilatação na parede ventrolateral do corpo. As fossetas óticas (primórdio
das orelhas internas) também estão visíveis. Espessamentos ectodérmicos (placoides do cristalino), que
indicam o primórdio dos futuros cristalinos dos olhos estão visíveis nas laterais da cabeça. O quarto par de
arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores estão visíveis ao final da quarta semana. Uma longa
eminência caudal, como uma cauda, é também uma característica típica. Rudimentos de muitos sistemas
de órgãos, especialmente o sistema cardiovascular, são estabelecidos. Ao final da quarta semana, o
neuroporo caudal está normalmente fechado.

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 Quinta Semana
As mudanças na forma do corpo do embrião são pequenas na quinta semana quando comparadas àquelas
ocorridas durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça excede o de outras regiões (Figs. 5-12 e
5-13). O alargamento da cabeça resulta principalmente do rápido desenvolvimento do encéfalo e das
proeminências faciais. A face logo faz contato com a proeminência cardíaca. O rápido crescimento do
segundo arco faríngeo se sobrepõe aos terceiro e quarto arcos, formando uma depressão lateral de cada
lado, o seio cervical. As cristas mesonéfricas indicam o local do desenvolvimento dos rins mesonéfricos
(Fig. 5-13B), que em humanos, são órgãos excretores provisórios.

 Sexta Semana
Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, tais como, contrações no tronco e nos
membros em desenvolvimento. Tem sido relatado que embriões nesse estágio apresentam respostas
reflexas ao toque. Os membros superiores começam a mostrar uma diferenciação regional, tais como o
desenvolvimento do cotovelo e das grandes placas nas mãos. Os primórdios dos dígitos (dedos), ou raios
digitais, iniciam seu desenvolvimento nas placas das mãos.
O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre durante a sexta semana, 4 a 5 dias após o
desenvolvimento dos membros superiores. Várias pequenas intumescências, as saliências auriculares, se
desenvolvem ao redor do sulco ou fenda faríngea entre os primeiros dois arcos faríngeos. Esse sulco torna-
se o meato acústico externo (canal da orelha externa). As saliências auriculares contribuem para a
formação da aurícula (pavilhão), a parte em forma de concha da orelha externa. Os olhos são agora
notáveis, em grande parte pela formação do pigmento da retina. A cabeça é agora relativamente muito
maior do que o tronco e está dobrada sobre a proeminência cardíaca. A posição da cabeça resulta da
flexão da região cervical (pescoço). O tronco e o pescoço começam a endireitar-se e o intestino penetra no
celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical. Essa herniação umbilical é um evento
normal. Ocorre porque a cavidade abdominal é muito pequena nesta idade para acomodar o rápido
crescimento do intestino.

 Sétima Semana
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Os membros sofrem uma mudança considerável durante a sétima semana. Chanfraduras aparecem entre
os raios digitais (sulcos e chanfraduras que separam as áreas das placas das mãos e dos pés), que indicam
claramente os dedos (Fig. 5-15). A comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora
reduzida. Nesse momento, pedículo vitelino torna-se o ducto onfaloentérico (Fig. 5-1C2). Ao final da
sétima semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores já iniciou.

 Oitava Semana
No início da última semana do período embrionário, os dedos das mãos estão separados, porém unidos
por uma membrana visível. As chanfraduras estão também nitidamente visíveis entre os raios digitais dos
pés. A eminência caudal ainda está presente, mas é curta. O plexo vascular do couro cabeludo aparece e
forma uma faixa característica ao redor da cabeça. Ao final da oitava semana, todas as regiões dos
membros estão aparentes e os dedos são compridos e completamente separados.
Os primeiros movimentos voluntários dos membros ocorrem durante a oitava semana. A ossificação
primária inicia-se no fêmur (osso longo da coxa). A eminência caudal desapareceu e tanto as mãos como
os pés se aproximam uns dos outros ventralmente. Ao final da oitava semana, o embrião possui
características humanas distintas; entretanto, a cabeça é ainda desproporcionalmente grande,
constituindo quase a metade do embrião. O pescoço está definido e as pálpebras estão mais evidentes. As
pálpebras estão se fechando e ao final da oitava semana, elas começam a se unir por fusão epitelial. Os
intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical. Apesar de existirem diferenças sutis entre
os sexos na aparência da genitália externa, elas não são distintas o suficiente para permitir uma
identificação sexual precisa.

OBJETIVO 03: DIFERENCIAR A FASE EMBRIONÁRIA DA FETAL


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O período embrionário, que corresponde às primeiras nove semanas a partir do dia da concepção, é
aquele em que todos os órgãos e sistemas se formam (organogênese). Nessa fase o bebê é chamado de
embrião. É um período de intensa proliferação de células. Só para termos uma idéia, o bebê, que começou
a desenvolver-se a partir de duas células, chega ao final da quarta semana com milhões delas. Essa é
também a época de maior vulnerabilidade aos agentes teratogênicos, ou seja, as substâncias químicas ou
os meios físicos e biológicos causadores de malformações. Nesse período a gestante deve tomar cuidados
para não se expor a Raios-X, como por exemplo, no dentista; deve evitar a ingestão de substâncias ou
remédios sabidamente provocadores dessas malformações, bem como deve evitar contato com doenças
do tipo rubéola, toxoplasmose, etc. também causadoras de malformações ao bebê.
O período fetal inicia-se a partir da 10ª semana pós-concepção e vai até o nascimento. Nessa etapa o bebê
será chamado de feto e os órgãos já formados sofrerão um processo de crescimento e amadurecimento,
até se apresentarem em plenas condições de funcionamento no final da gestação. De uma maneira geral, o
bebê estará pronto para vir ao mundo com 40 semanas. Mas esse período varia entre 37 e 42 semanas.

OBJETIVO 04: COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DOS LAÇOS AFETIVOS NO DESENVOLVIMENTO DO SER


HUMANO
A partir do conceito de ciclo de vida familiar, acredita-se que a transição para a parentalidade é uma das
maiores mudanças por que o sistema familiar pode passar. É o momento em que os cônjuges, antes
apenas um casal, tornam-se pais, progenitores de uma nova família. O nascimento do primogênito, em
especial, é a primeira experiência de parentalidade vivida pelo casal.
A afetividade é a raiz de todo o relacionamento humano, é a primeira forma de envolvimento que temos
com o mundo. Esta influência o modo como cada ser humano se relaciona consigo mesmo e contribui
significativamente para a leitura de mundo individual de cada um. Cuidar adequadamente dessas emoções
poderá dar um suporte precioso para uma vida equilibrada emocionalmente, para tanto o vínculo
construído entre pais, mães e filhos serão condicionantes para um desenvolvimento saudável. Freud: “A
afetividade é o fundamento de todo o crescimento, relacionamento e aprendizagem humana.” Dentro do
útero materno, a partir da concepção, é o lugar de aconchego onde o bebê por nove meses terá suas
necessidades supridas e será a partir daí que seu cérebro fará os primeiros registros. Nesta fase seus
sentidos passam a se desenvolver através de estímulos involuntários maternos. As emoções sentidas pela
mãe tanto positivas quanto negativas influenciam diretamente no seu desenvolvimento intrauterino.
Dorin: “O nascimento representa uma dolorosa experiência para a criança, mas que é perfeitamente
suportável”.
Segundo Biddulph, estudos feitos em larga escala em várias sociedades diferentes descobriu-se que, nas
sociedades onde as crianças recebiam pouco toque físico e menos afeto havia mais violência da parte dos
adultos, com isso fica claro que, quanto mais tranquila e amorosa for a vida da criança, mais segura e
afetuosa ela vai ser na fase adulta. Delinquentes e predadores sociais, quase sempre estão envolvidos
numa história de rejeição e uma infância desajustada e tumultuada. Salk, (1995, p. 8). “Os problemas
emocionais normalmente têm raízes no início da vida e os hábitos de comportamento adquiridos naquela
época são extremamente difíceis de serem modificados na vida adulta”.
A afetividade é primordial na formação psíquica do indivíduo, sendo que, sem ela, há um desvio na
conduta da personalidade do ser humano. Para existir um vínculo afetivo saudável, precisa haver uma
referência que dê suporte na formação da criança, podendo ser os pais, ou uma pessoa que desempenhe
um papel importante nos primeiros anos de vida.

*Fonte: Infância e Adolescência: a importância da relação afetiva na formação e desenvolvimento


emocional. BARRIOS, J; BELZ, C W; MOURA, M; et al. UNICRUZ
Dobramento do embrião

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Um evento significativo no estabelecimento da forma do corpo é o dobramento do disco embrionário


trilaminar plano em um embrião ligeiramente cilíndrico. O dobramento ocorre nos planos mediano e
horizontal e resulta do crescimento rápido do embrião. A velocidade no crescimento das laterais do disco
embrionário não acompanha o ritmo de crescimento do eixo maior do embrião, que aumenta rapidamente
o seu comprimento. O dobramento das extremidades cranial e caudal e o dobramento lateral ocorrem
simultaneamente. Concomitantemente, existe uma constrição relativa na junção do embrião com a
vesícula umbilical.
 Dobramento do Embrião no Plano Mediano:
O dobramento das extremidades do embrião produz as pregas cefálica e caudal que resultam em uma
movimentação das regiões cranial e caudal ventralmente, enquanto o embrião se alonga cranial e
caudalmente.
 Prega Cefálica:
No início da quarta semana, as pregas neurais na região cranial formam o primórdio do encéfalo.
Inicialmente, o encéfalo em desenvolvimento se projeta dorsalmente para a cavidade amniótica, a
cavidade cheia de fluido no interior do âmnio (a membrana mais interna ao redor do embrião). A cavidade
amniótica contém o líquido amniótico e o embrião. Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento
cresce cranialmente além da membrana bucofaríngea e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, o septo transverso, o coração primitivo, o celoma pericárdico e a membrana
bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral do embrião. Durante o dobramento, parte do
endoderma da vesícula umbilical é incorporado ao embrião como o intestino anterior (primórdio da
faringe, esôfago e sistema respiratório inferior). O intestino anterior localiza-se entre o prosencéfalo e o
coração primitivo, e a membrana bucofaríngea separa o intestino anterior do estomodeu, a boca primitiva.
Após o dobramento da cabeça, o septo tranverso localiza-se caudal ao coração, onde posteriormente esse
se desenvolve no tendão central do diafragma, a separação entre a cavidade abdominal e a torácica.
A prega cefálica também afeta o arranjo do celoma embrionário (primórdio da cavidade corporal). Antes
do dobramento, o celoma consiste em uma cavidade achatada e em formato de ferradura. Após o
dobramento, o celoma pericárdico situa-se ventral ao coração e cranial ao septo transverso. Neste estágio,
o celoma intraembrionário se comunica amplamente, em ambos os lados, com o celoma extraembrionário.
 Prega Caudal
O dobramento da extremidade caudal do embrião resulta principalmente do crescimento da parte distal
do tubo neural, o primórdio da medula espinhal. À medida que o embrião cresce, a eminência caudal
(região da cauda) se projeta sobre a membrana cloacal, o futuro local do ânus. Durante o dobramento,
parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embrião como o intestino posterior, que
originará o cólon e o reto. A parte terminal do intestino posterior logo se dilata levemente para formar a
cloaca: a bexiga urinária e o reto rudimentares. Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranial à
membrana cloacal; após o dobramento, ela situa-se caudal a esta. O pedículo de conexão (primórdio do
cordão umbilical) está agora ligado à superfície ventral do embrião, e o alantoide, ou divertículo da
vesícula umbilical, é parcialmente incorporado ao embrião.
 Dobramento do Embrião no Plano Horizontal
O dobramento lateral do embrião em desenvolvimento produz as pregas laterais direita e esquerda. O
dobramento lateral é resultado do rápido crescimento da medula espinhal e dos somitos. O primórdio da
parede abdominal ventrolateral dobra-se em direção ao plano mediano, deslocando as bordas do disco
embrionário ventralmente e formando um embrião grosseiramente cilíndrico. Com a formação da parede
abdominal, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada ao embrião como o intestino médio,
o primórdio do intestino delgado. Inicialmente, existe uma ampla comunicação entre o intestino médio e a
vesícula umbilical; entretanto, após o dobramento lateral, a comunicação é reduzida, formando o ducto
onfaloentérico. A região de ligação do âmnio à superfície ventral do embrião é também reduzida a uma
região umbilical relativamente estreita. Com o cordão umbilical formado a partir do pedículo de conexão, a

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fusão ventral das pregas laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celomáticas
intraembrionária e extraembrionária a uma comunicação estreita. Com a expansão da cavidade amniótica
e obliteração da maior parte do celoma extraembrionário, o âmnio forma o revestimento epitelial do
cordão umbilical.
 Derivados das Camadas Germinativas
As três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) formadas durante a gastrulação dão
origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. A especificidade das camadas germinativas,
entretanto, não está rigidamente fixa. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se
agregam e se diferenciam em padrões e, assim, formam os diversos sistemas de órgãos. Os principais
derivados das camadas germinativas são os seguintes:
• O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central; ao sistema nervoso periférico, ao epitélio sensorial
dos olhos, das orelhas e do nariz; à epiderme e seus anexos (cabelos e unhas); às glândulas mamárias; à
hipófise; às glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes. As células da crista neural, derivadas do
neuroectoderma, a região central do ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos
tipos celulares e órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervos cranianos (V, VII, IX e X) e dos
gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da
derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medular da
suprarrenal e as meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal.
• O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos músculos liso e estriado, ao
coração, ao sangue e aos vasos linfáticos; aos rins; aos ovários; aos testículos; aos ductos genitais; às
membranas serosas de revestimento das cavidades corporais (pericárdio, pleura e membrana peritoneal);
ao baço e ao córtex das glândulas suprarrenais.
• O endoderma dá origem ao revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório; ao parênquima
(tecido conjuntivo de sustentação) das tonsilas; às glândulas tireoide e paratireoide; ao timo; ao fígado e
ao pâncreas; ao epitélio de revestimento da bexiga e da maior parte da uretra e ao epitélio de
revestimento da cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba faringotimpânica.

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