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QUÍMICA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARÁ - SOLDADO


QUÍMICA

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QUÍMICA

PROGRAMA:
1. Estrutura atômica. 1.1. Evolução da estrutura atômica. 1.2. Massas Atômicas e Massas Moleculares (quantidades
de matéria). 2. Estudo da Classificação Periódica dos Elementos. 2.1. Propriedades periódicas e aperiódicas. 2.2.
Configuração Eletrônica dos elementos químicos. 2.3. Ligações Químicas. 2.4. Geometria Molecular. 3. As
Combinações Químicas que modificam a Natureza das substâncias. 3.1. Ácidos, Bases, Sais, Óxidos e Hidretos. 4. As
Substâncias Químicas e suas interações com o meio ambiente. 4.1. Reações Químicas. 5. Os Fenômenos Nucleares:
Riscos e Benefícios. 5.1. Isótopos. 5.2. Radioatividade natural.

MODELOS ATÔMICOS
Os primeiros filósofos gregos que começaram os estudos dos modelos atômicos foram: Democrito e Leucipo. Mesmo
com pouco entendimento sobre o assunto, eles conseguiram, por meio de estudos e experimentações, determinar
algumas afirmativas:
 A matéria é formada por átomos.
 Átomos então seriam a menor porção indivisível dessa matéria.
 O átomo é a menor partícula não divisível e quando se une com outras, formava a matéria como nós
conhecemos.
Após alguns anos, muito cientistas deram continuidade nessas primeiras ideias sobre o átomo. O cientista Jhon Dalton
foi um dos primeiros a desenvolver suas teorias.

Modelo Atômico de Jhon Danton: “Bola de Bilhar”.


O químico inglês Jhon Dalton (1766-1844) retomou as ideias originais de Leucipo e Demócrito. Depois de realizar
vários experimentos para comprovar as suas hipóteses, ele formulou os seguintes postulados, isto é, proposições que
não podem ser comprovadas, mas que são admitidas como verdadeiras e que servem como ponto de partida para a
dedução ou conclusão de outras afirmações:
 Todas as substâncias são constituídas de minúsculas partículas, denominadas átomos, que não podem ser
criados e nem destruídos. Nas substâncias, eles se encontram unidos por forças de atração mútua.
 Cada substância é constituída de um único tipo de átomo. Substância simples ou elementos são formados de
“átomos simples”, que são indivisíveis. Substâncias compostas são formadas por “átomos compostos”,
capazes de se decompor, durante as reações químicas em “átomos simples”.
 Todos os átomos de uma mesma substância são idênticos na forma, no tamanho, na massa e nas demais
propriedades; átomos de substâncias diferentes possuem forma, tamanho, massa propriedades diferentes. A
massa de um ”átomo composto” é igual à soma das massas de todos os “átomos simples” componentes.
 Em uma reação química, os átomos não são criados nem destruídos. Durante a reação, ocorre apenas um
rearranjo de átomos.

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Modelo Atômico de J. J. Thompson: “Pudim de Passas”.


O modelo atômico aceito por quase todo o século XIX foi o proposto por Dalton, que, conforme pode ser visto no
texto Modelo Atômico de Dalton, basicamente se tratava de uma esfera maciça e indivisível.
Entretanto, esse modelo não explicava as características elétricas da matéria, que já eram conhecidas desde a época
do filósofo e matemático grego Tales de Mileto (640-546 a.C.).
O cientista Joseph John Thomson (1856-1940) realizou vários experimentos envolvendo um dispositivo chamado de
ampola de Crookes ou tubo de raios catódicos. Esse dispositivo foi criado pelo físico inglês Willian Crookes (1832-
1919), sendo feito de um tubo de vidro vedado, com um gás sob baixa pressão (atmosfera rarefeita), em que ele
aplicava uma tensão. Isso era feito porque dentro do tubo haviam dois eletrodos, ou seja, de um lado tinha um fio de
metal ligado ao polo positivo de uma fonte de alta tensão, que ficou sendo chamado de ânodo, e do outro havia outro
metal, chamado de cátodo, que estava ligado ao polo negativo. É interessante que a palavra eletrodo significa
“caminho para a eletricidade”.
Quando a alta tensão era ligada, podiam-se observar raios saindo do cátodo e indo em direção ao ânodo. Esses raios
foram chamados, então, de raios catódicos.
J. J. Thomson observou que essas cargas elétricas tinham massa, pois, colocando-se uma ventoinha entre os dois
eletrodos, quando os raios catódicos passavam, eles movimentavam a ventoinha. Além disso, como se pode ver na
imagem abaixo, quando se colocava um campo elétrico produzido por placas eletrizadas, esses raios sofriam um
desvio e eram atraídos pelo polo positivo do campo elétrico. Isso comprovou que os raios catódicos eram um feixe de
partículas negativas:

Essa não era uma propriedade somente para um tipo de gás, mas para qualquer gás que fosse usado no tubo, o
resultado desse experimento era sempre o mesmo. Portanto, essas partículas negativas, que foram chamadas de
elétrons, eram parte constituinte dos átomos de toda matéria, ou seja, dos átomos de qualquer elemento químico.
Desse modo, Thomson propôs um novo modelo atômico, que continuava esférico como o de Dalton, porém, que
explicava a natureza elétrica da matéria. Para Thomson, o átomo não seria indivisível, como Dalton propôs, mas sim
divisível, ou seja, ele possuiria partículas menores de carga negativa, os elétrons, que ficavam distribuídos

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aleatoriamente sobre uma esfera carregada positivamente. A esfera tinha que ser positiva para neutralizar as cargas
negativas dos elétrons, tendo em vista que o átomo é eletricamente neutro.

Esse modelo ficou conhecido como modelo do pudim de passas. A analogia entre o pudim de passas e o modelo
atômico de Thomson é explicado pois as uvas passas ficam distribuídas aleatoriamente e incrustadas na massa, sendo
que a carga positiva do átomo corresponde a essa massa e os elétrons correspondem às uvas passas.

Modelo de Rutherford: Sistema Planetário


No ano de 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford conduziu um experimento muito importante que mudou o
modo como o átomo era visto pelos cientistas da época. O experimento em questão é demonstrado na figura abaixo,
onde temos uma amostra do elemento radioativo polônio dentro de um bloco de chumbo. A radiação alfa (α) que
saía do polônio passava por um pequeno orifício do bloco de chumbo e ia em direção a uma finíssima lâmina de ouro.
Atrás dessa lâmina de ouro havia um anteparo fluorescente, pois foi recoberto de sulfeto de zinco, que mostraria uma
luminosidade onde as partículas alfa incidissem.

O resultado observado foi o seguinte:


 A maioria das partículas continuou sua trajetória atravessando a lâmina de ouro;
 Poucas partículas atravessaram a lâmina e desviaram-se de sua trajetória;
 Poucas partículas foram refletidas, não atravessando a lâmina.
Cada um desses fatos levou Rutherford à conclusão de que o modelo de Thomson estava incorreto:
 O fato de a grande maioria das partículas alfa atravessar a lâmina de ouro indica que a maior parte do átomo
trata-se, na verdade, de espaços vazios;
 O fato de poucas partículas que atravessaram a lâmina de ouro terem sofrido um desvio na sua trajetória
indica que elas se aproximavam de alguma região do átomo que tivesse a mesma carga que elas, isto é, carga
positiva, sendo assim repelidas;

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 As poucas partículas que foram rebatidas pela lâmina de ouro indicavam que o átomo possui uma região
maciça que impedia essa passagem, com carga igual, isto é, positiva. As partículas refletidas bateriam de
frente com essa região.
Essas observações levaram Rutherford a criar um novo modelo atômico:

Modelo atômico de Rutherford: O átomo possui uma região central chamada de núcleo atômico, onde fica
praticamente toda a massa do átomo e que apresenta carga positiva, e uma região denominada de eletrosfera, onde
os elétrons ficam girando ao redor do núcleo.

Esse modelo de Rutherford ficou conhecido como sistema planetário ou sistema solar, porque o Sol seria o núcleo,
enquanto os planetas seriam os elétrons que ficam girando ao redor.
Alguns anos mais tarde a terceira partícula subatômica (nêutron) foi descoberta e alterou-se um pouco o modelo de
Rutherford. O núcleo atômico era composto pelos prótons (partículas positivas) e nêutrons (partículas neutras),
compondo quase que a massa total do átomo:

Modelo Atômico Rutherford-Bohr


Esse modelo recebeu esse nome porque, em 1913, o cientista Niels Bohr (1885-1962) propôs um modelo que se
baseou no de Rutherford, apenas o aprimorando. Entre seus principais postulados, temos o seguinte:
 O elétron gira ao redor do núcleo em órbitas, níveis de energia, circulares de raios definidos denominadas
órbitas estacionárias.

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 Cada órbita estacionária possui um valor determinado de energia. Nessas órbitas, os elétrons podem se mover
sem perder ou ganhar energia.
 O elétron pode passar de uma órbita estacionária para outra, mediante absorção ou emissão de uma
quantidade de energia.

Teste de Chama no Bico de Bunsen


No teste de chama ocorre o seguinte: quando colocamos no fogo algum elemento, os elétrons recebem energia e
saltam para um nível mais externo. Mas como esse nível é instável, eles perdem essa energia na forma de radiação
eletromagnética visível, que é a luz de cor distinta que visualizamos (Funcionamento dos Fogos de Artifício). Como os
níveis de energia são diferentes de elemento para elemento, cada um emite uma cor em um comprimento de onda
diferente.

Só para citar um exemplo, veja a figura abaixo. Observe que quando o elétron volta da órbita 4 para a 1, a luz emitida
é de cor azul, quando ele volta da órbita 3 para a 1, a cor é verde, e da 2 para a 1, produz luz vermelha:

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Outras contribuições e teorias para o átomo:


• Sommerfeld e Louis de Broglie: O elétron assume a característica de ser “partícula–onda“, onde tem a
trajetória constante elíptica, enquanto partícula. Já quando se comporta como onda, o átomo assume
movimento ondulatório.
• O Modelo Atômico de Schrödinger apresentou um modelo de orbital tridimensional para cada um dos
subníveis de energia.

RESUMO EVOLUÇÃO DOS MODELOS ATÔMICOS

ATOMÍSTICA
Utilizando as informações dos modelos atômicos, podemos afirmar que:
 Todo átomo é eletricamente neutro;
 O átomo possui duas regiões;
 A maior parte da massa do átomo se encontra no núcleo;
 A eletrosfera é a parte do átomo com grandes espaços vazios;
 O átomo é divisível;
 A eletrosfera está dividida em níveis de energia.

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Divisão do átomo:

Representação de um átomo neutro (não perde e nem ganha elétrons):

Pela regra geral da Atomística, a partir do número de prótons e de massa, podemos determinar o número de nêutrons
de um átomo.
A=P+n
Onde: A = massa ; P = prótons ; n = nêutrons
É necessário saber também que quando o átomo é neutro, o número de elétrons é igual ao número de Prótons que
também é igual ao Número Atômico (Z).
P=e=Z
Considerando o exemplo anterior, temos o He:
Número de massa do He = 4
Número atômico do He = 2
Número de prótons = 2
Número de elétrons = 2
Número de nêutrons: A = p + n
N=A–p
N = 2.
Caso o átomo não esteja eletricamente neutro, chamamos ele de ÍON. Os íons são átomos que podem estar perdendo
ou ganhando elétrons.
Existem dois tipos de íons: cátions e ânions.

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Os cátions são representados pela carga POSITIVA.


Os ânions são representados pela carga NEGATIVA.
Exemplo:
O magnésio (Mg) é um elemento da família 2 A da tabela periódica, ele tem tendência a doar (perder) 2 elétrons.

Sabendo que o número atômico (Z) do Mg é 12 e que o número de massa do Mg é igual a 24, podemos prever que:
A = 24
Z = 12
P = 12
N = 12
e = 10 elétrons
Como o cátion Mg+2 está perdendo 2 elétrons, então o número de prótons não será igual o número de elétrons. Nós
subtraímos o número de prótons pelo número de elétrons que o íon está perdendo.

Exemplo 2:
O oxigênio (O) é um elemento da família 6 A que possui tendência a ganhar elétrons para se estabilizar. Como se
estabiliza com 8 elétrons, ele precisa ganhar 2 elétrons.

Sabendo que o número atômico (Z) do Mg é 8 e que o número de massa do O é igual a 16, podemos prever que:
A = 16
Z=8
P=8
N=8
e = 10 elétrons
Como o ânion O-2 está ganhando 2 elétrons, então o número de prótons não será igual o número de elétrons. Nós
somamos o número de prótons pelo número de elétrons que o íon está ganhando.

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SEMELHANÇAS QUE OS ÁTOMOS POSSUEM


Os átomos podem ser classificados como:
Isótopos são átomos que possuem o mesmo número de prótons.
Exemplo do Hidrogênio. Se diferenciam pelo número de massa e nêutrons.

Isóbaros são átomos que possuem o mesmo número de massa e número de prótons diferentes.

Isótonos são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons.

Isoeletrônicos são átomos ou íons que possuem o mesmo número de elétrons.

ELETROSFERA
O estudo da eletrosfera é uma parte essencial para o entendimento do conteúdo de tabela periódica e Ligações
Químicas.
Segundo o modelo atômico de Bohr, a eletrosfera está dividida em níveis de energia. Foi visto que os níveis (órbitas)
eletrônicos de todos os átomos se agrupam em sete camadas.

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Em cada camada, os elétrons possuem uma quantidade fixa de energia.

Com a modernização dos equipamentos de análises surgiu uma nova ideia sobre a estrutura da eletrosfera.
Essa nova ideia indicava que os níveis seriam divididos em subníveis (estruturas finas dos espectros de emissão).
A tabela a seguir traz uma ideia de quantos elétrons cada nível e subnível suportam.

DIAGRAMA DE LINUS PAULING


Linus Pauling organizou as camadas eletrônicas no digrama abaixo, em ordem crescente de energia, seguindo a ordem
diagonal das setas.

A sequência então fica:

A camada mais externa se chama de CAMADA DE VALÊNCIA. E o subnível mais energético sempre será o último
subnível da sequencia do diagrama de Linus Pauling.

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Observação: a soma dos números de elétrons da camada de valência determina em qual período e qual família do
elementos representativos o átomo está. Esse tópico iremos estudar de maneira mais profunda no assunto: TABELA
PERIÓDICA.
A distribuição eletrônica do átomo é realizada a partir do seu número atômico.

Exemplos:

O número atômico do Sódio (Na) é 11. Sua distribuição eletrônica fica:


N° de camadas = 3 (ou seja, o elemento está no 3° período da tabela periódica)
Camada de valência = camada M
N° de elétrons na última camada = 1 (ou seja, esse elemento está na família 1 A).
Subnível mais energético = 3s1
OBS.: nem sempre a camada de valência será também o subnível mais energético.

O número atômico do Sódio Cl é 17. Sua distribuição eletrônica fica:

N° de camadas = 3 (ou seja, o elemento está no 3° período da tabela periódica)


Camada de valência = camada M
N° de elétrons na última camada = 7 (ou seja, esse elemento está na família 7 A).
Subnível mais energético = 3p5

O número atômico do Sódio Br é 35. Sua distribuição eletrônica fica:

N° de camadas = 4 (ou seja, o elemento está no 4° período da tabela periódica)


Camada de valência = camada N (4s2 4p5)
N° de elétrons na última camada = 7 (ou seja, esse elemento está na família 7 A).
Subnível mais energético = 4p5

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GRANDEZAS QUÍMICAS

Agora que já entendemos como são equacionadas as reações químicas e como elas podem ser classificadas, vamos
iniciar o assunto de: ESTEQUIOMETRIA. Começando pelos cálculos químicos fundamentais.

Massa Atômica = é a massa de 1 (um) átomo medida em unidade de massa atômica representada pela letra “u”. Cada
elemento químico possui uma determinada massa, este valor deve ser fornecido pela questão sempre que necessário
utilizá-la.
Esse valor de massa também pode ser encontrado na tabela periódica, são os número em decimais. Ao se realizar os
cálculos químicos, aproxima-se o valor pelo mais próximo número inteiro. Veja o exemplo:

Massa Molecular: a massa molecular é a soma das massas atômicas em uma substância química. Esta também não
possui unidade definida.
Exemplo:
Determine a massa molecular das substâncias abaixo sabendo as massas atômicas dos átomos:
DADOS: M.A do H = 1u; O = 16u; C = 12u.
H2O:
Massa do H x 2 (pois temos 2 hidrogênios) + massa do oxigênio x 1 (pois só temos 1 oxigênio)
1 x 2 + 16 x 1 = 2 + 16 = 18u.
A massa molecular da H2O é igual a 18u.
CO2:
Massa do C x 1 (pois temos 1 carbono) + massa do oxigênio x 2 (pois temos 2 oxigênios)
12 x 1 + 16 x 2 = 12 + 32 = 44u.
A massa molecular da CO2 é igual a 44u.

Mol e Constante de Avogadro: mol é a unidade referente a quantidade de matéria existente em 6,02 x 10 23 átomos
ou moléculas em uma substância.
6,02 x 1023 é a constante que o cientista Avogadro encontrou para 1 mol de espécies químicas.

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Massa Molar = é a massa de uma substância que é referente a 1 mol. Esta massa utiliza a unidade: g/mol.
O cálculo para determinar esta massa é igual ao cálculo para determinar a massa molecular.
Exemplo:
H2O:
Massa do H x 2 (pois temos 2 hidrogênios) + massa do oxigênio x 1 (pois só temos 1 oxigênio)
1 x 2 + 16 x 1 = 2 + 16 = 18u.
A massa molecular da H2O é igual a 18u.
A massa molar da H2O é igual a 18g/mol.
CO2:
Massa do C x 1 (pois temos 1 carbono) + massa do oxigênio x 2 (pois temos 2 oxigênios)
12 x 1 + 16 x 2 = 12 + 32 = 44u.
A massa molecular da CO2 é igual a 44u.
A massa molar do CO2 é igual a 44g/mol.

Volume Molar = o volume molar é a quantidade em litros de uma substância para 1 mol. Essa quantidade é um valor
fixo para cada substância: 22,4 L. Dizemos que este valor está nas CNTP (Condições Normais de Temperatura e
Pressão).
1 mol de CO2 possui um volume molar de 22,4L de CO2.
1 mol de NH3 possui um volume molar de 22,4L de NH3.
Essas unidades químicas: massa, mol, constante de Avogadro e volume molar estão todas relacionadas entre si. Por
exemplo:
1 mol de água = 18 g de água = 6,02 x 1023 moléculas de CO2 = 22,4L de CO2
1 mol de gás amônia ( NH3) = 17g de NH3 = 6,02 x 1023 moléculas de NH3 = 22,4L de NH3.
E assim por diante com as outras substâncias químicas encontradas na natureza.

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EXERCÍCIO
1 – Determine a massa molar das substâncias abaixo:
DADOS: M.A = H = 1u; S = 32u; O = 16u; Ca= 40u;
a) H2S
b) HCl
c) H2SO4
d) Ca(OH)2
2 – Determine o número de moléculas presentes:
a) Em 2 mols de H2O
b) Em 3 mols de CO2
c) Em 34g de NH3.
d) Em 44,8 L de O2

GABARITO
1–
a) 34g/mol.
b) 36,5 g/mol.
c) 98g/mol
d) 74g/mol
2–
a) 1,2x1024 moléculas de água.
b) 1,8 x1024 moléculas
c) 1,2x1024 moléculas
d) 1,2x1024 moléculas

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Tabela Periódica

1. A Tabela Periódica.
A tabela periódica é uma ferramenta que está organizada de tal forma que podemos afirmar que:
(1) os elementos com propriedades químicas e físicas similares encontram-se nas colunas verticais chamadas grupos
ou famílias;
(2) As fileiras horizontais da tabela são chamadas de períodos, onde os elementos possuem o mesmo número de
níveis eletrônicos.
Os elementos são classificados em:
 Metais
Os metais são sólidos (à exceção do mercúrio), conduzem eletricidade, são dúcteis (podem ser transformados em
fios), maleáveis e podem formar ligas (soluções de um ou mais metais em outro metal).
 Não metais (os ametais)
Os não-metais possuem uma variedade de propriedades: alguns são sólidos (como o iodo), líquidos (bromo, por
exemplo) e outros são gases (nitrogênio e oxigênio). À exceção do carbono na forma de grafite, os ametais não
conduzem a eletricidade.
 Gases Nobres
São substâncias gasosas que possuem estabilidade eletrônica, logo, não precisam realizar ligações para se estabilizar.
Com exceção do gás He, que possui 2 elétrons na sua distribuição eletrônica, todos os gases nobres possuem 8 elétrons
na camada de valência e estão na família 8 A ou grupo 18. e suas propriedades são bem específicas de cada gás, não
se assemelhando com os outros elementos químicos.
Os elementos tornam-se gradualmente menos metálicos ao andarmos da esquerda para a direita em um
período. Antes alguns elementos, que se encontram ao longo do limite entre os metais e os ametais, eram chamados
de semi-metais. Agora são considerados de ametais por se comportarem quimicamente como ametal. São eles: Boro
(B), Silício (Si), Germânio (Ge), Arsênio (As), Antimônio (Sb) e Telúrio (Te).
Os grupos do sistema periódico pode ser dividido em:
 Elementos representativos: Familia 1A até a 8A.
 Elementos de Transição Interna: Actinídeos e Lantanídeos.
 Elementos de Transição Externa: metais do centro da tabela.

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Os nomes das famílias dos elementos representativos são:


1 A = metais alcalinos (s1)
2 A = metais alcalinos terrosos (s2)
3 A = família do Boro (s2p1)
4 A = Família do Carbono (s2p2)
5 A = Família do Nitrogênio (s2p3)
6 A = Família do Calcogênio (s2p4)
7 A = Família do Halogênio (s2p5)
8 A = Família dos Gases Nobres (s2p6)

2. Propriedades Periódicas.
Quando as configurações eletrônicas foram compreendidas, observou-se que as semelhanças nas propriedades dos
elementos resultam de configurações eletrônicas da camada de valência semelhantes. Assim, entenderemos as
propriedades físicas e químicas dos elementos e por que as propriedades mudam de maneira razoavelmente previsível
ao longo das famílias e períodos.

2.1. Raio atômico: é definido como a distância que vai do núcleo atômico até a camada de valência do referido átomo.
O tamanho de um átomo depende basicamente de dois fatores:
(1) nos grupos, ou famílias, o raio aumenta devido o maior número de níveis eletrônicos, assim átomos grandes
possuem mais camadas em sua eletrosfera, portanto na tabela periódica o raio atômico cresce de cima para baixo;
(2) nos períodos, o raio atômico diminui à medida que aumenta a carga nuclear. O átomo cresce da direita para a
esquerda, pois os átomos a esquerda da tabela possuem menos prótons, exercendo assim menor atração sobre os
elétrons de valência, mantendo-os mais soltos e aumentando o raio atômico.
OBS.: Quanto maior o número atômico maior será a força de atração, fato este que reduzirá o tamanho do átomo.

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2.2 Raio Iônico


Esses fatores também nos ajudam a entender o raio iônico. Quando um metal perde elétrons, geralmente, a camada
externa é ionizada, isto é, é removida. Com uma camada a menos o tamanho desse íon será menor em relação ao
átomo neutro. Caso o metal permaneça com o mesmo número de camadas eletrônicas do átomo neutro, o número
de elétrons será menor – o que fará reduzir o raio.
Já em relação aos ânions, a carga nuclear diminui e a nuvem eletrônica se expande fazendo com que este íon tenha
sempre o raio maior em relação ao átomo neutro.

Ex.: O Sódio, ao perder 1 elétron, se torna cátion Sódio. O raio atômico do cátion sódio é menor do que o radio atômico
do Sódio neutro. Pois, ao perder um elétron, ele perde sua camada mais externa.

Ex.2: O elemento Nitrogênio, ao ganhar três elétrons, se torno o ânion Nitrogênio. Como o número de elétrons no
seu ânion é maior que número de prótons que está no seu núcleo, o raio atômico do ânion se torna maior que o raio
atômico do átomo neutro de Nitrogênio.

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Raio do Cátion > Raio do átomo > Raio do Ânion

OBS.2: nas espécies isoeletrônicas, terá menor raio aquela cujo o número atômico for maior, pois isso aumenta a
atração entre prótons e elétrons, diminuindo o raio da espécie iônica.

2.3. Energia de ionização


O fornecimento de uma pequena quantidade de energia a um átomo pode levar a promoção de um elétron a um nível
energético mais elevado, contudo, se a quantidade de energia fornecida for suficientemente alta, o elétron pode ser
removido completamente. Essa quantidade de energia, necessária para remover o elétron mais fracamente ligado de
um átomo gasoso isolado, é designada energia de ionização. Os fatores que influenciam nas energias de ionização
são:
(1) o tamanho do átomo;
(2) a carga nuclear e
(3) o tipo de elétron envolvido – s, p, d e f.

A primeira energia de ionização (EI1) é aquela requerida para remover o primeiro elétron de um átomo isolado em
seu estado gasoso.
A energia necessária para remover o segundo elétron é chamada de segunda energia de ionização (EI2) e assim por
diante, para cada remoção eletrônica adicional.

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A primeira energia de ionização é sempre é menor que a segunda. Esta, por sua vez, é sempre menor que a terceira e
assim por diante. Isso ocorre porque, com a perda de elétrons, o íon fica cada vez mais positivo e, portanto, passa a
atrair os elétrons com mais força.

2.3. Afinidade Eletrônica: é a energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo gasoso. Geralmente
apenas um elétron é acrescentado, formando um íon mono negativo. A magnitude da afinidade eletrônica depende
de dois fatores:
(1) o tamanho do átomo - quanto menor o tamanho do átomo, maior será sua afinidade eletrônica
(2) número de elétrons na camada de valência.

2.4. Eletronegatividade: é a tendência do átomo em atrair elétrons, sendo os ametais os elementos mais
eletronegativos da tabela periódica. Nas famílias e nos períodos, a eletronegatividade aumenta conforme diminui o
raio atômico, pois, quanto menor o raio, maior a atração do núcleo pela eletrosfera, sendo mais fácil de atrair elétrons.
Os gases nobres não são incluídos.

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RESUMO

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Funções Químicas Inorgânicas

Ácidos

Definição:
De acordo com Arrhenius, primeiro teórico a falar sobre as substâncias inorgânicas, ácido é toda substância que, em
solução aquosa, ioniza formando íons H+.

Propriedades dos Ácidos


• Possuem sabor azedo;
• Conduzem corrente elétrica quando misturados em água (solução aquosa);
• Sua faixa de pH é entre 0 e 7.
• Quando em solução aquosa, sofrem ionização.
• São compostos moleculares, ou seja, fazem ligações covalentes.

Classificação dos Ácidos


 Quanto a Presença de Oxigênio:
Hidrácidos: sem a presença de oxigênio.
HCl ; HBr ; HI; HCN; etc.
Oxiácidos: com presença de oxigênio.
H2SO4 ; H3PO4 ; HNO2; HClO4 ;

 Quanto a Presença de Hidrogênios Ionizáveis:


Monoácidos: ioniza apenas um hidrogênio.
HCl ; HI; HBr ; HClO ; etc.

H3PO2 (exceção)
Diácidos: ioniza 2 hidrogênios.
H2SO4 ; H2S ; etc.
H3PO3 (exceção)

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 Quanto a Presença de Hidrogênios Ionizáveis:


Diácidos: ioniza 2 hidrogênios.
H2SO4
Triácidos: ioniza 3 hidrogênios.
H3PO4 ; H3BO3 ; H3BO2 etc.

Tetrácidos: ioniza 4 hidrogênios.


H4P5O7

 Quanto a força dos Hidrácidos:


Hidrácidos Fortes: HCl ; HBr ; HI;
Hidrácidos Moderados: HF;
Hidrácidos Fracos: Todos os demais: H2S ; HCN; etc.

 Quanto a força dos Oxiácidos:


Para determinar a força dos oxiácidos, é necessário fazer uma subtração entre o número de oxigênios da molécula
com o número de hidrogênios.

• Se o valor der 3 o ácido é muito forte.


• Se o valor der 2 o ácido é forte.
• Se o valor der 1 o ácido é moderado.
• Se o valor der 0 o ácido é fraco.

Exemplo:
HCLO4: 4 – 1 = 3 (Ácido muito forte)
H2SO4: 4 – 2 = 2 (Ácido Forte)
H3PO4: 4 – 3 = 1 (Ácido Moderado)
H3BO3: 3 – 3 = 0 (Ácido Fraco)

Exceção:
H2CO3: 3 – 2 = 1

De acordo com a regra, este ácido deveria ser moderado. Porém ele é uma exceção a regra e é considerado fraco.

Nomenclatura dos Hidrácidos:

Ácido + nome do elemento + terminação: ídrico

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HCl: Ácido Clorídrico


HBr: Ácido Bromídrico
HI: Ácido Iodídrico
HF: Ácido Fluorídrico
H2S: Ácido Sulfídrico
HCN: Ácido Cianídrico

 Nomenclatura de Oxiácidos:
Para determinar a nomenclatura de oxiácidos, é necessário primeiro que você saiba tirar o nox do elemento central
do composto. Para seguir a regra da tabela abaixo:

Nox do Prefixo Nome do Sufixo


Elemento Elemento
Central Central

+1 ou +2 Hipo OSO

+3 ou +4 ------ OSO

+5 ou +6 ------ ICO

+7 Hiper ou ICO
Per

Passo 1: o nox do Hidrogênio, em ácidos, sempre será +1. E o nox do oxigênio será -2.

Passo 2: multiplicar o nox pelo número de átomos correspondentes.

Passo 3: some os nox e iguale a zero.

2 . (+1) + X + 4 . (-8) = 0
x = +6
Nox do S = +6

H2SO4: Ácido Sulfúrico

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Exercício
1 - Determine o nox dos elementos centrais dos ácidos abaixo e dê a sua nomenclatura:
HClO:
HClO2:
HClO4:
HNO2:
HNO3:

2. (G1 - col. naval 2020) A chuva ácida é causada por reações químicas que acontecem entre os gases poluentes,
sobretudo SO2 e SO3 , liberados na atmosfera, e o vapor d’água. Como consequência, há a formação de ácidos,
conforme as seguintes reações:

I. SO2  H2O  H2SO3


II. SO3  H2O  H2SO4

Os nomes dos ácidos formados nas reações I e II, respectivamente, são:


a) ácido sulfuroso e ácido sulfúrico,
b) ácido sulfúrico e ácido sulfuroso.
c) ácido sulfúrico e ácido sulfídrico.
d) ácido sulfídrico e ácido sulfúrico.
e) ácido sulfuroso e ácido sulfídrico.

3. (MACKENZIE) O ácido que é classificado como oxiácido, diácido e é formado por átomos de três elementos químicos
diferentes é:
a) H2S
b) H4P2O7
c) HCN
d) H2SO3
e) HNO3

GABARITO
1-
HClO
Nox = +2
Nomenclatura = ácido hipocloroso
HCLO2
Nox = +3
Nomenclatura = ácido cloroso

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HClO4
Nox = +7
Nomenclatura = ácido perclórico.
HNO2
Nox = +3
Nomenclatura = ácido nitroso
HNO3
Nox = +5
Nomenclatura = ácido nítrico

2–A
3-D

BASES OU HIDRÓXIDOS

De acordo com a Teoria de Arrhenius, base é toda substância que, em solução aquosa, dissocia formando íons OH-
(hidróxido).

Classificação das Bases Inorgânicas


As bases podem ser classificadas quanto ao número de hidróxidos, solubilidade ou sua força.

 Quanto ao número de íon hidróxido


Monobase: bases com 1 OH.
Ex.: NaOH
Dibase: bases com 2 OH.
Ex.: Ca(OH)2
Tribase: bases com 3 OH.
Ex.: Al(OH)3
Tetrabase: bases com 4 OH.
Ex.: Pb(OH)4

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 Solubilidade
As bases compostas por metais alcalinos são solúveis, as de metais alcalino-terrosos são poucos solúveis e as de
outros metais são praticamente insolúveis. Exemplos:
- base solúvel: LiOH - hidróxido de lítio.
- base pouco solúvel: Ca (OH)2 hidróxido de cálcio.
- base insolúvel: Fe (OH)3 hidróxido de ferro.

 Quanto à força (grau de dissociação)


Fortes = são os hidróxidos de metais alcalinos (1 A) e metais alcalinos terrosos (2 A). Possuem grau de dissociação
(α = 100%).
Ex.: LiOH ; NaOH; Ca(OH)2; etc.

Exceção = Mg(OH)2 é uma base de metais alcalinos terrosos porém é classificada como fraca.

Fracas = todas as demais bases.

Nomenclatura das Bases

Para as bases com nox fixo (Bases de cátions Família 1 A; 2 A; Al; NH4+; Zn)
Hidróxido + de + __________________________

Ex.: NaOH = hidróxido de sódio.


Mg(OH)2 = hidróxido de magnésio
NH4+ = hidróxido de amônio

Se o metal ligado ao hidróxido tiver nox variável, é necessário colocar na nomenclatura o número do nox em
algarismo romano ao lado do nome do elemento.

OBS.: uma outra forma de dar a nomenclatura é utilizando a regra:


Maior nox terminação ICO; menor nox terminação OSO

Ex.:
Pb(OH)2 = Hidróxido de chumbo (II) ou hidróxido plumboso.
Pb(OH)4 = hidróxido de chumbo (IV) ou hidróxido plúmbico.

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Escala para medir o caráter ácido e básico: pH.

Embora existam aparelhos que meçam o pH com precisão – chamados peagâmetros – é muito comum o uso de
indicadores ácido-base que, adicionados em pequenas quantidades à solução analisada, assumem cores distintas
em diferentes faixas de pH. Os indicadores mais utilizados são: fenolftaleína, azul de bromotimol, papel de
tornassol, papel indicador universal, etc.
Alguns exemplos do ponto de viragem de alguns indicadores:

Existem alguns indicadores ácido-base naturais também, como o suco do repolho roxo.

EXERCÍCIO
(Ufrgs 2019) Na coluna da direita abaixo, estão listados compostos inorgânicos; na da esquerda, sua classificação.

Associe adequadamente a coluna da esquerda à da direita.


( ) Oxiácido forte 1. Óxido de zinco
( ) Hidrácido fraco 2. Hidróxido de alumínio
( ) Base forte 3. Ácido cianídrico
( ) Base fraca 4. Hidróxido de potássio
5. Ácido sulfúrico
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) 1 – 2 – 3 – 4.
b) 1 – 3 – 5 – 2.
c) 3 – 4 – 2 – 5.

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d) 5 – 2 – 4 – 1.
e) 5 – 3 – 4 – 2.
Resposta correta: E
Comentário:
(5 – Ácido sulfúrico) Oxiácido forte H2SO4; 4  2  2.

(3 – Ácido cianídrico) Hidrácido fraco (HCN; não possui oxigênio).


(4 – Hidróxido de potássio) Base forte (KOH; base do grupo 1).
(2 – Hidróxido de alumínio) Base fraca (A (OH)3 ).

SAIS
Sais são substâncias, geralmente iônicas, que em solução aquosa sofrem dissociação, liberando pelo menos um cátion
diferente de H+ e um ânion diferente de OH- .
O sal é formado pela união do ânion proveniente do ácido com o cátion da base:

Veja esse exemplo:

SAIS: CLASSIFICAÇÃO
● A presença de oxigênio
- Sal oxigenado: Possuem oxigênio em sua estrutura
Exemplo: CaSO4 , AgNO3 e FeSO4
- Sal não oxigenado: NÃO possuem oxigênio em sua estrutura
Exemplo: KCl, NaCl e Fe2SO3

● Ao tipo de neutralização
- Normais: Produtos da neutralização TOTAL de um ácido com uma base.
↳ Quantidade de hidrogênios ionizáveis é igual a quantidade de hidroxilas.
Exemplo:
HCl + NaOH  NaCl + H2O

Nomenclatura:
Nome do ânion + de + nome do cátion
NaCl = cloreto de sódio.

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Na2SO4 = sulfato de sódio


CaCO3 = carbonato de cálcio
Na2CO3 = Carbonato de sódio
K3PO4 = Fosfato de potássio

- Hidrogenossais: Produtos da neutralização PARCIAL de um ácido e TOTAL da base


↳ Quantidade de hidrogênios ionizáveis é maior que a quantidade de hidroxilas.
Exemplo:
H2CO3 + NaOH  NaHCO3 + H2O

Nomenclatura: colocar a palavra hidrogeno antes do nome do sal.


NaHCO3 = hidrogenocarbonato de sódio (pode-se também chamar: bicarbonato de sódio).

- Hidroxissais: Produtos da neutralização PARCIAL de uma base e TOTAL de um ácido.


↳ Quantidade hidrogênios ionizáveis é menor que a quantidade de hidroxilas.
Exemplo:
HCl + Ca(OH)2  CaOHCl + H2O

Nomenclatura:
N° que indica o n° de OH + hidroxi + nome do ânion + nome do cátion

Al(OH)2NO3 = di-hidroxinitrato de alumínio.

- Sais Duplos ou mistos: Apresenta em sua composição mais de um cátion ou mais de um ânion.
↳ Obtidos pela neutralização de dois ácidos com uma base ou vice-versa.
KOH + NaOH + H2SO4  NaKSO4 + H2O
Ca(OH)2 + HBr + HCl  CaBrCl + H2O

A nomenclatura desses sais é da seguinte forma:


NaKSO4: Sulfato de sódio e potássio.
CaBrCl: cloreto brometo de cálcio.

● Quanto a Hidratação Podem ser:


- Sais Anidros: Não possuem moléculas de água em sua estrutura.
Exemplo: CuSO4 , Na2SO4
- Sais Hidratados: Possuem moléculas de água em suas estruturas, chamadas água cristalizada.
Exemplo: CuSO4 . 5H2O ; Na2SO4 . 10H2O

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↳ Eles se tornam anidros quando aquecidos.


● Quanto a Solubilidade em Água Podem ser:
- Solúveis: grande quantidade de íons na solução.
- Insolúveis: pequena quantidade de íons na solução

● Quanto ao pH da solução aquosa


Os sais podem ser: de caráter ácido, básico ou neutro.
- Sais derivados de ácido forte e base forte (caráter neutro): possuem soluções com pH igual a 7
Ex: NaCl e CaSO4
- Sais derivados de ácido fraco e base forte (caráter básico): possuem soluções com pH maior que 7
Ex: NaClO e Ca(HCO3)
- Sais derivados de ácido forte e base fraca (caráter ácido): possuem soluções com pH menor que 7
Ex: NaH4Cl e Al(NO3)3

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EXERCÍCIO
(FAMERP SP) Sulfato de amônio e nitrato de potássio são compostos __________________, classificados como
___________, amplamente empregados na composição de _________.
As lacunas do texto devem ser preenchidas por:
a) iônicos – óxidos – fertilizantes.
b) iônicos – sais – fertilizantes.
c) iônicos – sais – xampus.
d) moleculares – óxidos – fertilizantes.
e) moleculares – sais – xampus.

Comentário da questão:
Sais são compostos iônicos pois é um metal ligado a ametais.
Resposta correta: B

ÓXIDOS
Temos assim compostos binários em que o oxigênio é o mais eletronegativo.

➢ Nos óxidos: número de oxidação do oxigênio é -2


Geralmente todos os elementos formam óxidos, com exceção dos compostos binários oxigenados de flúor:
OF2 e O2F2: Fluoretos

Óxidos Metálicos
São predominantemente iônicos. Sendo formados por um metal + íon óxido O2- .
Nomenclatura:
Óxido de nome do elemento
Na2O: Óxido de sódio
ZnO: Óxido de Zinco

Nox Variável: acrescenta-se o valor do nox do metal em algarismos romanos.


Caso apresente dois Nox, basta acrescentar o sufixo “oso” ao íon de menor carga e “ico” ao íon de menos carga. Veja:
FeO: Óxido de ferro II ou ferroso.
F2O3: Óxido de Ferro III ou férrico.

Óxidos Ametálicos
São predominantemente covalente.
Sendo formados por em ametal ou semimetal + íon óxido O2- .
Ametais: podem formar mais de um óxido.

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↳ Para indicar a quantidade de átomos usa-se na nomenclatura os prefixos: mono, di, tri, tetra, penta, etc.
CO: monóxido de carbono
CO2: dióxido de carbono
N2O3: trióxido de dinitrogênio

Os óxidos quando em meio aquoso, podem ser classificados em:


● Óxidos Básicos ⇒ Apresentam caráter predominantemente iônico.
São formados principalmente por: metais alcalinos, alcalino-terrosos ou metais de transição com nox baixo.
↳ O metal terá geralmente “carga” +1 e +2.
Quando dissolvidos em água se comportam como bases de Arrhenius.
- Reagem com a água: forma uma base e libera o ânion OH- .
Óxido básico(s) + H2O(l) → Base de Arrhenius(aq)
Exemplo: K2O(s) + H2O(l) → 2NaOH(aq)
- Reagem com soluções ácidas: formam sais e água.
Óxido básico(s) + Ácido(aq) → Sal(aq) + H2O(l)
Exemplo: K2O(s) + H2SO4(aq) → H2SO4(aq) + H2O(l)

Nomenclatura: óxido + de + ____________ (nome do metal)


CaO = óxido de cálcio
K2O = óxido de potássio

Podemos também indicar o número de oxigênios e metais com prefixo: di, tri, tetra, etc.
PbO2 = dióxido de chumbo

● Óxidos Ácidos ou Anidridos ⇒ Apresentam caráter predominantemente covalente. São formados principalmente
por: ametais.

Quando dissolvidos em água se comportam como ácidos de Arrhenius.


- Reagem com a água: forma um ácido e libera o cátion H+ .
Óxido ácido + H2O(l) → Ácido de Arrhenius(aq)
Exemplo:
CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)
- Alguns anidridos formam mais de um ácido quando reagem com a água, são os: anidridos duplos ou mistos.
Os principais são:
2NO2(g) + H2O(l) → HNO2(aq) + HNO3(aq)
2ClO2(aq) + H2O(l) → HClO2(aq) + HClO3(aq)
Cl2O6(s) + H2O(l) → HClO3(aq) + HClO4(aq)

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- Reagem com soluções básicas: formam sais e água.


Óxido ácido + Base(aq) → Sal(aq) + H2O(l)
Exemplo: CO2(s) + 2NaOH(aq) → Na2CO3(aq) + H2O(l)

Nomenclatura: prefixo que indica o n° de oxigênios + óxido de ______________(prefixo que indica o n° do elemento
+ nome do elemento).

CO = monóxido de carbono.
CO2 = dióxido de carbono.
N2O5 = Pentóxido de Dinitrogênio
● Óxidos Anfóteros ⇒ São formados principalmente por: metais ou semimetais.

- Em solução aquosa ácida: se comportam como óxidos básicos.


Óxido anfótero + Ácido(aq) → Sal(aq) + H2O(l)
Exemplo: Al2O3(s) + 6HCl(aq) → 2AlCl3(aq) +3H2O(l)

- Em solução aquosa básica: se comportam como óxidos ácidos.


Óxido anfótero + Base(aq) → Sal(aq) + H2O(l)
Exemplo: Al2O3(s) + 2NaOH(aq) → 2NaAlO2(aq) +H2O(l)

● Óxidos Neutros ⇒ São óxidos moleculares que não apresentam caráter ácido nem básico.
- Não reagem com: ácidos, bases ou água.
NO:monóxido de nitrogênio
N2O: monóxido de dinitrogênio
CO: monóxido de carbono

● Óxidos duplos, mistos ou salinos ⇒ São óxidos metálicos que resultam da combinação de dois óxidos de um mesmo
elemento.
Fe3O4 → FeO + Fe2O3 (Magnetita)
Pb3O4 → 2PbO + PbO2 (Zarcão)

HIDRETOS

Os hidretos são compostos inorgânicos binários (possuem dois elementos químicos) que apresentam na sua
constituição o elemento hidrogênio acompanhado de outro elemento químico qualquer. O detalhe mais importante
é que o hidrogênio quase sempre possui um nox igual a -1, o que o torna, em alguns hidretos, o elemento mais
eletronegativo. A água (H2O) e a amônia (NH3) são exemplos que fogem a essa ocorrência.
Para nomear um hidreto, a regra de nomenclatura é bem simples:

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Hidreto + de + nome do elemento que acompanha o hidrogênio

Veja alguns exemplos de nomenclatura de hidretos:


 NaH = Hidreto de sódio
 KH = Hidreto de potássio
 CaH2 = Hidreto de cálcio
 AlH3 = Hidreto de alumínio
 SiH4 = Hidreto de silício
É muito comum encontrarmos hidretos de três classificações diferentes: iônicos, moleculares e metálicos. Veja as
características de cada um desses tipos:

a) Hidreto iônico:
Apresenta um elemento metálico acompanhando o hidrogênio. Os elementos metálicos mais comuns são os metais
alcalinos, alcalinoterrosos (com exceção do berílio e do magnésio), Gálio, Índio, Tálio e os lantanídeos.
Exemplos de hidretos iônicos:
 NaH = Hidreto de sódio
 KH = Hidreto de potássio
 CaH2 = Hidreto de cálcio

Os hidretos iônicos apresentam as seguintes características:


 Sólidos;
 Alto ponto de fusão;
 Conduzem corrente elétrica (quando no estado líquido);
 A maioria sofre decomposição antes de atingir seu ponto de fusão;
 São muito reativos com água (Nessa reação sempre formam uma base inorgânica acompanhada de gás
hidrogênio). Veja um exemplo dessa reação:

Na + H2O  NaOH + ½ H2

b) Hidreto molecular (ou covalente)


São hidretos formados pela combinação do hidrogênio com elementos dos grupos 13 a 17 (famílias: do boro, do
nitrogênio, calcogênios e halogênios). Elementos com baixa eletropositividade, como o berílio e o alumínio,
mesmo sendo metais, formam hidretos moleculares.
Exemplos de hidretos moleculares:
 AlH3 = Hidreto de alumínio
 SiH4 = Hidreto de silício
 H2O = Hidreto de oxigênio

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Suas características principais são:


 Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos;
 Não conduzem corrente elétrica;
 Apresentam ponto de fusão e ebulição baixos;
 São voláteis em temperatura ambiente;
 Possuem ligações químicas fracas.

c) Hidreto metálico ou intersticial


Hidretos que possuem um metal de transição (elemento que apresenta o subnível d como mais energético/
famílias B) acompanhando o hidrogênio. São chamados de intersticiais porque muitas vezes o átomo de
hidrogênio ocupa interstícios da estrutura sólida do metal, como na representação a seguir:

Entre as principais utilizações dos hidretos, que são sólidos e bons condutores de eletricidade, temos:
 Armazenamento e transporte de hidrogênio no estado sólido;
 Os hidretos de alumínio e o de lítio são agentes redutores em sínteses orgânicas (adição de hidrogênios em
compostos orgânicos);
 Hidretos de platina são utilizados em reações orgânicas de halogenação (adição de átomos de cloro, flúor,
bromo ou iodo) em olefinas (alcenos, hidrocarbonetos com uma dupla ligação).
 Fabricação de baterias recarregáveis;
 Fabricação de refrigeradores;
 Fabricação de sensores de temperatura.
Fonte: <https://brasilescola.uol.com.br/quimica/hidretos.htm>

1. TEORIA DOS OCTETOS.


Verifica-se, na natureza, que a grande maioria dos elementos químicos se encontra-se ligados a outros, e que
somente alguns (os gases nobres) estão no estado atômico isolado. Isso levou os cientistas a concluírem que os átomos
de gases nobres possuem uma configuração eletrônica que lhes assegura estabilidade. Os gases apresentam 8 elétrons
na última camada eletrônica, com exceção do hélio, que possui 2 elétrons, já que a camada K comporta no máximo 2
elétrons. Essa análise levou os cientistas Lewis e Kossel a criarem a chamada Teoria ou Regra do Octeto. Os átomos
ligam-se a fim de adquirirem uma configuração mais estável, geralmente com 8 elétrons na última camada. Os átomos,
ao se ligarem, fazem-no por meio dos elétrons da última camada, podendo perder, ganhar ou compartilhar os elétrons
até atingirem a configuração estável. Surgem, assim, as ligações químicas.
A formação de ligações químicas envolve normalmente só os elétrons do nível mais externo do átomo e,
através da formação de ligações, cada átomo adquire uma configuração eletrônica estável. O arranjo eletrônico mais

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estável é a estrutura de um gás nobre, e muitas moléculas possuem essa estrutura. Outro detalhe decorrente de uma
ligação química é que, além de tornarem-se mais estáveis, os átomos que compõem uma molécula têm seus volumes
de espaço vazio que circundam seus núcleos diminuídos.

2. TIPOS DE LIGAÇÕES QUÍMICAS.


Os átomos podem adquirir uma configuração eletrônica estável por três maneiras: perdendo, recebendo ou
compartilhando elétrons. Diante disso, os elementos podem ser classificados segundo a sua eletronegatividade ou
sua facilidade em doar ou ganhar elétrons da seguinte forma: (a) eletropositivos são elementos cujos átomos perdem
um ou mais elétrons com relativa facilidade; já os (b) eletronegativos, cujos átomos tendem a receber elétrons.
Dependendo do caráter eletropositivo ou eletronegativo dos átomos envolvidos, três tipos de ligações químicas
primárias podem ser formadas:
 Iônica ou eletrovalente;
 Covalente ou molecular
 Metálica.

2.1. Ligação iônica ou eletrovalente.


Ocorre com a transferência de elétrons de um metal (FAMILIA 1A, 2A ou 3A) para um ametal (5A, 6A ou 7A)
entre íons, positivos (cátions) e negativos (ânions), e é caracterizada pela existência de forças de atração eletrostática
entre os íons.

Os compostos assim formados são denominados compostos iônicos. Constituem estruturas eletricamente
neutras. A interação entre os íons produz aglomerados com forma geométrica definida, denominados retículos
cristalinos, característicos dos sólidos.

A existência do retículo iônico determina as principais características desses compostos:


a) Como apresentam forma definida, são sólidos nas condições ambientes (temperatura de 25°C e pressão de 1 atm).
b) Os compostos iônicos apresentam elevadas temperaturas de fusão e temperatura de ebulição.
c) Quando submetidos a impacto, quebram facilmente, produzindo faces planas; são, portanto, duros e quebradiços.
d) Apresentam condutibilidade elétrica quando dissolvidos em água ou quando puros no estado líquido (fundidos),
devido à existência de íons com liberdade de movimento, que podem ser atraídos pelos eletrodos, fechando o circuito
elétrico.
e) Seu melhor solvente é a água.

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A fórmula dos compostos iônicos é dada pelo esquema:

2.2. Ligação covalente ou molecular.


Esse tipo de ligação ocorre quando os átomos envolvidos tendem a receber elétrons. Como não é possível que
todos os átomos recebam elétrons sem ceder nenhum, eles compartilham seus elétrons, formando pares eletrônicos.
Cada par eletrônico é constituído por um elétron de cada átomo e pertence simultaneamente aos dois átomos. Como
não ocorrem ganho nem perda de elétrons, formam-se estruturas eletricamente neutras, de grandeza limitada,
denominadas moléculas. Por esse motivo, essa ligação também é denominada molecular. A representação do número
e dos tipos de átomos que formam uma molécula é feita por uma fórmula química. Existem diferentes tipos de
fórmulas: molecular, eletrônica e estrutural plana.
 Molecular: é a representação mais simples e indica apenas quantos átomos de cada elemento químico
formam a molécula.

 Eletrônica: também conhecida como fórmula de Lewis, esse tipo de fórmula mostra, além dos elementos e
do número de átomos envolvidos, os elétrons da camada de valência de cada átomo e a formação dos pares
eletrônicos.

 Estrutural plana: também conhecida como fórmula estrutural de Couper, ela mostra as ligações entre os
elementos, sendo cada par de elétrons entre dois átomos representados por um traço.

O número de ligações covalentes que um átomo faz é chamado de valência desse átomo. Contudo, Vários
compostos estáveis não apresentam oito elétrons em torno de um átomo da molécula. São os casos particulares. Na
tabela abaixo estão alguns elementos que não seguem a regra do octeto.

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2. 2.1 Ligação covalente dativa ou coordenada.


Essa ligação é semelhante à covalente comum, e ocorre entre um átomo que já atingiu a estabilidade
eletrônica e outro (ou outros) que necessitem de dois elétrons para completar sua camada de valência. A ligação
dativa pode ser indicada por uma seta, a exemplo do SO2:

Propriedades dos compostos moleculares:


 Pontos de fusão e de ebulição baixos, quando comparados aos das substâncias iônicas;
 Nas condições ambientes, podem ser encontrados nos estados gasoso, líquido e sólido;
 Quando puros, não conduzem a corrente elétrica em nenhum estado físico;
 Poderão conduzir a corrente elétrica, quando em solução aquosa, dependendo de haver ou não a formação
de íons na solução.

3.Ligação metálica.

Algumas propriedades apresentadas pelos metais são muito diferentes das observadas em outras substâncias.
A maioria dos metais é sólida à temperatura ambiente (25 °C) e apresenta cor prateada. As exceções são o mercúrio,
único metal encontrado no estado líquido, cujo brilho característico é denominado aspecto metálico, o cobre (Cu) e
o ouro (Au), os quais apresentam, respectivamente, cor avermelhada e dourada. Experiências com raios X levam a
crer que os retículos cristalinos dos metais sólidos consistem em um agrupamento de cátions fixos, rodeados por um
verdadeiro "mar" de elétrons.

Esses elétrons são provenientes da camada de valência dos respectivos átomos e não são atraídos por nenhum
núcleo em particular: eles são deslocalizados. Esses elétrons ocupam o retículo cristalino do metal por inteiro e a
liberdade que têm de se moverem através do cristal é responsável pelas propriedades que caracterizam os metais:
 Condutibilidade: são excelentes condutores de corrente elétrica e de calor;
 Maleabilidade: capacidade de produzir lâminas (chapas muito finas);
 Ductibilidade: capacidade de produzir fios.

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GEOMETRIA MOLECULAR
Na determinação da polaridade de uma molécula com duas ou mais ligações polares é preciso conhecer a sua
forma geométrica. A forma geométrica de uma molécula pode ser obtida a partir de vários meios, entre os quais
destacamos as REGRAS DE HELFERICH, que podem ser resumidas da seguinte forma:

MOLÉCULAS DO TIPO “AX2”


Estas moléculas podem ser LINEARES ou ANGULARES.
Se o átomo central “A” possui um ou mais pares de elétrons disponíveis, a molécula é ANGULAR.

Se o átomo central “A” não possui par de elétrons disponíveis, a molécula é LINEAR.

MOLÉCULAS DO TIPO “AX3”


Estas moléculas podem ser TRIGONAL PLANA ou PIRAMIDAL.

Se o átomo central não possui par de elétrons disponíveis a geometria da molécula será TRIGONAL PLANA.

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Se o átomo central possui par de elétrons disponíveis a geometria da molecular será PIRAMIDAL.

MOLÉCULAS DO TIPO “AX4”


Estas moléculas terão uma geometria TETRAÉDRICA.

LIGAÇÕES POLARES E APOLARES


A ligação covalente corresponde a um compartilhamento de UM PAR DE ELÉTRONS entre dois átomos.
Quando os dois átomos são diferentes é comum um deles ATRAIR o par de elétrons compartilhado mais para o seu
lado, neste caso teremos uma ligação COVALENTE POLAR. Isto ocorre porque o este átomo é mais ELETRONEGATIVO.

Observe que o par de elétrons se encontra mais próximo do átomo de FLÚOR, logo, a LIGAÇÃO COVALENTE
entre o hidrogênio e o flúor é uma LIGAÇÃO POLAR.

Se os dois átomos são iguais o par de elétrons ficará a uma mesma distância dos dois átomos ligantes.

Neste caso o par de elétrons se encontra compartilhado igualmente pelos dois átomos de hidrogênio, logo, a LIGAÇÃO
COVALENTE entre os dois átomos de hidrogênio é uma LIGAÇÃO APOLAR.

Obs.: é possível também determinar a polaridade das moléculas pelo par de elétrons livres na molécula. Caso o
elemento central, após fazer as ligações, tenha par de elétrons livres, a molécula pode ser considerada POLAR. Caso

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o elemento central, após fazer as ligações, NÃO tenha par de elétrons livres disponíveis, a molécula pode ser
considerada APOLAR.

FORÇAS INTERMOLECULARES:

A formação de dipolos elétricos em moléculas covalentes tem como consequência o surgimento de forças entre elas.
Ou seja, os dipolos elétricos irão atrair-se mutuamente, mantendo as moléculas unidas. Além deste tipo de interação,
considerada fraca quando comparada com a ligação covalente, existem muitas outras forças entre compostos
químicos, as quais são responsáveis pela existência dos estados condensados da matéria (sólido e líquido). Entre as
forças de interação intermolecular temos dois tipos básicos: Van der Waals e a ligação de hidrogênio.

Forças de Van der Waals: as forças de “Van der Waals” atuam entre íons, moléculas e átomos, sendo os principais
tipos conhecidos como forças íon-dipolo, dipolo-dipolo, dipolo induzido e de London. Pode-se descrevê-las de forma
qualitativa, considerando-as como forças de atração.
a) Forças dipolo-dipolo: quando duas moléculas polares se aproximam surgem forças de atração eletrostática entre
elas.

b) Forças íon-dipolo: quando um dipolo elétrico, por exemplo, a molécula da água, sofre influência do campo elétrico
gerado por um íon, por exemplo, o cátion de sódio, ele irá alinhar-se ao campo e manter-se unido a fonte geradora.
Ou seja, neste caso, o oxigênio da água, onde está localizada a carga parcial negativa, une-se ao cátion de sódio e os
hidrogênios afastam-se o máximo possível.

c) Forças dipolo-induzido: quando uma molécula apolar se aproxima a outra polar, ocorre uma distorção da sua
nuvem eletrônica gerando um dipolo elétrico. Entre este dipolo formado, conhecido como dipoloinduzido, e o indutor,
ocorre então o surgimento de forças de atração semelhantes às verificadas entre moléculas polares.

d) Forças de London: este tipo de interação surge entre moléculas apolares. Admite-se que a interação originada pela
aproximação destas espécies leva a formação de dipolos induzidos, os quais irão se atrair mutuamente.

Ponte de Hidrogênio a Ponte de Hidrogênio (ou ligações de hidrogênio) ocorre quando ligado a um grupo fortemente
eletronegativo (flúor, oxigênio e nitrogênio) ao hidrogênio. São conhecidas ligações de hidrogênio formadas com
átomos pertencentes a outra molécula, como as verificadas na água pura ou na solução de metanol em água.

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REAÇÕES QUÍMICAS

Reações Químicas
As reações podem ser representadas por:
Reagentes  Produtos
O reagentes são as substâncias que são consumidas na reação.
Os produtos são as substâncias que são produzidas na reação.
Exemplo:

Na reação acima os reagentes são as moléculas do H2 e O2 e o produto da reação é H2O.


Os número que aparecem antes das substâncias são chamados: COEFICIENTES ESTEQUIOMÉTRICOS. Esses valores
são determinados por: BALANCEAMENTO DAS REAÇÕES.
BALANCEAMENTO DE REAÇÕES
Para que uma reação esteja correta, é necessário ajustar seus coeficientes estequiométicos a fim de que a reação
aconteça corretamente. Caso as substâncias não estejam nas suas proporções corretas, não é possível realizar os
cálculos químicos da forma correta.
A regra principal é: o número de átomos dos REAGENTES deve ser igual o número de átomos nos PRODUTOS.
Quando isto não ocorrer, devemos fazer o balanceamento começando pelos: METAIS, AMETAIS, CARBONO,
HIDROGÊNIO E OXIGÊNIO.
Observe o exemplo a seguir:

N2(g) + H2(g)  NH3(g)

A reação acima possui: 2 átomos de N nos reagentes e apenas 1 átomo de N nos produtos; possui 2 átomos de H nos
reagentes e 3 átomos de H nos produtos. Ou seja, a reação não está balanceada.
1° passo: Para realizar o balanceamento desta reação, primeiro, nós colocamos o número 2 na frente do N da molécula
que está no produtos:
N2(g) + H2(g)  2NH3(g)
2° passo: O N então está balanceado, o H por sua vez, agora possui 6 átomos de H (multiplica-se o 2 que está na frente
da substância pelo 3 do oxigênio). Para balanceá-lo, é necessário então colocar um número na frente da substância
H2, que está nos reagentes, que ao multiplicar com o 2 da molécula, totalize 6 átomos. Nesse caso então coloca-se o
3 na frente do H2:

N2(g) + 3 H2(g)  2NH3(g)


Pronto, agora temos 2 átomos de N nos reagentes e produtos e 6 átomos de H nos reagentes e produtos. A reação
está balanceada.

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1. CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES INORGÂNICAS.


1.1. Síntese ou adição:
Síntese total = substâncias simples como reagentes.
Síntese parcial= substancia compostas como reagentes.

1.2. Análise ou decomposição:

As reações de análise podem receber nomes particulares de acordo com o agente que promove a decomposição em:
a) Fotólise: é a decomposição pela ação da luz

b) Pirólise: é a decomposição pela ação do calor.

c) Eletrólise: é a reação de análise produzida pela passagem de corrente elétrica.

1.3. Simples troca, Simples substituição ou Deslocamento:

1.4. Dupla troca ou Dupla substituição. Acontecem com a troca de ânion e cátions entre os compostos regentes.

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EXERCÍCIOS
1. (G1 - ifce) Observe a reação química abaixo e examine as afirmativas a seguir.

I. Os coeficientes da reação balanceada são 2, 1, 1, 2.


II. É uma reação de dupla-troca.
III. É uma reação de neutralização ácido-base.
IV. Nos produtos da reação, além de água, temos um ácido formado.

São verdadeiras
a) I e IV somente.
b) II e III somente.
c) I, II e III somente.
d) II e IV somente.
e) I, II, III e IV.

2. (Upf) Analise as representações das equações das reações a seguir.

Essas reações são classificadas, nessa ordem, como


a) oxirredução, neutralização, oxirredução e oxirredução.
b) decomposição, oxirredução, neutralização e síntese.
c) decomposição, neutralização, síntese e oxirredução.
d) síntese, decomposição, neutralização e oxirredução.
e) oxirredução, neutralização, decomposição e síntese.

3. (G1 - col. naval) A azia é um desconforto gástrico que pode ser combatido pela ingestão de uma pequena
quantidade de leite de magnésia, que nada mais é que uma solução aquosa de hidróxido de magnésio. Essa base
neutraliza o excesso de ácido clorídrico estomacal que causa desconforto. Assinale a opção que apresenta a equação
dessa reação química balanceada e sua classificação.

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4. (G1 - col. naval) Considere as reações de neutralização representadas abaixo:

Os coeficientes que correspondem às letras x, y e z são, respectivamente:


a) 2, 2 e 2.
b) 2, 3 e 2.
c) 2, 3 e 3.
d) 3, 2 e 3.
e) 3, 3 e 3.

5. (Fatec) Uma das substâncias que pode neutralizar o ácido fosfórico é o hidróxido de magnésio, Mg(OH)2 .
A equação química balanceada que representa a reação de neutralização total que ocorre entre essas substâncias é

6. (G1 - ifba) O mineral esfalerita, composto de sulfeto de zinco (ZnS), é usado em telas de raios X e tubos de raios
catódicos, pois emite luz por excitação causada por feixe de elétrons. Uma das etapas da obtenção do metal pode ser
representada pela seguinte equação química não balanceada:

Nessa equação, se o coeficiente estequiométrico da esfalerita for 2, os coeficientes estequiométricos, em números


mínimos e inteiros, do oxigênio, do óxido de zinco e do dióxido de enxofre serão, respectivamente:
a) 2, 2 e 2.
b) 2, 2 e 3.
c) 2, 3 e 3
d) 3, 2 e 2
e) 3, 3 e 3

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GABARITO:
1: [C]
2: [E]
3: [E]
4: [C]
5: [B]
6: [D]

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