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Organização do Trabalho e

Humanização em Saúde Bucal

Habilitação Profissional de
Técnico em Saúde Bucal

Módulo I

Tatuí – 2018

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Organização do Processo de Trabalho em Saúde Bucal

Indice PAG.
1. Administração do Consultório Odontológico 03
2. Ética Profisional 05
3. Etiqueta Profissional 07
4. Aparência Pessoal 08
5. Atendimento ao Público 09
6. Pontos Chave no Controle Humano 10
7. Telefonia 12
8. Autocontrole 14
9. Relações Profissionais 15
10. Instalações de um Consultório Odontológico 16
11. Equipamentos e Aparelhos Odontológicos 19
12. Ergonomia Aplicada à Odontologia 26
13. O Equipamento como Elemento de Trabalho 29
14. Posição de Trabalho do Cirurgião Dentista 30

Referências Bibliográficas.............................................................................. 31

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1. ADMINISTRAÇÃO DO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

A administração é a coordenação de elementos matérias


e pessoais que visam à obtenção de uma produção eficiente.
O conceito de administração encontra-se intimamente
ligado ao de organização. Deve-se considerar que, geralmente,
cabe ao Cirurgião Dentista se preocupar com a parte clínica,
deixando para o ASB todas as outras responsabilidades.
Portanto, é importante que o ASB seja organizado para ter
todos os documentos e informações disponíveis rapidamente,
sempre que for solicitado.
A organização do dia-a-dia do ASB será pautada sobre
tudo o que estiver sob sua responsabilidade, como agenda, armário, mesa, gavetas, arquivo e
o computador com informações sobre fichários de clientes, cartas a enviar, controle de débitos,
créditos e pagamentos. Isto possibilitará que ele esteja preparado para atender de forma
imediata a qualquer solicitação feita pelo CD, que lhe dará o devido valor e demonstrará
satisfação com seu trabalho.
Para gerenciar os afazeres que fazem parte de rotina diária, o ASB deve criar um quadro
de tarefas e adquirir o hábito de consultá-lo.
Dele podem constar os seguintes itens:

 Nunca esquecer as chaves do consultório (o ASB é a primeira pessoa a chegar ao


consultório e provavelmente a última a sair).
 Quando for entrar ou sair, verificar se não tem ninguém suspeito observando.
 Ligar o compressor e todos os aparelhos (autoclave, cadeira, ar condicionado, compressor,
etc).
 Separar as fichas dos pacientes marcados.
 Separar com antecedência as próteses e, caso não estejam prontas, ligar para o paciente e
remarcar a consulta.
 Anotar, no caderno, data (saída e entrada) dos trabalhos do laboratório de prótese.
 Colocar o paciente na cadeira.
 Colocar o avental e entregar o guardanapo.
 Ajustar o foco de luz.
 No caso de o paciente ser do sexo feminino, pedir para remover o batom.
 Nunca marcar pacientes desconhecidos no primeiro e no último horário.
 Preparar as bandejas de acordo com o tratamento a ser realizado.
 Introduzir pacientes de emergência nos intervalos entre as consultas com hora marcada.
 Acompanhar o paciente à porta e à recepção.
 Estar sempre de bom humor.
 Enviar cartão em datas comemorativas como: aniversário, natal, etc.
 Ligar para os pacientes com antecedência, confirmando as consultas.
 Desligar todos os equipamentos.
 Fechar a água da cuspideira.
 Apagar a luz.
 O ASB deverá sempre chamar o(a) Cirurgiã(o) Dentista de doutor(a), e os pacientes de
senhor ou senhora.
 O linguajar deverá ser: pois não, sim senhor.
 O que não deve ser dito: Não sei! Acabou! Não tem!
 O ASB deverá informar sempre o que está acabando no estoque.

A mesa é o local onde se percebe se você é organizado ou não. Sobre ela devem
permanecer a agenda, o lápis e o que estiver sendo usado no momento. Na agenda, além de
anotar a marcação da consulta, o ASB deverá anotar coisas que não sejam feitas no cotidiano,
como, por exemplo, eleição no sindicato ou lembrar de uma consulta médica. Nas gavetas

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devem estar as coisas de uso cotidiano (livro caixa) e, inclusive, aquelas que durante o dia
ficam sobre a mesa.
No armário devem ser colocados os objetos que não são necessários diariamente. Nele o
ASB poderá estocar, por exemplo, material de escritório (papel, lápis/caneta, envelopes etc.),
bem como as fichas de pacientes que não estão em tratamento (arquivo morto).
No arquivo, o ASB deve colocar as fichas de pacientes em tratamento, dentro de um
envelope com etiqueta de identificação, junto com as radiografias e arquivados em ordem
alfabética (a ficha deve conter o nome completo do paciente, sem abreviações). Deve também
arquivar documentos e papéis, colocando em pastas com cores diferentes e devidamente
identificadas, nas quais serão colocadas:

 Contas a receber (cheques pré-datados e relação de contas a receber no mês).


 Contas a pagar (carnês, boletos e relação de contas a pagar no decorrer do mês).
 Caixa (dinheiro de caixinha, extrato bancários, ficha de depósito e talões de cheque).
 Fluxo de caixa (movimentação de entrada e saída de dinheiro).
 Notas fiscais e recibos do mês.

Vale lembrar que o consultório odontológico é uma “mini empresa” de prestação de


serviços e, como tal, mesmo que seja pequeno, deverá ter a estrutura de uma empresa. Além
das recomendações já abordadas, outros itens também são importantes:

 Sala de espera com TV, água em temperatura ambiente e água gelada, revistas, músicas
suaves (nunca samba ou músicas excitantes), tudo para descontrair o paciente.
 Livro caixa, que pode ser controlado pelo Cirurgião Dentista ou pelo TSB.
 Livro de controle de próteses, onde deverá ser anotado laboratório destino, data de
expedição e data de retorno.
 Controle do estoque de material.
 Anotar em um cartão, as próximas consultas do paciente.
 Anotar, diante do paciente, os valores recebidos.
 Mediante autorização do Cirurgião Dentista, lembrar os pacientes o dia do pagamento,
pessoalmente, por ocasião da consulta, ou por telefone, no momento da confirmação da
próxima consulta.
 Enviar carta, aprovada pelo Cirurgião Dentista, ao paciente lembrando do débito ou dar um
ou mais telefonemas amistosos, mas objetivos, com relação ao débito.
 Entrar em contato com pacientes que se ausentarem do consultório e não concluíram o
tratamento.
 Entrar em contato com o paciente para lembrá-lo da consulta de revisão periódica.

O controle do estoque de material é a responsabilidade que o ASB deve cumprir com


maior rigor, para que não aconteça de faltar material durante um atendimento. Quando os
materiais em uso estiverem pela metade ou menos da metade, deve-se verificar no estoque se
há o mesmo produto. É preciso, também, tomar conhecimento do prazo de validade de cada
produto, pois se estiver a um mês do vencimento, deve ser incluído na lista de compras.
O ASB deve estar ciente tanto das necessidades do paciente quanto do Cirurgião
Dentista:

 O paciente quer conforto, tratamento com preço acessível e, ao mesmo tempo, rapidez com
qualidade. Além de não querer sentir dor durante o tratamento, ele quer ter um resultado
estético, que valorize a sua aparência.
 O CD quer conforto, atender bem para manter a clientela, ganhar dinheiro, atender rápido
com qualidade e que o paciente fique satisfeito com o resultado final do tratamento.

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2. ÉTICA PROFISSIONAL

2.1 Conceito

É o conjunto de normas e princípios da conduta humana


vista sob o ângulo da moral.
Ética profissional é o conjunto de normas morais pelas quais
um indivíduo deve orientar seu comportamento profissional. A
Ética é importante em todas as profissões, e para todo ser
humano, para que todos possam viver bem em sociedade.
Todos os códigos de ética profissional trazem em seu texto
a maioria dos seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na empresa, alto nível de
rendimento, respeito a dignidade humana, segredo profissional, observação das normas
administrativas da empresa e muitos outros. O Código de Ética é um instrumento criado para
orientar o desempenho do profissional. A maioria das profissões possuem seu próprio Código
de Ética, principalmente em áreas da saúde onde envolve muitas questões éticas como vida,
doença e morte.

2.2 Direitos dos Pacientes

Nas últimas décadas, com o avanço dos direitos civis, várias


declarações internacionais passaram a tratar do direito dos
pacientes, enfatizando que eles não podem ser tratados como
seres passivos.
A ética não é contra o desenvolvimento técnico-científico,
transforma, apenas, em valor essencial a necessidade de garantir
o respeito à dignidade humana. Qualquer paciente deve ser
tratado de acordo com suas necessidades de saúde, e não como
meio de satisfação dos interesses de terceiros, da ciência, dos profissionais de saúde ou
interesses industriais e comerciais.
O hospital Monte Sinai, situado na cidade de Boston (EUA), elaborou em 1972 a primeira
Declaração dos Direitos do Paciente.
No Brasil, em 1972, o Conselho de Saúde de São Paulo editou a “Cartilha dos Direitos do
Paciente”, destacando os direitos à informação, a decidir sobre a saúde, a reclamar, à
privacidade e à confiabilidade das informações.
“O paciente tem direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte dos
profissionais de saúde”.
“O paciente tem direito a ser identificado pelo nome ou sobrenome (...) não devendo ser
chamado pelo nome da doença ou do agravo à saúde, ou ainda de forma genérica ou
quaisquer outras formas impróprias, desrespeitosas ou preconceituosas”.
“O paciente tem direito à segurança e integridade física nos estabelecimentos de saúde,
públicos e privados”.

2.3 Comportamento Profissional

Por representar o Cirurgião Dentista e a Odontologia perante a comunidade, o ASB deve


ter uma conduta que não permita a realização de atos que o comprometam. Seu principal
objetivo deve visar o bem estar dos pacientes.
O local de trabalho reflete a imagem de quem atua nele. Cabe ao ASB, logo que chegar
ao trabalho:

 Limpar a mesa, cadeira e os demais móveis que estiverem na sala. Verificar se está tudo
em ordem.
 Ter sempre à mão o material necessário ao desenvolvimento do trabalho: agenda, guia
telefônico, lápis, caneta, bloco de recados, relação interna de ramais etc.
 Fazer uma previsão do material necessário, para que nunca falte nada. Solicitar com
antecedência o que for preciso.

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É importante também que procure manter-se sempre atualizado nos assuntos que digam
respeito ao seu trabalho. Pelas próprias características de sua função, o ASB está sujeito a
muitas perguntas.
O ASB deve estar ciente dos princípios éticos do Conselho Regional de Odontologia
(CRO), e a sua conduta deverá estar norteada com estes princípios em qualquer ocasião,
cumprindo seus deveres perante o Cirurgião Dentista, o paciente e consigo mesmo.
O comportamento no trabalho está sujeito a regras de conduta e precisa ser adaptado e
ajustado à vida profissional. Faz parte deste comportamento:

 Pontualidade: é uma qualidade de grande importância no setor profissional. Chegar com


alguns minutos de antecedência permite a organização do local de trabalho.
 Espírito de iniciativa: procurar encontrar a melhor forma de desempenhar as atribuições,
buscando sempre maior aperfeiçoamento.
 Boa vontade: ser prestativo e procurar solucionar problemas.
 Colaboração: assumir atitude que vise atingir os objetivos comuns de todo um grupo de
trabalho.
 Responsabilidade: estar consciente de suas próprias atitudes, de seus deveres e
atribuições. Saber o quê, como e quando fazer.
 Discrição: condicionar o comportamento, mostrando controle sobre as situações difíceis:
ouvir sem replicar, deixar de dizer palavras que possam agravar mais uma situação.

Assumir uma postura adequada:

 Não se alimentar no recinto de trabalho;


 Não ficar no telefone conversando sobre assuntos particulares e que não estejam
relacionados com a profissão, pois ficar conversando com outras pessoas no local de
trabalho só prejudica o seu bom andamento;
 Falar alto, ou usar palavrões ou palavras chulas também denigrem tanto a imagem do ASB
quanto do consultório ou clínica.
O ASB é o elemento chave de um contato. Desenvolver boas relações com as pessoas
que o procuram é uma de suas mais importantes responsabilidades.

2.4 Privacidade e Segredo Profissional

A privacidade implica a confiança das informações relativas a uma pessoa, englobando a


intimidade, a vida privada, honra e imagem das pessoas. Femague. As que podem ou não ser
divulgadas, e em que momento e circunstâncias, aos familiares, amigos ou à própria
sociedade, são indicadas pelo paciente, sob as condições estabelecidas pelos profissionais de
saúde.

2.5 Segredo Profissional

As informações que são objeto de segredo do profissional da saúde


são obtidas através dos dados pessoais. Anamnese (estado do paciente),
exames complementares (laboratoriais ou radiológicos) e também através
de outros profissionais.
O sigilo das informações também é obrigatório para os relatos orais
ou escritos com outros profissionais, para contatos com autoridades e com
a imprensa, para a emissão de boletins odotológicos e inclusive para
conferências ou congressos científicos com exibição de imagens.
O segredo deve ser respeitado não só pelo Cirurgião Dentista e outros profissionais
(médicos, fonoaudiólogos), mas também por todo o pessoal técnico (ASB, TSB) e
administrativo, inclusive aqueles cujas profissões não estão sob controle de normas
deontológicas ou de conselhos de ética profissional.
Somente com a autorização do paciente é que pode se divulgar que ele está doente ou
internado, ou que realizou uma consulta.

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2.6 Motivação Ética do Segredo

Além de ser um direito do paciente, a privacidade o estimula a procurar os profissionais


que garantam o sigilo, uma vez que ele se sentirá protegido e mais à vontade para expor seus
problemas, principalmente nos casos de doenças que possam lhe causar constrangimento,
como a AIDS e o uso das drogas. A ausência de garantias da não divulgação das informações
prestadas leva o paciente a não procurar ajuda do profissional, o que acarreta prejuízo à sua
saúde, como também não terá garantias de receber todas as informações de que necessita,
pois haverá receio de que as mesmas sejam divulgadas e que passem a ser do conhecimento
de todos.

2.7 Violação do Segredo

A legislação brasileira considera crime quebra do segredo profissional, podendo o infrator


ser punido com detenção de três meses a um ano, ou multa, em caso de delito doloso, ou seja,
intencional.
Sempre que solicitar, o paciente deve ser informado de todos os detalhes da doença e do
tratamento. Para ele não existem segredos, diante do princípio de que eles existem para
protegê-lo, jamais para prejudicá-lo. Os pedidos de informações sobre o estado de saúde e
tratamento do paciente feitos por terceiros, como seguro saúde, autoridade policial ou
empregador, podem e devem ser atendidos, desde que haja autorização do paciente ou de sua
família, ou caso de morte.
A quebra do sigilo pode ocorrer por autorização do paciente ou de um representante
legal, por obrigação legal ou por justa causa.

2.8 Segredo e Administração dos Serviços de Saúde

É de responsabilidade do ASB cuidar convenientemente dos documentos sob a sua


guarda, a fim de impedir violações dos princípios éticos e de tê-los à mão, sempre que
necessário. Informações e cópias de prontuários e fichas podem ser encaminhadas a outras
unidades de saúde ou profissionais, desde que autorizadas pelo paciente, à exceção dos fatos
cobertos pelo dever legal.

2.9 Conduta do ASB frente ao Cirurgião Dentista

O ASB deverá ser fiel a seus hábitos, a seus princípios e ao seu trabalho, defendendo-o
em todos os momentos. Realizar as tarefas de modo inadequado, não limpar corretamente o
consultório, não esterilizar adequadamente o instrumental, não usar corretamente a agenda de
consultas, esquecer de cobrar ou pagar alguma conta, utilizar os elementos do consultório sem
permissão do CD para uso próprio são faltas graves que evidenciam irreverência quanto às
responsabilidades assumidas. Se a constância de tais falhas for detectada, a confiança
depositada no ASB pelo CD ficará afetada, ele perderá, com razão, a confiança que necessita
e deposita no ASB, o que inviabilizará, a partir desse momento, sua permanência na clínica ou
consultório, como auxiliar.

3. ETIQUETA PROFISSIONAL

A etiqueta é um fenômeno de cultura popular. É a forma de os


indivíduos se conduzirem de acordo com normas pré estabelecidas numa
sociedade, visando um convívio agradável e uma comunicação fluida. A
fórmula perfeita para um atendimento adequado é: cortesia, amizade, amor
ao próximo e respeito mútuo.
O ser humano verdadeiramente elegante não apenas se veste com
elegância, mas é cortês e bem educado. Trata com deferência os seus
superiores, mas sem subserviência, com simpatia e cordialidade aos seus
iguais e com igualdade aos seus inferiores. Femague. É atencioso e

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solícito para com os idosos. Não quebra a palavra dada, não falta aos compromissos sem
motivo justo e não chega atrasado. Não se esquece de agradecer as atenções recebidas e
nem de retribuí-las, não é maledicente, não mente e não é indiscreto. Quem, por exemplo, não
responde ao cumprimento de um colega de trabalho que está chegando ao consultório pela
manhã, além de manifestar falta de educação, esta sendo agressivo. Também descuidar do
asseio pessoal é ferir as boas maneiras e faltar com a consideração devida ao próximo.
É de suma importância frisar que o ASB ocupa um papel fundamental na rotina diária de
um consultório odontológico. Sua apresentação, postura, bem como o trato com os pacientes,
com o CD e profissionais da área, tanto pessoalmente como ao telefone, e o cuidado dos
consultórios em si, são fatores determinantes de grande parte do sucesso da organização
como um todo. Assim sendo, concluímos que seguir as regras de etiqueta sem perder o senso
do equilíbrio é conquistar a liberdade e a segurança perante si mesmo e perante a sociedade.

4. APARÊNCIA PESSOAL

O ASB deve verificar que a primeira impressão muitas vezes é o


ponto de referência na avaliação da clínica ou consultório.

4.1 Higiene

O ASB, por ser um profissional da área de saúde, deve estar sempre atento à sua
aparência. Estar bem arrumado e limpo, nos mínimos detalhes, é um imperativo, pois os
pacientes estão suficientemente próximos para um exame minucioso.

4.2 Higiene oral

É de extrema importância que o ASB tenha uma ótima saúde bucal. Não só pelo fato de
que o auxiliar vai trabalhar próximo aos pacientes, mas, também, porque é ele quem irá
orientar o paciente em relação a sua higiene oral, devendo dar, portanto, um bom exemplo.
Qualquer profissional envolvido no atendimento do paciente jamais deve fumar durante
as horas de trabalho, pois o hálito de fumante é extremamente desagradável, principalmente
aos não fumantes.
Os alimentos que causam hálito desagradável devem ser evitados, e após as refeições
os dentes devem ser escovados imediatamente.

4.3 Pele e cabelos

Em especial o rosto deve ser muito bem cuidado, pois revela o estado de espírito; uma
expressão agradável e atraente é um ponto básico na avaliação da aparência pessoal.
Dependendo muito da pessoa, do clima, da temperatura e da localização do consultório
pode-se tornar necessário para o ASB lavar o rosto algumas vezes ao dia.
Quanto aos cabelos, estes devem, de preferência, ser curtos, estar limpos e penteados
convenientemente. Se forem longos, devem ser mantidos presos.

4.4 Mãos

Mãos e unhas devem estar sempre limpas. As unhas devem ser conservadas curtas, pois
caso elas sejam longas facilitam a presença de microrganismos. O esmalte deve ser o de cor
natural ou incolor.
Os hidratantes utilizados nas mãos para evitar o ressecamento não podem ter sabor ou
cheiro forte.

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4.5 Cosméticos

A maquiagem deve ser usada de forma discreta e apropriada para o ambiente de


trabalho.
O uso de perfume é aconselhado, desde que ele tenha aroma suave.

4.6 Jóias e adereços

Jóias como colares, anéis ou pulseiras não devem ser usados em serviço. Os
profissionais que trabalham com esses adornos são verdadeiros agentes de infecção cruzada
no consultório.

4.7 Roupa

Procurar sempre se vestir com simplicidade. O ASB deve transparecer um ar de limpeza.


Por ser um profissional da área de saúde, é fundamental o uso de roupas adequadas, o que
diferencia das demais profissões. O uso do uniforme traz a vantagem da higiene e
padronização do estilo de roupa a ser usada, mas caso não seja adotado um uniforme, o ASB
deve procurar vestir-se de modo adequado. Alguns fatores importantes deverão ser
observados:

 Quando o uniforme usado for branco, as roupas íntimas devem ser sempre brancas ou cor
da pele. Nada mais vulgar do que ficar evidente aos pacientes a cor das peças íntimas da
ASB.

 Usar roupas de acordo com o tipo físico, e jamais em número menor.


 Jamais, em ambiente de trabalho, usar decotes, saias com aberturas profundas ou roupas
muito justas. Roupas como minissaias ou minivestidos ou transparências, além de tirarem a
espontaneidade e causar limitação dos movimentos, não condizem com a postura que a
ASB deve ter.
 Para o ASB, o uso de short, camiseta ou bermuda não é apropriado para o ambiente de
trabalho.
 Deve-se dar devida atenção à gola da roupa usada, pois a mesma não deve apresentar-se
suja e encardida.
 Os sapatos devem estar limpos e ser confortáveis, baixos, firmes e fechados, pois a ASB
ficará em pé por muito tempo.

5. ATENDIMENTO AO PÚBLICO

A sociedade determina normas que avaliam se certas formas de


comportamento são aceitáveis ou não. O ASB no convívio com as
pessoas deve ter em mente que sua função é atender bem ao púbico,
com paciência e cortesia, independentemente do próprio cansaço física
ou de problemas pessoais.
O ASB tem que ser carismático e sociável para poder atrair o
público, pois este é o alvo do Cirurgião Dentista.
Este público é composto de todas as classes sociais (ricos e
pobres), nível cultural, e de faixa etária. Todos eles devem ser atendidos
com o mesmo respeito para que não se perca nenhum paciente por algum
ato de indelicadeza cometido.
O ASB deve prestar atendimento, com gentileza, mostrando firmeza quanto às
informações que fornece e habilidade para não transmitir o que não convém ser abordado.

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Lembretes:

 Cumprimentar sempre o paciente com um “Bom dia”, “Boa tarde” ou “Boa noite”. Enquanto
ele relata o que deseja, escutar atentamente para poder encaminhá-lo à pessoa apropriada;
 Caso o ASB esteja atendendo uma ligação e chegar um paciente, deve cumprimentá-lo com
um movimento de cabeça a fim de que perceba que foi notado. Assim que terminar o
atendimento da ligação, deve dirijir-se a ele imediatamente;
 Usar sempre expressões que são indicativas de boa educação como, ”por favor,”,
“obrigado”;
 Verificar se o seu tom de voz é ideal. Algumas pessoas falam muito alto, e por isso irritam;
outras falam baixo demais, fazendo com que, muitas vezes, haja necessidade de repetir o
que foi dito;
 O ASB não precisa ser um “tagarela”, que fica o tempo todo contando sua vida particular ou
todo o capítulo anterior da novela.
 É muito mais produtivo, quando o objetivo é envolver o paciente, procurar saber detalhes da
vida dele, suas preferências, e também as coisas de que não gosta, as quais deverão ser
informadas ao Cirurgião Dentista, na ausência do paciente;
 O ideal é que o paciente seja sempre tratado por senhor ou senhora, salvo por orientação
expressa do próprio paciente;
 Mesmo que o paciente seja muito antigo, considerado “da casa”, o ASB deve se levantar
assim que ele sair da sala clínica. Fazer os procedimentos de rotina, como a marcação da
próxima consulta, lembrá-lo do cheque a ser preenchido, oferecer-lhe um copo de água. Isto
feito, dirijir-se com ele até a porta, dizendo ao se despedir: “até a próxima consulta”.

6. PONTOS IMPORTANTES NO CONTATO HUMANO

6.1 Ponha-se no lugar dos que se aproximam para uma informação

 O ASB deve tratar a qualquer um que venha à sua mesa de trabalho da maneira como
gostaria de ser tratado.
 Procurar compreender o ponto de vista do outro.

6.2 Dê preferência ao paciente

 Nunca faça com que a pessoa espere enquanto você faz um serviço que não seja
plenamente justificado.

6.3 Faça com que a pessoa goste de vir ao local

 Atenda-a com agrado e eficiência.


 Faça-a pensar: “Este é o local que me convém frequentar”.

6.4 Qualquer pessoa merece o melhor serviço

 Não abandone a pessoa antes de concluído o seu trabalho, a fim de atender a seguinte. Ela
poderá sentir-se menosprezada.

6.5 Seja prestimoso

 Não espere que a pessoa procure a quem deva dirigir-se, oriente-a.


 Nunca a ignore, se a vir em outro setor em que você não atende.

6.6 Dê a todas as pessoas atenção e interesses devidos

 Faça-a sentir-se que é bem-vinda.

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 Trate-a sempre como uma pessoa importante.
 Se há oportunidade, faça algum comentário ou pergunta agradável.
 Dê-lhe tempo suficiente para explanar o que deseja.
 Tenha tato ao interrompê-la.
 Não permita que ela se sinta aborrecida.
 Mantenha-se sempre cortês mesmo que seu colega não o seja.

6.7 Para todas as pessoas tempo é importante

 O atendimento e as informações solicitadas devem ser agilizados da forma mais rápida


possível.
 Nunca dê a impressão às pessoas de que você está procurando ver-se livre delas.

6.8 Faça a pessoa sentir-se à vontade

 Acalme-a ao iniciar o contato.


 Pergunte-lhe: ”Em que posso servi-lo?”

6.9 Cortesia Especial

 Ofereça, a todos, os melhores préstimos.


 Dê atenção especial às pessoas idosas e humildes.

6.10 Observe os sinais opostos e reações

 Esteja alerta, no caso da pessoa estar descontente com o serviço.

6.11 Fale claramente

 Crie o hábito de usar palavras simples, sem gíria, faladas com voz modulada e clara.
 Dê à pessoa explicações exatas.
 Seja paciente quando você não for entendido.
 Veja, pelas reações e expressões da pessoa, se ela está interessada em sua conversa.

6.12 Nunca dê ordens

 Nunca diga à pessoa frases indicativas de que ela tenha que fazer algo, como:
“O senhor tem que ir procurar um médico”
“O senhor tem de esperar”.
 Em vez dessas expressões, use:
“Eu aconselho-o a ouvir um médico de sua confiança”.
“O senhor quer ter a bondade de esperar um pouquinho”
“Por favor, o senhor poderia trocar de lugar?”

6.13 Evite atitudes negativas


 Não diga “não”, não use frases como:
“Não pode”.
“Está errado”.
“O senhor não deve fazer isto”.
“O senhor sentou-se no lugar errado”.

6.14 Pessoa arrogante

Se você encontrar alguma dificuldade em atendê-la, não hesite, chame outro colega, mas
faça-o com habilidade, sem que a pessoa perceba.

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6.15 A complementação de um contato

Todo contato deve terminar com “até logo”, “boa-tarde” ou palavras de apreciação e
cordialidade, ou com um sorriso.

6.16 Discrição

A discrição é fundamental, quer seja nas conversas, nas correspondências ou assuntos


confidenciais que você tenha acesso, ou nos diálogos telefônicos.

7. TELEFONIA

O telefone é um rápido meio de comunicação, porque, além de


diminuir distâncias, economiza tempo. Devido à sua função
prioritariamente utilitária, ele deve ser usado pelo tempo necessário para
estabelecer a comunicação, devendo ser evitadas longas conversas
desnecessárias, principalmente no ambiente de trabalho. Da mesma
forma, os familiares e amigos devem ser alertados no sentido de fazer
ligações pessoais apenas em situações de absoluta emergência.
No consultório/clínica, o telefone tem as seguintes funções:

 Marcação de consultas
 Estabelecer um primeiro contato paciente-consultório/clínica
 Contatar pacientes já em tratamento
 Contatar profissionais afins
 Dar e anotar recados

Na rotina de trabalho, o consultório/clínica deve receber mais telefonemas do que dar.


Como para o Cirurgião Dentista o telefone é vital como meio de comunicação, o ASB
deve ter em mente que, ao atender uma chamada telefônica, deve estar preparado para
conciliar, da melhor forma possível, duas exigências contraditórias: manter o livre acesso dos
pacientes até o Cirurgião Dentista e, ao mesmo tempo, selecionar as chamadas que lhe são
dirigidas. Esta triagem deve ser feita de maneira que o paciente nunca se sinta barrado, na
tentativa de falar com o Cirurgião Dentista, aceitando, sem ressentimentos, o fato de que o
profissional não está permanentemente à sua disposição.
Deve-se, também, considerar o fato de que na comunicação por telefone as pessoas não
se vêem, tornando-se impossível observar reações e expressões faciais. O tom de voz e a
linguagem é que irão estabelecer a simpatia do interlocutor. Uma voz alegre e profissional
causa boa impressão, ao contrário daquela seca e distante.

7.1 Atendimento ao telefone

Quando o aparelho tocar, este deve ser atendido de imediato,


identificando-se logo quem atende, declarando o nome e o local:
“Consultório do Dr. William. Bom dia!”
Assim, quem ligou sabe que discou o número certo e com quem está
falando. Caso no consultório trabalhe mais de um profissional, deve-se
atender da seguinte maneira: “Consultório. Cristina. Bom-dia!”. Estas
medidas facilitam, também, os próximos contatos.
Nunca levantar o fone e continuar conversando com alguém do lado,
pois revela falta de preparo e desatenção em relação a quem chama.
A polidez na conversação e a habilidade para tratá-la tornam mais fáceis a comunicação
e, consequentemente, o convívio.
Algumas expressões secas impressionam mal:
 “Fique na linha”

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 “Com quem?”
 “Um momento”.
 “O Dr. William nunca vem antes das dez”.
 “Até logo”.

Essas expressões podem ser substituídas por:

 “Se o senhor quiser aguardar na linha, obterei logo a informação”.


 “Com quem deseja falar?”
 “O Dr. William encontra-se ausente no momento. Gostaria que lhe transmitisse algum
recado?”
 “Se desejar mais informações, pode telefonar mais vezes, senhor X”.
Boa dicção e terminologia correta são imprescindíveis e não deve haver intimidades. As
informações têm de ser precisas, sem serem comprometedoras, pois podem gerar idéias
erradas, valendo lembrar que há informações que não podem ser divulgadas.
O ASB não deve responder, jamais, com “querida”, “querido”, “meu bem”, “nega” ou “fofa”
nem usar tu ou você, mas adotar o senhor ou a senhora.
O uso frequente do diminutivo é antipático e inadequado – “Me faz um favorzinho?”,
”Queres dar um recadinho?”, “Obrigadinha”- mas há expressões que denotam cortesia:
 Por favor
 Obrigada
 Pois não
 Desculpe-me
 Por nada
Se o ASB é forçado a interromper a ligação por alguns segundos, por motivo imperioso,
deve explicar e pedir a quem ligou que aguarde na linha.
Quando uma ligação é interrompida por problemas técnicos, quem chamou é quem volta
a telefonar e também toma iniciativa da despedida.
Quando fazemos uma ligação errada, o correto é nos desculparmos polidamente, sem
maiores explicações. E se acontecer de atendermos por engano não se irrite, ainda que o
engano se repita. A falta não é da pessoa que liga, mas do serviço telefônico. As pessoas
educadas dizem simplesmente: não tem importância.
Como o profissional, normalmente, encontra-se atarefado com seus afazeres, atender a
todos os telefonemas que lhes são dirigidos pode representar grande perda de tempo, ou por
não serem de seu interesse, ou porque os assuntos podem ser resolvidos por outra pessoa.
Portanto, o ASB deve filtrar as chamadas, procurando informar-se do nome de quem liga e do
assunto sobre o qual deseja falar. A experiência e a capacidade de discernimento são, de
modo geral, suficientes para classificar a chamada e decidir se a ligação deve ser transferida,
ou não, para o Cirurgião Dentista.
O lugar do bloco de recados é ao lado do telefone para as anotações devidas, como
nomes, datas, horários e números. Todos os recados devem ser anotados atentamente a fim
de se evitar enganos, muitas vezes irreparáveis.

7.2 Tenha calma

Ao atender o paciente com calma, o ASB demonstra uma forma de


agir eficiente.
O ASB é treinado para prestar bons serviços, apesar de todas as
dificuldades que possam surgir da insistência dos usuários. Por isso, é
importante manter uma atitude de calma, mesmo diante de uma grande
quantidade momentânea de chamadas. Neste caso, o ASB deve se
desvencilhar rapidamente da chamada, mas de uma maneira
imperceptível para o paciente.

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7.3 Cortesia

O ASB deve, inevitavelmente, ser cortês sempre que entrar em contato com os
pacientes.
Atitudes inconvenientes por parte do ASB provocam irritação. Um insulto falado ao
telefone causa má impressão em quem ouve e que, irado, se vê inclinado a fazer o mesmo.
Às vezes pode ocorrer que alguém fale de modo grosseiro. Nesse caso, o ASB não deve
responder com agressividade e tampouco com gracejos.
Um atendimento agradável produz cordialidade. A forma de dirigir-se ao cliente é de vital
importância na realização de um bom serviço.

7.4 Interesse

Cada chamada deve ser atendida com interesse pessoal e com sincero desejo de ajudar.
Os pacientes logo percebem o interesse ou a indiferença com que são atendidos.
É aconselhável que o ASB tente fazer com que o paciente sinta que sua chamada está
recebendo total atenção.
Fazer o possível para informar ao interessado tudo o que ele deseja saber, compreender
e encontrar soluções, são atitudes que o ASB deve cultivar.

7.5 Agilidade

Além de atender com calma, cortesia, interesse e ter voz clara, outra maneira de o ASB
demonstrar sua eficácia é através da agilidade, que deve ser aprimorada com o tempo.
Agilidade significa ser rápido e exato, ou seja, providenciar corretamente grande número
de chamadas em tempo mínimo.

7.6 Sigilo das comunicações

Os detalhes de uma chamada telefônica constituem propriedade exclusiva dos pacientes


nela envolvidos, conforme regulamento que consta na Legislação Federal.
Para providenciar uma chamada o ASB necessita saber certos detalhes que, entretanto,
não pode e nem deve divulgar:

 Os números dos telefones envolvidos na ligação.


 Os nomes das pessoas e a natureza da ligação.
 Qualquer parcela da conversação.

8. AUTOCONTROLE

O autocontrole, ou seja, o domínio dos próprios


sentimentos, pensamentos, ações e reações, é algo a ser
desenvolvido e cultivado na área profissional. Os itens
básicos de autocontrole pessoal são:

 Discrição
 Expressão corporal e facial: é de fundamental
importância o cuidado com as mensagens transmitidas,
pois podem aumentar a ansiedade do paciente.
 Precipitação: não interromper conversas, ou mesmo
entrar em discussão e conversas com os clientes.
 Tirar informações: nem todas as informações devem ser comentadas dentro da equipe e/ou
com pacientes.
 Explosão (raiva, tristeza etc.): saber separar os conteúdos pessoais dentro do horário de
trabalho.

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 “Paqueras”: ter uma atitude profissional, com relação ao sexo oposto, no ambiente de
trabalho.

O ASB deve se esforçar por alcançar domínio sobre seus instrumentos de expressão
física, mantendo o olhar firme, o rosto sereno, os ombros levantados, a face erguida e o andar
firme. Essas formas de expressão deverão ser mantidas até que seja adquirido o hábito que
faz delas uma segunda natureza.

9. RELAÇÕES PROFISSIONAIS

Como o trabalho é fator essencial não só de sobrevivência


como de realização para homens e mulheres, o comportamento
nos setores profissionais tornou-se fundamental, pois o próprio
sucesso depende dele.
O ASB deve ter consciência da importância de seu papel na
rotina diária de um consultório odontológico. Sua conduta nestas
relações pode determinar, ou não, a eficiência nos atendimentos às
necessidades dos pacientes. As posturas do ASB devem ser
adequadas, flexíveis e com abertura ao aprendizado para as diferentes situações que surgirem
na sua rotina de trabalho diário.

9.1 Com relação ao Cirurgião Dentista

 A hierarquia nunca deve ser desconsiderada na relação profissional.


 O ASB não deve interferir nas conversas entre paciente e CD, a não ser que seja solicitado.
 Não esquecer de que o horário do paciente é dele, portanto, merece atenção e respeito.
 Não criar o hábito de reclamar por tudo e por nada.
 Não fazer comentários desagradáveis sobre o local no qual trabalha e sobre o Cirurgião
Dentista.
 Não discutir as ordens recebidas.
 Não se irritar nem se chatear por um simples NÃO, nem por uma ou mais exigências de
trabalho.

9.2 Com relação a pacientes novos

O primeiro contato é que determina como a relação vai se estabelecer e prosseguir. Para
os pacientes novos, o ambiente e, possivelmente, as pessoas do consultório odontológico lhes
são estranhos, e isso lhe causa ansiedade. É no primeiro contato que o paciente formará sua
opinião sobre o que esse tratamento odontológico poderá lhe oferecer.
O ASB deve procurar nesse primeiro contato:

 Ser adequado, bem-humorado, dosando liberdade e simpatia a fim de receber tratamento


igual;
 Respeitar sempre as diferenças entre as pessoas, uma vez que um paciente nunca será
igual ao outro.

9.3 Com relação a pacientes idosos

Cada fase da vida exige necessidades diferenciadas. Com relação às pessoas idosas,
devemos lembrar a possibilidade da existência de uma limitação física, causada pela idade e
/ou enfermidades, o que muitas vezes irá requisitar ajuda e amparo na locomoção, bem como
uma disponibilidade de horário maior que a requerida por outros clientes de outras idades. Há
também, a possibilidade da ocorrência de casos de limitações mentais (memória,
entendimentos etc.), fazendo-se necessária a repetição de certas explicações e confirmação de
horário.

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Podem ocorrer, também, certas “manias” (querer as coisas do seu jeito), como não gostar
de barulhos, conversas ou risadas altas.

9.4 Com relação a crianças e pacientes especiais

Paciência, descontração e diálogo são fatores importantes no atendimento de crianças.


Como as crianças são mais inquietas, e não suportam permanecer sentadas na cadeira por
longo período, as consultas devem ser mais curtas. Deve-se tomar cuidado com os sons e
movimentos bruscos que possam assustar as crianças, bem como expressões corporais,
faciais e verbais.
No caso de pacientes especiais, além do exposto, é importante não demonstrar piedade,
curiosidade, medo do estranho e repulsa no jeito de tratá-las. Em suma, não deve haver
nenhum tipo de preconceito.

10. INSTALAÇÃO DE UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

Quando da instalação de clínica ou consultório odontológico, o profissional deve estar


atento aos requisitos e à legislação básicos.

10.1 Requisitos básicos

 Solicitar alvará
 Montagem do consultório de acordo com a legislação vigente de seu Estado e Município.

10.2 Legislação Básica

Apesar de cada Estado e Município possuírem legislação específica, alguns aspectos


deverão ser observados para a legislação do consultório:

 Higiênico-sanitário
 Ergonômico
 Físico estrutural

10.3 Sala de espera

Esperar não é algo muito agradável independente da situação e em


salas de espera de qualquer tipo.
Toda pessoa que é obrigada a aguardar acaba ficando ansiosa e
esta sensação poderá ser minimizada com uma decoração leve, bonita e
que seja funcional por esta razão deixaremos algumas dicas de como
decorar uma sala de espera:

 Independente do tamanho da sala ela precisa ser arejada e clara


 Dê preferência as poltronas e sofás em couro porque possuem durabilidade e são fáceis de
limpar.
 Utilize tons claros e evite ambientes muito coloridos ou totalmente brancos.
 Preste atenção na iluminação porque ela precisa ser boa para as pessoas que possuem o
hábito de ler possam ficar confortáveis.
 Coloque no ambiente folhagens naturais e especiais para ambientes fechados que são
fáceis de cuidar e alegram o local.
 Deixe espaço entre os sofás ou cadeiras para que as pessoas não se sintam incomodadas
com a proximidade.
 Preste bastante atenção na acústica, afinal de contas ninguém vai gostar de se sentir
incomodado com conversas de outro ambiente, portanto opte por divisórias anti ruído.

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 Evite decorar o ambiente da sala de espera com estampas, fica melhor com cores mais
neutras e no máximo uma parede em cores vibrantes
 Prefira nas janelas persianas que são práticas para limpar e as cores existentes são muitas
e variadas.

Decore de forma que a sala de espera fique aconchegante e agradável, mantendo-a


arrumada, limpa e com opções de revistas para que as pessoas esperem de forma confortável.

Sabemos que um cliente quer ser bem atendido seja em que lugar for, mas a primeira
impressão é a que fica e por esta razão a aparência da sala de estar influencia muito.

Agora é perceber se está muito cheia de apetrechos e deixá-la bem gostosa e que seja
um lugar onde as pessoas aguardam tranquilas.

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10.4 Sala de clínica

A sala clínica deve ser ampla, com dimensão mínima de 9,0 m2.
Conforme a legislação de biossegurança vigente deve possuir duas pias acionadas por
pedal ou sistema fotoelétrico: uma exclusiva para lavagem das mãos e outra para lavagem do
instrumental.
No caso da clínica ou consultório possuírem sala de esterilização independente da sala
clínica, somente uma pia em cada sala são suficientes.

 Utilização de porta-toalhas de papel descartável.


 O sabão líquido deve ser colocado em dispensador.
 A geladeira deve ser exclusiva para colocação de materiais de consumo odontológico,
sendo vedada sua utilização para outras finalidades. O profissional deverá instalar outra
geladeira, caso queira colocar mantimentos para lanche, por exemplo.
 O coletor de lixo deve ter tampa acionada por pedal.

10.4.1 Piso da sala clínica

Deve ser de material liso, resistente, lavável e impermeável e de cor clara.

10.4.2 Paredes

Deve ser de material liso e resistente. A pintura deve ser com tinta lavável e de cor clara.

10.4.3 Iluminação

Além da luz natural, em alguns momentos há necessidade de iluminação artificial,


devendo dar-se preferência a lâmpadas fluorescentes ou lâmpadas de LED.

10.4.4 Ventilação

A sala pode ser ventilada naturalmente.


Se houver ar-condicionado, alguns cuidados devem ser observados:

 Os filtros do aparelho devem ser de lã e lavados semanalmente.


 Os aparelhos devem possuir sistema de renovação de ar.
 Eventualmente, durante a jornada de trabalho, é recomendado, quando não houver
atendimento, que o aparelho seja desligado e a janela aberta para ventilação e renovação
do ar.

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 A limpeza interna deve ser feita cada seis meses por serviço especializado de manutenção,
conforme legislação sanitária.

10.4.5 Abastecimento de água

 O abastecimento de água deve estar ligado à rede pública ou a poço profundo.


 A desinfecção da caixa d’água deve ser realizada a cada seis meses.
 Os filtros utilizados em torneiras devem ser de carvão ativado.

10.4.6 Banheiro

 O vaso sanitário e lavatório devem ser de material impermeável e de fácil limpeza.


 Deve possuir protetores descartáveis para a tampa do vaso sanitário.
 O papel higiênico deve ser condicionado em dispensador próprio, sendo vedado o uso do
rolo.
 Deve ter porta-toalhas de papel descartável e sabão líquido em dispensador.
 O coletor de lixo deve ser com tampa acionada por pedal.

11. EQUIPAMENTOS E APARELHOS ODONTOLÓGICOS

Os equipamentos e aparelhos que compõem o consultório odontológico possuem


funções específicas, sendo projetados, dependendo da sua função, visando o conforto do
paciente, a ergonomia do profissional e pessoal auxiliar e também a utilização de alguns
materiais odontológicos.

11.1 Cadeira odontológica

Tem a finalidade de acomodar o paciente que irá receber o tratamento odontológico.


A legislação atual, visando o atendimento da biossegurança, exige que a cadeira
odontológica seja totalmente automática com o controle do movimento do assento e do encosto
efetuado por pedal para que não haja necessidade de se colocar a mão enluvada e inclusive o
comando do foco da mesma forma.

11.2 Equipo

É o local onde o Cirurgião Dentista apoiará os instrumentais necessários para a


realização dos diversos procedimentos nos pacientes. No equipo se encontram as pontas para
caneta de alta rotação, o micromotor e a seringa tríplice. Existem dois tipos de equipos pelos
quais o profissional pode optar de acordo com as suas necessidades e espaço dentro do
consultório:

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 Acoplado: tem formato de mesa e é preso à cadeira por um braço, que pode se movimentar.

 Cart: tem formato de mesa, situada sobre rodas que permitem livre movimentação.

11.3 Unidade Auxiliar

É composta pela cuspideira e sugadores, podendo ter também uma seringa tríplice
adicional.

11.4 Foco ou Refletor

Saída de luz destinada à iluminação da cavidade oral do paciente.

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11.5 Mochos

Cadeiras a ser usadas pelos profissionais (CD e ASB) durante o atendimento ao


paciente.

11.6 Aparelhos de Raios-X

Aparelho destinado a realizar exames radiográficos.

Aparelho de RX - ION 70 DIGITAL COLUNA Aparelho de RX - RX Parede 60 Kvp

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11.7 Amalgamador

Aparelho utilizado na mistura das ligas que compõem o amálgama.


Amalgamador - Vibramat dosador automático Amalgamador - Vibramat capsular analógico

11.8 Fotopolimerizador

Aparelho que através da emissão de luz halógena ou LED polimeriza (endurece)


determinados materiais restauradores.

Fotopolimerizador - Foto Digital Fotopolimerizador - Foto LED

11.9 Ultrassom

Aparelho utilizado para a remoção de cálculos (tártaros) e, dependendo do modelo, no


auxílio em tratamentos endodônticos, dentísticos e protéticos.

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11.10 Câmara escura (portátil quarto ou labirinto)

Local isento de luz onde são processados (revelação, lavagem, fixação e lavagem final)
os filmes radiográficos.

11.11 Negatoscópio

Aparelho utilizado para visualizar e analisar as radiografias. Pode ser pequeno e


aclopado ao equipo ou maiores, e nesse caso, pode ficar apoiado em bancadas ou preso à
parede.

Negatoscópio de bancada Negatoscópio de parede

11.12 Autoclave

Aparelho que utiliza calor úmido sob pressão para esterilização de instrumentais.

- Mini incubadora - Teste para mini incubadora - Suporte para embalagens

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11.13 Seladora automática

Aparelho para selar (fechar) as embalagens com instrumentais para serem colocados na
autoclave.

11.14 Lavadora ultrassônica

Aparelho utilizado para lavagem de material.

11.15 Peças de mão

Peças que são encaixadas nas pontas do equipo quando utilizadas nos preparos dos
elementos dentários. São elas:

 Caneta de alta rotação

 Micromotor - no micromotor pode ser acoplada peça reta ou contra ângulo.

- micromotor - peça reta - contra ângulo

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11.16 Seringa Tríplice

Peça acoplada ao equipo utilizada para secar ou lavar a cavidade oral ou preparo de
dentes.

11.17 Compressor

Equipamento utilizado para bombear ar para as pontas da seringa tríplice no equipo e


nas pontas sugadoras. Pode ter cilindro horizontal ou vertical.

Horizontal Vertical

11.18 Caixa de comando

Local onde estão as conexões para entrada de ar do compressor, instalações de água e


esgoto, reservatório para a água filtrada da seringa tríplice.

11.19 Comando automático

Dispositivo para acionar os movimentos da cadeira e a iluminação do refletor usando o


pé.

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11.20 Bomba de Alta Sucção

Equipamento independente, utilizado para sugar com alta potência sangue e saliva, é
muito utilizado em cirurgia. É um equipamento complementar aos sugadores normais que
estão acoplados à unidade auxiliar.

12. ERGONOMIA APLICADA À ODONTOLOGIA

Ergonomia é a ciência que estuda a adaptação do homem ao trabalho e vice-versa,


buscando condições ideais, ambientação e integração do homem, permitindo-lhe produzir mais
e melhor dentro da menor unidade de tempo, tudo visando a produtividade com o menor
desgaste possível.
A ergonomia em odontologia objetiva a simplificação do trabalho, prevenção da fadiga e
maior conforto ao Cirurgião Dentista, ao ASB e ao paciente.
Para que a equipe de trabalho mantenha uma postura ergonômica durante todo o
procedimento clínico, é necessário que certas normas sejam seguidas:

 Sentar-se no mocho, formando um ângulo de 90º com as pernas, ficando com os pés bem
apoiados no chão.
 Manter as costas retas e apoiadas ao encosto do mocho, na região renal, e a cabeça
ligeiramente inclinada para baixo.
 Ajustar a altura da cadeira de tal maneira que uma das pernas do CD possa ficar sob o
encosto sem sofrer tensão.
 Pressionar o recosto da cabeça para baixo quando o trabalho for realizado na maxila
(arcada superior) e para cima e para frente, quando for na mandíbula (arcada inferior).
 Manter uma distância de 30 cm da boca do paciente.
 Trabalhar com os cotovelos junto ao corpo ou apoiados em local que esteja no nível dos
mesmos.
 Ter tudo a um alcance mínimo, eliminando movimentos supérfluos.

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 Utilizar sugador de alta potência durante todo o procedimento, evitando que o paciente
utilize a cuspideira.
 Com o objetivo de efetuar trabalho organizado totalmente integrado à equipe, alguns fatores
devem ser observados por todos:
 Seleção do equipamento determinado e adequado à execução do trabalho a quatro mãos.
 Zona operacional de trabalho.
 Utilização de bandejas previamente arrumadas para as diversas tarefas a serem
executadas.
 Técnica correta de transferência de instrumentos entre si durante o trabalho.

12.1 Áreas ou zonas de trabalho

Para a execução correta e eficiente de uma tarefa a quatro mãos, a área de trabalho é
dividida em quatro zonas.

 Área do CD, também chamada de área operacional.


 Área estática.
 Área do auxiliar (ASB).
 Área de transferência que fica à frente do paciente (entre o CD e o ASB).

A área operacional é aquela em que o CD atua.


A área estática é um espaço vazio, situado entre o CD e o ASB, podendo ser ocupado
pelo CD em certas manobras bastante raras.
A área do ASB pode ter por perto um armário móvel, com os instrumentos e materiais
usados. É importante salientar que tal aparato não deve interferir com a posição do ASB.
A área de transferência é aquela onde ocorre a troca de instrumentos entre o CD e o
ASB. Esta troca deve-se dar junto à boca do paciente, sem que o CD desloque suas mãos e
olhos do campo operatório.

Para melhor estabelecer os limites das diversas zonas, usa-se como referência a
marcação de horas, tendo-se a boca do paciente como centro. Os limites das áreas são:

 Área operacional: entre 8 a 12 horas.


 Área estática: entre 12 a 2 horas.
 Área do auxiliar: entre 2 a 4 horas.
 Área de transferência: entre 4 a 8 horas.

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12.2 Padronização

O elemento essencial para o sucesso da Odontologia a quatro mãos é a padronização. A


maioria dos procedimentos em Odontologia pode ser padronizada facilmente desde que sejam
bem elaborados.
As bandejas pré-preparadas devem ser padronizadas para cada tarefa. Existem várias
maneiras para a colocação dos instrumentos em uma bandeja, porém uma só deve ser
escolhida e assim mantida. Também deve ser padronizada a sequência dos instrumentos.
Todo instrumento deve ser usado por ordem, até completar a sua tarefa, para não ser
substituído.
Existem algumas tarefas padronizadas para o ASB.

12.3 Deveres do ASB

 Deve-se verificar a limpeza e a ordem de todo e qualquer equipamento e instrumental na


sala operatória, para evitar atrasos e embaraços durante os procedimentos operatórios. Esta
verificação deve ser constante e metódica.
 A atenção do ASB deve ser antes, durante e após o tratamento do paciente.
 Manter o campo operatório sempre isolado para melhor visualização do CD.
 Usar o sugador quando necessário.
 Afastar os tecidos moles (língua e bochecha), procedimento que pode ser feito com o
próprio espelho bucal ou com afastadores específicos.
 Também há necessidade de se proteger usando os EPIs (máscaras, luvas, óculos, avental,
protetores), pois o ASB também terá contato com o campo operatório.

12.4 Transferência de instrumentos


Objetivos:

 Reduzir os movimentos do CD, permitindo-lhe manter os olhos sempre focalizados no


campo operatório;
 Economizar tempo, uma vez que os instrumentos são entregues de forma suave e imediata.

Para que isto ocorra, é importante que os instrumentos nas bandejas sejam pré-
preparados de acordo com a sequência de solicitação do CD. Caso haja inversão na ordem, o
CD deve comunicar ao ASB com antecedência.
A transferência de instrumentos deve ser feita junto à boca do paciente, sem que o CD
afaste suas mãos do campo operatório.
O ASB deve utilizar somente a mão esquerda durante a transferência. Sua mão direita
fica livre para executar outras tarefas, como usar a seringa de ar para limpar o espelho ou fazer
afastamento de tecidos moles.
Para maior compensação, a mão esquerda do ASB é dividida em duas partes, de acordo
com a função dos dedos durante a tarefa:
Parte da entrega: Composta pelos dedos polegar, indicador e médio.

Parte da tomada dos instrumentos: Constituída pelos dedos anular e mínimo.

12.5 Tempo, ação e movimento

Os princípios de tempo, ação e movimento nos darão uma noção de racionalização do


trabalho, o que é muito importante dentro da ergonomia.
A análise destes tópicos proporcionará um enfoque diferente do conceito de trabalho.

 Tempo: é a quantidade de segundos, minutos ou horas que levaremos para fazer o trabalho.
 Ação: são os atos que o CD e o ASB executam durante o atendimento ao cliente.

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 Movimento: é o esforço físico que fazemos em todo o corpo ou parte do corpo para
realizarmos o trabalho.

12.5.1 Tempo profissional

É o tempo dedicado pelo CD no exercício da profissão. Pode ocorrer no consultório,


quando ele está fazendo um curso de especialização ou quando vai ao laboratório de prótese.

12.5.2 Tempo Operatório

É a parcela do tempo que o CD dedica ao tratamento do paciente no seu consultório.


É o tempo produtivo em termos de remuneração.
No tempo operatório quanto maior a produção, maior a remuneração.
O tempo operatório é dividido em tempo de espera, ações diretas e ações indiretas.

12.5.3 Tempo de espera

É o tempo que o CD tem que interromper o tratamento à espera de alguma coisa


como, por exemplo, quando espera o cliente cuspir, espera a troca de uma broca ou espera o
efeito da anestesia. Este é um tempo importante que deve ser diminuído ao máximo e, se
possível, eliminado.

12.5.4 Ações diretas

São as que exigem intervenção do CD na boca do paciente e que requerem


conhecimento universitário especializado. São partes do tempo operatório, ou seja, o tempo
importante para o CD, consideradas fundamentais na geração do trabalho final.

12.5.5 Ações indiretas

São os trabalhos feitos fora ou dentro da boca do paciente e que não requerem
formação universitária por parte de quem o executa.
Estas ações são preparatórias, pois podem anteceder uma ação direta, ou
complementá-la. Exemplo: colocar algodão, trocar brocas, preparar amálgama, usar seringa
tríplice e sucção são ações indiretas e podem ser realizadas pelo ASB, desde que
determinados para isso, sendo, portanto, ações delegáveis ou transferíveis.
Com certeza quanto menos ações indiretas o CD executar, maior tempo sobrará para
que ele realize ações diretas.
A experiência diz que os profissionais que trabalham desta maneira são unânimes em
confirmar o aumento de produtividade, de conforto e de qualidade o trabalho com diminuição
da fadiga.

12.5.6 Movimentos

Os movimentos de trabalho também se classificam de acordo com o esforço que se


exige do corpo humano. Desta forma, para um melhor rendimento do trabalho, os movimentos
do CD devem estar restritos aos movimentos de dedos, punhos e antebraços.
Para tanto, os estudos ergonômicos determinam os conceitos e equipamentos a
serem utilizados para a montagem dos consultórios odontológicos, de forma a diminuir os
movimentos e o tempo de tratamento odontológico.

13. O EQUIPAMENTO COMO ELEMENTO DE TRABALHO

Como elemento de trabalho, o equipamento odontológico pode ser classificado de acordo


com a pessoa que o utiliza. Assim, tem-se:

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 Elemento do paciente: cadeira odontológica
 Elementos do CD: mocho, equipo onde estão as pontas e tudo o que é utilizado para o
tratamento clínico.
 Elementos do ASB: unidades de sucção (inclusive cuspideira), mocho, todos os armários e
mesa auxiliar onde estão os materiais e instrumentais necessários para que ele auxilie o
CD.
Os equipamentos citados como elementos do CD podem ser fixos, semimóveis ou
móveis. Os equipamentos fixos já estão superados. Os semimóveis são presos por uma haste
à estrutura da cadeira, possibilitando um posicionamento ergonômico de trabalho. Os
equipamentos móveis são montados sobre rodízios, permitindo ampla mobilidade ao lado da
cadeira.

14. POSIÇÃO DE TRABALHO DO CIRURGIÃO DENTISTA

A primeira posição de trabalho adotada pelos Cirurgiões Dentistas foi em pé, ao lado da
cadeira de atendimento clínico, com o paciente sentado. Esta posição era bastante
desconfortável e prejudicial ao CD.
Com o aparecimento do mocho, o CD passou a trabalhar sentado, mas ainda em
condições bem desfavoráveis.
Com o advento das cadeiras que permitem colocar o paciente deitado, do equipo móvel,
do mocho com rodízios e das técnicas de sucção, foi possível mudar as posições de trabalho.
Hoje, o CD trabalha sentado. Esta posição, quando correta, reduz a fadiga, aumenta o
equilíbrio, melhora a estabilidade e deixa livre os pés, para permitir controle dos pedais.

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Referências Bibliográficas:

1 – Lobas, Cristiane F. Sales et al – THD e ACD – Odontologia de Qualidade – 2ª Ed. São


Paulo: Santos, 2006.

2 – ACD Auxiliar de Consultório Dentário. Santos: Editora Rúbio.

3 – Maroti, Flávio Zoega. Consultório Odontológico. São Paulo: Editora Senac.


4 – Os “7 pecados” da Odontologia em relação à Vigilância Sanitária”. ANVISA, 2007.
Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/biss/2007/02_010607_pecados_odontologia.htm Acesso
em 09 mar. 2012.

5 – Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de


projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/anexo/anexo_prt0050_21_02_2002.pdf
Acesso em 09 mar. 2012.

6 – RDC Nº 50 e odontologia. Disponível em: http://www.odontobio.kit.net/rdc50.htm Acesso


em 09 mar. 2012.

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