Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
12 de agosto de 2020
Foto: reprodução
O problema é que, embora haja muitos PcDs com uma perspectiva anticapitalista - vale
lembrar que nossa existência não se resume à deficiência e que, portanto, construímos
posições político-ideológicas como todo indivíduo -, falta ao debate do capacitismo uma
perspectiva que tenha um horizonte revolucionário e que promova, consequentemente,
emancipação concreta e não apenas ideal. Essa carência se faz notar, principalmente,
em ambientes de militância. Minha intenção é, portanto, evidenciar a impossibilidade de
se dissociar o capacitismo da luta de classes e, por conseqüência, lançar alguns
acúmulos para a construção de um pensamento marxista anticapacitista.
1/3
conformações corporais, essas pessoas seriam dadas como “menos capazes” ou
“incapazes”, sendo definida pelo grau de distanciamento entre a conformação de seus
corpos e as normas ganhas.
Portanto, é preciso que qualquer marxista consequente tenha em mente que, além da
exploração das mulheres nesse sistema patriarcal, da exploração e genocídio do negro e
periférico, além da criminalização e política de morte dirigida à comunidade LGBT +, é
preciso também denunciar e combater a segregação, a invisibilização e o extermínio de
pessoas com deficiência na sociedade capitalista. Sim, companheiros, extermínio.
2/3
que não poderia fazer. No Brasil, também nessa época, um rapaz negro, surdo e autista
foi morto pelas costas ao não reconhecer uma abordagem policial. Sim, companheiros,
extermínio.
Pessoas com deficiência são, antes de tudo, pessoas. Entender e praticar isso é a base
do anticapacitismo. Entender e praticar isso, combatendo a lógica de produção tanto
imediata como moral que nos ensina o lugar de marginalizados é a base do
anticapacitismo revolucionário.
3/3