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DA
PERSONALIDADE
ANTISSOCIAL
PROF: RAFAEL MENDES
CRP: 06/152182
OBS:Todos os casos e exemplos aqui expostos e são fictícios ou tiveram dados como
nome, gênero e idade modificados para preservar o sigilo do paciente. Qualquer
semelhança é mera coincidência.
KEVIN
• https://www.youtube.com/watch?v=Yy3vgFtEWMA
(spoiler 1:30)
LINHA DO TEMPO – TRANSTORNO
OPOSIÇÃO DESAFIANTE
• É um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa com duração
de pelo menos seis meses, podendo ser leve, moderado ou grave (ambiente), evidenciado por pelo menos quatro ou
mais sintomas de qualquer uma das categorias abaixo na interação com outra pessoa que não seja um irmão:
➢ Humor Raivoso/Irritável
1. Com frequência perde a calma;
2. Com frequência é sensível ou facilmente incomodado;
3. Com frequência é raivoso e ressentido;
➢ Comportamento Questionador/Desafiante
1. Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, no caso de crianças e adolescentes, adultos;
2. Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a obedecer a regras ou pedidos de figuras de autoridade;
3. Frequentemente incomoda deliberadamente outras pessoas;
4. Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau comportamento;
➢ Índole Vingativa
1. Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses;
• A frequência desses sintomas deve exceder os níveis considerados normais para a idade,
gênero e cultura da criança;
• Prevalência de 3,3% da população;
• Na infância é mais comum em meninos do que em meninas;
• Início em idade pré-escolares;
• Raramente surge no inicio da adolescência;
➢ Curso
• Sintomas desafiantes, questionadores e vingativos = maior risco de desenvolver Transtorno
da Conduta;
• Sintomas de humor raivoso/irritável = maior risco de desenvolver Transtornos Emocionais;
FATORES DE RISCO
• Hoje são reconhecidos três conceituações sobre TPAS (A diferença se dá no âmbito criminal e jurídico)
1. Transtorno de Personalidade Antissocial;
2. Transtorno da Personalidade Dissocial;
3. Psicopatia;
REALIDADE X FICÇÃO
• A sintomatologia chave do psicopata é a indiferença (ausência de empatia) e a violação do direito dos outros
(“A vida é injusta”, “só sobrevivem os mais fortes”, “perdedores vão perder”, “o mundo é dos espertos”);
• A pessoa com TPAS tende a transferir a culpa de seus atos à vítima (“Ela já esperava por isso”, “Ele merecia isso
mesmo”, “Mas quem mandou não ter percebido antes? A vida ensina”, “Ao menos aprendeu uma lição”);
• Tende a minimizar as consequências de seus atos;
• Podemos destacar também como Falsidade e Manipulação;
• “As pessoas com esse transtorno desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos dos outros. Com frequência
enganam e manipulam para obter ganho ou prazer pessoal”. (DSM-V, p. 660);
• Atos agressivos para defesa própria ou de outra pessoa não são consideradas evidências;
• Acredita que todos devem ajuda-lo e não devem incomoda-lo;
• O diagnóstico só pode ser fechado quando o individuo completa 18 anos de idade;
O PSICOPATA É “INTELIGENTE” COMO
NO CINEMA?
• “As decisões são tomadas no calor do momento, sem análise e sem
consideração em relação às consequências, a si ou aos outros; isso
pode levar a mudanças repentinas de emprego, moradia ou
relacionamentos”. (DSM-V, p. 660);
• Autoconceito inflado;
• Arrogância;
• Preocupações comuns são “comuns” demais para
eles;
Ex: Um trabalho pode não estar a sua altura;
• Excessivamente opiniáticos;
• Autocofiantes, invencíveis, incríveis;
• Convencidos;
SEDUÇÃO
• Charme superficial;
• Desinibição;
• Aventureiro;
• “Personalidade” volúvel;
Ex: Falas técnicas, rebuscadas com o intuito de impressionar o ouvinte;
• Aventureiros sexuais (comp. sexual de risco);
• Poligamia;
• Paternidade inconsistente/instável e práticas parentais negativas;
• Incapacidade de tolerar monotonia e humor deprimido;
• Baixa tolerância a frustração;
• “Não expressa sentimentos nem demonstra emoções para os outros,
a não ser de uma maneira que parece superficial, insincera ou rasa (as
ações contradizem a emoção demonstrada (pode “ligar” ou “desligar”
emoções rapidamente) ou quando as expressões emocionais são
usadas para obter algum ganho (emoções com a finalidade de
manipular ou intimidar outras pessoas).” (DSM-V, p. 471)
• Propensão a fracassos profissionais;
• Fracasso em se sustentar;
• 0,2 – 3,3%;
• Prevalência pode ser de 70% em casos graves de homens com comorbidade de dependência
alcoólica;
• Pode haver uma remissão ou diminuição dos sintomas e comportamentos por volta dos 40 anos
de idade;
FATORES DE RISCO E CURSO
• Em uma família com um membro TPAS, os indivíduos do sexo masculino tem mais chances de
desenvolver TPAS com abuso de substâncias e mulheres Transtorno de sintomas Somáticos;
• Estudos sobre adoção mostram risco aumentado tanto para pares biológicos quanto adotivos;
• a proporção de crianças que tem relações positivas com seus pais diminui regularmente seguindo-se a escala de
gravidade dos delitos. O controle parental varia em grau e em natureza com o tipo de delinquência. Um
controle estrito observa-se ao mesmo tempo nos não delinquentes e nos delinquentes graves, mas associado a
sanções físicas severas na famílias destes últimos.”(Selosse, 1997, p. 200)
• sexuais e psicológicos;
• Vulnerabilidade social;
• Institucionalização precoce;
• Criminalidade parental;
• Psicopatologia familiar;
• Abuso de substâncias;
• Níveis anormalmente baixos de excitação cortical fazendo o que o individuo busque mais
“excitação, perigo e emoção” (Quay, 1965);
• Mielinização comprometida?
ANALISE DE
JULGAMENTO
MORAL
• TPAS à direita: áreas pré-frontais exibem maior
atividade ligadas a circuitarias cognitivas (laranja
e rosa) “frias e racionais”;
• As emoções primárias (azul) mostram menor
atividade;
• Regiões de pensamento moral também
apresentam atividade reduzida (Vermelho);
• Algumas pesquisas mostram alterações no Pesquisa do psiquiatra Renato Oliveira
córtex pré-frontal e amígdala; (Michael Craig) realizou RM em 279 pessoas com
distúrbios neuropsiquiátricos.
CASO PHINEAS GAGE – O
DESENVOLVIMENTO DA
NEUROCIÊNCIA
• Acidente de trabalho projetou uma barra de ferro em sua
cabeça;
• Após convulsões e infecção o paciente sobreviveu;
• Alterações de personalidade perciptiveis no comportamento
passaram a acontecer;
• Condutas antissociais:
➢ Mentiras;
➢ Egocentrismo
➢ Baixa tolerância a frustração
• O cérebro encontra-se em preservação em Havard, onde os
pesquisadores Hanna e Antônio Damásio reconstruíram a lesão
em 1994 publicados na revista Science.
MÁSCARA DE SANIDADE
• Hervey Cleckley publicou “The Mask of Sanity” (1941) com base em sua própria experiência clínica, que foi um marco
para o inicio da compreensão científica por trás da Psicopatia;
• “Em contraste com escritores anteriores que definiram “personalidade psicopática” como um termo que engloba
diversas formas de delinquência, Cleckley rejeitou explicitamente esta conceituação ampla. Ao contrário, ele
caracterizou a psicopatia como uma síndrome clínica altamente distinta com uma etiologia subjacente e singular, um
déficit central na reatividade emocional.”
• O elemento mais essencial na conceituação de Clecley, incorporado ao título do seu livro, seja a ideia de que a
psicopatia é a contraposição de uma parência externa de saúde mental robusta à uma patologia subjacente grave. Em
contraste a outros pacientes que se mostravam confusos, agitados, disfóricos, isolados ou perturbados de alguma forma,
os psicopatas parecem equilibrados, sociáveis e bem ajustados em um contato geral.”
• Só muito tempo de observação em diversas situações a verdadeira face se mostra, a máscara fica evidente, ou seja, uma
gama de desvios psicopáticos característicos vem a tona;
• “A superfície do psicopata... Parece igual ou melhor do que o normal e não dá nenhuma pista de um transtorno interior. Nada
nele sugere estranheza, inadequação ou fragilidade moral. Sua máscara é de saúde mental robusta. (Cleckley, 1976, p.383)
16 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE
CLECKLEY
1. Encanto superficial e boa “inteligência”;
2. Ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional;
3. Ausência de “nervosismo” ou manifestações psiconeuróticas;
4. Inconfiabilidade;
5. Desonestidade e insinceridade
6. Falta de remorso ou vergonha;
7. Comportamento antissocial inadequadamente motivado;
8. Julgamento ruim e falha em aprender pela experiência;
9. Egocentrismo patológico e incapacidade para amar;
10. Pobreza generalizada nas principais reações afetivas
11. Perda de crítica específica;
12. Falta de responsividade nas relações interpessoais em geral;
13. Comportamento fantasioso e não convidativo com bebidas e algumas vezes sem;
14. Raramente ocorre suicídio;
15. Vida sexual impessoal, trivial e pobremente integrada;
16. Falha em seguir qualquer plano de vida;
TPAS X PSICOPATIA
• Podemos entender que são Psicopatologias que tem correlação mas diferem em alguns aspectos;
• “O TPAS pode ser visto como uma expressão comportamental de uma vulnerabilidade subjacente
mais ampla para problemas do controle do impulsos. O TPA se caracteriza particularmente pela
irritabilidade associada à impulsividade e irresponsabilidade.”
• “ Psicopatia de Hare apresenta intersecções com o TPAS, entretanto inclui itens de desvio afetivo
que Cleckley descreveu como “máscara” da psicopatia. Achados mais recentes indicam elementos
de dominância, imunidade ao estresse e destemor.” (O’Donohue, p. 151)
• Em algum grau o TPAS exprime a sua frustração com maior facilidade enquanto o Psicopata se
anestesia dos elementos estressores.
PSYCHOPATH CHECKLIST – PCL-R
(HARE, 2003)
1. Vulnerabilidade/Encanto Superficial;
2. Senso grandioso de autovalorização;
3. Necessidade de estimulação/propensão ao aborrecimento;
4. Mentiras patológicas;
5. Trapaça/manipulação; Foi idealizado para identificar infratores encarcerados
6. Ausência de remorso ou culpa; que exemplificavam as descrições de Cleckley (1976)
7. Afeto Superficial;
de personalidade psicopática. Classificado em uma
8. Crueldade/falta de empatia
escala de 0-2 (ausente, duvidoso, presente). Através de
9. Estilo de vida parasitário;
10. Pouco controle de comportamento;
uma entrevista semiestruturada os escores obtidos
11. Comportamento sexual promiscuo; nos 20 itens individuais são somados para fornecer um
12. Problemas comportamentais precoces; escore geral de psicopatia. (
13. Ausência de metas realistas de longo prazo;
14. Impulsividade;
15. Irresponsabilidade;
16. Falha em aceitar a responsabilidade por suas próprias ações;
17. Muitas relações maritais de curto prazo;
18. Delinquência juvenil;
19. Revogação de liberdade condicional;
20. Versatilidade criminal
• Serial Killer: Padrões e perfis semelhantes de vítimas, seguindo critérios “ritualísticos” para cometer
os crimes;
• Assassino em Massa: Líder de uma nação ou região que causam danos em massa a população,
matando em larga escala o cidadão comum;
• Stalker: Perfil direcionado em perseguir uma pessoas em busca daquilo que deseja (sexo, dinheiro,
ou benefício);
• Colarinho Branco: TPAS que recorrem a crimes voltados para extorsão, golpes financeiros e
sonegação fiscal, podem ter sucesso financeiro na vida e ocupar cargos altos em empresas;
TRATAMENTO
• Dificuldades no manejo destes pacientes;
• Manipulação, mentira e distorção da realidade;
• Comportamento sedutor e enganador;
• “As revisões da literatura sobre o tratamento de indivíduos antissociais e psicopatas tem geralmente enfatizado
as dificuldades inerentes ao tratamento destes indivíduos e a ineficácia de intervenções psicológicas nestes
transtornos”
• Os dados obtidos por Harris e Rice (2006) mostram que psicopatas expostos a intervenções padrões
psicoterapêuticas e cognitivo-comportamentais em comunidades terapêuticas, quando livres, tendem a
intensificar suas condutas antissociais e criminosas. Uma justificativa para isso seria que estes indivíduos
aprendem no processo psicoterapêutico novas formas de manipulação e controle;
• Porém os autores mostram que intervenções altamente estruturadas com influências na família e na
comunidade poderiam ser efetivas;
• As dificuldades para esse tipo de intervenção;
CASOS
P S I C O P AT A S F A M O S O S
CHARLES MANSON
• Esse assassino em série líder de uma seita hippie a Família Manson, em São
Francisco, em 1967.
• Manson abrigava, em geral, pessoas que se revoltavam contra os pais ou
possuíam problemas emocionais muito profundos;
• M anipulava essas pessoas a liberar seus instintos assassinos e a roubar os
mais ricos para levar dinheiro para sua seita;
• Normalmente, eles escreviam mensagens com o sangue das vítimas nas
paredes do local onde os assassinatos ocorriam;
• Caso ganhou popularidade pelo assassinato da atriz famosa Sharon Tate;
(1969)