Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ASSOCIATIVISMO RURAL:
UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM
CAICÓ/RN.
CAICÓ – RN
15/12/2016
Fábio Batista de Souza
ASSOCIATIVISMO RURAL:
UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM
CAICÓ/RN
Caicó – RN
15/12/2016
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN
ASSOCIATIVISMO RURAL:
UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA BARRA DA ESPINGARDA EM
CAICÓ/RN
_________________________________________________________
Profª. Mª. Isabel Cristina dos Santos – Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande Norte – CERES
_________________________________________________________
Profª. Drª. Sandra Kelly de Araújo – Examinadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CERES
_________________________________________________________
Profe. Me. Djanni Martinho dos Santos Sobrinho – Examinador
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CERES
Caicó – RN
15/12/2016
Dedico a Deus, por ser extremamente
paciente e piedoso. A minha família, por
me ajudar nos momentos difíceis.
AGRADECIMENTOS
The focus of this work was to analyze the performance of the Community Association
of Barra da Espingarda, rural area of the municipality of Caicó/RN. To obtain the data
an in locu visit was carried out, which sought to analyze, through data obtained in
interviews and questionnaire applied with the family farmers and people who help to
promote the rural associativism in Barra da Espingarda. In order to understand the
object of study, a theoretical framework based on the concepts of rural associatism,
development, development as freedom, local development, globalization and territory
was raised, it was then possible to contact the community association of Barra da
Espingarda. Organization of the partners and made concrete through projects and
actions that enabled the construction of an infrastructure that strengthened life in
common, leading to the conquest of their social rights, promoting local development.
Showing the importance of developing the theme.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..................................................... 16
3. HISTÓRICO DO ASSOCIATIVISMO .................................................................... 19
3.1 Conceito: Associativismo ................................................................................. 22
3.2 Breve Histórico Modernização da Agricultura Brasileira .................................. 25
3.3 Globalização e Agricultura ............................................................................... 28
3.4 Agricultura Familiar .......................................................................................... 29
4. BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO .................................................. 33
4.1 Desenvolvimento Como Liberdade .................................................................. 36
4.2 Desenvolvimento Local .................................................................................... 38
4.3 Território e Território Rural ............................................................................... 40
5. ANÁLISE DA ATUAÇÃO A ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA BARRA DA
ESPINGARDA EM CAICÓ/RN NA ATUALIDADE....................................................43
5.1 Pesquisa Realizada Com Os Associados e Uma Entrevista Realizada Com a
Presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de
Caicó/RN................................................................................................................ 44
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 60
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62
APENDICE A - APLICADO COM OS SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA
DA BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN ........................................................... 66
APÊNDICE B ............................................................................................................ 69
1. INTRODUÇÃO
14
estruturadas com a Presidenta dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de
Caicó/RN e Damião Santos de Medeiros Coordenador do Programa de Convivência
com o Semiárido (SEAPAC).
Com intuito de compreender os dados obtidos no questionário foi realizada a
tabulação dos dados em forma de tabelas e gráficos no software Excel 2010 para
uma melhor compreensão das análises das informações adquiridas dos
associados/entrevistados.
Com o objetivo de demarcar a área estudada foi feito o uso software ArcGis ®
que é de propriedade da ESRI® (Environmental Systems Research Institute). Os
shapes encontrados dos mapas foram encontrados no site do IBGE. Já a imagem de
satélite foi obtida através do Google Earth Pro que em seguida foi georreferenciada
por meio do SIG e em cima desta imagem elaborou-se o shape demarcando a área
de estudo.
Para uma melhor compreensão do trabalho necessitou-se a divisão do
trabalho em seis capítulos e subcapítulos para além da compreensão manter a
organização do referido trabalho. O segundo capitulo é composto por uma breve
caracterização da Área de Estudo, onde abordou-se os principais aspectos
históricos da área estudada contendo os elementos naturais que compõe o
município e a localidade estudada.
No terceiro capitulo apresenta-se o histórico, conceito e suas características
do associativismo rural, além do entendimento do processo de modernização da
agricultura, procurou-se entender e conceituar a globalização, agricultura familiar. No
quarto capítulo desenvolvimento e território que dão suporte para a construção do
trabalho. E no último capítulo em seguida análise do associativismo rural e atuação
da Associação Comunitária Barra da Espingarda onde será mostrado os resultados
da pesquisa.
15
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
16
Mapa 1: Mapa da área central da Comunidade Barra da Espingarda. Fonte: IBGE/Autor.
18
3. HISTÓRICO DO ASSOCIATIVISMO
19
No Brasil o associativismo rural foi intensificado, sobretudo a partir dos anos
1980 em virtude da crise econômica que se acarretou dentre outros mais
organizações no meio rural possibilitando se contrapuser a realidade desfavorável, a
partir dessa forma de organização que o espaço rural passou a ser mais estruturado.
Também pela comercialização, problemas que ganharam espaço à medida que se
verificava que a luta pelo acesso à terra ou permanência na terra não resolvia
definitivamente a situação precária de grande parte dos agricultores no país.
O avanço tecnológico desenvolve contradições, pois embora surja na
perspectiva de beneficiar o ser humano que o cria, dificulta o próprio convívio do
homem com seus semelhantes e destes com a natureza. Nesse contexto, torna-se
necessário buscar alternativas para direcionar a questão, sendo cada vez mais
urgente realizar articulações na sociedade, visando uma maior harmonia entre a
sociedade e a natureza, privilegiando o ser humano dentro de um processo de
desenvolvimento.
Atualmente o associativismo rural surgiu como forma de organização pelos
agricultores que encontraram uma forma de se contrapor a sociedade capitalista,
através de projetos alternativos, tecnologias ambientais e de políticas de convivência
na sociedade local em relação ao mercado capitalista.
Para DEMO (2001, p. 30):
20
O associativismo no Estado do Rio Grande do Norte surgiu a partir das ações
da Igreja Católica que defendia os direitos dos agricultores, preocupada com a
realidade do campo, onde engajou o Movimento de Educação de Base (MEB), que
teve objetivo de desenvolver a educação no campo através da programação de
rádio.
Segundo MEDEIROS (2006, p.15):
Assim a Igreja deu início a essa atividade no Rio Grande do Norte contando
depois com o movimento sindical para a consolidação das organizações
comunitárias, promovendo atividades e incentivando o associativismo rural e
construindo novos cenários de ações de movimentos organizacionais.
Na região do Seridó do Rio Grande do Norte o associativismo rural
acompanhou ou foi partícipe com maior ou menor intensidade das manifestações
associativas do contexto histórico do país e do Estado do Rio Grande do Norte. Isso
implica dizer que sua situação pode ser descrita como um associativismo rico, cheio
de conquista e também de problemas, e apenas parte integrante de uma longa
trajetória.
A partir da ajuda da Igreja Católica incentivando a organização das
comunidades, deu-se a busca do empoderamento econômico e social dos
moradores. Foi à busca desse empoderamento que levou a Igreja a impulsionar os
movimentos sociais a se organizarem para a conquista de seus direitos.
21
Originalmente o termo se refere ao reconhecimento e promoção do conjunto
de direitos humanos (civis, políticos, econômicos, culturais, etc.) de uma
comunidade. Neste sentido o empoderamento dos pobres e das
comunidades viria a ocorrer pela conquista plena dos direitos de cidadania,
do conhecimento e do reconhecimento do seu local, da sua região, dos
seus limites e das suas potencialidades. Ou seja, da capacidade de um ator,
individual ou coletivo, usar seus recursos econômicos, sociais, políticos,
culturais e ambientais para atuar com responsabilidade no espaço público
na defesa de seus direitos e no exercício dos seus deveres, influenciando
as ações do Estado na distribuição dos serviços e recursos públicos. (EL-
DEIR, 2013. p. 91).
22
Segundo Alencar (1960), “associativismo refere-se a atividade humana
desenvolvida em um grupo social, que é constituído por uma coletividade de
indivíduos ligados entre si por uma rede ou sistema de relações sociais,”
especificamente em relação as associações de pequenos agricultores.
A organização dos pequenos agricultores em associações quer sejam de
produção, comercialização ou de serviços, entre outras, constitui-se em uma das
formas mais viáveis de sustentação das pequenas unidades de produção, pois
possibilita aos produtores ir além da sobrevivência e passa a pensar no modo de
produção.
O associativismo representa uma importante opção estratégica, capaz de
transformar ou modificar a realidade, ou como um instrumento que proporciona aos
diferentes atores sociais meios para se adaptarem a essa realidade vivenciada pelos
agricultores.
Já o associativismo no meio rural segundo Brasil (2016), se “constitui em
alternativa necessária de viabilização das atividades econômicas, possibilitando aos
trabalhadores e pequenos proprietários um caminho efetivo para participar do
mercado em melhores condições de concorrência”. Nota-se que em ambos os
conceitos trabalham a ideia de trabalhar uma concorrência mais equilibrada contra o
mercado capitalista, assim travando uma luta mais igualitária entre os pequenos
agricultores com o mercado capitalista.
No contexto rural é compreendido, como um objeto que serve de apoio para
os pequenos produtores rurais lutarem por seus direitos socioeconômicos,
proporcionando da luta contra o capital financeiro de maneira organizada. “o
associativismo rural pode ser entendido, como um instrumento de luta dos pequenos
produtores, proporcionando a permanência na terra, elevação do nível de renda e de
participação como cidadãos.” (PEDROSO; JÚNIOR, 2008).
O mesmo constitui-se em exigência histórica para melhorar a qualidade da
existência humana, ou seja, para melhorar as condições de vida do homem em
determinado local, pois faz com que a troca de experiências vivenciadas e a
convivência entre as pessoas se constituam em oportunidade de crescimento e
desenvolvimento para o território ocupado.
Para Dalfovo et al. (2010), o associativismo rural surgiu para “integrar
pessoas, com a finalidade de melhorar as condições de vida e os direitos dos
23
cidadãos, propondo soluções para fortalecimento dos projetos” tendo a finalidade de
que os associados se vejam como sujeitos coletivos ativos.
Desta maneira, as estratégias associativas estarão unidas com uma
suposta ordenação social de mercado, pois se apresentam aos produtores rurais
com o instrumento estratégico importante para o fortalecimento econômico e social.
Assim “o sistema associativo compreende, fundamentalmente, os modos de
regulamentação das relações entre pessoas para o efeito de atuarem conjugada
mente no esforço reprodutivo e na reprodução biológica do grupo” (RIBEIRO, 1978).
O associativismo rural representa uma reação a um estado de coisas, e
continua crescendo por vários motivos, tais como: aumento do desemprego no
campo-cidade, com isso alterando os cenários da economia, surgindo à necessidade
das pessoas se organizarem para terem mais força pra enfrentar o mercado,
propiciando um ambiente de trabalho menos competitivo e mais solidário.
A relevância está exatamente no fato do associativismo trazer uma nova
ideia de organização, a ideia de uma grande família trabalhando em prol de todos os
membros. “As pessoas que organizam, determinam os fins a serem alcançados pela
entidade e agregam esforços para que tais objetivos sejam alcançados, permitindo
assim, a construção de condições maiores e melhores” (DAYANA, 2012).
As associações adotam os princípios de uma doutrina nomeada
associativismo e que expressa à crença de que juntos, podendo encontrar soluções
viáveis para os conflitos que a vida em sociedade apresenta. Sendo capaz de
transformar ou modificar a realidade, ou como um instrumento que proporciona aos
diferentes atores sociais meios para se adaptarem a essa realidade cotidianamente
vivida pelos agricultores.
Para Moraes e Curado (2004), as associações comunitárias rurais são
sociedades formais criadas com objetivo de integrar esforços e ações dos
agricultores e seus familiares em benefício da melhoria do processo produtivo e da
própria comunidade a qual pertencem. O princípio da participação social é
determinante no processo de conquistas materiais. Neste aspecto, interessa que a
comunidade tenha condições de usufruir os bens e serviços e materiais
conquistados pela organização.
Através das associações rurais o associativismo passa ser entendido como
mecanismo de minimização de empecilhos ao crescimento das atividades agrícolas.
24
Ao possibilitarem crescimento da renda e, por imediata, uma série de efeitos diretos
ou indiretamente, em diversas atividades, ambos podem contribuir com a
dinamização do sistema econômico, fenômeno essencial ao desenvolvimento.
Essa pratica persiste, mesmo com a presença de entraves, consiste num
imediato caminho a ser percorrido pelos agricultores, em especial aqueles de prática
familiar, tendo em vista que, além de nortear para melhores condições econômicas e
sociais, tende a materializar o resultado alcançado através dessa união,
aproximando-os de uma concorrência produtiva.
Nessa perspectiva, o associativismo é mecanismo essencial para o
fortalecimento da coletividade, que promovem a inserção econômica dos pequenos
produtores no mercado e, assim, permitindo que a agricultura familiar possa se
desenvolver e principalmente satisfazer as necessidades econômicas, sociais e
humanas realizadas em grupo, visto que a fixação dos agricultores no campo
permitindo o maior dos benefícios do mundo rural
25
no país de um setor industrial voltado para a produção de equipamentos e insumos
para a agricultura.
É importante, mencionar que com o surgimento de novas técnicas agrícolas,
observa-se o desenvolvimento da agricultura moderna, ao afirmar que modernas
técnicas superam a rudimentar através de um processo com meios de inovações
tecnológicas em base do avanço do conhecimento técnico cientifico, levando por sua
vez á agricultura de insumos e equipamentos modernos.
A agricultura moderna considera impulsionar o desenvolvimento das áreas
rurais, proporcionando condições para que se possa alcançar a cidadania no meio
rural sem a necessidade de haver migrações para as cidades, haja vista que essa
capacidade de combinar atividades agrícolas com outras não agrícolas assim tem
proporcionado uma produtividade mais expressiva para a agricultura familiar.
Bem como se pensa em consequência da onda modernizadora na agricultura,
percebe-se que as transformações da agricultura possuem duas vertentes:
agricultura na forma de concentração de terras nas mãos de poucos realizando suas
produções para o agronegócio e a agricultura de subsistência, que possui poucos
recursos e poucas terras. A modernização no meio rural alterou a estrutura agrária,
onde pequenos produtores rurais que não conseguiram se adaptar às novas
técnicas de produção no campo.
O avanço da modernização agrícola brasileira foi atrelado a várias alterações
estruturais e sociais no campo, sobressaindo, como as mais importantes, a
aceleração do êxodo rural1, o aumento na concentração da distribuição da posse da
terra (pois as mudanças ocorreram apenas no processo produtivo no campo,
aumentando os níveis de produção e não influenciou em nada a mudança da
estrutura fundiária que continuou a mesma, assinalar-se assim, como uma
modernização conservadora e excludente priorizando uma minoria empresas e
grandes latifundiários) e da renda, havendo uma modificação no perfil da força de
trabalho agrícola.
Tendo em vista que os pequenos agricultores não atingiram produtividade
suficiente para competir com grandes empresas agrícolas e se endividaram com
1
Segundo Evangelista e Carvalho (2001), êxodo rural é “uma aceleração da migração rural-urbana,
podendo caracterizar um processo de expulsão, quando há conflito em torno da posse da terra
(estrutura fundiária muito concentrada) e catástrofes climáticas como secas e enchentes.
26
empréstimos bancários solicitados para a mecanização das atividades, tendo como
única forma de pagamento a venda da propriedade para outros produtores.
Esse processo de modernização provoca intensa diferenciação entre as
regiões e exclusão de grupos sociais. É um fenômeno que não contribui para
encurtar a distância existente entre o grande e o pequeno produtor no país, mas
pelo contrário, contribui para aumentá-la. A exclusão dos produtores menos
favorecidos ocorre principalmente porque com a modernização, a agricultura se
torna mais cara, pois à medida que a mesma se industrializa vai substituindo os
insumos que eram produzidos na própria propriedade por outros produzidos por
outros setores não agrícolas.
Essa modernização na agricultura foi possível devido A Revolução Verde,
modelo que foi baseado no uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos na
agricultura, é um fato corrente no meio rural e está presente na vida de muitos
produtores rurais em diversas áreas do mundo.
27
3.3 Globalização e Agricultura
28
incentivos à agricultura, impulsionados pela a Revolução Verde os pequenos
agricultores foram excluídos pela globalização da agricultura.
30
O termo agricultura familiar gera a preocupação de vários autores em
desenvolver sua definição científica que de fato possa haver compreensão de sua
diversidade política, cultural e social.
A agricultura familiar pode ser definida como o conjunto das unidades
produtivas agropecuárias com exploração em regime de economia familiar,
compreendendo aquelas atividades realizadas em pequenas e médias propriedades,
com mão de obra da própria família.
De acordo com Hecht (2000, p. 51),
32
4. BREVE HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO
33
dessa visão, tendo um controle para que assim todos tenham acesso ao
desenvolvimento de forma igualitária, tornando uma civilização mais desenvolvida
através dos tempos.
Com as mesmas oportunidades de desenvolvimento, os indivíduos podem
transformar seu próprio caminho e ajudar outros mais necessitados. Diante esse fato
toma-se forma a questão do desenvolvimento através de programas e projetos.
“Existe, de fato, uma sólida base racional para reconhecermos o papel positivo da
condição de agente livre e sustentável e até mesmo o papel positivo da impaciência
construtiva” (SEN, 2000).
O termo desenvolvimento passou a ser confundido por outros conceitos,
sendo principalmente com o conceito de crescimento econômico, de certa forma
impedindo o entendimento do que realmente é desenvolvimento. Já que o conceito
em debate estava sem formação e entendimento pelos teóricos e pela sociedade.
Nos últimos 50 anos o termo desenvolvimento passou por uma crescente
evolução, a cerca que, foi comparado com o conceito de crescimento. Havendo uma
consideração maior e mais ampla do desenvolvimento em relação à economia,
dando uma ideia de um desenvolvimento mais social. Segundo Veiga (2003), “mais
importante enfatizar que durante os anos de 1950 não se fez qualquer distinção
entre as noções de desenvolvimento e de crescimento econômico”
A partir do ano citado acima, que foi sendo desconstruindo pouco a pouco a
diferença das ideias de crescimento econômico e desenvolvimento. Foi-se criando
um consenso que havia diferenças nas denominações. Dando espaço segundo
Veiga (2003), para debates duvidosos que mostram surtos periféricos do
crescimento econômico intensivo criando apenas focos de prosperidade, cercados
de miséria por todos os lados.
34
Isso implica que só há desenvolvimento se houver bons resultados do
crescimento econômico sobre a sociedade através dos níveis de satisfação de
melhores condições de vida, econômica de acordo com Relatório do
Desenvolvimento Humano, pelo Programa das nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD).
As discussões a respeito do desenvolvimento não cessaram, ao contrário
houve continuidade a partir de estudos realizados pela Organização das Nações
Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta para a sociedade diante
a crise econômica e ambiental pela qual o mundo passava a partir da segunda
metade do século XX. Com isso foi apresentado o termo ecodesenvolvimento2 que
foi oficialmente declarado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, passando a
ser conhecida de Conferencia Estocolmo.
Porém com o passar dos anos o termo citado não vigorou sendo substituído
pelo termo desenvolvimento sustentável 3apresentado no Relatório Brundtland, esse
documento foi exposto no ano de 1987 sendo reconhecido por todo mundo. No caso
do Brasil ficou conhecido como Nosso Futuro Comum 4na Comissão Mundial para o
Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), também chamada de Rio-92 onde
expos o conceito de desenvolvimento sustentável.
2
Para maior aprofundamento sobre o termo Ecodesenvolvimento consulte Oliveira; Monteiro (2015)
3
Para se aprofundar acerca do tema desenvolvimento sustentável consultar Barbosa (2008).
4
Para Barbosa (2008), o documento Nosso Futuro Comum definiu o desenvolvimento sustentável
como aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as
gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.
35
4.1 Desenvolvimento Como Liberdade
36
foram feitos vários questionamentos às abordagens corretas que dominavam a
economia do desenvolvimento.
Diante o exposto o desenvolvimento pode ser entendido com um processo de
expansão das liberdades pessoais que as pessoas possam desfrutar ou das
capacidades do ser humano tem. Diante desse fato a liberdade é entendida de uma
maneira mais abrangente. Assim Sen (2000), acrescenta que o entendimento de
liberdade está associado ao processo de se relacionar de maneira livre na política,
na economia, na segurança e na vida social de uma maneira geral.
Sob essa visão Sen (2000), destaca a importância da liberdade humana para
a concretização do desenvolvimento seguro onde garanta a liberdade dos direitos
civis. A privatização dessa liberdade acarreta o surgimento de processos
inadequados que impediam a realização de novas oportunidades que pudessem
garantir um desenvolvimento humano. “A justificação das liberdades e direitos
estabelecida por essa ligação causal é adicional ao papel diretamente constitutivo
dessas liberdades no desenvolvimento” (SEN, 2000).
37
A noção de desenvolvimento vai muito além do aumento do nível de renda e
de condições materiais. É importante compreender que a renda é uma variável
relevante para impulsionar o desenvolvimento, à medida que o crescimento seja
acompanhado por melhoria da qualidade de vida da população. De acordo com Sen
(2010): “é sem dúvida é inadequado adotar como nosso objetivo básico apenas a
maximização da renda ou da riqueza, que é como observou Aristóteles, “meramente
e em proveito de alguma outra coisa”.
Sen (2000), reconhece que o crescimento pode influenciar o
desenvolvimento, mas não se pode limitar o desenvolvimento a crescimento
econômico. O autor cita a possibilidade de mudanças sociais promotoras de
desenvolvimento sem que estas estejam relacionadas ao crescimento. Assim como
a economia pode crescer sem que resulte em mudanças na qualidade de vida.
38
O desenvolvimento local está associado, normalmente, a iniciativas
inovadoras e mobilizadora da coletividade, articulando as potencialidades
locais nas condições dada pelo contexto. [...] Mesmo quando decisões
externas – tenham um papel decisivo na reestruturação socioeconômica do
município ou localidade, o desenvolvimento local requer sempre alguma
forma de mobilização e iniciativas dos atores locais em torno de um projeto
coletivo. (BUARQUE, 1999, p. 10).
5
Segundo Santos (1978), espaço geográfico é compreendido como um conjunto de formas representativas de
relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações que estão
acontecendo e manifestam-se através de processos e funções
40
sobre os quais ela influi. Quando se fala em território deve-se, pois, desde
logo, entender que se está falando em território usado, utilizado por uma
dada população. (SANTOS, 1998, p.11).
6
Segundo Conterato (2008), Desenvolvimento rural “poderia ser interpretado como um movimento
ininterrupto, alimentado pela construção e consolidação de práticas agrícolas e não-agrícolas que
levam em consideração os atributos e recursos existentes na família e na unidade de produção e sua
complementariedade quando do estabelecimento de relações de troca com o ambiente social e
econômico seja via mercado de produtos e serviços ou mercado de trabalho”.
41
Quanto à admissão do rural ao território, isto exigiu uma análise da base de
critérios de ruralidade propostos nos estudos realizados por Veiga (2000), que
sugeria critérios baseados na densidade demográfica e na população total.
Devido ao conceito de território ter ingressado na abordagem rural passou a
ser entendido com um espaço delimitado, onde os contornos são divididos por certo
grau de homogeneidade e de integração no tocante, aos aspectos físicos e as
atividades econômicas e aspectos sociais da população local.
Já Abramovay (2003), enfatiza que, no meio rural, o entendimento sobre território
adquire uma dupla importância: a primeira que sugere uma reflexão sobre desenvolvimento
de uma forma mais ampla, incluindo um conjunto variado de protagonistas e procurando
superar um diagnóstico estritamente setorial. Uma diversificação nas economias rurais é
consequentemente o resultado mais importante do desenvolvimento em áreas menos
povoadas. Assim em segundo lugar o entendimento acerca do território no meio rural chama
atenção para que o processo de desenvolvimento estiver sujeito à forma de se relacionar
comunidade local.
42
5. ANÁLISE DA ATUAÇÃO A ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DA
BARRA DA ESPINGARDA EM CAICÓ/RN NA ATUALIDADE
Nota-se que através das associações as pessoas buscam seus direitos que
por muitas vezes são negados ou até mesmo são impossibilitados devido ao sistema
43
financeiro que vivemos que acaba sendo excludente por isso a sociedade passa a
se unir para garantir o desenvolvimento em coletividade.
Entende-se que a pratica do associativismo rural em Caicó/RN fortaleceu os
laços de amizades e solidariedade de quebrar os tabus e realizar debates em
diversos temas da comunidade e também da sociedade importante para conquistar
políticas públicas fortalecendo a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo
sem contar com a grande contribuição para o desenvolvimento do território.
Finalizando a sua fala, Damião destaca a contribuição das associações rurais
para o desenvolvimento do território.
Sim com certeza através dos projetos muitas associações promoveram uma
vida melhor qualidade de vida aos seus associados, a partir da sua luta do
seu fortalecimento e de suas ideias serem concretizadas através dos
projetos, essas vivencias e ideias postas em práticas pelos projetos
financiados pelos órgãos públicos (Damião Santos de Medeiros, pesquisa
de campo em 21/11/2016).
A união das pessoas passa ser um forte instrumento de luta para conseguir
benefícios que visem o bem comum através de projetos que tem em vista
proporcionarem melhores condições de vida ao homem do campo, visando o
desenvolvimento em coletividade das comunidades.
MULHERES 8
HOMENS 8
MENOS DE 20 ANOS -
DE 20 ATÉ 30 ANOS -
DE 30 ATÉ 40 ANOS 2
DE 40 ATÉ 50 ANOS 6
DE 50 ATÉ 60 ANOS 7
MAIS DE 60 ANOS 1
CASADO (A) 12
SOLTEIRO (A) 4
DIVORCIADO (A) -
VIÚVO (A) -
45
COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE
SEM ESCOLARIDADE 2
46
(18,75%) possui o Ensino Médio Incompleto, (12,50%), tem o Ensino Médio
Completo, já (12,50%) dos sócios aparece sem Escolaridade, ou seja, analfabeto,
(6,25%) possui Ensino Fundamental Completo. Nenhum dos sócios apontou na
tabela com Ensino Superior Incompleto ou Ensino Superior Completo.
Os dados permitem inferir que associação é composta por sócios com uma
escolaridade de nível de ensino baixo, mas isso não implica em dizer que esse fato
seja o empecilho para o desenvolvimento da comunidade e sim torna um fator
responsável para que os mesmos busquem se aprimorar cada vez mais.
A tabela 2 mostra os dados em relação ao tempo que está na associação,
ocupação dos sócios e por último no que diz respeito ao nível de contribuição da
associação para a melhoria de vida dos associados. Busca-se entender o tempo que
os mesmos estão sócios e sua qual sua função no dia a dia na comunidade e assim
o quão a associação comunitária da Barra da Espingarda de Caicó/RN contribui para
a qualidade de vida dos associados.
TABELA 2 – Respostas aos questionamentos: Quanto tempo está na
associação, Qual a sua Ocupação, Qual o nível de contribuição da associação
para a melhoria da sua qualidade de vida.
COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE
MENOS DE 3 ANOS 2
DURANTE 3 ANOS -
DURANTE DE 4 ANOS -
DURANTE 5 ANOS 1
MAIS DE 5 ANOS 13
AGRICULTOR (A) 12
APOSENTADO 3
TERCEIRIZADO 1
47
COMUNIDADE BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN QUANTIDADE
CONTRIBUI MUITO 14
CONTRIBUI RAZOAVELMENTE 1
CONTRIBUI POUCO -
NÃO CONTRIBUI 1
48
fortalecendo mais para enfrentarem juntos os problemas existentes e que ainda
estão por vim.
49
Gráfico 1: Dificuldades Enfrentadas pela Associação. Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
50
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE
ACORDO COM OS SÓCIOS
12
10
0
Ótima Boa Regular Ruim Outros Péssima
A situação da associação está tão ótima que quando tem algum sócio ou
parente do sócio doente e não tem o dinheiro para comprar o remédio ou
para fazer exames, é só ir à associação e pedir um empréstimo não é muito
dinheiro mais é uma grande ajuda. Moço não existe associação como essa
que tenta ajudar seus associados como pode. (Fala de um dos
entrevistados da pesquisa de campo 19/112016).
51
RELACIONAMENTO ENTRE PRESIDENTE E OS
ASSOCIADOS
12
10
0
Ótima Boa Regular Ruim Outros Péssima
7
R – Significa a resposta dada pelos entrevistados.
52
participar de forma ativa na associação não estarei lutando por nossos interesses, R:
participo sempre das reuniões e questiono por melhorias através de projetos e
cursos de capacitação, R: já contribui muito com associação sendo tesoureiro onde
sempre procurei participar de toda as reuniões, e sempre fiz cobranças para
associação obter mais projetos, R: Eu sempre falo muito nas reuniões e pago
sempre a mensalidade e faço cobranças a associação para poder ela falar com os
órgãos competentes para assim resolver os problemas da comunidade.
O resultado apontado na questão sobre importância da participação dos
sócios mostrou-se respostas muito idênticas, sendo voltadas na participação ativa
das reuniões e cobrança por novos projetos. Apenas (37,50%) souberam responder
ao questionamento proposto e (62,50) não souberam responder quanto a
importância da sua participação na associação. (Ver gráfico 4).
Gráfico 4: Qual o nível de contribuição que associação traz ao pequeno produtor rural.
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Com base nos dados acima observa-se que (93,75%) dos sócios acham que
associação “Contribui muito” para o pequeno produtor rural e (6,25%) declarou que
“Contribui razoavelmente” com isso percebe-se que a entidade é um fator importante
para o desenvolvimento do pequeno agricultor rural, mostra a importância da
entidade na contribuição das conquistas sociais, para a sua valorização pessoal.
53
aquela comunidade, tudo é uma ponte levantamento de demanda dos
problemas, segue para o sindicato e o mesmo encaminha para cada
instituição responsável. A aquela comunidade que não existe associação
não à organização nela, por que quando se chega a qualquer lugar hoje é
perguntando se tem uma associação, porque é diferente vir reivindicar em
nome do coletivo para o ministério público ou outros órgãos do que vir
isoladamente, na verdade nem recebido é, logo é pedido um documento em
nome da associação para poder resolver algo assim se vier resolver
questões em benefício próprio não tem andamento em processo algum.
(Ana Aline Morais, pesquisa de campo em 21/11/2016).
10
0
Sim Não
Gráfico 5: Sobre o que significa associação para os sócios. Fonte: Elaborado pelo autor
(2016).
54
para melhorar as situações, R: Um órgão que serve para ajudar seus sócios, R: Um
órgão que serve para ajudar os agricultores com projetos.
R: Um grupo que busca ajudar a melhor de vida através de projetos, R: São
pessoas que se juntam para trazer melhorias para sua comunidade, buscando
sempre melhorar relação entre todos. R: São um grupo que tentam melhorar as
condições de vida através da união de todos. É muito importante que os sócios
saibam o significado do termo associação para que haja o entendimento da vida em
coletividade e pela conquista das lutas engajadas em prol do bem coletivo. (Ver
gráfico 6).
Gráfico 6: Motivos dos sócios a participar da associação. Fonte: Elaborado pelo autor
(2016).
55
adaptação do sistema de abastecimento de água da comunidade Barra da
Espingarda contando também com o financiamento do Banco Mundial (BIRD).
E (31,25%) sócios responderam que o melhor projeto realizado foi o
das Cisternas, para o consumo humano através do Programa Um Milhão de
Cisterna (P1MC) (Apêndice B) em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho,
Habitação e da Assistência Social (SETHAS), Ministério do desenvolvimento Social
e Combate a Fome, Governo do Estado, SEAPAC, em parceria com a associação
Comunitária Barra da Espingarda em Caicó/RN.
Outro projeto mencionado pelos entrevistados foi o projeto abastecimento de
água (1998), onde 3 (18,75%) destacaram sua importância para a comunidade.
Implementado através da SETHAS, Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural
(PAPP) – RN, BIRD, Governo do Estado em parceria com Associação Comunitária.
Foram construídas 6 caixas de água com capacidade de 10.000 litros, poço e um
dessalinizador facilitando a vida dos moradores nos períodos de seca.
56
Estado, Banco mundial e associação, assim foi posto em prática em contrapartida
com associação, tendo como objetivo melhorar a alimentação das famílias, a renda
familiar e combater a pobreza rural e reduzir o êxodo rural.
Outros projetos contribuíram para o desenvolvimento da comunidade Barra da
Espingarda, não foram apenas os quatro projetos acima citados que através da
associação contribuiu para a melhoria dessas pessoas. A seguir serão mencionados
os outros projetos realizados a partir da união e das reivindicações por melhorias
para a comunidade.
Com objetivo de melhorar ainda mais o abastecimento d’água da comunidade
um novo projeto foi executado, assim 65 cisternas em barra de concreto armada foi
construída (Apêndice B) com apoio do governo federal, da Fundação Nacional de
Saúde (FUNASA), ministério da saúde e parceria com a associação no ano de 2014.
Em 2011 foi solicitado pela associação um projeto de Tanque de resfriamento
de leite (Apêndice B) em parceria com a EMATER, o credito a fundo perdido e a
associação entrava com a contrapartida. Vale salientar que a estrutura foi
construída, mas os equipamentos não foram comprados.
No ano de 1994 foi aprovado o projeto da Passagem molhada da comunidade
Barra da Espingarda que teve sua conclusão em 1996, tendo como parceiros
Governo do Estado do Rio Grande do Norte, SETHAS, PAPP, BIRD, Prefeitura
Municipal de Caicó/RN e a associação. Tendo como objetivo de melhorar o trafego
de pessoas e veículos, para facilitar o escoamento da produção dos pequenos
agricultores rurais ao acesso a cidade.
Lista-se também o projeto do RN Sustentável da Segunda Água que ainda
está em processo de aprovação, o mesmo contará com parcerias do Governo
Federal, EMATER e associação. Esse projeto visa o melhoramento do
abastecimento d’água, cada família vai receber uma caixa de mil litros e um kit de
reuso de água para produção agrícola.
Se não existisse o associativismo rural como forma de organização na
comunidade era muito diferente, na medida em que os agricultores familiares se
organizaram em forma de associativismo rural a comunidade passou a caminhar
rumo ao desenvolvimento. Mostrando que a melhor forma de enfrentar as
dificuldades do campo, podendo significar um acesso maior a bens e serviços aos
57
associados a partir de projetos, políticas voltadas para o meio rural por meio de suas
lutas.
A comunidade antes da associação não tinha praticamente nada segundo
informações da Presidenta do STTR de Caicó, o posto de saúde existia, mas em
péssimo estado de uso sendo através da associação conseguimos melhorias para o
mesmo. Havia uma escola muito pequena também conseguiram aumentá-la com
ajuda da associação, a capela não existia, com a luta dos associados em conjunto
com a igreja Católica construíram uma capela e por último depois de várias
reinvindicações a mesma conseguiu a construção de uma quadra poliesportiva junto
com a Prefeitura Municipal de Caicó.
A associação tem um papel importante com o território de Caicó, pois a
mesma contribui para essa comunidade de forma que possa manter seus moradores
e evitando o êxodo rural. Através da organização promovida pela associação os
agricultores conseguem conviver mesmo com as dificuldades acarretadas pelos
fatores climáticos e sociais. Mesmo enfrentando um longo período de estiagem a
população local não precisou sair da zona rural com destino a cidade, pois a
comunidade vem sendo estruturada para não só enfrentarem os problemas e sim
conseguir produzir para manter as famílias em seu local de moradia.
No território de Caicó possui 37 associações rurais sendo que das 37 apenas
27 são ativas na questão de projetos, reuniões, pagamentos e na quantidade de
sócios. A associação comunitária da Barra da espingarda se destacou entre as
demais devido à organização e aos projetos que concorre com outras entidades e
em maior número de associados.
Assim na última década vem alcançando resultados positivos, pois com as
adversidades climáticas, sociais e políticas no município aconteceu que a
associação recebeu vários projetos que desenvolveu o território da comunidade.
Promovendo meios de melhorar a infraestrutura capaz de fortalecer o processo de
formação coletivo, capacitação de atividades culturais e desportivas pautados na
conscientização dos seus direitos e deveres.
A comunidade passa a ter um papel importante no território de Caicó/RN
como uma comunidade organizada, que além de conseguir manter sua população
ainda atraiu novos moradores tudo isso dar-se pela organização promovida pelos
agricultores familiares sob forma de sociedade civil. Criando meios de desenvolver a
58
comunidade Barra da Espingarda através de projetos promovendo a infraestrutura
instalada na comunidade que facilita o dia a dia de seus moradores.
Associação Consegue cursos de capacitação visando o aperfeiçoamento
das técnicas usadas pelos seus participantes em suas atividades para a geração de
renda em diversas áreas em parceria com STTR de Caicó/RN buscando sempre o
aprimoramento de seus associados, ainda solicita a prefeitura por melhorias nas
estradas e na comunidade em geral.
59
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
60
Onde 50% dos sócios afirmaram estar na associação com o real motivo de que
gosta de ajudar na contribuição para o desenvolvimento da comunidade mostrando
que associação é um instrumento de luta coletivo.
O papel da associação comunitária da Barra da Espingarda no território de
Caicó/RN é importante que mostrando-se a necessidade de se organizar e pensar
de forma coletiva para o crescimento de todos, reivindicando por melhorias e
buscando parcerias para a concretização das mesmas para a comunidade e para o
município de Caicó/RN.
De uma forma geral a atuação da associação na comunidade Barra da
espingarda trouxe grandes contribuições para o desenvolvimento da mesma,
contribuição essa que só foi possível devido à participação ativa dos sócios em
conjunto com os parceiros que os ajudam. O estudo realizado sobre associativismo
rural: a atuação da Associação Comunitária da Barra da Espingarda em Caicó/RN
na atualidade busca ressaltar a importância do associativismo rural para o
desenvolvimento dos agricultores familiares através dos esforços em grupo e
ressaltar a importância desse tema para novos trabalhos acadêmicos, já que a nível
de estado tem poucas publicações a respeito do tema.
61
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Políticas Públicas. Disponível em: <
http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/coea/pncpr/O_que_sao_PoliticasPu
blicas.pdf> Acesso em: 07 dez. 2016.
62
BUARQUE, S.C. Desenvolvimento Local e Globalização. In: Construindo o
desenvolvimento local sustentável: metodologia de planejamento. Rio de Janeiro:
Editora Garamond. 2002, p. 27- 58.
63
GUIMARÃES, M. D. A. Desenvolvimento Rural: Territórios e redes. 2013. Tese
(Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro.
64
SANTOS, M. O Espaço, um Fator? In: Por uma nova geografia. São Paulo: Editora
da Universidade de São Paulo. 1978. p. 165-188.
65
APENDICE A - APLICADO COM OS SÓCIOS DA ASSOCIAÇÃO
COMUNITÁRIA DA BARRA DA ESPINGARDA – CAICÓ/RN
1. Sexo:
( ) Masculino ( ) Feminino
2. Idade:
3. Estado civil:
4. Grau de escolaridade:
__________________________________.
7. Qual o nível de contribuição da associação para a melhoria da sua qualidade
de vida?
66
8. Em sua opinião, quais as dificuldades que a associação enfrenta?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________.
12. Qual o nível de contribuição que a associação traz ao pequeno produtor rural?
( ) Sim, significa:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________________.
( ) Não
67
14. Por que você participa dessa associação?
68
APÊNDICE B
69
Associação Comunitária da Barra da Espingarda e EMATER
70
A esquerda a adutora: Governo do Estado, Associação e BIRD e a direita:
SETHAS, PAPP, BIRD, Governo do Estado e Associação
/
FUNASA, Ministério da Saúde e Associação
71
SETHAS, PAPP, BIRD, Governo do Estado e Associação
72