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COLEÇÃO
HISTÓRIA
ISBN - 978-85-427-0177-7
2 ANO
FB70177
Ficha técnica
Diretor superintendente Jorge Yunes
Diretora adjunta editorial Célia de Assis
Gerente editorial Eloiza Jaguelte Silva
Consultoria técnico-pedagógica Valdeci Valentim Loch
Coordenadora editorial Osmarina F. Tosta
Editor Lúcia Chueire L. Witoslawski
Editor assistente Donália Jakimiu Basso
Valquiria Salviato Guariente
Revisão Etienne Vaccarelli
Francis Cabral
Revisão comparativa Roberta Bachstein
Coordenação de iconografia Ana Cláudia Dias
Assistente de iconografia Jéssica C. Ortiz
Licenciamento de textos Luiz Fernando Bolicenha
Coordenação de arte Solange Freitas de Melo
Editoração José Cabral Lima Júnior
Lineu Blind Ribeiro
Patricia Librelato Rodrigues
Ilustrações Cide Gomes
Roberto Weigand
Kleber Edney R. Santos
Tratamento de imagens J. V. Elorza
Projeto gráfico Laís Cristina Caldonazzo
Capa Rafael Hatadani
Imagem da capa Estúdio Motoca
CAPÍTULO 2 - OS DOCUMENTOS
QUE NOS IDENTIFICAM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
O PRIMEIRO DOCUMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
OUTROS DOCUMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
PASSADO ................................................... 60
CAPÍTULO 1 - A HISTÓRIA NA NOSSA VIDA . . . . 62
AS MULHERES NA HISTÓRIA ................................... 63
PISTAS DO PASSADO E O PATRIMÔNIO HISTÓRICO . . 66
4
OUTROS ESPAÇOS DE CONVÍVIO......... 82
UNIDADE
1 A MEDIDA
DO TEMPO
RELÓGIO EM EDIFÍCIO.
CURITIBA (PR), 2006.
ÀS VEZES EU FICO
PENSANDO COMO AS
PESSOAS SABIAM OS
HORÁRIOS DO DIA
ANTES DE EXISTIREM
OS RELÓGIOS.
© Rafael Santos/Acervo Editorial
windu/shutterstock
MENINA MEXENDO
NO PONTEIRO DE
UM RELÓGIO.
10
11
Marbury/Shutterstock
formas de contar o
tempo passou por
diversas etapas. Aqui
estão retratadas duas: o
relógio de Sol, de cerca
de 3 mil a.C., e o de
pêndulo, do século 17.
RELÓGIO DE SOL.
NELE HÁ UMA
HASTE DE METAL
NA QUAL BATEM
OS RAIOS SOLARES,
PROJETANDO UMA
SOMBRA EM
SUA BASE.
12
13
PARA REFLETIR
tempo ao longo do dia pela sombra projetada pelo Sol é
impossível em dias nublados e durante a noite e, portanto, utilizar
só esse método traria muitas dificuldades para as pessoas, que
ficariam sem referência sobre os horários.
1. APÓS O ESTUDO SOBRE ALGUMAS DAS FORMAS CRIADAS
PELO SER HUMANO PARA MEDIR O TEMPO, REFLITA SOBRE A
OP: converse com os alunos sobre a grande quantidade de tarefas
SEGUINTE QUESTÃO: que as pessoas executam na atualidade, que não se limitam ao
período diurno, e como isso pode dificultar a observação da natureza.
••SE AINDA HOJE UTILIZÁSSEMOS O MOVIMENTO APARENTE
DO SOL PARA MEDIR A PASSAGEM DO TEMPO, QUE
DIFICULDADES PODERIAM OCORRER?
••QUE PROBLEMAS ISSO PODERIA ACARRETAR?
A ) ANOTE AS SUAS CONCLUSÕES E DEPOIS CONVERSE COM
RESPONDA SEUS COLEGAS E PROFESSOR. Respostas pessoais.
NO CADERNO
14
15
marchello74/shutterstock
AS IMAGENS MOSTRAM A PRAIA DE COPACABANA, DURANTE O DIA E DURANTE A NOITE.
RIO DE JANEIRO (RJ), 2012.
B. Melo/Shutterstock
DA ESQUERDA PARA A DIREITA: LUA NOVA, LUA CRESCENTE, LUA CHEIA E
LUA MINGUANTE. FONTE: NASA. FASES DA LUA.
VOCÊ SABIA?
A TERRA LEVA 365 DIAS E 6 HORAS, APROXIMADAMENTE,
PARA GIRAR EM TORNO DO SOL. ESSE MOVIMENTO É DENOMINADO
DE TRANSLAÇÃO.
CHAMA-SE ANO BISSEXTO O ANO AO QUAL É ACRESCENTADO
UM DIA EXTRA, FICANDO ELE COM 366 DIAS, UM DIA A MAIS NO
MÊS DE FEVEREIRO, OCORRENDO A CADA QUATRO ANOS. ISSO É
FEITO COM O OBJETIVO DE CORRIGIR A DIFERENÇA DE 6 HORAS,
QUE ACUMULADAS AO LONGO DE QUATRO ANOS, RESULTA NO
ACRÉSCIMO DE UM DIA. OP: proposta de atividade de
observação no Manual do
Professor.
REPRESENTAÇÃO DO
MOVIMENTO DE
TRANSLAÇÃO.
17
18
O
CADA PERÍODO Z
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VARIAM MUITO DE
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DESSES GRUPOS
OUTUBRO
ABRIL
NO TERRITÓRIO
BRASILEIRO.
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RENATO GAVAZZI (ORG.). GEOGRAFIA
MB
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GA
F EST
CA
XINGU. SÃO PAULO: INSTITUTO
SE
A JÁ B
IV
SOCIOAMBIENTAL/MEC, 1996, P. 55. OT
A QU
A
O TA
TO JU
AR
S NH
OP: nesse calendário, os meses do ano são
OVO
UP
GO A O
indentificados pelas principais atividades JULHO
desenvolvidas em cada um deles.
Ozaiachin/Shutterstock
kenjii/Shutterstock
19
Danny E Hooks/Shutterstock
sommthink/Shutterstock
RELÓGIO DE SOL
Monchai Tudsamalee/
Shutterstock
DenisNata/Shutterstock
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CORRESPONDE AO
PERÍODO ENTRE OS MESES
DE FEVEREIRO E DEZEMBRO,
EM QUE AS INSTITUIÇÕES
DE ENSINO DESENVOLVEM
SUAS ATIVIDADES. EM
ALGUMAS COMUNIDADES
RURAIS, LIGADAS AO
SALA DE AULA DA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ
TRABALHO AGRÍCOLA, ESSE
MENDES DE ALMEIDA. TAMBORIL (CE), 2013. PERÍODO É ADAPTADO.
OP: maiores informações sobre o calendário agrícola no MP.
23
TIBAU DO SUL
(RN), 2013.
PARQUE ROBERTO
BURLE MARX.
SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS (SP), 2012.
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3. AGORA RESPONDA:
QUE DIA DO MÊS, DA SEMANA E QUAL PERÍODO DO DIA VOCÊ
REALIZOU ESTA ATIVIDADE?
Respostas pessoais.
25
O TRENZINHO DO CAIPIRA
LÁ VAI O TREM COM O MENINO
LÁ VAI A VIDA A RODAR
LÁ VAI CIRANDA E DESTINO
CIDADE, NOITE A GIRAR
LÁ VAI O TREM SEM DESTINO
PRO DIA NOVO ENCONTRAR
CORRENDO VAI PELA TERRA
VAI PELA SERRA
VAI PELO MAR
CANTANDO PELA SERRA DO LUAR
CORRENDO ENTRE AS ESTRELAS A VOAR
NO AR, NO AR
HEITOR VILLA-LOBOS; FERREIRA
GULLAR. O TRENZINHO DO CAIPIRA.
INTÉRPRETE: ADRIANA
CALCANHOTTO. PARTIMPIM 2. RIO DE
JANEIRO: SONY MUSIC, 2009. CD.
26
A PASSAGEM DO TEMPO
QUANDO ALGUÉM ESTÁ COM PRESSA E TEM QUE ESPERAR POR
ALGO, UM MINUTO PARECE DEMORAR MUITO PARA PASSAR.
POR OUTRO LADO, QUANDO ESTAMOS NOS DIVERTINDO EM
UM PASSEIO OU BRINCANDO, PARECE QUE OS MINUTOS PASSAM
MAIS RÁPIDO, NÃO É?
NESSE CASO, LÁ VAI O TRENZINHO CORRENDO, CORRENDO...
ENQUANTO PARA QUEM TRABALHA EM ALGO QUE NÃO GOSTA,
O TREM PODE ANDAR BEM DEVAGAR.
TAMBÉM A ROTINA DE FAZER TODO DIA A MESMA COISA PODE,
MUITAS VEZES, DAR A IMPRESSÃO DE QUE O TEMPO DEMORA MAIS
A PASSAR.
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28
APRENDER FAZENDO
PODEMOS VERIFICAR PELOS TEXTOS DO CAPÍTULO QUE A
CONTAGEM DO TEMPO FAZ PARTE DO NOSSO DIA A DIA.
FESTA DE
NASCIMENTO ANIVERSÁRIO GANHOU
NASCIMENTO MUDOU DE
DO IRMÃO DO JÚLIO NA UMA
DO JÚLIO CASA
DO JÚLIO CHÁCARA BICICLETA
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31
FESTA DE
NASCIMENTO
NASCIMENTO ANIVERSÁRIO MUDOU DE
DO IRMÃO
DO JÚLIO DO JÚLIO NA CASA
DO JÚLIO
CHÁCARA
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VOCÊ SABIA?
34
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2 IDENTIDADES
E HISTÓRIA
NOSSA! QUANTAS
PESSOAS FORAM
RETRATADAS NESTE
QUADRO! SERÃO DE
UMA MESMA FAMÍLIA?
TARSILA DO AMARAL.
A FAMÍLIA. 1925. ÓLEO SOBRE
TELA, 79 CM X 101,5 CM. MUSEU
NACIONAL DE ARTE REINA
SOFIA, MADRI (ESPANHA).
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PODE SER.
MAS ESTOU AQUI
PENSANDO QUEM É
QUEM. QUEM É IRMÃO,
QUEM É FILHO, QUEM É
TIO. E COMO SE
CHAMARIAM?
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O NOME
ASSIM COMO NOS REVELA A LETRA DA CANÇÃO “NOMES DE
GENTE”, QUE VOCÊ ACABOU DE LER, TODOS NÓS POSSUÍMOS UM
NOME, QUE SERVE PARA NOS IDENTIFICAR.
A ESCOLHA DO NOME, E ATÉ DE UM APELIDO, PODE
REPRESENTAR UMA LEMBRANÇA OU MESMO
HOMENAGEM: PRESTAR
UMA HOMENAGEM QUE NOSSOS PAIS ADMIRAÇÃO E APREÇO.
DESEJARAM FAZER.
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41
42
43
LIMA
SOBRENOME
DA MÃE BARROS
MARIA OP: lembre aos alunos que existem casos em que a
mulher retirava o sobrenome dos pais e adotava o do
SOBRENOME
NOME marido quando casava. Destaque ainda que, após DO PAI
divórcios, por exemplo, os nomes que foram
adotados dos cônjuges podem ser retirados.
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ENTREVISTA
OP: auxile os alunos na construção de uma tabela de barras, de forma que eles
consigam visualizar que origem étnica tem mais sobrenomes, e qual tem menos,
entre os sobrenomes que foram pesquisados.
46
NESTA IMAGEM
É POSSÍVEL
VISUALIZAR
UMA FAMÍLIA
COM MUITOS
MEMBROS,
FOTOGRAFADA
NO INÍCIO DO
SÉCULO 20, NA
FRANÇA.
© WavebreakMediaMicro/Fotolia.com
SOFREU MUDANÇAS AO
LONGO DOS TEMPOS.
EXISTEM TAMBÉM CASAIS
QUE TÊM APENAS UM FILHO,
OU QUE NÃO TÊM NENHUM.
EXISTEM CASAIS
HOMOAFETIVOS COM FILHOS
OU SEM, CRIANÇAS QUE SÃO
CRIADAS PELOS AVÓS,
APENAS PELA MÃE OU PELO
FAMÍLIA BRASILEIRA, 2010.
PAI, ENTRE MUITAS OUTRAS.
AS PESSOAS QUE COMPÕEM AS FAMÍLIAS PODEM TER
CARACTERÍSTICAS DIVERSAS. ENQUANTO ALGUNS GOSTAM DE UMA
DETERMINADA COISA, OUTRO PODE DETESTAR; OU AINDA, ENQUANTO
UM É MAIS CALMO, O OUTRO PODE SER MAIS NERVOSO; UM É MAIS
FALANTE, O OUTRO MAIS TÍMIDO, E POR AÍ VAI... ASSIM, ESSAS
DIFERENÇAS DEVEM SER RESPEITADAS PARA QUE HAJA SEMPRE
UMA CONVIVÊNCIA FAMILIAR HARMONIOSA.
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49
50
Acervo Editorial
MODELO DE
CERTIDÃO DE
NASCIMENTO
VIGENTE
NO BRASIL
DESDE 2011.
51
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Acervo Editorial
CERTIDÃO DE
NASCIMENTO
DE 1982.
53
PARA REFLETIR
1. AO LER O TEXTO É POSSÍVEL DEDUZIR QUE A CERTIDÃO DE
NASCIMENTO É O PRIMEIRO DOCUMENTO QUE GARANTE A
NOSSA CIDADANIA, ALÉM DE SER UM DIREITO. OBSERVE OS
MODELOS DE CERTIDÕES APRESENTADOS NAS PÁGINAS
ANTERIORES E COMPARE-OS COM A SUA CERTIDÃO.
EM SEGUIDA, RESPONDA:
A ) QUAIS AS DIFERENÇAS QUE VOCÊ OBSERVOU?
OP: possivelmente, as maiores diferenças serão quanto ao modelo do documento e à forma de
preencher os dados do registro.
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OUTROS DOCUMENTOS
À MEDIDA QUE AS PESSOAS CRESCEM E PARTICIPAM DE OUTRAS
ATIVIDADES, PASSAMOS A TER OUTROS DOCUMENTOS QUE NOS
IDENTIFICAM, COMO:
© Yuri Arcurs/Fotolia.com/Acervo Editorial
••A CARTEIRA DE
IDENTIDADE.
55
Acervo Editorial
AISPIX by Image Source/Shutterstock/
VOCÊ SABIA?
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Ontem eu ouvi
uma notícia na televisão
de que conservar o
Patrimônio Histórico, ou seja,
o conjunto de bens móveis e
imóveis do lugar onde
vivemos é uma questão
de cidadania.
OP: explique aos alunos que a história dos lugares e das pessoas é contada por meio de
variados tipos de fontes, ressaltando que não são apenas os monumentos que devem
60 ser preservados, mas todos os saberes e experiências humanas, bens naturais ou
culturais, assim como a arte em todas suas manifestações, das eruditas às populares.
É mesmo?
Mas qual é o
valor ou a
importância disso
para o nosso dia
a dia?
61
© Yuri Arcurs/Fotolia.com
ClassicStock / Alamy/Glow images
62
As mulheres na História
63
Resposta pessoal.
64
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Você sabia?
Esmero: cuidado;
perfeição.
Ilustração de casa
com paredes
inacabadas e sem
telhado.
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RA/Acervo Editorial
geral, uma estrutura construída
pelo ser humano cuja função
é tornar-se uma moradia,
uma proteção contra a chuva,
o vento, o calor e o frio. A
nossa casa é o nosso abrigo.
Casa em um sítio.
Curitiba (PR), 2010.
••No Brasil, existem muitos tipos diferentes de moradias. Um grande
número de pessoas, por exemplo, vive em edifícios muito
parecidos entre si, como os da imagem a seguir, localizados em
Salvador, na Bahia.
Atualmente, em boa
G. Evangelista / Opção Brasil Imagens
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Paramirim
(BA), 2014.
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Para refletir
1. Agora, você vai pensar sobre qual é a imagem que vem à sua
RESPONDA
ORALMENTE mente quando ouve a palavra “casa”.
a ) No que você pensa? Lembra de algum cheiro? Pensa nos
móveis, nos objetos e nas cores?
b ) Lembra de algum lugar especial? Qual?
c ) Você tem recordações de outras casas? Quais?
2. A casa onde vivemos conta a nossa história. Realize um passeio por
sua casa e faça de conta que é a primeira vez que entra nela. Olhe
tudo e veja do que mais gosta. Depois, reúna-se com seus colegas
para contar e ouvir sobre como foi esse passeio que cada um fez
por onde mora.
80
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4 Outros espaços
de convívio
82
OP: destaque para os alunos o quanto é importante conhecer a história dos lugares que lhes são significativos,
como a rua onde moram, permitindo, assim, que se reconheçam também como parte da história. É importante
destacar que a preservação e conservação dos espaços públicos é de responsabilidade de todos os cidadãos. 83
84
2. Você já conhecia a cantiga “Se esta rua fosse minha”? Trata-se de uma
cantiga de roda. Que outras cantigas você conhece?
3. Quais os sentimentos que essa cantiga trouxe para você? Comente com
os colegas.
A rua
A rua é um espaço público usado para a circulação das pessoas nas
cidades, vilas e povoados.
Em muitas regiões, as ruas podem servir como locais de lazer, em
que as crianças brincam e os moradores se encontram para conversar,
ou elas podem ser, também, apenas o local por onde muitas pessoas
passam para chegar a outros lugares.
OP: mais informações no Manual do Professor sobre as comunidades quilombolas.
Mauricio Simonetti/Pulsar Imagen
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Atravessar na faixa e respeitar o sinal vermelho para pedestres são medidas de educação
no trânsito.
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Sim Não
a)
b)
c)
d)
e)
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sonya etchison/Shutterstock
que se desenvolvam sentimentos
de integração e de afinidade
entre os vizinhos.
Pense na forma como você
e as pessoas com as quais mora
se relacionam com seus vizinhos.
Existem outras crianças com
quem você costuma brincar?
Vocês se sentem seguros para
brincar nas ruas? Crianças vizinhas passeando na rua de
um condomínio.
Para refletir
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Na imagem da
esquerda vemos a
placa da Rua do
Comércio, na cidade
de Paraty (RJ).
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Você sabia?
Com o crescimento dos bairros e
Logradouro: lugar, como ruas,
das cidades, a função de dar nomes aos praças, jardins etc., mantidos pelo
logradouros públicos passou a ser da poder público, para uso de todos.
Câmara dos Vereadores de cada município.
A principal função dessa medida foi a necessidade de criação de
um cadastro oficial para a cobrança de impostos, uma vez que, com
a falta desses dados, ficava mais difícil a cobrança das taxas e dos
impostos dos moradores.
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1. O texto do capítulo nos leva a refletir sobre o porquê de uma rua ter
um determinado nome e outra ter outro. O mesmo acontece com
as praças, os parque e os bairros. Agora, responda às questões:
Respostas pessoais.
a ) Você sabe o nome da rua onde mora? Escreva-o.
OP: nesta atividade os alunos podem refletir sobre o tema da preservação do meio ambiente por meio da
manutenção e cuidado com as árvores, jardins e praças nas proximidades.
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MSLB
Rua Joaquim Nabuco. Criciúma Beco das Viúvas. Triunfo (PE), 2012.
(SC), 2012.
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Cantina italiana, no
bairro do Bixiga.
São Paulo (SP), 2014.
Ipanema, no Rio de Janeiro, é um bairro frequentado por artistas e
escritores desde os anos 1960.
Catarina Belova/Shutterstock
Ipanema. Rio de
Janeiro (RJ), 2012.
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Vila da Dignidade
no bairro D. Mathias.
Ruy Barbosa (BA),
2014.
Distrito Industrial
de Caxias do Sul
(RS), 2013.
98
1. Você acabou de ler textos que falam que as cidades são divididas em
diferentes tipos de bairros. Agora vamos conhecer a história do seu
bairro. Para isso, siga estes passos:
PESQUISA
Para refletir
OP: auxilie os alunos a
encontrar a data de envio
1. Qual foi a data exata do envio dessa carta?
RESPONDA
no carimbo.
NO CADERNO
101
Acervo Editorial
1
2
Cunhadas: impressas.
Sinete: carimbo; utensílio gravado em alto ou
baixo-relevo, utilizado para imprimir no papel ou
no lacre.
Lacre: mistura de substância resinosa com corante
usada para fechar cartas, garrafas etc.
103
104
Reservista: indivíduo que faz parte do conjunto de tropas disponível para lutar ou ser convocado
pelas Forças Armadas, Exército, Marinha ou Aeronáutica em caso de necessidade ou urgência.
Filatelia: prática de estudar e colecionar selos postais.
Braile: o Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres são representados por pontos em alto-relevo.
O deficiente visual distingue-os por meio do tato. A partir dos seis pontos relevantes, é possível fazer
63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas, pontuações, números, sinais
matemáticos e notas musicais.
105
106
carlos.cunha@empresaficticia.com
Férias
Carlos,
A viagem de férias foi ótima!
Conheci o centro histórico de Salvador! É um Patrimônio Cultural da Humanidade.
Quando voltar à escola conto tudo para você.
Abraço!
Romeu.
107
108
4a etapa Apresentação
Apresentem o trabalho com uma exposição da maquete para as
outras turmas da escola.
Ao final do trabalho, cada aluno deve escrever no caderno uma ou
mais frases a respeito da maquete pronta e sobre o trabalho realizado
em grupo. Depois, cada um deve ler o seu texto para os colegas.
109
1
UNIDADE
A medida do tempo
O metrônomo mágico: o tempo que passa. Gérard Moncomble. São Paulo:
Scipione, 2005. O livro, traduzido por Monica Stahel, é uma obra de
ficção sobre um aparelho que permite controlar a passagem do tempo.
Com esse texto você poderá refletir mais sobre a grande preocupação
da humanidade em controlar a passagem do tempo.
O arteiro e o tempo. Luis Fernando Verissimo. São Paulo: Berlendis &
Vertecchia, 1994. Com ilustrações de Glauco Rodrigues, esta obra traz
uma bela abordagem a respeito da passagem do tempo através de
pinturas que retratam vários momentos da arte e da cultura no Brasil.
O povo pataxó e suas histórias. Pataxó Angthichay e outros autores. São Paulo:
Global, 2000. A obra mostra um pouco mais sobre como acontece a
influência dos fenômenos físicos no calendário dos grupos indígenas no
Brasil. Com este livro você poderá entender, por exemplo, como a Lua é
respeitada pela sua força e sabedoria, pois nos ensina o tempo certo de
plantar, de caçar, de pescar e até sobre a época das crianças andarem e
de nascerem os dentes. Através das narrativas feitas no livro você vai
conhecer também outras histórias contadas sob a luz da Lua pelos
índios mais velhos sobre as festas, os segredos da caça, dos animais,
entre outros.
Eu me lembro. Gerda Brentani. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. O livro
trata de histórias sobre outras épocas, segundo a visão da autora, e você
poderá perceber como são diversas as formas que as pessoas têm para
entender e perceber a passagem do tempo.
2
UNIDADE
Identidades e História
A história de cada um. Juciara Rodrigues. São Paulo: Scipione, 2002. Coleção
Crisálida. A obra narra as descobertas de um grupo de alunos ao
fazerem um trabalho escolar, no qual deveriam analisar fotos de suas
famílias. Por meio desta leitura você poderá estabelecer comparações
quanto às mudanças na formação das famílias na atualidade.
110
3
UNIDADE
111
4
U NIDADE
112
2 ANO
A autora
Estrutura da Coleção................................................................121
A organização didática.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Abertura de unidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Para começo de conversa.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Para refletir.. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Pesquisando e aprendendo mais.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Escrevendo a História.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Aprender fazendo. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Estudando o documento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Trabalhando juntos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Ícones. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Glossário.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Você sabia?.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Sugestões para a turma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Os temas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Quadro geral de temas 2o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Quadro geral de temas 3o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Quadro geral de temas 4o Ano.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Quadro geral de temas 5o Ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Avaliação......................................................................................... 139
Textos complementares........................................................... 141
Texto 1.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
Texto 2.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
Texto 3.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
MANUAL DO PROFESSOR
dãos conscientes da importância da participação social, preocupados em resgatar e respeitar o Patrimô-
nio Histórico, conhecendo e compreendendo a natureza social e individual do ser humano, uma vez que
a História, como ciência, tem por objetivo principal o estudo da experiência humana no tempo.
Desse modo, entendemos que o ensino da História deve propiciar aos alunos um melhor enten-
dimento da realidade em que vivem, conhecendo a herança cultural, individual e coletiva da humani-
dade.
Os temas selecionados para esta Coleção buscam criar uma relação entre a vida cotidiana dos alu-
nos e sua própria história, salientando-se o papel de todos os membros da sociedade na construção e
preservação da História, procurando fazer com que aprendam a olhar a realidade e, ao mesmo tempo,
estabelecendo relações com outras experiências, tanto do passado como do presente, entendendo a his-
toricidade da realidade em que vivem.
O historiador Marc Bloch foi um dos pioneiros a se levantar contra a forma tradicional de enten-
der a História, que a conceituava como a ciência que se ocupa em estudar o passado. Bloch afirma que
somente o passado como tal não poderia ser objeto de estudo de uma ciência; a História deve ocupar-
-se igualmente dos tempos presentes, contrariando também a afirmação daqueles que interpretavam a
História como uma “Ciência do homem”. Para esse autor, a História só poderia ser considerada como uma
“Ciência dos homens no tempo” (Bloch, 2001, p. 55).
Bloch defendia também que o tempo da história deveria ser pensado em termos de articulação
que envolve espaço e tempo, ligado pela ideia de que o presente é importante para a compreensão do
passado e vice-versa. Uma formulação aparentemente simples, mas que era altamente inovadora quan-
do tomou força por volta da década de 1940.
Em concordância com a concepção de História proposta por Bloch, bem como com as Diretrizes
Curriculares Nacionais, os temas e objetivos de ensino-aprendizagem explorados na Coleção foram pen-
sados de forma a permitir que os alunos, a partir de seus conhecimentos e vivências, bem como pelo
contato com conceitos, sejam capazes de construir o conhecimento histórico.
Conhecimento esse que se torna significativo quando trabalhado de forma contextualizada, tanto
no que se refere aos temas e conteúdos quanto na relação com as demais áreas do conhecimento.
Todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros saberes, que pode ser de ques-
tionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspec-
tos não distinguidos. Assim, além de reconhecer as diferenças entre as áreas do conhecimento, é preci-
so identificar onde se encontram as zonas de intersecção entre elas para localizar os pontos em comum
e realizar um trabalho na perspectiva interdisciplinar.
A interdisciplinaridade busca, sobretudo, um ensino que concilie diferentes conceitos de diferen-
tes áreas, podendo substituir a fragmentação pela interação, permitindo que os alunos aprendam a re-
lacionar conceitos e, consequentemente, construam novos conhecimentos com muito mais autonomia
e criatividade.
Para que a perspectiva interdisciplinar aconteça, você, professor, precisa abrir um espaço de diá-
logo com outros componentes curriculares e, ao mesmo tempo, identificar em seu campo de estudo
onde se encontram as aberturas que permitem incorporar as contribuições das outras áreas.
O trabalho com a interdisciplinaridade na escola pode e deve começar nas séries iniciais do Ensi-
no Fundamental, visando romper a fragmentação do conhecimento.
117
De acordo com a autora Circe Bittencourt em sua obra O saber histórico na sala de aula, a relação
passado e presente é o que permite a reflexão consciente sobre os acontecimentos:
[...] a História deve contribuir para a formação do indivíduo comum, que enfren-
ta um cotidiano contraditório, de violência, desemprego, greves, congestionamentos,
que recebe informações simultâneas de acontecimentos internacionais, que deve esco-
lher seus representantes para ocupar os vários cargos da política institucionalizada. Es-
te indivíduo que vive o presente deve, pelo ensino da História, ter condições de refletir
sobre estes acontecimentos, localizá-los em um tempo conjuntural e estrutural, estabe-
lecer relações entre os diversos fatos de ordem política, econômica e cultural [...] Temos
que o ensino de História deve contribuir para libertar o indivíduo do tempo presente e
da imobilidade diante dos acontecimentos, para que possa entender que cidadania não
se constitui em direitos concedidos pelo poder instituído, mas tem sido obtida em lutas
e em diversas dimensões (BITTENCOURT, 2008, p. 20).
Por meio da compreensão da relação passado e presente é que os alunos podem se compreen-
der como sujeitos e agentes da História, em vez de vê-la apenas como “algo que aconteceu há muito
tempo atrás”.
118
MANUAL DO PROFESSOR
da História e cultura dos povos indígenas do Brasil. O trecho das Diretrizes Curriculares Nacionais,
exposto abaixo, comenta a importância da inserção dessas temáticas.
Nas últimas duas décadas, o governo federal, bem como instituições e organizações que lutam pe-
lo respeito aos direitos e à cultura dos grupos indígenas e também às culturas africanas e afro-brasileiras
têm se esforçado no sentido de garantir que esses elementos históricos e culturais, tão fundamentais à
formação do povo brasileiro, sejam difundidos, conhecidos e respeitados pela sociedade.
Na presente Coleção essas temáticas são abordadas não apenas pra cumprir a legislação, mas tam-
bém por compreendermos que o conhecimento dos elementos históricos e culturais dos grupos indíge-
nas e a herança cultural africana são necessários para compreender de que forma se configurou o povo
brasileiro, sua identidade e sua cultura. Em nossa concepção, não há como estudar a história de um pa-
ís sem considerar todos os elementos que a construíram.
Ao longo dos quatro volumes que compõem esta Coleção, no trabalho com os mais diversos te-
mas, a cultura de diferentes grupos indígenas e dos povos africanos e afro-brasileiros foi contemplada a
fim de fornecer aos alunos um quadro mais completo da formação cultural brasileira.
•• O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), que se constitui em um acordo for-
mal assumido pelo governo federal, estado, municípios e entidades para firmar o compromisso
de alfabetizar crianças até, no máximo, oito anos de idade, ao final do ciclo de alfabetização.
Para trabalhar em concordância com essas diretrizes, em muitas escolas passaram a existir debates
na elaboração de seus projetos pedagógicos, os quais exigiram respostas para organizar o ensino tendo
como ponto de partida a vivência dos alunos. Nesse novo contexto do ensino, é fundamental que os alu-
nos participem do processo de aprendizagem de forma ativa, incorporando os conhecimentos que já
possuem às novas abordagens e relações, construindo e internalizando a ideia de que são sujeitos histó-
ricos e, assim, são parte integrante dos fatos, acontecimentos, mudanças, permanências, conflitos, con-
quistas, entre tantas possibilidades do fazer histórico. Ao se compreenderem como sujeitos históricos, é
preciso estimular os alunos a desenvolverem também a consciência de que são cidadãos, e de que de-
vem exercer essa função, prezando por seus direitos e cumprindo com seus deveres.
119
120
MANUAL DO PROFESSOR
de novos elementos àqueles já adquiridos, buscando aperfeiçoamento e aquisição de habilidades.
O exercício da concentração e autonomia em atividades individuais, a participação ativa nas ativi-
dades coletivas e a atenção em explanações orais dos colegas compõem também requisitos importan-
tes a serem alcançados nesse processo.
Conhecer os alunos, bem como a história e as dificuldades deles, é um importante meio para aju-
dar o trabalho pedagógico. O conhecimento dessas questões pode ser subsídio para a discussão da ela-
boração do planejamento ou na avaliação, como consequência à constante atualização do projeto. Por-
tanto, é fundamental que sejam priorizadas, selecionadas e criadas situações oportunas para esse rela-
cionamento.
Assim, quanto mais é desenvolvido o diálogo e a interação com os alunos, mais se pode ter cla-
reza sobre o que oferecer para assegurar o bom andamento das aulas, reconhecendo as diversidades
do grupo.
Estrutura da Coleção
A presente Coleção tem como eixo temático norteador a cidadania. Em cada um dos quatro volu-
mes são explorados temas específicos: Identidades (2o ano), Interação social (3o ano), Encontro de povos
e culturas (4o ano) e Organização social e política brasileira (5o ano), de forma que todos os temas e con-
teúdos que compõem a coleção proporcionem a construção do conhecimento histórico, objetivando a
postura cidadã.
Essas temáticas específicas auxiliam os alunos a compreenderem e construírem conceitos, bem co-
mo a desenvolverem habilidades necessárias para alcançar o objetivo maior da Coleção, a consciência e
exercício da cidadania.
A seleção dos temas visa não apenas sua apresentação, mas também à contextualização e à pos-
sibilidade de explicações, analogias e relação entre passado e presente. Assim, o ensino de História, se-
gundo trecho da Lei, deve ser garantido como meio para que se possa asseverar a compreensão do am-
biente social, do sistema politico e dos valores em que se fundamenta a sociedade. Desse modo, pro-
põe-se a gradativa aquisição de conceitos a partir do estudo e da pesquisa que permitem a construção
do conhecimento.
A divisão escolhida para os capítulos organizou-se, ainda, a fim de viabilizar o desenvolvimento e
articulação de conceitos, relações e noções que elegemos como fundamentais para a percepção e aqui-
sição do conhecimento histórico.
A organização didática
A coleção é formada por quatro volumes. Os temas estão organizados em quatro unidades por vo-
lume, subdivididas em capítulos. Cada capítulo, além do texto de abertura e do desenvolvimento dos te-
mas referentes ao tema principal, está organizado por seções, conforme o quadro a seguir:
121
3
10 UmaTítulo
terra
UNIDADE
OP: o uso de mapas é uma prática pedagógica importante nas aulas de História. As representações
cartográficas antigas, como a apresentada acima revelam dados geográficos, mas também muito da
chamada Brasil
imaginação de quem as produzia, como ornamentos, desenhos simbólicos, entre outros.
Os mapas históricos
contam muito sobre a
nossa história! Veja
quantos elementos
diferentes são E o que será
representados. que cada um
desses
elementos
significam?
68 69
Para refletir
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MANUAL DO PROFESSOR
jornais, revistas, livros, rede mundial de computadores, entrevistas,
entre outros, a fim de ampliar a construção do conhecimento
histórico por meio de propostas que contemplem a mobilização,
a observação e a análise de fontes diversas.
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Ícones
RESPONDA RESPONDA
PESQUISA ORALMENTE NO CADERNO ENTREVISTA
Este ícone indica Este ícone sinaliza Quando este ícone Este ícone indica uma
o desenvolvimento que o aluno deverá aparecer, o aluno atividade que recorre a
de atividade de responder a deverá escrever as conversas e entrevistas,
pesquisa. atividade oralmente respostas no estimulando a percepção
sob a supervisão caderno. da história de vida e das
do professor. memórias dos familiares e
comunidade.
124
MANUAL DO PROFESSOR
2. Reflita e debata com seus colegas de sala como seria a cidade na qual vocês
viveriam se ela fosse administrada por crianças.
11
Você sabia?
Sugestões para a turma
Seção que apresenta um texto com Seção que traz sugestões de livros e sites
conteúdos que complementam o tema do relacionados ao capítulo. Eles podem ampliar ou
capítulo. aprofundar as questões e oferecer, por vezes, outras
abordagens sobre os assuntos tratados.
A disposição dos temas e conteúdos, bem como das atividades por meio de seções é uma orga-
nização da Coleção, e não uma fragmentação do processo ensino-aprendizagem. O que se comprova
pela interligação das seções em alguns momentos.
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126
MANUAL DO PROFESSOR
Conviver: Uma O mundo se revela Uma terra A construção do
necessidade humana chamada Brasil Estado brasileiro
Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1 Capítulo 1
Dos primeiros Encontro de Brasil: a colônia Brasil: a conquista
agrupamentos culturas portuguesa do território
humanos às cidades
•• Os primeiros •• Viajar, uma aventura •• O encontro entre os •• As paisagens brasileiras
agrupamentos humanos •• O encontro entre culturas portugueses e os •• A disputa europeia pelas
•• As primeiras aldeias e indígenas terras descobertas no
•• Aceitar as diferenças
depois as cidades •• Os primeiros tempos século 15
•• As cidades se diferenciam •• Ocupação portuguesa •• A ocupação do
•• Os governos-gerais território brasileiro
•• Os tratados de
limites: estabelecendo
as fronteiras
127
128
MANUAL DO PROFESSOR
mação do pensar histórico. Para desenvolver essas atividades é preciso que você utilize algumas estraté-
gias, descritas a seguir.
129
Assim, é preciso atenção a cada uma das atividades didáticas aplicadas no dia a dia em sala de
aula. A utilização de um filme para trabalhar um tema ou um conceito, por exemplo, é um recurso di-
dático. Os recursos didáticos podem ser materiais ou humanos, no caso do professor.
Ou seja, o fotógrafo destaca que a fotografia é um objeto que pode ser analisado de diferentes
maneiras, e que é necessário o devido cuidado para a sua análise. A fotografia deve ser entendida pelos
alunos como um recorte da realidade, de forma que ela exige uma postura crítica na sua leitura.
O historiador Peter Burke, no livro Testemunha ocular: História e imagem, expressa um diferente po-
sicionamento sobre o lugar que as imagens ocupam entre outros tipos de registros históricos. Ele defen-
de que as imagens não devem ser consideradas simples reflexões de épocas e lugares, mas sim exten-
sões dos contextos sociais em que elas foram produzidas.
Assim, tendo em vista as possíveis abordagens do trabalho com imagens, é fundamental o desen-
volvimento de um processo de construção do saber que exercite a prática de leitura de imagens, articu-
ladas ao texto escrito e representando uma determinada época. Para desenvolver esse olhar, sugere-se
um trabalho frequente, que aproveite o grande número de imagens apresentadas como conteúdo nes-
ta Coleção.
130
MANUAL DO PROFESSOR
O trabalho com mapas
Os mapas podem nos fornecer informações variadas, que vão desde o aspecto físico de um de-
terminado local até informações múltiplas sobre produtos, população e inúmeros outros elementos.
Ao longo da Coleção são apresentados vários mapas que visam traduzir para a linguagem cartográfi-
ca alguns temas, desde a divisão política do Brasil na atualidade, até aqueles com informações históri-
cas, representativas de um determinado período e local.
Para o historiador, além de um instrumento de localização, o mapa é também um documento de
uma época, uma fonte histórica. Quando trabalhamos com mapas antigos, por exemplo, reforçamos o
contato do aluno com diferentes visões e interpretações de regiões do planeta, possibilitando que você,
professor, faça comparações e relações com outras informações históricas do passado mais distante, do
passado mais recente e da atualidade.
O uso de mapas nas aulas de História é uma prática pedagógica obrigatória e a leitura deles deve
atender às suas especificidades. A fim de auxiliar você nesse processo, bem como a desenvolver essa ha-
bilidade nos alunos, são indicadas aqui algumas orientações.
•• Nos três primeiros anos do Ensino Fundamental é importante que você tenha sempre o mapa
político atual do seu estado ou do Brasil e ofereça, constantemente, a oportunidade aos alunos
para que o observem detalhadamente, e que possam fazer leituras sobre ele, como: onde mo-
ram, onde fica o litoral, o interior, quais são os limites, fazer relações de distâncias e grandezas,
entre outros.
•• Sempre que um mapa for apresentado no material didático é importante que você faça uma
abordagem sobre as informações que ele contém, a saber: a rosa dos ventos, a legenda e a
fonte.
•• No trabalho com mapas históricos você deve dar destaque aos elementos que façam referência
ao período trabalhado, bem como contextualizar esse período ou acontecimentos históricos do
passado, buscando fazer relações com o presente.
* Nesta Coleção optou-se pela utilização de algarismos arábicos na grafia de séculos dada a maior facilidade para sua leitura.
Trata-se também de uma tendência, visto que os maiores veículos de comunicação do país já adotaram essa forma na
designação de séculos, como afirma a linguista Maria Tereza de Queiroz Piacentini (2011).
131
É importante ressaltar que todo trabalho com a formulação de conceitos deve respeitar as etapas de
desenvolvimento dessa competência nos alunos, buscando, desse modo, selecionar os temas dentro de uma
perspectiva mais próxima ao mundo do qual fazem parte, tornando o ensino significativo e estimulante.
Assim, é essencial o trabalho com as noções básicas de dimensão de tempo e espaço do ensino
de História, tais como os conceitos de mudança e permanência, movimento e contradição, ou seja, bus-
car situar o aluno sobre quando e onde as coisas aconteceram ou estão acontecendo, para que ele pos-
sa gradativamente perceber as relações presentes no dia a dia como forma de qualificar a compreensão
tanto do passado quanto do presente acerca das relações humano-sociais e na dinâmica histórica.
Mais importante que as determinações causais, é a percepção desenvolvida pelos alunos sobre as
mudanças e permanências sobre as continuidades e descontinuidades.
Como afirma a historiadora Maria Auxiliadora Schimidt:
O procedimento histórico comporta a preocupação com a construção, a historici-
dade dos conceitos e a contextualização temporal. Entende-se que da mesma forma que
o passado está incorporado em grande parte aos nossos conceitos, ele também lhes dá
um conteúdo concreto. Assim todo conceito é criado, datado, tem a sua história [...]
(SCHMIDT, 2008, p. 61).
Sob essa perspectiva, a construção de conceitos como colonialismo, democracia, trabalho ou qual-
quer outro faz parte da análise, interpretação e comparação de fatos históricos em que o aluno pode fa-
zer a própria síntese.
132
MANUAL DO PROFESSOR
da História. Desse modo, destaca-se a importância do conceito de tempo para a compreensão da História.
Nos anos iniciais, é importante que o conceito de tempo seja trabalhado com as noções de suces-
são, duração, ordenação e simultaneidade.
A temporalidade, por exemplo, é tratada visando à compreensão da relação passado/presente em
um progressivo domínio da leitura e da interpretação de diferentes documentos e fontes.
O desenvolvimento das noções de tempo, diferença/semelhança, permanência/mudança é apro-
fundado ao longo dos anos.
A reelaboração constante das noções assimiladas leva a novos significados e dimensões, nas quais
os dados se alteram de forma qualitativa em relação ao conhecimento anterior, e a apreensão de um de-
terminado conceito evolui em complexidade e abstração, podendo ser incorporado ao raciocínio e à pró-
pria linguagem do aluno.
133
134
MANUAL DO PROFESSOR
O ponto de partida para a definição de um Projeto de Trabalho é o tema. Nesta Coleção sugeri-
mos alguns na seção “Trabalhando juntos” e outros na seção “Pesquisando e aprendendo mais”. Mas ca-
be ao professor, juntamente com os alunos, escolher outros se julgarem necessário.
Dessa forma, o tema pode pertencer tanto aos anunciados nos diferentes capítulos desta Coleção,
ou de um fato da atualidade que é de interesse comum. Professores e alunos devem decidir sobre sua
relevância. Em qualquer caso o critério de escolha de um tema pela turma não se baseia “gostamos des-
te”, mas sim na sua relevância para o processo ensino-aprendizagem.
De acordo com Vasconcelos (2009), acreditamos que o grande ganho em termos de aprendizagem
está justamente no fato de o projeto nascer – e se desenvolver – da participação ativa dos alunos, o que
implica alto grau de interesse e de mobilização, aumentando em muito a probabilidade de uma apren-
dizagem significativa. Além disso, há ganho em termos de construção da autonomia, decorrente do pro-
cesso de tomada de decisão e do assumir as responsabilidades pelas escolhas feitas, e da solidariedade,
em função do trabalho ser grupal.
Por meio do trabalho com projetos, o professor pode incentivar e propiciar a expressão e exten-
são da curiosidade do aluno.
Depois do tema definido em grupo, é o momento de elencar o que será pesquisado, e de que forma
as pesquisas devem ser conduzidas e seus resultados abordados. As formas podem ser diversificadas e po-
dem ser organizadas em: pesquisa em livros, sites, revistas, documentos, entrevistas, visitas dirigidas, vídeos,
debates, entre outros. Muitas dessas propostas estão colocadas nas diferentes atividades desta Coleção.
O papel do professor é essencial na condução da análise dos dados coletados. Com isso, sugeri-
mos que esse processo se realize em um diálogo com toda a turma. É importante também o papel de
mediação do professor diante das diferentes visões da realidade coletadas pelos alunos. Essa mediação
pode ser feita por meio de perguntas que permitam aos alunos estabelecerem prioridades e hierarqui-
zar conteúdos e informações. É importante que nesse processo o aluno descubra que ele tem participa-
ção ativa na aprendizagem, não esperando passivamente que o professor tenha todas as respostas.
No caso de alunos não terem acesso a diferentes fontes de pesquisa, cabe ao professor selecioná-
-las e disponibilizá-las em sala de aula. É importante valorizar os dados coletados em pesquisa com fa-
miliares e comunidade. Há temas sugeridos para pesquisa nesta Coleção em que são mais valorizados os
dados colhidos de uma entrevista do que qualquer fonte escrita.
Segundo Hernandez (1998), a busca das fontes de informação favorece a autonomia dos alunos, é
sobretudo o diálogo promovido pelo educador para tratar de estabelecer comparações, interferências e
relações, o que ajuda a dar sentido à forma de ensino e de aprendizagem que se pretende com o Pro-
jeto de Trabalho.
Com um tratamento integrado das áreas do conhecimento, o aluno terá uma visão mais ampla da
realidade e, portanto, será capaz de desenvolver habilidades que permitam a promoção de atitudes de
cidadania e respeito ao próximo e ao ambiente segundo uma visão crítica, de modo que possa interfe-
rir e transformar a realidade de forma a tornar-se e perceber-se como sujeito histórico.
Redação de textos
A redação de textos por parte dos alunos auxilia não apenas na organização das informações e co-
nhecimentos históricos trabalhados, como também no desenvolvimento de habilidades cognitivas refe-
rentes à escrita. A fim de tornar essa experiência mais produtiva, é importante que você, professor, apre-
sente e trabalhe com os alunos os tipos e os gêneros textuais que fazem parte do cotidiano, propician-
135
O trabalho de pesquisa
É importante trabalhar com os alunos o significado da pesquisa e interpretação de fontes ou do-
cumentos históricos a partir de diferentes atividades que revelem o estudo e a compreensão dos fatos
históricos segundo o enfoque e leitura que se faz deles.
É fundamental que eles superem a noção de que um documento, seja qual for a origem, repre-
senta a visão acabada de um acontecimento. Segundo o historiador Leandro Karnal:
136
MANUAL DO PROFESSOR
Segundo pensamento expresso por Marilena Chaui, na obra Cultura e democracia:
[...] produzir saber é um trabalho cuja tarefa é elevar à dimensão do conceito uma
situação de não saber, a experiência imediata cuja obscuridade pede o trabalho de cla-
rificação. Logo, o campo da produção do saber é privilegiado; espaço que aceita o desa-
fio de conviver com o “indeterminado”, o “externo”, o “opaco” para torná-lo “inteligível”
(CHAUI, 1984, p. 5).
Dinâmica de debates
As situações de debate e a troca de opiniões com a leitura de textos produzidos pelos alunos são
sugeridas em várias atividades ao longo da Coleção como possibilidade de socialização e melhoria do
aprendizado. Na seção “Para Refletir”, por vezes essas habilidades são trabalhadas com maior enfoque,
sendo orientada e estimulada a troca de ideias e a expressão oral.
Com debates e apresentações orais podem ser trabalhadas habilidades dos alunos, como falar, ou-
vir, argumentar e se manifestar mediante outras pessoas. Nessas atividades os alunos têm espaço para
expressar opiniões e serem respeitados por elas. Por esse motivo, compreende-se que a prática de de-
bates e conversas contribui para a formação crítica e analítica dos alunos.
Sugere-se, contudo, que a prática desse tipo de atividade seja sempre planejada por você e as re-
gras definidas e explicadas claramente, a fim de que todos possam participar e a atividade seja produti-
va, considerando o tempo disponível, o respeito às opiniões diversas e aos objetivos propostos para a di-
nâmica de trabalho.
Entrevistas
As atividades que recorrem a conversas e entrevistas são importantes, pois auxiliam no conheci-
mento da história uns dos outros, e no diálogo com a família e com as pessoas mais velhas, levando, as-
sim, à percepção da história de vida e das memórias.
[...] A História oral é usada em escolas por crianças e jovens para conhecer sua
própria comunidade. A conversa sobre o passado recente entre jovens e idosos estrei-
ta o relacionamento e valoriza os traços culturais locais, além de fornecer uma nova
e envolvente dimensão às histórias regional e familiar porque as integra ao todo
mais amplo da memória nacional. [...] Também tem sido usada em museus como ins-
trumento vivo para transmitir informações e tornar as exposições mais interessan-
tes e dinâmicas.
137
Ao encaminhar as entrevistas sugeridas nas atividades é importante que você esteja atento e leve
em consideração a diversidade cultural e social das experiências dos alunos e dos entrevistados (que po-
dem variar em função do grupo familiar e de convívio). As entrevistas podem ser uma boa oportunida-
de para os alunos perceberem que existem diferentes formas de compreender uma mesma realidade, es-
tabelecendo um confronto entre os pontos de vista.
Além do conhecimento obtido por meio desse trabalho de resgate da memória e do conceito de
interpretação dos fatos, você pode comentar sobre a importância das vivências em família e de como
elas podem variar no tempo e entre os grupos humanos, auxiliando-os.
É importante também que essas atividades de pesquisa oral ou entrevista sejam orientadas, e que
nos primeiros anos da escolaridade o universo investigado seja aquele mais próximo aos alunos, com en-
trevistas dos familiares e pessoas do seu convívio.
138
MANUAL DO PROFESSOR
pectos práticos para a viabilização da visita.
Confecção de maquetes
A confecção de maquetes é uma atividade na qual os alunos se envolvem bastante, o que melho-
ra a aprendizagem e o interesse pelo tema trabalhado. Mas para o desenvolvimento e a execução são
necessários alguns preparativos, a fim de que o trabalho flua e seja realizado dentro do período estipu-
lado, de maneira segura e que não seja prejudicial ao meio ambiente. A montagem de maquetes é soli-
citada no Livro do Aluno, bem como por meio de atividades complementares no Manual do Professor.
Após escolher o aspecto que será retratado na maquete, os alunos vão enriquecer o conhecimen-
to sobre o tema com pesquisas em outras fontes, como bibliotecas, pinturas, gravuras, entre outras.
Após a realização das pesquisas, os alunos devem debater em grupo sobre o tema, contextualizar
os aspectos que serão enfocados e produzir um pequeno esquema ou texto, visando, assim, tornar mais
concreto o trabalho a ser desenvolvido.
Com alguma antecedência, deve-se pedir que os alunos separem materiais, como caixas de diver-
sos tamanhos, embalagens, copos plásticos, fósforos ou qualquer outro material que possa ser utilizado
na confecção da maquete e que não ofereça perigo ou dano a quem manusear o objeto para realizar o
trabalho. No espaço da escola deve ser determinado onde os alunos irão construir a maquete, acertar su-
as dimensões e o período de execução.
Por se tratar de uma atividade coletiva, seja no caso de uma maquete única para toda a turma ou
várias sobre o mesmo tema, é fundamental que todos trabalhem na execução, que haja planejamento e
respeito aos ritmos e habilidades individuais e, principalmente, que os alunos percebam a importância
do trabalho coletivo.
A realização de uma avaliação conjunta sobre a execução, ao final do trabalho, além da avaliação
sobre os conhecimentos obtidos, ajuda a dimensionar a atividade realizada.
Avaliação
Falar de avaliação não significa olhar apenas para o processo de aprendizagem do aluno. Avaliar é
olhar o todo; o processo ensino e aprendizagem não pode ser avaliado de forma separada. Dessa forma,
planejar é condição primordial quando desejamos realizar uma atividade com sucesso. Para isso precisa-
mos pensar nas estratégias, nos objetivos e, principalmente, nos recursos de que dispomos.
No processo educativo, assim como em todos os setores do cotidiano, o ato de planejar deve
estar fortemente presente. Assim, inserido na escola e no trabalho com os alunos, é necessário realizar
um planejamento das atividades, fazendo escolhas e organizando ações, visando atingir objetivos cla-
ros e eficientes.
Dessa forma, podem-se identificar com maior propriedade as correções necessárias no planeja-
mento elaborado, reorientando procedimentos e métodos utilizados com os alunos, e assim avaliá-los
com maior propriedade durante o processo de ensino-aprendizagem.
139
140
MANUAL DO PROFESSOR
Nesse processo, durante a realização das atividades propostas na Coleção, o professor deve propi-
ciar momentos de troca, movimentando-se pela sala de aula, dialogando com os alunos, orientando-os,
discutindo em pequeno ou grande grupo sobre as dúvidas individuais e coletivas, trocando informações,
compartilhando com o grupo de alunos as retomadas necessárias.
A seção “Escrevendo a História” propõe a construção de textos, que podem servir como elemen-
to importante para a avaliação formativa. Uma das características do ser humano é a significação. É com
essa visão que o professor deve analisar as produções dos seus alunos: por qual razão o aluno escreveu
isso; por qual razão deixou de abordar determinados temas, conceitos ou conteúdos; com que sentimen-
to construiu o texto.
A busca do entendimento de como cada aluno usou as habilidades e conhecimentos é condição
básica para futuras interferências individuais, em grupo e alterações no planejamento do professor.
Nesse sentido, é particularmente importante o professor entender que a avaliação faz parte de um
encaminhamento metodológico, no qual a sala de aula seja um ambiente rico de estímulos e favorável
à construção de conhecimento, proporcionando uma variedade de estratégias que envolvam temas, con-
ceitos e desenvolvimento de habilidades nas diversas áreas do conhecimento, partindo de situações sig-
nificativas para os alunos.
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental de 9 anos, os alunos usam diferentes tipos de estraté-
gias para responder às diversas perguntas que a escola faz. Daí a importância da valorização de uma ava-
liação individual e contínua.
A avaliação deve ser um meio de favorecer o planejamento, tanto para que o professor conheça o re-
sultado da sua ação didático-pedagógica quanto para que o aluno possa conhecer seu desenvolvimento. A
postura do professor diante desse desenvolvimento deve estar comprometida com a avaliação formativa.
É preciso conceber que o aluno constrói habilidades, aprimora o modo de pensar ao longo do ano e,
à medida que se depara diante de novas situações, novos desafios, novos conflitos, reformula suas respostas.
O processo de avaliação, dessa forma, deve ser um conjunto de ações de encorajamento ao aluno, para que
possa construir habilidades organizando e reorganizando ideias. Dessa forma, o professor pode retomar ao
longo do ano os textos produzidos na seção “Escrevendo a História” e solicitar aos alunos a reescrita.
O professor deve analisar, observar e avaliar as respostas dos alunos nas diversas seções propostas
nesta Coleção em dois níveis: aquilo que o aluno pode realizar sozinho e aquilo que realiza com a cola-
boração de outros. Desse modo, você, professor, necessita ainda mais acreditar que todo aluno, indepen-
dentemente do ritmo, pode construir conhecimentos significativos.
A avaliação deve oferecer condições para que o aluno possa mostrar o que sabe e, principalmen-
te, como pensa. Com isso, compreenderá que é tanto sujeito quanto agente da História.
Textos complementares
Por compreender que a prática docente exige constante aprimoramento, ao longo deste Manual
foram apresentadas reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem e sobre estratégias que contri-
buem para o trabalho com temas e conteúdos da ciência histórica. As sugestões bibliográficas, também
presentes neste Manual, constituem-se em um apoio ao estudo do professor. Compreendendo que há
um inesgotável acervo de obras sobre os temas e conteúdos aqui apresentados, os livros indicados nes-
te manual oferecem alguns caminhos possíveis para que você encontre um aporte teórico sobre alguns
temas e tenha possibilidades de expandir seu conhecimento histórico.
141
Texto 1
O texto a seguir traz uma reflexão sobre a abordagem da História na sala de aula e sobre as esco-
lhas necessárias para a construção do currículo.
142
MANUAL DO PROFESSOR
•• possibilitar a crítica e dogmatismos e ‘verdades’ absolutas como base no reconhecimento
da historicidade de situações e formas de pensamento (talvez não seja o caso de enten-
der as razões dos leões que devoraram cristãos nas arenas romanas, mas, pelo menos,
dos “hereges” que foram massacrados impiedosamente pela Igreja Católica).
Jaime Pinsky e Carla Bassenezi Pinsky. Por uma História prazerosa e consequente. In: Leandro Karnal. História na sala de aula.
Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2010, p. 23-26.
Texto 2
O estudo das contribuições indígenas, africanas e afro-brasileiras, bem como dos diferentes imi-
grantes que vieram para o país, para a História do Brasil, pode ser abordado por diferentes vertentes. A
fim de contribuir com essas temáticas, é preciso explorar as noções de identidade e cultura que se pro-
põem analisar. O texto a seguir indica possibilidades para esse trabalho.
Identidades plurais
[...]
O surgimento de uma área comum entre antropólogos e historiadores tornou-se possível
quando os primeiros perceberam que, longe de serem estáticas, as estruturas culturais continu-
amente se transformam, através do tempo, como resultado da experiência e das relações viven-
ciadas entre os grupos sociais, e quando os historiadores passaram a valorizar comportamentos,
crenças e cotidianos dos homens comuns, entendendo-os como sujeitos também atuantes e
transformadores dos processos históricos. A história cultural constitui o principal ponto de en-
contro entre as duas disciplinas, campo no qual a fronteira entre elas torna-se tênue ou até de-
saparece em abordagens interdisciplinares que, em nossos dias, tendem a se ampliar e enrique-
cer nosso conhecimento sobre os mais diversos povos e suas complexas relações socioculturais.
A noção de cultura como produto histórico, dinâmico e flexível conduz a novas abordagens so-
bre relações de contato cultural, questionam e complexificam o conceito de aculturação.
No lugar de regras e parâmetros deterministas, fronteiras culturais e ideológicas rigida-
mente demarcadas, abre-se espaço para considerar as tensões e ambivalências do universo cul-
tural e simbólico continuamente reordenado nos processos históricos. Isso favorece a ideia de
que, apesar dos condicionamentos culturais, os homens orientam-se por estratégias móveis,
por interesses e objetivos que se transformam com suas experiências históricas, permitindo-
-lhes reformular culturas, valores, memórias e identidades. Estas últimas podem ser vistas,
portanto, como plásticas, provisórias, contingentes e plurais, evidenciando que pluralidade e
identidade não são excludentes. A investigação sobre construção e reconstrução identitárias
tem revelado uma gama de possibilidades quanto a composições e acomodações dos diferentes
elementos internos a um grupo ou mesmo a um indivíduo. Identidades regionais, religiosas,
étnicas, profissionais ou, num nível macro, nacionais, surgem como construções fluídas, dinâ-
micas e flexíveis, que se constroem através de complexos processos de apropriações e ressig-
nificações culturais nas experiências entre grupos e indivíduos que interagem, daí se falar em
identidades inter e intracontrastivas. [...]
Cecília Azevedo e Maria Regina Celestino de Almeida. Identidades plurais. In: Martha Abreu e Rachel Soihet (Orgs.). Ensino de
História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009, p. 25-26.
143
Introdução
[...]
O conceito de História como campo de conhecimento é fundamentalmente relacionado
ao conceito de fontes históricas. O uso das fontes e a sua análise temporal são propriedades
do conhecimento histórico. Elementos componentes do conceito de História científica, o do-
cumento e o tempo diferenciam a narrativa histórica da narrativa ficcional e das narrativas
científicas de modo geral.
As fontes, consideradas objeto material da pesquisa histórica, vêm adquirindo, desde o
século XVIII, quando D. Mabillon, da Congregação de Sainte Maur, escreveu a obra De Re Di-
plomatica, cada vez mais importância e vêm expandindo o seu significado. Quando a História
iniciou sua trajetória como conhecimento, o documento escrito oficial era a essência de sua ve-
racidade, afirmação que atingiu seu auge no século XIX. A História era o que havia sido regis-
trado pela escrita dos homens sobre a vida pública. Com isso, os sujeitos eram somente os que
tinham aceso às formas de manifestação escrita ou os que deviam, em razão de sua importân-
cia pública, ter seus atos registrados pelos seus pares, detentores das formas escritas.
[...]
Ao uso exclusivo dos documentos escritos como fontes foi incorporada a variedade da pro-
dução da sociedade. Esse novo olhar sobre a História como campo de conhecimento fez que a vi-
da política deixasse de ser objeto exclusivo da pesquisa. Obras de arte, como pinturas e escultu-
ras, documentos escritos de natureza diversa, como registros particulares, anotações domésticas,
tipos variados de correspondência, formas de manifestação literária, musical, imagens fixas e e
em movimento, peças da vida cotidiana, enfim, tudo o que fornecesse informação sobre a vida
humana aos poucos foi incorporado ao universo das fontes históricas.
[...]
Para proporcionar o desenvolvimento do pensamento histórico do aluno e fazê-lo dis-
tanciar-se do senso comum, a Didática da História propõe procedimentos críticos em rela-
ção às fontes, analisadas como recursos para a aprendizagem do aluno; promove a utilização
do raciocínio comparativo, da periodização do tempo histórico, distinto de um tempo subje-
tivo, da maestria do grau de generalização dos conceitos, distinguindo completamente a His-
tória de seus usos. Para tanto, mobiliza metodologias clássicas das ciências humanas e so-
ciais: questionamento e observação, coleta de dados, exame e descrição e coloca em perspec-
tiva os deslocamentos entre noções comuns e conceitos históricos (Bugnard, 2009).
A promoção dessas formas de pensamento histórico exige que a formação do aluno es-
teja fundamentalmente num conceito de História que o leve à compreensão da realidade so-
cial e das ações dos homens localizadas no tempo. Para tanto, é preciso utilizar materiais
que permitam a construção do texto histórico e o chamado a atividades intelectuais que en-
caminhem o aluno para o desenvolvimento do pensamento histórico.
André Chaves de Melo Silva; Kátia Maria Abud e Ronaldo Cardoso Alves. Ensino de História. São Paulo: Cengage Learning,
2010, p. IX-XIV.
144
MANUAL DO PROFESSOR
1 A medida do tempo
UNIDADE
Página 8
Nesta unidade buscou-se enfocar a evolução histórica das formas de mensurar o tempo pelo ho-
mem a partir dos eixos temáticos “tempo” e “espaço”.
Na atualidade, o ensino de História busca desenvolver as capacidades de observação, reflexão, aná-
lise e posicionamentos diante da realidade social.
Desse modo, é a partir da observação da natureza, da criação de calendários e relógios, do esta-
belecimento de rotinas frequentes do cotidiano, da leitura e escrita de datas que se buscou auxiliar os
alunos a construir o conceito de tempo histórico e a compreender as dimensões do tempo.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a compreensão das noções de tempo, para que saiba utilizá-las na organização do cotidiano e
na compreensão do tempo histórico;
•• a percepção de que a noção do tempo histórico é uma construção lenta e gradativa;
•• a capacidade de compreender as diferentes dimensões do tempo, como a duração a partir de
mudanças e permanências no modo de vida dos grupos humanos, com os ritmos que englo-
bam o fato e a conjuntura a partir de vivências pessoais;
•• o entendimento do conceito de tempo como objeto de construção cultural em tempos e espa-
ços diferentes;
•• a apreensão da importância do estudo da História, enfatizando suas características fundamen-
tais, a saber: o desenvolvimento da noção de história como processo, como momento que se
percebe a partir da própria dinâmica e a afirmação da história como campo da atuação dos ho-
mens;
•• a percepção de que a ideia de tempo pelos homens variou muito até ser elaborada culturalmen-
te como algo infinito, contínuo e irreversível.
•• a percepção de que, independentemente de sermos jovens ou mais velhos, homens ou mulhe-
res, vivemos condicionados ao tempo, atentos ou não ao relógio, e que existem sempre meca-
nismos ou compromissos que nos obrigam a seguir um determinado padrão de comportamen-
to, estabelecido pela sociedade ou grupo em que vivemos;
•• o manejo na construção das linhas do tempo.
145
É importante explorar a ilustração que acompanha o texto, levantando questões para o aluno ima-
ginar, por exemplo, como seria poder adiantar o relógio e com isso fazer, de fato, o tempo passar mais
rápido. Também é interessante levantar alguns questionamentos anteriores à leitura do capítulo, como:
você sente muitas vezes essa pressa? Em quais situações você acha que o tempo parece passar rápido?
E quando parece demorar a passar? O que você acha que a menina está fazendo? Porque será que ela
quer que o tempo passe mais rápido?
Os alunos percebem intuitivamente essa complexidade do tempo nos momentos em que ele pa-
rece passar mais rápido e nos outros em que parece passar mais devagar. Permita que eles se expressem
sobre como entendem individualmente a passagem do tempo, preparando-os para começar a trabalhar
com o conceito de tempo cultural, criado pelos seres humanos ao longo da História. Ainda com referên-
cia ao texto e à ilustração de abertura do capítulo, indague os alunos sobre qual seria a relação deles
com o título da unidade “A contagem do tempo: uma invenção do homem”.
Você também pode apresentar alguns dados sobre Luis Fernando Verissimo, contando que, além
de escritor de renome nacional com ampla produção literária, ele é desenhista, humorista e músico,
tendo seus trabalhos publicados diariamente nos jornais e revistas. O fragmento do texto que abre o
capítulo encontra-se no livro O arteiro e o tempo, que trata especialmente das relações fundamentais
entre o homem e sua existência no tempo. Esse livro foi ilustrado pelo pintor, desenhista e gravador
Glauco Rodrigues. A biografia do autor pode ser acessada no site http://www.releituras.com/lfverissimo_
bio.asp.
146
1. Outra forma de explorar o conceito do relógio de sol é criar um com os alunos. Em um dia enso-
larado, leve-os ao pátio da escola e juntos montem um relógio de sol em uma bacia com argila.
MANUAL DO PROFESSOR
No centro da bacia, finque uma estaca de madeira e oriente que observem a sombra projetada
na areia. Peça que confiram a hora e marquem essa sombra indicando a que hora ela se refere. É
interessante que sejam feitas marcações de hora em hora. Eventualmente, ao longo da semana,
peça aos alunos para conferirem o horário no relógio de sol.
O tempo da natureza
Página 16
Ao desenvolver o tema deste subitem, você pode explorar as situações cotidianas nas quais per-
cebemos o tempo e sua ação em relação, por exemplo, ao crescimento das plantas, aos animais, à varia-
ção entre os dias, às noites, às estações do ano, às fases da vida.
147
1. Esta atividade tem por objetivo auxiliar os alunos a visualizarem o movimento de translação fei-
to pelo planeta Terra. Essa atividade será feita de forma integrada aos conteúdos de Ciências,
pois permite a exploração dos movimentos feitos pela Terra. É importante que a construção do
modelo seja feita por você, pois exige o trabalho com eletricidade.
Para montar o modelo, siga os passos abaixo.
Material
• 1 extensão de luz com um soquete e uma lâmpada
• 2 bolas ou 2 laranjas
• 2 varetas para perfurar as bolas ou as laranjas, representando o eixo da Terra
• 1 giz de cera
Modo de fazer
Coloque o soquete com a lâmpada acesa (que vai representar a projeção da luz solar) sobre uma
superfície plana.
Com o lápis ou caneta, trace uma linha dividindo a bola ao meio e outra linha como que divi-
dindo em 4 partes, e com o giz de cera pinte a metade da bola. Observe o esquema:
• introduza perpendicularmente uma das varetas numa das bolas;
• na outra bola, introduza a vareta de forma inclinada, representan-
do a inclinação do eixo terrestre.
Observe o esquema:
Adriano Loyola
Luz solar
Segurando a bola com o eixo inclinado, observe a uma certa distância que a luz encontra uma
superfície da bola, iluminando-a, representando o dia (claro). A parte escura na qual a luz não chega
representa a noite (escuro). A região da bola em que a radiação solar chega com mais intensidade tor-
na-se mais quente e corresponde à região da Linha do Equador. Isso significa que a radiação solar che-
ga ali com menor intensidade, e por isso essa região é mais fria.
148
Adriano Loyola
D
Hemisfério Norte Hemisfério Sul
MANUAL DO PROFESSOR
Polo sul Eixo da Terra
A C
Outro ponto fundamental desta demonstração é que o eixo da Terra está sempre paralelo a ele mes-
mo, ou seja, se você começou a demonstração com o eixo da Terra apontando em direção a uma parede
da sua sala, por exemplo, então ele deverá continuar apontando da mesma forma para a mesma parede
quando a bola passar pelos pontos A, B, C e D. Como você está percebendo, a explicação demonstra que
a inclinação do eixo da Terra é que determina as estações do ano e não a distância da Terra ao Sol.
Página 18
A compreensão sobre os vários mecanismos que os seres humanos criaram para medir o tempo
ao longo da história, ou seja, o chamado tempo histórico ou cultural, é trabalhada no capítulo por meio
das atividades com o calendário. É importante que o aluno conheça os dias da semana, os meses e o
significado cultural dos feriados para a sociedade em que vive, comparando, por exemplo, a importân-
cia individual da data do nascimento de cada um com a importância de determinadas datas para o mu-
nicípio onde mora, bem como para o país ou para a humanidade.
Construa com os alunos uma tabela com a data de aniversário de cada um. Separe essa tabela em
4 colunas referentes ao nome do aluno, dia, mês e ano.
Depois de completar a tabela com os dados, oriente que construam uma linha do tempo com a
data de nascimento de cada um.
Algumas escolas continuam dando ênfase às comemorações de datas cívicas, enquanto outras va-
lorizam as datas comemorativas. As datas comemorativas têm uma razão, uma tradição e uma historici-
dade própria que devem ser apresentadas aos alunos para que eles compreendam a razão de não haver
aula, de o comércio fechar etc. É preciso estimular uma releitura mais acurada disso, relacionando os
acontecimentos comemorados e suas influências no presente.
Comente com os alunos sobre a criação dos calendários. A seguir são apresentadas algumas infor-
mações sobre o tema.
A criação dos calendários foi determinada, de maneira geral, pela necessidade de marcar os acon-
tecimentos importantes da história dos povos, além dos meses, dos dias e das estações do ano. Normal-
mente, os calendários têm uma inspiração religiosa, de acordo as tradições e crenças das pessoas do lo-
cal em que são vigentes.
Os hebreus (judeus), por exemplo, contam os anos a partir do ano em que eles consideram a cria-
ção do mundo. O nascimento de Cristo (ano 1 do calendário cristão) corresponde ao ano 3 761 do ca-
lendário hebraico.
149
Página 21
É importante que ao trabalhar a atividade sobre o calendário do ano vigente, você faça uma con-
textualização histórica das principais datas cívicas comemoradas no país, a saber: o dia da Proclamação
da República e o dia da declaração da Independência e o Dia do Trabalho. É interessante sublinhar o
grande número de datas alusivas a fatos religiosos, destacando que vivemos em um país de colonização
portuguesa e que, sendo Portugal um país cuja religião oficial desde antes de sua vinda às Américas é o
catolicismo, essa religião teve forte influência na nossa formação cultural e está traduzida também nos
feriados e comemorações oficiais. Você pode destacar, também, outras datas, como o Dia da Mulher, o
Dia da Consciência Negra, o Dia do Índio e o Dia do Trabalho, que constituem importantes mecanismos
para manifestações e preservação de fatos ligados à História.
Página 26
O objetivo deste capítulo é trabalhar em conjunto tanto a percepção da dimensão pessoal da pas-
sagem do tempo como a construção cultural sobre ele. Nele são propostas atividades que solicitam a
organização de uma agenda e a confecção da linha do tempo de cada aluno, nas quais serão assinala-
dos fatos e eventos que forem considerados significativos.
150
MANUAL DO PROFESSOR
Você pode encontrar informações sobre Heitor Villa-Lobos no site do museu virtual dedicado ao
maestro. Faça a visita virtual com os alunos para que eles conheçam um pouco mais da história do com-
positor. Você pode fazer um passeio pelo Museu Villa-Lobos para o seu conhecimento e, posteriormen-
te, mostrar para os seus alunos.
Acesse: http://www.museusdorio.com.br/joomla/index.php?option=com_k2&view=item&id=86:-
museu-villa-lobos-mvl&Itemid=234.
Você pode levar os alunos a fazer a leitura das imagens agregadas ao texto, como também ler o
título do capítulo, relacionando a ideia de movimento ao sentido dos versos da canção, que tratam da
passagem do tempo e da vida em um trem imaginário. É importante que os alunos expressem seus pen-
samentos e percepções sobre a passagem do tempo, principalmente quando se é criança. Você pode le-
vantar questões ligadas às rotinas, tanto aquelas vivenciadas pelas pessoas que vivem no campo quan-
to das que vivem nas cidades (uma vez que o poema se refere ao trenzinho do caipira), bem como de-
ve contemplar as vivências dos alunos de modo geral.
Reflita com os alunos sobre a utilização de medidas de tempo para se referir às distâncias das via-
gens. Na atualidade não são quilômetros, mas sim horas, que marcam a distância das longas viagens.
Página 29
A organização de uma agenda diária também vai auxiliar a compreensão do conceito de tempo à
medida que os alunos podem mensurar as atividades exercidas durante o dia, como o tempo de brincar,
de permanecer na escola, duração do recreio e merenda, o tempo destinado a cooperar em casa nos
afazeres da família, entre outros. A fim de aprofundar a noção de organização do tempo, oriente a cons-
trução de um gráfico de pizza no qual os alunos indiquem o tempo utilizado para a escola, para as ta-
refas e para o lazer. Dessa forma poderão visualizar em que proporção dividem o seu tempo.
É importante debater com os alunos sobre a função de uma agenda e como ela pode ser usada
para organizar os compromissos ao longo do dia, na semana, no mês e assim por diante.
Mais atividades
1. Sugerimos a confecção de agendas para que os alunos organizem os compromissos escolares e,
principalmente, se familiarizem com a noção da organização do tempo.
Para confeccionar as agendas:
•• Entregue 4 folhas de sulfite e peça que os alunos dobrem duas em duas juntas, duas vezes.
•• Grampeie o meio e recorte onde as folhas ficaram unidas.
•• Oriente os alunos a marcar as páginas com meses ou semanas. Indique que anotem as datas
nas páginas. Essa será a agenda dos alunos.
•• Leve para a sala revistas e papéis coloridos e peça que decorem a capa da agenda. Ela ficará
na mochila de cada aluno.
•• Os registros podem ser feitos com textos ou desenhos, mas devem representar as atividades
importantes da vida escolar dos alunos, ou mesmo eventos de suas vidas particulares.
151
Página 30
A apresentação aos alunos da linha do tempo de um personagem fictício, Júlio, e a posterior cons-
trução de uma linha do tempo para cada aluno vão ajudá-los a se situar no tempo e relacionar os acon-
tecimentos de sua vida com outros, paralelos, ocorridos no passado. Propõe-se, também, que os alunos
selecionem fatos ou acontecimentos que possam ser, de alguma forma, representativos para si.
152
MANUAL DO PROFESSOR
Página 36
O trabalho com atividades que resgatam a história pessoal e do grupo de convívio dos alunos con-
duz à construção de identidades e à compreensão das relações humanas e sociais ao seu redor. Nesta
unidade, que tem como eixos temáticos “Identidade” e “Os sujeitos históricos”, o estudo dos nomes e dos
sobrenomes, a constituição da família em tempos e espaços diversos e a importância dos documentos
na identificação das pessoas, podem auxiliar os alunos na percepção da história de vida de cada um.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a percepção de que estudar História é, para cada um de nós, uma forma de se descobrir, de se
conhecer, de se situar no mundo, e de que refletir sobre a história e o processo de construção
humana de forma global e integrada, em diferentes épocas e espaços, é conscientizar-se da di-
versidade cultural;
•• a valorização de atitudes como solidariedade, capacidade de trabalhar em grupo, atenção e
respeito aos outros, com atividades que lhe permitam expressar e perceber como é visto pe-
los outros;
•• a percepção da importância de observar detalhes, peculiaridades, traços, modo de falar, o que
resulta em importante mecanismo de atenção e oportunidade de olhar além das características
físicas, aspectos que inspirem sentimentos amistosos e solidários, a fim de que aprenda a lidar
de modo positivo com o jeito de ser de cada um;
•• o exercício da comparação entre histórias pessoais com as de diferentes grupos humanos, o que
representa um importante recurso para a construção da identidade do aluno e do grupo social
do qual ele faz parte;
•• a identificação e a expressão oral, gráfica e por escrito de características comuns e particulares
entre parentes e outras pessoas e como se dão as relações de convívio entre eles, lembrando e
relatando alguns episódios familiares;
•• a compreensão da importância da escrita como registro e valorização social dos documentos
pessoais para o exercício da cidadania.
Mais atividades
1. Você pode fazer um trabalho inicial sobre o quadro A família, de Tarsila do Amaral, permitindo as-
sim que os alunos possam fazer inferências sobre os assuntos da unidade. Pode-se fazer um am-
plo trabalho de contextualização, por exemplo, sobre quem foi Tarsila do Amaral e sobre o que
foi a Semana de Arte Moderna. Depois de apresentar a imagem do quadro, você pode estimu-
153
O nome
Página 39
A relação direta entre o nome de cada um e sua identificação pode se referir às características cul-
turais que possuímos e que nos fazem pertencer a um determinado grupo social, como a identidade de
ser brasileiro. Mas pode se referir também às características individuais, que distinguem as pessoas, cujo
principal elemento de diferenciação é o nome e o sobrenome de cada indivíduo.
Mais atividades
1. Você pode promover uma atividade interativa com os alunos, pedindo que escrevam seus nomes
em pedaços de papel e usem como crachás. Em seguida, peça para que cada um conte para os
colegas seu apelido e o significado do nome. Se for possível, leve para a sala um dicionário com
o significado dos nomes para complementar o exercício. Faça interferências sempre que perceber
algum tipo de preconceito ou brincadeira que possa causar constrangimento.
2. Faça a brincadeira “Passa palavra” (adaptação da brincadeira de passar o anel). Peça que os alunos
escrevam seu nome completo e um adjetivo em um papel (explique para os alunos que adjetivo
é uma qualidade, como consta no poema “Nomes de gente” do livro, na página 38. Por exemplo:
Prudêncio, que é prudente). Depois, oriente-os a dobrarem esse papel e colocarem-no em uma
caixa, misturando-os. Forme um círculo e passe a caixa para que um aluno pegue um papel e
leia o nome completo e o adjetivo em voz alta.
154
MANUAL DO PROFESSOR
tam de junções; os menos comuns; outros com aspectos que podem chamar a atenção). O trabalho
com os quantitativos dos nomes pode ser retomado nas aulas de Matemática, de forma que os alu-
nos aprendam a tratar a informação coletada.
Ao analisar as anotações, auxilie os alunos a identificarem nomes antigos que ainda são recor-
rentes e outros mais novos, a fim de fixarem a percepção sobre as mudanças e permanências acerca
da escolha dos nomes das pessoas.
O significado do nome
Página 41
O texto pretende iniciar uma exploração de palavras que são usadas, como os nomes, seus signi-
ficados e as diferentes junções que originam os nomes.
O sobrenome
Página 44
É importante trabalhar coletivamente as origens dos sobrenomes dos alunos. Alguns deles terão os
mesmos sobrenomes dos avós, enquanto outros não, uma vez que na turma podem surgir situações diver-
sas com relação a alguns sobrenomes. Explique que muitas vezes as mulheres não adotam o sobrenome
do marido ao casar, outras adotam para o filho apenas o sobrenome da mãe, entre muitos outros casos.
A família
Página 47
A abordagem de questões relativas à família e ao passado histórico do grupo familiar auxilia a com-
preensão da existência de diferentes tipos de família e seus componentes, em tempos e espaços diversos.
É importante que se estabeleça um diálogo com a turma sobre os laços afetivos que muitas vezes substi-
tuem e superam os laços de sangue. Em relação aos alunos que não vivem com pais ou parentes, é funda-
mental destacar que em nossa cultura a família se constitui, principalmente, por laços de afetividade.
155
O objetivo deste capítulo é dar continuidade ao tema da unidade que trata de “Identidade e su-
jeitos históricos”, ressaltando a compreensão da importância da escrita como registro, e valorização so-
cial dos documentos pessoais para o exercício da cidadania.
156
MANUAL DO PROFESSOR
vestigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do su-
posto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Inclu-
ído pela Lei no 12.010, de 2009)
Desde 1997, a Lei no 9.534 obriga os cartórios a fazerem o registro civil e a emitirem a 1a via da cer-
tidão de nascimento gratuitamente, além do direito de um nome e sobrenome para cada criança nasci-
da após essa data.
Ao ler e analisar a certidão de nascimento antiga, é importante ressaltar a diferença entre a data
do nascimento e a data do documento, explicando sobre a importância da certidão de nascimento co-
mo primeiro registro oficial da existência das pessoas e que serve como base para os outros documen-
tos que serão obtidos ao longo da vida.
Os exemplos apresentados de outros documentos permitem aos alunos um prévio conhecimen-
to sobre como são estabelecidos os requisitos para outras “identidades”, como ser eleitor, motorista, es-
tudante, trabalhador, entre outras. Sugira aos alunos que peçam aos adultos com os quais vivem para
mostrar outros documentos que eles têm, para que possam observar detalhes sobre os documentos des-
sas pessoas. Os alunos devem ser orientados no cuidado com o manuseio de documentos originais.
A fim de ampliar a noção de documentos, aproveite a oportunidade para falar sobre documentos
escolares. Busque na administração da escola documentos que comprovem seu registro, outros nos quais
conste a data de fundação, o nome da escola. Esses registros podem ser apresentados aos alunos como
o equivalente à certidão de nascimento da escola, pois comprovam sua criação e existência. Se possível,
exiba também fotos antigas da escola, que mostrem sua fachada ou outros espaços, que mostrem um
corpo de professores de outro período etc. Apresentar diferentes tipos de documentos aos alunos con-
tribui para que eles compreendam que existem numerosas possibilidades de contar a história dos luga-
res e das pessoas.
O primeiro documento
Página 53
A apresentação desse documento, além de outros dados disponíveis no texto, contribuem para a
compreensão do tema. A partir do texto é possível aprofundar o debate sobre a isenção de taxa para emis-
são do documento, o que pode ajudar para que muitas crianças não fiquem sem o documento, como
acontecia antes, devido à dificuldade que alguns pais encontravam para fazer o registro de seus filhos.
Outros documentos
A apresentação de documentos como a Carteira de Identidade, de Trabalho e de Motorista visa
comprovar aos alunos que existem diferentes documentos utilizados para comprovar a identidade das
pessoas no Brasil.
Uma forma de analisar esses documentos é identificar as informações constantes em cada um deles,
e apresentar para os alunos em que momentos a Carteira de Trabalho e de Motorista são necessárias.
157
1. Sugira uma pesquisa sobre as impressões digitais. Indique que pesquisem como elas se formam,
quais os tipos, por que elas são únicas e não mudam ao longo da vida das pessoas. Alguns si-
tes podem contribuir para essa pesquisa: http://discoverybrasil.uol.com.br/guia_crime/crime_
analise/crime_digitais/index.shtml e http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/
duvida-genetica-467296.shtml.
Promova também a impressão das digitais de cada aluno em seu respectivo caderno, para is-
so usando uma almofada de carimbos ou canetas do tipo hidrocor para pintar os dedos deles.
Feita a pintura, solicite que pressionem com força o dedo no caderno. Impressas as digitais
oriente que observem os detalhes e comparem com as dos colegas, a fim de que identifiquem
as diferenças.
158
MANUAL DO PROFESSOR
Direitos de aprendizagem em História no ciclo de alfabetização:
Sujeitos históricos
•• Identificar e expressar (oralmente, graficamente e por escrito) as características (individuais e cole-
tivas) comuns e particulares dos membros dos grupos de convívio dos quais participa (familiares,
étnico-culturais, profissionais, escolares, de vizinhança, religiosos, recreativos, artísticos, esportivos,
políticos, dentre outros), atualmente e no passado. Iniciar, aprofundar e consolidar no 2o ano.
•• Dialogar e formular reflexões a respeito das semelhanças e das diferenças identificadas entre os
membros dos grupos de convívio dos quais participa (familiares, étnico-culturais, profissionais,
escolares, de vizinhança, religiosos, recreativos, artísticos, esportivos, políticos, dentre outros), atu-
almente e no passado. Iniciar e aprofundar no 2o ano.
•• Identificar e expressar (oralmente, graficamente e por escrito) as características (individuais e co-
letivas) comuns e particulares dos membros de outros grupos de convívio, locais e regionais, atu-
almente e no passado. Iniciar, aprofundar e consolidar no 2o ano (BRASIL, 2012, p. 27).
Ao identificar as diferenças e as semelhanças entre as histórias vividas por eles e entre outras pes-
soas, no passado e no presente, os alunos podem perceber também como as histórias individuais parti-
cipam da construção da história da sociedade em geral e, ao ouvir relatos orais, podem buscar na me-
mória de familiares e outros adultos elementos para a compreensão da importância das fontes para o
conhecimento histórico.
A confecção, em equipes, de caixas do tempo pode ser um passo para a preservação da história
da escola. Esse material, além de permanecer na escola como documento a ser consultado, pode tam-
bém ser usado nos anos posteriores como referência e modelo para outras turmas realizarem o mesmo
trabalho, dando continuidade à caixa do tempo do ano seguinte. A preservação da memória é um exer-
cício de cidadania que deve ser estimulado nesse e em outros momentos.
A confecção da caixa do tempo deve ser realizada por toda a turma. Para que as caixas possuam
conteúdo interessante e de fato contribuam para a preservação da memória, é preciso acompanhar aten-
tamente a terceira e a quarta etapas.
Na terceira etapa, oriente as entrevistas e pesquisa. Antes das entrevistas, sugira uma pesquisa so-
bre a história da escola, investigando o ano de sua fundação, o nome da escola e seu significado etc. Nas
entrevistas, destaque aos alunos a importância de se entrevistar funcionários que desempenhem as mais
diferentes atividades. Dessa forma, as histórias contadas serão diferentes, e cada uma auxiliará a contar
um pouco mais sobre a escola. Além das histórias sobre fatos marcantes, oriente que questionem a res-
peito de projetos que já existiram na escola e que foram levados à comunidade, como campanhas para
a coleta e reciclagem de lixo, preservação do meio ambiente, hortas comunitárias, entre outras ações ci-
dadãs que foram importantes para a comunidade escolar.
Na quarta etapa, a de organização das lembranças, é preciso contribuir com a organização dos tex-
tos. Sugira que organizem as informações cronologicamente, a fim de que desenvolvam noções de an-
terioridade e posterioridade. Resgate as orientações sobre a redação de textos presentes neste Manual,
elas contribuirão para a confecção dessa atividade, bem como para sua avaliação. O trabalho com os tex-
tos pode ser ampliado nas aulas de Língua Portuguesa.
A produção das caixas do tempo pode ser feita ao longo do semestre letivo, num esforço de vá-
rios setores da escola. Dessa forma, as caixas terão mais informações e um significado mais importante
para os alunos.
159
Página 60
Em qualquer grupo, é fundamental conhecer a história da sociedade em que se vive para enten-
der determinados processos que a regem. Essa consciência é construída, principalmente, pela compre-
ensão das transformações em diversas sociedades, em espaços e tempos diferentes. Ao abordar nos ca-
pítulos anteriores os temas relativos ao nome, ao sobrenome, à composição da família e aos documen-
tos do aluno, buscou-se resgatar ainda que, em linhas gerais, alguns aspectos que envolvem as mudan-
ças e permanências podem ser percebidos por meio de pesquisas e abordagens de outros tempos his-
tóricos.
Nesta unidade, cujo eixo temático gira em torno das fontes históricas, serão enfocados os temas
ligados à importância da preservação das fontes e do Patrimônio Cultural do local em que se vive, ten-
do como objeto de estudo as formas de moradia de alguns grupos humanos.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• a reflexão sobre a finalidade dos estudos históricos, o significado da pesquisa e a interpretação
de fontes e documentos históricos a partir do enfoque que se faz deles;
•• a incorporação da noção de fontes históricas e da importância de sua preservação;
•• a percepção da diversidade sociocultural da passagem do tempo e sua contagem como cons-
trução cultural;
•• a percepção das relações humanas com os espaços de vida, começando pela casa onde se mo-
ra e os elementos que a caracterizam;
•• o reconhecimento e a comparação do ambiente físico das casas, do espaço de moradia, bem co-
mo a dinâmica e as ocupações entre espaços comuns e espaços privados, levando o aluno à
compreensão do significado de outras formas de morar;
•• o reconhecimento de sociabilização, individualidade e respeito ao coletivo, comparando-o com
outras experiências diferenciadas no tempo e no espaço;
•• o aprofundamento do reconhecimento de mudanças e permanências, além da introdução de al-
gumas noções de representação espacial e organizacional por meio não só das vivências e rela-
ções, mas também de representações cartográficas, a partir de mapas.
A abertura da unidade traz a imagem de Sobrados art déco e art nouveau da Praça Anthenor
Navarro no centro histórico de João Pessoa, na Paraíba. Esses sobrados foram reformados em 1998 no
esforço de restauro do centro histórico da cidade. O Paço Municipal é um importante patrimônio
representativo da história política da cidade. Sua arquitetura, preservada na restauração do Paço (entre
os anos de 2007 e 2009), também é um elemento de destaque e que deve ser estudado.
A escolha dessa imagem se deu pelo fato que nesta unidade serão trabalhados os temas relativos
à história na nossa vida, o Patrimônio Histórico, tipos diferentes de moradias, ou seja, assuntos relaciona-
dos à História e que influenciam a nossa história de vida.
160
MANUAL DO PROFESSOR
gumas atividades ligadas ao universo feminino mudaram nos últimos anos, mas que tanto no passado, a
exemplo das imagens das décadas de 1970 e 1980, quanto mais recentemente, como visto nas imagens
do século 21, as mulheres exercem ocupam espaço nas funções domésticas e de criação dos filhos, como
também no mercado de trabalho nas mais diversas funções.
A análise dessas imagens têm como objetivo dar oportunidade para que os alunos trabalhem o
conceito de História como construção cultural. É importante que eles debatam sobre o tema, inclusive
conversando entre si e sobre outros fatos ligados ao tema.
Explique que a evolução ocorreu desde o surgimento do homem na Terra, e que os avanços são
visíveis tanto nas formas de organização das sociedades quanto no modo de trabalhar, na maneira de
distribuir riquezas, nos costumes e até na forma de pensar, que influenciou em alguma medida a nossa
maneira de viver nos dias atuais.
1. Traga para sala de aula algumas informações sobre a mudança no vestuário das mulheres ao
longo do século 20. É interessante contextualizar essas mudanças, pontuando aos alunos que
o vestuário é um dos elementos culturais que auxilia a refletir a posição das mulheres na socie-
dade.
Para tal, sugere-se a exibição do seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-q-5mw-
vpbpI, no qual apresenta-se em 1 minuto e 40 segundos a trajetória do vestuário no século 20.
É importante que, por meio desse vídeo, sejam destacadas algumas características da socieda-
de que podem ser analisadas por meio das roupas usadas pelas mulheres, como no início do
século as roupas serem mais fechadas e cobrirem mais o corpo do que as roupas usadas no
anos finais do século. Há uma passagem do vídeo em que a mulher veste roupas sociais, de
trabalho, que refletem sua entrada no mercado de trabalho. É importante que os alunos iden-
tifiquem que as mudanças na sociedade têm impacto direto nos elementos da cultura, bem
como deve-se reforçar com eles a noção de que nossa sociedade e nossa realidade está em
constante mudança.
As mulheres na História
Página 63
Ao abordar transformações ocorridas, tendo como referência a participação das mulheres em seg-
mentos profissionais, você pode explorar outros aspectos, além das atividades em si, exercidas por elas.
Sobre a entrada das mulheres no mercado de trabalho, sugerimos a leitura do texto complemen-
tar 5, no qual há uma discussão sobre essa mudança da participação feminina no mercado de trabalho.
Ao trabalhar a imagem da jogadora Marta, destaque que os uniformes femininos são mais leves e
adequados à anatomia feminina. É importante, também, comentar que a Copa do Mundo de Futebol Fe-
minino reúne 16 seleções femininas para competir a cada quatro anos e que surgiu como ideia dos de-
legados da Fifa durante a Copa do Mundo de 1986, no México. As Copas do Mundo das Mulheres de
1999 e 2003 foram celebradas nos Estados Unidos, e a Fifa anunciou em 2010 que, a partir da edição de
2015, o número de seleções participantes irá aumentar de 16 para 24 países.
161
É importante que você reforce com os alunos que a história de cada um se confunde com a de
outras pessoas que viveram no mesmo período em um determinado país.
Como foi feito na Unidade 1 do livro, quando o aluno pode comparar a sua linha do tempo com
a de seus colegas, pode relacioná-la com outros acontecimentos, podendo também perceber que, ao
comparar a história de vida de duas pessoas é possível encontrar muitas diferenças, assim como achar
muitas semelhanças. É importante que o aluno perceba que isso acontece porque não vivemos isolados.
Vivemos em uma família, temos um grupo de convívio em um bairro, em uma cidade, em um país, e
que a nossa história faz parte da História do nosso tempo.
Comente com os alunos que para uma boa convivência em grupos, como no caso da sociedade bra-
sileira, é preciso que todos respeitem regras. A fim de contribuir para a compreensão dos alunos quanto à
importância disso, proponha a criação de regras de boa convivência na sala de aula e na escola. Em um pri-
meiro momento, deixe que os alunos pontuem o que compreendem ser importante. Se necessário, depois
de uma conversa inicial, indique algumas regras que você compreende como essenciais.
Registre essas regras em dois cartazes, fixe um na sala de aula e outro no mural da escola, de for-
ma que fiquem disponíveis para todos utilizarem no cotidiano escolar.
É importante trabalhar com os alunos sobre como ao longo da história os seres humanos foram
deixando vestígios em diferentes tempos e espaços e são eles que permitem recuperar parte das expe-
riências de diversos grupos e comunidades.
162
MANUAL DO PROFESSOR
Página 68 Você sabia?
A preservação do Patrimônio Histórico é encarada na atualidade como uma questão de cidadania,
uma vez que se preserva um bem cultural não só pelo valor estético, arquitetônico ou histórico, mas pe-
lo que ele representa para a comunidade.
[...] é a memória dos habitantes que faz com que eles percebam, na fisionomia da
cidade, sua própria história de vida, suas experiências sociais e lutas cotidianas. A me-
mória é, pois, imprescindível na medida em que esclarece sobre o vínculo entre a suces-
são de gerações e o tempo histórico que as acompanha (ORIÁ, 2002, p. 139).
Quando nos referimos ao que denominamos como “Patrimônio Histórico”, quase que imediata-
mente lembramos de edifícios e monumentos. A primeira legislação patrimonial do Brasil foi o Decreto-
-lei no 25/37, que estabeleceu o conceito de Patrimônio Histórico como o conjunto de bens móveis e
imóveis existentes no país, cuja conservação seja do interesse público, tanto pela sua vinculação a fatos
memoráveis da História do Brasil quanto pelo valor arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Com base nisso, durante décadas foi priorizado o patrimônio arquitetônico de igrejas, fortes e ca-
sarões com estilo arquitetônico relevante, deixando-se de preservar conjuntos sem destacado interesse
arquitetônico, como vilas operárias ou casas usadas como cortiços, que, segundo as concepções do pe-
ríodo, não careciam de preservação.
O mais acertado em termos de preservação cultural seria fazer referência a todo o “Patrimônio His-
tórico” que inclua aspecto cultural, artístico, arqueológico e natural.
Ainda conforme Ricardo Oriá, no texto sobre Memória e ensino de História :
Desse modo, é importante ressaltar que não são apenas os monumentos que devem ser preser-
vados, mas todos os saberes e experiências humanas, bens naturais ou culturais, assim como a arte em
todas suas manifestações, das eruditas às populares, entre tantos outros exemplos.
Ao longo da nossa existência como nação, a memória histórica privilegiou, de modo geral, os gran-
des heróis, seja no nome de ruas, praças, parques ou na existência de monumentos e estátuas erigidos
em homenagem à memória de determinados personagens.
Foi apenas na Constituição de 1988 que se buscou mudar a política de preservação com disposi-
tivos legais para garantir uma política mais ampla nesse aspecto. No Art. 215, §§ 1o e 2o, ficou estabele-
cido que o Estado deve proteger as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, as-
163
Mais atividades
1. Como complemento ao estudo do Patrimônio Imaterial, sugere-se uma reflexão sobre tradições
de família no tratamento de alguns mal-estares e doenças.
Peça aos alunos que conversem com os familiares sobre chás e receitas caseiras utilizadas pa-
ra tratar alguns problemas comuns, como insônia, dor de barriga e intestino preso, e tentem
descobrir de onde veio esse hábito.
Em sala de aula, oriente a troca de informações, a fim de ver quais os “remédios caseiros” co-
muns entre os alunos.
Se possível, sugira uma pesquisa sobre a origem de algumas dessas receitas caseiras para o tra-
tamento de doenças.
Essa atividade pode ser desenvolvida de forma integrada à disciplina de Ciências, investigando
quais os princípios ativos de cada um desses chás e remédios caseiros. É importante, no entan-
to, destacar que a persistência de doenças e indisposições não é comum e o acompanhamen-
to médico é bastante importante nos tratamentos.
164
MANUAL DO PROFESSOR
A abertura do capítulo traz a letra da canção “A casa”, de Vinicius de Moraes, além de uma gravu-
ra da casa do artista plástico Carlos Páez Vilaró, que inspirou os versos da composição musical. A esco-
lha desse poema contribui para estimular a imaginação e a criatividade dos alunos quanto ao tema do
capítulo, uma vez que serão apresentadas diferentes formas de morar, em tempos e espaços diversos, ca-
da qual contando uma história diferente.
Você pode levar, se possível, a canção para os alunos ouvirem e apresentar o texto todo, conver-
sando sobre o que eles conseguiram prever e interpretar a respeito do texto e também para checar se
o que inferiram têm coerência. Em seguida, apresente a imagem da casa de Vilaró, relacionando-a com
a canção.
A casa de Vilaró, transformada no hotel chamado “Casapueblo”, conta na atualidade com mais de
setenta quartos, todos batizados com nomes de hóspedes famosos, como Pelé, Vinicius de Moraes e ar-
tistas das décadas de 1960 e 1970.
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166
MANUAL DO PROFESSOR
•• O saber histórico na sala de aula. Circe Bittencourt (Org.). São Paulo: Contexto, 2002.
O livro aborda vários aspectos ligados à tarefa complexa que envolve o cotidiano dos profes-
sores em sala de aula diante do grande desafio de estabelecer relações com tempos históricos. A
obra também procura desenvolver a reflexão dos professores preocupados com a formulação do en-
sino de História, que envolve a redefinição dos conteúdos e dos métodos.
•• Educar pela pesquisa. Pedro Demo. Campinas: Autores Associados, 1996.
A obra trata sobre a importância da pesquisa como condição primeira para a atividade do pro-
fessor e dos alunos na prática cotidiana da sala da aula.
•• Fontes históricas. Carla B. Pinsky (Org.). São Paulo: Contexto, 2006.
O livro aborda o uso das fontes, dos métodos e das técnicas utilizadas pelos pesquisadores em
seu contato com vestígios e testemunhos do passado humano.
•• Leia também o texto de apoio 3. Nele você encontrará a reprodução de artigos e princípios da Car-
ta de Washignton com variados subsídios para uma melhor abordagem sobre a preservação histó-
rica. Já no texto de apoio 4, você encontrará uma análise da herança deixada pelos nossos antepas-
sados e como ela é vista atualmente, com as mudanças constantes no dia a dia das pessoas.
Endereços eletrônicos
•• http://www.mcb.sp.gov.br
O site do Museu da Casa Brasileira, espaço elaborado na década de 1970, oferece um panora-
ma da “casa brasileira” ao longo de quatro séculos, desde os relatos dos cronistas, inventários, testa-
mentos, entre outros, relatando aspectos acerca do abastecimento de água, móveis, iluminação, brin-
quedos, costumes etc.
•• http://www.mma.gov.br
Site do Ministério do Meio Ambiente, que busca a articulação institucional e cidadania ambien-
tal, entre outros aspectos.
167
Página 82
As contribuições culturais de um determinado grupo humano a uma localidade podem ser expli-
cadas por fatores históricos e sociais.
O que todos nós vemos no nosso entorno, no bairro onde moramos, no caminho de casa para a
escola ou o trabalho, as pessoas, enfim, tudo é a paisagem.
O geógrafo Milton Santos, em sua obra Metamorfose do espaço habitado, explica essa dinâmica
constante observada na paisagem.
[...] A paisagem não é dada para todo o sempre, é objeto de mudança. É um resul-
tado de adições e subtrações sucessivas. É uma espécie de marca da história do traba-
lho, das técnicas. Por isso, ela própria é parcialmente trabalho morto, já que é formada
por elementos naturais e artificiais. A natureza natural não é trabalho. Já o seu opos-
to, a natureza artificial, resulta de trabalho vivo sobre trabalho morto. Quando a quan-
tidade de técnica é grande sobre a natureza, o trabalho se dá sobre o trabalho. É o ca-
so das cidades, as grandes. As casas, a rua, os rios canalizados, o metrô etc., são resul-
tados do trabalho corporificado em objetos culturais. Não faz mal repetir: suscetível a
mudanças irregulares ao longo do tempo, a paisagem é um conjunto de formas hetero-
gêneas, de idades diferentes, pedaços de tempos históricos representativos das diversas
maneiras de produzir as coisas, de construir o espaço [...] (SANTOS, 1988, p. 24).
Os sons, o clima, a temperatura, entre muitos outros elementos, também fazem parte da paisagem.
Nesta unidade, os alunos poderão identificar o seu bairro do ponto de vista espacial, com sua localiza-
ção em relação à cidade; do ponto de vista estrutural, pelos recursos que possuem, como luz, saneamen-
to básico, calçamento, comércio, lazer, escolas e transportes públicos; e do ponto de vista histórico, pelo
resgate das mudanças ocorridas e preservação do Patrimônio Histórico.
O tema abordado nesta unidade, sob o eixo temático “Paisagens”, busca reforçar condições para que
cada aluno se reconheça como um sujeito histórico, um ser social e comunitário, que participa e se integra
ao meio em que vive, percebendo também os aspectos históricos da comunidade em que está inserido.
É importante trabalhar com os alunos o objetivo da pesquisa e a interpretação das fontes ou do-
cumentos históricos para o desenvolvimento do seu espírito crítico e analítico.
Nesta unidade buscamos auxiliar o aluno a desenvolver:
•• o entendimento de que a busca por imagens, relatos e documentos históricos contribui para o co-
nhecimento e a preservação da memória e do Patrimônio Cultural e Histórico do local onde vive;
•• a percepção da relação da história com o papel de todos os indivíduos na construção da Histó-
ria, procurando fazer com que o aluno aprenda olhar a realidade e entender a historicidade dos
acontecimentos, relacionando-os com outros fatos do passado e do presente;
•• a noção da importância de conhecer a história dos lugares que lhe são significativos permite re-
conhecer que são parte dessa história;
•• o reconhecimento dos espaços físicos, sua localização e dinâmica no conjunto do local onde mora;
•• a percepção da existência e funções de órgãos oficiais que legislam e controlam o funcionamen-
to das mais variadas atividades humanas.
168
A abertura da unidade traz uma imagem da Marginal Tietê, na cidade de São Paulo (SP). A esco-
lha dessa imagem se deu pelo fato de que nesta unidade serão trabalhados os temas relativos à rua, vi-
zinhos, nome de ruas e dos lugares, endereço, ou seja, tudo que envolve o lugar onde moramos e que
MANUAL DO PROFESSOR
faz parte da história de cada um, e que faz parte da história como um todo.
A rua
Ao trabalhar com as diferentes ruas, uma bastante movimentada e outra na qual as crianças po-
dem brincar, comente a importância da rua como espaço público e de convivência.
A imagem da página 85, na qual as crianças brincam na rua é de uma comunidade quilombola.
Explique aos alunos que essas comunidades foram formadas por descentes de escravos africanos, e até
hoje guardam a cultura desses povos. Hoje, no Brasil, existem mais de 2 000 dessas comunidades espa-
lhadas pelo território.
Mais atividades
1. Como atividade complementar, pode ser convidado um profissional da área de trânsito para de-
bater com as crianças a segurança no trânsito. Paralelamente, pode ser organizada uma ativi-
dade integrada de confecção de uma maquete. Os alunos irão produzir com materiais reciclá-
veis, carros, placas de trânsito, semáforos e uma rua.
Em um pedaço de papelão, peça que os alunos pintem a rua, indicando o que é calçada, por
onde devem passar os carros; marquem as faixas de pedestres; e insiram a sinalização, com os
semáforos e placas. Depois, a turma deve dispor os carros e, se possível, alguns pedestres. O
trabalho com a maquete permitirá que os alunos observem a sinalização e compreendam co-
mo devem agir nesses espaços.
169
Neste subitem, a partir da leitura dos textos apresentados, leve os alunos a refletir e debater as re-
lações sociais que se estabelecem no local onde vivemos, estudamos e trabalhamos, além da necessária
colaboração, participação e convívio respeitoso entre as pessoas.
Incentive o debate sobre esse processo, relatando histórias positivas vividas em relação aos vizi-
nhos. Destaque, principalmente, a questão do ritmo acelerado e o medo da violência que levam as pes-
soas a manter distância umas das outras, sendo que muitas sequer sabem quem são seus vizinhos.
Ao realizar a atividade, o aluno deverá buscar as impressões de pessoas do seu convívio a res-
peito do passado da rua e do bairro onde moram, fazendo relatos sobre as mudanças e sobre o que
permaneceu. É importante destacar que esse trabalho com a história local, principalmente ao se lan-
çar mão da entrevista, contribui para o fortalecimento e o reconhecimento de cada aluno como sujei-
to histórico pertencente a uma determinada comunidade, espaço onde também se vive e se produz
história.
Destaque a importância de conhecer a história do bairro e dos moradores que o compõem. Co-
mo atividade complementar à entrevista, oriente os alunos a solicitar aos entrevistados que relatem co-
mo era o bairro antigamente em um determinado aspecto, por exemplo, quanto às construções que an-
tes eram apenas residenciais e no presente foram demolidas ou se transformaram em prédios comerciais.
Peça também que perguntem sobre o movimento das ruas, sobre o fluxo dos carros, enfim, que abram
espaço para que os entrevistados falem sobre as transformações que o bairro sofreu e do que sentem
falta nele em relação ao passado.
Sobre este tema, sugira aos alunos que pesquisem em casa fotografias retratando outros períodos
da rua onde moram, visando estabelecer comparações com seu estado na atualidade. A atividade de
pesquisa e análise das fotos disponíveis auxilia a percepção do trabalho de pesquisa histórica e do con-
ceito de fonte histórica.
170
MANUAL DO PROFESSOR
que morem na mesma rua, procure mostrar para a turma as diferenças de ponto de vista a respeito da
mesma rua segundo o olhar de cada um deles. Com isso, você reforçará o conceito de pluralidade de vi-
sões e de interpretação para um mesmo fato, no caso, a descrição de uma rua.
Os bairros
Páginas 97 e 99
Ao explorar os diferentes tipos de bairros é interessante trazer um mapa de sua cidade para sala
de aula e tentar identificar esse zoneamento no mapa. Essa análise permite a integração com a discipli-
na de Geografia, de forma a compreender como é feita essa separação entre os bairros, como e onde
podem ser instalados os bairros industriais, entre outras questões.
171
1. Desenvolva com os alunos um projeto de separação lixo dentro da escola. Essa atividade exige
a colaboração de toda a comunidade escolar e deve ser desenvolvida em caráter permanente,
não apenas por uma semana, nem por um ano letivo. Essa prática é muito importante e uma
vez implantada, deve ser preservada.
Em um primeiro momento, consulte a direção da escola sobre os procedimentos que já ocor-
rem e de que forma é possível contribuir.
Oriente os alunos a fazerem uma pesquisa sobre a maneira correta de selecionarmos o lixo.
Sobre este tema, o site www.brasilescola.com/biologia/reciclagem.htm fornece informações
que podem ajudar.
Realizada a pesquisa, solicite a confecção de cartazes explicativos para a campanha de separa-
ção de lixo, indicando a seleção correta.
Por exemplo: Vidro: copos, garrafas, potes, frascos de medicamentos, perfume e desinfetante;
Metal: latas de refrigerante e cerveja; Plástico: garrafas PET, embalagens de xampu, detergente,
álcool, água sanitária, sacos plásticos; Papel: jornais, revistas, caixas e embalagens de papelão.
Exponham os cartazes pela escola para que todos os alunos possam obter informações sobre o as-
sunto. É importante orientá-los para que a seleção não seja feita apenas na escola, mas também nas
casas das pessoas, de forma que toda a comunidade compreenda a importância da reciclagem.
Enviando cartas
Página 101
A abordagem do tema deste subitem do capítulo pode ser iniciada por meio de uma série de lei-
turas da reprodução de um envelope de correspondência datado de 1976. São muitos os elementos que
podem ser trabalhados, como o selo (sua imagem e a data); parte da escrita datilografada e outra escri-
ta à mão, tratando-se, possivelmente, de informações colocadas depois do envio da correspondência; a
indicação do Código de Endereçamento Postal (CEP), que naquela época tinha apenas 5 dígitos (e não
8, como atualmente); e a indicação do remetente, que é de Santa Catarina (SC), conforme indica o carimbo.
Por meio do breve resgate da história dos selos e da necessidade de comunicação inerente aos
grupos humanos desde os mais remotos tempos, o aluno pode perceber a importância desse processo
e a contribuição que a existência e circulação dos selos têm para a história dos países, bem como para
a divulgação de inúmeros eventos que eles propiciam.
Converse com os alunos sobre a importância dos carteiros para as pessoas. São esses profissionais
que levam para as casas de todos os moradores as correspondências, cartas, boletos, encomendas etc.
Sem eles, não receberíamos nossas correspondências.
172
MANUAL DO PROFESSOR
É importante que seja destacada a forma como o avanço da tecnologia, em especial os meios de
comunicação, contribui para a vida das pessoas e facilita diversas ações, antes muito complicadas, como
conversar com pessoas que moram em outras cidades, estados ou países, bem como a rapidez como as
informações chegam até nós.
No entanto, o uso da tecnologia e o acesso à informação necessitam de cuidados, especialmente
quando feito por crianças. Nesse sentido, afirme aos alunos que o uso de redes sociais, em sua maioria,
tem uma restrição de idade, tendo em vista o perigo a qual as crianças são expostas entrando em con-
tato com estranhos.
Oriente que os alunos utilizem as redes sociais e portais de informação apenas com a autorização
dos pais, e sempre que possível na companhia deles. É importante, também, que os pais analisem e su-
pervisionem os conteúdos consultados pelas crianças.
Página 104
Você deve estimular os alunos a observar os modelos de selos apresentados no livro, chamando
atenção para as informações neles contidas, como a data e o preço, destacado em alguns a mensagem
que a estampa traduz, entre outros aspectos. Por exemplo: qual o significado da estampa do saci-pererê
no selo de 1974? Esse selo fazia parte de uma série que destacava elementos do nosso folclore. E quanto
ao outro que traz a denominação “Dia do Reservista”? O que significa essa palavra?
Mais atividades
1. Como atividade complementar, os alunos podem procurar outros selos em casa, levá-los para a
aula e compará-los com os de seus colegas.
Estimule os alunos para o início e desenvolvimento da prática de colecionar selos, reforçando
o quanto de informações eles trazem, solicitando também que pesquisem sobre o tema e as
formas de se tornar um colecionador.
Existem vários sites que explicam passo a passo como começar uma coleção. Exponha que se
pode conseguir selos nas correspondências da família ou como herança de algum parente que
deixou uma coleção. Lembre os alunos de que muitos principiam comprando certa quantida-
de de selos universais. Você pode explicar que, com o decorrer do tempo, o filatelista vai to-
mando conhecimento do mundo filatélico e acaba se especializando em um ou mais países,
ou ainda escolhendo algum tema de sua preferência.
São muitas as informações sobre os selos que podem ser obtidas no site dos correios. Outra op-
ção de atividade complementar é a pesquisa sobre séries especiais de selos. Os alunos podem
pesquisar imagens e eventos que foram lembrados e celebrados por determinada série de selos.
173
•• O que é patrimônio histórico. Carlos A. C. Lemos. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. Coleção Primeiros
passos.
O livro analisa como quadros, livros ou mesmo fotografias que documentem a memória e os
costumes de uma época também fazem parte do acervo cultural e artístico. A obra observa que os
Patrimônios Históricos devem ser preservados, não importando a forma – se por meio de de cole-
ções particulares, do mercado de arte ou da proteção de entidades governamentais –, pois o neces-
sário é preservá-los para que não se perca a memória arquitetônica e cultural do Brasil.
•• Histórias dos povos indígenas. Eunice Paula et al. Petrópolis: Vozes, 1991.
O livro trata da sociedade indígena, escravidão e miscigenação, cultura indígena, índios brasi-
leiros, educação indígena, arte indígena, tribos indígenas do Brasil, línguas indígenas e do contato en-
tre índios e portugueses.
•• Senhores destas terras. Os povos indígenas no Brasil: da colônia aos nossos dias. Gilberto Azanha e Vir-
gínia Marcos Valadão. São Paulo: Atual, 2005.
O livro trata dos primeiros contatos com os índios, dos governadores-gerais, e das guerras jus-
tas e dos jesuítas. Analisa também a atuação de Cândido Rondon e as primeiras tentativas de pacifi-
cação dos índios, abordando a questão indígena até os nossos dias, trazendo, ainda, depoimentos
dos próprios índios.
•• A rua é meu quintal. Tânia Alexandre Martinelli. 4 ed. São Paulo: Atual, 2010.
O livro conta a história de Bruno, que aos 13 anos gostaria de controlar sua vida, mas encar-
regado pela mãe, passa a pedir esmolas para sustentar a família de mais três irmãos. Como peque-
nos, faltava às aulas, precisou da ajuda de uma amiga e de uma professora para voltar a lutar pelos
seus ideais.
174
A utilização de maquetes, aliada a pesquisas, discussão, reflexão e prática é uma das maneiras pa-
ra fazer o aluno experimentar a expressão do real de maneira reduzida, trabalhando em escala tridimen-
MANUAL DO PROFESSOR
sional.
A proposta consiste em levar ao entendimento e experimento dos alunos, a percepção do espa-
ço por meio de maquetes, onde, de forma reduzida, os alunos reproduzirão situações referentes ao es-
paço de atuação do ser humano, debatendo como ele é concebido e construído, como os seres huma-
nos interagem com o meio e como se transformam.
O trabalho com maquetes permite estudar conceitos importantes como escala, representações e
convenções cartográficas para montar uma maquete em proporção reduzida.
De acordo com os questionamentos surgidos durante a confecção da maquete, o professor pode
propor aos alunos pesquisa sobre temas relacionados ao espaço geográfico.
Podem ser estudados problemas urbanos, como: enchentes, poluições das águas e atmosférica, li-
xo, desigualdades sociais, trânsito e possíveis soluções para cada situação.
Ocupação das áreas verdes: leis ambientais, preservação do meio ambiente e ocupação desses es-
paços para lazer, esporte e cultura.
Meios de transportes: transporte coletivo, necessidades dos passageiros, pontos de ônibus, segu-
rança e conservação.
Os alunos deverão ser convidados a observar os problemas relacionados à ocupação/utilização do
espaço, compreendendo que eles podem deflagrar diferentes questões.
Quando se trabalha com a realidade do aluno, ela não aprece como fato isolado. Assim, para ser
explicada e entendida são necessários conteúdos de diferentes áreas.
O objetivo geral desta atividade é estabelecer uma relação de contextualização do tema aborda-
do nos capítulos com o saber apreendido pelos alunos, propiciando:
175
176
MANUAL DO PROFESSOR
A partir das renovações teórico-metodológicas da História, bem como das novas concep-
ções pedagógicas, o uso escolar do documento passou a estimular a observação do aluno, a aju-
dá-lo a refletir. O aluno tem sido levado a construir o sentido da história e a descobrir os seus
conteúdos através dos documentos, porque o conhecimento não deve ser fornecido exclusiva-
mente pelo professor [...].
Maria Auxiliadora Schimidt. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: Circe Bittencourt (Org.).
O saber histórico na sala de aula. 11 ed. São Paulo: Contexto, 2008, p. 60-62.
Texto de apoio 2
A contagem do tempo
Ana Lúcia Lana Nemi e João Carlos Martins. Didática de História - O tempo vivido. São Paulo: FTD, 1996, p. 73-75.
177
Carta de Washington
Carta internacional para a salvaguarda das cidades históricas - Icomos
Preâmbulo e definições
Em resultado de um desenvolvimento mais ou menos espontâneo ou de um projeto delibe-
rado, todas as cidades do mundo são a expressão material da diversidade das sociedades através
da história, sendo, por esse fato, históricas.
A presente carta diz respeito, mais precisamente, às cidades grandes ou pequenas e aos
centros ou bairros históricos, com o seu ambiente natural ou edificado, que, para além da sua
qualidade como documento histórico, expressam os valores próprios das civilizações urbanas
tradicionais. Ora, estas estão ameaçadas pela degradação, desestruturação ou destruição, conse-
quência de um tipo de urbanismo nascido na industrialização e que atinge hoje universalmente
todas as sociedades.
Face a esta situação muitas vezes dramática, que provoca perdas irreversíveis de caráter
cultural, social e mesmo econômico, o Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios
(Icomos) considerou necessário redigir uma “Carta Internacional para a Salvaguarda das Cida-
des Históricas”.
Princípios e objetivos
A salvaguarda das cidades e bairros históricos deve, para ser eficaz, fazer parte integran-
te de uma política coerente de desenvolvimento econômico e social, e ser considerada nos planos
de ordenamento e de urbanismo a todos os níveis.
Os valores a preservar são o caráter histórico da cidade e o conjunto de elementos mate-
riais e espirituais que lhe determinam a imagem, em especial:
•• a forma urbana definida pela malha fundiária e pela rede viária;
•• as relações entre edifícios, espaços verdes e espaços livres;
•• a forma e o aspecto dos edifícios (interior e exterior) definidos pela sua estrutura, volu-
me, estilo, escala, materiais, cor e decoração;
•• as relações da cidade com o seu ambiente natural ou criado pelo homem;
•• as vocações diversas da cidade adquiridas ao longo da sua história.
Qualquer ataque a estes valores comprometeria a autenticidade da cidade histórica.
A participação e o envolvimento dos habitantes da cidade são imprescindíveis ao sucesso
da salvaguarda. Devem ser procuradas e favorecidas em todas as circunstâncias através da ne-
cessária conscientização de todas as gerações. Não deve ser esquecido que a salvaguarda das ci-
dades e dos bairros históricos diz respeito, em primeiro lugar, aos seus habitantes.
As intervenções num bairro ou numa cidade histórica devem realizar-se com prudência,
método e rigor, evitando dogmatismos, mas tendo sempre em conta os problemas específicos de
cada caso particular.
178
MANUAL DO PROFESSOR
qualquer operação deverá respeitar a organização espacial existente, nomeadamente a sua rede vi-
ária e escala, como o impõem a qualidade e o caráter geral decorrente da qualidade e do valor do
conjunto das construções existentes. A introdução de elementos de caráter contemporâneo, des-
de que não perturbem a harmonia do conjunto, pode contribuir para o seu enriquecimento.
É importante contribuir para um melhor conhecimento do passado das cidades históri-
cas, favorecendo as investigações de arqueologia urbana e a apresentação adequada das desco-
bertas arqueológicas.
A circulação de veículos deve ser rigorosamente regulamentada no interior das cidades ou
dos bairros históricos; as zonas de estacionamento deverão ser dispostas de modo a não degra-
dar o seu aspecto nem o seu ambiente envolvente.
[...] Devem adotar-se medidas preventivas contra catástrofes naturais e contra quaisquer
perturbações (designadamente poluição e vibrações), tanto para a conservação das cidades his-
tóricas como para a segurança e o bem estar dos seus habitantes. Os meios empregados para pre-
venir ou reparar os efeitos das catástrofes devem estar adaptados ao caráter específico dos bens
a salvaguardar.
Para assegurar a participação e a responsabilização dos habitantes, deve ser implementa-
do um programa de informação geral, começando a sua divulgação desde a idade escolar. A ação
das associações de defesa do patrimônio deve ser favorecida, e devem ser adotadas as medidas
financeiras apropriadas para assegurar a conservação e o restauro do parque edificado.
A salvaguarda exige que seja ministrada uma formação especializada a todos os profissio-
nais que nela participem. (Adotada pela 8a Assembleia Geral do Icomos realizada em Washing-
ton, em 1987).
Cadernos de Sociomuseologia, Lisboa, Portugal, Ed. ULHT, n. 15, 1999.
Texto de apoio 4
Heranças de família
Recentemente, li um artigo sobre o caráter descartável de quase tudo na sociedade que
enfatiza o consumo. Um trecho me chamou a atenção, porque o autor ressaltou uma perda sig-
nificativa. Cada vez menos as pessoas deixam de herança aos filhos algum objeto de uso do-
méstico. Isso ocorre porque quase todos têm pouca durabilidade e também porque a moda é
muito transitória.
Ele usou exemplos interessantes: até há pouco tempo, quase todas as famílias tinham al-
gum móvel antigo que pertencera a algum antepassado – ou uma batedeira de bolo, uma máqui-
na manual de moer carne etc. Lembrei-me de que tenho, em minha sala, um móvel antigo com-
prado por meu pai antes de eu nascer. Toda vez que passo por ele, lembro-me com carinho de
meu pai, da minha infância e de seus ensinamentos. Sempre me emociono.
Mais do que decorar a casa, a função desses objetos é a de corporificar a história da famí-
lia, lembrar às pessoas as suas origens. Pelo visto, as novas gerações não terão essa sorte.
179
Texto de apoio 5
O texto a seguir apresenta uma discussão sobre a entrada das mulheres no mercado de trabalho,
bem como dados que contribuem para a compreensão dessa mudança na sociedade.
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MANUAL DO PROFESSOR
dia das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independentemente do gênero, a pessoa com
maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de tra-
balho. Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem
tido uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa me-
lhora entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não
foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a car-
gos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/
ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mer-
cado de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias
públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras
mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres
negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade
brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Es-
tado de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropo-
litana de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de
10,1% para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso sig-
nifica que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulhe-
res que integravam a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de
desempregada.
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à
presença dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens bran-
cos e 23% delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presen-
ça feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela
crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste,
que são efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar,
não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas
próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha cres-
cendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de trabalho é
que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública da vida
privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população econo-
micamente ativa.
Orson Camargo. A mulher e o mercado de trabalho. Brasil escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
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