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EPI

Aspectos Legais

Resumo
Notas compiladas da palestra do especialista: PEDRO VALDIR PEREIRA - Consultor Técnico na Consetra, que nos levam a crer
na necessidade de um programa de gerenciamento desses equipamentos.

Fernando Mota
fmotavix@gmail.com
Nós, profissionais da SST, responsáveis pela elaboração de laudos, que além da função prioritária: cuidar da preservação da saúde e da integridade
físicas dos nossos trabalhadores , também, em última análise, subsidiarão peças de defesas daqueles que nos pagam as empresas, devemos nos
nortear por 3 princípios básicos que não podemos jamais renunciar sob pena de respondermos nas esferas judiciais.
1. O princípio da legalidade: ou seja, saber que neste país existem regulamentos, Leis que nós precisamos conhecer, interpretar corretamente e
cumprir esses requisitos legais, porque o que vemos, infelizmente, ´que a maioria da nossa gente, por ignorância ou interesses próprios, tem enormes
dificuldades com a língua Pátria e em especial com a interpretação da lei. Aqui abro um parêntese para relatar um acontecido recente que me fez
ver a materialização desta dificuldade.
2 O princípio da responsabilidade: visa garantir a qualidade e a confiabilidade do registro do que assumimos(assinamos). Ou seja, a
fundamentação do princípio da legalidade., é saber que respondemos pelo que praticamos, se fizermos bem-feito ou mal feito colheremos
resultados de nossas escolhas. Por fim temos que observar:
3 O princípio da qualidade: onde devemos fazer tudo o que é registrado e registrar tudo que fazemos (CRIANDO EVIDÊNCIAS, PROVAS,
CONCRETAS. CAPAZES DE SUBSIDIAR UMA DEFESA ROBUSTA. IRREFRUTÁVEL.
Sobre o princípio da legalidade abro um parêntese para relatar um ocorrido inusitado:
Ao informar a um cliente da VALE o conteúdo e a carga horária do curso NR 20 Intermediário – informei que conforme a portaria1.360 de 09/12/2019
publicada na Seção 1 pag.67,68 e 69 do DOU de10/12/2019 cujo art. 5º dizia: Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. já
trazendo a nova redação da norma regulamentadora 20 (NR-20) que ENTRE OUTRAS MUDANÇAS Passou A TRATAR DE GASES , ALTEROU O
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ,BEM COMO SUA CARGA HORÁRIA QUE PASSARAM A TE R A SEGUINTE REDAÇÃO: “20.12.6 Os
trabalhadores que realizaram o curso Básico, caso venham a necessitar do curso Intermediário, devem fazer complementação com carga
horária de 8 horas, nos conteúdos estabelecidos pelos itens 6, 7 e 8 do curso Intermediário, incluindo a parte prática.” Sendo os referidos
itens integrantes do conteúdo Programático do curso intermediários citados na referida portaria como:
Curso Intermediário
I) Conteúdo programático teórico:
1. Inflamáveis: características, propriedades, perigos e riscos;
2. Controles coletivo e individual para trabalhos com inflamáveis;
3. Fontes de ignição e seu controle;
4. Proteção contra incêndio com inflamáveis;
5. Procedimentos em situações de emergência com inflamáveis;
6. Estudo da Norma Regulamentadora nº 20;
7. Análise Preliminar de Perigos/Riscos: conceitos e exercícios práticos;
8. Permissão para Trabalho com Inflamáveis. ( negrito nosso)
II) Conteúdo programático prático:
1. Conhecimentos e utilização dos sistemas de segurança contra incêndio com inflamáveis
para minha surpresa uma grande empresa como a vale desconhecia a mudança pior ainda, a tst, informou que a própria Petrobrás não aceitava as
8h que o curso teria que ser de 16 h, pergunto-me, lembrando o poeta ,que país é esse? onde a lei não é a publicada, mas aquela que faz parte da
vontade ou ignorância do seu povo. - lembro um velho mestre que do alto de sua vasta experiência, sempre me dizia: “lei, uma vez publicada, não é
para ser discutida mas cumprida.
A ESTA ALTURA VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO: por que, esse cara tá escrevendo isso? Porque nesta semana participei de uma
perícia em uma grande empresa como assistente técnico. E ao ter acesso a peça de defesa, vi que o douto advogado se limitou a anexar uma cópia
do registro de fornecimento de EPI assinado pelo empregado. Como que dizendo: forneceu o epi, registrou está atendida a Nr-6. Mas NÃO, não está
ATENDIDA DOUTOR. Isso é tão somente o mínimo. para atender temos que nos ater a, no mínimo 15critérios de determinação da sua eficácia.
Que encontramos dispersos nos mais diversos diplomas legais nas diversas esferas como apresentarei adiante.
Foi Dessa defesa tão frágil que não se sustentou sequer às quatro perguntas que formulei logo eu que, como engenheiro, mero usuário do direito
longe, portanto, de profundo conhecedor das leis.
Primeira pergunta: Quem especificou esse equipamento de proteção?
Segunda pergunta: quais os critérios que basearam essa escolha/ especificação?
Terceira Pergunta: Como o doutor pode me provar que a eficácia desse equipamento era capaz de elidir o dano que o agente deletério poderia
provocar ao trabalhador
Última pergunta: o doutor pode me mostrar os laudos dos ensaios desse equipamento?
Que surgiu a ideia de estudar os aspectos legais envolvidos e ajudar empresas tão mal assessoradas.
Um apanhado geral nos mostra no mínimo 16 critérios que devemos considerar antes de afirmar ser um EPI eficaz.
Critérios para determinação de Eficácia de Epi.
Diplomas legais envolvidos:
Previdenciário: Artigo 120 Lei 8213/91- Versa sobre o direito da Previdência de propor ação regressiva contra responsáveis. Então e
algum segurado vier a se acidentar ou adoecer em função de um EPI inadquado, impróprio ou ausênte de todas as atribuições qu
competem à empre, eta será responsabilizada para Indenizar os cofres públicos.

Decreto 3048:99 Artigo 68 - § 2 ° Item 3 do Decr eto 8.123:2013 INSS, IN N' 78 de 16.07.2002 INSS, e Decreto 10.410 de 30.06.2020-

decreto que derruba por terra a velha questão do “MANUAL PREVIDÊNCIÁRIO ” ISSO MESMO AQUELE QUE O PESSOAL ENTENDIA

QUE ERA LEI e nunca foi era apenas um manual interno Neste manual que

dentre tantos absurdosencontravamos um que com o decreto 10.410 deixa e existir: aquele que pregava que os agentes deletérios ,

listados na LINACH ( Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para Humanos,) publicada pelos Ministérios do Trabalho, da Previdência e da

Saúde .o EPI era Desprezível, ineficaz., este decreto corrige essa distorção dizendo: em outras palavras, que uma vez que venha ser declarado pôr
profissional habilitado com fundamentação como eficaz. Ele o será (veja a responsabilidade deste profissional que pode vir a ser chamado a

responder por sua declaração.

por isso agora devemos cuidar dos EPI com o cuidado que sempre lhe fora devido e quase nunca cumprido.

Trabalhista: Art 157 da CLT, NR 6.4 - Anexo I, NR 6.5 da Portaria 3214/78 Mtb, NR 9.3.5.6, NT146:2015
e NT 110:2016 do Mtb. Justiça Federal Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR)

5054341-77.2016.4.04.0000/SC, Enunciado TST 289

Código Civil - Lei 10406/021 Lei no 10.406. de 10 de janeiro de 2002 — 186 187, 927 a 952

Código Penal — Decreto Lei 2.848 07.12.1940 Artigos 121 a 132

Previdenciário: DECRETO N ° 10.410, DE 30 DE JUNHO DE 2020


68 § 5° O Laudo Técnico a que se refere o § 3°(LTCAT) conterá informações sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou
individual e sobre sua eficácia
devendo ser elaboradO com observância das normas editadas pelaSecretaria Especial da Previdência e do Minstério a Economia e
procedimentos dotados pelo INSS;
Feita toda sta introdução vamos aos Critérios para determinação de Eficácia de Epi.
1. GARANTIA DA EFICÁCIA 9.IN INSS N° 78 16.07.2002 - Art. 159 e DECRETO N° 10.410,
Procedimento periódico( não extepâneo) de Auditoria e Tratamento regular de
DE 30 DE JUNHO DE 2020"Art.68 § 5º
Não Conformidades.
A simples informação da existência de EPI ou de EPC, por si só, não
descaracteriza o enquadramento da atividade . No caso de indicação de uso
de EPI , deve ser analisada também a efetiva utilização dos mesmos durante
toda a jornada de trabalho, bem como, analisadas as condições de
conservação , higienização periódica e substituições a tempos regulares, na
dependência da vida útil dos mesmocabendo substituições a tempos
regulares, na dependência da vida útil dos mesmos, cabendo a empresa
explicitar essas informações n o LTCAT/PPP.

2. Anexo I da NR 6( 6.4) - CONDICIONANTE Para ser considerado EPI deve, 10. Ensaios de Validação periódica de EPIs.
no mínimo possuir CA válido e estar listado No Anexo 1 da NR 6 e Portaria Validação de Ensaios de EPIs . Controlar Validade dos ensaios
SIT/DSST N° 194 de 07.12.2018- versa sobre eqp. Conjugados. periódicos (Ex. Luvas AT, Capacete Eletricistas, Mangas AT, Luvas
BT, Cinto de Segurança, outros). mínimo anual
3. NT 146:2015 e NT 110:2016 MTPS
Instruções de uso, manuseio e armazenamento. Todo o EPI existente possui 11. Preenchimento Ficha Registro Entrega de EPIs
informações do fabricante sobre o manuseio e sobre o ormozenamento que devem Registrar e auditar Ficha Registro entrega de EPIs . Existe auditorias
estar contidas nos rótulos do EPI.(as instruçõe de manuseio e armazenamento devem periódicas para examinar o correto preenchimento de entrega e
ser fornecidas pelo fabricante se não o faz , não compre. substituição de EPIs dentro dos prazos exigidos?
veja o caso do dartucho químic,oembaladotem um prazo fora da embalagem outro.

4.Controle de Validade CA Mtb. e Cópias Físicas Laudos CA MTb A Empresa possui 12. Coeficiente de Utilização com registro e Tratamento de Não
Cópias dos Laudos do CA comprovando a Eficiência do EP! deve ser checada com o Conformidades
Laudo de Ensaio do CA Mtb. em atendimento aos critérios no campo ao lado (Mtb e Fiscalizar o uso Art. 157 da CLT - é Obrigação do Empregador
INSS. -Cumprir e Fazer Cumprir as Normas SST. Enunciado TST 289 não
basta Fornecer. Fazer Usar. A Empresa fiscaliza o uso de EPI
regularmente e trata as NC existentes? criar rotinas que gerem
evidências da fiscslização constante incluíndo regras de punições.
5.Controle do Prazo de Validade do Produto Prazo de validade do Produto é 13 Reponsável écnico pela indicção os EPI
observado, gerenciado pela Empresa nos Termos (NT 146:2015 e NT 110:2016 Registrar e auditar Ficha Registro entrega de EPIs . Existe auditorias
MTPS) uma botina usadaem ambiente alagado tem menor vida útil, a empresa periódicas para examinar o correto preenchimento de entrega e
des estabelece essa vida e gerenciar a substituição. substituição de EPIs dentro dos prazos exigidos?
6.Template Avaliação de EPIs pelo Trabalhador. 14. Quadro ásico de EPI por FUNÇÃO
Conforto EPI - NR 9 9.3.5.5 e N6 6.5 Conforto segundo avaliação do trabalhador Registrar e auditar Ficha Registro entrega de EPIs . Existe auditorias
(usuário). O Trabalhador , Cipeiro ou Designado são ouvidos obrigatoriament e periódicas para examinar o correto preenchimento de entrega e
para e escolha de um EPI? Está documentada esta oitiva em algum substituição de EPIs dentro dos prazos exigidos?
documento?- outro ítem esquecido pelas empresa s salvo raras excessões.
7. Quadro Básico de Durabilidade do EPI no Estabelecimento 15. Avaliação EficáciaPotetor Auricular:
Testes comparativos EPIs (Vantagens/Desvantagens para substituição). Ou seja, comprovadamente eficaz(Nível global por banda de oitava).
Existe na Empresa um Histórico de Durabilidade de EPIs?.
Explo caso da boyina usada no alagado , durabilidade menor(max.1 ano)
8. Programa de Treinamento sobre uso EPIS 16. Há responsável técnico legalmente habilitado para indicação do
Fornecer e Treinar o trabalhador - uso , higienização e responsabilidades EPI Adequado ao risco?
com o EP1. (NR 6, e NR 9.3.5.5 Treinamento é obrigatório) Há evidências (Prerrogativa do profi ssionais de SST- NR4.12)
treinamento educação continuada (módulos sequenciais , rotina de A
valiação de aprendizagem)? e de reação ao treinamento?. 17. EXISTE CONTROLE DO USOX AGRESSIVIDADE DO
AMBIENTE X VIDA ÚTIL DO EPI.POR FUNÇÃO?
sua empresa cumpre/ tem evidência de todos esse requisitos?
parabéns seu pessoal de sst pode afirmar ser o EPI eficaz e fornecer subsídios para uma defesa robusta.

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