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OS SEGREDOS DE UMA

REDAÇÃO DE ALTO NÍVEL!

PROFESSORA ISABELA
Sumário
Apresentação ....................................................................................................................... 3
Parte 1: Entendendo conceitos ............................................................................................ 4
1) Redação para quê? ........................................................................................................... 4
2) Gêneros Discursivos ........................................................................................................ 5
3) Dissertação Argumentativa ............................................................................................. 6
4) Não é só “sair escrevendo” .............................................................................................. 7
5) Estrutura – as “partes do texto” ...................................................................................... 8
6) Seleção das informações ................................................................................................ 10
7) Plano de texto ................................................................................................................ 12
Resumindo ........................................................................................................................ 14

Parte 2: Os 4 passos para escrever uma redação ............................................................. 15


1) Título ............................................................................................................................ 15
2) Introdução .................................................................................................................... 19
3) Desenvolvimento ......................................................................................................... 26
4) Conclusão .................................................................................................................... 30

O esqueleto do texto perfeito .......................................................................................... 36

Parte 3: Bônus .................................................................................................................. 38


Especial ENEM .................................................................................................................. 38
1) Introdução no ENEM .................................................................................................... 39
2)Argumentação no ENEM ............................................................................................... 41
3)Conclusão no ENEM ...................................................................................................... 46

15 Temas para você treinar redação .............................................................................. 49

Tabela de Conectivos ...................................................................................................... 80


APRESENTAÇÃO
Olá, seja bem-vindo (a) à apostila de redação do projeto “Redação em Casa”. Essa apostila
tem o objetivo de te ajudar a entender, de uma vez por todas, como elaborar uma dissertação
argumentativa.
Além disso, conta com três bônus: dicas especiais sobre a redação do ENEM (EXAME
NACIONAL DO ENSINO MÉDIO), quinze temas de redação, tanto para o ENEM quanto para
concursos e outros vestibulares e, ainda, uma tabela de conectivos para auxiliar em relação à
coesão textual.
O “Redação em Casa” (@redacaoemcasa) é um projeto que tem como intuito disseminar
conteúdo de qualidade sobre a disciplina de redação para estudantes que queiram aprender
de modo simples, eficiente e, obviamente, sem sair de casa.
O projeto nasceu no fim do ano de 2017, foi pensado e repensado em 2018 e colocado em
prática no início do ano de 2019. O foco é apresentar postagens que auxiliem os seguidores e
alunos online a evoluírem na escrita, tanto em relação à técnica, quanto em relação ao
conteúdo.
Essa apostila é o primeiro projeto a sair da teoria – todavia – ela não é fruto de meses, mas
de anos de estudo, de formação acadêmica, de mais de dez mil redações corrigidas. O
propósito é apresentar ao aluno um conteúdo de excelência e acessível a todos.
Esse é só o primeiro projeto, além das correções online oferecidas por meio do perfil e do
e-mail. Em breve o “Redação em Casa” disponibilizará outros materiais sobre redação no
ENEM, materiais sobre coesão, coerência e linguagem, além de um curso online de redação
que está “no forno”. Continuem acompanhando o perfil e as novidades do “Redação em Casa”
A responsável pela produção da apostila e dos conteúdos do perfil sou eu, a
professora Isabela. Sou graduada em Letras pela Universidade Estadual Paulista – UNESP – e
mestra em Linguística e Língua Portuguesa, também pela mesma Universidade.
Além de professora de ensino fundamental e médio, sou corretora de redações e tenho
uma bagagem de mais de dez mil redações corrigidas. Achei justo, depois de tantos
aprendizados, dividir com vocês, alunos do “Redação em Casa”, um pouco da minha
trajetória. Meu propósito é ajudar vocês, meus alunos e seguidores, a alcançarem os próprios
objetivos e a traçarem, com alegria e felicidade, os próprios caminhos.
Apreciem, leiam, estudem a apostila e contem comigo, também, no perfil
@redacaoemcasa. Continuem nos acompanhando, pois muitas coisas boas ainda estão por vir!
Bons estudos, um abraço,
Professora Isabela

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PARTE 1: Entendendo conceitos
1) Redação para quê?
A redação, atualmente, faz parte dos principais processos seletivos brasileiros e, na
maioria deles, ela é essencial para a obtenção de uma vaga para o ingresso à
Universidade. Até o ano de 2001 a redação não era cobrada, obrigatoriamente, em todos
os processos. Porém, depois que dois candidatos semi-analfabetos ingressaram no Ensino
Superior, ficou estabelecido que, além das questões objetivas, o vestibular deveria conter
obrigatoriamente uma redação. Assim, com essas informações iniciais, já entendemos o
porquê de existir redação nesses exames.
Começo essa apostila justamente com essa informação porque esse é um dos
questionamentos que os alunos mais fazem: Por que eu tenho que fazer redação? E a
resposta é simples e clara: porque a Universidade, seja ela qual for, procura indivíduos
que possuam capacidade crítica, conhecimento de mundo, ideias articuladas e claras e a
habilidade de se posicionar diante dos mais diversos assuntos. Tudo isso porque o
objetivo dessas instituições é formar profissionais qualificados, atrair olhares e
investimentos para si e, para conseguir isso, ela precisa de alunos que tenham as
“qualidades” acima descritas. Então, a redação não serve para prejudicar, muito pelo
contrário, ela serve para incentivar as pessoas a buscar a criticidade e fugir da
alienação e da massificação – problemas que enfrentamos em nossa sociedade desde
períodos remotos.
Depois de entender sobre “os porquês” de uma redação, é importante compreender,
além disso, e principalmente, como elaborar um texto. Antes de tudo é preciso entender:
“Qual é o gênero discursivo que eu terei que fazer no dia da prova do vestibular para, a
partir disso, começar a colocar as ideias no papel de acordo com a estrutura e o conteúdo
pedido?” Sei que muita gente, ao ler este parágrafo, já “arregalou” os olhos e está
pensando em não prosseguir com a leitura: “Já vi que vai ser mais complexo do que eu
imaginava”; “Gêneros discursivos? O quê?”. Se esses foram os pensamentos que passaram
em sua cabeça, só peço que: Fique calmo (a). Prometo, ainda nesta apostila, esclarecer
tudo, e de um modo simples. O objetivo aqui é que, sem sair de casa, você aprenda, de
uma vez por todas, como fazer uma redação.
Nesta apostila, vou te ajudar a aprender a escrever um texto – desde o momento da
organização das ideias até a seleção, desenvolvimento e conclusão delas. Fica comigo
tenha paciência e, ao terminar de estudar este livro, espero, verdadeiramente, que você se
sinta mais confiante durante o processo de escrita.
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2) Gêneros discursivos
Há algum tempo, um estudioso russo – Mikhail Bakhtin- teorizou em relação aos
gêneros do discurso e disse que existem tipos de textos que são “relativamente estáveis”,
ou seja, possuem características semelhantes que fazem com que sejam “encaixados” em
determinadas categorias. Claro que houve uma simplificação da teoria do Bakhtin, mas o
importante aqui é que você entenda que existem diferentes tipos de texto, porque os
vestibulares sabem disso e inclusive cobram do candidato o conhecimento de vários
deles.
Alguns documentos do governo para a educação – mais notadamente os PCNs
(Parâmetros curriculares nacionais) definem que as escolas devem ensinar para os alunos
os diferentes tipos de texto, visto que o objetivo da instituição é, justamente, preparar o
aluno para a vida. Como sabemos que estamos em contato com diversos tipos de texto o
tempo todo, é dever da escola nos ensinar como nos comunicar em diferentes contextos e
em distintas situações. Assim, para reforçar a importância do conteúdo aprendido na
escola, o vestibular apresenta a cobrança daquilo que é aprendido durante a vida escolar
de uma pessoa.
Mas, vamos ao que realmente interessa: Quais são os gêneros textuais mais
cobrados/vistos/estudados/lidos atualmente? A resposta é: São vários. Muitas instituições
exigem, durante o vestibular, uma dissertação argumentativa, por exemplo. Outras
cobram artigo de opinião, editorial, carta argumentativa, resumo, resenha, texto
instrucional, diário, fábula, relato, entre vários outros gêneros do discurso ou,
popularmente, “gêneros textuais”. Nosso foco, nesta apostila , será a dissertação
argumentativa.

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3) Dissertação Argumentativa
Segundo o dicionário Michaelis, dissertar é “discorrer, discursar”. De acordo com o
mesmo dicionário, argumentar significa “apresentar provas, fatos, argumentos”. Ao unir
os dois significados para entender, de fato, o que é uma dissertação argumentativa, a qual
o vestibular exige de você, temos como resultado um texto em que o candidato deve
discorrer, escrever sobre o assunto proposto, apresentando conteúdo que seja capaz de
comprovar o que está sendo apresentado.
Toda dissertação argumentativa deve conter aquilo que chamamos de TESE ou,
simplesmente, ponto de vista. Esse posicionamento em relação a determinado assunto é o
que vai nortear o desenvolvimento do texto. Por exemplo, se o tema for: “Existem limites
para a liberdade de expressão?”, o indivíduo que escreverá o texto pode defender que sim
– deve haver limites – que não, ou que essa é uma questão relativa.
Com esse exemplo ( ainda superficial porque há uma seção destinada à tese nesta
apostila) é possível deduzir o porquê de a tese ser uma parte tão importante para um
texto dissertativo argumentativo. Utilizando a mesma ilustração, poderíamos entender
que o candidato deveria dissertar, discorrer sobre a liberdade de expressão. Para isso,
deveria adotar, incialmente, um ponto de vista, a fim de nortear as ideias e, em seguida,
apresentar dados, fatos, ideias, ou seja, argumentos que comprovem o posicionamento
adotado.
Desse modo, apenas para resumir, compreendemos que uma dissertação
argumentativa é um gênero do discurso, o qual aparece em diversos vestibulares do
país, inclusive no maior deles – o ENEM- e é composta por um ponto de vista e ideias
que o sustentem, os famosos “argumentos”.

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4) Não é “só sair escrevendo”!

Infelizmente, essa é uma das principais falhas de quem escreve redação: lê o tema,
tem um monte de ideias e, segundo a linguagem popular, “sai escrevendo”. Escrever não é
simplesmente um trabalho de inspiração – é claro que ele existe- mas, na maior parte do
tempo, escrever uma dissertação é muito mais “transpiração” do que “inspiração”.
Claro que discutir, ler, dialogar são extremamente importantes, todavia, de nada
adianta ter muita ideia – e boas ideias- sem que elas sejam devidamente colocadas no
papel.
As ideias precisam seguir uma ordem lógica, devem ser coerentes, devem estar
relacionadas, precisam ser expostas com clareza, objetividade e sem “enrolação”. O texto
dissertativo argumentativo, apesar de não contar histórias, também deve ter início, meio e
fim. Sem isso, as ideias ficarão desconexas e dificilmente o resultado será positivo.
O que estou querendo dizer com tudo isso? A redação deve ter uma ESTRUTURA.
Geralmente, diversos gêneros possuem estruturas semelhantes, o que vai ajudar muito,
mas nesta apostila falaremos mais profundamente da estrutura de textos
argumentativos, especificamente de uma dissertação argumentativa – aquela pedida
na maioria dos vestibulares e concursos.

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5) Estrutura – as “partes” do texto

Ao invés de chamarmos de início, meio e fim, o nome que damos para as estruturas
de uma dissertação são: Introdução; Desenvolvimento e Conclusão. Eu vou te ajudar a
entender cada uma das partes da dissertação, vou fazer alguns “esqueminhas” para que
você consiga seguir e ainda apresentarei exemplos para deixar tudo mais claro para você.
Então, vem comigo e “força na peruca”... Opa! Força na leitura!
Essa estrutura de introdução, desenvolvimento e conclusão – caso seja seguida, é
claro- será a responsável por dar uma ordem lógica ao seu texto. Vou te explicar agora o
porquê:
Na introdução de uma dissertação argumentativa, por mais óbvio que pareça, você
deve introduzir o assunto. Ou seja, você deve apresentar aspectos gerais sobre o tema
proposto pela banca corretora, afunilar os aspectos principais e que serão desenvolvidos
durante a argumentação e apresentar da tese - é ela quem norteará o desenvolvimento do
restante do texto.
A segunda parte do texto é aquilo que chamamos de “desenvolvimento”, ou seja, é
neste momento que serão apresentadas as ideias, os fatos, os dados que comprovem o
ponto de vista. Sem dúvidas, o desenvolvimento é a parte mais importante do texto, pois
é nesta parte que você irá mostrar para a pessoa que o lerá, que você tem conteúdo, boas
ideias e que consegue colocá-las no papel de um modo que faça sentido. Uma boa
argumentação é fundamental para garantir o sucesso da redação.
A terceira e última parte do texto é a conclusão. Em geral, em textos dissertativos
argumentativos, ao final, deve-se elaborar um “resuminho” das ideias que foram
apresentadas. A ideia é reafirmar a tese, de modo que o leitor consiga perceber que o
texto é coerente do início ao fim e o resumo das principais ideias é importante para
demonstrar a capacidade de síntese do aluno. É por isso que na conclusão não podem
aparecer ideias novas. Se isso acontecer, além de não as desenvolver, você demonstrará
ao corretor do seu texto que você não tem habilidade em organizar o conteúdo, o que é
muito prejudicial.

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Também vale ressaltar que o ENEM (EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO) tem
uma proposta um pouco diferenciada para a última parte do texto. Ao invés de exigir que
o aluno faça uma retomada das ideias, na conclusão do ENEM deve ser elaborada uma
PROPOSTA DE INTERNVENÇÃO SOCIAL, a qual deve respeitar os direitos humanos e
“solucionar” as problemáticas expostas nos argumentos.
Depois de entender quais são as partes de uma dissertação, você deve estar se
perguntando: “Ok, entendi, mas como colocar as ideias no papel? Como dividir as partes
do texto? Como organizar as ideias e o conteúdo?”.
Calma, já vou te ensinar tudo isso. O que eu estou tentando te dizer é que fazer
redação vai muito além de sentar e escrever, pelo contrário, demanda conhecimento,
preparação, organização.

Vamos juntos!

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6) Seleção das Informações

Por onde começar?


Muitos alunos relatam dificuldades para começar a redação. Para alguns, de fato,
essa é uma das tarefas mais árduas. Mas, não precisa ter medo. Vou te ajudar nesse
processo e, depois que você seguir o passo a passo, elaborar um texto vai ficar muito
mais fácil.
Antes de iniciar a escrever, é importante que se faça uma leitura atenta do tema e
que se faça um “Brainstorm” - aquilo que chamamos de “Chuva de ideias”. Isso significa
que você deve ler o tema e os textos de apoio que geralmente aparecem e, em seguida,
construir, em uma folha de rascunho, tópicos com todas as ideias, palavras, expressões,
frases que vêm à cabeça.
Por exemplo, se o tema fosse: “Desafios na alimentação do brasileiro”, como poderia
ser feito o “brainstorm”?
Basta colocar no papel tudo o que vêm à cabeça:

- comida
-fast – food
-obesidade
-capitalismo
-vida corrida
-trabalho
- tempo
- almoço
-cansaço

Essas são só algumas palavras que vieram à minha mente quando pensei neste tema.
Mas esse exemplo simples serve apenas para demonstrar o que é a chuva de ideias:
Simplesmente colocar no papel o que vêm à cabeça, sem se preocupar, ainda, com
quais dessas palavras aparecerão no texto final.

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Após fazer seu “Brainstorm” questione-se: Quais das informações têm maior força
para a defesa de uma ideia? Sobre quais delas eu tenho maior conhecimento? Quais
delas se relacionam? Quais delas eu sei e consigo defender? Faça essa seleção de
conteúdo, pois, após responder a essas perguntas, muito possivelmente você terá seu
ponto de vista e seus argumentos já estabelecidos.

- comida
-fast – food
-obesidade
-capitalismo
-vida corrida
-trabalho
- tempo
- almoço
-cansaço

As palavras escolhidas foram: “fast-food”; “obesidade”; “capitalismo”; “vida corrida”


e “tempo”. Essas palavras originarão a tese e os argumentos e existem várias
possibilidades:
Pode-se elaborar um primeiro argumento falando sobre o sistema capitalista, que
propõe uma definição de sucesso atrelada ao dinheiro, que para conseguir isso as pessoas
acabam trabalhando demais e tendo uma vida corrida, sem tempo para alimentar-se
adequadamente.
Para o segundo argumento, pode-se pensar nas consequências disso, como a
alimentação baseada em “fast-foods , consequentemente, elevando o risco de obesidade.
Isso é só para demonstrar como o “brainstorm” e a seleção de ideias são
fundamentais para a elaboração textual.
Agora é só partir para o plano de texto!

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7) Plano de texto
Você já deve ter ouvido muita gente falando: Antes de tomar qualquer atitude, é
preciso PLANEJAMENTO. Na hora de elaborar um texto não é diferente! Ao não se
planejar, você corre o risco de escrever uma redação incoerente, visto que as ideias
apresentadas podem não se relacionar.
Planejar é “elaborar um esquema”, após a seleção das ideias e compreender quais
delas têm mais força, como elas se relacionam, o quê e em qual ordem aparecerão no
texto. Com isso, ainda que durante a escrita surjam novas reflexões, você estará seguro
(a) do que já elaborou e não correrá o risco de querer acrescentar mais conteúdo do que o
necessário e até mesmo não precisará se preocupar com um texto expositivo.

OBS: Estamos aprendendo a elaborar um texto argumentativo que, como já vimos, é


aquele em que são apresentados fatos, dados, exemplos – argumentos- para a defesa
de um ponto de vista. Um texto expositivo é aquele em que não é apresentado um
ponto de vista e, consequentemente, as ideias expostas não têm força para comprovar
algo, visto que parece que o corretor está lendo uma “notícia”, apenas se informando
de fatos e não identificando uma defesa em relação a determinado assunto.

Para elaborar um plano de texto, siga as seguintes DICAS:

1ª: Leia o tema da redação e a coletânea de textos (se for dada, obviamente);
2ª: Faça seu “Brainstorm” ( ou “chuva de ideias”, conforme já apresentado acima);
3ª: Defina seu ponto de vista (opinião a ser defendida e que sustentará o texto);
4ª: Selecione as ideias que têm maior poder para a defesa da sua opinião e aquelas sobre
as quais você tem mais facilidade para discorrer;
5ª: Depois de selecionadas, defina quais podem servir para iniciar o texto, isso é, quais
servem para contextualizar o tema;
6ª: Em seguida, selecione duas ou três para compor os argumentos;
7ª: Escolha quais delas podem servir como exemplificação, comprovação para os
argumentos – aquilo que o ENEM chama de “repertório”;
8ª: Divida o seu papel de rascunho em: I (introdução), D (desenvolvimento) e C
(conclusão) e coloque na frente de cada uma dessas letras as ideias selecionadas. E
pronto!

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Seu plano de texto foi concluído com sucesso!

Agora é só começar a escrever, tendo a segurança de que as ideias já estão


selecionadas e o ponto de vista já está definido.
Então, agora é só desenvolver aquilo que você já sabe e já escolheu. Não haverá
aquele medo de “e se eu lembrar algo a mais ao longo do texto?”. Caso você se lembre,
tenha em mente que as ideias já foram escolhidas e que, aquilo que surgiu a mais durante
a escrita, poderá ser utilizado em um texto futuro.

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RESUMINDO...
O objetivo até aqui foi ajudar você a compreender o que é um texto dissertativo
argumentativo e apresentar uma visão geral sobre esse gênero discursivo. Assim,
entendemos que dissertar é discorrer sobre algo e argumentar é apresentar provas, dados,
ideias que justifiquem determinado ponto de vista.
No vestibular ou em qualquer outro processo seletivo que exija esse gênero, você
deve seguir a estrutura básica de uma dissertação, que é a introdução, o desenvolvimento
e a conclusão. Claro que essas “partes” devem ser preenchidas com um conteúdo sólido,
produtivo e coerente.
Não se preocupe caso você ainda não tenha entendido plenamente tudo o que
apresentamos. Aprender redação é um processo e, conforme já foi dito, demanda
paciência e dedicação. E eu sei que, se você chegou até aqui, você seguirá com a leitura,
e, com estudo, treino e perseverança, você terá condições de “chegar lá”.

Eu confio em você! Vamos lá?

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PARTE 2 : OS 4 PASSOS PARA ESCREVER A SUA
REDAÇÃO
1) TÍTULO

Uma pergunta muito frequente de muitos alunos é:

“Tem que ter título?”, “Mas como eu elaboro o título?”

Bem, faz parte do gênero dissertativo a apresentação de um “nome” para o texto.


Esse deve aparecer no espaço indicado (quando há) ou na primeira linha do texto.
Porém, alguns processos seletivos, como o ENEM, tornaram opcional a presença
do título, ou seja, o candidato pode colocar ou não.
Mas e aí? Nestes casos eu sugiro não colocar, por diversas razões:

a) Ocupar uma linha à toa


b) Não há nenhuma competência que avalie título
c) Sem querer, você pode cometer uma falha de linguagem e poderá perder nota
(também de modo desnecessário).

Quando não aparece nas instruções se você deve ou não elaborar o título, sugerimos
que elabore, pois pode estar subtendida a necessidade do aparecimento do “nome” do
texto, já que faz parte do gênero. Quando o vestibular pede, obviamente, coloque título.

“Ahhhhhhh, mas eu tenho medo!”, “Não sei dar um nome para o meu filho!”.

Novamente repito que o desespero não é necessário. Muitas pessoas acreditam que
o título tem que ser algo fenomenal, como “Os olhos azuis no céu de Marte”, mas não, não
precisa disso!
Obviamente, se o gênero a ser escrito for uma notícia, um anúncio publicitário ou
gêneros relacionados, aí sim é importante a elaboração de títulos mais “chamativos”.
Todavia, como estamos, nesta apostila, focados no gênero dissertativo, o seu título pode
(e deve) ser simples.

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OBS. Lembre-se sempre de que: Quando se pensa em redação, você não precisa
ser um “Machado de Assis”. O importante é que todas as partes do texto sejam claras
e bem desenvolvidas. Ao pensar no título, a mesma lógica deve ser seguida. Assim,
antes de elaborar um título, é preciso que você pense na função desse elemento
dentro de um texto. O título, para quem não sabe, tem a função, em um texto
dissertativo, de oferecer ao leitor uma ideia geral daquilo que será desenvolvido ao
longo dos parágrafos.
Isso significa que dificilmente você vai elaborar o título antes de escrever seu
texto. Lembre-se sempre dos passos já demonstrados acima: selecione as ideias, faça
seu plano de texto, escreva-o e , quando ele estiver pronto, releia-o e dê um título.
Mas por que isso? Para que você não corra o risco de intitular e depois trabalhar
ideias não relacionadas no texto.

DICAS PARA ELABORAR O TÍTULO:


1ª: Reler o texto;
2ª: Identificar as ideias centrais
3ª: Escolher as palavras mais “fortes do texto”, a fim de conseguir nomeá-lo.

Apresento aqui, como exemplo, uma redação retirada do site da FUVEST, que foi
avaliada como uma das melhores do ano de 2011. Leia o texto e o título. Perceba que a
expressão que compõe o nome do texto é elaborada a partir de vocábulos que aparecem
no desenvolvimento da redação. Nada de excepcional – o que realmente não é necessário.
O título é simples e coerente – isso sim é importante!

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Apresento aqui para você a transcrição desse texto. Fica mais fácil para você
identificar as palavras e entender as ideias!

Sobre equívocos, Narcisos e imediatismos  TÍTULO


Caracterizada pela evidente degradação do “ser” em “ter”, a atual estrutura
socioeconômica, embasada no que é efêmero e aparente, acarreta na vida uma
devastadora inversão de valores. Os indivíduos, influenciados pela vivência em meio a um
mercado de consumo marcado pela competição, passaram a enxergar o outro como um
inimigo em potencial. Diante disso, entre relacionamentos superficiais, valores
egocêntricos e atitudes que priorizam o imediato, o altruísmo vai se desfalecendo e se
tornando uma raridade no mundo contemporâneo.
Em “Amor Líquido”, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman discorre sobre a
fragilidade, superficialidade e efemeridade dos relacionamentos humanos. Para ele, em
um mundo que se molda facilmente, pois vive em constante transformação, os laços
humanos estão cada vez mais frouxos e insólidos. De fato, a sociedade pós-moderna está
cada vez mais mecânica, mais indiferente e menos humana. Se antes a amizade
prevalecia, hoje se enaltece o dinheiro; se antes o sexo coroava o amor, hoje encontram-se
praticamente desvinculados. Isso, no entanto, não acontece impunemente; o respeito e a
consideração com o outro, a partir disso, já nascem desfigurados, ao passo que o
individualismo e egocentrismo começam a vigorar.
No mito grego, Narciso amava-se incondicionalmente. Apreciava sua voz, seu corpo
e sua feição. Certo dia, Narciso apaixona-se por uma voz, a da bela ninfa Eco. Palatáveis
aos ouvidos de Narciso, entretanto, não eram palavras que Eco dizia; eram as palavras que
ele mesmo proferia e Eco, amaldiçoada para isso, refletia. Por isso, quando a viu, Narciso
a rejeitou friamente, e ela, amargurada, definhou. Analogamente, o mundo
contemporâneo encontra-se pleno de Narcisos, indivíduos egocêntricos e indiferentes aos
outros. Para eles, a imagem própria e o enaltecedor do “eu” são as prioridades. Assim,
sentem-se no direito de ignorar e menosprezar o outro, agindo friamente com relação ao
outro, ao coletivo, ao mundo.
O próprio pensamento imediatista em relação aos recursos naturais, próprio do
capitalismo, revela a que grau o altruísmo rebaixou-se. Embora surjam projetos, tratados
e acordos que tentem amenizar o problema ambiental atual, pouco têm sido visto na
prática. O fato é que ainda impera a lógica de mercado, onde tempo constitui dinheiro, e
como medidas ecologicamente coerentes são mais demoradas, são também
economicamente inviáveis. De fato, inexiste o senso de destino compartilhado. E a tal da
sustentabilidade, que valoriza a eficiência na extração dos recursos naturais e pensa nos
recursos das gerações futuras, é deixada a segundo plano.
A partir disso, depreende-se o caráter egocêntrico e imediatista da sociedade
contemporânea. Trata-se de uma sociedade cujos valores mais profundos, como o
respeito e o altruísmo, que tornam a vida realmente humana, têm sido esquecidos,
abandonados e enterrados sob os escombros de uma “lógica moderna”, na qual prevalece
o “eu”. Infelizmente, apenas a reeducação e o resgate de alguns desses importantes
valores sinalizam como soluções coerentes nesse mundo insensato, caracterizado pelo
acúmulo de equívocos, Narcisos e imediatismos.

Aqui estamos analisando, por enquanto, apenas o título. O que eu gostaria que você
percebesse é que o “nome” do texto surgiu a partir de palavras que apareceram ao longo
do desenvolvimento e que são importantes para a fundamentação dos argumentos.

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OBS: Para quem não conhece, a FUVEST (FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA PARA O
VESTIBULAR) é responsável pela elaboração da prova do vestibular para o ingresso na
USP ( UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO).

Em 2011, o tema trazia uma questão: “O altruísmo e o pensamento a longo prazo


ainda têm lugar no mundo contemporâneo?”
Percebemos, então, que o candidato a uma vaga na FUVEST, elaborou um texto bom,
segundo a banca corretora, pois foi bem avaliado e é possível perceber que o título já
apresenta uma ideia do que será defendido durante o texto. Evidentemente, ele surgiu a
partir da redação, pois reforça palavras e informações que apareceram diversas vezes ao
longo da dissertação.
Então, as dicas que deixo aqui sobre como “dar título ao texto” é:

1ª:Elabore a redação;
2ª: Releia-a;
3ª: Identifique as ideias centrais, palavras que tenham força e poder e, a partir delas, crie
uma expressão que comporá o título e, sobretudo, que dará uma ideia ao leitor sobre o
que será desenvolvido ao longo dos parágrafos seguintes

E pronto! Seu título nasceu!

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2) INTRODUÇÃO
Até aqui, já apresentamos para você um apanhado geral em relação ao texto
dissertativo-argumentativo: como selecionar ideias, como planejar uma redação, quais
regrinhas seguir para elaborar um título. Neste momento, depois de você ter estudado
essas primeiras páginas, e de tê-las entendido, vamos dar os próximos passos, ou seja,
vamos começar a aprofundar mais os conteúdos, a fim de auxiliar você a atingir seu
objetivo: a nota máxima na redação!
Se você está disposto a “chegar lá”, se você acredita em seu sonho e quer trabalhar
para alcançá-lo, continue a leitura e conte conosco para realizá-lo.
Vamos começar, obviamente, pela introdução!

Aperte o cinto e vamos decolar!

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A introdução, conforme já dito, é a primeira parte do texto. Ela é fundamental, pois
é a responsável por contextualizar o leitor em relação ao assunto a ser desenvolvido ao
longo do texto. Neste momento, também, é importante que já fique evidente qual é o
ponto de vista a ser comprovado durante a redação.
Sabia que uma boa introdução, com os elementos certos, é essencial para uma boa
nota em adequação ao tema? Ao organizar as ideias e elaborar uma introdução pertinente,
você já demonstra para o corretor que tem domínio sobre o assunto e que ainda é capaz
de defender uma opinião sobre ele.
Mas como fazer isso, então? Siga as regrinhas apresentadas e, com treinamento e
persistência, tudo dará certo.

A introdução é o momento de apresentar o tema e as ideias que serão


desenvolvidas ao longo da redação, bem como o ponto de vista defendido. Uma
introdução adequada e coerente deve conter três partes, as quais são denominadas de:

Contextualização
Panorama
Tese

A contextualização é o que compõe os primeiros períodos do parágrafo introdutório.


Nessa parte, deve-se apresentar o tema de maneira geral, sem especificar.

“Como assim”? Muitos devem estar se perguntando.

Veja o exemplo:
Se utilizarmos o tema do ENEM em 2017: “Desafios para a formação educacional de
surdos no Brasil”, para iniciar o texto, ou seja, para elaborar a contextualização, o
candidato poderia, por exemplo, discorrer sobre deficiência, de modo geral ou poderia
apresentar a definição de deficiência auditiva.
Além disso, era possível, também, contextualizar por meio da apresentação de
algum momento histórico ou de algum aspecto cultural. Alguns alunos, para
contextualizar, discorreram brevemente sobre a cidade-estado de Esparta, na qual
crianças que nasciam com alguma forma de deficiência eram mortas, ou seja, não
possuíam o direito de permanecer em sociedade. Outros indivíduos contextualizaram
20
citando algumas tribos indígenas que, ainda hoje, matam crianças que possuam
deficiência. Ainda era possível trazer algum estudioso, pesquisador, sociólogo para
contextualizar o tema.
Talvez você esteja se perguntando, mas o que Esparta tem a ver com a os desafios
para os deficientes auditivos no Brasil? Ao analisarmos superficialmente, a resposta é:
nada. Porém, lembre-se de que, na contextualização, você deve falar sobre o tema de
modo geral, sem especificar ainda.
Nesse sentido, tanto em Esparta quanto no Brasil os deficientes eram/são excluídos
– de formas distintas – mas o ponto em comum é que, seja lá, seja aqui, existe essa
exclusão. Essa é a possível relação a ser feita. A contextualização é o que vai compor a
primeira parte do seu texto, ela deve, realmente, ser mais abrangente mesmo.

É na próxima parte que você especificará o assunto e fará as relações necessárias


com o tema. A próxima parte é o panorama.
Ainda na introdução, após um ou dois períodos de contextualização, deve-se
elaborar o panorama. Ele, nada mais é do que, ainda a apresentação do assunto,
entretanto, ao invés de apresentar as ideias de modo geral, aqui o assunto a ser tratado
deve ser especificado. Isso significa que, se na contextualização deve-se falar de modo
geral sobre deficiência, neste momento é necessário discorrer especificamente sobre a
deficiência auditiva e sobre os desafios relacionados à formação escolar de indivíduos
surdos no território brasileiro.
Uma parte completa a outra!

A teoria é fundamental para aprender sobre a estrutura textual, mas a prática torna
tudo mais fundamentado. Vejam os exemplos a seguir, sobre outro assunto, a fim de
ampliar as ideias e compreender melhor o que é a “contextualização” e o “panorama” da
introdução de um texto.

Exemplo 1

Caso o tema seja “Os diversos tipos de preconceito no Brasil”, a contextualização e o


panorama de uma possível introdução poderiam ser:

Exemplo 1:

21
Preconceito pode ser definido como um julgamento concebido sem análise
crítica e sem conhecimento prévio, como consequência de uma generalização
sobre determinado assunto. [1] No Brasil, historicamente, e ainda hoje, são
identificadas inúmeras situações em que esse sentimento hostil é evidenciado.
[2]

[1]: Essa parte é a contextualização. Ela é composta por uma apresentação do assunto – no
caso o preconceito. Somente a definição é necessária, justamente porque se trata da
introdução e porque o objetivo é apenas evidenciar ao corretor o aspecto geral do tema.

[2]: Essa parte é o panorama. Ele é composto por uma apresentação do tema, ou seja, são
apresentados os pontos específicos em relação ao preconceito – onde ele ocorre, desde
quando, como permanece hoje. Somente isso é o suficiente. Não é necessário desenvolver
mais, visto que se pode correr o risco de inserir ideias que não condizem com a função da
introdução.

Veja o segundo exemplo, o qual apresenta a contextualização e o panorama com


algumas informações a mais.

Exemplo 2:
Segundo Voltaire, preconceito é opinião sem conhecimento. [1] No Brasil,
historicamente, e ainda hoje, são evidenciados diversos tipos de preconceito. Dentre
eles, podem ser citados o preconceito racial e o preconceito relacionado ao gênero.
[2]

[1]: Essa é a contextualização. Este segundo exemplo serve para mostrar que há inúmeras
formas de compor essa parte da introdução. Neste caso, ao invés de apresentar o
conceito, foi apresentada uma citação. A função de apresentar o assunto do tema, de
modo geral, também foi cumprida. Isso comprova que, independentemente do modo
escolhido, o importante é que a contextualização apresente o assunto do tema, de modo
geral.

[2]: Esse é o panorama. Este exemplo serve para mostrar que o panorama pode ser
composto por mais de um período e que o objetivo também é que essa parte da
introdução cumpra sua função. A diferença em relação ao exemplo 1 é que, no exemplo 2,
22
já foram apresentados os dois aspectos que serão desenvolvidos no texto: o preconceito
racial (possivelmente a ser desenvolvido no argumento 1) e o preconceito relacionado ao
gênero (possivelmente a ser desenvolvido no argumento 2). Essa é uma das possibilidades
para o panorama – não necessariamente é preciso expor os aspectos que aparecerão
nos argumentos 1 e 2. Todavia, é uma boa estratégia, visto que a introdução fica
organizada e facilita para o corretor, no sentido de que ele já saberá o que esperar do
restante do texto.

Assim, enquanto na contextualização deve-se discorrer sobre o assunto, de modo


geral – preconceito – no panorama especificam-se quais aspectos do preconceito serão
desenvolvidos.

Vamos para a última parte da introdução, a tese.

A tese é a terceira parte da introdução. Há autores que defendem que a tese não
precisa estar evidente na introdução. Contudo, é fortemente recomendado que esteja.
Isso porque a tese é responsável por apresentar o ponto de vista que norteará todo o
desenvolvimento do texto. Nesse sentido, ao apresentá-la na introdução, também facilita
para o corretor e tudo que facilita para o corretor pode beneficiar o aluno.
Quando se pensa em tese, deve-se ter em mente de que nessa parte do texto uma
opinião deve ser apresentada e não fatos. Vejam os exemplos abaixo:

(a) O preconceito é um problema evidente no Brasil, podendo ser resolvido com


investimento em educação e cultura.

(b) O preconceito é um grave problema evidente no Brasil e deve ser resolvido com
investimento em educação e cultura.

As duas frases são bastante semelhantes, todavia, há pequenos detalhes que as


diferenciam. Uma delas só expõe fatos, a outra apresenta opiniões. Qual delas?

Vamos lá, a frase (a) apresenta fatos. É indubitável que o preconceito seja um
problema, que esteja em evidência e que, se houver investimento em educação e cultura
haverá possibilidade de ser resolvido. Isso porque é fato que educação e cultura

23
contribuem para o desenvolvimento do pensamento crítico e isso, de alguma forma,
contribui para a evolução das pessoas.
Na frase (b) também há a apresentação de fatos. No entanto, alguns detalhes
evidenciam uma opinião sobre o assunto. Ao defender que o preconceito é um problema
“grave” já fica evidente um ponto de vista. Ademais, quando se apresenta a expressão
“deve ser resolvido” também é explicitado um posicionamento. Não se afirma que
educação e cultura ajudarão a diminuir o preconceito, mas é defendido que esses dois
elementos são fundamentais, o que muda todo o cenário.
Com isso, pode-se considerar a frase (a) como exposição de fatos e a frase (b)
como a tese de um parágrafo de introdução.
Vejam como pode ficar a introdução completa, a partir dos exemplos anteriores:

Exemplo 1

Preconceito pode ser definido como um julgamento concebido sem análise


crítica e sem conhecimento prévio, como consequência de uma generalização sobre
determinado assunto. [1] No Brasil, historicamente, e ainda hoje, são identificadas
inúmeras situações em que esse sentimento hostil é evidenciado. [2] Logo, o
preconceito é um grave problema evidente no território brasileiro e deve ser
resolvido com investimento em educação e cultura [3]

Exemplo 2

Segundo Voltaire, preconceito é opinião sem conhecimento. [1] No Brasil,


historicamente, e ainda hoje, são evidenciados diversos tipos de preconceito. Dentre
eles, podem ser citados o preconceito racial e o preconceito relacionado ao gênero.
[2] Logo, o preconceito é um grave problema evidente no território brasileiro e deve
ser resolvido com investimento em educação e cultura [3]

[1]: Contextualização
[2]: Panorama
[3]: Tese

24
OBS: O “logo” foi acrescentado para aprimorar a coesão do texto e “No Brasil” foi
substituído por “território brasileiro” a fim de evitar a repetição.

Com isso, encerramos a primeira parte do texto dissertativo argumentativo. A


segunda parte é composta pelos parágrafos argumentativos, também chamada de
desenvolvimento. A estrutura apresentada aqui é válida para todos os parágrafos
argumentativos, independentemente de quantos houver no texto.

Então, vamos lá!

25
3) DESENVOLVIMENTO
Todas as partes do texto são de extrema importância, visto que cada uma delas
apresenta uma função. Todavia, os parágrafos argumentativos são de extrema
importância já que é neste momento que o aluno demonstrará ao corretor seu conteúdo, o
pensamento crítico e bem desenvolvido que toda banca procura!
Em relação ao número de parágrafos argumentativos, não há, de fato, uma regra.
Contudo, a recomendação é que o aluno nunca elabore apenas um parágrafo de
argumentação. Ao fazer isso, corre-se o risco de demonstrar apenas um aspecto do
assunto do tema e também pode parecer que aquele aluno não sabia desenvolver aspectos
distintos em relação àquela temática.
Assim, é recomendado que o aluno elabore entre dois e três parágrafos
argumentativos. No ENEM e em concursos que exijam até 30 linhas escritas, recomendo a
escrita de dois parágrafos argumentativos.
Novamente, ressalto que não há uma regra estabelecida. Tudo dependerá do
conteúdo e do conhecimento que o aluno tiver em relação ao assunto tratado no
tema, tudo dependerá do espaço ocupado pelo primeiro argumento. O que não se
pode ter em mente é que construir três parágrafos é melhor porque “demonstra mais
conteúdo”. Isso não é verdade, é possível encontrar excelentes textos com dois
parágrafos argumentativos e textos medianos, cujo desenvolvimento não é eficiente,
com três parágrafos na argumentação.
Então, fica a critério do aluno elaborar dois ou três parágrafos no desenvolvimento.
Apenas sugiro que não seja apenas um, pelos motivos expostos acima.
Vamos lá!
Assim como a introdução, o parágrafo argumentativo também é composto por
“partes”, “segmentações”, que são:

a) Tópico Frasal
b) Análise
c) Repertório /Fundamentação

O tópico frasal é o primeiro período do parágrafo. Ele é responsável por apresentar


o assunto que será desenvolvido naquele parágrafo. Veja o seguinte exemplo:

26
A priori, um dos desafios relacionados ao bullying é a dificuldade de
identificação deste problema por parte dos pais e dos educadores.

Este período, caso fosse o tópico frasal de um argumento, indicaria que o


desenvolvimento do parágrafo focaria na “difícil identificação do bullying por pais e por
educadores”. Assim, o objetivo do tópico frasal é expor, resumidamente, a ideia central
do parágrafo argumentativo.

A análise é a parte mais importante do parágrafo argumentativo. Essa é a parte em


que o aluno demonstra a capacidade crítica e o conteúdo ao corretor. É neste momento
que são expostas as “respostas” para algumas perguntas fundamentais. Vejam:
Sempre que há um tema/um assunto a ser discutido e desenvolvido, devemos
realizar algumas perguntas para entender o motivo pelo qual aquele assunto/tema
existem. Por exemplo, se o assunto central da redação for preconceito e o tema for
preconceito racial, especificamente, é necessário que algumas perguntas sejam feitas:

- Por que esse problema existe?


-Por que é um problema?
- Desde quando ele existe?
-Onde surgiu?
-Quem são os responsáveis?
-Quem são os afetados?
-E quais as consequências disso na sociedade?

Quando essas perguntas são respondidas, é possível que o cerne de qualquer


assunto, de qualquer problemática seja desvendado. Nesse sentido, quando se pensa em
uma análise fundamentada para qualquer texto, para qualquer parágrafo de
desenvolvimento, pensa-se nas “respostas” para essas perguntas. Isso certamente fará
com que o avaliador olhe para o texto do aluno e consiga identificar o caráter crítico e
reflexivo. Com isso, o aluno se distancia de um parágrafo expositivo.

Vejam um exemplo de análise simples, unida ao tópico frasal apresentado


anteriormente.
27
A priori, um dos desafios relacionados ao bullying é a dificuldade de
identificação deste problema por parte dos pais e dos educadores. (a) Isso é
justificado pelo fato de que, como o bullying ocorre predominantemente na escola,
muitos educadores, por terem a responsabilidade de ensinar e de cuidar de muitas
crianças e adolescentes ao mesmo tempo, podem não perceber efetivamente a
violência praticada contra determinados indivíduos. Além disso, essa prática pode
ocorrer em períodos de “recreio” ou lanche. Ademais, muitos pais que trabalham
constantemente, têm pouco tempo para ficar com os filhos. Esse fato pode fazer com
que muitos deles não percebam comportamentos distintos em casa. As consequências
geradas podem ser drásticas, visto que o indivíduo não tem com quem contar e pode
desenvolver doenças emocionais, tanto no presente quanto no futuro. (b)

A parte (a) é o tópico frasal. A parte (b) é a análise, ou seja, neste momento, foi
explicado o porquê de o problema ocorrer nos dois âmbitos apresentados – em relação
aos educadores e aos pais – e as consequências que ele pode gerar para o indivíduo. Por
mais longa que tenha ficado a análise, dado o que foi exposto no tópico frasal, não teria
como omitir informações.
Isso pode ocorrer, sem problemas, desde que o aluno fique atento à quantidade de
linhas totais e “gaste espaço” com o que é de fato necessário. Por isso, por exemplo, que
apenas dois argumentos podem ser necessários, considerando a necessidade de bom
desenvolvimento da análise nos parágrafos.
Percebam que nem todas as respostas foram respondidas. E isso também é comum,
visto que, devido à questão espacial, o aluno deve selecionar quais das “respostas”
agregam mais valor ao conteúdo desenvolvido.

A última parte do parágrafo argumentativo é a fundamentação. Esse é o momento


em que o aluno deve apresentar um fato que consiga comprovar a análise. O ENEM chama
a fundamentação de “repertório”, já outros vestibulares e concursos costumam
denominar de “ilustração” ou “exemplo”. O nome dado a essa parte do texto é indiferente.
O importante é que o aluno tenha uma bagagem sociocultural bastante ampla a fim de
conseguir fundamentar as próprias ideias.
Como fundamentação, podem ser utilizados: livros, filmes, séries, citações,
interdisciplinaridade, notícias, dados estatísticos (desde que não estejam na coletânea).
No exemplo acima elaborado, um dos possíveis exemplos poderia ser aquele caso que
28
ocorreu no Rio de Janeiro, no ano de 2011, em que um estudante adentrou na escola em
que estudou quando criança e atirou em alguns alunos e funcionários. Muitos se
demonstraram surpresos após o ocorrido, pois alegaram que o jovem atirador sempre foi
dócil e nunca pareceu sofrer bullying. Todavia, a carta deixada por ele revelava o
contrário.
Com o exemplo, o parágrafo anterior poderia ser composto da seguinte forma:

A priori, um dos desafios relacionados ao bullying é a dificuldade de


identificação deste problema por parte dos pais e dos educadores. (a) Isso é
justificado pelo fato de que, como o bullying ocorre predominantemente na escola,
muitos educadores, por terem a responsabilidade de ensinar e de cuidar de muitas
crianças e adolescentes ao mesmo tempo, podem não perceber efetivamente a
violência praticada contra determinados indivíduos. Além disso, essa prática pode
ocorrer em períodos de “recreio” ou lanche. Ademais, muitos pais que trabalham
constantemente, têm pouco tempo para ficar com os filhos. Esse fato pode fazer com
que muitos deles não percebam comportamentos distintos em casa. As consequências
geradas podem ser drásticas, visto que o indivíduo não tem com quem contar e pode
desenvolver doenças emocionais, tanto no presente quanto no futuro. (b) Em 2011,
ocorreu no Rio de Janeiro o “Massacre de Realengo”, em que um jovem entrou em um
colégio e atirou em alunos e funcionários e se suicidou. As investigações revelaram
que o jovem sempre sofreu bullying, todavia não procurou e não obteve auxílio tanto
dos pais quanto do colégio. (c)

Essa terceira parte (c) é a fundamentação do argumento. Um fato real foi utilizado
para comprovar a análise descrita anteriormente. Obviamente que o aluno é livre para
elaborar os próprios parágrafos argumentativos e o fato de o exemplo citado ser longo
não quer dizer, necessariamente, que os parágrafos de argumentação devam ser longos. O
que se deve entender é que, para que o parágrafo cumpra a sua função, ele deve ser
composto por essas três partes.
Esse mesmo esquema deve ser repetido em todos os parágrafos argumentativos
que forem produzidos. Logo mais apresento exemplos de redações bem avaliadas que
contêm estrutura e conteúdo adequados.

29
OBS: Deve-se lembrar de que não necessariamente as “partes” do argumento devem
aparecer nessa ordem. É perfeitamente possível que o aluno, a partir da apresentação
do repertório/da fundamentação, elabore a própria análise. Não há uma ordem
correta.

Agora vamos para a última parte do texto dissertativo argumentativo, a


CONCLUSÃO!

4) Conclusão

Na maior parte dos textos dissertativos argumentativos, notadamente na maioria


dos concursos e dos vestibulares, a conclusão é o momento de apresentar uma síntese,
um resumo do que foi apresentado e desenvolvido durante o texto. É uma das partes mais
fáceis, todavia, muitos alunos têm dificuldades, pois consideram que, por ser simples,
pode haver algo errado. Com isso, acrescentam informações e se prejudicam.
Exemplos sobre conclusões serão demonstrados em breve, no momento da
apresentação de textos bem avaliados.
Apresento aqui o que NÃO pode ser feito no último parágrafo do texto:

1º: NÃO PODE HAVER IDEIA NOVA

Como a conclusão é o momento de elaborar um resumo a partir das ideias


desenvolvidas no texto, não é coerente apresentar conteúdo novo.

“-Ah, mas e se eu lembrar algo importante e tiver vontade de colocar no texto?”

A resposta é: Não coloque. Ao apresentar ideia nova na conclusão, você quebra com
o seu planejamento de texto. Neste momento é preciso segurar a ansiedade e confiar nas
ideias defendidas. Acrescentar conteúdo novo na conclusão, ao invés de ajudar, vai
atrapalhar bastante. E tudo aquilo que atrapalha vai, consequentemente, fazer com que o
aluno perca nota.
2º: Finalizar com CITAÇÃO

30
Houve um momento da história em que foi disseminado aos alunos que o texto
deveria apresentar ao final, uma citação, uma frase de efeito para fechar o texto com
“chave de ouro”. Até há uns dez anos, isso realmente era valorizado. Entretanto, os
tempos mudaram, as coisas evoluem e esse tipo de fechamento para o texto não é mais
considerado válido, justamente pela explicação do item anterior. Acrescentar uma frase
ao final do texto, ainda que esteja relacionada com o conteúdo desenvolvido, quebra com
o planejamento, pois, se a frase se relaciona ao argumento e é tão boa assim, por que não
foi utilizada nos parágrafos argumentativos?
Desse modo, fuja de “frases de efeito”! Fechar o texto com “chave de ouro” é
sinônimo de elaborar uma conclusão simples, clara e que retome com excelência as
ideias trabalhadas durante o texto.

“Partes” da conclusão

A conclusão é composta, portanto, por:

(a) Conectivo Conclusivo + retomada/reafirmação da tese


(b) Retomada dos argumentos

Ou

(a) Conectivo Conclusivo + Retomada dos argumentos


(b) Retomada/reafirmação da tese

Muitos devem estar se perguntando, mas não foi isso que eu ouvi falar sobre a
conclusão do ENEM. E esse questionamento é válido e natural. Na conclusão do ENEM,
geralmente, é apresentada uma proposta de ação social.
E por que “geralmente”? Justamente porque não há nenhuma recomendação
específica que defina que a proposta de intervenção exigida pelo ENEM deve estar
presente na conclusão. Porém, a partir de estudos, experiências e da observação de textos
bem avaliados, é possível perceber que a proposta aparece no último parágrafo, ou seja,
na conclusão. Sendo assim, como este material tem o objetivo de oferecer aquilo que é
mais seguro ao aluno, justamente porque o objetivo é conquistar uma nota de excelência,
recomendo a apresentação da proposta de intervenção na conclusão

31
.
Não se desesperem! Exceto a parte relativa à conclusão, o modo de elaborar a
introdução e a argumentação é semelhante nos vestibulares, concursos e no ENEM. No
Exame Nacional do Ensino Médio existem algumas particularidades, que serão
demonstradas no item especial “ENEM” desta apostila.

Vejam um exemplo de texto dissertativo analisado e, após isso, seguimos para o


especial ENEM.
Esse texto foi retirado do site da FUVEST (fuvest.br) e está entre os melhores textos
selecionados pela banca corretora. Após a imagem do texto, há a transcrição dele. Em
seguida, apresento a análise.

32
OBS: Para aqueles que ficaram com dificuldades para identificar as palavras com essa
letra tão pequena, segue a transcrição do texto.

33
Pensar no amanhã: prática do hoje
O mundo contemporâneo, cada vez mais pautado pelo individualismo e pelo
consumismo, abre espaço para questionamentos fundamentais sobre o futuro da
humanidade e do próprio planeta. Nesse sentido, cabe a seguinte questão : ainda há
espaço , nesse mundo contemporâneo, para o altruísmo e o pensamento a longo prazo? Se
é fato que tal espaço existe, definitivamente, há que se lutar por ele.
Primeiramente, há que se lutar por tal espaço pois, na grande maioria das vezes, ele
vai de encontro aos interesses do mundo globalizado. As atuais preocupações mundiais
com a preservação de recursos naturais e com mudanças climáticas são exemplos
concretos de que o pensamento a longo prazo existe e é atuante na sociedade. Trata-se de
repensar o futuro para além dos interesses políticos e econômicos atuais e perpetuar um
legado de conscientização : preservar e cuidar do que se tem hoje para aqueles que virão
amanhã.
É a partir dessa conscientização que o espaço para a prática do altruísmo torna-se
ainda mais importante. Em uma sociedade cada vez mais desigual , não pensar no outro,
nos menos favorecidos significa não entender e não participar do mundo em si; significa
alienar-se. Refletindo sobre esse aspecto, em que muitas vezes caracteriza-se um mundo
de pessoas egoístas e de relações frágeis e superficiais, é fundamental não generalizar
tudo e todos e não apelar ao senso comum. Nem todos são egoístas e superficiais;
existem muitas pessoas, hoje, ocupadas com a missão de auxiliar quem precisa, ou outras
que, mesmo através de pequenos, mas significativos gestos, fazem ações que mudam e
ajudam o futuro e o presente de seus semelhantes.
Exemplo disso são as inúmeras organizações assistencialistas da sociedade atual, as
ONGs e grupos de voluntários que trabalham em prol dos carentes, doentes, vítimas de
tragédia e até mesmo do meio ambiente, entre outros. O espaço para o altruísmo e o
pensamento a longo prazo existe e se expande , a despeito dos interesses individuais e
econômicos de muitos.
E se, realmente, esse espaço se consolida, fica a lição da necessidade de mantê-lo e
transformá-lo numa preocupação sempre presente. Preocupação com um mundo de
indivíduos solidários e conscientes, que sigam lutando por uma sociedade menos
desigual e menos autodestrutiva, e que a prática do altruísmo e do pensamento a longo
prazo perdure, ainda que começando pelo gesto mais simples, como a de Roberto Burle
Marx, que plantou uma planta que só iria florir muito tempo depois, para que os outros
pudessem vê-la.

Análise
Conforme já dito anteriormente, este texto foi escolhido pela banca da FUVEST, em
2011, como um dos melhores. Não necessariamente são textos em que não há falhas.
Algumas falhas são mais evidentes, mas está entre os melhores e foi escolhido para a
nossa análise, justamente porque segue a estrutura recomendada.

34
Ao observamos a introdução, percebe-se que a contextualização, o panorama e a
tese são evidentes. O primeiro período trata da contextualização, em que o aluno discorre
sobre o individualismo, de modo geral. Em seguida, apresenta o panorama, ou seja, já
especifica qual aspecto será desenvolvido no texto: altruísmo e pensamento a longo
prazo, além do questionamento: será que eles têm espaço no mundo contemporâneo?
Logo depois, apresenta a tese – ponto de vista. Fica claro, no último período, que o aluno
defende a ideia de que se deve lutar pelo espaço do altruísmo e do pensamento a longo
prazo.
O texto é composto por três argumentos. Por serem semelhantes em relação à
composição estrutural, analisarei especificamente o primeiro. Percebam que o tópico
frasal é marcado pela presença do conectivo e por uma continuação da tese – o aluno
reafirma a necessidade de lutar pelo espaço do altruísmo e do pensamento a longo prazo.
Após isso, inicia a análise, ou seja, explica o porquê de se ter que lutar para manter o
espaço do altruísmo e não apresenta um repertório concreto, mas apresenta
fundamentação quando exemplifica discorrendo sobre a preservação de recursos naturais.
Os outros dois parágrafos seguem linhas de raciocínio semelhantes
A conclusão é a parte do texto em que, na minha opinião, precisa ser melhorada. Ela
deve começar com um conectivo conclusivo, a fim de demonstrar ao corretor que aquele
parágrafo apresentará a conclusão do texto. Há a retomada da tese, quando se defende,
novamente, a necessidade de espaço para o altruísmo e pensamento a longo prazo.
Todavia, não havia a necessidade de inserir “Roberto Burle Marx”. Esse autor está na
coletânea, mas não havia sido apresentado anteriormente no texto. Isso passa para o
corretor a sensação de que o aluno não soube onde encaixar aquela teoria, lembrou-se dela
na conclusão e a utilizou.
Assim, o meu desejo ao apresentar essa redação aqui é demonstrar que, para que
um texto esteja entre os melhores, ele deve seguir uma estrutura a qual é composta
por partes. Isso dará ao texto a relação lógica necessária. Além disso, um bom
conteúdo e uma boa análise são fundamentais para o êxito na produção textual.

OBS: Esse texto pode servir de referência a todos aqueles que desejam aprender
dissertação argumentativa, visto que tanto a estrutura quanto o conteúdo
correspondem ao que é necessário para atender ao gênero. Sejam concurseiros ou
vestibulandos, tenham esse texto como referência e elaborem o próprio modelo e
estilo, a partir da teoria estrutural apresentada acima.
35
O esqueleto do texto perfeito!

Oi, pessoal.
1. Introdução: Eu sou o REDAÇÃOVALDO

 Contextualização E toda vez que vocês forem


escrever uma redação,
 Panorama devem se lembrar de mim!

 Tese

2. Desenvolvimento: (para cada argumento)

 Tópico frasal
 Análise
 Repertório/Fundamentação

3. Conclusão:
 Retomada da tese
 Retomada dos argumentos
 Proposta de Intervenção
(sobretudo no ENEM)

36
Encerro aqui a parte da apostila destinada a ensinar a vocês como elaborar uma
dissertação argumentativa. Lembrando que essa estrutura vale para qualquer dissertação:
seja de concursos, de vestibulares e até para o ENEM. Todavia, o ENEM possui alguns
detalhes que devem, obrigatoriamente, ser seguidos para chegar à nota mil.
Vamos, agora, no especial ENEM, retomar alguns conteúdos, aprender algumas
especificidades e analisar um texto nota 1000 do ENEM.
Vamos lá? Tirar nota máxima não é tão difícil assim, mas algumas regras precisam
ser seguidas.

Continuem firmes, bons estudos!

37
Parte 3: Bônus
O objetivo dessa apostila já está cumprido: ensinar você a como elaborar um texto
dissertativo argumentativo. Todavia, oferecemos três bônus: segue, abaixo, um especial
sobre a redação do ENEM, além de quinze temas – tanto para os concursos e vestibulares,
quanto para o ENEM. E, para finalizar, apresento uma tabela de conectivos para te ajudar
na coesão textual!
Então, aproveitem e bons estudos!

Especial ENEM
O ENEM, como muitos sabem, é o Exame Nacional do Ensino Médio. Surgiu em 1998
e tinha como intuito avaliar o nível do ensino médio brasileiro. Além disso, a participação
dos alunos era voluntária, ou seja, o aluno fazia a prova somente se desejasse. Em 2009, o
ENEM passou a funcionar como vestibular unificado, servindo como prova para o ingresso
para algumas universidades federais a partir de Janeiro de 2010. Com o passar dos anos,
adquiriu o formato que tem hoje: dois dias de prova, cada um com 90 questões e uma
redação.
O que nos interessa nessa apostila é a redação especificamente. A redação do ENEM
vale mil pontos e é, em grande parte das vezes, determinante para que o aluno consiga a
tão sonhada vaga na universidade. O lado bom é que a redação do ENEM tem uma
estrutura fixa, como se fosse uma “receitazinha de bolo” e, se o aluno seguir, a chance de
dar certo é muito grande.
É claro que apenas estudar redação e não praticar, de nada adianta. Além de estudar
MUITO essa apostila, é preciso colocar a teoria em prática, caso contrário, dificilmente o
sucesso chegará. Por isso, depois de apresentar as “receitazinhas” da redação do ENEM,
apresento, também, 15 temas para você treinar. Lá no perfil @redacaoemcasa também
apresento, semanalmente, três temas.
Então, o que está esperando? Já passou da hora de começar a treinar. E não se
preocupe! Ainda há tempo! Se você ainda não começou, comece já!

Vamos lá? Aprender um pouquinho sobre a redação e chegar mais perto


da tão sonhada vaga na Federal!

38
1) Introdução do ENEM
Conforme já apresentado nesta apostila, a introdução é o momento de apresentar o
assunto, o tema e também o ponto de vista, a opinião que será defendida ao longo do
texto. No ENEM, a contextualização, assim como já explicitado na teoria, deve apresentar
o assunto, ou seja, algum aspecto geral sobre o tema. Em seguida, já deve apresentar
quais aspectos serão desenvolvidos na argumentação. Após isso, deve apresentar a tese.

Obs: Não é obrigatório apresentar a tese na introdução, porém, recomendo fortemente


que ela seja apresentada, visto que ajuda o corretor a identificar o seu ponto de vista.
Nesse sentido, se ajuda a corretor, possivelmente te ajudará também.

A “fórmula” para a introdução do ENEM é, então:

CONTEXTUALIZAÇÃO (1) + PANORAMA (2) + TESE (3)

(1) APRESENTAÇÃO DO ASSUNTO


(2) APRESENTAÇÃO DO TEMA E DO QUE SERÁ DESENVOLVIDO NOS
ARGUMENTOS
(3) APRESENTAÇÃO DO PONTO DE VISTA

Para ilustrar, apresento uma introdução de uma redação nota mil do ENEM 2017,
retirada da Cartilha do Participante do ENEM, liberada pelo INEP em 2018. Veja como
cada uma das “partes” listadas acima e na teoria sobre introdução são evidentes:

OBS: Lembrando que o tema do ENEM em 2017 foi: “Desafios para a formação
educacional de surdos no Brasil”

EXEMPLO:
“Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU promulgou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, a qual assegura, em plano internacional, a igualdade e a dignidade da
pessoa humana. Entretanto, no Brasil, há falhas na aplicação do princípio da isonomia no
que tange à inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Consequentemente, a formação
39
educacional é comprometida, o que pressupõe uma análise acerca dos entraves que
englobam esta problemática.”

ANÁLISE DA INTRODUÇÃO

[1] CONTEXTUALIZAÇÃO : “Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU promulgou a


Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual assegura, em plano internacional, a
igualdade e a dignidade da pessoa humana.”

Percebam que, neste primeiro período, que compõe a contextualização o aluno (a)
comentou, brevemente, de dos modo geral, sobre a Declaração Universal Direitos
Humanos e sobre o fato de ela garantir a igualdade e a dignidade a qualquer pessoa.
Vejam que nada sobre surdos, formação escolar, desafios ou mesmo Brasil foi
apresentado. E isso aconteceu porque não é necessário, visto que a contextualização é o
momento de apresentar uma ideia geral que, em seguida, no panorama, será relacionada,
compondo o sentido da introdução.

[2] PANORAMA: “Entretanto, no Brasil, há falhas na aplicação do princípio da isonomia no


que tange à inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Consequentemente, a formação
educacional é comprometida,...”

No segundo período e início do terceiro, o aluno já apresenta, especificamente,


sobre qual assunto irá tratar no texto. Vejam que as palavras e expressões revelam o
tema: “pessoas”, “deficiência auditiva”, “formação educacional”. Além disso, nesses
períodos ele relaciona o conteúdo da contextualização com o conteúdo que será
desenvolvido ao longo do texto.

Obs. Percebam que não necessariamente cada uma das partes – contextualização,
panorama e tese – devem compor um único período. Elas podem estar misturadas.
Isso é possível desde que haja clareza.

“o que pressupõe uma análise acerca dos entraves que englobam esta problemática.” [3]
TESE

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A finalização do terceiro período pode ser considerada a tese, visto que se percebe o
indício de um ponto de vista. Quando o aluno diz “pressupõe uma análise acerca dos
entraves que englobam esta problemática”, ele já deixa claro que desenvolverá, ao longo
do texto, um problema e que é necessário realizar uma análise sobre aquele assunto.
Nesse sentido, a introdução está simples e completa, já que apresenta as partes
fundamentais para a composição dela e cumpre o objetivo de contextualizar o
assunto, expor o tema e o ponto de vista que será defendido.
Vamos, agora, aos argumentos.

2) Argumentação no ENEM
O ENEM exige, desde 1998, a elaboração de uma dissertação argumentativa. Assim
como apresentado na teoria sobre argumentação, o parágrafo argumentativo de uma
dissertação deve ser composto pelo tópico frasal, que é o primeiro período do parágrafo e
é responsável por apresentar, de modo bastante resumido, qual será o conteúdo
desenvolvido naquele parágrafo em específico. Também é composto pela análise – uma
das partes mais importantes do texto – a qual explica o assunto, o aspecto em específico
que está sendo desenvolvido, o porquê de ocorrer, quais são as causas, as consequências,
os responsáveis, os afetados, entre outros aspectos.

(Se quiser relembrar isso, volte no tópico ARGUMENTAÇÃO).

E, para finalizar o parágrafo argumentativo, é necessário apresentar a


fundamentação, a qual o ENEM chama de repertório. Lembrando que, no ENEM, o
repertório pode aparecer também na introdução, compondo a contextualização e, se
aparecer lá na introdução, deve ser retomado em alguma parte do texto.
A minha recomendação é que vocês prefiram utilizar o repertório na argumentação,
visto que é mais fácil de relacionar e de desenvolver. Contudo, isso não é uma regra, é só
uma sugestão. Para aqueles que ainda não entenderam do que se trata o “repertório”,
segue uma breve explicação.

41
O Repertório sociocultural pode ser entendido como qualquer conteúdo que represente a
“bagagem” de conhecimento do aluno e que seja externa à coletânea. Então, se o aluno
conhecer uma citação, uma série televisiva, uma novela, um filme, um documentário, um
livro, um desenho animado, um dado, uma notícia que não estejam presentes nos textos
motivadores, isso será considerado o seu “repertório”. Obviamente, não adianta decorar
citações, filmes, séries e afins que podem ser utilizados, visto que não basta apresentar
“qualquer conteúdo”. Para que o repertório seja considerado válido e produtivo, no ENEM, é
preciso que o conteúdo apresentado esteja bem desenvolvido, relacionado à argumentação,
que seja verdadeiro e que se encaixe no contexto no assunto e do tema desenvolvidos.

Enfim, a “fórmula” para os parágrafos argumentativos da redação do ENEM é:

TÓPICO FRASAL (1) + ANÁLISE (2) + REPERTÓRIO (3)

(1) PRIMEIRO PERÍODO DO PARÁGRAFO E TEM A FUNÇÃO DE APRESENTAR O ASSUNTO


(2) JUSTIFICATIVAS DA PROBLEMÁTICA – CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS, RESPONSÁVEIS,
AFETADOS, QUANDO COMEÇOU, ONDE, COM QUEM, etc.
(3) AQUILO QUE COMPROVA A ANÁLISE E QUE DEMONSTRA CONHECIMENTO DE
MUNDO DO ALUNO

Devemos lembrar que essa “fórmula” vale para todos os argumentos. E aqui tocamos
em um assunto delicado: a quantidade de argumentos e de parágrafos que o texto deve
apresentar. Evidentemente, cada um é livre para escolher o que deseja. Todavia, com base
na observação dos textos que receberam nota máxima nos últimos anos, pode-se perceber
que a grande maioria é composta por quatro parágrafos, sendo um o da introdução, dois
parágrafos argumentativos e um parágrafo conclusivo, totalizando os quatro. Nesse
sentido, recomendo fortemente que haja a elaboração de dois argumentos na redação do
ENEM;.
O ENEM, nos últimos vinte anos, trouxe temas de redação que focassem em
determinada problemática. Por isso, o que se espera da redação desse exame é que ela
contenha dois problemas distintos sobre a temática apresentada. Por exemplo, se o tema
fosse “preconceito”, o que se espera, para cada um dos argumentos, é o desenvolvimento
de um aspecto distinto relacionado a esse problema, como o preconceito racial e o
42
preconceito de gênero ou mesmo as causas do preconceito no argumento um e as
consequências do preconceito no argumento dois. A ideia, então, é que haja dois vieses
diferentes sobre o problema central do tema.
Então, vamos analisar os argumentos:

ARGUMENTO 1:
FÓRMULA PARA O PRIMEIRO ARGUMENTO
CONECTIVO DE INÍCIO + TÓPICO FRASAL + ANÁLISE + FUNDAMENTAÇÃO

O conectivo de início é fundamental para iniciar o argumento 1, visto que


demonstrará ao corretor que você está começando, iniciando a argumentação. Utilizar
qualquer outro pode afetar gravemente a coerência do texto, pois pode prejudicar a
relação de sentido estabelecida.
Ao final dessa apostila você ganha, de bônus, uma tabela de conectivos! Confira lá
os conectivos de início. E vamos à análise do argumento 1 da redação nota mil do ENEM
2017

“Em primeiro lugar, cabe pontuar que as instituições de ensino apresentam, em sua
maioria, um sistema pouco inclusivo. Embora a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) atenda a
Convenção do Direito da Pessoa com Deficiência, realizada em 2006 pela ONU, sua
finalidade encontra obstáculos, seja na estrutura escolar vigente, seja na falta de preparo
do corpo docente. Prova disso são as escolas regulares e as universidades que não se
adequaram à comunicação em Libras, bem como exames avaliatórios que não garantem tal
acessibilidade. Nesse sentido, os surdos recebem uma educação frágil, desigual e
excludente.”

CONECTIVO DE INÍCIO: “Em primeiro lugar”

TÓPICO FRASAL: “Em primeiro lugar, cabe pontuar que as instituições de ensino
apresentam, em sua maioria, um sistema pouco inclusivo.”

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Esse primeiro período é o tópico frasal do primeiro parágrafo de argumentação.
Conforme se pode ver, ele começa com o conectivo de início – ideal para o argumento 1 –
e apresenta, de forma breve, o assunto do parágrafo. Por meio da elaboração desse tópico
frasal, é possível perceber que o assunto desenvolvido será relacionado ao ensino pouco
inclusivo que as instituições oferecem.

FUNDAMENTAÇÃO + ANÁLISE: “Embora a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) atenda a


Convenção do Direito da Pessoa com Deficiência, realizada em 2006 pela ONU, sua
finalidade encontra obstáculos, seja na estrutura escolar vigente, seja na falta de preparo
do corpo docente. Prova disso são as escolas regulares e as universidades que não se
adequaram à comunicação em Libras, bem como exames avaliatórios que não garantem tal
acessibilidade. Nesse sentido, os surdos recebem uma educação frágil, desigual e
excludente.”

Vejam que, na análise, o aluno (a) consegue comprovar a informação do tópico


frasal, explicando o motivo de não haver preparo nas instituições educacionais. Para isso,
mescla o repertório – Lei Brasileira de Inclusão- com a análise – obstáculos para o
cumprimento dessa lei, pois há falta de preparo em diversos níveis.
É um argumento suficiente, visto que é composto pelo tópico frasal, pela análise
do problema e por um repertório relacionado e adequado ao conteúdo.

Vejam, agora, a análise do argumento 2 (segundo argumento do texto)

ARGUMENTO 2
FÓRMULA PARA O SEGUNDO ARGUMENTO
CONECTIVO (DEPENDE DA RELAÇÃO DE SENTIDO ESTABELECIDA COM O 1º
ARGUMENTO) + TÓPICO FRASAL + ANÁLISE + FUNDAMENTAÇÃO

“Além disso, a ineficiente integração no âmbito escolar/acadêmico resulta em efeitos fora


dele. Conforme afirmou Aristóteles, é preciso tratar igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais, na medida exata de suas desigualdades. Contudo, a instrução de aristotélica
44
não é vista na prática, uma vez que o mercado de trabalho oferece poucas oportunidades,
ainda que o deficiente auditivo tenha concluído o ensino superior. Paralelamente a isso, o
comportamento contemporâneo, o qual prioriza o individualismo e a competição,
intensifica a exclusão visto que a deficiência em questão é alvo de uma visão equivocada
de incapacidade funcional. Desse modo, as implicações de uma educação que não se
adapta às diferenças são visíveis.”

TÓPICO FRASAL: “Além disso, a ineficiente integração no âmbito escolar/acadêmico


resulta em efeitos fora dele”.

Por meio desse tópico frasal é possível perceber que o parágrafo apresentará quais
são as consequências dessa má formação educacional.

FUNDAMENTAÇÃO + ANÁLISE: “Conforme afirmou Aristóteles, é preciso tratar


igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida exata de suas
desigualdades. Contudo, a instrução de aristotélica não é vista na prática, uma vez que o
mercado de trabalho oferece poucas oportunidades, ainda que o deficiente auditivo tenha
concluído o ensino superior. Paralelamente a isso, o comportamento contemporâneo, o
qual prioriza o individualismo e a competição, intensifica a exclusão visto que a
deficiência em questão é alvo de uma visão equivocada de incapacidade funcional. Desse
modo, as implicações de uma educação que não se adapta às diferenças são visíveis.”

Da mesma forma que no argumento 1, o aluno (a) utiliza primeiro o repertório e,


após a apresentação dele, faz a análise. O repertório utilizado é uma fala de Aristóteles, a
qual defende a necessidade de igualdade. Em seguida, já na análise, o aluno (a) fala sobre
o mercado de trabalho que tende a excluir indivíduos com deficiência, justamente porque
há uma competição desmedida e a associação da deficiência com incapacidade. Defende,
também, que esse pensamento errôneo só existe por conta da educação ruim.
Assim, fica evidente, no segundo parágrafo, assim como no primeiro, que o aluno
segue as “partes” necessárias – tópico frasal, análise e repertório – não
necessariamente nessa ordem – e, com isso, consegue elaborar argumentos
consistentes e fundamentados.
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Agora vamos à última parte, a conclusão do ENEM!

3) CONCLUSÃO NO ENEM

A conclusão de um texto é, geralmente, o momento de sintetizar as ideias. No ENEM,


o recomendado para a conclusão, além de fazer uma breve retomada da tese (exposta lá
na introdução), é apresentar uma proposta de ação social. Na cartilha do participante que
o INEP sempre libera próximo ao exame, é possível perceber, claramente, o que é esperado
neste último momento do texto. Além disso, através da análise de redações bem
avaliadas, é facilmente possível depreender quais são os caminhos para atingir a nota
máxima na conclusão do Exame Nacional do Ensino Médio.
Como durante todo o texto o aluno “problematizou”, ou seja, apresentou problemas
relacionados à temática proposta, na conclusão é hora de solucionar esses problemas.
Uma proposta apenas já é o suficiente, desde que ela consiga ser ampla para
solucionar o assunto dos problemas trabalhados. Há alguns alunos que se sentem
mais seguros elaborando duas propostas, e está tudo bem!
Apenas fiquem atentos para não ocupar muito espaço e acabar prejudicando o
desenvolvimento da argumentação.
A proposta de intervenção do ENEM, para chegar aos 200 pontos, deve ser composta
por 5 itens:

1º: AGENTE (instituição/órgão responsável por propor medidas para sanar o(s)
problema(s))
2º: AÇÃO (O que deve ser feito para solucionar as problemáticas)
3º: MODO (como essa ação será colocada em prática)
4º FINALIDADE (com qual objetivo a ação será realizada)
5º: DETALHAMENTO (as informações devem ser apresentadas com detalhes)

A “fórmula para a composição da conclusão é:

Conectivo conclusivo + retomada da tese. Para melhorar essa situação é


necessário que .... (agente) + (ação). Isso deve ser feito por meio de

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(como). Tal (is) medida(s) deve(m) ocorrer a fim de que (para que).
Somente assim o brasil solucionará os.... (tema)

Seguindo essa ordem e apresentando um conteúdo diretamente relacionado ao que


foi desenvolvido, há uma imensa chance de você conquistar a nota máxima nessa
competência!
Vejam o exemplo retirado da redação nota 1000 analisada acima. Vejam cada uma
das partes e depreendam o porquê da nota máxima!

“Diante do exposto, faz-se necessária uma complementação nas instituições sociais


secundárias a fim de promover uma formação educacional coerente com as leis e as
resoluções. Para tanto, o Ministério da Educação deve impor diretrizes de um projeto
pedagógico inclusivo, como a obrigatoriedade de aulas de Libras na graduação de
professores, bem como cursos para os formados. Ademais, o Estado, através do corpo
legislativo, deve propor incentivos fiscais às grandes empresas que instituírem um
percentual proporcional na contratação de pessoas com alguma restrição física, incluindo
a auditiva. Assim, os direitos básicos inerentes à vida e à liberdade, consagrados na Carta
Magna, poderão ser cumpridos.”

“Diante do exposto” – CONECTIVO CONCLUSIVO

RETOMADA DA TESE + FINALIDADE (PARA QUE): “faz-se necessária uma


complementação nas instituições sociais secundárias a fim de promover uma formação
educacional coerente com as leis e as resoluções.”.
AGENTE (QUEM?): “Para tanto, o Ministério da Educação”
AÇÃO + DETALHAMENTO: deve impor diretrizes de um projeto pedagógico inclusivo,
como a obrigatoriedade de aulas de Libras na graduação de professores, bem como cursos
para os formados.

Somente até aqui a proposta já estaria completa, pois apresentou os cinco itens
necessários. Todavia, o aluno optou por continuar. Percebam que há os cinco elementos

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– não necessariamente na ordem – mas estão presentes. A ideia de estar na ordem é
para facilitar, mas não é uma obrigatoriedade.

CONTINUAÇÃO DA PROPOSTA

CONECTIVO ADITIVO: “Ademais”

AGENTE (quem): “o Estado, através do corpo legislativo”


AÇÃO + DETALHAMENTO: “deve propor incentivos fiscais às grandes empresas que
instituírem um percentual proporcional na contratação de pessoas com alguma restrição
física, incluindo a auditiva”.
FINALIDADE + FINALIZAÇÃO DA PROPOSTA: “Assim, os direitos básicos inerentes à vida
e à liberdade, consagrados na Carta Magna, poderão ser cumpridos.”

Vejam que essa segunda proposta não está completa, nesse sentido, a nota máxima
foi garantida pela primeira proposta apresentada.

Com a conclusão encerro a parte teórica da apostila!

A partir de agora você encontra aqui 15 temas para treinar redação, afinal, de nada
adiantar saber, ler e aprender a teoria, se não houver prática.

Bons estudos!

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15 temas
para você
treinar
Redação

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1º a) Desafios relacionados à preservação ambiental no Brasil (ENEM) ou
(b) Interesse econômico e desmatamento: é válido sacrificar a vida em prol do lucro?
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)

Texto I
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais detectou aumento de 88% no desmatamento da
Amazônia comparando junho de 2019 com junho de 2018.
O retrato vem de imagens de satélites, que detectam desmatamento em tempo real. Segundo o
Inpe, o desmatamento na Amazônia atingiu 920 quilômetros quadrados de floresta em junho.
Quase todo esse desmatamento foi registrado em quatro estados. Só em Juara, Mato Grosso,
o MapBiomas, que reúne ONGs, universidades e empresas de tecnologia, calcula que foram
cortadas mais de 300 mil árvores no mês.Foi o pior resultado para junho desde 2016 de acordo
com o sistema de monitoramento de alertas do Inpe, que monitora a Amazônia há mais de 30
anos. Os pesquisadores explicam que grande parte do desmatamento pode estar associada à
expansão de atividades na região.
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/07/04/inpe-registra-em-junho-aumento-de-88percent-de-desmatamento-na-
amazonia.ghtml
Texto II
Ponto obrigatório para fotos turísticas, o icônico letreiro vermelho e branco “IAMSTERDAM”
na famosa Praça dos Museus de Amsterdã foi transformado nesta semana em “IAMAZONIA”
(trocadilho em inglês para a expressão “Eu sou Amazônia“).
Com 22 metros de comprimento por três metros de altura, a réplica é parte de um
campanha do grupo ambiental Greenpeace Holanda que alerta para o desaparecimento da floresta
amazônica.
O Greenpeace lançou recentemente a petição Salve a Amazônia (do inglês “Save the
Amazon”) como parte do projeto All eyes on the Amazon. Nesse programa, a ONG trabalha em
conjunto com uma coalizão de organizações de direitos humanos e indígenas para proteger a
floresta amazônica da extração ilegal de madeira, mineração, extração de petróleo e expansão da
agricultura industrial e pecuária.
https://exame.abril.com.br/marketing/famoso-letreiro-de-amsterda-adere-a-campanha-de-defesa-da-amazonia/

Texto III
A história recente da Amazônia tem sido marcada pelo desmatamento. Até recentemente, a
questão era considerada fora de controle com taxas alarmantes. Em 2004, em resposta à pressão
da opinião pública, o Governo do Brasil lançou um plano ambicioso para combater o problema.
Entre as medidas executadas destacam-se a criação de quase meio milhão de quilômetros
quadrados de Unidades de Conservação, a melhoria significativa da fiscalização e a suspensão do
crédito rural para produtores rurais desmatadores. Além disso, houve um avanço significativo no
monitoramento do desmatamento com imagens de satélite, incluindo o lançamento do Sistema de
Alerta de Desmatamento do Imazon (SAD), o qual permite gerar relatórios mensais de
desmatamento para toda a Amazônia. Como resultado dessas medidas, o desmatamento teve uma
redução de cerca de 80% entre 2004 e 2012: foi de 27 mil km2 para 4,6 mil (a menor marca da
história para a região). Porém, em 2013, houve um aumento para cerca de 5,8 mil quilômetros
quadrados, demonstrando que, apesar dos avanços, a questão não está resolvida.
https://imazon.org.br/slide/desmatamento/

Texto IV https://jornalggn.com.br/meio-ambiente/o-desmatamento-e-a-
poluicao-retratados-em-cinco-charges/

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ESCREVA SUA REDAÇÃO NO ESPAÇO RESERVADO
OBS: O TÍTULO, NO ENEM, É OPCIONAL E NÃO É DADA LINHA ADICIONAL.

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2º: (a) Violência e preconceito contra as novas configurações de família no Brasil
(ENEM) ou
(b) Novos conceitos de família e a importância do respeito (CONCURSOS/OUTROS
VESTIBULARES)
Texto I
O que é família? A primeira resposta à pergunta relativamente simples é a imagem clássica de pai,
mãe e filhos. Mas esse próprio “conceito” já sofreu transformações importantes ao longo da história.
Especialistas identificam três tipos de família na cultura ocidental: a tradicional, nas quais o casamento
arranjado embutia a ideia de negócio; a moderna, que, a partir do fim do século 18, pauta a escolha do
parceiro através do amor e desejo; e as contemporâneas, que se modelaram por uma série de
transformações a partir dos anos 1960, tais como o divórcio, o feminismo, os direitos homossexuais, os
métodos contraceptivos e a fertilização in vitro.
Elementos que mostram, segundo o livro A Família em Desordem, de Elizabeth Roudinesco, que a
imagem da “família Doriana” – aquela que povoava os comerciais de uma marca de margarina nos anos 1990
– é um tipo idealizado que dificilmente faz jus à realidade de hoje. No Brasil, por exemplo, o tripé pai, mãe
e filhos vem dando espaço para novos formatos, nos quais mães e pais solteiros, casais homoafetivos, avós
e tios cuidadores são os novos protagonistas.
https://www.cartacapital.com.br/educacao/novas-familias-velhos-problemas-2/
TEXTO II
O século XXI trouxe em seu bojo significativas mudanças na instituição familiar, visto que desde os
tempos greco-romanos à concepção que se tinha era de que o “pater famílias” conhecido como poder
familiar era uma prática exclusiva do homem e a mulher por sua vez era criada para desempenhar as
obrigações de casa. Já o relacionamento entre pais e filhos foi marcado pelo poder do chefe que se valia de
violência no tratamento com estes. Com o transcorrer da história essa instituição familiar passou a receber
proteção especial do Estado fazendo surgir à igualdade de condições entre os cônjuges para exercer o poder
familiar de forma equilibrada.
https://openrit.grupotiradentes.com/xmlui/bitstream/handle/set/1649/TCC%20CLARA%20MODIFICADO.pdf?sequence=1

TEXTO III
Qual é o papel da escola nessa discussão? A escola pode ajudar muito os alunos e pais a lidar com a
diversidade das relações familiares e, principalmente, dar apoio para famílias com uma conformação
diferente. Para isso, é fundamental que professores e funcionários estejam convencidos de que todas as
relações amorosas são válidas e que qualquer criança quando é amada e cuidada pode ser feliz e saudável,
independentemente do tipo de arranjo familiar que ela tenha.
Reações de rejeição e preconceito em virtude de um arranjo familiar pouco convencional pode causar
isolamento social, revolta, agressividade e desatenção no aluno. Esses comportamentos dificultam a
concentração e a aprendizagem e podem ser considerados um aviso para o professor intervir junto à turma,
ou mesmo orientar os pais a buscar apoio especializado.
Para lidar com esse tema com os pais e alunos é preciso que professores e funcionários saibam como tratar
a questão. É possível lançar um desafio pedagógico em que os diferentes tipos de família conhecidos
pelos professores e funcionários sejam listados e solicitar que eles expliquem, em termos de configuração e
modo de agir, o que há de diferente no comportamento dessa família. Essa é uma boa forma de
desmistificar os tabus e mostrar que, se bem estruturado, qualquer um dos arranjos familiares
apresentados pode contribuir para o desenvolvimento da criança ou jovem.
https://www.geledes.org.br/como-abordar-os-novos-modelos-familiares-na-escola-e-combater-opreconceito/

Texto IV https://www.hypeness.com.br/2015/03/novas-configuracoes-de-familias-

provam-que-o-afeto-vai-muito-alem-do-tradicional-mae-pai-filhos/

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OBS: O TÍTULO, NO ENEM, É OPCIONAL E NÃO É DADA LINHA ADICIONAL.

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3º: (a) Desafios para combater os maus-tratos aos animais na sociedade brasileira
(ENEM) ou
(b) Maus-tratos aos animais no Brasil: entre a falta de humanidade e a ignorância
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Ficar sem ação ao tomar conhecimento de um caso de maus-tratos contra animais é ser conivente
com o crime. Nessas situações, não há outra saída a não ser denunciar. Pode ser um cachorro que vive
acorrentado na casa vizinha, um pet shop que mantém animais em gaiolas minúsculas ou até um cavalo que
é explorado até o seu limite na rua. Todas essas situações ou qualquer outra que configure maus-tratos
devem ser levadas a conhecimento da polícia e de entidades ambientais.
A Lei Federal prevê prisão de três meses a um ano para quem pratica maus-tratos, além de multa. Em
caso de morte do animal, a punição pode ser aumentada de um sexto a um terço.
E a lei vale para todos, segundo a advogada Mônica Grimaldi, especializada em legislação de animais
e área pet. “Seja criador, protetor, médico-veterinário ou detentor de animal, qualquer dessas circunstâncias
é considerada crime de maus-tratos, sim”.
https://catracalivre.com.br/parceiros-catraca/carrefour/como-denunciar-maus-tratos-contra-animais/
Texto II
A psicanalista Vera Laconelli, doutora em psicologia pela USP e diretora do instituto Gerar alerta:
"Qualquer forma de crueldade contra seres vivos é injustificável e deve ser condenada em todas as
instâncias. Mas parece existir certa desproporção com relação à defesa de alguns seres vivos em detrimento
de outros, o que mostra que estamos com dificuldade de fazer uma reflexão sobre nossos valores". Ela
explica que o valor de uma vida humana, de um animal e até de uma planta vai mudando ao longo da
história — e estamos em uma época de amplo debate sobre a crueldade dispensada aos animais, incluindo
os criados para abate e os utilizados em testes de laboratório. A isso se junta, segundo o diagnóstico de
Laconelli, o fato de os seres humanos estarem num alto grau de intolerância entre si, mesmo diante de das
dificuldades e histórias de vida. Por outro lado, toda a piedade, comoção, identificação e empatia vêm
sendo transferidas para os animais.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/05/politica/1544035820_647759.html
Texto III
Um canguru morreu apedrejado em um zoológico no sudeste da China e outro ficou ferido depois
que, em ocasiões separadas, vários visitantes atiraram pedras e tijolos nos animais na expectativa de vê-los
pular. A situação escapou ao controle, e um dos animais sofreu uma hemorragia renal fatal. Depois dos
incidentes, os donos do zoológico querem instalar câmeras de segurança para evitar agressões aos bichos.
É habitual que os visitantes dos zoológicos tentem provocar os marsupiais para que saltem, segundo
informa a agência AFP. As vítimas, que habitavam o zoológico de Fuzhou, na província de Fuijian, foram
uma canguru fêmea de 12 anos e um canguru macho de 5. Apenas uma cerca de madeira de um metro de
altura separa os visitantes dos marsupiais.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/20/internacional/1524215499_545678.html
Texto IV

https://www.wilsonvieira.net.br/2016/02/charge-do-dia-esta-de-ferias.html

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OBS: O TÍTULO, NO ENEM, É OPCIONAL E NÃO É DADA LINHA ADICIONAL.

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4º (a) Obesidade e saúde do brasileiro em questão no século XXI (ENEM) ou
(b) A relação entre capitalismo e obesidade (CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
A obesidade já é uma realidade para 18,9
% dos brasileiros. Já o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). Os dados são da Pesquisa
de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e
foram divulgados hoje (18/6/18) pelo Ministério da Saúde.
Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi quase o dobro
da média nas demais faixas etárias (60%). O crescimento foi menor nas faixas de 45 a 54 anos (45%), 55
a 64 anos (26%) e acima de 65 anos (26%). A obesidade já é uma realidade para 18,9% dos brasileiros. Já
o sobrepeso atinge mais da metade da população (54%). Os dados são da Pesquisa de Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e foram divulgados
pelo Ministério da Saúde.
Entre os jovens, a obesidade aumentou 110% entre 2007 e 2017. Esse índice foi quase o dobro
da média nas demais faixas etárias (60%). O crescimento foi menor nas faixas de 45 a 54 anos (45%), 55
a 64 anos (26%) e acima de 65 anos (26%).
http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2018-06/obesidade-atinge-quase-um-em-cadacinco-brasileiros-mostra-
pesquisa
Texto II
Dia Nacional de Prevenção da Obesidade – 11 de outubro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, em 2025, cerca de 700 milhões de adultos
no mundo sejam obesos e 2,3 milhões estejam com sobrepeso. No Brasil, a obesidade é um dos
problemas que mais afeta a população. Os dados Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde apontam que o excesso de peso
cresceu 26,3% em dez anos, de 2006 a 2016, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% no ano passado.
O levantamento também mostrou que metade da população brasileira está acima do peso e que
o número de obesos aumentou 60%. Os dados comprovam o motivo da obesidade estar no mapa de
problemas de saúde pública no mundo. Desde 2008, o dia 11 de outubro foi escolhido como o Dia
Nacional de Prevenção da Obesidade.
Segundo a Dra. Tarissa Beatrice Petry, endocrinologista do Centro Especializado em Obesidade e
Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os hábitos alimentares dos brasileiros têm impactado
diretamente no crescimento da obesidade, interferindo também na prevalência de outras
comorbidades como diabetes e hipertensão. “O consumo de bebidas adoçadas e refrigerantes, assim
como outras guloseimas ricas em açucares e gorduras, aumentou muito entre os brasileiros nos
últimos anos. Isso pode ter contribuído para o crescimento da população obesa”, explica.
Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado é o do Índice de Massa Corporal
(IMC). Consideram-se obesas as pessoas com IMC superior a 30. Já as que têm IMC entre 25 e 29,9 são
portadoras de sobrepeso. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.
A médica enfatiza ainda a importância de a educação alimentar ser estimulada na infância.
https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/obesidade-e-um-dos-maiores-problemas-de-saude-publica-do-mundo
Texto III
A questão da obesidade está atingindo a dimensão de calamidade pública pelas suas causas e
consequências econômicas e sociais, mas está sendo incorporada à cultura do país a ponto de hoje em
dia haver uma aceitação geral dessa legião de obesos na paisagem cotidiana, como se fosse uma coisa
absolutamente normal. A obesidade é uma consequência natural do estilo de vida capitalista e os 70
milhões de portadores da enfermidade consomem 10% do orçamento total do governo com os gastos
na saúde, o que vale dizer que somente no ano passado a conta da obesidade ficou em 147 bilhões de
dólares.
Dois em cada três (64%) cidadãos estadunidenses estão acima do peso normal e o número de
mortos por ano por consequências da obesidade chega a 400 mil.
Ainda segundo a reportagem da revista Time, cresce a oferta de alimentos e bebidas açucaradas
nas máquinas com moeda e as porções aumentam exponencialmente de tamanho. A propaganda da
comida
https://anovademocracia.com.br/no-60/2545-o-capitalismo-tambem-mata-pela-boca

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5º (a) Desafios relacionados à imposição de padrões de beleza no Brasil (ENEM) ou
(b) Padrões de beleza na contemporaneidade: imposições e consequências doentias
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Talvez você não tenha percebido, mas a imposição de um padrão de beleza inicia-se desde o berço
quando colocam no neném uma roupinha que para além de protegê-lo e aquecê-lo o deixa “mais bonito” aos
olhos das pessoas. Tal imposição se amplifica com o passar dos anos e acaba sendo ainda mais forte sob as
meninas. Por ser um aspecto de feminilidade, maquiagens, vestidinhos e lacinhos, sem contar aquelas
velhas regras: “senta direito, meninas não sentam de pernas abertas”, “tenha modos”, “se continuar
comendo desse jeito vai virar uma baleia e não vai arranjar um namorado”, como se desde o início elas
passassem a ser doutrinadas para serem exatamente aquilo que a sociedade espera delas e, assim, serem
aceitas e reconhecidas.
É nesse momento que se instaura uma busca incessante por um modelo que é imposto socialmente:
cabelo liso (ou tratado quimicamente), dentes impecáveis, nariz fino, bochechas pequenas, corpo bem
definido ou super magro, roupas de marcas famosas, etc. E a mídia tem um papel fundamental nisso,
dizendo o que é bonito o tempo todo, nas novelas, capas de revistas, propagandas publicitárias, concursos
de beleza. Padrões atrás de padrões. E essa corrida para uma “aparência perfeita” leva as pessoas e,
principalmente, as mulheres, para um exacerbado culto ao corpo tornando-as reconhecidas por sua
apresentação corporal, destituindo-as de sua identidade e desvalorizando suas subjetividades, e nessa
busca as pessoas deixam de simplesmente querer ser aceitas na sociedade, elas querem é ser conhecidas,
endeusadas, valorizadas por sua beleza.
http://www.engajamundo.org/2017/11/28/imposicao-de-padroes-de-beleza-o-culto-ao-corpo-perfeito/
Texto II
Implante de silicone nos seios, lipoaspiração, abdominoplastia, mastopexia (cirurgia para levantar os
peitos) e mamoplastia redutora encabeçam, nessa ordem, a lista de intervenções estéticas que mais fazem
sucesso nos consultórios. Já no ranking das cirurgias reconstrutoras aparecem, nas três primeiras
colocações, a para corrigir traços do câncer de pele, a pós-bariátrica (para retirar o excesso de pele) e a
reconstrução mamária.
Em comunicado à imprensa, Luciano Chaves, presidente da SBCP, ressaltou a importância de procurar
profissionais capacitados, seja qual for a finalidade. “Há cerca de 12 mil pessoas sem qualificação
realizando cirurgias plásticas no Brasil, o que coloca seus pacientes em risco de deformidades, erros
irreversíveis e até morte”, alerta.
https://saude.abril.com.br/medicina/cresce-o-numero-de-cirurgias-plasticas-no-brasil/
Texto IIII
Um padrão de beleza ligado à magreza e a preocupação exagerada com o corpo. Juntos, estes fatores
podem representar risco para o surgimento de dois transtornos alimentares, especialmente entre
adolescentes e jovens: anorexia e bulimia.
O alerta é da nutricionista Cátia Medeiros, que explica porque são mais comuns na faixa etária dos
15 aos 24 anos. "Trata-se de um período onde, naturalmente, as pessoas tendem a ser insatisfeitas com o
próprio corpo. Os adolescentes também estão mais a sujeitos influência da mídia, que cultua os padrões de
beleza, como a magreza acentuada, para as meninas, e um corpo forte e musculoso, para os meninos",
justifica.
Multifatoriais, os dois transtornos são causados por fatores hereditários, sócio-culturais,
psicológicos e até familiares, que se somam e desencadeiam um distúrbio psiquiátrico. "O que observamos é
que, como o padrão de beleza atual impõe que apenas os magros são mais atraentes, bonitos, bem
sucedidos e felizes, muitos pacientes buscam essa falsa perfeição a qualquer custo", ressalta Medeiros.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/online/padroes-de-beleza-podem-influenciar-
disturbios alimentares-entre-adolescentes-1.1400106
Texto IV
Na internet, chovem blogs e comunidades no orkut que falam de “Ana” e “Mia” (os apelidos
carinhosos que as jovens dão para a Anorexia e a Bulimia). Não se definem como doentes, mas como
praticantes de um “estilo de vida”. Vale lembrar que uma das características da Anorexia e da Bulimia é a
não aceitação do problema.
A internet, nesse caso é a principal “válvula de escape” dessas meninas, pois encontram com quem
dividir suas dúvidas e até trocar dicas de como esconder dos pais seus problemas.
http://www.redepsi.com.br/2006/11/19/transtornos-alimentares-e-padr-o-de-beleza/

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6º: (a) A desvalorização do idoso na sociedade brasileira (ENEM)
(b) A questão do idoso na sociedade contemporânea: entre o desrespeito e o
abandono (CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Nos dias de hoje, aquele que não produz não serve absolutamente para nada. A sociedade é
obrigada a produzir absurdamente para ser ou ter alguma coisa. Com o passar dos anos, a “temida
velhice” chega, e com ela, os problemas de saúde e alimentação, despesas com medicamentos e
doenças. Sem sombra de dúvida, chegar à terceira idade não é nada fácil.
Segundo o estatuto do idoso, no Art. 3o é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e
do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Mas, não é o que acontece. O
desrespeito com a figura do idoso é constante. Deixam de ser amparados pelos filhos na velhice, sendo
destinados a asilos ou até hospitais, em alguns casos são extorquidos pelos próprios familiares.
https://oestadorj.com.br/a-desvalorizacao-dos-idosos-na-sociedade/
Texto II
A humanidade sempre esteve às voltas com a questão do envelhecimento humano. Através dos
tempos e em diferentes culturas, o processo em si é objeto de estudos e reflexões.
Nas sociedades primitivas, os velhos eram objetos de veneração. Os jovens a eles recorriam em
busca de seus conselhos, eram respeitados e lhes confiavam negócios. Na antiga China, o filósofo
Confúcio pregava que todos os elementos de uma família deveriam obedecer aos mais velhos.
Em geral, as sociedades da antiguidade, consideravam o estado de velhice dignificante e
adotavam como sábio aquele que atingia essa etapa. Passou s ser importante o papel de ancião, época
terminal da vida, que aos que nela ingressavam era reservado um papel de intensa atuação nos
destinos políticos dos grupos sociais e na tomada de decisões importantes.
No século XVIII, o idoso era tido como patrimônio e não encargo. Com a evolução e progressão
em andamento e, fruto da revolução industrial, ocorre uma inversão de valores, em vez da sabedoria,
passa-se a julgar o homem pela sua capacidade de produção - muito mais próxima do jovem – e, ao
idoso começa a restar um lugar de exclusão e marginalização.
https://www.tribunapr.com.br/arquivo/vida-saude/a-evolucao-historica-da-imagem-do-idoso-
envelhecimento-social/
Texto III

http://chargedodiemer.blogspot.com/2013/01/chargeviolencia-contra-idosos.html
Texto IV
De acordo com o levantamento, o país tinha 28 milhões de idosos no ano passado, ou 13,5% do
total da população. Em dez anos, chegará a 38,5 milhões (17,4% do total de habitantes).
Em 2042, a projeção do IBGE é de que a população brasileira atinja 232,5 milhões de habitantes,
sendo 57 milhões de idosos (24,5%).
https://noticias.r7.com/brasil/numero-de-idosos-no-brasil-deve-dobrar-ate-2042-diz-ibge-25072018

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7º: (a) Desafios para a melhoria do sistema carcerário brasileiro (ENEM) ou
(b) Sistema penitencio brasileiro e a violência social (CONCURSOS/OUTROS
VESTIBULARES)
Texto I
Na Idade Média, a igreja católica utilizava as prisões para o cumprimento da pena eclesiástica, os
religiosos eram isolados para refletirem sobre os pensamentos pecaminosos. Atualmente, esses lugares têm
a finalidade de recuperar um indivíduo para viver em sociedade, no entanto, a justiça brasileira enfrenta
dificuldades para executar esse papel, diante do número elevado de presos e da influência do crime
organizado. Logo, o atraso nos julgamentos dos detentos e a falta de segurança nos presídios agravam o
problema da segurança pública.
O Estado falha em garantir a integridade dos presos em muitas unidades prisionais para se proteger,
os detentos se organizam em facções criminosas. Porém, esses grupos evoluem criando redes de
advogados, formas de financiamento, obtenção de armas e assim elevam o crime para um nível mais nocivo,
que afeta toda a sociedade. A sociedade brasileira contemporânea enfrenta como um de seus maiores
desafios sociais e econômicos, a precariedade do sistema carcerário brasileiro, situação que apresenta
causas, sobretudo ligadas à falta de estrutura, bem como à ineficiência da ressocialização.
https://jus.com.br/artigos/65792/sistema-carcerario-brasileiro-problemas-e-solucoes

Texto II
O Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP – apresentou, no último dia 18 de junho, o Projeto
Sistema Prisional em Números, com o objetivo de conferir maior visibilidade e transparência aos dados do
sistema prisional brasileiro, a partir das visitas ordinárias realizadas pelos membros do Ministério Público
de todo o País.[1]
Os dados mostram que a taxa de ocupação dos presídios brasileiros é de 175%, considerado o total
de 1.456 estabelecimentos penais no País. Na região Norte, por exemplo, os presídios recebem quase três
vezes mais do que podem suportar. Um número que chama atenção é o de estabelecimentos em que houve
mortes, tendo como período de referência março de 2017 a fevereiro de 2018. Do total de 1.456 unidades,
morreram presidiários em 474 delas. O sistema mostra, ainda, que em 81 estabelecimentos houve registro
interno de maus-tratos a presos praticados por servidores e em 436 presídios foi registrada lesão corporal a
preso praticada por funcionários.
O levantamento também traz informações sobre os serviços prestados aos presos. Na região
Nordeste, por exemplo, mais da metade (58,75%) dos estabelecimentos não dispõe de assistência médica.
Por sua vez, em relação à assistência educacional, 44,64% das unidades brasileiras não a oferecem aos
internos.
http://www.justificando.com/2018/07/02/realidade-carceraria-do-brasil-em-numeros/
Texto III
As recentes notícias sobre o fechamento de quatro prisões suecas reabriram discussões sobre a
forma como lidamos com nossos detentos. Isto porque a falta de presos no país nórdico é atribuída
principalmente à forma de organização de seu sistema penitenciário, que conta com investimentos na
reabilitação dos prisioneiros; adoção de penas mais leves em delitos relacionados a drogas; e revisões
judiciais que optam por penas alternativas em alguns casos, como liberdade vigiada. Em situação
semelhante, a Holanda já havia anunciado em 2012 a necessidade de fechar oito prisões e demitir mais de
mil funcionários – pelo mesmo motivo: suas celas estavam praticamente vazias. O que tem a nos dizer estes
países?
Em sentindo inverso, nos Estados Unidos, país com maior população carcerária do mundo, o número
de detentos chega a praticamente 2,3 milhões. E a taxa de reincidência é de 60% – ou seja, a cada dez
pessoas que saem da prisão, seis voltarão para o crime. O Brasil, que ocupa o quarto lugar no ranking de
população carcerária, possui cerca de 500 mil presos, num índice de 274 detentos por 100 mil habitantes.
Além disso, o número de detentos é 66% maior do que a capacidade que o sistema brasileiro possui de
abrigá-los nas prisões. Em junho do ano passado, a ONU declarou em relatório oficial a necessidade do país
“melhorar as condições de suas prisões e enfrentar o problema da superlotação”. Casos de violação dos
direitos humanos, torturas físicas e psicológicas são recorrentes em presídios brasileiros: no Rio de Janeiro,
um preso é morto a cada dois dias, principalmente de tuberculose e AIDS.
A abismal diferença entre prisões suecas e brasileiras (ou norte americanas) está nas teorias que
fundamentam seus sistemas penitenciários. O país da pena de morte é o mesmo que viu sua população
carcerária praticamente dobrar desde o início dos anos 90. Já o país que optou por uma política de
reinserção social, em que uma agência governamental é encarregada de supervisionar os detentos e oferecer
programas de tratamento para aqueles com problemas com drogas, vê agora suas prisões serem fechadas
por falta de prisioneiros.https://outraspalavras.net/blog/prisoes-suecas-aqui-se-reabilitam-seres-humanos/
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8º: (a) Desafios relacionados ao uso de agrotóxicos no Brasil (ENEM) ou
(b) Utilização de agrotóxicos: entre a saúde da população e o aumento da
produção de alimentos (CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo em números absolutos. Mas perde para
Japão, União Europeia e Estados Unidos quando são levadas em conta duas variáveis: a quantidade de
alimento produzida e a área plantada. Nesses casos, a aplicação de veneno pelo país é
proporcionalmente menor.
A agricultura brasileira usou 539,9 mil toneladas de pesticidas em 2017, segundo os dados mais
recentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Isso representou um gasto de US$ 8,8
bilhões (cerca de R$ 35 bilhões no câmbio atual), de acordo com a associação que representa os
fabricantes, a Andef.
No ranking de uso por hectare de lavoura, o Brasil foi o sétimo naquele ano, com gasto
equivalente a US$ 111. O Japão, líder do ranking, aplicou US$ 455.Já por tonelada de alimento
produzido, o país foi o 13º, com US$ 8. O Japão, novamente na liderança, gastou US$ 95.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/05/27/brasil-usa-500-mil-toneladas-de-agrotoxicos-por-
ano-mas-quantidade-pode-ser-reduzida-dizem-especialistas.ghtml
Texto II
A velocidade nos registros de agrotóxicos no governo Bolsonaro tem gerado reações divergentes
entre ruralistas e ambientalistas. Entre aplausos e protestos, o Ministério da Agricultura validou 169
defensivos agrícolas de 1º de janeiro a 14 de maio deste ano, o recorde da série histórica iniciada em
2005. Foram liberados 445% mais registros do que em igual período do primeiro mandato de Dilma
Rousseff (PT), em 2011.
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) diz que o alto índice se dá pela agilidade nas avaliações, maior do
que nos governos anteriores, mas com mesmo rigor. A própria ministra Tereza Cristina declarou não
haver "insegurança na liberação desses produtos, que estavam em uma fila enorme e que eram
represados por problemas ideológicos". No site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
onde é possível consultar a lista de petições, há agrotóxicos aguardando análise há 10 anos.
O salto das liberações (veja no quadro abaixo) começou em 2016 e seguiu em elevação nos anos
seguintes, "muito por conta de pressões impostas pelo Congresso", avalia o engenheiro florestal e
especialista em agricultura e alimentação do Greenpeace, Iran Magno.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/campo-e-lavoura/noticia/2019/06/liberacao-de-agrotoxicos-no-brasil-e-a-maior-em-14anos-
cjwjs4f1203at01oi1ew0o9en.html

Texto III
Em nota enviada para a Abrale, o Ibama declara que “apesar de importantes para o controle de
pragas e doenças de plantas cultivadas, os agrotóxicos podem ser perigosos para o meio ambiente e
para a saúde humana”.
O número de empresas que trabalham com o desenvolvimento desse tipo de produto está crescendo.
Por um outro lado, ainda não há alternativas, como herbicidas biológicos, que causem menos danos
tanto para nós quanto para o meio ambiente.
Juliana Nabarrete, nutricionista do hospital Albert Einstein e membro do Comitê de Nutrição da
Abrale, explica que os agrotóxicos podem ter dois tipos de mecanismo: os sistêmicos, que atuam no
interior das folhas e polpas, entrando nelas, e os de contato, que agem, principalmente, nas partes
externas do vegetal.
“Os procedimentos de higienização, como deixar o alimento em água com hipoclorito de sódio, lavá-
los em água corrente e retirar cascas e folhas externas contribuem para redução dos resíduos de
agrotóxicos presentes no exterior, porém, são incapazes de eliminar aqueles que estão no interior do
alimento”, informa a nutricionista.
Os efeitos dos agrotóxicos também irão depender do tipo de produto utilizado. É o que diz o Dr.
Felipe Ades, oncologista no Hospital Oswaldo Cruz.“Cada substância agrotóxica pode ter um efeito
diferente no corpo humano e pouco se sabe sobre o seu real efeito, porque não se fazem estudos
aplicando substâncias tóxicas em pessoas. A maioria dos dados sobre o efeito nas células vêm de
experimentos em laboratório com animais e por meio de observação do que acontece com as pessoas,
sempre avaliando seus hábitos”, conta o oncologista.

https://www.abrale.org.br/revista-online/agrotoxicos-os-viloes-da-saude

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9º: (a) Desafios e problemáticas envolvendo a saúde mental e emocional do brasileiro
(ENEM) ou
(b) Depressão e ansiedade: Novos maus do século? (CONCURSOS/OUTROS
VESTIBULARES)
Texto I
É comum que, ainda hoje, a depressão não seja vista como uma doença, o que pode ter conseqüências
graves. Os preconceitos e estigmas que costumam ser relacionados a transtornos psicológicos podem
resultar, entre outros problemas, em tratamentos mal realizados (quando realizados) e recaídas. Um
dos motivos dessa má interpretação é que, muitas vezes, o problema é confundido com tristeza ou
preocupações passageiras.
Ainda não se sabe quais são as origens da depressão, uma doença complexa que tem consequências
físicas e emocionais. “Conhecida também como Transtorno Depressivo Maior (TDM), é caracterizada
por sinais que interferem na habilidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e apreciar atividades
antes agradáveis”, explica Acioly Lacerda, professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O
problema é mais comum entre pessoas de 20 e 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.
“Existem dois sintomas centrais: tristeza persistente e perda de interesse por atividades das quais
costumava gostar. Para a depressão, ao menos um deles deve estar presente e tem que durar no
mínimo duas semanas. Mas há outros que são secundários, como alteração de peso ou da libido para
mais ou para menos, dificuldade de concentração, perda de memória, sentimento de culpa
inapropriado e alteração no sono”, completa o especialista.
https://www.pfizer.com.br/noticias/Depress%C3%A3o-%C3%A9-doen%C3%A7a-e-precisa-de-tratamento adequado
Texto II
Segundo o psiquiatra Augusto Cury, autor do livro Ansiedade – Como Enfrentar o Mal do Século,
80% das 5 000 pessoas pesquisadas por seu instituto sofrem com sintomas da ansiedade. “De acordo
com pesquisas internacionais, mais de 80% dos casos de cefaleia ou dores de cabeça são de origem
tensional [um sintoma da ansiedade] e, o que é mais assustador, de acordo com estudos da
universidade de Michigan, uma em cada duas pessoas desenvolverá ao longo da vida um transtorno
psiquiátrico _não apenas a ansiedade, mas depressão, transtorno obsessivo, fobias, anorexia, bulimia,
psicose”, diz o médico.
Quando a ansiedade deixa de ser um estado de euforia e passa a ser uma doença?
Existe uma ansiedade saudável que nos inspira, motiva, anima, encoraja a ter curiosidade e andar por
ares nunca antes respirados. A ansiedade se torna doentia quando compromete a capacidade de
resposta, o autocontrole, promove a intolerância e gera sintomas psicossomáticos.
https://vejasp.abril.com.br/cidades/ansiedade-sintomas-augusto-cury/
Texto III
Se a Sociedade Disciplinar era uma sociedade do Não do poder, a do Desempenho é a do Sim,
mas igualmente submetida. Se uma produz loucos e delinquentes, a outra produz deprimidos e
fracassados. Quem não encontra a maneira adequada de produzir capital, produzir desejo, produzir
pensamento vive à margem dessa sociedade. O Cansaço aparece como uma maneira de existir. Afinal,
estamos todos um pouco exaustos, não é? Mas continuamos a trabalhar. Somos presas fáceis.
Maximizar a produção é o axioma que se instalou em nossas cabeças. Um inconsciente social. O mais
triste é que o poder não cancela o dever. Cansados somos também disciplinados. Nada ficou para trás,
ao contrário, somos formados por todo esse caldo entornado. O corpo se tornou esta vasilha onde
nunca se chega à última gota.
O imperativo do Desempenho nos leva ao Cansaço. Não se vive bem sob essa pressão. Não é
possível produzir para si sem produzir a si. Não se cria vida sem um pouco de resistência. Cuidar de si
envolve negar, envolve um pouco de Não. Hoje, nós também adoecemos por falta de negação. Para
falar em termos nietzschianos, nós adoecemos por dizer sim ao não. O último homem que anunciava
Zaratustra está em vias de se realizar em massa. Aí está o animal trabalhador com suas
depressõezinhas, ‘porque ninguém é de ferro’. A vida mais próxima do mínimo possível. Numa
Sociedade do Cansaço estamos sempre fadados a falhar. Se não com o trabalho, com a família. Se não
com a família, com os amigos. Se não com os amigos, com os projetos pessoais. O lamento do
depressivo, “não posso mais…”, só é possível numa sociedade que crê que nada é
impossível.https://razaoinadequada.com/2017/06/25/byung-chul-han-sociedade-do-cansaco/

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10º (a) Dificuldades para estabelecer a igualdade no esporte brasileiro (ENEM) ou
(b) Desigualdades relacionadas ao gênero no esporte (CONCURSOS/OUTROS
VESTIBULARES)
Texto I
Em 1967, mulheres não eram autorizadas a participar oficialmente da Maratona de Boston, e por isso
Katherine Switzer se inscreveu na corrida daquele ano como "K.V. Switzer", para ocultar seu gênero.
Ela já havia corrido três quilômetros quando um fiscal tentou expulsá-la da pista, um momento capturado
em fotografias dramáticas. Switzer concluiu a prova mesmo assim, se tornando a primeira mulher a fazê-lo
como participante oficial.
"Aprendemos que as mulheres não ficam a dever em termos de resistência e vigor, e que correr não
requer instalações ou equipamentos sofisticados", escreveu Switzer em um artigo para o The New York
Times em 2007.
A participação oficial de mulheres na maratona de Boston foi autorizada a partir de 1972, e em 1984 os
jogos olímpicos passaram a incluir uma maratona feminina.
https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2019/03/quando-e-como-mulheres-lutaram-por-igualdade-no-
esporte.shtml
Texto II
No dia 6 de agosto de 2018, a Organização das Nações Unidas (ONU) para as Mulheres reuniu
adolescentes, ex-atletas e executivas do Comitê Olímpico Internacional (COI), no Rio de Janeiro, para
discutir o papel do esporte no empoderamento de jovens. A entidade entende que meninas que praticam
esportes estudam por mais tempo e têm menos chance de ter uma gravidez precoce.
Segundo a ONU Mulheres, apesar do poder de incentivar a autoestima, confiança e resistência, na
adolescência, período em que meninas procuram se encaixar na cultura e tradições locais, metade abandona
o esporte nesse período, índice 6 vezes maior que entre os meninos.
Foi o que quase aconteceu com Marcelly Vitória de Mendonça, de 16 anos, que treina handebol, no
projeto Uma Vitória Leva à Outra, desenvolvido pela ONU Mulheres, no Rio.
Moradora de Cidade de Deus, uma comunidade pobre no Rio, por causa de dificuldades financeiras e de
outros interesses, ela quase desistiu. Foram as colegas de time e o técnico de handebol que a encorajaram a
permanecer no projeto, exaltando seu potencial como atleta e buscando apoio para que fosse às aulas.
https://www.vestibular.com.br/dica/esporte-e-ferramenta-na-luta-por-igualdade-de-genero-diz-onu-
mulheres/
Texto III
Ao empatar com o alemão Miroslav Klose no número de gols marcados em Copas do Mundo, Marta
lançou a campanha #GoEqual, que chama a atenção para a imensa desigualdade salarial entre homens e
mulheres no esporte e em diversas áreas. O texto da campanha diz: “Bola igual. Campo igual. Regras iguais.
Se as mulheres jogam futebol da mesma forma que os homens, por que elas não recebem o devido
reconhecimento? O devido apoio? A devida remuneração? Equidade é algo pela qual devemos todas e todos
lutar. Afinal, somos iguais”.
No jogo seguinte, ao ultrapassar Klose e se tornar, sozinha, a maior goleadora em Copas do Mundo,
entre homens e mulheres, Marta dedicou o feito a todas as mulheres. “A gente está quebrando muitas
barreiras. Esse recorde representa bastante, porque não é só a jogadora Marta que quebrou um recorde, mas
as mulheres. Em um esporte que, para muitos, ainda é um esporte masculino, nós temos uma mulher como
a maior artilheira das Copas. Então é para todas elas.”
https://nacoesunidas.org/marta-chama-atencao-para-desigualdade-salarial-entre-homens-e-mulheres-no-esporte/

Texto IV

http://www.anaterc.org.br/noticia/salario-das-mulheres-so-sera-igual-ao-dos-homens-em-170-anos-segundo-ong

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11º: (a) A dificuldade do brasileiro em lidar com frustações (ENEM) ou
(b) A vitimização e a dificuldade em lidar com frustrações no século XXI
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Cada vez mais se percebe a dificuldade que as pessoas estão tendo de lidar com a frustração,
claro que não dá para generalizar, mas vê-se que muitas não conseguem escutar não. Normalmente,
são aquelas que foram criadas como “reizinhos” e que acreditam que vieram ao mundo para serem
servidas, portanto, todo mundo tem que estar a seu dispor. Isto denota não só um funcionamento
narcísico, egocêntrico, mas também pueril.
São pessoas que no fundo sofrem, porque acabam por vezes solitárias visto que nem sempre
encontrarão companhias que satisfaçam seus desejos. Na realidade expressam a maneira como foram
criadas pelos seus genitores. Muitos pais fazem todas as vontades dos filhos, evitam que passem por
alguma dificuldade, esquecendo que a vida não irá super protege-los como fazem.
A frustração é um sentimento de impotência e surge quando certos desejos e expectativas não
são realizadas. Trata-se de uma das emoções humanas mais comuns, porém, quando a pessoa não
consegue administrá-la, torna-se um problema porque passa a ter dificuldade em lidar com as
contrariedades que a vida apresenta e que exige paciência e habilidade para tratar.
https://www.webartigos.com/artigos/dificuldade-em-lidar-com-a-frustracao/150866
Texto II
Frases tipo “Ele fala isso porque a situação dele é melhor que a minha” ou “A liquidação de 70%
era imperdível” trazem uma sensação de tranquilidade imediata porque transferem a culpa por uma
decisão insensata para outra pessoa, entidade ou empresa. A vítima prefere olhar os acontecimentos
como sendo consequências de fatores alheios ao seu controle, permitindo assim que a culpa seja
sempre de variáveis externas. Assim, dormir tranquilo fica mais fácil e a pose tipo “está tudo sob
controle” permanece. Na prática, porém, os problemas continuam sem solução.
https://dinheirama.com/a-vitimizacao-como-falso-pilar-de-felicidade/
Texto III
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com
aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais
preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades,
despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas
da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em
viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso
sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não
foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas,
viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que
seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos –
bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de
suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a
pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente
não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter
de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um
espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos.
Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito
animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para
quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão
de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para
garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-
los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00-MEU+FILHO+VOCE+NAO+MERECE+NADA.html

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12º: (a) A dependência entre o Homem e a tecnologia na sociedade brasileira (ENEM)
ou (b) Malefícios da relação excessiva entre Homem e aparatos tecnológicos
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
"O comportamento humano é alterado pela disponibilidade da tecnologia ou o ser humano se
comporta como tal independentemente dela? E ainda: será que se desenvolve o vício por causa de internet,
celular ou redes sociais? Talvez não haja uma única resposta, mas a conexão móvel, o acesso fácil à internet
e a dinâmica das mídias sociais propiciam o desenvolvimento de comportamentos verdadeiramente adictos.
Estabelecer limites é o ponto crucial na luta contra qualquer dependência. Psicólogos, psiquiatras e grupos
de autoajuda alertam: evite o primeiro gole, garfada, aposta. Mas, diferentemente de outros
comportamentos abusivos (comer ou beber demais, por exemplo), é difícil definir o que é exagero em
tecnologia."
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/dependencia-tecnologica-o-maior-mal-desta-geracao-
2r72udomja0wksq5teq16oiq4/
Texto II
Quem não gosta de dedicar um momento do dia para ver quais são as novidades dos amigos nas
redes sociais? De seguir aquele famoso com uma vida linda, ou buscar inspiração no estilo de alguém com
muitos seguidores? A princípio, nada disso teria porque ser um problema, afinal é só uma distração do dia-
a-dia, certo?
Esse hábito passa a ser negativo quando passamos a perder a hora navegando nas redes sociais,
especialmente se ficamos nos comparando a outras pessoas 1. Yuri Busin, psicólogo e doutor em
neurociência do comportamento, explica que exagerar nas redes sociais pode afetar negativamente o humor
e agravar a depressão.
Entenda: não há problema em navegar nas redes sociais, mas se você nota que fica triste ou
emocionalmente abalado por um período longo ao perceber que não tem o celular de última geração que o
Youtuber mostrou naquele vídeo, ou não tem condições financeiras para fazer a viagem que a blogueira
postou durante semanas no Instagram, algo pode estar errado.
“No Instagram, por exemplo, as pessoas postam uma vida perfeita. Quem está com depressão acaba
vendo isso, que a pessoa sempre sai de casa, faz esporte, tem uma vida desejada, mas não vê que isso é
uma vida que a pessoa posta para impressionar as outras, e não quer dizer que necessariamente essa é a
realidade”, explica o psicólogo.
https://www.medley.com.br/campanhas/podecontar/preciso-ajuda/artigos/como-a-tecnologia-influencia-na-depressao
Texto III
A tecnologia nos ajuda em diversas áreas,facilita processos, acelera as comunicações e gera
resultados rápidos. Acontece que para tudo há um limite, e ainda que não façam tantos anos que a
tecnologia atingiu um certo ápice, existem pessoas comprovando na pele que o excesso de tecnologia pode
prejudicar a vida social e até mesmo a saúde.
Não só o fato de vermos famílias inteiras ou grupos de amigos em um restaurante por exemplo,
imersos, todos, em seus celulares e tablets ultra modernos sem conversar. Há também outras situações que
nos mantém reféns da modernidade: ter que olhar o e-mail diversas vezes por dia, acompanhar as
atualizações das redes sociais, responder centenas de mensagens e de depender de uma conexão de alta
velocidade 24 horas por dia para satisfazer nossas curiosidades, buscar informações, cumprir tarefas, pagar
contas, descobrir tendências, ideias, empresas, pessoas.
https://exame.abril.com.br/blog/o-que-te-motiva/tecnologia-e-humanidade/

Texto IV
http://educacao.globo.com/provas/enem-2013/questoes/25.html

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13º: (a) Aumento dos casos de DSTs entre os brasileiros (ENEM) ou
(b) Aumentos dos casos de DSTs no Brasil e mundo: causas e consequências
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Quando o poeta italiano Girolamo Fracastoro criou o personagem Syphilis, em 1530, não imaginava
que ele emprestaria seu nome a uma moléstia infecciosa que, segundo relatos, fora trazida das Américas
nas caravelas de Cristóvão Colombo. Nos versos de Fracastoro, Syphilis é um pastor de rbanho grego que
desperta a ira divina e é castigado com pústulas pelo corpo. Quase 500 anos depois, a sífilis mal provocado
por uma bactéria volta a ser motivo de preocupação, agora entre profissionais de saúde.
conhecidas do homem há milhares de anos — a gonorreia é mencionada no Antigo Testamento — parecem
ter retornado com a força de uma praga bíblica.
Quem avisa é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, o CDC. Só nos Estados
Unidos, os números de episódios de sífilis, gonorreia e clamídia registraram, em apenas um ano, aumento
de 15,1%, 5,1% e 2,8%, respectivamente. No Brasil, o cenário estimado não é muito diferente — como apenas
os casos de HIV e de sífilis em gestantes e bebês são notificados obrigatoriamente ao Ministério da Saúde, é
difícil ter estatísticas gerais mais fidedignas. “DST virou tabu no país, ninguém mais toca no assunto. E o
pior é que se minimiza o real risco de contágio”, critica a médica Márcia Cardial, da Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
https://saude.abril.com.br/bem-estar/numero-de-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-nao-para-de-
crescer/
Texto II
Apesar das informações sobre as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) circularem livremente,
especialmente hoje em dia por causa das redes sociais, o jovem brasileiro não se preocupa em se prevenir.
Seja por não ter tido contato com alguém doente ou por acreditar que “isso nunca vai acontecer” com ele. Só
de HIV, uma das mais graves DSTs, houve aumento principalmente entre os mais jovens. Na faixa etária dos
20 aos 24 anos, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100 mil habitantes, em 2005, para 33,1 casos em
2015, informou o Ministério da Saúde.
Outra DST que preocupa as autoridades é a sífilis, devido ao disparo no número de casos. A doença
pode provocar sequelas graves para a vida toda. Segundo o ginecologista e obstetra e membro da Febrasgo
(Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Geraldo Duarte, o motivo do aumento da
transmissão das DSTs se deve à falta conscientização.
— O maior aumento acontece entre jovens que não têm medo. Já entre os mais velhos, o aumento se explica
porque o preservativo incomoda e eles não usam. Eles não foram educados para usá-lo.
https://noticias.r7.com/saude/sem-medo-de-doencas-jovens-nao-se-protegem-na-hora-do-sexo-e-casos-de-
dsts-disparam-no-brasil-28042017
Texto III
"Esta última geração, que começou a vida sexual depois de 2010, tem um modo diferente de encarar
as DSTs", diz Alexandre Naime Barbosa, professor de Infectologia da Unesp. A noção de que a Aids se tornou
uma doença crônica e tratável fez a adesão à camisinha diminuir muito, segundo ele.
No caso do HIV, o número de novos casos anuais subiu quase 140% entre 2007 e 2017 na população em
geral: de 6.862 a 16.371, de acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/Aids lançado pelo
Ministério da Saúde. Entre jovens de 15 a 19 anos do sexo masculino, o aumento chegou a 590%, segundo o
mesmo documento.
No mesmo período, o número de novos casos de sífilis aumentou em 133% entre mulheres grávidas,
segundo dados do Ministério da Saúde. O aumento de sífilis congênita em bebês menores de um ano foi de
60%.
Não há dados nacionais sobre casos de sífilis em outros grupos nem sobre outras infecções sexualmente
transmissíveis - como HPV, gonorreia e clamídia - porque elas não são de notificação compulsória. Ou seja,
as unidades de saúde não são obrigadas a registrar cada caso diagnosticado. Porém, segundo especialistas
que atuam em centros de referência, a maioria está em alta entre os jovens.
Para piorar a situação, bactérias sexualmente transmissíveis como Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia
trachomatis e Mycoplasma genitalium estão se tornando resistentes aos antibióticos mais comuns, o que
exige o desenvolvimento de esquemas de tratamento cada vez mais complexos.
O aumento de infecções sexualmente transmissíveis não é exclusividade do Brasil, observa a infectologista
Lucy Cavalcanti Vasconcelos, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2018/07/28/como-se-proteger-das-doencas-sexualmente-
transmissiveis-em-alta-no-brasil.ghtml

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14º: (a) Sedentarismo em foco no Brasil (ENEM)
(b) A importância da atividade física para a saúde da população
(CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Essa semana, dados do estudo Worldwide trends in insufficient physical activity from 2001
to 2016: a pooled analysis of 358 population-based surveys with 1·9 million participants,
promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tiveram grande repercussão ao mostrar que
quase metade da população brasileira é sedentária. De acordo com informações coletadas ao
longo de 15 anos, 47% das pessoas em idade adulta no Brasil não pratica atividades físicas
suficientemente, ou seja, não cumpre a recomendação padrão da OMS, de praticar ao menos duas
horas e meia de esforço moderado por semana ou 75 minutos de atividade intensa.
Os dados são assustadores e impressionantes: tanto entre homens (40,4%), como em
mulheres (53,3%), o Brasil está entre os mais sedentários do mundo, à frente inclusive dos Estados
Unidos (40%). É, ainda, o mais sedentário da América Latina.
“O estudo não é realizado da mesma forma em todos os países, então pode haver
distorções, mas esses dados, assim como os de outro estudo anterior, quebram alguns mitos
sobre a nossa preocupação com o corpo e com a forma”, avalia o Dr. Bruno Halpern, diretor da
Abeso.
http://www.abeso.org.br/noticia/oms-faz-alerta-sobre-o-sedentarismo-no-brasil
Texto II
As pessoas precisam entender que o corpo humano foi feito para estar em movimento. A
estrutura biológica conta com um sistema organizado que nos permite uma enorme mobilidade.
Tudo foi calculado para que o homem, desde os primórdios, precise do seu movimento para
sobreviver. A alimentação vinha da caça e da coleta e a locomoção exclusivamente das pernas.
Com a evolução, facilidades foram criadas para melhorar a vida das pessoas. Mas esse
conforto todo que temos hoje, como carro e comida no restaurante prontinha, gera uma preguiça
e uma acomodação que está sendo desastrosa para a saúde humana. A queixa é sempre a mesma,
a velha falta de tempo. Mas é preciso organizar-se para dar prioridade à saúde. Esta falta de tempo
para cuidar do bem-estar e do próprio corpo mostra uma total inversão de valores, o que é
preocupante.
Parece que tudo que é ligado ao trabalho e ao dinheiro tem prioridade, e o bem-estar fica
em último lugar, isso é errado!A prática de atividade física moderada é uma das principais formas
de prevenção de doenças atreladas ao envelhecimento! E quem se entrega ao sedentarismo se
priva de tudo isso!
https://drvictorsorrentino.com.br/sedentarismo-o-maior-inimigo/
Texto III
A prática regular de determinada atividade física reduz substancialmente o risco de morrer
de doença cardíaca coronária e diminui o risco de infarto, câncer de cólon, diabetes e pressão alta
entre outras doenças.
Sabe-se que pessoas de todas as idades, que estão de um modo geral inativas fisicamente, podem
melhorar sua saúde e bem-estar ao praticar atividade física moderada regularmente.
Alguns itens considerados positivos durante tal prática podem ser notados como: Ajuda a
controlar o peso corporal; Contribui para ossos, articulações e músculos sadios; Reduz o índice de
quedas em idosos; Ajuda a aliviar a dor da artrite, artrose; Diminui os sintomas de ansiedade e
depressão e estão associadas à menor número de hospitalizações, visitas médicas e medicação;
Proporciona maior independência e autonomia para o idoso.
Para as pessoas inativas, que optam pela falta de atividade física, definitivamente não estão
ajudando sua saúde e provavelmente a estão prejudicando. Quanto mais examinamos os riscos
para a saúde associados à falta de atividade física, mais convencidos ficamos que pessoas que não
praticam atividade física devem começar a se exercitar.
https://portalcantu.com.br/news/saude-beleza/qual-e-a-importancia-da-atividade-fisica-para-o-
nosso-dia-a-dia
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15º: (a) Intolerância e discurso de ódio em questão no Brasil (ENEM) ou
(b) Intolerância em foco no século XXI (CONCURSOS/OUTROS VESTIBULARES)
Texto I
Nos últimos 11 anos, quase 4 milhões de denúncias relacionadas a crimes de ódio na internet
foram recebidas pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. Isso significa que, por dia,
pelo menos 2,5 mil páginas contendo evidências de crimes como racismo, neonazismo, intolerância
religiosa, homofobia, incitação de crimes contra a vida, maus tratos a animais e pedofilia foram
denunciadas no Brasil.
Mas não é esse o dado que mais surpreende. Em 2016, o número de denúncias ultrapassou 115
mil, enquanto em 2017, despencou quase pela metade, para pouco mais de 60 mil. No primeiro ano da
série histórica, 2006, o total de denúncias ultrapassou 350 mil, o que demonstra uma banalização do
ódio nos últimos anos.
"De 2016 para 2017 houve queda no número de denúncias. Mas isso não quer dizer que o ódio na
internet diminuiu. Pelo contrário, ele aumentou, mas hoje as pessoas não se indignam mais”, aponta
Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, primeira ONG do país a criar um canal anônimo para
receber denúncias relacionadas a crimes de ódio on-line.
http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/582006-como-o-odio-viralizou-no-brasil
Texto II
No último dia 3 de setembro, o delegado de Polícia Civil Henrique Pessoa, do Rio de Janeiro, foi
espancado por um grupo de evangélicos após tentativa de conciliação entre ele e um dos agressores, o
neopentecostal Márcio Pereira de Carvalho, seguidor da igreja Geração Jesus. Pessoa é membro da
Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio (CCIR) e havia comparecido ao 5º Juizado Especial
Cível de Copacabana para pedir que Márcio se retratasse por ofensas feitas em vídeos no YouTube. Não
houve acordo e, na saída da audiência, liderados pelo pastor Tupirani da Hora Lopes, pessoas que
vestiam camisetas pretas com os dizeres “Bíblia, sim” e “Constituição, não” encurralaram o delegado,
que foi cercado e agredido.
Para tentar afastar o grupo, Henrique pegou a arma que carregava e atirou. A bala acertou, de
raspão, o abdômen de um dos agressores, Carlos Gomes. O delegado tentou fugir dos ataques. No
entanto, foi alcançado. Pessoa, delegado titular da 79ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, foi
afastado do cargo no último dia 5. Ele garante que provará a perseguição que sofre há seis anos por
parte dos membros da igreja Geração Jesus e que atirou apenas para dispersar os agressores. Após o
tiro de raspão, o evangélico Carlos Gomes não precisou passar por cirurgia e foi liberado.
Casos como o do delegado, em que a violência é consequência de discursos de ódio contra
opiniões, crenças e classes sociais distintas, ocupam cada vez mais espaço no noticiário. Em fevereiro
deste ano, um adolescente acusado de assaltar moradores foi espancado e amarrado num poste, no
Flamengo, na zona sul carioca. Já no Guarujá, litoral sul de São Paulo, Fabiane Maria de Jesus foi
linchada e morta, no mês de maio. Os agressores acreditavam que ela estava ligada a sequestros de
crianças para rituais de magia negra. Esses são exemplos emblemáticos, amplamente noticiados, de
diferentes tipos de intolerância que resultaram em confrontos físicos e até assassinatos.
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/09/casos-de-agressoes-fisicas-reproduzem-intolerancia-dos-
discursos-de-odio-8018/
Texto III
Vivemos tempos de intolerância no Brasil e no mundo. E a intolerância, seja qual for, por
princípio jurídico universal fere o artigo 7º da Declaração Universal dos Direitos Humanos e se
caracteriza pela falta de informação e vontade em se conhecer e respeitar as diferenças em crenças,
opções sexuais e opiniões. A sociedade parece estar se esquecendo do quanto é importante, para a
convivência social, aceitar, suportar, ser indulgente e clemente com os outros, as definições da palavra
tolerar.
Somos um país preconceituoso sim, infelizmente. No Brasil, crescem os registros de violência
relacionados ao preconceito e à discriminação. Apenas para lembrarmos de alguns casos: o assassinato
da vereadora carioca Marielle Franco, suspeita de execução política por sua defesa dos direitos
humanos e suas denúncias contra a atuação das milícias; os ataques a terreiros de candomblé e
umbanda, o aumento de crimes contra a comunidade LGBT, as reações violentas contra a inserção de
deficientes na sociedade, as diversas formas de bullying nas escolas e nos ambientes de trabalho.
https://oglobo.globo.com/opiniao/explosao-de-intolerancia-22729679

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TABELA DE CONECTIVOS

Prioridade, em primeiro lugar, a princípio, primeiramente,


relevância principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori
(em itálico)
então, enfim, logo depois, imediatamente, logo após, a
princípio, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal,
Tempo
(frequência, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente,
duração, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes,
ordem, ocasionalmente, raramente, não raro, ao mesmo tempo,
sucessão, simultaneamente, enquanto, quando, antes que, depois que, logo
anterioridad que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada
ee vez que
posteriorida
de)
como, consoante, segundo, da mesma maneira que, do mesmo
modo que, igualmente, da mesma forma, assim também, do
mesmo modo, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de
Semelhança, vista, tal qual, como, assim como, bem como, como se, à
comparação, medida que, à proporção que, quanto (mais, menos, menor,
conformida melhor, pior), tanto quanto, (tal) que, (tanto) quanto, (tão)
de quão, (não só) como, (tanto) como, (tão) como
se, desde que, salvo se, exceto se, contanto que, com tal que, caso,
a não ser que, a menos que, sem que, suposto que, desde que,
Condição,
eventualmente
hipótese
além disso, ademais, mas também, outrossim, ainda mais, por
Adição,
outro lado, também, e, nem, “não só... mas também”, “não
continuação
apenas... como também”, “não só... bem como”, além de, ainda
talvez, provavelmente, possivelmente, quem sabe, é provável, não
Dúvida é certo, se é que, a caso, por ventura

de certo, por certo, certamente, indubitavelmente,


Certeza, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a
certeza
ênfase
Surpresa, inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
imprevisto imprevistamente, surpreendentemente
por exemplo, isto é, quer dizer, a saber, ou seja, ou melhor, aliás,
Ilustração,

80
esclarecimento vale dizer
com o fim de, a fim de, com o propósito de, para que, a fim de
Propósito,
que, com o intuito de, com o objetivo de, para
intenção,
finalidade
perto de, próximo a ou de, junto a ou de, fora, mais adiante,
Lugar,
além, algumas preposições e os pronomes demonstrativos
proximidade,
(este, essa etc.)
distância
em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa
Conclusão,
forma, logo, por isso, por consequência, assim, desse modo
resumo,
recapitulação
por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por
Causa e
causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, porque,
consequência,
porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, portanto,
explicação.
logo, de tal sorte que, de tal forma que, dado que, como,
devido a, em virtude de, tendo em vista isso, face a isto
pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, porém, menos,
mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar
Contraste,
de, ainda que, mesmo que, por menos que, a menos que, a não
oposição,
ser que, em contrapartida, enquanto, ao passo que, por outro
restrição,
lado, sob outro ângulo, apesar de, a despeito de, porém, sob
ressalva,
outro ponto de vista, de outro modo, por outro lado, em
concessão.
desacordo com
ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja ... seja, já... já, nem...
Alternativa
nem
não, absolutamente, tampouco, de modo algum, nunca,
Negação
sim, certamente, efetivamente, realmente, seguramente,
indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, decerto,
Afirmação
por certo, com certeza
muito, pouco, bastante, tão, tanto, demasiadamente,
completamente, profundamente, excessivamente,
Intensidade
extremamente, demais, ligeiramente, levemente, quão
até, inclusive, mesmo, também, ainda, ademais, além disso
Inclusão
Apenas, salvo, senão, só, somente, menos, exceto, fora
Exclusão

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Espero que tenham aproveitado!

Persistam, estudem, treinem e o bom resultado certamente chegará!

Um abraço,
Nos vemos no @redacaoemcasa

Professora Isabela

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