Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Letramento
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Modalidade Semipresencial
Denise Jarcovis Pianheri
Alfabetização
e Letramento
São Paulo
2017
Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional
PRODUÇÃO EDITORIAL - CRUZEIRO DO SUL EDUCACIONAL. CRUZEIRO DO SUL VIRTUAL
P643a
Pianheri, Denise Jarcovis
Alfabetização e letramento. / Denise Jarcovis Pianheri. São Paulo:
Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual, 2017.
72 p.
Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-8456-201-5
Alfabetização e Letramento
SUMÁRIO
9 Unidade I – A Escrita: Surgimento e Evolução
Unidade IV – AAlfabetização
39 Leitura no Processo de
e Letramento
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem Conserve seu
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua material e local de
formação acadêmica e atuação profissional, siga estudos sempre
algumas recomendações básicas: organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
Assim: de se alimentar
e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da hidratado.
sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário
fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
6
Objetivos de aprendizagem
A Escrita: Surgimento e Evolução
Unidade I
» Nesta Unidade, o nosso tema será: “A escrita: surgimento e evolução”, na qual apresentaremos um panorama
simplificado de como surgiu a escrita e das mudanças pelas quais ela passou, o que é importante para entendermos
o processo de aprendizagem. Abordaremos alguns tipos de sistema de escrita e algumas características significativas
para o nosso estudo.
Alfabetização e Letramento
Unidade II
» Nesta Unidade, o nosso tema será: “Alfabetização e Letramento”, na qual apresentaremos seus conceitos, um pouco
da história do surgimento do termo “Letramento” e a importância de entendermos seu significado no processo de
ensino e aprendizagem das crianças e até mesmo dos adultos. Também iremos contextualizar resumidamente como a
Alfabetização aparece nos índices de pesquisa em nosso país.
Unidade III
Métodos de Alfabetização
» Nesta unidade, nosso tema será: “Métodos de Alfabetização”, na qual veremos o significado de método e quais são os
tipos utilizados pelos educadores. Também abordaremos a questão das hipóteses da escrita e a importância da leitura
no processo de aprendizagem da leitura e da escrita.
» Nesta Unidade, o nosso tema será: “A Leitura no Processo de Alfabetização e Letramento”. Abordaremos a questão da
leitura na alfabetização, a importância da leitura por prazer e de como a prática da leitura colabora na aprendizagem da
criança ou do indivíduo que está sendo alfabetizado.
» Nesta Unidade, estudaremos sobre “A escrita no processo de Alfabetização”. Qual é o papel da escrita e sua função.
» Também abordaremos o papel do aluno e do professor nesse processo e a importância de ter um ambiente alfabetizador.
» Nesta Unidade, o nosso tema será: “A Alfabetização de Jovens e Adultos”, em que apresentaremos alguns pontos que
acreditamos ser importantes como: qual o perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos, qual a importância
da volta desses adultos aos estudos e principalmente quem foi Paulo Freire e a importância de seus estudos na
alfabetização dos Jovens e Adultos.
7
I
A Escrita: Surgimento e Evolução
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
A Escrita: Surgimento e Evolução
UNIDADE
I
Contextualização
Para começarmos a Unidade, que tal refletirmos um pouco:
A linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos.
É o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento,
seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade, seus atos.
Instrumento ao qual ele influencia, e é influenciado, a base mais profunda
da sociedade humana (HJELMSLEV, apud SERGIO, 2010.)
10
Introdução
Nesta Unidade, estudaremos a respeito do surgimento e da evolução da escrita,
mas para melhor compreendermos quando falamos de Alfabetização e Letramento,
ainda surgem dúvidas a respeito de conceitos e definições,
Para tentarmos superar o desafio proposto pela autora Maria Fernandes, iremos
começar pela história da escrita, ou seja, seu surgimento e sua evolução, para
iniciarmos a compreensão do processo da língua escrita.
11
A Escrita: Surgimento e Evolução
UNIDADE
I
O sistema de escrita mais antigo de que se tem registro foi criado na Suméria,
aproximadamente 4.000 anos a.C., em que foram encontradas peças feitas
de argila com sinais que são chamados de pictográficos, ou seja, sinais que são
baseados em desenhos que representam coisas reais.
Com o tempo, esse sistema foi evoluindo, dando-se a ele o nome de sistema
cuneiforme.
Por que cuneiforme?
A palavra cuneiforme origina-se do próprio objeto que os homens da época
utilizavam para escrever, que é chamado de cunha.
Nesse sistema, cada palavra era representada especificamente por um signo.
Como dito anteriormente, não foram apenas os sumérios que desenvolveram
um sistema de escrita; os egípcios, bem próximos à época dos sumérios, também
criaram seu sistema, conhecido como hieróglifo.
Era uma escrita considerada sagrada, pois somente os sacerdotes e os membros
da realeza conheciam os sinais. Por esse motivo, a escrita do hieróglifo também
era considerada uma arte.
Algo bastante interessante a respeito desse sistema é que com os vários
estudos e pesquisas em torno dele, descobriu-se que os hieróglifos representavam
também sons e, mais tarde, depois dessas descobertas, foi possível decifrar os
sinais representados.
Com as informações anteriores, temos uma ideia de como a escrita surgiu e
podemos afirmar que com o tempo começou a haver transformações e mudanças
nesses sistemas de escrita.
12
· Sistema ideográfico – É um sistema que representa palavras completas
ou, podemos até dizer, que representa uma ideia, ou seja, são imagens que
para compreendermos precisamos de conhecimento cultural e contextual.
Por exemplo, uma placa de trânsito é uma linguagem ideográfica.
· Sistema silábico – É um sistema que, no Brasil, por exemplo, é
representado na combinação de sons de consoantes e vogais, que formam
uma sílaba. Agora, no Japão, no sistema silábico, cada sinal realizado
representa uma sílaba;
· Sistema alfabético – É um sistema que conhecemos e utilizamos no
Brasil. Nesse sistema, cada letra corresponde a um som individual.
Esses são alguns tipos de sistema de escrita; existem outros, como o Sistema
Braile, utilizado por deficientes visuais, no qual a leitura é feita por pontos em
relevo, que representam as letras; mas os sistemas citados são suficientes para
percebermos a importância do desenvolvimento da escrita.
É claro que esse movimento não acontece num período curto; isso irá depender
de um longo processo que a criança inicia com seus rabiscos; com o tempo, parte
para suas combinações aleatórias e depois com junções mais elaboradas, dando-se
aos poucos a oportunidade de conhecer realmente o mundo letrado.
A Língua Portuguesa
Vamos conhecer um pouco da nossa Língua!
Existem vários países que falam a Língua Portuguesa além do Brasil. Também
falam a nossa Língua: Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Angola,
Guiné-Bissau, Cabo-Verde e Timor-Leste.
13
A Escrita: Surgimento e Evolução
UNIDADE
I
Pode-se perceber essas influências na Língua Portuguesa falada no Brasil. No
início da colonização, a Língua sofreu influência do Tupi; com o passar do tempo e
as mudanças ocorridas pela escravidão, isto é, com os negros sendo trazidos como
escravos da África, a língua também recebeu a contribuição da influência africana.
Para visualizar, veja alguns exemplos que foram incorporados à língua portuguesa
do Brasil, citados por Maria Fernandes (2008, p. 15):
· tupi: Iracema, Copacabana, Ubatuba, tatu, arara, maracujá, andiroba,
mandioca, pipoca etc.
· línguas africanas: fubá, moleque, samba, acarajé, caçula;
· francês: paletó, boné, batom, crepe, matinê;
· alemão: gás, níquel;
· italiano: macarrão, piano, partitura, bandido;
· espanhol: bolero, castanhola;
· japonês: camicase, sushi, sashimi;
· inglês: hambúrguer, deletar, show, sanduíche.
Por esse motivo observamos e percebemos as diferentes falas das pessoas nas
variadas regiões de nosso país.
14
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
História da Escrita - do papiro ao computador - parte 1
Para aprofundar seus conhecimentos assista ao vídeo disponível no link a seguir, que
conta a história da escrita, desde o papiro até o computador
https://youtu.be/r7yeiRtc1fA
15
A Escrita: Surgimento e Evolução
UNIDADE
I
Referências
FERNANDES, Maria. Os segredos da alfabetização. São Paulo: Cortez, 2008.
16
II
Alfabetização e Letramento
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Alfabetização e Letramento
UNIDADE
II
Contextualização
Para começarmos a Unidade, que tal refletirmos um pouco? Vamos ler a citação
de Paulo Freire sobre ser analfabeto ou não:
Será que podemos considerar analfabeto aquele que não sabe ler e escrever? E
aquele que não sabe ler e escrever, mas faz uso das práticas sociais, consideramos
analfabeto ou não?
18
Alfabetização e Letramento
Nesta Unidade, estudaremos os conceitos a respeito dos termos “Alfabeti-
zação” e “Letramento”. Vamos conhecer um pouco da história da Alfabetização,
de como surge o Letramento, o porquê da importância desse termo para os pes-
quisadores e, principalmente, para os professores alfabetizadores.
Temos:
· Letrado – Do latim literratu; versado em letras; erudito; indivíduo letrado;
literato;
· Iletrado – Do latim illiteratu; que ou aquele que não tem conhecimento
literário; ilteratu; analfabeto ou quase analfabeto.
19
Alfabetização e Letramento
UNIDADE
II
Quando pontuamos esses termos pelo dicionário, temos uma visualização e uma
ideia dos significados, facilitando nossa compreensão no processo de inserção da
palavra Letramento no mundo da Educação. E também percebemos a diferença
entre alfabetizar e letrar.
O segundo momento vai dos séculos XVI e XVIII até a década de 1960. Nesse
período, começam a criar novos métodos sintéticos e analíticos e já nessa época
foram criadas as cartilhas.
O terceiro período tem início por volta da década de 1980, tendo como
divulgação a teoria da Psicogênese da língua escrita.
20
Como podemos verificar na pesquisa, o percentual da população alfabetizada
funcionalmente foi de 61% em 2001 e em 2011 a porcentagem foi de 73%, ou
seja, para cada quatro brasileiros, apenas um domina plenamente as habilidades
de leitura e escrita. O resultado da pesquisa aponta que o avanço se dá pela
“universalização do acesso à Escola e do aumento do número de anos de estudo.”
Outro ponto importante revelado pelo INAF são os níveis de alfabetismo, que
são divididos em quatro:
1. Analfabetos: não são capazes de realizar nem mesmo tarefas simples em
relação à leitura;
2. Alfabetizados rudimentares: conseguem identificar pequenas informações
em textos curtos e também leem e escrevem números que utilizam no
cotidiano;
3. Alfabetizados básicos: têm capacidade de leitura e compreendem textos
de média extensão, leem números e resolvem operações simples e têm noção
de proporcionalidade;
4. Alfabetizados plenos: conseguem ler textos longos, analisam, interpretam,
relacionam, fazem inferências e diferenciam fato de opinião. Resolvem
problemas com porcentagem, proporções e cálculos; também conseguem
interpretar tabelas, mapas e gráficos.
Continuando!
21
Alfabetização e Letramento
UNIDADE
II
Para Magda Soares, com a palavra literacy, implicitamente está inserida a ideia
de que
A escrita traz consequências sociais, culturais, políticas, econômicas,
cognitivas, linguísticas, quer para o grupo social em que seja introduzido,
quer para o indivíduo que aprenda a usá-la. Em outras palavras: do ponto
de vista individual, o aprender a ler e escrever – alfabetizar-se, deixar
de ser analfabeto, tornar-se alfabetizado, adquirir a “tecnologia” do ler
e escrever e envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita (...)
(SOARES, 2001, p. 17-8).
Outro ponto interessante é que uma determinada pessoa pode ser analfabeta,
ou seja, não saber ler e escrever, mas poderá ser considerada letrada.
22
Magda Soares exemplifica muito bem essa questão em seu livro “Letramento:
um tema em três gêneros” e não podemos deixar de citar o trecho em que ela
explica sobre a criança que não sabe ler e escrever, mas que pode ser considerada
letrada.
A autora afirma:
Da mesma forma, a criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia
livros, finge lê-los, brinca de escrever, ouve histórias que lhe são lidas,
está rodeada de material escrito e percebe seu uso e função, essa criança
é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já
penetrou no mundo do Letramento, já é de certa forma, letrada (SOARES,
2011, p. 24).
Portanto, o Letramento pode ter vários níveis e isso irá depender dos estudos e
pesquisas que já pensam em como medir esses níveis. Mas, o importante é termos
clareza do significado desse termo, que cada vez mais está presente entre nossos
pesquisadores, teóricos, professores e profissionais da área.
de uma habilidade,
Letramento é diversão
o tempo, os artistas da TV
23
Alfabetização e Letramento
UNIDADE
II
É uma receita de biscoito,
um bilhete de amor,
de velhos amigos.
é rir e chorar
É um atlas do mundo,
Letramento é, sobretudo,
24
Por isso é necessário engajamento por parte dos profissionais da área da
Educação, porque, sem dúvida, esses educadores e pesquisadores são os primeiros
que precisam entender, compreender e, o principal, fazer uso da Alfabetização
e do Letramento de maneira coerente, que possa levar os educandos também
à compreensão do uso da leitura e da escrita no seu dia a dia, ou seja, em suas
práticas sociais.
25
Alfabetização e Letramento
UNIDADE
II
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Alfabetização - Telma Weisz (1ª parte)
Acesse o link a seguir para saber mais sobre Alfabetização:
https://youtu.be/2wK9lw2cehI
26
Referências
FERNANDES, Maria. Os segredos da Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2008.
VALE, Maria José. Paulo Freire, educar para transformar: almanaque histórico.
São Paulo: Mercado Cultural, 2005.
27
III
Métodos de Alfabetização
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Métodos de Alfabetização
UNIDADE
III
Contextualização
Leia a citação de Maciel (2010):
O método é um conjunto relativo a determinados princípios diretivos
provenientes de uma das ciências fundamentais da Educação. Os métodos
no Brasil foram, infelizmente, durante muitos anos, atrelados a produções
de livros didáticos (cartilhas, pré-livros). Desta forma, a concepção de
método ficou restrita às orientações metodológicas, melhor dizendo, às
técnicas de aplicação descritas no manual do professor (...) (MACIEL apud
Perez, 2011, p. 45).
30
Conteúdo Teórico
Nesta Unidade, veremos alguns métodos de Alfabetização que já foram utilizados
e que ainda fazem parte das estratégias de ensino de vários alfabetizadores.
Os questionamentos que surgem no dia a dia do professor e de outros da área da Educação são:
Explor
31
Métodos de Alfabetização
UNIDADE
III
Já os métodos analíticos iniciam das partes maiores para as menores, ou seja,
da palavra ou texto, e depois passam para as sílabas e letras.
Esses outros pontos, que são fundamentais para o progresso do educando são:
· Reconhecer e utilizar os conhecimentos prévios do aluno;
· Observar e acompanhar a aprendizagem do aluno;
· Observar e identificar o progresso do aluno;
· Proporcionar atividades que abordam situações comunicativas;
· Incentivar e aplicar a leitura em sala de aula;
· Proporcionar os variados gêneros textuais para o aluno.
Os métodos, sem dúvida, são um caminho que podemos seguir para dar
andamento no processo da Alfabetização, mas não é necessário apenas seguir o
caminho do método que adotamos. É importante refletir e fazer uso dos pontos
mencionados anteriormente.
32
Outro ponto fundamental no processo de Alfabetização e Letramento é incentivar
e aplicar a leitura em sala de aula.
Fernandes (2008) cita, ainda, outro ponto que precisa ser levado em consideração:
Os alunos devem ver na leitura algo interessante e desafiador, uma conquista
capaz de dar autonomia e independência. Estar confiante para enfrentar o
desafio da leitura é “aprender fazendo” (FERNANDES, 2008, p.39).
Assim sendo, a criança faz várias hipóteses em relação a sua leitura; ela vai
construindo sua leitura, por meio das ideias e das concepções que ela possui em
relação ao que compreende sobre o código linguístico.
É claro que também se faz necessário apresentar para a criança materiais aos
quais provavelmente ela não poderá ter acesso, como, por exemplo, algum tipo de
texto ou livro que não faz parte do seu mundo letrado.
O educando, por sua vez, precisa compreender esses dois pontos por meio
das hipóteses linguísticas, que são os estudos feitos por Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, que nos auxiliam no entendimento em relação sobre como a criança
compreende a escrita.
33
Métodos de Alfabetização
UNIDADE
III
É por meio dessas hipóteses que são realizadas as sondagens.
Vejamos os níveis!
Pré-silábico
Nesta fase, a criança registra as chamadas garatujas, desenhos que não têm
definição tão clara. Aos poucos, ela passa a fazer desenhos com traços mais
definidos, mas não fáceis de decifrar.
Se a criança tem incentivo para a leitura e para materiais escritos, ela também
começa a misturar letras ou as chamadas pseudoletras, os rabiscos.
Ainda no nível pré-silábico, a criança pode ter o segundo momento, no qual ela
consegue colocar uma quantidade significativa de caracteres em relação à palavra
dita para ela, mas, mesmo assim, sua escrita ainda não é tão compreensível.
34
Silábico
Neste nível, a criança já consegue estabelecer as relações entre o som e as letras.
Então, quer representar cada letra por um símbolo e vai utilizar também letras,
pseudoletras e números.
A criança define as partes das palavras, ou seja, a sílaba, mas, nessa fase, ela
representa não a sílaba por completo; algumas vezes, irá colocar mais letras do que
necessário, pois acredita ser o correto.
O grande desafio para a criança são as palavras monossílabas, porque para ela
representar uma palavra, como por exemplo, “mãe”, ela acredita que irá precisar
de mais letras do que realmente possui a palavra ditada.
Ditamos para uma criança que se chama Camila a palavra “giz”, monossílaba, e
ela pode representar da seguinte forma: XiAL.
O silábico pode ser dividido em: silábico com valor e silábico sem valor.
Silábico-alfabético
Nesta fase, a criança utiliza dois níveis, o silábico e o alfabético, ao mesmo
tempo. Esse momento é o que chamamos de transição.
35
Métodos de Alfabetização
UNIDADE
III
Alfabético
É o nível em que se pode dizer que a criança já está compreendendo o sistema
linguístico e como ele se organiza. Nessa fase, ela já consegue ler e representa
graficamente as palavras e pequenas frases.
Nesse nível, as escritas são construídas com base em uma correspondência entre
fonemas (sons) e grafemas (letras).
36
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Simulador Revista Escola — Faça o teste de interpretação de hipótese de escrita
http://goo.gl/FPseko
37
Métodos de Alfabetização
UNIDADE
III
Referências
FERNANDES, Maria. Os segredos da Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2008.
FERREIRO, F. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
38
IV
A Leitura no Processo de
Alfabetização e Letramento
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
A Leitura no Processo de Alfabetização e Letramento
UNIDADE
IV
Contextualização
Vamos refletir um pouco!
40
A leitura no processo de alfabetização
e letramento
Nesta Unidade, nosso foco central será “A Leitura no Processo de Alfabetização
e Letramento”.
Por exemplo, muitos alunos não sabem resolver problemas de Matemática não
porque não saibam solucionar as equações que precisam ser desenvolvidas na
atividade, mas porque não sabem ler o enunciado do problema.
41
A Leitura no Processo de Alfabetização e Letramento
UNIDADE
IV
Outro ponto fundamental é que alguns alunos sabem ler, ou melhor, fazem a
leitura automática, conhecem as palavras, mas não conseguem compreender aquilo
que lêem; é o que podemos chamar de pessoa não letrada. Isto é, o aluno conhece
os códigos linguísticos, faz a leitura, mas não consegue assimilar o significado do
que lê; não faz a interpretação de determinado texto.
Daniel Pennac (1995), em seu livro Como um Romance, aborda essa questão
da leitura por prazer.
Como Pennac (1995) menciona, o livro passa a ser visto não mais como
passagem para outros mundos, mas como um “objeto contundente”, algo que
pode ferir.
42
Ele afirma:
Ele é, desde o começo, o bom leitor que continuará a ser se os adultos
que o circundam alimentarem seu entusiasmo em lugar de pôr à prova
sua competência, estimularem seu desejo de aprender, antes de lhe impor
o dever de recitar, acompanharem seus esforços, sem se contentar de
esperar na virada, consentirem em perder noites, em lugar de procurar
ganhar tempo, fizerem vibrar o presente, sem brandir a ameaça do
futuro, se recusarem a transformar em obrigação aquilo que era prazer,
entretendo esse prazer até que ele se faça um dever, fundindo esse dever na
gratuidade de toda aprendizagem cultural, e fazendo com que encontrem
eles mesmos o prazer nessa gratuidade (PENNAC, 1995, p. 55).
Na realidade, não existe idade ideal para o aprendizado da leitura. O que leva
a criança a ler é a participação nas atividades de leitura e escrita, e também é
importante fazer com ela tenha acesso a vários materiais impressos, como: revistas,
livros, jornais, gibis, embalagens etc. que irão proporcionar o conhecimento dos
códigos linguísticos e, é claro, tudo junto, com a participação dos adultos que
dominam esse conhecimento. É fato que o exemplo dado pelo adulto em relação à
leitura e a escrita é fundamental para a aprendizagem da criança.
43
A Leitura no Processo de Alfabetização e Letramento
UNIDADE
IV
Maria Fernandes (2008) aponta o que o professor pode fazer:
Oferecer textos que os alunos saibam de cor (músicas, parlendas, poesias
etc.) e solicitar que acompanhem a leitura indicando onde estão as
palavras lidas. É uma oportunidade para os alunos pensarem sobre o que
está escrito e como está escrito. Solicitar que procurem algumas palavras
pode ser uma boa intervenção do professor;
- seleção: ações que permitem que o leitor se atenha apenas ao que é útil
para a compreensão, desprezando itens irrelevantes (...);
44
- verificação: torna possível confirmar ou não as expectativas levantadas,
controlando a eficácia das demais estratégias. Essa checagem é inerente
à leitura e leva o leitor a repensar as hipóteses levantadas, retomar partes
anteriores e fazer as devidas correções (FERNANDES, 2008, p. 65-6).
45
A Leitura no Processo de Alfabetização e Letramento
UNIDADE
IV
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Como um romance
PENNAC, D. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1995. Exemplo de atividade.
http://goo.gl/PzaU0k
46
Referências
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: língua portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
47
V
A Escrita no Processo de Alfabetização
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
A Escrita no Processo de Alfabetização
UNIDADE
V
Contextualização
Explor
50
Introdução
Nesta Unidade, o foco central será o papel da escrita no processo de Alfabetização.
A escrita é algo em que tanto a criança como os jovens e adultos estão sempre
envolvidos, seja de maneira direta ou indireta.
Mas nem todos pensam assim, causando mal estar entre os alunos por algumas
vezes não conseguirem realizar as atividades propostas pelo professor, ficando,
dessa forma, frustrados com a escrita.
Essa questão da letra cursiva ou bastão é apenas um ponto que leva a criança a
ter interesse pela escrita ou não.
Não podemos deixar de pensar que a escrita é um dos objetivos mais importantes
da Alfabetização, juntamente, é claro com a leitura, e não podemos desvincular
uma da outra.
51
A Escrita no Processo de Alfabetização
UNIDADE
V
“Ninguém escreve ou lê sem motivo, sem motivação” (Cagliari, 2003, p.102). É
preciso proporcionar para as crianças os variados tipos de materiais impressos; já
falamos sobre isso na unidade anterior.
O aluno precisa ter acesso à linguagem escrita de diversos tipos, como jornais,
livros, revistas, placas de trânsito ou ruas, painéis, bilhetes etc.; todo material que seja
possível apresentar para as crianças é válido, por dois pontos a serem levantados.
Lembrando!
O professor poderá verificar, por meio das hipóteses realizadas pelas crianças,
como elas entendem a escrita ou como elas veem esse processo.
Pré-silábico
A criança, nessa fase, registra as chamadas garatujas, desenhos que não têm
uma definição tão clara. Aos poucos, ela passa a fazer desenhos com traços mais
definidos, mas não fáceis de decifrar. No nível pré-silábico, temos a ausência de
relação entre a escrita e os sons da fala.
52
Silábico
Nesse nível, a criança já consegue estabelecer as relações entre o som e as
letras; então, quer representar cada letra por um símbolo e vai utilizar também
letras, pseudoletras e números.
A criança define as partes das palavras, ou seja, a sílaba, mas nessa fase ela
representa não a sílaba por completo; algumas vezes irá colocar mais letras do que
necessário, pois acredita ser o correto.
Silábico-alfabético
Nessa fase, a criança utiliza dois níveis, o silábico e o alfabético, ao mesmo
tempo. Esse momento é o que chamamos de transição. Nesse nível, a criança
começa a acrescentar letras em algumas sílabas, como, por exemplo, ao ditar
a palavra CAVALO, a criança poderá escrever da seguinte maneira: CAViO ou
também KVALO. A escrita irá variar porque dependerá do conhecimento linguístico
de cada criança.
53
A Escrita no Processo de Alfabetização
UNIDADE
V
Alfabético
É o nível no qual se pode dizer que a criança já está compreendendo o sistema
linguístico e como ele se organiza. Nessa fase, ela já consegue ler e representar
graficamente palavras e pequenas frases.
Nesse nível, as escritas são construídas com base em uma correspondência entre
fonemas (sons) e grafemas (letras).
54
Outro ponto importante é fazer questionamentos para a criança sobre o que ela
escreve e anotar as respostas, para depois perceber o desenvolvimento da criança.
55
A Escrita no Processo de Alfabetização
UNIDADE
V
Vamos contextualizar?
Carta Enigmática
de dar
e, principalmente, de dar
56
Trabalhar com carta enigmática é interessante porque a criança terá contato
com as imagens e também com a escrita. Isso facilita para a criança as relações que
fará para o entendimento do texto.
É claro que quando for dado esse tipo de texto para as crianças que não sabem
ler, ou seja, no início da Alfabetização, a intervenção do professor na interpretação
do texto é fundamental.
Outro tipo de atividade que pode ser feita com crianças que ainda não sabem
escrever é contar histórias. Assim, pode-se pedir para as crianças contarem as
histórias e o professor faz a transcrição. Além de fazer os registros, pode-se
armazenar as histórias para que as crianças possam observar e fazer as relações
entre elas e, principalmente, relacionar o texto oral com o escrito.
A escrita espontânea é essencial e não deve ser deixada de lado nessa fase
de desenvolvimento da aprendizagem da escrita da criança, que precisa ser algo
prazeroso, ou seja, a brincadeira precisa fazer parte do processo. Devem ser
utilizadas brincadeiras, atividades com música, jogos que possam utilizar letras e
palavras etc.
Assim, a aprendizagem torna-se algo bom, em que a criança irá ter cada vez
mais o desejo de aprender e descobrir o mundo da escrita.
O professor tem algo para acrescentar para seus alunos; ele é o parceiro no
processo de aprendizagem.
57
A Escrita no Processo de Alfabetização
UNIDADE
V
E como fazer para o professor realmente proporcionar situações de
aprendizagem significativas?
58
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Ambiente Alfabetizador
Para ampliar seus conhecimentos, consulte, sobre o ambiente alfabetizador
http://goo.gl/RiCm2A
59
A Escrita no Processo de Alfabetização
UNIDADE
V
Referências
BARBOSA, J. J. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 1994.
60
VI
A Alfabetização e Jovens e Adultos
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
A Alfabetização e Jovens e Adultos
UNIDADE
VI
Contextualização
Para começarmos a Unidade, que tal refletirmos um pouco?
62
A alfabetização e jovens e adultos
Nesta Unidade, abordaremos “A Alfabetização de Jovens e Adultos”. Pontos
que iremos discutir: qual o perfil dos alunos da Educação de Jovens e Adultos
(EJA); qual a importância desses jovens e adultos que retornam aos estudos, quem
foi Paulo Freire e como é o seu método.
Já nos anos 1970, a Educação de Jovens e Adultos foi instaurada como Ensino
Supletivo e assim passou a fazer parte da Legislação brasileira.
Para você ter melhor visão do panorama da EJA com outros detalhes, observe a linha do
tempo que pode ser visualizada no link: http://goo.gl/SMcpyK
Essas discussões são importantes até hoje, porque ainda há dúvidas em relação
à Educação de Jovens e Adultos.
63
A Alfabetização e Jovens e Adultos
UNIDADE
VI
Pensando nesses jovens e adultos, como definimos o perfil do aluno da EJA?
A grande parte dos alunos da EJA são homens e mulheres trabalhadoras, pobres,
desempregados, moradores de periferias, normalmente pessoas com condições
sociais e culturais precárias em relação a outras pessoas da Sociedade.
Mas muitas delas decidem mudar, como Solange Gomes da Fonseca comenta
em seu artigo:
Ao escolherem o caminho da escola, esses alunos optam por uma vida
propicia para promover o seu desenvolvimento pessoal e levantar sua
autoestima, mesmo dentro da vida cotidiana na sua vivência social, familiar
e profissional. Suas visões de mundo estão mais relacionadas ao “ver” e ao
“fazer”, uma visão de mundo apoiada numa adesão espontânea e imediata
às coisas. Essa atitude de “maravilhamento” com o conhecimento é
extremamente positiva e precisa ser cultivada e valorizada pelo professor,
porque representa a “porta” de entrada para exercitar o raciocínio lógico,
a reflexão, a análise, a abstração e, assim construir outro tipo de saber: o
conhecimento científico.
Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2124388
Algo interessante é que seu pensamento pedagógico era de cunho político. Isto
é, seus pensamentos em relação à Educação foram inovadores para a época, por
isso continuaram por tanto tempo e até hoje, em nossos dias, aprendemos com
suas experiências, sua maneira de alfabetizar e com suas ideias, que encontramos
em um vasto repertório literário que ele deixou.
Vamos conhecer um pouco mais sobre Paulo Freire, com a breve biografia a
seguir.
64
Paulo Freire nasceu em 1921, em Recife, numa família de classe média. Com o
agravamento da crise econômica mundial, iniciada em 1929, e a morte de seu
pai, quando tinha 13 anos, Freire passou a enfrentar dificuldades econômicas.
Formou-se em Direito, mas não seguiu carreira, encaminhando a vida profissional
para o Magistério. Suas ideias pedagógicas se formaram da observação da cultura
dos alunos – em particular o uso da linguagem – e do papel elitista da Escola.
Em 1963, em Angicos (RN), chefiou um programa que alfabetizou 300 pessoas
em um mês. No ano seguinte, o golpe militar o surpreendeu em Brasília, onde
coordenava o Plano Nacional de Alfabetização, do presidente João Goulart. Freire
passou 70 dias na prisão antes de se exilar. Em 1968, no Chile, escreveu seu livro
mais conhecido, Pedagogia do Oprimido. Também deu aulas nos Estados Unidos e
na Suíça e organizou planos de alfabetização em países africanos. Com a anistia, em
1979, voltou ao Brasil, integrando-se à vida universitária. Filiou-se ao Partido dos
Trabalhadores e, entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação de São
Paulo. Freire foi casado duas vezes e teve cinco filhos. Foi nomeado doutor honoris
causa de 28 universidades em vários países e teve obras traduzidas em mais de 20
idiomas. Morreu em 1997, de enfarte.
Fonte: http://goo.gl/tnX2oC
Com o pouco que pudemos conhecer de Paulo Freire, sabemos que sua proposta
de ensino consiste na alfabetização de adultos. O educador foi um inovador na época
em que viveu e algo importante em seu ponto de vista é que ele não acreditava no
método tradicional que se aplicava nas escolas: o uso das cartilhas para a didática
no ensino da leitura e da escrita.
O método que Paulo Freire propunha é exatamente utilizar palavras que fazem
parte do vocabulário dos alunos, as chamadas Palavras Geradoras. Elas precisam
ter um significado, um sentido na vida dos educandos, ou seja, o aluno faz uso delas
no meio em que vive.
Outro ponto importante que Freire abordava em seu método era a valorização
da cultura do aluno. É o que ele chamou de Temas Geradores, em que o educador
e o educando trocam experiências, aprendem juntos com o conhecimento um do
outro. Isso faz com que as aulas sejam mais dinâmicas, envolventes e despertam o
interesse dos alunos.
Vejamos!
65
A Alfabetização e Jovens e Adultos
UNIDADE
VI
As etapas do método são:
A seleção das palavras precisa ser em conjunto, mas cabe ao professor fazer
uma seleção gradual, em que os fonemas possam ser trabalhados, e fazer o aluno
perceber a relação das letras e sílabas com o som que é transmitido; fazer com que
o educando registre as palavras que vai aprendendo e desafiá-lo a construir novas
palavras e levar o aluno a compará-las com as que ele já conhece, observando as
semelhanças e as diferenças entre elas.
66
2ª Fase: escolha das palavras selecionadas do universo vocabular
pesquisado. Como já afirmamos anteriormente, esta escolha deverá ser feita sob
os critérios: a) da riqueza fonética; b) das dificuldades; c) do teor pragmático da
palavra, ou seja, na pluralidade de engajamento da palavra numa dada realidade
social, cultural, política etc...
3ª Fase: criação de situações existenciais típicas do grupo com quem se vai
trabalhar. São situações desafiadoras, codificadas e carregadas de elementos que
serão descodificados pelo grupo com a mediação do educador. São situações locais
que discutidas abrem perspectivas para análise de problemas regionais e nacionais.
4ª Fase: elaboração de fichas-roteiro que auxiliem os coordenadores de
debate no seu trabalho. São fichas que deverão servir como subsídios, mas sem
uma prescrição rígida a seguir.
5ª Fase: elaboração de fichas com a decomposição das famílias fonéticas
correspondentes aos vocábulos geradores. Esse material poderá ser confeccionado
na forma de slides, stripp-filmes (fotogramas) ou cartazes.
A proposta de metodologia abordada por Paulo Freire para os Jovens e Adultos
foi inovadora; além de não seguir um método mecânico, ele utilizou outros tipos
de linguagens, mais especificamente, as linguagens multimídia, com gravuras e
materiais audiovisuais, que colaboram no desenvolvimento da aprendizagem.
Paulo Freire não concordava em chamar seus ensinamentos de método. Dizia
o seguinte:
Eu preferia dizer que não tenho método. O que eu tinha, quando muito
jovem, há 30 anos ou 40 anos, não importa o tempo, era a curiosidade de
um lado e o compromisso político do outro, em face dos renegados, dos
negados, dos proibidos de ler a palavra, relendo o mundo. O que eu tentei
fazer e continuo hoje, foi ter uma compreensão que eu chamaria de crítica
ou de dialética da prática educativa, dentro do qual, necessariamente, há
certa metodologia, certo método, que eu prefiro dizer que é método de
conhecer e não um método de ensinar.
Apesar de Paulo Freire não gostar de utilizar a expressão “Método Paulo Freire”,
ela passou a ser utilizada e a ser uma referência na prática educativa e a expressão
acabou se fixando nos discursos de professores e estudiosos da área e, na realidade,
passou a ser chamada de método por seguir etapas e fases, que dão a ideia de um
caminho a ser seguido.
O “Método Paulo Freire” contém três etapas ou momentos que são essenciais
para se construir o conhecimento sobre a realidade dos educandos e cinco fases em
que o professor consegue trabalhar com essa realidade em sala de aula.
67
A Alfabetização e Jovens e Adultos
UNIDADE
VI
Como o próprio Paulo Freire afirma, sua metodologia não é um método de ensino, mas sim
um método de conhecimento.
Portanto, Paulo Freire fez com que todos os profissionais da área da Educação pudessem
pensar na Alfabetização de Jovens e Adultos de forma diferenciada, pensar em uma alfabetização
libertadora, preocupada em conscientizar os educandos sobre sua realidade para que eles se tornem
autores de sua própria história.
E não podemos deixar de lembrar que o “Método Paulo Freire” continua até os nossos dias e está
sempre evoluindo entre os que trabalham com as ideias do educador.
É importante enfatizar, também, que é preciso recriar constantemente a prática educativa, ou
seja, recriar o método, pois cada grupo de alunos irá trazer novas ideias, experiências, vivências
e, consequentemente, novos conhecimentos.
68
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Instituto Paulo Freire
https://www.paulofreire.org/
69
A Alfabetização e Jovens e Adultos
UNIDADE
VI
Referências
BIOGRAFIA. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-
pedagogica/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml?page=3>. Acesso em:
28 mar.2013.
FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2001, p. 16.
70
Os cursos da Cruzeiro do Sul Virtual promovem formação de alta qualidade
para o estudante que aspira a uma carreira de sucesso. Na modalidade
Semipresencial, com a inclusão de aulas presenciais, todos aqueles que
buscam pela Graduação têm flexibilidade e autonomia de horário, sem abdicar
da convivência universitária.
www.cruzeirodosulvirtual.com.br