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INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

Licenciatura em Engenharia Civil

BETÃO ESTRUTURAL I

CAPÍTULO 7 — Pilares
Texto de apoio

Luciano Jacinto
Índice
1  Introdução .............................................................................................................. 3 
2  Conceitos fundamentais relacionados com encurvadura de colunas ........................ 4 
3  Dimensionamento de pilares isolados ...................................................................... 9 
3.1  Imperfeições a considerar ............................................................................... 10 
3.2  Condições de dispensa da consideração dos efeitos de 2.ª ordem.................... 12 
3.3  Método geral de dimensionamento ................................................................. 13 
3.4  Método da rigidez nominal ............................................................................. 15 
3.5  Método da curvatura nominal ........................................................................ 19 
4  Dimensionamento de pilares inseridos em pórticos ............................................... 26 
4.1  Imperfeições a considerar em edifícios ............................................................ 26 
4.2  Condições de dispensa da consideração dos efeitos globais de 2.ª ordem ........ 26 
4.3  Estruturas contraventadas versus estruturas não contraventadas .................. 27 
4.4  Método das forças fictícias horizontais ........................................................... 29 
5  Disposições construtivas relevantes do EC2 .......................................................... 31 
5.1  Armaduras longitudinais ................................................................................ 31 
5.2  Armaduras transversais.................................................................................. 32 
Problemas de revisão ................................................................................................. 33 
Anexos ....................................................................................................................... 37 
Resolução do problema proposto na secção 1........................................................ 37 
Bases dos métodos simplificados do EC2 .............................................................. 37 

Primeira edição: Novembro de 2012


Última revisão: Dezembro de 2013

2
1 Inttroduçã
ão
Consideere-se o pillar representado na F
Figura. Qu
uanto vale o momentoo na base?

A resposta coorrecta nãoo é M =P


Pe0 , porqu
ue se está a ignorar a deforma
ação do
pilar. A resposta correcta é::
M = Pe
N0 + Pe
Ne2 .
M0 M2
momento M 0 é cham
O m mado momeento de 1.ª ordem e o momentto M 2 é chamado
momen nto de 2.ª ordem.
o Na Figura aciima ilustra
a-se o andamento desttes momenntos.
Veriifica-se qu
ue a imp portância dos mom mentos de segunda ordem depende d
essenciaalmente de:d (1) magnitudee do esfforço axia al de coompressão e (2)
deformabilidade lateral
l do pilar.
p
Connvém preciisar os connceitos de momentoss de 1.º e 2.ª ordem m. Genericamente,
esforçoss de 1.ª ordem
o são os esforçoos que se obtêm co onsiderandoo as equaações de
equilíbrrio na possição indeeformada d da estrutuura (como se ela foosse infinittamente
rígida).. Esforçoss de 2.ª ordem sãão os acréscimos de d esforçoss que se obtém
consideerando as equaçõess de equ uilíbrio na a posição deformadda da esttrutura.
Designaando por M o mom mento que se obtém estabeleceendo o equuilíbrio na posição
deformada e por M 0 o momento quee se obtém m na posiçãão indeform
mada, o momento
m
de seguunda ordemm é assim, por definiçção, dado por:
p
M2 = M − M 0 ;

Com mo exercíciio, desenhee qualitativvamente os diagrama as dos mom mentos M 0 e M 2


nos segguintes pilaares. A reso
olução destte exercício
o encontra--se em aneexo.

3
N N N
1) M 2) 3)
F

N N N N
4) 5) 6) 7)
F

Os deslocamentos horizontais das extremidades dos pilares 4, 5 e 6 encontram-se


impedidos. Diz-se então que se trata de pilares contraventados (ou pilares de nós
fixos). Já a extremidade superior dos restantes pilares pode sofrer deslocamentos
horizontais. Diz-se que se trata de pilares não contraventados (ou de nós móveis).
Verifica-se que nos pilares não contraventados (pilar de nós móveis), os momentos
de 2.º ordem são máximos nas extremidades. Nos pilares contraventados (pilares de
nós fixos) os momentos de 2.º ordem são nulos nas extremidades. Verifica-se também
que nos pilares não contraventados os momentos totais máximos ocorrem sempre nas
extremidades, mas nos pilares contraventados o momento total máximo pode ocorrer
numa secção intermédia.
Verifica-se ainda que o esforço axial e o esforço transverso são menos afectados
pelos efeitos de 2.ª ordem que os momentos flectores.

2 Conceitos fundamentais relacionados com encurvadura de


colunas
Recorda-se de seguida alguns conceitos relacionados com encurvadura de colunas.
Considere-se uma coluna bi-articulada, perfeitamente rectilínea, e sujeita a uma carga
P perfeitamente centrada. Se aumentarmos a carga a partir do 0, verifica-se que há
uma altura em que a mínima perturbação da coluna desencadeia uma deformação
lateral repentina e significativa. Diz-se que a coluna entrou em equilíbrio instável, ou
que atingiu o estado limite de encurvadura. A carga correspondente à bifurcação do
equilíbrio designa-se por carga crítica de Euler, e é, como sabemos, dada por:
π2EI
Pcr = .
l2

4
Obsserve-se qu nte em P = Pcr é ho
ue a tangen orizontal, o que signiifica que, uma
u vez
atingida a cargga crítica, as deforrmações tornam-se
t descontrooladas (eq quilíbrio
instáveel).
Suponha-se agora
a que a colunaa possui um defeitto, caracteerizado po or uma
excentrricidade e0 no ponto de aplicaçção da carg ga P (situa
ação (b) daa figura annterior).
Constaata-se que asa deformaações come çam logo a aumentarr desde o iinício da ap plicação
da cargga. Verificca-se tamb bém que as deform mações aum mentam m muito rapid damente
(como se a rigideez baixasse) quando a carga se s aproxim ma da cargga crítica. Quanto
mais próximo daa carga críítica estiveer o esforçço axial da a barra taanto maiorr são as
deformações laterrais e bem assim os e sforços de 2.ª ordem..
Note-se, no en ntanto, qu
ue, devido à imperfeeição, a coluna (b) nnão está su ujeita à
ocorrênncia de fenómenos dee instabiliddade (possiibilidade dee ocorrênciia de deforrmações
repentinas, sem aviso),
a ue é benéfiico. Por issso é que o EC2 (Cl. 55.8.1) referre que a
o qu
encurva adura pura a não é um estado limite releevante em estruturass reais, deevido às
imperfeeições e à existência de carg as transveersais. Porr este mottivo a dessignação
«Verifiicação da segurança em relaçção ao EL L último de d encurvaadura», co omo era
utilizad
da no REB BAP (1983 3) não é mmuito correecta. É ma ais apropriaada a desiignação:
«Verifiicação da segurança a ao EL ú último de flexão composta coom efeitos de 2.ª
ordem» ».
ue o conceiito de cargga crítica Pcr é um conceito
Enfaatiza-se qu c asssociado a colunas
sem im mperfeições — um conceito te órico, porttanto. No entanto, de acordo com o
expostoo acima, é um conceiito útil ten ndo em con nta que a proximidadde entre o esforço
axial dda barra e a carga a crítica cconstitui uma
u boa medida daa magnitu ude dos
momen ntos de 2.ª ordem.
No ttexto que segue representaremoos a carga crítica porr N B (B dde bucklingg), que é
a notaçção empreegue no EC C2. Para u uma colun na genéricaa, a carga N B é da ada pela
expresssão:

π2EI
NB = ,
l02

onde l 0 é chamado de com mprimento de encurvadura. Porr definição , comprimmento de


encurvaadura de uma
u colunaa (perfeitaa) é o comp
primento de
d uma colluna bi-artticulada
com idêêntica cargga crítica. Pode-se
P deemonstrar que
q o comp primento dde encurva
adura de
uma cooluna (perfeita) coin ncide com a distânciia entre poontos de mmomento nulo
n no
modo ffundamentaal de encurrvadura.

5
Mostra-se na Figura seguinte os comprimentos de encurvadura de colunas com
condições fronteira ideais (deslocamentos perfeitamente livres ou perfeitamente
restringidos):

Para além dos casos acima, o EC2 contém ainda disposições para o cálculo do
comprimento de encurvadura de pilares com apoios elásticos na extremidade (pilares
inseridos em pórticos) (Cl. 5.8.3.2, p77).

l / 2 < l0 < l l0 > 2l


(Pilar contraventado) (Pilar não contraventado)
Para estes pilares, o EC2 propõe as seguintes expressões:
1) Pilares contraventados:
⎛ k1 ⎟⎟⎞⎛⎜⎜1 + k2 ⎟⎟⎞
l 0 = 0.5l ⎜⎜1 + ⎟
⎜⎝ 0.45 + k1 ⎟⎠⎝⎜ 0.45 + k2 ⎟⎟⎠

2) Pilares não contraventados:



⎪ k1 k2 ⎛ ⎫


⎪ ⎜ k1 ⎟⎞⎛⎜ k2 ⎟⎞⎪⎪
l0 = l × max ⎨ 1 + 10 ; ⎜1 + ⎟⎟⎜1 + ⎟⎟⎬ ,
⎪⎪ k1 + k2 ⎜⎝ 1 + k1 ⎟⎠⎝⎜ 1 + k2 ⎟⎠⎪⎪

⎩ ⎭⎪

6
de k1 e k2 são duas constante s relativass às extrem
ond midades 1 e 2 do pila
ar. Para
cada um nte k determ
ma das exttremidadess a constan mina-se pela expressãão:

θ EI (EI / l )pilar em causaa


k= = ; (veer Figura abaixo)
a
M l (M / θ)elemeentos concorrenntes nó

xtremidade rotulada: k = ∞ ;
Ex
xtremidade encastrada: k = 0 ;
Ex

Obsservação: A constantte k podee ser vista a como um ma flexibiliidade relattiva dos


elementtos que conncorrem noo nó em reelação à fleexibilidade pilar, ou, o que é o mesmo,
como a rigidez reelativa do pilar
p em reelação à rig
gidez dos elementos
e que concorrrem no
nó.

 Ex
xemplo. Determine-se o compriimento de encurvadu
ura do seguuinte pilar:

Resoolução:
Desiignando poor 1 a extremidade in
nferior e po
or 2 a extreemidade suuperior, tem
m-se:
k1 = ∞ ;
0.0006775 / 3
k2 = = 0.12
0 ;
3 × 0.0033125 / 5

⎛ k1 ⎞⎟⎛ k2 ⎞⎟ ⎛ 0.122 ⎞
l0 = 0.5l ⎜⎜⎜1 + ⎟⎟⎜⎜1 +
0.45 + k1 ⎟⎠⎜⎝ 0.45 + k2 ⎟⎟⎠
⎟ = 0.5
5l (1 + 1)⎜⎜⎜1 + 0.45 + 0.12 ⎟⎟⎟⎟ = 2.333 m 
⎝ ⎝ ⎠

Um conceito recorrente ligado aoo dimensio onamento ded colunass é o concceito de


esbeltezza. Para cada
c coluna
a definem--se duas esbeltezas
e em
e corresppondência com as

7
xão do pilaar. A esbelteza λ dee uma coluuna em reelação a
direcções principaais de flex
uma direcção é daada por:
l0
λ= ,
i
onde l0 é o com mprimento de encurvvadura pa ara o planno de flexãão em cau usa e i
representa o chammado raio de giraçãoo da secção
o transversal em relaç
ação à direccção em
causa, d
definido poor:

I
i= .
A
É fáácil verificaar que:
π 2EA
NB = ,
λ2
onde A represen nta a área a da secçãão transveersal da cooluna. Istoo significa
a que a
esbeltezza de um ma coluna (bem com mo o mód dulo de ellasticidade E e a área á A)
determinam a caarga críticca. Isto m mostra a immportânciaa do conceeito de essbelteza.
Podemoos afirmaar que a importâância doss efeitos de 2.ª ordem depende d
fundammentalmentte de duass grandezaas: (1) magnitude do o esforço aaxial actuaante no
pilar e (2) sua esb
belteza.
Deteermine-se o raio de giração
g de u
uma secçãoo rectangular a × b :

Ix ab 3 b2 b
ix = = = =
A 12ab 12 12
a
iy =
112
Deteermine-se agora
a a secção cirrcular de raaio r :
o raiio de giraç ão de uma

I πd 4 2r )4
(2 r2 r
i= = = = =
A 644πr 2 6 r2
64 4 2

 Ex xemplo. Considere-s
C e um pilaar com secção rectanngular a × b e condiições de
apoio iindicadas nan Figura.. Determin ne-se a relação entree a e b dde forma a que a
esbeltezza do pilarr seja idênttica nas du
uas direcçõees.

8
Resoolução:
Direecção longiitudinal (flexão em toorno dos yy
y )
l0y l
λy = = 12
iy a

Direecção transsversal (flexão em torrno dos xxx )


l 0x 2l
λx = = 12
ix b
Iguaalando as esbeltezas:
e
2l l
λx = λy ⇔ 12 = 12 ⇔ b = 2a 
b a

 Exxemplo. Determine-s
D se a esbeltteza de umma coluna para a quual o esforçço axial
maga o bettão ( N Rd ) coincide coom a carga
que esm a crítica dee Euler.
Resoolução:

π 2E
EA E
= fcd A ⇔ π 2E = λ 2 fcd ⇔ λ=π ;
λ2 fcd

Por exemplo para


p um beetão C25/330 tem-se λ = π 31 × 103 / 16.77 = 135 ;

É in
nteressantee que o RE EBAP no artigo 64..º especificcava que oos pilares em
e caso
algum poderiam tert esbeltezas superioores a 140.. A ideia era
e obrigar a adoptarr pilares
que esm
maguem an ntes de entrarem em equilíbrio instável, reeduzindo-sse assim o risco da
ncia de fenóómenos de instabilidaade. 
ocorrên

3 Diimensionamento de pila
ares iso
olados
Pilares isolados incluem
i oss que são efectivammente isolados e aquueles que, fazendo
parte d
da estruturra, poderão
o ser analissados em separado.
s É o caso dde pilares in
nseridos
em esstruturas com efeiitos globaais de 2.ª 2 ordem
m desprezááveis (esttruturas
contravventadas).

9
3.1 Im
mperfeiçõ
ões a con
nsiderar
As impperfeições a considera ar no dimennsionamentto dos pila ares pretenddem simular erros
construutivos inevvitáveis, coomo por eexemplo a ocorrência de desvvios em reelação à
verticallidade, ou,, no caso de
d aplicaçãão de carga as concentrradas no ttopo dos piilares, a
aplicaçãão excêntrrica dessas cargas. A incerteza originada pelo efeitoo das impeerfeições
não esttá contemp plada nos coeficientees de segurrança, peloo que esse efeito preecisa ser
explicittamente coonsiderado, já que afeecta os mommentos flecctores de pprimeira orrdem.
Paraa elementoos isolados, o efeito ddas imperfeeições podeerá ser moodelado com mo uma
excentrricidade ei ou como uma forçaa transversa al H i aplicada na poosição que produz
o momeento máxim mo, conforme se indicca a seguirr (Cl. 5.2):

a)) Pilar nãoo contraven


ntado b) pilar contraventtado

l0 l0
ei = θi H i = θi N ei = θi H i = 2 θi N
2 2
A grrandeza θi é determiinada a paartir das ex
xpressões:
1
θi = αh αm ;
200

αh = 2 / l ; 2 / 3 ≤ αh ≤ 1 ;

αm = 1 , para pilares isollados.

OObservaçãoo: No caso do pilar em m consola, a grandezza θi pode


ser inteerpretada como
c uma inclinaçãoo do pilar (desvio
( em
m relação à
verticallidade). Effectivamente, para umm pilar emm consola com altura
l e incllinação θ , a excentrricidade naa extremidade superior é igual
ei = θil = θil 0 / 2 . 

de ei , o
No caso de see optar porr representtar as impeerfeições por uma exxcentricidad
momen
nto devido às imperfeições (a addicionar ao
os restantess momentoos) é dado por:

10
M i = Nei ,

indepen
ndentemennte do tipo de pilar (ccontraventado ou não
o contravenntado).
Paraa se obterr o momennto de priimeira ord dem total, é necessárrio adicion
nar este
momen nto ao moomento deevido às cargas (q que podemmos represeentar por M 0f ).
Podemoos então esscrever:
M 0 = M 0f + M i

 Exxemplo. Determine
D os momen ntos de prrimeira ord
dem, incluuindo o efeeito das
imperfeeições, nos pilares dass seguintess estruturas:
a) b)

Resoolução:
Começa-se por detterminar as
reeacções nos apoios. A Figura ao
laado mostraa os valoress obtidos.

a) D
De acordo com as rea acções calc uladas, o esforço
e no pilar é N = 67.5 KN
N.
αh = 2 / 5 = 0.894 ; αm = 1 ;
θi = (1 / 2000) × 0.894 = 0.00447;;
ei = θi (l 0 / 2) = 0.00447 × 5 / 2 = 0.011 m ;
M 0 = Nei = 67.5 × 0.011 = 0.755 KNm ;

b) D
De acordo com as reacções
r ccalculadas, o esforço no
pilar é N = 67.5 KN .
p
αh = 2 / 5 = 0.894 ; αm = 1 ;
θi = (1 / 2000) × 0.894 = 0.00447;;
ei = θi (l0 / 2) = 0.00447 × 2 × 5 / 2 = 0.022
2 m;
M 0 = 250 + Nei = 25 50 + 67.5 × 0.022 = 25 51.5 KNm ;

11


3.2 C
Condições
s de dispensa da c
considera
ação dos
s efeitos d
de 2.ª ord
dem
Para pilares isolaados, os efeeitos de 2..ª ordem poderão
p serr desprezaddos nos ca
asos que
verifiqu
uem a cond dição:
λ ≤ λlim ,

em quee λ é a esb
belteza do pilar
p nsiderada e λlim a esbbelteza dad
na dirrecção con da por:
A ⋅ B ⋅C
λlim = 20 ;
n
Relaativamentee ao cálculo dos factoores A, B e C, transscreve-se dde seguida o que é
especifiicado no EC2.

Avverificação da dispenssa dos efeittos de 2.ª ordem dev verá ser efeectuada pa
ara cada
uma daas direcçõees principa
ais de flexãão do pilar. Pode aco ontecer quee os efeitos de 2.ª
ordem possam serr desprezad dos numa d direcção e na outra não.
n
Relaativamentee ao coeficciente ϕef , chamado coeficientee de fluênncia efectivvo, pode
ser quaantificado de
d acordo com
c a exprressão (verr Cl. 5.8.4 (2), p79):
M 0Eqp
ϕef = ϕ(∞, t0 ) ,
M 0Ed
onde ϕ(∞, t0 ) é o valor final
f do cooeficiente de
d fluênciaa, M 0Eqp é o momeento de
primeirra ordem para
p a combinação quuase perma anente de acções
a e M 0Ed é o momento
m
de prim
meira ordem
m para a coombinaçãoo de acçõess de estado limite últiimo.

 Exxemplo. Determine-s
D se a esbelteeza limite (esbelteza que permiite a dispeensa dos
efeitos de 2.ª ordeem) de um m n = 0.20 e adoptan
m pilar com ndo para A , B e C os valores
por deffeito indicaados no EC
C2.
Resoolução:

12
0.7 × 1.1 × 0.7
λlim = 20 = 24 ;
0.2
 Exemplo. Considere-se um pilar com secção rectangular b × h e comprimento de
encurvadura l 0 . Admita-se que o esforço axial no pilar é igual a N Ed . Determine-se a
altura da secção h que permite dispensar a consideração dos efeitos de 2.ª ordem.
Resolução:

l0 20A ⋅ B ⋅ C N Ed 20A ⋅ B ⋅ C ⋅ h
λ ≤ λlim ⇔ ≤ ⇔ l0 ≤ ⇔
h / 12 N Ed b h fcd 12
b h fcd

12N Ed l0 12N Ed
⇔ 20A ⋅ B ⋅ C ⋅ h ≥ l0 ⇔ hh 1/2 ≥ ⇔
b h fcd 20A ⋅ B ⋅ C b fcd

⎛ ⎞⎟2/3
⎜ l0 N Ed ⎟⎟ ;
⇔ h ≥ ⎜⎜ ⎟⎟
⎜⎜ 5.774 ⋅ A ⋅ B ⋅ C b fcd ⎟⎠

Adoptando para A, B e C os valores por defeito indicados no EC2, tem-se

⎛ ⎞⎟2/3 ⎛2 ⎞1/3
⎜l N Ed ⎜⎜l0 N Ed ⎟⎟
h ≥ ⎜⎜ 0 ⎟⎟ ⇔ h ≥⎜ ⎟ 
⎜⎜ 3 b fcd ⎟⎟⎟ ⎜⎜ 9 b fcd ⎟⎟
⎝ ⎠
⎝ ⎠
No caso de se poder dispensar a consideração dos efeitos de 2.ª ordem, deve-se ter
em atenção a Cl. 6.1 (4) do EC2, que diz: «Para secções com armaduras simétricas
sujeitas a um esforço de compressão, é necessário considerar uma excentricidade
mínima e0 = h/30, mas não inferior a 20 mm, em que h é a altura da secção». Ou
seja, no caso de se poder dispensar os efeitos de 2.ª ordem, a excentricidade mínima a
considerar é dada por:
emin = max{ei = θi l 0 / 2; h / 30; 0.02} .

3.3 Método geral de dimensionamento


O método geral previsto na Cl. 5.8.6 (p80) consiste em efectuar uma análise não
linear, física e geométrica, do pilar. A não linearidade geométrica corresponde ao
estabelecimento das equações de equilíbrio na posição deformada da estrutura (teoria
de 2.ª ordem). A não linearidade física corresponde à consideração de relações
constitutivas (diagramas σ − ε ) não lineares para o betão e aço, como as que se
utilizam na verificação da segurança ao EL último de flexão. No caso do betão isso
inclui a consideração da fraca resistência à tração, que se traduz no aparecimento de
fissuras (muito antes do pilar atingir a sua capacidade resistente) e consequentemente
num aumento das deformações e bem assim efeitos de 2.ª ordem.
A aplicação do método geral exige normalmente o uso de aplicações informáticas
desenvolvidas especificamente para o efeito (Brito et al., 1998, in JPEE98). O pilar é
dividido numa série de nós, podendo admitir-se que a curvatura varia linearmente

13
entre ddois nós coonsecutivoss. Quanto m mais próxiimos estiveerem os nóós mais correcta é
esta hiipótese. Oss deslocam mentos doss diferentees nós em que o pillar foi div vidido é
calculaddo recorreendo à in ntegração dos diag gramas momentos–ccurvatura obtidos
directammente daas relações constitu utivas dos materia ais. Destaa forma as não
linearid
dades físicaas são tidass devidameente em co onta.
Note-se que todos os fa actores quee afectam a deformabilidade doo pilar dev vem ser
tidos ddevidamentte em contta. Para aalém dos aspectos
a reeferidos accima, relaccionados
com o comportam mento não linear dos materiais, refere-se a fluência do betão, que faz
aumenttar as defoormações e consequen ntemente oso efeitos de d 2.ª ordeem. É precciso não
esqueceer também a modelaçção das im perfeições do pilar.
Em relação à verificaçã ão da segu urança propriamente dita, o pproblema pode p ser
formulaado de várrias maneirras. Por exxemplo, co onsidere-se o pilar inndicado na a Figura
junta, sujeito a duas
d acçõees, uma peermanente,, 1.35G , e uma variiável, 1.5Q Q . Uma
vez quee a deformmabilidade do pilar d depende da a quantidad de de armaadura existente, é
necessáário começar por arb bitrar umaa certa qu uantidade de d armaduura. Por exemplo,
pode-see iniciar o processo de
d verificaçção da segu urança considerando uma perceentagem
de arm madura de ρ = 0.01 . Ou entãão pode-see determin nar a arm madura neecessária
consideerando apeenas os esforços
e dee 1.ª ordem. O prroblema dda verifica ação da
segurannça do pillar pode ser s formullado em termost de acções. R Recorrendo o a um
programma de com mputador o problem ma consistee em soliciitar o pilaar com um ma força
F = α ((1.5Q ) successivamen nte maior ( α = 0.1, 0.2, 0.3,... ). O problem ma consistte então
em encontrar o faactor α qu ue provoca o colapso do pilar, αcol . O colaapso do pillar pode
dar-se quer por esgotament
e to da resisstência, qu
uer por oco orrência dee instabilid
dade. A
segurannça encon ntra-se sattisfeita (issto é, a armadura a inicialmeente arbittrada é
suficien
nte) quando:
Q ≤ Fmax
1.5Q ⇔ 1.5Q ≤ αcol 1.5Q ⇔ αcol
c ≥1

Em termos de d implemeentação coomputacion nal pode sers mais ssimples impor um


deslocaamento (em m vez de uma
u força) no topo do d pilar e aumentar progressiv vamente
esse deeslocamento. Para ca ada desloc amento im mposto determina-se a distribu uição de
esforçoss instaladoos no pilar, e em parrticular a força
f horizzontal no ttopo. A pa
artir dos
diferenttes pares (deslocame
( nto, força)) constrói-sse o diagra
ama força-ddeslocamennto, que
é obviaamente um m diagrama a não line ar, a partir do quall se estimaa a máxim ma força
horizonntal que o pilar
p suporrta.
Note-se que é necessário o repetir a análise peelo menos duasd vezess: uma em que em
que as cargas permanente
p es verticaiss G não são majorradas e ouutra em que q são

14
afectad
das de um coeficiente de segurrança de 1.35.
1 À pa
artida não se sabe qual
q das
duas sittuações é a pior.
Om mesmo prob blema pode ser form
mulado para
a um pórtiico, como sse esquema
atiza na
Figura seguinte:

Desccrevem-se de seguidda os doiss métodos simplificaados previsstos no EC2


E que
permiteem estimaar esforços totais (1 .ª + 2.ª ordem) emm pilares. Ao aplica ar esses
métodoos é necesssário usarr de disceernimento, pois podeerão condduzir a ressultados
extremamente grravosos e irrealistas
i no caso de
d pilares muito esbbeltos, com
mo pode
sucederr em pilares de pontes. Nestess casos é necessário aplicar o método geral
g de
dimensionamentoo.

3.4 M
Método da
a rigidez nominal
n
De acorrdo com o método da a rigidez noominal, deescrito na Cl.
C 5.8.7, pp81, o mommento de
dimensionamentoo M Ed (a usar na veerificação da seguran nça ao ELL último dee flexão
compossta e que in
nclui aprop
priadamentte os efeitoos de 2.º orrdem) é daado por:
⎛ β ⎞⎟
M Edd = M 0Ed ⎜⎜1 + ⎟, (1)
⎜⎝ N B / N Ed − 1⎟⎟⎠

onde:
– M 0Ed repreesenta o momento
m dee 1.ª ordem
m, incluindo
o o efeito ddas imperfeeições.
– β é um coeficiente
c que depennde da disstribuição dos momeentos de 1.ª e 2.ª
oordem, a ex
xplicar ma
ais à frente.
– N Ed é o vaalor do esfoorço axial d
de cálculo.
– N B é a carrga crítica de Euler ( Bucking looad), dada por:
π2EII
NB = ,
l02
ccalculada para
p uma rigidez E EI devidam mente redu
uzida paraa ter em conta a
iinfluência do compo ortamento não linear dos materiais,
m dda fluência e da
ffendilhaçãoo.
Paraa elementoos isolados de secçãão transveersal consttante e soolicitados por
p um
esforço normal coonstante, poderá
p adm
mitir-se qu
ue o momeento de 2.ºº ordem teem uma
distribuuição sinussoidal. Nessse caso,

15
β = π 2 / c0 ,

onde c0 é um cooeficiente queq depend de da distribuição dos momenntos de 1.ª ordem,


podenddo considerrar-se: (1) c0 = 8 parra um mommento constante, (2) c0 = 9.6 para
p um
momen nto com variação
v paarabólica, (3) c0 = 12
1 para umau distriibuição triiangular
simétricca.

Obsservação: Note-se
N quee a consideeração de c0 = 8 é um
ma hipótesse conserva
ativa.
O EEC2 (Cl. 5.8.7.3(4),
5 ue β = 1 constitui nnormalmen
p83) referee ainda qu nte uma
hipótesse razoável, assumind
do a Eq. (1 ) a seguintte forma mais
m simplees:
M 0Ed
M Edd = .
1 − N EEd / N B
A riigidez nom
minal EI a usar no coontexto do o método acabado
a dee descreverr poderá
ser estimada usanndo as exprressões da Cl. 5.8.7.2
2, p81, que se reproduuzem de seeguida.

16
A inércia daas armaduras, I s , é dada por: I s = ∑ (I i + Ai di2 ) , eme que
I i = π φ / 64 é a inercia
4 a do varãoo i (diâm metro φ ) e Ai é a respectiv
va área.
ável face a Ai di2 , pod
Normallmente I i é desprezá dendo então
o escrever- se:

I s = ∑ Ai di2

NNota: Antess de se aprresentar umm exemploo, convém chamar a atenção qu ue, para
efeitos de cálculo do momen nto M Ed , d
deve-se esccolher evid
dentementee a secção do pilar
onde o momentoo é máxim mo. Neste respeito é importan nte distingguir entre pilares
contrav ventados e pilares não coontraventad dos. Quan ndo os pilares sã ão não
contrav ventados, tanto o momento
m d
de 1.ª ord
dem como o momennto de 2.ªª ordem
apresenntam valorres máximo os nas extrremidades, pelo que o momentto de cálcu ulo M Ed
refere-sse sempre a uma das extreemidades do d pilar. Designadoo por 1 e 2 as
extremidades do pilar
p ue M 01 < M 02 , tem
tal qu m-se pois:
M Edd = M 02 + M 2 .

Já nno caso dee pilares coontraventaados, o moomento má áximo totaal (primeira + 2.ª
ordem) não ocoorre em geral g num
ma das ex xtremidadees, mas siim numa secção
interméédia, comoo ilustrado na Figura seguinte:

17
Om momento de d dimensio onamento M Ed pode neste caso
o ser deterrminado av
valiando
o mommento de 1.ª 1 ordem M 0 a paartir do seguinte
s alor — chhamado momento
va m
equivallente (Cl. 5.8.8.2(2),
5 p84):
p
M 0e = 0.6 M 022 + 0.4 M 01 ≥ 0.4 M 02 ;

onde oss momentoos M 01 e M 02 deverrão intervirr com o veerdadeiro ssinal. O momento


m
de dimeensionamento será asssim dado por:
M Edd = M 0e + M 2
O mom mento M 0e pode ser visto
v comoo um momeento constante equivvalente. Assim, em
harmon nia com o que se disse aciima relatiivamente ao coeficiiente c0 , deve-se
consideerar no preesente caso c0 = 8 . 

 Exxemplo. Recorrendo
R ao métod do da rigiidez nominal, estim me o momeento de
dimensionamentoo M Ed na baseb do segguinte pilar, considerrando apennas as impeerfeições
e efeitoos de 2.ª ordem
o no plano
p da eestrutura. Despreze o pp do ppilar e conssidere a
situaçãão com o esforço
e axiial majoraddo. Admitta ainda queq a flexãão no plan no yz se
encontrra impedid da (por exemplo devid do à existêência de pa
aredes nessaa direcção)).

Resoolução:
Um vez que a flexão no plano yzz se encon ntra impedida, é neccessário con
nsiderar
flexão apenas no plano xz. Por conseeguinte, é necessárioo determinnar apenas M Ed ,y ,
que, dee acordo coom o métod
do da rigid
dez nomina
al, é dado por:
p
⎛ β ⎞⎟
M Edd ,y = M 0Ed ,y ⎜⎜⎜1 + ⎟.
⎝ N B / N Ed − 1⎟⎟⎠

18
No que segue irá omitir-se o índice y por razões de simplicidade.
Começa-se por determinar o efeito das imperfeições:
1 2
θi = × × 1.00 = 0.005 ;
200 4
l0 2×4
ei = θi = 0.005 = 0.02 m ;
2 2
O esforço axial de calculo é igual a:
N Ed = 1.35 × 1000 = 1350 KN

O Momento de 1.ª ordem é então:


M 0Ed = M 0(1.35G +1.5Q ) + N Edei = 1.5 × 100 × 4 + 1350 × 0.02 = 627 KNm ;

Relativamente ao factor β , e uma vez que a distribuição do momento de 1.º


ordem é triangular, mas não simétrica, toma-se β = 1 .
Coeficiente de fluência efectivo:
M 0Eqp 0.20 × 100 × 4 + 1000 × 0.02
ϕef = ϕ(∞, t0 ) = 2.5 × = 0.40 ;
M 0Ed 627
Assumindo que ρ ≥ 0.01 , tem-se:
Ks = 0 ;

0.3
Kc = = 0.25 ;
1 + 0.5 × 0.40
Desta forma:
31 × 106 0.3 × 0.63
EI = Kc Ecd I c + Ks Es I s = 0.25 × × = 34 875 KNm2
1.2 12
π2EI π2 × 34875
NB = = = 5378 KN ;
l 02 (2 × 4)2
⎛ β ⎞⎟ ⎛ 1 ⎟⎟⎞ =
M Ed = M 0Ed ⎜⎜1 + ⎟⎟ = 627 × ⎜⎜1 +
⎜⎝ N B / N Ed − 1⎟⎠ ⎜⎝ 5378 / 1350 − 1⎟⎟⎠

= 627 × (1 + 0.335) = 837 KNm 

3.5 Método da curvatura nominal


De acordo com o método da curvatura nominal (Cl. 5.8.8, p83), o momento de
dimensionamento é dado por:
M Ed = M 0Ed + M 2 ,

em que o momento de 2.ª ordem é igual a:


M 2 = N Ed e2 ;

19
A ex
xcentricidaade de 2.ªo
ordem é esttimada pela expressão
o:
1 l 02
e2 = ,
r c
onde 1 / r é a curvatura
c do pilar, devidamen nte amplificada paraa ter em conta a
presençça de fissuuração e o efeito d da fluênciaa, e c um coeficientte dependeente da
distribuuição de curvaturas
c , podendoo-se considderar nas situações correntes c = 10
(secçãoo transversal constante). Se o mmomento ded primeiraa ordem foor constantte deve-
se adop ptar um valor
v inferior a 10, mas superrior a 8 (8 é um liimite inferrior que
correspponde a um
m momento o total consstante).
A ccurvatura 1 / r é calculada dee acordo com c a Cl. 5.8.8.3 quue se repro
oduz de
seguidaa:

20
Obsservação: O factor K r destinaa-se a terr em contta o factoo de em algumas
a
situações a armad dura não atingir
a a ccedência, co
onduzindo a uma cuurvatura in
nferior à
curvatuura base 1 / r0 (daí ser
s um facttor que nã ão deve ser tomado ccom valor superior
s
a 1.00).

NNota: Relativamente ao
a raio de giração da
a secção total das arm
maduras, podemos
p
escreveer:

is =
I
=
∑ (I i + Adi i2 )
A ∑ Ai

onde Ai é a áreaa do varão o i e di a sua distânncia ao cen ntro da seccção. Em geral


g as
inérciass I i são muito
m pequuenas, pod dendo despprezar-se. No caso ddas armaduras da
secção serem todaas idênticas, a expresssão acima simplifica--se, vindo:

is =
∑ di2 ,
n
ondee n é o núm arões. 
mero de va

Commo se dissee anteriorm momento de cálculo M Ed é a ssoma do momento


mente, o m m
de 1.ª oordem com
m o momento de 2.ª oordem, vind
do:
M Edd = M 0Ed + M 2 ,

momen nto este que,


q conjunntamente com o essforço axiaal, servirá para verrificar a
seguran
nça da secçção à flexão
o compostaa.
Obsservações:
1) C
Como é ev vidente, a Eq. anterrior deve ser aplicad
da em am mbas as diirecções,
p
podendo esscrever-se:
M Ed ,y = M 0Ed ,y + M 2,y
2 ∧ M EEd ,z = M 0Edd ,z + M 2,z .

2) CComo à paartida é diffícil saber se o nível de esforço o axial em causa é fa


avorável
1
oou desfavorrável , é neecessário effectuar dua
as análises:
⎧⎪N Ed ,min ⎧⎪N Ed ,maxx
⎪ ; ⎪ ;
⎨ ⎨
⎪⎪M Ed,ass ⎪⎪M Ed ,ass
⎩ ⎩
Commo referidoo anteriorm mento M Edd deve-se escolher
mente, parra o cálcullo do mom e
evidenttemente a secção do o pilar on
nde o mom mento é máximo.
m Noo caso de pilares
ventados, o momento máximoo não ocorrre em geral numa ddas extrem
contrav midades,
mas simm numa seecção interrmédia. Neeste caso, o momentoo de dimennsionamentto M Ed

1
Por um
m lado o esforrço axial faz aumentar oss efeitos de 2.ª
2 ordem (deesfavorável), por outro, pode fazer
aumentaar o momentoo resistente (favorável).
(

21
pode seer determiinado avaliando o m m M 0 a ppartir do seguinte
momento dee 1.ª ordem s
valor (v
valor equiv
valente, Cl. 5.8.8.2(2)), p84):
M 0e = 0.6 M 022 + 0.4 M 01 ≥ 0.4 M 02 ;

onde oss momentoos M 01 e M 02 deverãão intervir com o verd


dadeiro sinnal.

 Exxemplo. Considerem
C os novameente o exem mplo visto anteriorm
mente, cujo
os dados
se reprooduzem naa Figura seeguinte. Deetermine-see o momen
nto de 2.ª oordem na base do
pilar em
mpregandoo o método da curvattura nomin nal.

Resoolução:
Perccentagem mecânica de armadu o não se sabe neste momento qual a
ura: como
armadu ura do pillar, podem derar ρ = 0.01 . A percentagem
mos consid p m mecâniica vale
então:
As fyd fyd 435
w= =ρ = 0.01 = 0.26 ;
Ac fcd fcd 16.7
Estiimativa daa curvatura
a no pilar:
1 1
= Kr Kϕ
r r0

1 εyd 200 × 103 )


435 / (2
= = = 0.0088 m -1 ;
r0 0.45 d 0.455 × 0.55

N Ed 1.35 × 1000
n= = = 0.45 ;
Ac fcd 60 × 16.7 × 1103
0.3 × 0.6

nu = 1 + ω = 1 + 0.26
6 = 1.26

nu − n 1.26 − 00.45
Kr = (≤ 1) = = 0.94
4;
nu − nbal 1.26 − 00.40
Connsiderando que ϕef = 0.44 (ver exemplo anteerior) e que
λ = 2 × 4 / (0.6 / 12) = 46 , vem:
β = 0.35 + fck / 200 − λ / 150 = 0.35 + 25 / 200 − 46 / 150 = 0.1168 ;

K ϕ = 1 + β ϕef = 1 + 0.168 × 0.440 = 1.07 ; (≥ 1)

22
Tem-se pois:
1 1
= K r K ϕ = 0.94 × 1.07 × 0.0088 = 0.0088 m -1 ;
r r0
Excentricidade de 2.ª ordem:
1 l02 82
e2 = = 0.0088 × = 0.056 m ;
r c 10
O momento de 1.ª ordem foi calculado no exemplo anterior, tendo-se obtido
M 0Ed = 627 KNm .
Momento de cálculo:
M Ed = M 0Ed + M 2 = 627 + 1.35 × 1000 × 0.056 = 703 KNm ;

Obteve-se um valor cerca de 16% inferior ao valor obtido recorrendo ao método da


rigidez nominal.

Como se acaba de ver, tanto o método da curvatura nominal como o método da


rigidez nominal exigem a aplicação de um número significativo de fórmulas. Tal pode
dar a impressão de que se está a empregar métodos rigorosos, o que não é verdade.
Especialmente para pilares esbeltos, como é o caso de pilares típicos de pontes, tais
métodos simplificados podem conduzir a resultados significativamente diferentes dos
resultados que se obteriam com o emprego do método geral descrito anteriormente.
Até mesmo os métodos simplificados poderão conduzir a resultados muito diferentes
um do outro, o que comprova que se trata de métodos muito simplificados (Marchão,
2006, JPEE06). Assim, esses métodos devem ser aplicados com o devido
discernimento (aliás como em qualquer actividade de engenharia).
Antes de se passar para o dimensionamento de pilares inseridos em pórticos,
apresenta-se de seguida um exemplo completo de dimensionamento de um pilar
isolado.

 Exemplo (Adaptado do exame de época especial de 19/10/2009). Considere a


estrutura representada na Figura. Verifique a segurança da secção D do pilar DC. No
caso de não poder dispensar os efeitos de 2.ª ordem, utilize o método da curvatura
nominal. Admita que os efeitos de 2.ª ordem correspondentes a deslocamentos
perpendiculares ao plano da estrutura estão impedidos.

23
Q1 G
g k = 35 KN/m
Gk = 800 KN
q q k = 35 KN/m
q Q1k = 150 KN
Q2
C Q2k = 50 KN
A
B C25/30 A500

ϕ ef = 0.75 ω = 0.30
4.00

0.30 0.60
0.6

5φ16
5φ16
0.30
D

2.00 6.00 d = 0.55

Resolução:
Determinação dos esforços de 1.ª ordem sem os efeitos das imperfeições
M 0Ed = 1.5 × 50 × 4 = 300 KNm ;

1.35x800 = 1080 KN

1.50x35 = 52.5 KN/m


1.35x35 = 47.25 KN/m

RB NEd

∑ MB = 0 ⇔ N Ed × 6 − 47.25 × 8 × 2 − 52.5 × 6 × 3 − 1080 × 6 = 0 ⇔


⇔ N Ed = 1363.5 KN

Determinação dos esforços de 1.ª ordem com os efeitos das imperfeições


l0 1 2 2
ei = θi ; θi = αh αm ; αh = = = 1.00 ( ≥ 2 / 3 ; ≤ 1 ); αm = 1 ;
2 200 l 4
1 2×4
ei = 1.00 × 1.00 = 0.02 m ;
200 2
M 0Ed = 300 + 1363.5 × 0.02 = 327.3 KNm ;
Verificação da dispensa da consideração dos efeitos de 2.ª ordem
A condição de dispensa é λ ≤ λlim ;

l0 8
λ= = = 46.2 ;
i 0.60 / 12

A ⋅ B ⋅C 1 1
λlim = 20 ; A= = = 0.87 ;
n 1 + 0.20ϕef 1 + 0.2 × 0.75

24
B = 1 + 2ω = 1 + 2 × 0.30 = 1.265 ;

C = 0.70 , por se tratar de um pilar não contraventado.

N Ed 1363.5
n= = = 0.454 ;
Ac fcd 0.3 × 0.60 × 16.7 × 103

0.87 × 1.265 × 0.70


λlim = 20 = 22.9
0.454
Como, λ ≤ λlim , é necessário calcular especificamente os efeitos de 2.ª ordem.

Determinação dos efeitos de 2.ª ordem (método da curvatura nominal)


1 εyd 435
= = = 0.0088 m -1 ;
r0 0.45 d 200 × 10 × 0.45 × 0.55
3

nu = 1 + w = 1 + 0.30 = 1.3 ;

nu − n 1.3 − 0.454
Kr = = = 0.94 ( ≤ 1 verifica)
nu − nbal 1.3 − 0.4

fck λ 25 46.2
β = 0.35 + − = 0.35 + − = 0.167 ;
200 150 200 150
K ϕ = 1 + β ϕef = 1 + 0.167 × 0.75 = 1.125 ( ≥ 1 verifica)

1 1
= Kr Kϕ = 0.94 × 1.125 × 0.0088 = 0.0093 m -1 ;
r r0

1 l02 82
e2 = = 0.0093 = 0.060 ;
r c 10
M Ed = M 0Ed + N Ed e2 = 327.3 + 1363.5 × 0.06 = 409 KNm

Verificação da segurança
A verificação da segurança consiste em determinar o momento resistente M Rd da
secção considerando a presença de um esforço axial de N Ed = 1363.5 KN
(compressão). Como exercício sugere-se o cálculo desse momento, utilizando os
conhecimentos adquiridos no capítulo 4. Se o momento obtido for superior ao
momento actuante, a verificação da segurança encontra-se satisfeita. Se não, significa
que é preciso aumentar a armadura dada. 

25
4 Diimensionamento de pila
ares ins
seridos em
e pórtiicos

4.1 Im
mperfeiçõ
ões a con
nsiderar e
em edifíciios
De acorrdo com a Cl. 5.2(8),, p66, o efeeito das im
mperfeições poderá serr representtado por
forças transversaais, a apliccar ao nívvel dos pisos em co onjunto coom outras acções,
quantifficadas pelaa expressão
o:
H i = θi (N b − N a ) ; (o indice i siggnifica imp
perfeição)

1
θi = αh αm ;
200
2
αh = ; (2 / 3 ≤ αh ≤ 1 ) (l – aaltura do ed
difício)
l

αm = 0.5 (1 + 1 / m )

m é o n.º de elementos verticais


v qu
ue transmittem a
força aao sistema de contra aventamentto. No exeemplo da
Figura ao lado, m = 2 .
Aq quantidade ( N b − N a ) é aproximmadamente igual ao peso de caada piso. Observe-
O
se que mesmo coonsiderando o θi = 1 / 2200 = 0.005
5 = 0.5% , a força hoorizontal a aplicar
ao níveel de cadaa piso seria
a 0.5% doo peso destte, francam mente inferrior ao efeeito das
acções sísmicas, mesmo em e regiõess de fracaa sismicidade. É poois perfeittamente
questioonável a peertinência da modelaação destass imperfeiçções em eddifícios localizados
em regiiões sísmicas.

4.2 C
Condições
s de dispensa da c
considera
ação dos
s efeitos g
globais de 2.ª
ordem
No casso de pilarres inseridos em pórrticos há que q distinguir entree efeitos gllobais e
efeitos locais de 2.ª ordemm. Efeitos globais dee 2.ª ordem m são os que resulttam dos
deslocaamentos hoorizontais ao
a nível doos pisos e efeitos loccais são oss que resulltam do
acréscimmo de curvvatura ao longo
l do piilar devidoo à presença de esforçço axial.
De acordo com a Cl. 5.8.3.3,
5 p799, os efeittos globais de 2.ª orrdem em edifícios
e
poderãoo ser ignorrados se a carga vertiical total Fv,Ed (em elementos
e contraventtados +
elementtos de conttraventamento) verifficar a segu uinte condiição:

26
FV ,EEd ≤ 0.31
ns ∑ Ecd Ic ,
ns + 1.6 L2
onde:
– ns represen nta o número de pisoos;
– L é a altu ura total do
d edifícioo acima do
o
nnível do en
ncastramen
nto;
– Ecd = Ecm / 1.2 ;
– Ic é o moomento dee inércia ((em secção o
nnão fend dilhada) dos elem mentos de
ccontraventamento.

A exxpressão accima é váliida dentro das seguinntes condiçções:


– a instabiliidade à torção
t nãão é cond dicionante,, ou sejaa, a estru utura é
rrazoavelmeente simétrrica;
– aas deformaações glob bais por ccorte são desprezáveeis (como num sistema de
ccontraventamento co mente, por paredes dee travamen
onstituído, principalm nto sem
ggrandes abberturas);
– oos elementos de conttraventameento estão fixos rigid damente à base, ou seja, as
rrotações sãão desprezá
áveis;
– a rigidez dosd elemen ntos de coontraventamento é razoavelme
r ente constante ao
llongo da alltura;
– a carga verrtical total aumenta aaproximad damente a mesma
m quaantidade por
p piso.
Quaando os efeeitos globaiis de 2.ª orrdem podeerem ser deesprezados,, isso significa que
os deslocamentoss horizonta ais ao níveel dos piso ativamente pequenos. Diz-se
os são rela
então q
que se trata de uma estrutura ccontraventtada. Caso contrário a estruturra diz-se
não contraventad da. O com mportamentto dos pillares é diferente connsoante o tipo de
estrutu
ura em que estão inseridos.

4.3 Estruturas
s contraventadas v
versus es
struturas não conttraventad
das
No casso de estru uturas cujos efeitos globais ded 2.ª ordeem possam m ser disp pensados
(estrutuuras contraaventadas)), há apenaas que con
nsiderar os efeitos loccais em cad
da pilar.
Os pilaares podem
m então ser tratados ccomo pilarees isolados..
O andamento dos momeentos de 1.ªª e 2.ª ordeem é o indiicado na F Figura seguuinte:

Umaa vez deteerminados (para cadaa combinaçção de acções relevannte) os mo


omentos
de 1.º ordem naa extremidade de caada pilar ( M 01 e M 02 , tal quue ( M 02 ≥ M 01 ),
procedee-se depoiss à verificaçção da segu
urança pila
ar a pilar:

27
1. D
Determinaçção do mom
mento de 11.ª ordem equivalente
e e:
M 0e = 0.6M 02 + 0.4M 01 ; M 0e ≥ 0.4M 02
0 ;

2. M d 1.ª ordem com incclusão do efeito das im


Momento de mperfeiçõess:
M 0Ed = M 0e + N Ed ei ;

3. M
Momento ded dimensionamento
– Se se opttar pelo método da rrigidez nom
minal, o mo
omento de dimension
namento
é dado por:
⎛ β ⎞⎟
M Ed = M 0Ed ⎜⎜⎜1 + ⎟;
⎝ N B / N Ed − 1⎟⎟⎠

– Se se optar pelo métod do da cu


urvatura nominal,
n o momen
nto de
d
dimensionaamento é dado
d por:
1 l 02
M Ed = M 0Ed + M 2 ; M 2 = N Ed e2 ; e2 = ;
r c
4. C
Calculo das armadura
as para o p orços ( M Ed , N Ed ).
par de esfo

Note-se que estee procedimento d deve abranger todoos os elem mentos ressistentes
verticaiis existentees, incluind
do paredess de contra
aventamentto. Para o dimension namento
das parredes de coontraventamento (braacing systeems), o ECC2, Cl. 5.8. 7.3(4), p83
3, refere
explicittamente que
q o mom mento de dimension namento pode
p ser ddeterminaddo pela
expresssão:
M 0Ed
M Edd = ,
1 − N EEd / N B

ondee:

– M 0Ed é o momento de 1.ª


oordem na base da a parede
ddevido ao ven
nto, às
iimperfeiçõees etc.
– N Ed é o essforço axia al na base
dda parede;
– N B é cargga crítica de d Euler,
ddada porr N B = π 2EI / l 02 ,
ccalculada para
p uma rigidez
r de
fflexão E
EI dev
vidamente
rreduzida para atender ao
eefeito da fissuração
fi do
d betão,
dda fluência do betão e do
ccomportammento não linear do
bbetão e dass armadura as.
Obsservações:

28
1) CComo primmeira apro
oximação p podemos considerar
c EI = 0.4 E cd I c (Ex
xpressão
HH.3, p2399). Se se poder aatribuir à parede de contraaventamen nto um
ccomportam onsola, ent ão l 0 = 2L .
mento de co
2) A equação acima apliica-se paraa cada elem
mento de co
ontraventaamento exisstente.

No caso de eddifícios cujo


os efeitos gglobais de 2.ª ordem não possam
m ser disp
pensados
(estrutuuras não contraventa
c adas), a deeformada da d estrutura e momeentos totaiis (1.ª e
2.ª ordeem) têm o andamentto esquemaatizado na Figura:

Obsserve-se qu
ue nestas esstruturas ttanto o mo omento de 1.º ordem como o momento
m
de 2.º ordem ocorrem nass extremid dades, peloo que são estas as ccondicionantes no
dimensionamentoo. Isto mostra que noo caso de estruturas
e com desloccamentos ao a nível
dos pissos não deesprezáveiss haverá aapenas quee considera ar os efeittos globaiss de 2.ª
ordem. Para a determinaç
d ção dos efeeitos globa ais de 2.ª ordem poode recorreer-se ao
métodoo das forçass horizonta
ais fictíciass que se deescreve na próxima
p seecção.

4.4 M
Método da
as forças fictícias horizonta
ais
O Anex xo H ofereece um méétodo simplificado pa
ara a estim
mativa dos efeitos glo
obais de
2.ª ord
dem que muito
m resu
umidamentte consistee em efecttuar uma análise lin near da
estrutu
ura aplicanndo ao nível
n dos pisos forçças horizoontais ficttícias, dad
das por
(Expresssão (H.7))):
FH ,0Ed
FH ,Ed = ,
1 − FV ,Ed / FV ,B

onde,
– FH ,0Ed rep presenta a força horiizontal de primeira ordem devvida ao veento, às
iimperfeiçõees, etc.;
– FV ,Ed é a carga vertical total nos elementtos contrraventados e de
ccontraventamento;
– FV ,B é a carga glo obal nomiinal de en ncurvaduraa (carga ccrítica de Euler)
ccalculada conforme
c see explica d
de seguida.
No caso de se verificarem m as hipótteses vistass na secção
o 4.2, a forrça FV ,B pode
p ser
calculad da pela exppressão:

FV ,B = 7.8
ns ∑ EI
E
,
ns + 1.6 L2
onde,

29
– ns é o núm mero de pissos;
– ∑ EI é a soma dos factoores de riigidez de flexão ddos elemenntos de
ccontraventamento na direcçãoo considerrada, inclu uindo evenntuais efeeitos da
ffendilhaçãoo. Na ausêência de u uma avalia
ação mais rigorosa dda rigidez, poderá
uutilizar-se a seguinte expressão::
EI ≈ 0.4 Ecd I c ;
E Ecdd = Ecm / 11.20 ;

– L é a alturra total do edifício accima do nív vel de encaastramentoo.


Wessterberg (22002) referee que: «Thhe approacch based on n magnificaation of hoorizontal
forces can be useed for all kinds
k of strructures, and
a it should be used for frames, shear
walls w
with large openings
o etc. If propeerly used, it gives the correct seecond orderr effects
in struuctural sysstems like frames, shear wallls with orr without openings etc» e
acrescenta: «When the stru ucture is aanalysed fo or the equiivalent horrizontal forrce HEd,
the releevant secon
nd order efffects can bbe obtained
d everywhere in the sstructure».
Estees comentáários sugerrem que o método das forças fictícias ppode ser aplicado a
tanto eem estrutu uras contraventadas como em m estrutura as não conntraventad das. Em
qualqueer dos casoos, o método é de fáácil aplicação e simpllifica bastaante o proccesso de
dimensionamentoo. Deve-se ter presen nte, porém, que os únicos
ú esforrços que resultam
da apliicação das forças ficctícias horiizontais e que intereessa guarddar são ap penas os
momen ntos flectores. Os esfo
orços transvversos e essforços axiaais devem sser ignoraddos.

 Exxemplo. Considere-see o pórticoo representtado na Fig gura seguinnte. Determine as


forças h
horizontaiss fictícias a aplicar aao nível do
os pisos equivalentes aos efeitos de 2.ª
ordem.

Resoolução:
ns = 3 ; L = 9.00 m ;

Toddos os pillares indiccados vão ser considerados como c conttribuindo para a


estabiliidade horizzontal de conjunto daa estrutura
a. Tem-se pois:
p

30
∑ EEI = 3 × 0.4 × (31 × 106 × 0.30 × 0.403 / 12) = 59520 KNm2 ;
3 59520
FV ,B = 7.8 = 3738 K
KN ;
3 + 1.6 92
FH ,0Ed 1
FH ,EEd = = FH ,0Ed = 1.31FH ,0Ed ; 
1 − FV ,Ed / FV ,B 1 − 900 / 3738

 Exxemplo. Considerand
C do ainda a estrutura a do exemp plo anterioor, suponh
ha agora
que se deseja criaar uma parede resisttente que permite
p disspensar os efeitos glo
obais de
2.ª ordeem. Determ mensão h daa parede.
mine a dim

Resoolução:
Vammos considderar que a parede é o único
o elemento
o de contrraventameento (os
pilares são elemen
ntos contra
aventados) .
ns = 3 ; L =9 m;

1 6 / 1.2)(00.3 × h 3 / 12
3 (31 × 10 2)
900 ≤ 0.31 ⇔
3 + 1.6 9 2

⇔ 900 ≤ 1612 h 3 ⇔ h ≥ 0.82 m ; 

5 Diisposiçõ
ões cons
strutivas
s relevantes do EC2
Resumee-se de segguida a Cll. 9.5, p1822, que tratta das regrras de porrmenorização para
pilares.

5.1 A
Armaduras
s longitudinais

31
Øl = 10 mm ⎧⎪ 0.10N Ed
⎪⎪
As,min = max ⎪⎨ fyd
⎪⎪
⎪⎪⎩ 0.002Ac

As,max = 0.04 Ac

(pode-se ir até 0.08 Ac nas zonas de


n 4 emendas por sobreposição)

5.2 Armaduras transversais

Øl

6 mm

s
Øt Øl
A travinca não seria
4
necessária se s < 0.15
b

s cl,t 060scl,t max


s cl,t

15Ø l
s cl,t max = min a
300 mm
b

s cl,t s cl,t max

a b
b

s cl,t 060scl,t max

32
Problemas de revisão
Apresenta-se de seguida 2 problemas adaptados de problemas de exame.

 Problema 1 (Exame de 20/1/2011, adaptado). Considere o pilar representada


no Figura junta. Verifique se os efeitos de 2.ª ordem podem ou não ser dispensados.
Q Q Gk = 500 KN (despreze o pp do pilar)

G G Qk = 300 KN (ψ2 = 0.3)


ϕ ( ∞, t 0 ) = 2.50 C25/30 A500 NR
y
8Ø20
4.00

0.70
z z

x y
0.50
Resolução:
λ ≤ λlim
Verificação para flexão no plano xz
0.70 × 4 A ⋅ B ⋅C
λ= = 19.4 ; λlim = 20 ;
0.5 / 12 n

1
A= ; B = 1 + 2ω ; C = 0.70 (porquê?)
1 + 0.2ϕef

M 0Eqp N qp ei 500 + 0.30 × 300


ϕef = ϕ(∞, t0 ) = 2.50 = 2.50 = 1.31 ;
M 0Ed N Ed ei 1.35 × 500 + 1.5 × 300

1 As fyd 8 × 3.14 × 10−4 × 435


A= = 0.79 ; ω= = = 0.187 ;
1 + 0.2 × 1.31 Ac fcd 0.5 × 0.70 × 16.7

B = 1 + 2 × 0.187 = 1.17 ; N Ed = 1.35 × 500 + 1.5 × 300 = 1125 KN ;

N Ed 1125
n= = = 0.19 ;
Ac fcd 0.5 × 0.7 × 16.7 × 103

0.79 × 1.17 × 0.7


λlim = 20 ≈ 30 ;
0.19
Como λ < λlim , os efeitos de 2.ª ordem podem ser dispensados para flexão no
plano xz.

Verificação para flexão no plano yz

33
2×4
λ= = 39.6 ; A = 0.79 ; B = 1.17 ; C = 0.7 ; n = 0.19 ; λlim ≈ 30
0.7 / 12
Como λ > λlim para flexão no plano yz, os efeitos de 2.ª ordem não podem ser
desprezados nesse plano.

 Problema 2 (Exame 7/7/2009, adaptado). Considere a estrutura representada


na Figura junta.
q g k = 16 KN/m

g Gk = 50 KN
q k = 15 KN/m
A B C
G (Despreze o pp do pilar)

C25/30
A400 NR

6.00
y
z
x

0.25
D E
x 4Ø20 + 4Ø16
0.25
2.00 7.00

Verifique a segurança do pilar BD. Admita que o pilar possui condições de apoio
idênticas em ambos os planos de flexão. Despreze o peso próprio do pilar e considere
os seguintes dados adicionais:
ϕef = 0.57 ; c = 8; 1 / r0 = 0.0184 m -1 (método da curvatura nominal)

M Rd ,x = M Rd ,y = 80 KNm ;

Resolução

Esforços de 1.ª ordem sem imperfeições:

4.50

1.35 (16) + 1.5 (15) = 44.1 KN/m

396.9

1.35 (50) = 67.5 NEd RC


7.00

∑ MC =0 ⇔ N Ed 7 − 67.5 × 9 − 396.9 × 4.5 = 0 ⇔ N Ed = 341.9 KN ;

Imperfeições:

1) Flexão no plano xz

34
l0 1 2
ei = θi ; θi = αh αm ; αh = = 0.82 (≥ 2 / 3; ≤ 1.00) ; αm = 1 ;
2 200 6
1 6
θi = 0.82 × 1.00 = 0.0041 ; ei,x = 0.0041 = 0.012 m ;
200 2
2) Flexão no plano yz

ei,y = ei,x = 0.012 m ;

Esforços de 1.ª ordem com imperfeições:

N Ed = 341.9 KN ;

M Ed ,x = M Ed ,y = 341.9 × 0.012 = 4.1 KNm ;

Verificação das condições de dispensa dos efeitos de 2.ª ordem

A esbelteza é idêntica em ambas as direcções e tem o valor:

6.00
λ= = 83 ; (trata-se de um pilar muito esbelto)
0.25 / 12

1 1
A= = = 0.90 ;
1 + 0.2ϕef 1 + 0.2 × 0.57

As fyd (4 × 3.14 + 4 × 2.01)10−4 348


ω= = = 0.69 ; B = 1 + 2ω = 1.54 ;
Ac fcd 0.252 × 16.7 × 103

C = 0.70 ;

N Ed 341.9
n= = = 0.33 ;
Ac fcd 0.252 × 16.7 × 103

0.90 × 1.54 × 0.70


λlim = 20 = 33.8 << λ
0.33
Logo os efeitos de 2.ª ordem não podem ser desprezados.

Cálculo dos efeitos de 2.ª ordem usando o método da curvatura nominal:

1 l02 1 1 1
e2 = ; c = 8; l 0 = 6.00 m ; = Kr Kϕ ; = 0.0184 m -1 ;
r c r r0 r0

nu − n 1.69 − 0.33
nu = 1 + ω = 1.69 ; Kr = = = 1.05 → 1.00 ;
nu − nbal 1.69 − 0.40

fck λ 25 83
β = 0.35 + − = 0.35 + − = −0.078 ;
200 150 200 150

35
K ϕ = 1 + β ϕef = 1 − 0.078 × 0.57 → 1.00 ;

1
= 1.00 × 1.00 × 0.0184 = 0.0184 m -1 ;
r
62
e2 = 0.0184 = 0.083 m ; e2,x = e2,y = 0.083 m ;
8
Verificação da excentricidade mínima (Cl. 6.1(4))

emin = max{h / 30; 0.02} = max{0.25 / 30; 0.02} = 0.02 m << ei + e2 ;

Verificação da segurança

M Ed ,x = M Ed ,y = M 0Ed + N Ed e2 = 4.1 + 341.9 × 0.083 = 32.5 KNm ;


A condição de segurança é:

⎛ M Ed ,x ⎞⎟a ⎛ M Ed ,y ⎞⎟a
⎜ ⎜
⎜⎜⎜ M ⎟⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟⎟ ≤ 1 ;
⎝ Rd ,x ⎠ ⎜ M
⎝ Rd ,y ⎠

N Rd = fcd Ac + As fyd = 16.7 × 103 × 0.252 + 348 × 103 × 20.6 × 10−4 = 1760.3 KN ;

N Ed / N Rd = 341.9 / 1760.3 = 0.194 ⇒ a = 1.08 ;

⎛ 32.5 ⎞⎟1.08
⎜⎜ ⎟
⎜⎝ 80 ⎟⎟⎠ × 2 ≤ 1 ⇔ 0.756 ≤ 1 Verifica.

Nota: Interpretação das excentricidades devidas a imperfeições e de 2.ª ordem:

e 2,x e i,x

x 

36
Anex
xos

Resolu
ução do problema
p a propostto na secção 1

Bases
s dos méttodos sim
mplificado
os do EC2
2
Consideere-se a coluna
c perrfeita apreesentada na
n Figura junta. Saabemos qu ue para
N = Pccr , a deform
mada lateral da colunna é descriita por uma
a função seeno, como segue:
πx
y = A sin ,
l
em qque A é umma constantte.
Para pequen nas deform
mações, sab
bemos
por ooutro lado que:
1
y '' = ,
r
onde 1 / r reprresenta a curvatura. Tem-
se poois:

37
'
1 ⎛ π πx ⎞⎟ π2 πx π2

= y '' = ⎜⎜A cos ⎟⎟ = −A sin =− y;
r ⎝ l l ⎠⎟ l2 l l2

Eliminando o sinal «–» podemos escrever:


1 l2
y= .
r π2
Substituindo nesta expressão l por l0 e considerando que a coordenada y
corresponde à excentricidade de 2.ª ordem, podemos escrever:

1 l 02
e2 = , (1)
r c
onde c é uma constante. No caso das curvaturas variarem sinusoidalmente, tem-se,
como se viu acima, c = π2 . A Eq. (1) relaciona a excentricidade de 2.ª ordem numa
secção genérica da coluna com a curvatura na mesma secção.
Relativamente ao método baseado num rigidez nominal, substitua-se na expressão
(1) 1 / r por M / EI . Tem-se:
1 l02 M l02
M 2 = Ne2 = N =N .
r π2 EI c
O factor de rigidez EI só tem agora de ser corrigido de modo a que a curvatura
real (que inclui o efeito da fluência e da fissuração do betão) corresponda
efectivamente a M / EI . O momento M é evidentemente a soma do momento de 1.ª
ordem com o momento de 2.ª ordem, isto é, M = M 0 + M 2 . Substituindo na
expressão M / c por M 0 / c0 + M 2 / c2 , vem:
1 l02 l 2 ⎛M M ⎞
M 2 = Ne2 = N = N 0 ⎜⎜ 0 + 2 ⎟⎟⎟ .
r π2 EI ⎜⎝ c0 c2 ⎟⎠

Desenvolvendo esta expressão em ordem a M 2 , tem-se:


Nl02
Nl02M 0 Nl02M 2 ⎛ Nl 2 ⎞ Nl 2M EI c0
M2 = + ⇔ M 2 ⎜⎜⎜1 − 0 ⎟⎟⎟ = 0 0 ⇔ M2 = M0
EIc0 EIc2 ⎜⎝ EIc2 ⎟⎠ EIc0 EIc2 − Nl02
EI c2

Nl 02c2 / c0 c2 / c0
⇔ M2 = M0 ⇔ M2 = M0
EIc2 − Nl 02 EIc2
−1
Nl 02
Para uma variação sinusoidal dos momentos de 2.º ordem c2 = π2 . Fazendo:
β = c2 / c0 = π2 / c0 ,

e considerando que EIc2 / l 02 representa a carga crítica de Euler, tem-se:

38
β
M2 = M0
NB
−1
N
Considerando agora que M = M 0 + M 2 , tem-se a expressão que serve de base ao
método da rigidez nominal, isto é:
⎛ β ⎞⎟
M = M 0 ⎜⎜⎜1 + ⎟
⎝ N B / N − 1⎟⎠⎟

39

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