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Aula 03

Supervisão de Instituições p/ BACEN


(Analista Área 4-Contabilidade e
Finanças) 2021 - Pré-Edital

Autor:
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 03

17 de Agosto de 2020
Amanda Aires, Vicente Camillo
Aula 03

Governança Corporativa .......................................................................................... 2


Princípios, Recomendações e Boas Práticas ......................................................... 9
Controles Internos ..................................................................................................... 16
Questões Propostas .................................................................................................. 21
Gabaritos ...................................................................................................................................................................... 23
Questões Comentadas ............................................................................................ 24
Considerações Finais ............................................................................................... 29

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GOVERNANÇA CORPORATIVA

Nesta seção iremos apresentar o contexto das corporações (financeiras e não


financeiras) e sua conexão com a governança corporativa. Adicionalmente,
alguns conceitos e definições importantes sobre o tema serão apresentados.

A Governança Corporativa possui várias definições, que serão apresentadas neste


tópico.

Em essência, refere-se aos arranjos institucionais que regem as relações entre


acionistas (ou outros grupos) e a administração das sociedades, incluindo as
instituições financeiras (LETHBRIDGE, 1997).

Com o crescimento das economias e das sociedades produtivas e financeiras, os


processos produtivos, associados ao maquinário inovador e a constituição de
hierarquias empresariais necessárias para lidar com a especialização das funções
exigiram a captação de recursos financeiros adicionais para suportar os
investimentos, em geral obtidos com a entrada de novos sócios no negócio, e
contribuíram para distanciar o antigo proprietário do conhecimento e controle das
decisões cotidianas da gestão.

Neste contexto, inicia-se a separação entre as funções relativas à propriedade e


gestão, fazendo surgir as sociedades “sem dono” e desafios nesta realidade.

Imagine o seguinte problema. Você possui uma pequena participação acionária


em uma grande empresa, dividindo o quadro societário com muitos outros
pequenos acionistas (em resumo, não há um único acionista controlador cujas
vontades determinam as ações da companhia). Bom, isso significa que participar
da gestão da companhia pode trazer custos significativos e pequenos benefícios
(lembre-se: você é um pequeno acionista e possui pouca força de decisão na
sociedade). Ao mesmo tempo, os eventuais benefícios conseguidos seriam
capturados por todos, mas os custos incorridos apenas por você.

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Dói problemas conhecidos na literatura econômica são aqui colocados: (i) conflito
de agência (agente-principal), quando as partes envolvidas na relação possuem
interesses distintos; e (ii) free-rider (carona), que define a situação na qual os
indivíduos se beneficiam de determinada medida sem contribuir para a geração
dela. A ideia aqui colocada é simples: qual incentivo você possui em acompanhar
as atividades de gestão da companhia tendo mais custos que benefícios; e,
também, o que garante que os administradores (agentes) estão tomando decisões
com base nos interesses dos acionistas (principal)? A mesma ideia se aplica aos
demais pequenos acionistas.

É para isso que serve a Governança Corporativa. Como citado acima, ao se referir
aos arranjos institucionais que regem as relações entre acionistas (ou outros grupos)
e a administração das sociedades, incluindo as instituições financeiras, a
Governança Corporativa “trata do governo estratégico da empresa, da
articulação e da distribuição do poder entre as partes com direitos de propriedade
e os responsáveis pela gestão. Não se limita a questões de verificação de
procedimentos contábeis, a auditorias ou a remuneração dos gestores, mas
aborda o efetivo exercício da propriedade. Nas corporações, direciona a questões
que envolvem as relações entre controladores, acionistas minoritários, gestores,
mercado de capitais e financiadores em geral, assim como entre diversos grupos
influenciados pela ação da empresa (stakeholders), tais como empregados,
clientes, fornecedores, órgãos reguladores e sociedade.”1

Outra definição importante de Governança Corporativa é fornecida pelo Instituto


Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Segundo o Instituto:

Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais


organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os

1
Joaquim Rubens Fontes Filho: O conceito e a prática de governança corporativa. Em Governança
Cooperativa: Diretrizes e mecanismos para fortalecimento da governança em cooperativas de crédito

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relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos


de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos


em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de
preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização,
facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão
da organização, sua longevidade e o bem comum. (IBGC, 2015)

Ainda de acordo com o IBGC, alguns princípios básicos norteiam a definição e


prática da Governança Corporativa. São eles:

Transparência

Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as


informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por
disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho
econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive
intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação
e à otimização do valor da organização.

Equidade

Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e


demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus
direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.

Prestação de Contas (accountability)

Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo


claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as
consequências de seus atos e omissões e atuando com diligência e
responsabilidade no âmbito dos seus papéis.

Responsabilidade Corporativa

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Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-


financeira das organizações, reduzir as externalidades 2 negativas de seus
negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em
consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro,
manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no
curto, médio e longo prazos. (IBGC, 2105)

Continuando, em termos práticos, é necessário citar que Governança Corporativa


não é gestão.

Enquanto a gestão de uma sociedade está ligada à busca de seus objetivos e


indicadores-chave de seu desempenho, na governança empresarial o desafio é
organizar a propriedade para que, com conhecimento e informação adequados,
consiga definir os objetivos da empresa e monitorar seu alcance. Ou seja, enquanto
a gestão busca a eficácia e a eficiência, a governança trata da efetividade,
definida como o alinhamento dos resultados aos efeitos e impactos desejados por
seus proprietários (maximização do valor da empresa).

Para facilitar o entendimento, segue abaixo esquema presente no texto do Prof.


Joaquim Rubens Fontes Filho, já citado, considerado uma das referências brasileiras
no assunto:

2
Efeitos de uma transação que incidem sobre terceiros que não consentiram ou dela não participaram
não completamente refletidos nos preços. Podem ser positivas ou negativas.

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Segundo o eminente autor:

Como mostra a Figura 1, a estrutura de gestão está sob alçada e


competência direta do corpo executivo da organização, conforme a
premissa de que essa instância deve focar a implementação das decisões
dos proprietários com a máxima e ciência e eficácia. É, portanto, o campo
predominante de aplicação das técnicas administrativas e de produção.
Cabe aos gestores, na figura do executivo principal, responder pelo
emprego das melhores técnicas e arranjos estruturais, que permitam à
empresa maximizar sua relação com o ambiente, selecionando mercados
para atuar competitivamente e organizando-se de forma e ciente para seus
fins.

(...)

A governança corporativa muda a forma de conceber a organização. Se


as abordagens predominantes do pensamento administrativo clássico

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analisam a organização sob o enfoque de seus gestores, de forma que se


otimizem os resultados da gestão, a governança corporativa se propõe a
tratar essa organização sob a perspectiva dos proprietários ou dos
financiadores. Então, a questão central passa a ser: como os proprietários
podem se organizar para que seu empreendimento atinja os objetivos e os
resultados que esperam? A resposta a essa questão exige expansão natural
para questões secundárias, como as que seguem.

• Que poder cada proprietário deve ter na escolha dos objetivos do


empreendimento?

• Qual a participação de cada proprietário na destinação dos resultados


do empreendimento?

• Como obter melhor eficiência na gestão?

• Como escolher os melhores gestores?

• Como assegurar que um gestor irá atuar no melhor interesse dos


proprietários, sem privilegiar seu próprio interesse?

• De que forma os proprietários podem acompanhar e controlar a atuação


dos gestores, reconhecendo que esses executivos estão muito mais
capacitados para compreender os detalhes e a real situação do negócio
(assimetria de informações)?

• Como reduzir os custos do acompanhamento e os do controle?

• Como minimizar possíveis perdas da transferência da gestão dos


proprietários para os executivos (separação propriedade e controle)?

• Como os riscos devem ser distribuídos entre as partes, proprietários e


gestores, uma vez que esses gestores podem escolher operações mais
arriscadas, visando melhor retorno e benefícios individuais, associados a
premiações por resultados?

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• Quais os mecanismos para dirimir conflitos entre os proprietários?

• Qual a influência da identidade dos proprietários para escolha e


execução dos objetivos do empreendimento?

Cada uma dessas questões – que certamente não compõem uma lista
exaustiva – remete a problemas tipicamente tratados nas análises sobre
governança corporativa, direcionados por esquemas teóricos específicos.
É significativo reforçar, mais uma vez, que não se trata de questões
exclusivas do ambiente empresarial, mas de qualquer empreendimento
organizado, em que haja múltiplos proprietários ou financiadores e em que
se tenha atribuído, por questões de e ciência e especialização,
responsabilidade pela gestão a um executivo que pode ou não ser
também proprietário. Assim, diferentemente da estrutura de gestão, a
governança corporativa se direciona para organização e dinâmica de
atuação da propriedade, reconhecendo sua influência sobre os
resultados e a perenidade de um dado empreendimento.

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PRINCÍPIOS, RECOMENDAÇÕES E BOAS PRÁTICAS

Com os conceitos de definições básicas apresentados sobre a Governança


Corporativa, podemos seguir em frente com os padrões internacionais, tópico
expressamente solicitado pelo Edital.

A título de contextualização, os padrões internacionais de Governança


Corporativa são ditados pelos Princípios de Governança Corporativa 3, documento
elaborado pela OCDE. Segundo o documento:

Os Princípios destinam-se a ajudar os governos de Estados-Membros e países


terceiros nos seus esforços para avaliar e melhorar o enquadramento
legislativo, institucional e regulamentar do governo das sociedades nos
respectivos países e a proporcionar linhas de orientação e sugestões para as
bolsas de valores, investidores, empresas e outras partes que desempenhem
um papel no processo de desenvolvimento de um bom governo das
sociedades. Os Princípios aplicam-se essencialmente às sociedades de
capital aberto ao público, tanto financeiras como não financeiras. No
entanto, na medida em que sejam aplicáveis, eles poderão ser uma
ferramenta útil para melhorar o governo das sociedades com o capital
fechado ao investimento do público, quer sejam empresas privadas ou
empresas públicas. Os Princípios representam uma base comum que os
Estados-Membros da OCDE consideram essencial para o desenvolvimento
de boas práticas de governo das sociedades. Pretende-se que sejam
concisos, compreensíveis e acessíveis à comunidade internacional. Não
pretendem substituir iniciativas públicas, semipúblicas ou privadas

3
Últma revisão disponível em http://www.oecd-ilibrary.org/governance/g20-oecd-principles-of-
corporate-governance-2015_9789264236882-en

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destinadas ao desenvolvimento, com maior pormenor, das “melhores


práticas” de governo das sociedades.

No entanto, para nossos fins, iremos analisar os princípios de governança divulgados


pelo Bank of International Settlements (BIS)4. O documento do BIS se adequa melhor
aos nossos fins, pois consolida princípios de governança e boas práticas para o setor
financeiro.

Segundo o documento, considerado a importante função exercida pelo setor


financeiro na economia e sociedade (intermediação financeira), a governança
das instituições financeiras é um componente chave para garantir a estabilidade
do sistema financeiro e, consequentemente, a estabilidade da economia como
um todo.

Desta forma, o objetivo primordial da governança corporativa das instituições


financeiras é garantir os interesses dos relacionados a elas (depositantes e
acionistas, principalmente) em conformidade com o interesse público e social.
Importante salientar que, sobretudo em relação às instituições financeiras de
varejo, os interesses dos depositantes devem prevalecer em relação ao interesse
das demais partes interessadas.

Apenas ressalta-se que estes princípios não são vinculantes. Contundo, pretendem
servir de guia aos administradores das instituições financeiras em diversas jurisdições,
com o objetivo de disseminar boas práticas de gestão e, assim, preservar a
estabilidade do setor financeiro e da economia.

Feito este pequeno preâmbulo, podemos seguir com a apresentação dos princípios
em si, considerados como o padrão das práticas internacionais de governança no
sistema financeiro. O que se segue é uma tradução livre e resumida dos principais
tópicos referentes ao tema, todos retirados do documento citado.

4
Disponível em http://www.bis.org/bcbs/publ/d328.htm

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Princípio 1 – Responsabilidades do Conselho de Administração

O Conselho de Administração possui responsabilidade definitiva sobre (i) a


estratégia e saúde financeira da instituição, (ii) decisões chave, (iii) organização
interna e práticas de governança aplicadas, e (iv) gestão de riscos e compliance.

O Conselho pode delegar algumas de suas funções, mas não pode delegar as
responsabilidades citadas acima. Adicionalmente, os Conselheiros de
Administração devem exercer o dever de diligência e o dever de lealdade à
instituição, de acordo com as normas aplicáveis ao tema.

Apenas um parêntese. O dever de lealdade e o dever de diligência estão definidos


na Lie 6.404/76 ( Lei das Sociedades Anônimas). Possuem as seguintes definições
legais:

Dever de Diligência

Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas


funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar
na administração dos seus próprios negócios.

Dever de Lealdade

Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva
sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado:

I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia,


as oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em razão do exercício
de seu cargo;

II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à


obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar
oportunidades de negócio de interesse da companhia;

III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à
companhia, ou que esta tencione adquirir.

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§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre


qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do
mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na
cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para
obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores
mobiliários.

§ 2º O administrador deve zelar para que a violação do disposto no § 1º não possa


ocorrer através de subordinados ou terceiros de sua confiança.

§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de valores mobiliários, contratada


com infração do disposto nos §§ 1° e 2°, tem direito de haver do infrator
indenização por perdas e danos, a menos que ao contratar já conhecesse a
informação.

§ 4o É vedada a utilização de informação relevante ainda não divulgada, por


qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso, com a finalidade de auferir
vantagem, para si ou para outrem, no mercado de valores mobiliários. (Incluído
pela Lei nº 10.303, de 2001)

Não é necessário saber os conceitos legais dos deveres expostos. Eles forma citados
apenas para você compreender que nossa legislação os define e cabe aos
membros do Conselho de Administração da instituição financeira segui-los.

Continuando, outras responsabilidades são aplicáveis ao Conselho de


Administração. Dentre elas, podemos citar:

✓ Promover e disseminar valores com compatíveis com as boas práticas de


governança, sobretudo em relação às normas sobre riscos assumidos pela
instituição;

✓ Monitorar o cumprimento das normas da organização em relação aos riscos.


Isto significa verificar se a instituição financeira, e seus colaboradores, estão

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cumprindo as normas e cultura da organização no que concerne à tomada


e gestão de riscos;

✓ Monitorar e administrar potenciais conflitos de interesses dos executivos, dos


membros do Conselho e dos sócios, de forma a evitar o mau uso dos ativos
da organização e, especialmente, abusos em transações entre partes
relacionadas;

✓ Selecionar o CEO e outros membros-chave da organização, como os


diretores; e

✓ Fixar a orientação geral dos negócios da instituição aos diretores e pessoal da


administração.

Princípio 2 – Composição e Qualificação dos Membros do Conselho de


Administração

Os membros do Conselho de Administração devem ter qualificação necessária,


individual e coletivamente, para a posição que ocupam. Eles devem compreender
seu papel dentro da instituição financeira, inclusive no âmbito da governança
corporativa, e estarem aptos a julgar objetivamente as relações da instituição.

Para tanto, é recomendável um numero suficiente de conselheiros independentes,


além de indivíduos com competências, experiências que se completem,
apresentem diversidade e qualificação necessária às atividades e riscos assumidos
pela instituição financeira.

Princípio 3 – Estrutura e Práticas do Conselho de Administração

O Conselho deve definir estruturas e práticas de governança para seu próprio


funcionamento, bem como revisá-las periodicamente para que funcione de forma
eficaz.

Neste sentido, cabe a elaboração de estatutos e regras que definam as funções


do órgão colegiado, bem como de seus membros.

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Adicionalmente, recomenda-se a implantação de comitês especializados que


aprofundem funções e atividades desempenhadas pelo conselho. É possível citar,
os comitês de auditoria, de riscos, de política de remuneração etc.

Princípio 4 – Alta gestão

A alta gestão das instituições financeiras (gestores que respondem diretamente ao


Conselho e acionistas) devem executar as atividades da instituição de maneira
consistente à estratégia de gestão, à política de tomada de riscos, à remuneração
e a outras orientações gerais estabelecidas pelo conselho.

Princípio 5 – Gestão dos Grupos Econômicos

Nas instituições financeiras presentes em grupos (conglomerados financeiros), o


Conselho da sociedade controladora (parent company) tem responsabilidade
total sobre todas as sociedades do grupo e pelo estabelecimento e operação da
estrutura de governança, negócios e riscos tomados pelas elas.

Princípio 6 – Gestão de Riscos

A instituição financeira deve ter uma gestão de riscos independente, sob supervisão
de um Diretor de Riscos (Chief Risk Officer - CRO), com independência, recursos e
estatura necessária para desempenhar sua função, além de acesso ao Conselho
de Administração.

Princípio 7 – Identificação, Monitoramento e Controle de Riscos

Os riscos devem ser identificados propriamente, monitorados e controlados de


acordo com métodos adequados e que acompanhem a dinâmica do mercado e
da instituição. Adicionalmente, a política de riscos e de controles internos da
instituição deve refletir as alterações no perfil de risco, no ambiente externo e nas
práticas da industria financeira.

Princípio 8 – Divulgação de Riscos

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A política de gestão de riscos da instituição deve ser propriamente divulgada


dentro da instituição, com o objetivo de se criar uma cultura organizacional
alinhada à gestão de riscos.

Princípio 9 – Compliance

O Conselho de Administração é responsável por verificar se a política de risco está


sendo cumprida pelos gestores. O Conselho deve estabelecer estrutura para esta
função de cumprimento de normas (compliance) e aprovar as normas de seu
funcionamento.

Princípio 10 – Auditoria Interna

A auditoria interna deve prover informações independentes ao Conselho de


Administração e auxiliar o Conselho e Diretoria na promoção da eficácia do
processo de governança e na solidez da instituição financeira.

Princípio 11 – Política de Remuneração

A política de remuneração da instituição financeira deve incentivar a promoção


de sólida governança corporativa e gestão de riscos.

Princípio 12 – Divulgação de Informações e Transparência

A governança corporativa da instituição deve ser transparente a todos


interessados, principalmente depositantes, acionistas e participantes do mercado.

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CONTROLES INTERNOS

O Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores


Públicos Certificados (AICPA) definiu que o controle interno como sendo:

O plano de organização e o conjunto coordenado de métodos e medidas


adotados pela empresa, para proteger o seu patrimônio, verificar a exatidão
e fidedignidade de seus dados contábeis, promover a eficiência
operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração.

Por sua vez, A COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway


Commission), definiu controle interno como

Um processo levado a cabo pelo Conselho de Administração, Direção e


outros membros da organização com o objetivo de proporcionar um grau
de confiança razoável na concretização dos seguintes objetivos: (i) eficácia
e eficiência dos recursos; (ii) fiabilidade da informação financeira; e (iii)
Cumprimento das leis e normas estabelecidas.

Aprofundando, segue adiante explicações adicionais sobre alguns termos-chave


presentes nas definições acima:

✓ Políticas: Maneira de conduzir a empresa através de regras, normas e


procedimentos estabelecidos pela Administração, para chegar a um
determinado objetivo. Podemos dividir em políticas Estratégicas, que está
relacionado ao comportamento da organização e Políticas Operacionais, que
trata das regras de trabalho.
✓ Plano de Organização: é a maneira de organizar o sistema da entidade, onde
se faz necessário à atribuição de funções de autoridades e responsabilidades e
verificar quem faz o que e quem tem autoridade sobre quem.

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✓ Métodos e Medidas: são estabelecidos caminhos a serem percorridos que


conduz a um certo resultado, onde serão comparados esses resultados e
verificar qual o melhor método a ser seguido.
✓ Proteção do Patrimônio: é a forma de salvaguardar os bens e direitos da
organização.
✓ Exatidão e Fidedignidade dos dados contábeis: É a averiguação da veracidade
das informações contábeis, através de planos de contas e conciliação contábil
dos sistemas e documentos, entre outras formas.
✓ Eficiência Operacional: É a aplicação de métodos e procedimentos para atingir
o resultado que atingirá a eficiência das operações desejada pelos
administradores da empresa.

Visto a definição e os conceitos básicos sobre controles internos, podemos passar


às normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional sobre o tema
(Resolução n 2.554).

A presente norma determina às instituições financeiras e demais instituições


autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a
implementação de controles internos voltados para as atividades por elas
desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais
e o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis.

A diretoria é o órgão responsável pelo (a) (i) implantação e a implementação de


uma estrutura de controles internos efetiva mediante a definição de atividades de
controle para todos os níveis de negócios da instituição; (ii) estabelecimento dos
objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; e (iii) verificação sistemática da
adoção e do cumprimento dos procedimentos definidos em função do disposto
anteriormente.

Continua o normativo afirmando que os controles internos, que devem ser


periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas

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medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados, devem


prever:

✓ A definição de responsabilidades dentro da instituição;


✓ A segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de forma
a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar e
monitorar adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da
espécie;
✓ Meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar
adversamente a realização dos objetivos da instituição;
✓ A existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários,
segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas
e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e
responsabilidades;
✓ Continua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da instituição;
✓ O acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, de forma a que
se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os
limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos,
bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente
corrigidos;
✓ A existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações,
em especial para os mantidos em meio eletrônico.

Reparou como os princípios de governança corporativa possui estreita relação


com os objetivos dos controles internos?

Não é uma mera coincidência. A governança corporativa e os controles internos


são os “instrumentos” utilizados para o atingimento dos objetivos da governança e
gestão da instituição.

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E, para finalizar, seguem alguns tópicos adicionais sobre os controles internos, como
definidos pela Resolução:

✓ A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles


internos. Quando não executada por unidade especifica da própria instituição
ou de instituição integrante do mesmo conglomerado financeiro, poderá́ ser
exercida:

o Por auditor independente devidamente registrado na Comissão de


Valores Mobiliários (CVM), desde que não aquele responsável pela
1
auditoria das demonstrações financeiras;

o Pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão


central a que filiada a instituição

o Por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições


autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, mediante
convênio, previamente aprovado por este, firmado entre a entidade a
que filiada a instituição e a entidade prestadora do serviço.

✓ O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema


de controles internos deve ser objeto de relatório anual, contendo:

o as conclusões dos exames efetuados;

o as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o


estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando
for o caso;

o a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas a


respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das
medidas efetivamente adotadas para saná-las.

✓ As conclusões, recomendações e manifestação anteriormente referidas:

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o devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta desse,


à diretoria, bem como à auditoria externa da instituição;

o devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo


de 5 (cinco) anos.

✓ Incumbe à diretoria da instituição a promoção de elevados padrões éticos e


de integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a
todos os funcionários, a importância dos controles internos e o papel de cada
um no processo.
e

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QUESTÕES PROPOSTAS
Questão 01 CESGRANRIO - Profissional Básico (BNDES)/Administração/2013/

Estima-se que, no ano de 2011, as companhias abertas brasileiras gastaram R$ 3,87


bilhões com a remuneração de diretores e conselheiros de administração, valor
14,4% maior que o contabilizado em 2010. Desse total, os diretores ficaram com R$
3,38 bilhões (alta de 17%), enquanto os conselheiros receberam R$ 434 milhões
(queda de 3%). Os dados revelam uma desaceleração importante em
c
comparação à alta de 31% registrada entre 2009 e 2010, quando esses dados
passaram a ser divulgados pela primeira vez por exigência da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).

As remunerações e os incentivos aos executivos de grandes empresas tornaram-se


informação fundamental a partir da crise global iniciada em 2008, devido a um
conflito de

a) agência

b) expansão

c) diversificação

d) diferenciação

e) cadeia de valor

Questão 02 SMA-RJ - Auditor de Controle Externo (TCM-RJ)/"Sem Especialidade"/2011

No que diz respeito aos pressupostos da governança corporativa e às


recomendações do COSO acerca das referências sobre controles internos, verifica-
se que:

a) independência constitui um dos quatro conceitos-chave apresentados pelo


COSO

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b) certeza e garantia total a respeito da qualidade da informação é o que se


espera de uma adequada política de controles internos

c) por conformidade, entende-se que os agentes da governança corporativa


devem prestar contas dos seus atos administrativos, a fim de justificarem sua
eleição, remuneração e desempenho

d) no âmago da governança corporativa existe necessariamente a preocupação


com o poder, caracterizando uma forma de assegurar a eficácia das decisões

e) são pressupostos para caracterização das boas práticas de governança


f
corporativa: a transparência, a equidade, o accountability e o compliance

Questão 03 IADES - Analista Técnico (FUNPRESP)/Auditoria/2014/

Figura para responder a questão.

Sistema de governança corporativa

INSTITUTO Brasileiro de Governança Corporativa.

Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. São Paulo: IBGC, 2009, p.16.

A respeito das melhores práticas para minimização de potencial conflito de


interesse entre as instâncias representadas nessa figura, é recomendado

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a) que os executivos monitorem e administrem potenciais conflitos de interesses


entre conselheiros da administração e dos sócios, de forma a evitar o mau uso dos
ativos da organização e, especialmente, abusos em transações entre partes
relacionadas.

b) definir claramente os papéis e as responsabilidades associadas aos mandatos


de todos os agentes de governança.

c) manter dependência entre conselheiros de administração, sócios e auditores, de


forma a garantir a integração entre eles.
5
d) que os conselheiros, assim como os executivos, mantenham lealdade entre si e
a totalidade dos sócios, e não apenas com aqueles que os elegeram.

e) a criação de fóruns de compartilhamento de alçadas de decisão entre as


instâncias, com o objetivo de minimizar possíveis conflitos de interesse.

GABARITOS

01 02 03
A E B

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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 01 CESGRANRIO - Profissional Básico (BNDES)/Administração/2013/

Estima-se que, no ano de 2011, as companhias abertas brasileiras gastaram R$ 3,87


bilhões com a remuneração de diretores e conselheiros de administração, valor
14,4% maior que o contabilizado em 2010. Desse total, os diretores ficaram com R$
3,38 bilhões (alta de 17%), enquanto os conselheiros receberam R$ 434 milhões
(queda de 3%). Os dados revelam uma desaceleração importante em
0
comparação à alta de 31% registrada entre 2009 e 2010, quando esses dados
passaram a ser divulgados pela primeira vez por exigência da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).

As remunerações e os incentivos aos executivos de grandes empresas tornaram-se


informação fundamental a partir da crise global iniciada em 2008, devido a um
conflito de

a) agência

b) expansão

c) diversificação

d) diferenciação

e) cadeia de valor

A divulgação das remunerações e dos incentivos aos administradores de


companhias abertas é instrumental para superar o conflito de agência.

Este decorre da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. Nesta


situação, o proprietário (acionista) delega a um agente especializado
(administrador, executivo) o poder de decisão sobre sua propriedade. No entanto,
os interesses do gestor nem sempre estarão alinhados com os do proprietário,
resultando em um conflito de agência ou conflito agente-principal.

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A Governança Corporativa se preocupa em criar um conjunto eficiente de


mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que
o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos
acionistas.

A medida tomada pela CVM e descrita na questão é um exemplo.

GABARITO: LETRA A

Questão 02 SMA-RJ - Auditor de Controle Externo (TCM-RJ)/"Sem Especialidade"/2011

No que diz respeito aos pressupostos da governança corporativa e às


recomendações do COSO acerca das referências sobre controles internos, verifica-
se que:

a) independência constitui um dos quatro conceitos-chave apresentados pelo


COSO

b) certeza e garantia total a respeito da qualidade da informação é o que se


espera de uma adequada política de controles internos

c) por conformidade, entende-se que os agentes da governança corporativa


devem prestar contas dos seus atos administrativos, a fim de justificarem sua
eleição, remuneração e desempenho

d) no âmago da governança corporativa existe necessariamente a preocupação


com o poder, caracterizando uma forma de assegurar a eficácia das decisões

e) são pressupostos para caracterização das boas práticas de governança


corporativa: a transparência, a equidade, o accountability e o compliance

Como vimos através dos princípios de governança do IBGC, são pressupostos para
caracterização das boas práticas de governança corporativa: a transparência, a
equidade, o accountability e o compliance.

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Vejamos os erros das demais alternativas:

a) Embora não cobrado em nosso edital, a metodologia do COSO é baseada em


5 elementos:

Ambiente de Controle;

Avaliação e Gerenciamento dos Riscos;

Atividade de Controle;

Informação e Comunicação; e

Monitoramento.

b) Veremos o tema adiante, mas não se espera garantia TOTAL da política de


controles internos

c) Esse conceito refere-se à accountability

d) Item totalmente despropositado, sem relação com os conceitos de governança


corporativa

GABARITO: LETRA E

Questão 03 IADES - Analista Técnico (FUNPRESP)/Auditoria/2014/

Figura para responder a questão.

Sistema de governança corporativa

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INSTITUTO Brasileiro de Governança Corporativa.

Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. São Paulo: IBGC, 2009, p.16.

A respeito das melhores práticas para minimização de potencial conflito de


interesse entre as instâncias representadas nessa figura, é recomendado

a) que os executivos monitorem e administrem potenciais conflitos de interesses


entre conselheiros da administração e dos sócios, de forma a evitar o mau uso dos
ativos da organização e, especialmente, abusos em transações entre partes
relacionadas.

b) definir claramente os papéis e as responsabilidades associadas aos mandatos


de todos os agentes de governança.

c) manter dependência entre conselheiros de administração, sócios e auditores, de


forma a garantir a integração entre eles.

d) que os conselheiros, assim como os executivos, mantenham lealdade entre si e


a totalidade dos sócios, e não apenas com aqueles que os elegeram.

e) a criação de fóruns de compartilhamento de alçadas de decisão entre as


instâncias, com o objetivo de minimizar possíveis conflitos de interesse.

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Podemos analisa esta questão à luz do primeiro princípio apresentado e dos


conceitos básicos de governança apresentados.

Vejamos as alternativas:

a) Esta responsabilidade é do Conselho de Administração e não dos executivos

b) Correto. De fato, a prática eficaz da governança corporativa pressupõe a clara


definição das responsabilidades dos agentes de governança. Como vimos, o
Conselho de Administração deve ser o responsável primário por este processo.

c) Ao contrário, as boas práticas de governança recomendam a independência


entre os agentes citados.

d) O dever de lealdade, o qual se refere o item, diz respeito à característica dos


atos dos administradores em relação à instituição, e não em relação a eles mesmos
(entre si). Ou seja, o dever de lealdade informa que o administrador deve servir com
lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios.

e) Item incorreto, pois as boas práticas de governança entendem necessária a


separação e independência das alçadas de decisão, e não a criação de fóruns
de compartilhamento de decisão entre elas.

GABARITO: LETRA B

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalizamos aqui mais uma aula. Espero que tenham gostado e compreendido
nossa proposta de curso.

Saiba que ao optar pelo Estratégia Concursos estará fazendo a escolha certa. Isso
será perceptível no decorrer do curso, na medida em que formos desenvolvendo
os assuntos.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou


disponível no fórum no Curso, por e-mail, Facebook e Instagram.

vdalvocamillo@gmail.com

https://www.facebook.com/profvicentecamillo/

https://www.instagram.com/profvicentecamillo/

Obrigado pela companhia.

Aguardo vocês na próxima aula.

Bons estudos e até lá!

Prof. Vicente Camillo

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