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TEXTO II
A existência dos homens criadores modernos é muito mais condensada e mais complicada do
que a das pessoas dos séculos precedentes. A coisa representada, por imagem, fica menos fixa, o
objeto em si mesmo se expõe menos do que antes. Uma paisagem rasgada por um automóvel,
ou por um trem, perde em valor descritivo, mas ganha em valor sintético. O homem moderno
registra cem vezes mais impressões do que o artista do século XVIII.
LEGÉR, F. Funções da pintura. São Paulo: Nobel, 1989.
A vanguarda europeia, evidenciada pela obra e pelo texto, expressa os ideais e a estética do
B) Expressionismo alemão, que criticava a arte acadêmica, usando a deformação das figuras.
D) Futurismo, que propunha uma nova estética, baseada nos valores da vida moderna.
Sermão da Sexagésima
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se
tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um
sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se
desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não
é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra
de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus?
Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-
me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a
ouvir.
VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira questiona a eficácia das pregações. Para tanto,
apresenta como estratégia discursiva sucessivas interrogações, as quais têm por objetivo
principal:
A) provocar a necessidade e o interesse dos fiéis sobre o conteúdo que será abordado no sermão.
B) conduzir o interlocutor à sua própria reflexão sobre os temas abordados nas pregações.
C) apresentar questionamentos para os quais a Igreja não possui respostas.
D) inserir argumentos à tese defendida pelo pregador sobre a eficácia das pregações.
E) questionar a importância das pregações feitas pela Igreja durante os sermões.
(BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.)
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas feições, a escultura barroca no
Brasil tem forte influência do rococó europeu e está representada aqui por um dos profetas do
pátio do Santuário do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-
sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua obra revela:
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição
vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade
da terra da Colônia.
Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam
n’alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecida e ufana por ouvir
aquele altivo e indómito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso
amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma
que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a
flor que estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor
que te consagro também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham
revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida entre
os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos
tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol.
GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso
em: 7 out. 2015.
O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas textuais
que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a
Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam
n’alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecida e ufana por ouvir
aquele altivo e indómito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso
amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma
que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a
flor que estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor
que te consagro também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham
revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida entre
os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos
tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol.
GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso
em: 7 out. 2015.
O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas textuais
que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a
O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com
Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos
paradigmas românticos, porque
B) como “defunto autor", Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do
tempo.
Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito dinheiro, precisava casar,
mas casar com uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que se encontra mais
vergonha e menos bandalheira. Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples, sem essa
tendência fatal das mulheres modernas para o adultério, uma menina que até chorava na aula
simplesmente por não ter respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga assim era um
caso esporádico, uma verdadeira exceção no meio de uma sociedade roída por quanto vício há
no mundo. Ia concluir o curso, e, quando voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso. A
Maria do Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha, mas inocente...
CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16
maio 2016.
Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do romance de Adolfo Caminha, de 1893,
identifica e destaca nos personagens um(a)