Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Proposições contrárias (A e E): São proposições universais que diferem só pela qualidade.
Ex.: Todos os homens são racionais (A) e Nenhum homem é racional (E)
Proposições subcontrárias (I e O): São proposições particulares que diferem só pela qualidade.
Ex. Alguns homens são racionais (I) e Alguns homens não são racionais (O)
Proposições subalternas (A e I e E e O ): São proposições que só diferem pela quantidade.
Ex.: Todos os homens são racionais (A) e Alguns homens são racionais (I)
Nenhum homem é racional (E) e Alguns homens não são racionais (O)
Proposições contraditórias ( A e O e E e I ): São proposições que diferem quanto à quantidade e quanto à qualidade.
Ex.: Todos os homens são racionais (A) e Alguns homens não são racionais (O)
Nenhum homem é racional (E) e Alguns homens são racionais (I)
Inferência
Designa-se por inferência a operação mental pela qual obtemos de uma ou mais proposições (premissas) outra que
nela(s) estava já implicitamente contida (conclusão).
Relações de contrariedade
De uma proposição universal afirmativa (A) pode inferir-se uma proposição universal negativa (E); obtêm-se, assim,
proposições contrárias. A contrária de uma proposição de tipo A será uma proposição de tipo E.
Exemplo:
A – Toda a fruta do cesto está madura.
E – Nenhuma fruta do cesto está madura.
Facilmente se percebe que estas duas proposições não podem ser ambas verdadeiras e que, se uma for verdadeira, a
outra tem necessariamente de ser falsa pois, de acordo com o princípio da (não) contradição, uma coisa não pode ter
e não ter, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspeto, um determinado atributo, no caso em concreto, a fruta (toda) não
pode estar madura e não estar madura.
Também se percebe que podem ser as duas falsas (pode sempre dar-se o caso de parte da fruta estar madura e parte
não estar).
Exemplo:
A – Toda a fruta do cesto está madura.
I – Alguma fruta do cesto está madura.
Se a universal for verdadeira, a particular será necessariamente verdadeira porque, se um dado predicado convém ao
todo, então também tem de convir às partes desse todo (princípio da identidade).
Se a universal for falsa, nada podemos concluir acerca da particular; porque um atributo pode não convir ao todo, mas
pode, ou não, convir a uma parte desse todo.
Se a particular for verdadeira, nada podemos concluir acerca da universal; porque o que convém à parte pode ou não
convir ao todo.
Se a particular for falsa, podemos concluir que a universal será necessariamente falsa; porque, se não convém a uma
parte então não pode convir ao todo.
Verificamos, assim, que, no caso de não ficar na indeterminação, as relações vão ser regidas pelo princípio de não
contradição, mas também por um outro princípio de implicação lógica: se é verdade para o todo tem de ser verdade
para as partes desse todo; se toda a fruta está madura, então toda a fruta está madura, logo qualquer parte dela tem
de estar madura. Esta implicação é uma implicação de identidade (princípio de identidade). Aplicando o mesmo
princípio, da falsidade da particular pode de imediato inferir a falsidade da universal porque se não convém às partes
(mesmo que seja só uma parte), logicamente não pode convir ao todo; mas da falsidade da universal não pode conhecer
o valor de verdade da particular.
Relações de subcontrariedade
De uma proposição particular afirmativa I podemos inferir uma proposição particular negativa O e vice-versa. Estamos
perante proposições subcontrárias.
Exemplo:
I – Alguma fruta do cesto está madura.
O – Alguma fruta do cesto não está madura.
No caso das proposições subcontrárias, se uma for verdadeira, a outra é indeterminada (tanto pode ser verdadeira
como falsa, porque podem ser ambas verdadeiras); se uma for falsa, a outra é necessariamente verdadeira: se for
falso que alguma fruta do cesto não está madura, então é verdade que alguma está (podemos mesmo inferir que toda
a fruta está madura).
Relações de contraditoriedade
De uma proposição podemos inferir outra, alterando simultaneamente a qualidade e a quantidade; estamos perante
proposições ditas contraditórias, como é o caso de A/O e E/I, isto é, têm entre si uma relação lógica de contradição,
sendo a negação uma da outra.
Exemplo:
A – Toda a fruta do cesto está madura.
O – Alguma fruta do cesto não está madura.
Se a universal afirmativa (A) for verdadeira, a particular negativa (O) é necessariamente falsa e o mesmo se passa
entre E e I.
Se I for verdadeira então E é necessariamente falsa, mas se I for falsa então E é necessariamente verdadeira.
Conclusão:
Nas inferências por oposição o interessante é que, em muitos dos casos, pode conhecer-se o valor de verdade ou de
falsidade da proposição inferida por simples aplicação dos princípios lógicos sem precisarmos de ir conferir os factos;
estes princípios são constringentes, não podemos deixar de os observar se quisermos que o nosso pensamento seja
lógico, tenha coerência interna. Esses princípios são o da identidade, da (não) contradição e do terceiro excluído.