II Sarau Lítero-musical de

Letras/Português - UESPI/Oeiras
Tema: Literatura Piauiense: poesia e prosa
nacional e singular

Integrado à

Declamações: Acadêmicos de Letras Português, bloco VII

Atração Musical:
Elimar Barros Com Wave Instrumental

06/12/2019
Café - Oeiras - 21h
Orientação: Prof. Ma. Elimar Barbosa de Barros
UESPI/OEIRAS-PI
2019
 APRESENTAÇÃO

Por Evanice Fernandes1

O I Sarau Lítero-musical de Letras/Português – UESPI/Oeiras

aconteceu no dia 30 de junho de 2018. Foi organizado e coordenado pela
Prof. Ma. Elimar Barbosa de Barros e os acadêmicos do curso de Letras/
Português, blocos VI e VII. Neste ano o II Sarau Lítero-musical
Letras/Português – UESPI/Oeiras traz como tema: Literatura
Piauiense: poesia e prosa nacional e singular, organizado e
coordenado novamente pela Prof. Ma. Elimar Barbosa de Barros com os
acadêmicos do Curso de Letras/Portugûes, bloco VII; e a colaboração da
Prof. Dra. Ana Angélica Lima Gondim e a Prof. Ma. Karla Maria
Marques Peixoto . Esta edição do Sarau está integrada na V Semana de
Letras do Campus Professor Possidônio Queiroz - UESPI/Oeiras-PI.
O I Sarau Lítero-musical de Letras/Português – UESPI/Oeiras nos
propôs uma viagem, de carona nas asas da Literatura Portuguesa, por um
cenário de um país desconhecido, porém cheio de beleza e estilo próprio.
Essa viagem foi feita, tendo como combustível o embalo do amor que
rege as poesias desde Fernando Pessoa à Almeida Garrett.
Nessa nossa nova viagem, seremos levados nas asas da Literatura
Piauiense. Assim este passeio será cheio de trocas de experiências e
afetos, já que estaremos acompanhados dos nossos conterrâneos e
conhecemos bem o roteiro da viagem, haja vista que vivenciamos todos
os dias o nosso estado. Essa excursão será guiada por autores renomados
na Literatura Piauiense, mas também por jovens condutores - especiais
para nós - nossos próprios colegas de caminhada acadêmica no curso de
Letras/Português da UESPI-Oeiras: Romário Barreto e Kleber Rêgo.
1
Acadêmica do Curso de Letras/Português da UESPI, bloco VII, do Campus Professor
Possidônio Queiroz.
Vamos também acompanhados de pessoas que conhecemos em um
mundo paralelo, no convívio social, estes são: Antônio Santos; Lucas
Valentim; Yure Carvalho; Francisco Paiva e Júlia Gabrielly.
O roteiro dessa viagem foi pensado observando a necessidade de
exaltar a nossa cultura por meio da literatura, pois a Literatura Piauiense
em pleno século XXI ainda é pouco reconhecida, tanto no cenário
regional quanto no nacional. Esse problema foi confirmado a partir da
leitura da tese de doutorado de Maria do Socorro Rios Magalhães, onde
ela destaca os obstáculos que a Literatura Piauiense teve que enfrentar
desde de seu surgimento em meados do século XX até a os dias atuais.
Dessa forma, é importante observar as particularidades presentes
na literatura produzida por piauienses, podemos destacar brevemente a
busca por um estilo propriamente piauiense, sem muita influência da
literatura europeia/ocidental, essa busca pode ser caracterizada pela
presença do regionalismo em muitas dessas obras que destacam
detalhadamente paisagens, costumes e linguagem do nosso estado.
Caminhemos, pois, nesta viagem com música e poesia ... aqui na
parada deste “livreto” temos uma seleção de contos e poemas, da
Literatura Piauiense, feita pelos acadêmicos(as): Evanice Fernandes;
Ângela Façanha; Matheus Silva; Pollyana Ilça; Alciméia Silva e Eliana
Barbosa. Todos os textos foram escolhidos com a intenção de provocar
seus sentimentos, caro leitor, e levá-lo a se movimentar nesta viagem,
fazendo declamações juntamente conosco ... o microfone está aberto para
quem se sentir tocado e convidado a bater as asas da Literatura Piauiense
para espalhar suas vozes...
 TRAJETÓRIA
Através dos sonhos buscamos
Mesmo que o vento venha Realidade, e através dos
Fortemente a soprar, saiba que Discursos buscamos a verdade
jamais
Irei te abandonar
Tudo passa, tudo veem
Acontecer, por isso, a jornada é
Pois ao seu lado encontro o real
Pesada e dependerá muito de
Prazer de viver, que sempre se
Você
Renasce a cada amanhecer
Busque as conquistas nas
Mais diversas situações, pois o
Desta forma posso
Caminho é imprevisível cheio
Humildemente agradecer,
E opções, mas siga aquele
Por simplesmente fazer parte
Que nunca te deixará na mão
Deste mundo em que encontrei
Que certamente será o seu
Você.
CORAÇÃO.
(BARRETO, Romário.2019)
(BARRETO, Romário.2019)

SURREAL
REALIDADE

Assim como o sol a cada dia
Veem a nascer, em mim nasce
A vontade de vencer
Acredito em uma luz que
Sempre irá brilhar, iluminado
Os meus passos nas passagens
Escuras que irei passar
Que a estética de um mal olhar
Em mim não venha a habitar,
Impedindo o meu sucesso que
Aos poucos irei conquistar.
(BARRETO, Romário.2019)
A VIDA É UM DESAFIO
Vejo que a paz aqui veio morar
Resgatando vida dos fortes que
Insiste em lutar
O sol alegra suas vidas
O vento refresca suas memórias
Os pássaros lhe instigam
A lua conta suas histórias
O ontem passou e algo ficará
Que fique as dificuldades que
lhes fortalecem
Os mostrando que a vida é um
desafio
Onde somente os fortes lutará.
(BARRETO, Romário.2019)
ENCANTO
Nesta manhã vejo que o sol
 Fortemente veio a brilhar
Intensificando nossa alma
E deixando a paz reinar
A união aqui é divina de Jesus
Aglomerando na fé e nos
conduzindo
Pelos caminhos certos através
da sua luz
É neste ambiente agradável
Que muitos podem se alegrar
Compartilhando suas histórias
Que habitada no seu coração
está
E assim vamos dividindo os
saberes,
Acolhendo nossos irmãos e um
aos
Outros compreender,
Pois a vida é uma escolha e
hoje
Escolhemos felizes VIVER.
(BARRETO, Romário.2019)
INSTANTE
Existe um curto espaço
de tempo um pequeno
buraco negro que engole
todas as grandes certezas.
Entre o dedo no gatilho
e uma bala disparada
abre-se uma imensa
fenda onde a entrada
da razão é terminantemente
proibida. Entre o último
pulso do coração e o seu
repouso, o tempo se dilata
milimetricamente
e mergulha as memórias
no fundo do mar lá
longe da terra lá onde
nunca dá pé. Nesses
curtos espaços nós não
pisamos porque não
cabemos. São tão curtos
que talvez nem existam.
(Laura Liuzzi, 2014)
MOLESTADO
Findada a primeira infância,
Sinto nas cartilagens adobos
Deslocados de minha cidade,
Mística e então
subdesenvolvida.
Mosteiro profanado,
Castelo vampiresco.
Enquanto me sou solo,
Devo averiguar suas riquezas
Com o parco Carbono-14,
Ou não, que me resta.
Antepassados de cada
escavação interior...
Bandagem, gesso e resina.
O que não foi suficiente
Para preservar minhas avarias,
Tampouco foi para evitá-las.
(Valciãn Calixto)
ESTICAR O MUNDO
ainda é possível esticar o
mundo com a palavra poética se
aliando ao balé das arraias
aos porteiros que abrem os
caminhos do mundo
às armas de misericórdia dos
infames
aos livreiros da diáspora
às mercearias que sediam
confrarias fugazes
aos tuaregues mensageiros dos
ventos-suburbanos
aos engenhos e cachaças
mágicas
aos taxistas sobrenaturais que
detêm a arte dos atalhos
ao cinema do oriente
abandonado
às musas que habitam os
labirintos da memória
aos andaimes dos cemitérios da
carne
aos carteiros que espalham
pontes silenciosas
às chuvas que inventam
estradas aquáticas
aos jardineiros que curam e
fazem partos nos canteiros
aos gatos que amaciam os
recantos da cidade
aos pintores alados que
enfeitam os muros
aos bem-te-vis arquitetos do
assovio
às crianças que dominam
gramáticas horizontais ... é
possível esticar o mundo.
(Demetrios Galvão)
Superação
Quem hoje é um grande sábio
Um dia foi contestado,
Muitas vezes ignorado
E bastante humilhado
Pode ter se abalado
Pensado em desistir, Mas como
ele era forte
Nunca se deixou cair.
Batalhou, persistiu
E se surpreendeu
Ele nunca teve sorte
Só acreditou em
Deus.
Esperou o tempo certo
Para mudar a sua história,
Aproveitou seu momento
E hoje tem sua vitória.
(Lucas Emanuel dos Santos
Valentim)
No dia que Vi Deus
Eu acabei de ver Deus
Do lado de fora da loja de
bebidas
Quando ele me viu se
entristeceu
Em ver como está perdida
minha vida
De seus olhos lágrimas caíram
Ao ver que minha existência
esta se sucumbindo
Ciente de meu futuro lamentável
Morrer antes dos 40 de doença
deplorável
Ou aos 16
Por excesso de tragos e doses
Sendo mais um adolescente
que morre de overdose
Que vai com medo de ser
chamado de bobo
E experimentava,tudo que sua
mãe o alertava
Justificando o choro do criador
Pois ele não voltou
(Yure Dalton S. de Carvalho)
Carícias da noite

Estou tão sozinho e desolado
Só eu e minha solidão
Mas sendo consolado
Pelo aconchegante e terrível
abraço da escuridão
Este carinho das trevas
É tão acolhedor
Espero que Um dia tu me levas
Junto de toda minha dor
Que Amor? Se deixa-te triste e
chorosa!
Amor que faz-te renúnciar do
próprio amor?
Amor, que fingindo não ver-te,
faz-te uma eterna Solidão!
Amor, que mesmo deixando-te
triste e chorosa, Existe!
Amor, que renegando-te, faz-te
Forte, Amor!!
(Francisco Paiva)

Depois de tanto sofre

Resolvi com ela me acolher
E sentir a doce ternura do vazio
Que me corroe deixando-me tão
sombrio

Na mais profunda solidão

Encontro
o refúgio para o meu coração
Mergulho tão profundo no
obscuro
Ao ponto de sentir o sentimento
mais puro

A verdadeira tristeza
Que me faz tão feliz
Nem tenho mais certeza
De tudo que naquela noite fiz

(Yure Dalton de S. Carvalho)

Amor!
Os Pássaros

Tenho observado os pássaros.
Me encanta o jeito que eles
brincam com a sua livre forma
de viver. Nessa semana eu
tenho comparado os voos
ousados de alguns, com a vida
de meninos - talvez não na
idade - mas na inocência que se
encontram, quando tão
puramente vivem os seus dias.
Tem um lugar aconchegante e
cheio de paz, que pouca gente
parece conhecer. É uma
Fazenda com homens, e com
nome de Bom Jesus. Lá eu vejo
cada coisa bonita, que me
ensina muito a viver. E aqui
posso desenhar a semelhança
de meninos com pássaros, ou
pássaros com meninos, se
assim você preferir. Todos
possuem asas, umas cheias de
penas e outras carregadas de
sonhos. Estão cercados de uma
mata fechada, de alegria e força
de viver. O sorriso ali é coisa
fácil, valorizando a vida e
querendo mesmo vencer. Cada
dia na linda fazenda, eles se
sentem mais livres, se sentem
mais pássaros.
(Kleber Rêgo)
A presença sombria que vaga
pela terra
Na marca forma de seres
humanos
Que vivem, morrem e revivem
Sem afeição, desejos ou sonhos
Digo-lhe, és tão tolo quanto a
pobre e soberba da alegria
Quanto a utraje ambivalência da
vida
Quanto a ilusão dos sonhos
adormecidos
Nos porões infectos, apertados
e apodrecidos
De nada vale sorrir das próprias
dores
De que vale viver, senão dá
para lutar?
De que vale a esperança, se a
resiliência?
Tampouco é, senão horrores...
O propósito é misterioso
O futuro, um destino tenebroso
De uma supérflua condição
De uma mente cansada.
(Antonio Santos)
Em meio à luta
 O luto
Minuta Mundos, realidades e ficções
Alheia Pensamentos, desejos e
amores
Em meio à dor
Vidas, sentimentos e emoções
O amor
Lutas, espadas e
Corrompe conquistadores
A veia Desertos, frios e calor
em meio ao pó Lembranças, saudades e bens
Dá dó Sopros, forças e amor
Do fardo Silêncios, memórias e alguém
Dos bravos Histórias, mentiras e medos
Em meio a tudo Correntes, terror e angústias
Seguro Sangue, sinais e Segredos
Da força Mortes, perdas e culpas
Dos fracos. Famílias, risos e dramas
(Antonio Santos) Amigos, anjos e flores
Pessoas, acertos e falhas
Monstros, suspense e horrores.
(Antonio Santos)

UM LUGAR, UM SONHO
Piauí, lugar de fronteiras. Fronteiras não só de terras, mas fronteiras de
tempo, de espaço, de culturas. Terra onde o passado e o presente se
encontram e se perdem em seus detalhes, seus caminhos, suas
belezas.

Terra de um passado de lutas, revoluções, terra berço, terra mãe do

homem, homem piauiense, americano, brasileiro. Terra pisoteada pelo
gado e pelos pés de homens que desbravaram um chão tão sagrado.

Lugar descrito em versos, cantos, lugar de mitos verdades e encantos.

Terra de vaqueiros, de delta, de encontro de águas turvas, cristalinas,

encontro de histórias, versos, culturas, vidas e por que não de cajuínas?

Teu mapa não é só mais uma parte do Brasil, é a essência deste. É a

essência da liberdade, da nacionalidade, do amor à pátria, à terra, ao
chão.

Brasileiros podem não ser piauienses, mas piauienses são brasileiros

de nome, de nacionalidade, de alma e de amor. Amor este que foi
capaz de entregar vidas, sonhos, metas, a um sonho, a um desejo, a
uma meta: a liberdade.

Foi esse amor por ti, Piauí, que reuniu homens de vidas simples, mas
de alma e coragem especiais, únicas, inesquecíveis, imortais.

(Ana Kaline Barbosa)

Olhares que julgam, lágrimas que caem essa é a vida que segue
cansada e cheia de tanto faz.
Não tenho tempo nem de respirar se quer, não imagina o homem como
é difícil a vida de uma mulher.
É muito fácil pra quem ver de fora difícil é pra mim
Apontar os defeitos e não olha o contexto, mostra soluções e não vê as
barreiras
É muito fácil para quem vê de fora, difícil é pra mim, que sigo cansada
chorando sem saber onde ir.
Na minha caminhada encontro julgamento, desprezo e solidão, mas
encontro lá no fim do túnel alguém com um sorriso que diga VAI FICAR
TUDO BEM, sem saber nada transforma o meu dia e me faz feliz, por
um momento um breve momento, mas o momento que me faz seguir.
(Júlia Gabrielly)

REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Kaline. Um lugar, um sonho. Piauí. Disponível em:
https://www.pensador.com/piaui/ acesso em: 28 nov. 2019.

BARRETO, Romário. A vida é um desafio. Poema inédito. Oeiras-PI,

2019.
__________. Encanto. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

__________Realidade. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

__________Surreal. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

__________Trajetória. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

CALIXTO, Valciãn. Molestado.Piauí, 2014. Disponível em:

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/poemas-escolhidos/ acesso em: 27
nov. 2019.

CARVALHO, Yure. Carícias da noite Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

__________. No dia que Vi Deus. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

GABRIELLY, Júlia. Sem título. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

GALVÃO, Demetrios. Esticar o Mundo. Piauí, 2014. Disponível em:

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/poemas-escolhidos/ acesso em: 27
nov. 2019.

LIUZZI, Laura. Instante. Piauí, 2014. Disponível em:

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/poemas-escolhidos/ acesso em: 27
nov. 2019.

MAGALHÃES, Maria do Socorro Rios. Literatura piauiense:

horizonte e leitura e crítica literária (1900 – 1930). 2 ed. Teresina:
Academia Piauiense de Letras, 2016.

PAIVA, Francisco. Sem Título. Poema inédito. Oeiras-PI,2018.

RÊGO, Kleber. Os Passáros. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.
SANTOS, Antonio. Sem Título. Poema inédito. Várzea Grande - PI,
2019.

__________. Sem Título. Poema inédito. Oeiras - PI, 2015.

__________. Sem Título. Poema inédito. Oeiras - PI, 2015.

VALETIM, Lucas. Superação. Poema inédito. Oeiras-PI, 2019.

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