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OS JUÍZOS

MORAIS SÃO
OBJETIVOS?
Filosofi a 10º ano

Carla Lemos
Juízos de valor e
juízos de facto

Per ante objetos,


pessoas ou situações o
ser humano sente
necessidade de tomar
posição.

Faz par te da sua


essência valor ar
Juízos de valor e
juízos de facto

Somos seres humanos dotados


de interesses, gostos, paixões
e sentimentos.

C l a s s i fi c a m o s e i n t e r p r e t a m o s o
m u n d o a t ra v é s d o s n o s s o s
va l o r e s

Humanizamos o mundo
e projetamo-nos nele
Valores
Os valores humanos são os princípios mor ais
e éticos que conduzem a vida de uma
pessoa. Eles fazem par te da for mação da
consciência e da maneir a de agir e se
relacionar no seio de uma cultur a ou
sociedade.
Valores

Os valores humanos são nor mas


de conduta que podem deter minar
decisões impor tantes e gar antir
que a convivência entre as
pessoas seja pacífica, honesta e
justa.
Valores

Os valores humanos são nor mas de conduta


que podem deter minar decisões impor tantes
e g a r a n t i r q u e a c o nv i v ê n c i a O s v a l o r e s s ã o
constr uídos socialmente e vão orientar as
decisões e garantir alguns princípios que
re gem as ações e, consequentemente, a vida
humana.
Juízos de facto e
juízos de valor

O que é um j uí zo ?

Comecemos por esclar ecer o que


si gni f i ca di ze r que al guém for mul ou um
j uí zo sobr e deter mi nado assunto.
Juízos de facto e
juízos de valor

O que é um juízo?

Fazer um juízo significa ger almente que alguém for mou ou


deu uma opinião.

Esta opinião é comunicada or almente ou por escrito atr avés


de uma fr ase declar ativa, que exprime o juízo for mulado. Se
a fr ase pode expr essar a opinião ou juízo de alguém é
porque há um significado associado à frase.
Juízos de facto
Juízos de facto
Os juízos de facto são descritivos: informam-nos sobre o que se passa na
realidade – dizem-nos, em suma, de que modo as coisas são.

“Há mais chineses que portugueses”

“A atmosfera terrestre contém oxigénio”.

Juízos de facto têm valor de verdade: são verdadeiros ou falsos.


Juízos de facto
São obj eti vo s : a r eal i dade que descr eve m, quer nos
a g r ade quer não, é com o é.

Não depende do que possamos pensar ou senti r, dos


nossos desej os ou ave r sões.
Juízos de facto

O f i l m e q u e v i o n t e m n a t e l ev i s ã o , p o r exe m p l o , t e m u m a
d u r a ç ã o d e 9 3 m i n u t o s : e i s a l g o d e o b j e t i vo , q u e e m n a d a
d e p e n d e d e m i m ( c o m o ex i s t i r e m n ove p l a n e t a s n o s i s t e m a
solar também não depende de mim: mesmo que eu
pensasse ou desejasse o contrário, a realidade não
deixaria de ser a que é).

O s j u í zo s d e f a c t o s e r e m o b j e t i vo s t e m u m a c o n s e q u ê n c i a
i m p o r t a n t e : p o d e m o s e s t a r e r r a d o s q u a n d o o s fo r m u l a m o s .
Juízos de facto

Se alguém pensar que a Terra ocupa o centro do universo, o seu


juízo está objetivamente errado. O mesmo seria se todos
pensássemos dessa maneira.

Não é por todos estarmos de acordo sobre um certo assunto


que nos faz estar na verdade.

Os juízos de facto são descritivos, têm valor de verdade e


são objetivos.
Juízos de valor

Juízo de “A pena de morte é


injusta.”
valor
Parece claro que este juízo exprime uma atitude
desfavorável em relação à pena de morte: alguém que
acredite nele sinceramente não está apenas a dizer-nos
como as coisas se passam na realidade; não está apenas a
descrevê-las. Está a dizer-nos como as coisas deviam ser,
isto é, está a avaliá-las.
Juízo de valor

Não nos limitamos, portanto,


Fazer uma avaliação negativa a descrever um facto;
Dizer que a pena de morte é
implica uma atitude de estamos a propor a adoção
injusta significa fazer uma
reprovação: estamos a dizer de uma norma de
avaliação negativa desta
que a pena de morte não comportamento – neste caso,
prática.
devia existir. a ser aplicada pelos
tribunais.

Esta análise permite-nos


As normas servem para
concluir que os juízos de
indicar a maneira como
facto são descritivos e os
devemos agir. É devido a esta
juízos de valor têm, em
característica que os juízos
muitas circunstâncias, uma
de valor são normativos.
função normativa
Juízos Morais

Julgamentos como

“Esta casa é linda", "os dias de sol são mais agradáveis" ou


"está um calor insuportável", exigem mais que uma interpretação
direta da realidade, fundamentam-se na capacidade humana de
julgar uma coisa positiva ou negativamente, como desejável ou
indesejável.

Essa mesma relação vai tor nar possíveis os juízos


morais. Os seres humanos, dotados de um senso moral,
são capazes de classificar as boas e as más ações,
sentimentos, intenções ou pensamentos.
Juízos Morais

Assim, o senso moral apoiado em princípios Bons comportamentos tendem a ser repetidos,
éticos (bem/mal, certo/errado) atua como um enquanto os maus comportamentos são
padrão na avaliação das ações repreendidos.
A importância dos valores
morais na construção de uma
sociedade

Par a que exista uma vida em comunidade, é nor mal que os


indivíduos de um mesmo grupo compartilhem uma série de
valores morais, assim, seus compor tamentos e ações
assumem uma certa familiaridade.

Diferentes grupos sociais, em distintos momentos


históricos, irão possuir códigos morais também distintos.
Isso não impede que possuam alguns pontos comuns.

Desse modo, os valores morais estão diretamente


r e l a c i o n a d o s c o m a i d e i a d o d e v e r, o u s e j a , d e q u e m o d o o s
indivíduos devem agir e os compor tamentos inaceitáveis
q u e n ã o d e v e m p r a t i c a r.
A natureza dos
valores

O problema da natureza dos valores é um dos problemas


mais importantes da axiologia.

Tr a t a - s e d e s a b e r q u a l o f u n d a m e n t o d o s v a lo r e s ( o s e r
humano ou a realidade?): os valores existem por em si e
por si, de forma absoluta, ou só têm uma existência
relativa, dependendo, para existir e ganhar sentido, da
valoração?
A natureza dos valores

Indivíduos que a gem de for ma contrária aos


valor es mor ais estabelecido terão
compor tamentos imor ais ou amor ais e,
dependendo do caso, podem sofr er algum
tipo de sanção ou punição pelos
compor tamentos inadequados.
A natureza dos valores

Assim, constrói-se uma mor alidade e


definem-se os princípios éticos
fundamentais de uma sociedade. Essa
ética possui influência sobre o
sur gimento de novos valores mor ais e
novos compor tamentos compreendidos
como aceitáveis ou indesejados.
A natureza dos valores

Assim, constrói-se uma mor alidade e


definem-se os princípios éticos
fundamentais de uma sociedade. Essa
ética possui influência sobre o
sur gimento de novos valores mor ais e
novos compor tamentos compreendidos
como aceitáveis ou indesejados.
Subjetivismo moral

O subj eti vi smo mor al é a teori a se g undo a qual ,


em bor a ex i stam fa ctos mor ai s, estes não são
obj eti vo s.

As af i r mações acer ca do bem e do mal , do que


é cer t o e er r ado, embor a ex pri m am pr oposi ções
genuí nas, são subj eti vas: são ve r dadei r as ou
fa l sas, mas não o são i ndependentemente dos
suj ei tos que as fa ze m.
Subjetivismo moral

Segundo esta perspetiva, na ética só há opiniões pessoais e


não ver dades univer sais; cada um tem «a sua ver dade».

Par a os subjetivistas, os juízos mor ais descr evem a penas os


nossos senti m ent os de a pr ov ação ou r epr ov ação acer ca das
pessoas e daquilo que elas fazem. O cer to e o er rado
dependem, por tanto, dos sentimentos de cada um. Assim,
quando afir mamos que uma ação é er rada estamos apenas a
dizer que temos sentimentos ne gativos em r elação a ela.
Argumentos a favor
Há duas r azões que podem levar-nos a aceitar o subj eti vismo mor al:

1. O subjetivismo tor na possível a liberdade. O subjetivista pode


alegar que, se as distinções entre o cer to e o er rado não forem fr uto
dos sentimentos de cada pessoa, então serão imposições exterior es
que limitam as possibilidades de ação de cada indivíduo. Pressupõe,
por tanto, que agimos livremente apenas quando damos vo z aos
nossos sentimentos e agimos de acordo com eles.

2. O subjet ivismo pr om ove a t oler ância ent r e pessoas com convicções


morais diferentes. Quando percebemos simultaneamente que as
distinções entre o cer to e o errado dependem dos sentimentos de
cada pessoa, e que os sentimentos de uma não são melhores nem
piores que os de outra, tor namo-nos mais tolerantes, mais capazes de
aceitar como legítimas as opiniões e as ações que vão contra as
nossas preferências.
Objeções ao subjetivismo

1. O subjetivismo permite que qualquer juízo moral seja verdadeiro.

Se uma pessoa pensa que devemos torturar inocentes, então para


essa pessoa é verdade que devemos torturar inocentes. Se uma
pessoa pensa que é errado ajudar os outros, então para essa
pessoa é verdade que é errado ajudar os outros. Assim, o
subjetivismo parece fazer da ética um domínio completamente
arbitrário. À luz desta teoria, nenhum ponto de vista, por muito
monstruoso ou absurdo que seja, pode ser considerado realmente
errado ou pelo menos pior do que pontos de vista alternativos .
Objeções ao subjetivismo

2. O subjetivismo compromete-nos com uma educação


moral que consiste apenas em ensinar que devemos agir de
acordo com os nossos sentimentos.

Se educarmos as crianças de acordo com a perspetiva


subjetivista, teremos de ensinar-lhes apenas a seguir os seus
sentimentos, a orientar-se em função daquilo de que gostam e
de que não g o s t a m . Te r e m o s de lhes dizer que qualquer
comportamento que venham a ter é aceitável, bastando para
isso que esteja de acordo com os seus sentimentos .
Objetivismo
moral

Os objetivistas defendem que os juízos


de valor têm valor de verdade, isto é,
podem ser verdadeiros ou falsos.
Objetivismo
moral

No entanto, ao contrário dos


subjetivistas, entendem que a verdade e
a falsidade não dependem nem de
pontos de vista individuais nem de
acordos coletivos, mas das condições
objetivas a que os juízos se referem.
Objetivismo
moral

Ou seja, quando afirmo "A pena de morte


é cruel e desumana" faço-o porque se
trata de uma pena objetivamente cruel e
desumana, e não porque essa é a minha
convicção ou o que a cultura em que
estou inserido considera imoral.
Argumentos a favor

1-Um dos argumentos do objetivismo moral


assenta na ideia de que há um acordo
generalizado relativamente ao respeito pelos
direitos fundamentais.

2- Outro argumento refere-se ao facto de


promover a tolerância enquanto valor
imprescindível ao funcionamento de todas as
sociedades.
Objeções ao
objetivismo

1- Na prática sabemos que é impossível


a unanimidade e a constância dos
valores morais em todas as sociedades.

2- A tolerância enquanto valor objetivo


pode também levar a tolerar hábitos e
sociedades intolerantes
Relativismo moral

O relativismo moral é uma teoria segundo a


qual julgamentos morais como “o
assassinato de pessoas inocentes é errado” são
verdadeiros ou falsos relativamente ao ponto de
vista de uma determinada cultura. De acordo
com essa perspetiva, existe certo e errado, mas
esse não é objetivo nem tem validade
universal.
Argumentos
a favor
1- Promove a diversidade
cultural, todas as
práticas culturais são
corretas.

2- Promove a tolerância
e simultaneamente
impede o etnocentrismo.
Objeções ao relativismo moral
1- Algumas sociedades podem estar
enganadas nas suas avaliações morais. O
relativismo cultural impede o progresso e o
diálogo intercultural.

2- Não podemos tolerar sociedades


intolerantes, as sociedades precisam de
aper feiçoamento moral.

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