Você está na página 1de 8

5.2.

MICOTOXINAS EM ALIMENTOS
Myrna Sabino

CONTEÚDO DESTE CAPÍTULO


1. Introdução 6.2. Ação biológica
2. Principais micotoxinas em alimentos 6.3. Manifestações clínicas
3. Aflatoxinas 7. Tricotecenos
3.1. Fungos produtores e ocorrência 7.1. Fungos produtores e estrutura química
3.2. Manifestações clínicas 7.2. Ocorrência
3.3. Características gerais 7.3. Efeitos tóxicos
3.4. Biotransformação da aflatoxina B1 8. Fumonisinas
4. Aflatoxina M 1 8.1. Fungos produtores e características
5. Ocratoxinas físico-químicas
5.1. Fungos produtores e estrutura química 8.2 . Efeitos biológicos
5.2. Efeitos toxicológicos 8.3. Mecanismo de ação
5.3. Ocorrência 9. Patulina
6. Zearalenona 9.1. Fungos produtores e características gerais
6.1. Fungos produtores, ocorrência e estrutura 10. Legislação
química 11. Bibliografia

1. INTRODUÇÃO às vezes são rejeitados pelos países importadores por causa da


presença de micotoxinas e acabam sendo consumidos pela po-
As micotoxinas têm impactos significativos na economia em pulação brasileira. Essa é a razão principal pela qual as autori-
muitas culturas, especialmente o trigo, milho, amendoim, café dades brasileiras e de outros países concluíram que é necessá-
e castanha-do-brasil. Os produtos oferecidos para exportação rio implementar programas para reduzir a contaminação por
Parte 5 TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS

micotoxinas. A aplicação de práticas agrícolas modernas e a 2. PRINCI PAIS MICOTOXINAS


presença de um processamento de alimentos regulado pela le- EM ALIMENTOS
gislação podem reduzir a exposição às micotoxinas.
Apesar de serem conhecidas centenas de micotoxinas, as
As micotoxinas são metabólitos secundários naturais, pro-
mais frequentes nos alimentos e rações e, portanto, de maior
duzidos por fungos em produtos agrícolas no campo e durante o
interesse em termos de saúde pública e importância econômica
armazenamento, sob uma ampla gama de condições climáticas.
e agropecuária são aflatoxinas, fumonisinas, ocratoxina A, pa-
Cerca de 200 espécies diferentes de fungos filamentosos, tulina, tricotecenos e zearalenona.
como Aspergillus, Penicilium e Fusarium (sp), têm sido identi-
ficadas, e centenas de diferentes micotoxinas foram descober-
3. AFLATOXINAS
tas até o presente, apresentando uma grande diversidade estru-
tural, o que resulta em diferentes características químicas e 3.1. Fungos produtores e ocorrência
físico-químicas.
Aflatoxinas (Figura 1) são consideradas as mais importantes
Aflatoxinas e ocratoxinas (produzidas principalmente por das micotoxinas e são produzidas na natureza principalmente
Aspergillus sp.), fumonisin as, tricotecenos e zearalenona (pro- por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus e, eventualmen-
duzidas por Fusarium sp.), patulina (produzida por Penicillium te, por A. nomius e pseudotamari.
sp.) e ainda toxinas do ergot (produzidas por várias espécies de Aspergillus flavus é frequentemente encontrado em ali-
fungos do gênero Claviceps) recebem maior atenção, devido à mentos produzidos nos países tropicais, com especial afinida-
ocorrência mais frequente de efeitos adversos em humanos e de por substratos oleaginosas, como o milho, amendoim, cen-
animais. Dependendo da quantidade de toxina presente, assim teio, sorgo, nozes, castanha-do-brasil, algodão, entre outros
como a duração da exposição, idade e estado nutricional dos (Pitt e Hocking, 2009). Normalmente, A.flavus produz apenas
animais ou indivíduos atingidos, resultam em doenças, morte aflatoxinas B e ainda é considerado a principal fonte de aflato-
e perdas econômicas. Esses efeitos podem ser: agudo (por xinas. A. parasiticus produz aflatoxinas B e G e é comumente
exemplo, deterioração dos rins e fígado), crônico (por exemplo, isolado do amendoim, sendo muito raro encontrá-lo em outros
câncer de fígado), mutagênico e teratogênico, com sintomas alimentos (Frisvad et ai., 2006). As aflatoxinas podem ser pro-
que variam de simples irritação na pele a imunossupressão, de- duzidas por fungos antes e/ou após a colheita de cereais, sendo
feitos congênitos, neurotoxicidade e morte. A micotoxicose influenciadas por vários fatores ambientais, como temperatu-
aguda geralmente tem desenvolvimento rápido e manifesta- ra, umidade relativa, ataque de insetos, seca e condição de es-
ções tóxicas evidentes. A micotoxicose crônica é caracterizada tresse das plantas.
por exposição a baixas doses durante um período longo e é a Uma das matérias-primas agrícolas que é amplamente es-
principal preocupação em relação à saúde humana ou animal. tudada com relação às micotoxinas é o milho, que, além de ser
A exposição humana às micotoxinas pode ser direta por componente universal em ração animal, é utilizado para a pro-
consumo de alimentos de origem vegetal, contaminados, ou dução dos mais variados alimentos para o consumo humano.
indiretamente pelo consumo de produtos de origem animal,
contendo quantidades residuais de micotoxinas ou seus meta- 3.2. Man ifestações clínicas
bólitos, por exemplo carne, leite e ovo. As aflatoxinas são primariamente hepatotóxicas. A aflatoxico-
A entrada de micotoxinas ou seus metabólitos na cadeia se aguda resulta em morte; a aflatoxicose crônica resulta em
alimentar não deve ser subestimada. Instituições e organiza- câncer, supressão imunológica e outras condições patológicas
ções nacionais e internacionais, como a Comissão Europeia com desenvolvimento vagaroso.
(CE) , Food and Drug Administration (FDA), Organização A aflatoxicose humana continua a ser relatada como um
Mundial da Saúde (OMS) e a Food and Agriculture Organiza- problema sério ocasionalmente. Um caso grave foi reportado
tion (FAO), reconheceram os riscos para a saúde de animais e no Quênia por Probst et ai., em 2007. Metade das amostras de
seres humanos, decorrentes de alimentos contaminados, e milho analisadas nos distritos envolvidos teve níveis de AFB1
abordaram o problema por meio da adoção de limites máxi- maior que 20 µg /kg (ppb), com 3 a 12% contendo mais que
mos para as principais micotoxinas. 1.000 µg /kg (ppb) e algumas amostras com até 8.000 µg/kg
O Comitê Misto de Peritos em Aditivos Alimentares (ppb). Houve pelo menos 39% de incidência de morte por hepa-
(JECFA), órgão consultivo (científico) da FAO e OMS, fornece totoxicidade aguda dentre 317 casos de pessoas contaminadas.
mecanismos para avaliar a toxicidade de aditivos alimentares ,
resíduos de medicamentos veterinários e contaminantes, e tem 3.3. Características gera is
avaliado riscos relacionados a várias micotoxinas incluindo As aflatoxinas são derivadas de difuranocumarina e diferem
fumonisinas Bl' B2 e B3 , ocratoxina A, desoxinivalenol, Toxina entre si por pequenas variações na sua estrutura química (Fi-
T-2, HT-2 e aflatoxina M 1 (WHO, 2002). gura 1). Apresentam um grupo de compostos heterocíclicos
O relatório informa sobre a natureza de cada toxina, com a altamente oxigenados e sua estrutura consiste de um núcleo
sua absorção e excreção, bem como sobre estudos toxicológicos cumarínico fundido a um anel bifurano e mais um anel penta-
e considerações gerais sobre métodos analíticos, amostragem e nona ou 6-lactona. As aflatoxinas B e M apresentam o anel
mecanismos de controle. pentanona, enquanto as aflatoxinas G possuem o anel 6-lacto-
5.2. Mico toxinas em Alimentos -

na. As quatro principais são denominadas AFB 1, AFB 2 , AFG 1 e As possíveis alterações produzidas na biotransformação da
AFG 2 por apresentarem fluorescência azul e verde sob radiação aflatoxina B1 são:
ultravioleta. a) ataque redutivo ou hidratação da dupla ligação do éter
vinílico;
b) abertura da estrutura bifuranoide;
AFLATOX INAS c) desmetilação da estrutura metoxicumarina;
oli oli
d) fissão hidrolítica da lactona cumarínica;

~
e) redução da ciclopentanona;
f) hidroxilação em um ou mais pontos da molécula antes da
o o conjugação.
B,

(d) , o o
(f) li 11+ - - (e)

i
~ (f)
(a) ---+
oli oli ol i oli 1
o o

~ ~ Figura 2a.
r
(b)

Biotransformação de AFB 1 por enzimas hepáticas.

Figura 1. Estrutura química das aflatoxinas.

Aflatoxina 8 1
3.4. Biotransformação da aflatoxina 8 1 NADPH

As aflatoxinas constituem o grupo de micotoxinas mais estu-


dado. A sua biotransformação vem sendo elucidada, consistin- Sistema Enzimático Microssomal
do de várias vias, uma resultando em câncer, outra em toxici- do Fígado Citocromo P-450

dade e outras em sua excreção.


As aflatoxinas, como outros xenobióticos, são submetidas
às fases I e II da biotransformação. Algumas reações de fase I
ativam, enquanto outras reduzem a sua toxicidade. As reações
da fase II levam à conjugação dos produtos biotransformados Li gação Cova lente com
Ácidos Nucleicos
da fase I, menos tóxicos que o composto original (Hsieh e
Excretado pelo
Wong, 1994; Cresteil, 1998).
Leite
A biotransformação da aflatoxina B1 é catalisada por enzi- Mutagênese
mas, e, na primeira fase, ocorrem reações de oxidação, redução Teratogênese
Redução da Síntese
Carcinogênese
e hidrólise, com o objetivo de tornar as moléculas mais hidro - Proteica
fílicas. Na segunda fase, os compostos produzidos são conjuga-
dos a substâncias endógenas (sulfato, glutationa, aminoácidos
e grupos metil e acil), visando facilitar a excreção (Figura 2a). Figura 2b. Biotransformação da aflatoxina 8 1 por enzimas
hepáticas.
A ativação da AFB 1 é realizada por enzimas microssômicas da
Adaptado de Mallmann e Dilkin, 2007.
superfamília do citocromo endógeno P-450, forma ndo um me-
tabólito extremamente reativo identificado como AFB 1 8,9
epóxido, originado da epoxidação da dupla ligação do éter vi- 4. AFLATOXINA M 1
nílico, presente na estrutura bifuranoide da molécula de AFB 1
(Smith e Ross, 1991). A aflatoxina M 1 (AFM 1) é o metabólito principal da aflatoxina
A ligação da AFB 1 epóxido com o DNA modifica quimica- B1 em seres humanos e animais, que podem estar presentes no
mente a estrutura da macromolécula, conferindo à AFB 1 efei- leite de animais alimentados com a ração contaminada com
tos genotóxicos, originando os mecanismos básicos de mutage- aflatoxina B1 .
nicidade e carcinogenicidade. A maioria das pesquisas sobre Segundo Kiermeier e Pittet, a concentração de AFM 1 no
biotransformação de aflatoxinas tem sido sobre aflatoxina B1• leite apresenta grande variação de animal para animal (mesmo
Parte 5 TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS

entre animais da mesma raça), de um dia para outro e de uma valor teórico zero, um nível sérico detectável poderia ainda ser
ordenha de leite para outra. Outro derivado hidróxi da aflato - encontrado em humanos após 280 dias decorridos de uma pri-
xina B1 foi detectado no leite comercializado na França, em meira exposição.
1986. Esse metabólito foi denominado aflatoxina M4 pela posi- Existem evidências de que a OTA esteja envolvida na etiolo-
ção do grupo hidróxi estar no carbono 4 do anel ciclopentano- gia da nefropatia endêmica dos Bálcãs (Bulgária, ex-Iugoslávia e
na da AFM1. Romênia), que afeta moradores de áreas rurais e é caracterizada
A contaminação do leite por AFM 1tem uma ocorrência sa- por uma desordem renal crônica que pode ser acompanhada de
zonal. Índices menores de contaminação foram encontrados retenção de sódio ou hipertensão de origem etiológica desco-
durante os meses de verão, quando os animais são geralmente nhecida e levar à morte. Em um estudo búlgaro, a presença de
alimentados em pastagens ao invés de rações concentradas. OTA nos alimentos e no soro humano foi reportada como mais
Sabe-se que AFM 1, além de ocorrer em leite de vaca, pode comum em famílias com nefropatia e tumores no trato urinário
também estar presente em leite de ovelha, cabra, búfala e came- do que nas famílias não afetadas. A International Agency for
la. Além disso, relatos mais recentes mostram que a micotoxina Research on Cancer (IARC) classificou a OTA como uma subs-
é detectada em leite humano, em vários países, algumas vezes tância do Grupo 2B, agente possivelmente carcinogênico para o
em níveis altos em amostras de regiões tropicais e subtropicais. homem. Humanos e animais podem absorver essa toxina atra-
A presença de AFM 1em leite materno é um excelente biomarca- vés do trato gastrintestinal após a ingestão de produtos conta-
dor quanto à exposição das mães à AFB 1 pelos alimentos. minados e também pela inalação de ocratoxina ambiental
(IARC, 1993; Halstensen et ai, 2004).
5. OCRATOXINAS
5.3. Ocorrência
5.1. Fungos produtores e estrutura química A OTA pode ser encontrada como contaminante principalmen-
As ocratoxinas formam um grupo de sete metabólitos tóxicos te nos cereais (cevada, arroz, milho, trigo, sorgo) e derivados,
produzidos por fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium. mas também tem sido relatada em café, uvas, cerveja, vinho,
Apesar de várias ocratoxinas serem conhecidas, somente a chocolate, frutas secas, carne, leite e derivados e especiarias.
ocratoxina A (OTA) possui importância toxicológica. Todas Tem sido também encontrada em tecidos animais, em virtude
são constituídas por uma ~-fenilalanina ligada a uma isocuma- de sua longa meia-vida em mamíferos e de alta afinidade da
rina por ligação amida. A OTA - C20 H 18 ClN0 6 apresenta um OTA pela albumina sérica e outras moléculas sanguíneas.
átomo de cloro responsável pela sua toxicidade. O Comitê Conjunto FAO/OMS de peritos em Aditivos Ali-
mentares e Contaminantes (JECFA) manteve o nível prévio re-
comendado de ingestão semanal tolerável (PTWI) de 100 ng/kg,
considerado adequado com os dados sobre ocorrência de OTA.

C(Xº" N
o
OH o
6. ZEARALENONA

6.1. Fungos produtores, ocorrência e estrutura


H
quím ica
,,,, H
e 3 Zearalenona (ZEA) é uma micotoxina com efeitos estrogêni-
cos produzida por vá rias espécies de fungos do gênero Fusa-
CI
rium, incluindo Fusarium graminearum (= Fusarium roseum),
que contaminam frequentemente cereais, principalmente o
Figura 3. Estrutura química da ocratoxina A. milho, que é um excelente substrato para o desenvolvimento
do fungo. Outros grãos de cereais, como trigo, cevada e aveia,
além de outros alimentos como mandioca, sorgo, feijão e soja,
Sua estrutura é similar ao aminoácido fenilalanina e por também podem estar contaminados pelo fungo . A exposição à
esta razão a OTA apresenta um efeito inibitório sobre inúmeras micotoxina ocorre diariamente por ingestão de cereais e sub-
enzimas que utilizam fenilalanina como substrato, o que pode produtos de cereais contaminados.
resultar na inibição da síntese proteica e também aumento na
peroxidação de lipídios.
Os fungos produtores de OTA são os do gênero Aspergillus
que predominam em clima topical e subtropical e o Pe ni- OH o
cillium, em clima temperado, sendo Aspergillus ochraceus e Pe-
nicillium verrucosum os principais produtores. o
5.2. Efeitos toxicológicos HO
A OTA é conhecida por suas características carcinogênicas,
nefrotóxicas e imunotóxicas em células animais . Os seres hu-
manos são mais sensíveis aos efeitos nefrotóxicos; essa micoto-
o
xina apresenta uma meia-vida plasmática de 35 dias. Assumin-
do que é necessário um período 8 vezes maior para alcançar o Figura 4. Estrutura química da zearalenona.
5.2. Micotox inas em A limentos

A maior prevalência de ZEA tem sido reportada no Cana- Compreendem cerca de 200 compostos e apresentam vá-
dá, norte da Europa Central e Estados Unidos, embora tenha rios efeitos danosos aos animais e ao homem. São classificados
sido encontrada em alimentos no Egito, na Itália e na África. em macrocíclicos e não macrocíclicos. Os tricotecenos não ma-
A presença de ZEA em alimentos, na maioria das vezes, crocíclicos são os mais estudados e são classificados em tipos
está restrita a regiões que apresentam condições climáticas fa- A,B, CeD.
voráveis, particularmente clima temperado e principalmente Os principais tricotecenos do tipo A são toxina T-2, HT-2 e
nas estações frias e úmidas. diacetoxiscirpenol (DAS), enquanto os principais do tipo B são
o desoxinivalenol (DON ou vomitoxina) e nivalenol (NIV) . O
6.2. Ação biológica DON ocorre com mais frequência, enquanto a toxina T-2 é
A ação biológica dessa toxina está relacionada à sua capacidade mais tóxica.
de competir com o receptor específico de união do estradiol, nas
células brancas. Além disso, estimula a síntese de DNA, RNA e
proteínas em órgãos como útero e glândulas mamárias. Possui
H OH
atividade estrogênica, tanto em machos quanto em fêmeas. CH 3 o '
H
A zearalenona presente nos alimentos pode ser rápida e efi-
cientemente absorvida pelo trato gastrintestinal, sofrendo efei-
to de primeira passagem pelo fígado, onde ocorrem as primei- R'
-- H
ras fases de sua biotransformação. No organismo de mamíferos, CH 3COO-H 2C CH 3 OCOH 3
origina diversos compostos estereoisômeros, em especial o a e
~-zearalenol, sendo que o primeiro é cerca de 10 vezes mais
Diacetoxiscirpenol: R = H, Toxina T-2: R = CHCH coo-
2

ativo estrogenicamente que o composto precursor.


Figura 6. Tricotecenos tipo A.
6.3. Manifestações clínicas
O estrogenismo, ou síndrome estrogênica, pode ser caracteri-
zado por uma ou mais das seguintes condições: infla mação do
útero, mamas e vulva (causando prolapso vaginal) em fêmeas
púberes, atrofia testicular e inflamação das mamas em machos H H o
CH 3 o
jovens e, em animais adultos, infertilidade. H

7. TRICOTECENO S o -- H
7.1. Fungos produtores e estrutura química ÓH CH 3 R
Os tricotecenos formam um grupo de metabólitos tóxicos qui- CH 2 0H
micamente semelhantes, produzidos por várias espécies de Nivalenol: R =OH , Desoxinivalenol: R = H
fungos dos gêneros Fusarium, Cefalosporium, Myrothecium,
Stachybotrys e Trichoderma. São caracterizados por um esque-
Figura 7. Tricotecenos tipo B.
leto tetracíclico 12,13-epóxi-tricotec-9-eno e constituem uma
família de sesquiterpenoides com funções éster e álcool nas
porções externas da molécula. 7.2. Ocorrência
Suas estruturas podem variar de acordo com a quantidade
A ocorrência de tricotecenos como contaminante é conhecida
e a posição das hidroxilas e dos ésteres. Eles possuem em co-
mundialmente no trigo, arroz, milho, aveia, cevada e centeio.
mum um núcleo tetracíclico, chamado de tricotecano, que pos-
Essas micotoxinas podem afetar tanto homens quanto ani-
sui uma ligação dupla entre os carbonos 9 e 10 e um grupamen-
to epóxido nas posições 12 e 13, o que lhes confere grande mais. A presença de tricotecenos é relatada na Ásia, África,
reatividade e toxicidade. América do Sul e do Norte e Europa. A ocorrência desses con-
taminantes depende de diversos fatores, tais como cepas e sua
toxigenicidade e condições climáticas, incluindo a influência
da umidade. Ocorre principalmente quando a colheita é reali-
10 zada sob muita chuva e baixas temperaturas. No sul do Brasil,
16
os tricotecenos apresentam maior incidência em cereais culti-
vados no inverno, período em que os fungos encontram tempe-
ratura e umidade adequadas para o seu desenvolvimento.
R5
É possível haver contaminação concomitante por tricotece-
R4
15
14 nos e outras toxinas de Fusarium como fumonisinas. Geral-
1 mente, combinações de micotoxinas de Fusarium resultam em
R3
adição de efeitos, mas o sinergismo ou a potencialização de in-
terações têm sido observadas e são de interesse para a saúde e
Figura 5. Estrutura básica dos tricotecenos. produtividade de animais.
- Parte 5 TOXICOLOGIA DE ALIMENTOS

7.3. Efeitos tóxicos Existem outras espécies de Fusarium produtoras de fumo-


nisinas, e a mais recente descoberta foi que Aspergillus niger é
Os tricotecenos inibem a síntese de proteínas, DNA e RNA e capaz de produzir FB 2 e FB 4 .
acarretam efeitos imunossupressores e hemorrágicos. O efeito
Nesse grupo de micotoxinas, as fumonisinas B1, B2 e B3 são
tóxico dos tricotecenos se deve principalmente ao anel epóxi-
as mais comuns. A fumonisina B1 é considerada a mais impor-
do, pois sua destruição resulta em perda total da toxicidade. No
tante, devido a sua maior toxicidade e por representar 70% do
entanto, há evidências que indicam a influência dos grupa-
total de fumonisinas produzidas em milho naturalmente con-
mentos substituintes da ligação dupla entre o carbono 9-10
taminado, seguida pela fumonisina B2 e B3 .
nesta característica, segundo Garda et ai.
Os tricotecenos são, entre as micotoxinas conhecidas, as
8.2. Efeitos biológicos
que afetam o maior número de funções em animais como no
sistema nervoso, aparelho digestivo, regiões produtoras de As fumonisinas são os agentes causadores de leucoencefaloma-
componentes sanguíneos e pele. A intoxicação é caracterizada lácia em equinos (LEME) e edema pulmonar em suínos (EPS). A
por êmese, inflamação, hemorragia, recusa alimentar, diarreia, Fumonisina B1 foi classificada pela IARC como carcinógeno B2.
aborto, mudanças hematológicas, angina necrótica, desordens Há grande incidência de câncer esofágico em regiões onde
nervosas e destruição da medula óssea. o milho é a base da dieta e os níveis de contaminação por Fusa-
Intoxicações em animais e no homem, atribuídas ao consu- rium e/ou fumonisinas são altos, como na República do
mo de produtos contaminados com Fusarium, são relatadas Transkei, Sul da África, bem como na Itália e na China.
desde 1913, particularmen te no Japão, Coreia, Rússia e EUA.
Dentre esses incidentes, o mais conhecido foi a aleucia tóxica 8.3. Mecan ismo de ação
alimentar (ATA), que ocorreu na Rússia na época da Segunda
As fumon isinas são potentes inibidores da terceira enzima na
Guerra Mundial. A ATA é caracterizada por quatro estágios
via biossintética dos esfingolipídios, a di-hidroceram ida sinta-
evolutivos: lesões no trato digestivo superior, danos hematopoié-
se, que catalisa a conversão da acetilcoenzima A e da esfingani-
ticos, alterações no sistema nervoso e no sistema endócrino.
na para di-hidroceram ida; esta enzima catalisa também a con-
Mirocha, em 1983, relatou que tricotecenos foram utiliza- versão de esfingosina para ceramida. Esse mecanismo pode
dos como arma química no sudoeste da Ásia. Análises da "chu- implicar em numerosos efeitos no metabolismo dos esfingoli-
va amarela", realizadas pelo pesquisador revelaram a presença
pídios, importantes mensageiros moleculares do sistema imu-
de toxina T-2, DAS e zearalenona.
ne e fu ndamentais para integridade da membrana celular e da
comunicação intracelular.
8 FUMONIS INAS

8.1. Fungos produtores e características 9. PATU LINA


físico-químicas
9.1. Fungos produtores e características gera is
As fumonisinas são compostos tóxicos isolados em 1988 por
Patulina é uma toxina produzida por certas espécies de Peni-
Gelderblom et ai; caracterizadas quimicament e por Bezuide-
cillium, A spergillus e Byssochlamys que podem contaminar
nhout et ai, em 1988. É o grupo de micotoxinas estruturalmen -
principalmente frutas e alguns vegetais, cereais e outros ali-
te relacionadas mais pesquisado nos últimos anos, produzidas
mentos. As maiores fontes de contaminação são maçãs e pro -
por espécies do gênero Fusarium, principalmente F. verticillioi-
des (= F.moniliforme) e F. proliferatum, fungos amplamente
dutos à base de maçã (Sabino, 2008). Originalmente, foi isolada
distribuídos na natureza e isolados do milho e rações. em face de suas propriedades antibióticas, mostrando poste-
riormente ser tóxica para animais e plantas.

[COOHJ

~ [COOHJ
o Rl R2
CH 3 o~ o
1
NH2 ~ º/=
~~ R3
Figura 9. Estrutura quím ica da patu lina.
[HOOCJ [COOH J

Fumonisina 81: Rl = OH , R2 = OH , R3 =OH A patulina é imunossupressora, e há evidência limitada de


Fumonisina 82 : Rl =OH , R2 = OH , R3 = H carcinogenicidade em animais de experimentação. É uma lac-
Fumonisina 83 : Rl = H, R2 = OH , R3 =OH tona heterocíclica insaturada que não é destruída com o aque-
Fumonisina 84 : Rl = H, R2 = OH , R3 = H
cimento, e sua quantidade é reduzida por estocagem prolonga-
da, ação de sulfito e alta temperatura, adição de ácido ascórbico,
Figura 8. Fórmula estrutural das fumonisinas. fermentação alcoólica e tratamento com carvão ativo.

[ -
5.2. Micotoxinas em Alimentos

10. LEGISLAÇÃO CAWOOD, M.E. et ai. Isolation ofthe fumonisins mycotoxins - a


quantitative approach. Journal of Agricultura and Food Chemistry,
A Legislação Brasileira para Micotoxinas, até 2011 , t in h a limi- v.39, n.11, p.1958-62, 1991.
tes máximos tolerados (LMT) somente para afl atoxinas COLVIN, M.M.; HARRISON, L.R. Fumonisin-induced pulmo-
(B 1+B2+G1+G 2) em amendoim, milho e seus produtos, e leite nary edema and hydrothorax in swine. Mycopathologia, v.117, n.1-
(AFM 1) estabelecidos pelo Mercosul. 2, p.927-929, 1992.
Em 2011, a Anvisa/MS aprovou Regulamento Técnico so - COPETTI, M.V. Micob iota do cacau: fungos e micotoxinas do ca-
bre os LMT para outras micotoxinas e outros alimentos, me- cau ao chocolate. Tese de Doutorado - Universidade Estadual de
diante Resolução RDC n. 07/2011 , com o objetivo de proteger a Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, 2009.
saúde do consumidor. O novo regulamento contempla, além CRESTEIL, T. Onset of xenobiotic metabolism in children: toxi-
cological implication. Food Addit. and Contam., v.15, Supplement
das aflatoxinas, a ocratoxina A, desoxinivalenol (DON), patu-
45-51, 1998.
lina, zearalenona e fumonisinas B1e B2 .
EATON, D.L.; RAMSDELL, H.S.; NEAL, G.E. Biotransformation
Os limites foram estabelecidos levando em consideração os of aflatoxins. In: EATON, D.L.; GROOPMAN, J.D. Toxicology of
dados disponíveis da ocorrência e do impacto desses limites n a aflatox ins: human health, veterinary and agricultura! signifi-
ingestão dos contaminantes, além dos parâmetros toxicológicos. cance. San Diego: Academic Press, 1994, p.45-72.
As categorias de alimentos às quais foram estabelecidos li- EL-NEZAMI, H.S.; N ICOLETT, G.; NEAL, G.E.; DONAHUE,
mites são: D.C.; AHOKAS, J.T. Aflatoxin Ml in human breast milk samples
VII. alimentos infantis à base de cereais; from Victoria, Australia and Thailand. Food Chem .Toxicol., Ox-
ford, v.33, n.3, p.173-79, 1995.
VIII. alimentos infantis à base de milho;
FORRESTER, L.M.; NEAL,G.E.; JUDAH, D.J.; GLANCEY, M.J.;
IX. café solúvel;
WOLF, C.R. Evidence for involvemente of multiple forms of cyto-
X. café torrado; chrome P-450 in aflatoxin Bl metabolism in hyman liver. Proc.
XI. cereais e produtos à base de cereais; Natl. Acad. Sei. USA, v.87, p.8306-8310, 1990.
XII. condimentos e especiarias; FRISVAD, J.C.; THRANE, U.; SAMSON, R.A.; PITT, J.I. Impor-
XIII. farinha de milho; tant mycotoxins and the fungi which produce them. In: HOCKING,
A.D., PITT, J.I., SAMSON, R.A., THRANE, U. Advances in experi-
XIV. farinha de trigo;
mental medicine and biology - advances in food mycology, v.571.
XV. frutas secas e desidratadas; New York: Springer Science + Business Media, 2006.
XVI. milho não processado; FRISVAD, J.C. et al. Fumonisin B2 production by Aspergillus Ni-
XVII. nozes, frutas desidratadas e secas e sementes oleaginosas; ger. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.55,p. 9727-9732,
2007.
XVIII. produtos à base de milho;
GALTIER, P.; ALVINERIE, M.; CHARPENTEAU, J.L. The phar-
XIX. produtos derivados de trigo, exceto farinha;
macokinetic pro files of ochratoxin A in pigs, rabbits and chickens.
XX. produtos de cacau e chocolate; Food and Cosmetic Toxicology, v.19, p.735-738, 1981.
XXI. suco de maçã; e GALVANO, F.; GALOFARO, V.; GALVANO, G. Occurrence and
XXII. vinho. stability of aflatoxin Ml in milk and milk products: a worldwide
Excluem-se desse regulamento os alimentos do tipo leite, review. J.Food Prot., Ames v.59, n.10, p.1079-1090, 1996.
milho e derivados, e amendoim e derivados. Os LMT de afl ato - GARDA, J.; MACEDO, R.M. ; FURLONG, E.B. Determinação de
xinas foram estabelecidos no Mercosul e incorporados n o novo tricotecenos em cerveja e avaliação de incidência no produto co-
mercializado no Rio Grande do Sul. Ciênc. Tecnol. Aliment.,
regulamento com esses LMT. A Comissão Europeia tem LMT
Campinas, v.24, n.4, p.657-663, 2004.
implementados para aflatoxinas e outras micotoxinas.
GAUCHER, G.M. Mycotoxins - their biosynthesis in fungi: patu-
lin and related carcinogenic lactones. Journal of Food Protection,
11. BIBLIOGRAFIA v.42, p.810-814, 1979.
GELDERBLOM, W.C. et al. Fumonisins - novel mycotoxins with
APPLEBAUM, R.S.; BRACKET, R.E.; WISEMAN, D.W.; MARTH,
câncer-promoting activity produced by Fusarium moniforme.
E.H. Resonses of dairy cows to dietary aflatoxin: feed intake and Appl. Environ. Mictobiol., v.54, p.1806-1811, 1988.
yield, toxin content, and quality of Milk of cows treated with pure
GELDERBLOM, W.C. et ai. Fumonisins: isolation, chemical,
and impure aflatoxin. J.Dairy Sei., v.65, p.1503-1508, 1982.
characterization and biological effects. Mycopathologia, v.117,
BENFORD, D. et al. Ochratoxin A. In: WHO Food Additives Series p.11-16, 1992.
47 - FAO Food and Nutrtion Paper, v.74, p.281-415, 2001.
GROOPMAN, J.D.; HASLER, J.A.; TRUDEL, L.J.; PIKUL, A.;
BEZUIDENHOUT, C.S. et al. Structure elucidation of fu moni- DONAHUE, P.R.; WOGAN, G.N. Molecular dosimetry in rat
sins, mycotoxins from Fusarium moniliform. Journal of Chem ical urine of aflatoxin-N7-guanine and other aflatoxin metabolites by
Society, Chemical Communications Articles, p.743-45, 1988. multiple monoclonal antibody affinity chromatography and im-
CASTEGNARO, M.; BARTXCH, H.; CHERNOZEMSKY, I. En- munoaffinity/high performance liquid chromatography. Cancer
demic nephropathy and urinary tract tumors in the Balkans. Ca n- Research, v.52, p.267-274, 1992.
cer Research, v.47, p.3608-3609, 1987. HAKSTENSEN, A.S.; NORDBY, K.C.; ELENS, O.; EDUARD,W.
CASTEGNARO, M.; PLESTINA, R.; DIRHEIMER, R. ; CHER- Ochratoxin A in grain dust-estimated exposure and relations to
NOZEMSKY, I.N.; BARTSCH, H . Mycotoxins, Endemic nephropa- agricultura! practices in grain production. Ann Agric environ
thy and urinary Tract Tumors. IARC Scientific Publications n. 115. Med., v.11, n.2, p.245 -254, 2004.
Lyon, France: World Health Organization/International Agency HARRISON, L.R. et ai. Pulmonary edema and hydrothorax in
for Research on Cancer, 1991. swine produced by fumonisin Bl, a toxic metabolite of Fusarium
Parte 5 TO XICO LOG IA DE ALI MEN TO S

moniforme. Journa l of veterinary Diagnostic Investigation, v.2, n.3, PITTET, A. Natural occurrence of mycotoxins in foods and feeds
p.217-221,1990. - an update review. Rev. Med. Vet. Tolouse, v.148, n.6, p.479-492,
HSIEH, D.P.H.; WONG, J.P. Pharmacokinetics and excretion of 1998.
aflatoxins. ln: EATON, D.L.; GROOPMAN, J.D. Toxicology of afla- PITTET, A. Natural occurrence of mycotoxins in foods and feeds
toxins: human health, veterinary and agricultura/ significance, San - an updated. Rev. Med. Vet., v.149, p.479 -492, 1998.
Diego: Academic Press, 1994, p.73 -88. PROBST, C.; NJAPAU, H.; COTTY, P. Outbreak of na acute afla-
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER toxicosis in Kenya in 20 04: identification of the causal agenty.
(IARC) - Monographs of the evaluation of carcinogenic risks to Appl. Environ Microbial., v.73, n.8, p.2762-2764, 2007.
humans. Some tradicional herbal medicines, some mycotoxins, naph- REPOLO, L.M.; CONLEY, M.P.; SAMBAMURTI, K.; JACOBSEN,
thalene and styrene, Lyon, v.82, p.590, 2002. J.S.; HUMAYUN, M.Z. Sequence context effects in DNA replica-
INTERNATIONA L AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER tion blocks induced by aflatoxin Bl. Proc. Na tl. Acad. Sei. USA ,
(IARC) - Monographs of the evaluation of carcinogenic risks to v.82, p.3069 -3100, 1985.
humans. Some naturally occurring substances, food items and cons- RODRIGUEZ-AMAYA, D.B .; SABINO, M. Mycotoxin research in
tituents heterocyclic aromatics amines and mycotoxins, Lyon, v.56, Brazil: the last decade in review. Brazilian Journal of Microbiology,
p. 599, 1993. v.33, p.1 -11, 2002.
JOINT FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JEC- ROSS, P.F. et ai. Production of fumonisi ns by Fusarium monili-
FA). Safety evaluation of certain additives and contaminants. forme and Fusarium proliferatum isolates associated with equine
Geneve: World Health Organization, 1995. leukoencephalomalacia and a pulmonary edema síndrome in
JOINT FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JEC- swine. Applied and Environmental Microbiology, v.56, n.10,
FA) . Safety evaluation of certain food additives and contaminants. p.3225-3226, 1990.
Geneva: World Health Organization; Fifth-sixth meeting, 2001 SAAD, A.M.; ABDELGADIR, A.M.; MOSS, M.O. Exposure ofin-
JOINT FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JEC- fants to aflatoxin Ml from mothers' breast m ilk in Abu Dhabi,
FA). Evaluation of certain mycotoxins in food . WHO technical Re- UAE. Food Addit. Contamim London, v.1 2, n .2, p.255 -261, 1995.
port Series: 906. Geneve: World Health Organization, 2002 . SABINO, M. Detection and determination of Patulin in Fruits and
JOINT FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JEC- Fruit Products. In: Mycotoxins in fruits and vegetables. RIVKA
FA). JECFA/68/SC. Summary and conclusions. Geneve: World BARKAI-GOLAN e NACHMAN PASTER. Elsevier, 2008, 395 p.
Health Organization, 2007. SAMSON, R.A.; HOEKSTRA, E.S.; FRISVAD, J.C.; FILTEN-
JOHNSON, V.J.; SHARMA, R.P. Gender-dependen t immunosup- BORG, O. Introduction to food and airborne fungi. The Nether-
pression following subacute exposure to fumonisin Bl. Interna- lands, CBS, 2002.
tional Immunopharmaco logy, v.l , p.2023 -2034, 2001. SMITH, E.E.; ROSS, I.C. The toxigenic Aspergillus. In: SMITH,
LANGSETH, W.; RUN DBERGET, T. Instrumental methods for J.E.; HENDERSON, R.S. Mycotoxins and animal foods. London:
determination of nonmacrocyclic trichothecenes in cereais, food- CRC Press, 1991. p.31-61.
stuffs and cultures. Journal of Chromatography A, v. 815, SANCHIS, V., MAGAN, N. Environmental conditions affecting
p.103-121,1998. mycotoxins. In: MAGAN, N., OLSEN, M. Mycotoxins in food - de-
MAGNOLI, C.E. et al. Natural occurrence of Fusarium species tection and contrai. Cambridge, England: Woodhead Publishing
and fumonisin-produc tion by toxigenic strains isolated from Limited, 2004, p.471.
poultry feeds in Argentina. Mycopathologia, v.145, p.35 -41, 1999. SANTOS, I.; VENÂNCIO, A.; LIMA, N. Fungos contaminantes na
MALLMANN, C.A.; DILKIN, P. Micotoxinas e micotoxicoses em suí- indústria alimentar. Micoteca da Universidade do Minho, Centro
nos. Santa Maria, RS. Sociedade Vicente Pallotti-Editora., 2007, p.238. de Engenharia Biológica, Bezerra (1998), p.98.
MARTH, E.H. Mycotoxins: production and contrai. Food Lab. SCUSSELV, M. Micotoxinas em alimentos. Florianópolis: Insular,
News, v.8, n. 3, p.35 -51,1992. 1998, p.144.
MIRAGLIA, M.; MARVIN, H.J.P.; KLETER, G.A.; BATTILANI, STOEV, S.D. The role of ochratosin A as possible cause of Balkan
P.; BRERA, C.; CONI, E.; CUBADDA, F.; CROCI, L.; DE SANTIS, endemic nephropathy and its risk evaluation. Vet. Human Tox i-
B.; DEKKERS, S.; FILIPPI, L.; HUTJES, R.W.A.; NOORDAM, col. , v.40, n.6, p.352-360, 1998.
M.Y.; PISANTE, M.; PIVA, G.; PRANDINI, A.; TOTI, L.; VAN STUDER-ROHR, I. et ai. Food chemistry and toxicology, v.33, n.5,
DEN BORN, G.J.; VESPERMANN, A. Climate change and food p.341-355, 1995.
safety: an emerging issue with special focus on Europe. Food and TANIWAKI, M.H.; PITT, J.I.; TEIXEIRA, A.A.; IAMANAKA,
Chemical Toxicology, v.47, p.1009-1021, 2009. B.T. The so urce of ochartoxin A in Brazilian coffee and its form a-
MIDIO, A.F.; MARTINS, D.I. Toxicologia de alimentos. São Paulo: tion in relation to processing methods. In te rnational Journal of
Varela, 2000, p.295. Food Microbio logy, v.82, p.173-179, 2003.
MIROCHA, C.J. Historical Aspects of mycotoxicology and develop- UENO, Y. Trichothecene mycotoxins. Mycologia, chemistry and
ments in aflatoxicosis. In: Proceeding of the international sympo- toxicology. In: DRAPER, H.H., v.3, p.301 -353, New York, 1980.
sium on mycotoxins. NAQUITO, K. et ai. Eds, Cairo, Egito, 1981. UENO,T. Trichothecenes: chemical, biological and toxicological
MOGENSEB, J.M. et ai. Effect oftemperature and water asctivity aspects. Tokyo : Elsevier, v.4, 1983.
on the production of fumonisins by Aspergillus Níger and different WANG, E et ai. Inhibition of sphingolipid biosynthesis by fumoni-
Fusarium species. BMC Microbiology, v.9, p.1-12, 2009. sins. Implications for diseases associated with Fusarium monili-
NEAL, G.E.; EATON, D.L.; JUDAH, D.J.; VERMA, A. Metabo - forme. Jo urna ofBiological Chemistry, v.266, p.1486 -1490, 1991.
lism and toxicity of aflatoxins M l and Bl in human-derived in vi- WORLD HEALTH ORGANISATION (WHO). Fumonisin B1 -
tro systems. Toxicol. Appli. Pharmacol., v.151, p.152-158, 1998. environmental health criteria 219, Geneva, 2000, p.150.
PITT, J.J.; HOCKING, A.D. Pungi and food spoilage. London: WORLD HEALTH ORGANISATION (WHO). Safety evaluation
Blackie Academic Professional, 2009, p.519. of certain mycotoxins in food. Fifty-sixth report of the Joint FAO/
PITT, J.J.; HOCKING, A.D. Pungi and food spoilage. London: WHO Expert Committee on Food Additives. W HO Technical Re-
Blackie Academic Professional, 1997, p.593. port Series 906. Geneva: World Health Organisation (WHO) 2002.

Você também pode gostar