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Ficha Técnica
Bruna Bucchianeri
Demetrius David da Silva Analista – Psicóloga
Reitor
Jorge Luiz César de Andrade
Assistente – Assistente de RH
Centro Nacional de Treinamento
em Armazenagem – CENTREINAR Equipe Gecap
Superintendência de Desenvolvimento
de Pessoas - Sudep
Giovana Iannicelli Crema Rodrigues
Superintendente
Gerência de Capacitação e
Desenvolvimento - Gecap
Bruno Pimentel
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Gerente
Autor do Curso
Site: agais.com
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Fatores que
Influenciam a
Conservação de
grãos
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Índice
1. Introdução ......................................................................................................................... 6
2.1 Características 9
2.2 Confiabilidade 10
2.3 Conformidade 10
2.4 Durabilidade 11
2.5 Desempenho 11
2.6 Serviço 11
2.7 Estética 12
2.8 Qualidade percebida 12
3. Perdas em unidades armazenadoras .............................................................................. 12
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Fatores que Influenciam a Conservação de Grãos
1. Introdução
Os grãos quando armazenados faz estabelecer um ecossistema, em que elementos bióticos
são os grãos, insetos, fungos e bactérias, enquanto os abióticos são o ar intergranular e as impurezas.
Conforme representado na Figura 1, esse ecossistema é influenciado por fatores externos e internos
que podem afetar as condições ideais para preservação da qualidade do produto armazenado.
Fatores externos
Umidade
Temperatura Velocidade do Estrutura de
relativa Radiação solar
ambiente vento armazenagem
ambiente
Fatores internos
Teor de água
Calor
grãos
Insetos e Microflora
Ácaros
Grãos
Umidade relativa
Impurezas ar intergranular Ar
Dentre os fatores externos são destacados a temperatura e umidade relativa do ar ambiente, a radiação
solar, a velocidade do vento e a estrutura de armazenagem. Os dois primeiros parâmetros estão
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associados à condição psicrométrica do ar, que, por exemplo, devem ser continuamente monitoradas
para o suporte a tomada de decisão, quanto à aeração do produto armazenado.
Na aeração há dois riscos, secar o produto abaixo do teor de água ideal, ou umidificar o ar intergranular
potencializando o desenvolvimento de fungos e, ou bactérias.
Os fungos depreciam a qualidade do produto armazenado e podem metabolizar micotoxinas
que inviabilizam o consumo ou a industrialização do produto. Quanto às bactérias, estas atuam na
decomposição do produto, o que é viabilizado quando a umidade relativa do ar intergranular é superior
a 90%.
Quanto aos fatores internos um dos de maior importância é o teor de água dos grãos. Quando
armazenados com teor de água ideal tem as atividades metabólicas reduzidas, e consequentemente,
a redução da taxa de respiração o que implica em menores perdas de matéria seca. Além disso, a
disponibilidade de água no espaço intergranular em nível reduzido inviabiliza o desenvolvimento da
microbiota.
Se associado à redução do teor de água do produto for aplicado a remoção de calor por meio
do resfriamento, menores temperaturas no ecossistema implicarão em menores atividades metabólicas
dos elementos bióticos, o que reduz as perdas quantitativas e qualitativas do produto armazenado.
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2. Conceito de qualidade aplicado a armazenagem de grãos
Segundo preceitos da área “Administração da Produção” a qualidade de um produto pode ser
expressa segundo oito dimensões conforme as representações das Figuras 03 e 04.
Propriedades físicas:
- Produto
- Teor de água do produto
- Temperatura do produto
- Atividade de água
Atributos - Massa especifica do produto
- Ângulo de repouso
Propriedades químicas:
- Produto
- Composição centesimal
- Teor de óleo
- Acidez
- Contaminação com micotoxina
Ecossistema - Ecossistema
- Composição química do ar
intergranular
Agentes Bióticos
(grãos, fungos,
bactérias, insetos,
Propriedades biologicas:
ácaros) - Produto
- Germinação
- Vigor
Agentes Abióticos
(impurezas,
- Ecossistema
defensivos e ar) - Nível de infestação de insetos
- Nível de infestação de fungos
- Nível de infestação de roedores
- Nível de infestação de passaros
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Dimensões da QUALIDADE
Características Desempenho
Confiabilidade Serviço
Característica
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Qual. Percebida Conformidade
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Estética 0 Confiabilidade
Serviços Durabilidade
Desempenho
2.1 Características
As características de grãos e, ou sementes são expressas segundo as: (a) propriedades físicas:
teor de água, umidade de equilíbrio, dimensões, massa específica, ângulo de repouso e porosidade;
(b) propriedades térmicas: calor específico e calor latente de vaporização; e (c) propriedades biológicas
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e, ou físico-químicas: testes de vigor e germinação, acidez de óleos e composição centesimal. Dentre
estas, algumas são empregadas para avaliação de desempenho na industrialização, outras são
empregadas para valoração econômica e comercialização e outras destinam a fomentar estudos
científicos como os de modelagem e simulação computacional das operações de secagem e aeração.
No caso do trigo, por exemplo, a massa específica expressa no formato Peso Hectolitro – PH informa
a quantidade de massa (kg) contida em um volume de 100 litros. Para a indústria moageira o maior PH
implica em maior rendimento na produção de farinha.
2.2 Confiabilidade
Grande parte da produção de grãos do Brasil é destinada às cadeias produtivas de carnes.
Caso típico é o da produção de milho que se destina a avicultura, suinocultura, bovinocultura,
alimentação humana e exportação.
Aves e suínos são altamente suscetíveis à intoxicação por micotoxinas, tornando as empresas das
cadeias produtivas de carne mais exigentes quanto à qualidade dos ingredientes empregados na
elaboração das rações animal. Desse modo, para grãos e derivados além da observação dos padrões
de classificação deve-se também dedicar especial atenção aos níveis de aflatoxinas, ocratoxinas,
zearalenonas, fumonisinas e tricotecenos. Pois, dentre outros danos, as intoxicações por micotoxinas
retardam o desenvolvimento dos animais, reduzem as taxas de conversão alimentar e, ou causam
morte dos animais. Fatos que configuram como prejuízo econômico.
Ao que se refere ao consumo de grãos e derivados por humanos, a confiabilidade está fundamentada
em preceitos de segurança alimentar em que a contaminação por resíduos de defensivos agrícola,
micotoxinas, toxinas alimentares e agentes patológicos devem respeitar os níveis de tolerâncias
permitidos em legislações específicas.
2.3 Conformidade
A conformidade está associada ao atendimento dos padrões de classificação e aos preceitos
de segurança alimentar, os quais nos últimos anos, têm sido atualizados com maior frequência com
vistas a tornarem as normas brasileiras consoante às normas internacionais. Sendo assim, o país
garante maior presença no mercado internacional. Portanto, conforme as normas de classificação de
alguns produtos podem ser avaliados: teor de impureza; teor de água; presença de insetos vivos,
mortos ou partes dos mesmos e níveis de micotoxina.
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2.4 Durabilidade
Quando o foco é alimento, a durabilidade é tratada como vida de prateleira, período que o
produto pode ser consumido sem riscos para saúde do consumidor final. Os riscos estão associados a
possíveis agentes químicos e, ou biológicos gerados durante a degradação do produto.
Portanto, para retardar a degradação dos produtos armazenados devem ser observadas as
Boas Práticas de Armazenagem de Grãos – BPAG, pois grãos adequadamente secos e armazenados,
os índices de infestação por fungos e insetos serão baixos, consequentemente, maior será o período
de preservação do produto.
2.5 Desempenho
Refere-se ao rendimento no beneficiamento e, ou na indústria de transformação. Para arroz, no
beneficiamento são determinados a renda e o rendimento. A renda corresponde à percentagem arroz
beneficiado obtida de uma amostra de 100g de arroz em casca. Enquanto, o rendimento se refere às
frações percentuais de grãos inteiros e quebrados presentes na amostra arroz beneficiado. A renda e
o rendimento definem o valor da remuneração do produtor, bem como, a estratégia de beneficiamento
a ser empregada para maximizar o lucro da empresa beneficiadora.
Para o café arábica é utilizado o teste de xícara para definir qualidade de bebida tipificada como mole,
dura, rio e riada. Dentre elas, a bebida mole implica em melhor qualidade, o que está associado à
genética apurada, tratos culturais adequados e a condução da secagem e armazenagem de forma
apropriada. Café de melhor qualidade implica em maior valor comercial e maiores possibilidades de
elaboração de blends destinados à exportação.
2.6 Serviço
O serviço refere à competência técnica, idoneidade e cordialidade no atendimento dos clientes
depositários e dos clientes consumidores dos produtos armazenados. E a qualidade do serviço está
fundamentada nas estratégias de comunicação e de fornecimento de informações claras quanto aos
procedimentos de classificação e de tarifação de serviços. Implica também na disponibilidade de
informações quanto à rastreabilidade dos produtos armazenados no que se refere à origem, espécie,
variedade, defensivos utilizados, horas de aeração realizadas e registro de ocorrências durante o
período de armazenagem.
Empresas no Brasil têm ganhado concorrências em processos de exportação por se apresentarem
mais organizadas na coleta e disposição de informações dos produtos comercializados.
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2.7 Estética
A metodologia usual para avaliação da estética fundamenta-se em avaliações laboratoriais em
que a partir de amostra de grãos busca-se quantificar os teores de umidade e impurezas; presença de
material estranho; presença de insetos vivos ou mortos ou partes destes; índices de grãos inteiros,
quebrados, mal formados e infestados por fungos e, ou insetos; massa especifica – PH; odores, etc.
Desse modo, segundo as quantificações das avaliações citadas, o padrão do produto é determinado,
o que definirá a aceitação para consumo e comercialização, como também, será definido o preço do
produto.
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- perda de qualidade.
- perda de quantidade
Produto seco e limpo
PCC-4 PCC-8
Produto úmido e sujo
PCC-6
PCC-3
PCC-1
PCC-7 PCC-9
PCC-2
PCC-5
QI = I i − I f eq. 01
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( I i − I f ) 100
Qi = eq. 02
(100 − I f )
em que:
QI = quebra de impureza, %;
Ii = teor de impureza inicial, %; e
If = teor de impureza final, %.
Desse modo, por exemplo, se fosse recebida uma carga de 18,5 toneladas com 4,00% de impurezas
e o padrão de comercialização fosse 1,00%, por meio da equação 01, a quebra de impureza seria de
3,00% e pela equação 02 3,03%, o que corresponderia ao desconto de 555,0 kg e 560,5 kg de
impurezas, respectivamente. Portanto, uma diferença de 60,5 kg. O fato de não contabilizar essa
quantidade de impurezas incorrerá em erros no balanço final da movimentação de produto. Visto que
as máquinas de pré-limpeza e limpeza realmente removerão os 560,5 kg de impurezas.
Para o cálculo da quebra de umidade é necessário determinar o teor de água inicial da carga, que pode
ser expresso em base úmida ou base seca.
O teor de água em base úmida, ou simplesmente, umidade, é a relação percentual entre a
massa de água presente no produto e a massa de produto. Enquanto que o teor de água
em base seca é a relação matemática entre massa de água e massa de matéria seca.
A quebra de umidade se refere ao índice para o cálculo da quantidade de água a ser removida do
produto no processo de secagem. Ao ser utilizado teor de água expresso em base úmida emprega-se
a equação 03. E se estes teores forem expressos em bases seca emprega-se equação 04.
(U i − U f ) 100
QU = eq. 03
(100 − U f )
em que:
QU = quebra de umidade, %;
Ui = teor de água inicial em base úmida, %; e
Uf = teor de água final em base úmida, %.
em que:
QUbs = quebra de umidade em base seca, decimal;
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Ubsi = teor de água inicial expresso em base seca, decimal; e
Ubsf = teor de água final expresso em base seca, decimal.
Portanto para minimizar erros no setor de recepção: (i) as cargas devem ser adequadamente
amostradas; e (ii) os aparelhos empregados no laboratório devem estar devidamente calibrados e
serem apropriadamente utilizados.
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Portanto, é necessário que o sistema de aplicação de ar em silos pulmões estejam devidamente
dimensionados e que o tempo de retenção do produto seja reduzido.
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3.6 PCC-6 - Máquina de limpeza
Produto como milho, a operação de limpeza é cercada de transtornos em razão do aumento do
índice de grãos quebrados durante a secagem. Desse modo, na operação de limpeza os grãos
quebrados serão descartados como impurezas pelo sistema exaustão, como também, pelas peneiras.
Para minimizar os prejuízos, o montante de grãos trincados obtidos deve ser imediatamente
comercializado. Não se recomenda a armazenagem desses produtos em separado e reincorporação
no momento da expedição devido ao alto risco de contaminação por micotoxinas.
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A super-secagem consiste na perda de água durante a armazenagem deixando o teor de água
abaixo do estabelecido para comercialização. Isso normalmente ocorre devido a realização da
operação de aeração em momentos inadequados.
Sendo, a unidade armazenadora a fiel depositária, normalmente, o depositário terá direito de
retirar integralmente a quantidade depositada. Sendo assim, para repor a quantidade de água perdida
é necessária uma determinada quantidade de grãos. Fatalmente, essa quantidade gera saldo negativo,
ao final da movimentação de produto. A minimização desse problema passa pelo treinamento dos
responsáveis e o perfeito dimensionamento do sistema de aeração.
4. Referências
01. BAKKER ARKEMA, F. W. [editor] Agro-Processing Engineering. Edited by CIGR - The International
Commission of Agricultural Engineering. Volume IV. ASAE.1999.
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02. BROOKER, D. B., BAKKER-ARKEMA F. W., HALL, C. W.. Drying and Storage of Grains and
Oilseeds. New York: Van Nostrand Reinhold. 1992. 4.
05. SILVA, J. S. [editor] Pré-Processamento de Produtos Agrícolas. Instituto Maria. Juiz de Fora. 1995.
509 p.
06. WEBER, E. A.. Armazenagem Agrícola. Editora. Livraria e Editora Agropecuária, Guaíba: RS. 2001.
396 p.
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