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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PLANEJAMENTO E PROJETO NA INDÚSTRIA QUÍMICA DA PRODUÇÃO DE


LEITE EM PÓ

LETÍCIA CANHIZARES MACEDO

TOLEDO - PR
2022

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Sumário
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
1.1 GENERALIDADES.................................................................................... 3
1.2 Importância nutricional do leite.................................................................. 3
1.3 Processo Produtivo ................................................................................... 4
2. OPORTUNIDADE E JUSTIFICATIVA DO PROJETO .................................... 6
3. OBJETIVOS ................................................................................................... 6
4. ESTUDO DE MERCADO ............................................................................... 7
4.1 Mercado fornecedor. ................................................................................. 7
4.2 Mercado consumidor................................................................................. 9
4.3 Mercado concorrente. ............................................................................... 9
4.4 Mercado substituto. ................................................................................. 10
5. DIAGRAMA DE FLUXO ............................................................................... 11
6. BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA .......................................................... 14
6.1 Balanço de massa global ........................................................................ 14
6.2 Balanço de massa na recepção .............................................................. 15
6.3 Balanço de massa no tanque .................................................................. 16
6.4 Balanço de massa no clarificador ........................................................... 16
6.5 Balanço de massa no pasteurizador ....................................................... 16
6.6 Balanço de massa no spray dryer ........................................................... 16
6.7 Balanço de massa nas etapas de finalização e armazenamento............ 17
6.8 Balanço de energia ................................................................................. 17
7. DIMENSIONAMENTO .................................................................................. 19
7.1 Tanque Pulmão ....................................................................................... 19
7.2 Bomba..................................................................................................... 19
7.3 Pasteurizador .......................................................................................... 20
7.4 Spray Dryer ............................................................................................. 21
7.5 Clarificador/Padronização ....................................................................... 22
8. EDIFICAÇÃO ............................................................................................... 22
8.1 Tamanho da edificação industrial............................................................ 23
8.2 Projeto da edificação em três dimensões. .............................................. 25
8.3 Projeto das instalações elétricas. ............................................................ 26
8.4 Projeto Hidráulico .................................................................................... 27
8.5 Projeto de prevenção de incêndios ......................................................... 28
9. OTIMIZAÇÃO ............................................................................................... 29

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9.1 Otimização de Equipamentos – Bomba .................................................. 29
9.2 Otimização de Equipamentos – Tanque Pulmão .................................... 31
9.3 Otimização de Equipamentos – Spray Dryer .......................................... 32
9.4 Otimização de Equipamentos – Pasteurizador ....................................... 34
10. PLANILHAS................................................................................................ 35
11. ESTIMATIVA DE CUSTOS ........................................................................ 37
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 40

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1.INTRODUÇÃO
1.1 GENERALIDADES
Historicamente, o consumo de leite animal por seres humanos teve origem
no Oriente Médio, no período neolítico, fase evolutiva em que o homem pré-
histórico abandonava a vida nômade para ingressar no sedentarismo, com o
cultivo de alimentos vegetais e na criação e domesticação de animais, sendo a
vaca o primeiro animal domesticado, seguido pela cabra, na mesma época, e a
ovelha, aproximadamente 9 000 a 8 000 A.C (TEIXEIRA, 2005).

O leite é uma secreção das glândulas mamárias, rico em moléculas


energéticas, proteínas, sais minerais e vitaminas, que serve para alimentar os
mamíferos em sua primeira fase de vida. O leite possui elevada importância
biológica, pois é o alimento exclusivo dos mamíferos jovens.

Quimicamente, o leite é uma dispersão mista de aspecto branco, opaco,


levemente adocicado, constituído de gorduras em emulsão, proteínas em estado
coloidal e carboidratos, sais, vitaminas B e C em solução, sendo a água o meio
dispersante.

1.2 Importância nutricional do leite

A composição do leite de vaca pode variar em função da raça bovina que o


produziu e da forma como é processado. No Brasil, as principais raças de vacas
produtoras de leite são a Holandesa e a Jersey. Em média, o leite bovino contém
3 a 3,5% de proteínas, além de vitamina A, vitamina D, ácido fólico (vitamina
B9), vitamina B12, colina, cálcio, fósforo, magnésio, selênio, entre outras
vitaminas e minerais em quantidades menores (OLIVIER, 2012).
Destacando a importância nutricional do leite como alimento, estaremos
diante de um dos produtos mais importantes da agropecuária brasileira. O leite
é rico em uma grande quantidade de nutrientes essenciais ao crescimento e a
manutenção de uma vida saudável. A indústria de laticínios tem potencializado
o valor nutritivo do produto (BRITO, 1999).

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Em termos nutricionais, podemos avaliar o leite como um alimento completo
e complexo, uma vez que em sua composição existe água, gordura, proteínas,
carboidratos e sais minerais, os quais são assim distribuídos quantitativamente
na figura a seguir:

Figura 1: Distribuição percentual da composição do leite.


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Distribuicao-percentual-da-
composicao-do-leite-bovino_fig1_346235627

A origem do leite para consumo humano no Brasil, industrialmente, está


relacionada com a introdução do gado europeu feita por Martin Afonso de Souza,
na Capitania de São Vicente-SP, durante o período colonial. Todavia, até
meados do século XX, o consumo de leite possuiu caráter secundário, com
poucas vacas criadas e mantidas para esse fim, e a pequena oferta do produto
impediu que sua ingestão se tornasse um hábito popular na dieta alimentar da
sociedade brasileira (ALMEIDA, 1998).

1.3 Processo Produtivo

A pasteurização e os processamentos térmicos em geral


são fundamentais quando o assunto é a segurança do alimento. Afinal, quando

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o alimento é processado termicamente, ele se torna mais seguro do que a
versão in natura. Assim sendo, o leite pasteurizado é um desses alimentos e vem
apresentando aumento no consumo, uma vez que passa apenas pelo processo
de pasteurização, com uso de temperaturas mais brandas; quando comparado
ao leite submetido a Ultra High Temperature (UHT), popularmente conhecido
como “leite de caixinha”, o processo UHT apresenta um custo de produção mais
elevado em relação à pasteurização e maior complexidade da planta de
produção, entretanto os benefícios do processamento UHT, referentes ao
aumento da estabilidade do produto e possibilidade de armazenamento em
temperatura ambiente garantiram a sua consolidação no mercado e a elevada
adesão dos consumidores (PEREDA, 2005; CANAL RURAL, 2018).

O processo de pasteurização constitui-se em um tratamento térmico aplicado


ao leite cru, com o objetivo de reduzir a carga microbiana e inativar algumas
enzimas. O binômio tempo e temperatura, é baseado principalmente na
composição, atividade de água e pH do produto. Se falando especificamente do
leite, o tratamento visa reduzir a contagem de microrganismos deteriorantes e
eliminar possíveis patógenos, garantindo a segurança do alimento ao consumo,
aumentando a vida útil, promovendo o mínimo de modificações físicas, químicas,
sensoriais e nutricionais no leite e seus derivados (REZZADORI, 2010).

Figura 2: Fluxograma básico de produção de leite pasteurizado integral.

5
Fonte: TREVISAN, 2008.

Para a produção do leite pasteurizado, serão realizadas as mesmas análises


de recebimento do leite e a produção seguirá o fluxograma básico (Figura 2) de
produção de leite pasteurizado integral.

2. OPORTUNIDADE E JUSTIFICATIVA DO PROJETO

Desde o início da introdução até o século XX, o leite consumido no Brasil


não possuia nenhum tipo de tratamento, o que poderia veicular uma série de
doenças à população. O transporte do leite, que antes da abolição era feito por
escravos, em latão, passou a ser feito por vaqueiros, em carroças, que o
produziam nas periferias das cidades, em geral em condições insatisfatórias de
higiene e qualidade. Essa situação confrontava as teses da recém-surgida
ciência da nutrição, para a qual o leite era um alimento fundamental para a saúde
e o bem-estar das pessoas (ALMEIDA, 1998).

O Brasil se se consolidou como um dos cinco maiores produtores de leite


do mundo. O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da
agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como café
beneficiado e arroz.

Dessa forma o agronegócio do leite e seus derivados desempenham um


papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda
para a população.

3. OBJETIVOS

O principal objetivo deste trabalho é implementação da indústria de leite em


pó, para tal, utilizou-se dados hipotéticos para a análise de aspectos técnicos e
econômicos com o intuito de serem aplicados no mercado.

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4. ESTUDO DE MERCADO

Para dar início a um planejamento e projeto de uma indústria é necessário


realizar estudo de mercado, ou seja, saber se é vantajoso implementar e produzir
um produto especifico. O estudo de mercado representa a análise completa da
venda/transferência de um produto/serviço, investigando-se a respeito do
fornecimento de matéria-prima, do mercado consumidor, da concorrência e do
mercado substituto (ADLER, 1971). Assim, o estudo de mercado tem como
objetivo conhecer, analisar e quantificar as oportunidades de vendas, bem como
seus esforços.

4.1 Mercado fornecedor.

i) Matéria Prima: Leite

O Brasil se se consolidou como um dos cinco maiores produtores de leite


do mundo. O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da
agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como café
beneficiado e arroz.

A figura a seguir apresenta a captação brasileira de leite entre os anos de


2016 e 2021 (em milhões de litros).

Figura 3. Captação brasileira de leite

7
(IBGE).

Em termos da produção estadual, os cinco maiores Estados


produtores concentraram quase 70% do total nacional, sendo que Minas Gerais
deteve uma participação de 27,11%, sendo o maior produtor nacional, conforme
a Figura 2.

Figura 4. Distribuição da produção de leite em 2019, em base municipal (IBGE).

Há décadas, a maior parte do leite produzido no país é oriunda da Região


Sudeste. Entretanto, a região, que era responsável por mais da metade da
produção nacional, em 1974, vem perdendo participação relativa e, em 2011,
passou a responder por, aproximadamente, um terço do leite brasileiro. O
Nordeste manteve sua contribuição estável (em torno de 13% da produção),
enquanto as regiões Norte, Centro-Oeste e, sobretudo, a Região Sul ganharam
participação. Esta última apresentou um salto de produção na década de 2000,
chegando, em 2011, a 32% da produção nacional.

8
4.2 Mercado consumidor.

O consumo de leite fluido (considerando-se o leite em pó) no Brasil, de 53


litros por habitante/ano, é considerado bom, particularmente se comparado com
o consumo de produtos lácteos como um todo, de cerca de 172 litros/hab/ano,
que está abaixo do recomendado por profissionais da área de nutrição e o
observado nos países desenvolvidos.

O leite em pó, que tem múltiplas utilizações na indústria alimentícia,


registrou um aumento das importações da ordem de 32%, o equivalente a 230
milhões de litros.

A figura a seguir representa os tipos de leites mais consumidos no Brasil.

Figura 5. Consumo de leite (IBGE)

4.3 Mercado concorrente.

O mercado concorrente apresenta potencial de competição de consumo


com o produto proposto. Ou seja, um mercado que produz um produto similar ou
igualmente útil ao produto que se deseja produzir.

A produção média dos 100 maiores produtores de leite do Brasil foi de


20.796 litros/dia, volume 8,10% superior a 2018. No ano de 2019, a maioria dos
produtores (42%) teve seu custo de produção entre R$ 1,30/litro e R$1,50/litro;
40% tiveram entre R$ 1,10/litro e R$ 1,30/litro, 11% entre R$ 0,90/litro e R$
1,10/litro e 7% acima de R$ 1,50/litro; Minas Gerais continua como o estado mais
representativo no Top 100, com 43 propriedades (1 a menos que no ano
passado). Em segundo lugar aparece o Paraná, com 19 fazendas. Na sequência,
São Paulo com 9 fazendas, seguido de Goiás, também com 9 (1 a menos que

9
no último levantamento) e o Rio Grande do Sul, com 7. No Nordeste, 7 fazendas
estão presentes (3 a mais que no ano passado), sendo representado pelo Ceará
e Bahia e, nesse ano, com a contribuição inédita de Alagoas.

A figura a seguir representa os maiores produtores de leite no Brasil:

Figura 6. Maiores produtores de leite no Brasil (Milk Point)

4.4 Mercado substituto.

Para o leite (tanto em pó quanto liquido) o mercado substitutivo se


caracteriza por alternativas vegetais.

Por não ser de origem animal, os leites vegetais também são livres de
colesterol e o baixo índice glicêmico (o açúcar leva mais tempo para chegar ao
sangue) evita os picos de glicose e o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Isso
além de promover uma maior saciedade, o que é benéfico para a perda de peso.

Os principais tipos de leite vegetal existentes no mercado atual são os


leites de: soja, amêndoas, aveia, arroz, coco e amendoim.

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5. DIAGRAMA DE FLUXO

A produção do leite em pó ocorre de acordo com a figura disposta a seguir


de uma forma macro:

Figura 07. Fluxograma macro da produção de leite em pó

Conforme exibimos mais detalhes do processo de transformação:

Figura 08. Fluxograma da produção de leite em pó

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Figura 09. Fluxograma da produção de leite em pó.

Figura 10. Fluxograma micro da produção de leite em pó.

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Inicialmente o leite necessita ser captado nas condições ideais de
higienização e qualidade. São realizadas inúmeras analises para começar o
processamento, sendo uma delas a análise sensorial, onde é verificado o sabor,
aroma e cor. É realizado também uma análise físico química, para a
determinação da acidez, sendo esse um fator muito importante.
Após ser estocado o leite é submetido a uma clarificação, para que sejam
retiradas impurezas menores, por meio de métodos mecânicos de força
centrífuga. Para a fabricação de leite em pó essa etapa pode ocorrer com filtros
de nylon ou com desnatadeira. A padronização do leite para que haja
uniformização é feita nessa etapa, para isso é realizado um controle do teor de
gordura presente, levando em consideração que a legislação brasileira
determina que o mínimo de gordura no leite em pó integral deve ser de 26%, de
1,5 a 25,9% no semidesnatado e um máximo de 1,5% de gordura no leite em pó
desnatado.
Na etapa da pasteurização é feita a redução da carga microbiana
patogênica, inativação de enzimas e formação de compostos antioxidantes,
aumentando assim a sua durabilidade. E após o tratamento térmico, o leite deve
ser submetido ao resfriamento rápido até 4°C, ser envasado em circuito fechado
e transportado a temperatura de 4°C para alcançar os pontos de venda com
temperatura não superior a 7°C de acordo com a legislação.
São realizados dois testes durante a pasteurização, utilizando suas
enzimas. A Peroxidase é uma enzima presente naturalmente no leite. A
Peroxidase é inativada se o leite for aquecido a 85ºC por alguns segundos. Este
teste avalia a eficiência do processo de pasteurização. Imediatamente após a
pasteurização o produto processado deve apresentar teste positivo para a
Peroxidase. A Fostafase Alcalina é uma enzima encontrada naturalmente no
leite cru. Com o processo de pasteurização, a enzima é inativada. Sua
determinação permite avaliar a eficiência do processo de pasteurização. Após a
pasteurização, o leite deve apresentar teste qualitativo negativo para Fosfatase
Alcalina.
Agora a matéria prima já está preparada para passar pelo processo de
concentração, a mesma ocorre por meio da evaporação a vácuo realizada em
câmeras de pulverização (spray dryer), o permitido pela legislação é que seja
retirado no mínimo 96% de umidade, para que seja esteja nos padrões exigidos.
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Por fim, para a finalização do processamento do leite em pó é realizado o
armazenamento do produto, passa pelo estágio de rotulagem, encaixotamento
e armazenamento e expedição do produto acabado seguindo assim para as
prateleiras de mercado e prontos para comercialização.

6. BALANÇOS DE MASSA E ENERGIA

Os balanços de massa e energia são equações que quantificam as


entradas e saídas em um certo volume de controle, bem como a geração ou
consumo de substâncias em outras, além do acúmulo de massa (ou energia) ao
longo do tempo dentro de tal volume de controle. A equação base para o
desenvolvimento dos balanços de massa e energia é a Equação 01. Esta
equação equaliza os termos convectivos (entrada e saída) e os termos de
geração com o acúmulo no sistema.

E - S ± G/C = Ac (01)

Os cálculos de balanço de massa e energia consistem em apresentar


as quantidades de massa e energia envolvidas no processo de produção do
leite em pó integral.
Para o balanço de massa foram consideradas as etapas de
clarificação, pasteurização e spray dryer. Já para o balanço de energia foi
considerado a etapa de pasteurização e spray dryer.

6.1 Balanço de massa global

Os cálculos foram baseados em uma produção de 3887,01 kg/h de leite


em pó integral.

As correntes foram exemplificadas no arquivo excel, e o balanço de


massa global se dá por:

𝑬 + 𝑬𝒁 + 𝑨 = 𝑺 + 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑 + 𝑹𝟒 + 𝑹𝟓 + 𝑨 (02)

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6.2 Balanço de massa na recepção

Na etapa de recepção todos os componentes são apenas armazenados e


pesados. Desta forma, considerando que não há nenhuma perda no
armazenamento, a entrada e a saída são iguais, como demonstrado nas
equações abaixo:

 Leite de Vaca:

𝒚𝒂𝑬 = 𝒚𝒂𝑩𝟏 (03)

𝑦𝑐𝑒 = 𝑦𝑐𝐵1 (04)

Em que: 𝒚𝒂𝒆=composição de gordura de leite na entrada; 𝑦𝑎𝑏1=composição


de gordura de leite na saída da balança; 𝒚𝒄𝒆=composição de gordura de leite
na entrada; 𝒚𝒄𝒃𝟏=composição de gordura de leite na saída da balança;

 Água:

A água calculada para o consumo da indústria, foi destinada ao tanque de


limpeza.

𝑦𝑏𝐴 = 𝑦𝑏𝑇1 (05)

Em que: 𝑦𝑏𝐴 = composição de água na entrada e 𝑦𝑏𝑇1 = composição de água


na saída do armazenamento.

 Enzimas de pasteurização:

𝑦𝑏𝐸𝐷 = 𝑦𝑏𝐵2 (06)

15
𝑦𝑏𝐵2 = 𝑦𝑏𝐺2 (07)

Os produtos de limpeza e EP’s são utilizados diariamente, sendo 6


unidades de EP’s equivalente a 1 para cada funcionário e 1 kit de produtos de
limpeza, não são necessários no balanço, exemplificado no excel.

6.3 Balanço de massa no tanque

Tanque de limpeza: considerou-se que na entrada do tanque e na saída,


o leite está dividido entre gorduras (2,5%) e leite (97,5%).

𝒚𝒂𝑩𝟏 + 𝒚𝒄𝑩𝟏 + 𝒚𝑻𝟏 = 𝒚𝒃𝑹𝟏 + 𝒚𝒂𝑭𝟏 + 𝒚𝒄𝑭𝟏 (08)

6.4 Balanço de massa no clarificador

Clarificador: considerou-se que na entrada do tanque o leite está dividido


entre gorduras (2,5%) e leite (97,5%), e após o processo de
clarificação/padronização, a gordura foi retirada totalmente do processo.

𝒚𝒂𝑭𝟏 + 𝒚𝒄𝑭𝟏 = 𝒚𝒄𝑭𝟐 + 𝒚𝒂𝑹𝟐 (09)

6.5 Balanço de massa no pasteurizador

Pasteurizador:

𝒚𝒄𝑭𝟐 + 𝒚𝒆𝒏𝒛𝑩𝟐 = 𝒚𝑹𝟑 + 𝒚𝒄𝑩𝟑 (10)

6.6 Balanço de massa no spray dryer

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Spray Dryer: o leite perde umidade e se transforma no leite em pó.

𝒚𝒄𝑩𝟑 = 𝒚𝒄𝑩𝟒 + 𝒚𝑹𝟓 (11)

6.7 Balanço de massa nas etapas de finalização e armazenamento

Nas etapas de finalização e armazenamento a entrada do produto é


igual a saída, visto que contemplam processos apenas que não há perdas.

𝑦𝑐𝑃Ó = 𝑦𝑐𝐸𝑀𝐵 (12)

6.8 Balanço de energia

Pasteurização: Para a redução da carga microbiana patogênica,


inativação de enzimas e formação de compostos antioxidantes, a temperatura
utilizada é a de aproximadamente 75°C.

Nessa etapa, como apenas a energia do sistema varia, temos o seguinte


cálculo da energia necessária para a pasteurização:

𝑄1 = 𝑚. 𝐶𝑝. ∆𝑇 (13)

Assim, considerando o calor específico, a massa específica e a variação


de temperatura do pasteurizador, é possível estimar a energia necessária.

Considera-se que o leite integral entre no pasteurizador a 20°C, com


uma vazão mássica de 162,02 kg/dia e possui um Cp de 3,93 kJ/kg.°K. A
temperatura para que o processo aconteça é de 80°C:

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kg kJ (14)
𝑄 = 162,02 ∗ 3,93 ∗ ((80 − 20) + 273,15)°𝐾
dia kg. °K

𝑄 = 2121,29 kJ/dia

Spray Dryer: A secagem por spray drying envolve a atomização de um


líqui-do que contém sólidos em solução, suspensão ou emulsão. O líquido ou
pasta são atomizados usando-se um sistema centrífugo ou de alta pressão
A temperatura do ar de secagem varia de 138 a 202 °
Nessa etapa, como apenas a energia do sistema varia, temos o
seguinte cálculo da energia, considerando a temperatura de saída de 202°C e
de entrada de 80°C.

kg kJ (15)
𝑄 = 161,96 ∗ 3,93 ∗ ((202 − 80) + 273,15)°𝐾
dia kg. °K
𝑄 = 2515,26 kJ/dia

Todos os balanços foram feitos segundo o seguinte diagrama de fluxo:

Figura 11. Diagrama de Fluxo.

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7. DIMENSIONAMENTO

Entre os benefícios de se realizar um dimensionamento, pode-se destacar


a otimização do processo produtivo. Assim, com o dimensionamento, escolhe-
se o equipamento mais adequado, a fim de obter o maior rendimento sem
comprometer a qualidade do produto final. Sendo conhecidas as vazões a serem
trabalhadas na indústria, a partir das considerações feitas para a realização dos
balanços, é realizado o dimensionamento dos equipamentos que irão operar
dentro da planta, todos os equipamentos possuem especificações que devem
ser atendidas, bem como limites de operação que devem ser mantidos, fazendo-
se assim necessário o dimensionamento correto a fim de evitar-se perdas
futuras.

7.1 Tanque Pulmão

Os tanques pulmão armazenam o produto pronto antes de determinado


processo e são integrados às linhas de produção para compensar as variações
de capacidade entre as máquinas.
A dimensão característica de interesse para este equipamento é o
VOLUME. Para o cálculo da capacidade do nosso tanque pulmão, foi levado em
consideração o tempo de autonomia, que foi dividido entre os 3 turnos de 5 horas
que são realizados na indústria diariamente; sabendo que na entrada temos uma
vazão de 5184,62 kg/h, portanto temos uma capacidade mínima por turno de
aproximadamente 36033,1 litros.
Um balanço de massa realizado no tanque pulmão se dá por:
𝑬 − 𝑺 + 𝑮 − 𝑪 = 𝑨𝒄 (16)
𝑑𝑉 (17)
𝑄𝑒 − 𝑄𝑠 =
𝑑𝑡
𝑉 𝑡 (18)
∫ 𝑑𝑉 = ∫ (𝑄𝑒 − 𝑄𝑠 )𝑑𝑡
0 0

𝑉 = (𝑄𝑒 − 𝑄𝑠 )𝑑𝑡 (19)

7.2 Bomba

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O dimensionamento foi padronizado para todas as 4 bombas participantes
do processo total. A dimensão característica da bomba é a potência. A bomba é
utilizada para transportar fluidos que convertem energia cinética de rotação em
energia hidrodinâmica.
Para a determinação da potência da bomba partimos do seguinte balanço
de energia:
𝑃2
𝑑𝑃 ∆𝑣 2 (20)
∫ + + ∆𝑧 = ±𝐻𝑤 ± ℎ𝑓
𝑃1 𝛾 2. 𝑔

A bomba mais empregada nesse transporte é a bomba centrífuga. A partir


da vazão empregada de 7206,62 L/h de leite, para fins de unidades a vazão foi
convertida para 0,002 m3/s assumindo um rendimento de 90%, para uma altura
de elevação de 25 metros e massa especifica do leite de 1,034 g/mL calculou-
se a potência da bomba pela Equação (21) a seguir.
𝑄. 𝛾. 𝐻0 (21)
𝑃𝑜𝑡 =
𝑛

Foi encontrado uma potência de 5,63 W, considerando uma margem de


segurança de 20% obtemos uma potência comercial de 6,76 W.

7.3 Pasteurizador

Para a redução da carga microbiana patogênica, inativação de enzimas e


formação de compostos antioxidantes, a temperatura utilizada é a de
aproximadamente 80°C, dessa forma a dimensão característica é a área de troca
térmica.

Nessa etapa, como apenas a energia do sistema varia, temos o seguinte


cálculo da energia necessária para a pasteurização:

𝑄1 = 𝑚. 𝐶𝑝. ∆𝑇 (22)

Assim, considerando o calor específico, a massa específica e a variação


de temperatura do pasteurizador, é possível estimar a energia necessária.

20
Considera-se que o leite integral entre no pasteurizador a 20°C, com uma
vazão mássica de 162,02 kg/dia e possui um Cp de 3,93 kJ/kg.°K. A temperatura para
que o processo aconteça é de 80°C:

kg kJ (23)
𝑄 = 162,02 ∗ 3,93 ∗ ((80 − 20))°𝐶
dia kg. °K

𝑄 = 38204,316,29 kJ/dia

Para o cálculo da área de troca térmica utilizamos a equação seguinte:


𝑄 = 𝑈. 𝐴. ∆𝑇 (24)
𝑘𝐽 1 𝑑𝑖𝑎 1𝐽 𝑊
38204,316 . . = 8,92. 10−8 2 . 𝐴. (80 − 20)°𝐶
𝑑𝑖𝑎 86400 𝑠 1000𝑘𝐽 𝑚 .𝐾
𝐴 =82 m2

7.4 Spray Dryer

Os secadores por nebulização, mais conhecidos por “spray dryers” têm


como princípio básico a maximização da área de troca de calor e massa durante
a secagem. Dessa forma a dimensão característica é a área de troca térmica.
Esta técnica pode ser aplicada a qualquer material bombeável, ou seja, com
comportamento líquido como, por exemplo, pastas, lamas, suspensões e
soluções.

O líquido ou pasta são atomizados usando-se um sistema centrífugo ou


de alta pressão A temperatura do ar de secagem varia de 138 a 202 ° Nessa
etapa, como apenas a energia do sistema varia, temos o seguinte cálculo da
energia, considerando a temperatura de saída de 202°C e de entrada de 80°C.

kg kJ (25)
𝑄 = 161,96 ∗ 3,93 ∗ ((202 − 80))°𝐶
dia kg. °K

𝑄 = 77653,34 kJ/dia

21
Para o cálculo da área de troca térmica utilizamos a equação seguinte:
𝑄 = 𝑈. 𝐴. ∆𝑇 (26)
𝑘𝐽 1 𝑑𝑖𝑎 1𝐽 𝑊
77653,34 . . = 8,92. 10−8 2 . 𝐴. (80 − 20)°𝐶
𝑑𝑖𝑎 86400 𝑠 1000𝑘𝐽 𝑚 .𝐾
𝐴 =167,93 m2

7.5 Clarificador/Padronização

O leite quando submetido a clarificação e padronização, para que sejam


retiradas as impurezas menores por meio de métodos mecânicos ou de força
centrifuga, bem como a retirada de gordura nos percentuais adequados aceitos
pela legislação. Para a fabricação do leite em pó essa etapa pode ocorrer de
duas formas: com filtros de nylon e com desnatadeira. O leite é aquecido a
temperaturas entre 40-45º C. Sua dimensão característica é a área de troca
térmica, que foi encontrada de maneira similar a pasteurização pois funciona em
condições operacionais muito parecidas e mesma temperatura, encontrando
assim uma área de troca térmica de 85 m2.

8. EDIFICAÇÃO

Com os equipamentos dimensionados e conhecendo o espaço requerido


para cada equipamento o próximo passo é definir a localização e o tamanho da
edificação industrial. Nessa etapa, se dimensionará a área total da indústria de
leite em pó projetada neste trabalho, levando em conta os equipamentos
empregados, estacionamento, administração e área produtiva.

Antes de se projetar o tamanho da edificação industrial, deve-se definir a


localização da indústria. Considerada a segunda melhor cidade do Brasil para
empreender, Florianópolis também está entre os top 5 quando os quesitos são
Capital Humano, Acesso a Capital, Inovação e Cultura Empreendedora. Com um
ambiente propício para novos negócios, a capital catarinense vem se tornando
uma verdadeira incubadora de novas ideias nos últimos anos: de acordo com a

22
Associação Brasileira de Startups (ABStartups), a cidade concentra o maior
número de startups e novos empreendimentos no Brasil.

Assim, a partir do estudo de mercado e das análises feitas, sugere-se que a


localização da planta projetada neste trabalho seja na cidade de
Florianópolis/SC. Além de ser um ponto com potenciais indicativos de
crescimento, a cidade não possui indústrias de leite em pó até o momento.

8.1 Tamanho da edificação industrial.

Tendo-se a localização definida, monta-se o layout da edificação industrial


que suportará a produção. Partindo do tamanho dos equipamentos empregados,
moveis e áreas de circulação a tabela 01 expressa o espaço requisitado para os
setores da planta.

TABELA 01. ESPAÇOS REQUISITADOS NA PLANTA

Setor Área (m2)


Administração 73
Refeitório 107
Produção 654,43
Estacionamento 100
Total 934,43

A planta industrial contém um prédio administrativo que banheiros, sala


de reuniões, almoxarifado, departamentos jurídico e de contabilidade, foram
considerados área de circulação, entrada e os móveis (mesas, cadeiras,
privadas, pias, armários).

O refeitório é o local onde os funcionários realizarão suas refeições. Este


local é dividido em cantina e cozinha e também se dispõe de banheiros,
considerou-se a estrada, mesas, cadeiras e área de circulação de pessoas. Já
na cozinha deve-se levar em conta além da entrada e circulação os
equipamentos como fogão, geladeira, bancadas, armários e mesas.

23
Na área de produção existem a área de desembarque de matéria-prima e
insumos, recepção e armazenamento, preparação, processo principal,
finalização e acabamento, armazenamento. A produção é o setor que irá ocupar
mais espaço dentro da indústria. Além disso foi considerado uma margem de
segurança de 20% de área para os equipamentos para evitar que equipamentos
fiquem em contato uns com os outros.

Fez-se planta total da indústria, do prédio administrativo e do refeitório


que estão expostos nas Figuras 12, 13 e 14 a seguir:

Figura 12. Planta total da indústria de leite em pó.


Fonte: Autoria Própria.

24
Figura 13. Planta da administração da indústria.
Fonte:https://aquiprojetos.com/planta-de-predio-duas-unidades-de-habitacao-i21b-1021780.html

Figura 14. Planta do refeitório da indústria.


Fonte:https://aquiprojetos.com/planta-de-predio-duas-unidades-de-habitacao-i21b-1021780.html

Para o projeto em três dimensões, faz-se necessário o estudo da altura


do prédio industrial, bem como do volume requerido por cada equipamento, do
tipo de telhado a ser instalado, e dos demais sistemas relacionados, como o
sistema de ventilação e iluminação da planta.

A instalação elétrica deve seguir padrões necessários para garantir a


estabilidade da corrente que chega à indústria e que é alimentada em cada
equipamento. Falhas elétricas e curtos circuitos podem causar desde queda da
qualidade do produto por falha dos controladores, até grandes acidentes, no
caso de faíscas serem geradas o risco de incêndios é altíssimo.

Mesmo tendo sido feitos os estudos e dimensionamentos da edificação


industrial, não é atribuição do engenheiro químico realizar tais estudos e
implementá-los. Dentro do planejamento e projeto de uma indústria química,
outros engenheiros e técnicos são necessários, os quais possuem maiores
conhecimentos em certas áreas. No caso das edificações industriais, o
engenheiro químico trabalha em conjunto com engenheiros civis e elétricos,
entre outros, os quais serão responsáveis pelo dimensionamento e
implementação da planta em três dimensões e pela instalação elétrica da planta.

8.2 Projeto da edificação em três dimensões.

25
Na planta deste trabalho, deve-se levar em conta a altura dos
equipamentos empregados, principalmente as dimensões do tanque pulmão, do
clarificador, pasteurizador e spray dryer. A tubulação também deve ser avaliada
no estudo em três dimensões, uma vez que a mesma não permanece todo o
percurso de transformação da matéria-prima fixo no chão.

O projeto da edificação em três dimensões não é de responsabilidade do


engenheiro químico. O profissional mais capacitado para fazer tal
dimensionamento é o engenheiro civil.

Figura 15. Exemplo de projeto da planta de equipamentos em 3D.


Fonte: https://grabcad.com/library/industrial-plant-planta-industrial-1

8.3 Projeto das instalações elétricas.

Os equipamentos e acessórios que necessitam de energia elétrica para o


seu funcionamento necessitam de um mapeamento elétrico detalhado, portanto
se faz necessário que as linhas de transmissão de energia estejam bem
distribuídas ao longo da planta, de maneira que não se sobrecarregue o sistema.
Deve-se avaliar também a voltagem requerida, para que o dimensionamento
seja feito corretamente, evitando sobrecarregamento da rede de fornecimento.

26
O projeto de instalações elétricas não é de responsabilidade do
engenheiro químico. O profissional mais capacitado para fazer tal
dimensionamento é o engenheiro elétrico.

Figura 16. Exemplo de projeto da planta elétrica.


Fonte: http://ew7.com.br/projetos-eletricos-no-autocad/index.php/dicas-sobre-projetos-eletricos-
residenciais/129-projeto-eletrico-de-um-sobrado

8.4 Projeto Hidráulico

O projeto hidráulico é elaborado com base em um planejamento sobre


hidrodinâmica e demanda de líquidos dentro da planta industrial. Ele deve
especificar as tubulações, componentes de bombeamento e vasos de pressão
inclusos na instalação; este projeto também é de responsabilidade do
engenheiro civil.

Figura 17. Exemplo de projeto hidráulico.

27
Fonte: https://www.schedule.net.br/motivos-que-fazem-o-projeto-hidraulico-ser-indispensavel/

8.5 Projeto de prevenção de incêndios

A elaboração e execução de um projeto de prevenção e combate a


incêndio consiste em montar uma infraestrutura mediante a instalação de
extintores de incêndio, mangueiras e esguichos, abrigos de hidrantes e
extintores, acessórios da casa de bombas, sistemas de sinalização e iluminação
de emergência, alarme de incêndio e sirenes, serviços de serralheria, guarda-
corpos e corrimãos, além de dispor de serviços de pintura de piso e
posicionamento de tubulações de modo estratégico a fim de fornecer a proteção

Este projeto será construído por um engenheiro de segurança e pelo


corpo de bombeiros a partir dos dados da planta e dos equipamentos presentes
no projeto elaborado pelos engenheiros químicos, civis e elétricos.

Figura 18. Modelo de planta de risco de incêndio.


Fonte: https://guiasegci.com.br/legislacao/2020/07/29/instrucao-tecnica-no-162019-compilada-
gerenciamento-de-riscos-de-incendio/

28
9. OTIMIZAÇÃO

A otimização de processos industriais é fundamental para melhorar a


produtividade e, com isso, alcançar melhores resultados. Para tanto, é
necessário analisar todas as etapas do processo produtivo, verificando onde
existem gargalos que possam ser corrigidos, além de investir em programas para
a redução de perdas.
De acordo com (Timmerhaus, 1991), um projeto otimizado é baseado nas
melhores condições operacionais possíveis e em última análise as condições
podem ser reduzidas a uma consideração de custos ou lucros; quando uma
variável do projeto é alterada, é verificado muitas vezes que os custos podem
variar significativamente.
A determinação de uma “condição ótima” serve como ponto de base para
uma análise de custos do projeto, no entanto esses fatores não podem ser
facilmente quantificados ou considerações práticas podem alterar
significativamente a recomendação final para uma condição ótima teoricamente
correta, quando existem diversas equações referentes a operação de um
processo, é possível determinar a condição ótima a partir do conceito de
derivadas do cálculo diferencial, para assim, se estimar as melhores condições
para cada equipamento.
Para uma análise analítica da otimização, considerando funções de uma
única variável, determinamos a derivada da função e para se encontrar o “ponto
ótimo” igualamos essa função a zero, pois nesse ponto se encontra o valor
máximo da curva, indicando assim sua estabilidade.
Além disso, ao otimizar os processos é feita a análise crítica das tarefas
de baixo valor agregado, retrabalhos e excesso de documentação para que
sejam enxugados e a empresa ganhe produtividade, um dos maiores gargalos
na gestão industrial.

9.1 Otimização de Equipamentos – Bomba

Levando em consideração que a dimensão característica de uma bomba


industrial se trata da potência, iremos otimizar analiticamente em primeiro
momento a potência, que é calculada segundo a equação a seguir:

29
𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . 𝜌. 𝑔. 𝑄 (27)
𝑃𝑜𝑡 =
𝜂

Os parâmetros fixos, que não se alteram no sistema são a gravidade,


massa especifica e eficiência da bomba. Assim, resta a vazão e a altura
manométrica total.
Fazendo uma análise da vazão, derivando a equação da potência em
relação a vazão do sistema temos que:
𝑑𝑃𝑜𝑡 𝐻𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . 𝜌. 𝑔 (28)
=
𝑑𝑄 𝜂

É possível se verificar que a derivada se torna uma constante, logo,


quanto maior a altura manométrica do sistema, maior será a potência requerida
pelo equipamento. Segundo o dimensionamento da bomba, ela deve suportar
uma potência de 6,76 W, utilizando uma margem de segurança de 20%.

Sabendo que o diâmetro influencia na eficiência da potência da bomba,


de acordo com a tabela de relações entre vazão e diâmetro da tubulação
(Ribeiro, 2014), utilizando a vazão utilizada na primeira bomba do nosso
processo, que opera a 2,001 L/s encontramos um diâmetro interno entre 20 e 25
mm.

Para uma análise de custos do equipamento, leva-se em consideração os


custos fixos e variáveis, sendo os custos fixos: custo de aquisição (CA), custo de
instalação (CI) e manutenção da tubulação de diâmetro interno (d) e seus
acessórios, o custo variável se trata do custo de bombeamento (CB) que consiste
no custo da energia absorvida pela bomba para escoar a corrente do processo
por uma tubulação de diâmetro (d) (TEIXEIRA, 2012).

O custo fixo da tubulação pode ser estimado por:


𝑛
𝑑 (29)
𝐶𝐹 = (1 + 𝐹). 𝐶𝐴. ( ) . 𝐾𝐹
0,0254

Onde F é a razão entre o custo dos acessórios e de instalação em relação


ao custo de aquisição da tubulação, CA é o custo de aquisição de um metro de
tubulação de diâmetro interno 0,0254 m (em $/m), n é um parâmetro que varia

30
com o material da tubulação e KF é a razão entre os custos fixos anuais e o custo
inicial da tubulação dá instalada.

O custo de bombeamento pode ser expresso como o somatório do custo


anual de bombeamento por unidade de comprimento reto da tubulação
(comprimento L e vazão QB).

Segundo Teixeira, o custo anual de bombeamento pode ser dado por:

∆𝑃𝑡𝑢𝑏 . 𝑄𝐵. 𝐻. 𝐾 (30)


𝐶𝑄𝐵 =
1000. 𝜂. 𝐿

Então o custo variável, ou de bombeamento é:


𝑚
(31)
𝐶𝑉 = 𝐶𝐵 = ∑ 𝐶𝑄𝐵 , 𝑗
𝑗=1

9.2 Otimização de Equipamentos – Tanque Pulmão

Para otimização do tanque pulmão, os parâmetros avaliados serão o


custo total (CT), custo variável (CV), custos fixos (CF), custo de enchimento do
tanque (CE), custo unitário do tanque (C), custo de instalação (CI), vazão de
entrada (VE), vazão de saída (VS), altura do tanque (H), volume (V), diâmetro
(D), tempo de vida (t), tempo de utilização (tu), tempo de enchimento (te) e fator
de utilização (B).

Sabendo que o custo total (CT) é definido como:

𝐶𝑇 = 𝐶𝑉 + 𝐶𝐹 (32)

Para os custos fixos e variáveis temos que:


𝐷2 𝑡𝑢 (33)
𝐶𝐹 = ( 𝜋 ∗ ∗ 𝐻) ∗ 𝐶 ∗ + 𝐶𝐼
4 𝑡
𝐷 2
𝐵 (34)
𝐶𝑉 = (𝐻 ∗ 𝜋 ∗ ) ∗ 𝑁 ∗ ∗ 𝐶
4 𝑡𝑒

Substituindo:

31
𝐷2 𝑡𝑢 𝐷2 𝐵 (35)
𝐶𝑇 = ( 𝜋 ∗ ∗ 𝐻) ∗ 𝐶 ∗ + 𝐶𝐼 + (𝐻 ∗ 𝜋 ∗ ) ∗ 𝑁 ∗ ∗ 𝐶
4 𝑡 4 𝑡𝑒

Derivando a função do custo total em função do diâmetro, igualando a zero e


isolando D, temos que:
𝑑𝐶𝑇 𝐷 𝑡𝑢 𝐷 (36)
= ( 𝜋 ∗ ∗ 𝐻) ∗ 𝐶 ∗ + 𝐶𝐼 + ( 𝜋 ∗ ∗ 𝐻) = 0
𝑑𝐷 2 𝑡 2

Para tal, é possível uma análise de custos para as tubulações,


relacionando-se com o diâmetro novamente, como feito na otimização anterior
onde o volume do tanque pulmão é diretamente proporcional a vazão, portanto
segundo Ribeiro 2014, define-se também por um diâmetro de tubulação nominal
de ½ considerando a margem de segurança de 20% adotada no processo.

9.3 Otimização de Equipamentos – Spray Dryer

Como o spray dryer se trata de uma secagem por atomização, seguiremos


o pressuposto que o equipamento segue o princípio básico de um secador para
efetuar algumas análises de custo.
Sabendo que o custo total (CT) é definido como:

𝐶𝑇 = 𝐶𝑉 + 𝐶𝐹 (37)

Segundo Souza e Silva 2008, para um secador o custo elétrico, custo de


operação do ventilador, custo da inadequação do sistema e o custo da quebra-
técnica são considerados como custos variáveis. O custo médio (CMe) é obtido
dividindo-se o custo total pelo número de unidades produzidas (Q). Assim o custo
médio incluirá uma parcela dos custos fixos e dos custos variáveis:

(38)
𝐶𝑇
𝐶𝑀𝑒 =
𝑄

O custo fixo médio (CFMe) é definido como o custo fixo total dividido pela
quantidade produzida, enquanto o custo variável médio (CVMe) é o custo
variável total dividido pela quantidade produzida.

32
(39)
𝐶𝑇 𝐶𝑉
𝐶𝐹𝑀𝑒 = 𝑒 𝐶𝑉𝑀𝑒 =
𝑄 𝑄
𝐶𝑀𝑒 = 𝐶𝐹𝑀𝑒 + 𝐶𝑉𝑀𝑒 (40)

Quando o volume produzido é pequeno, o custo médio tende a ser


elevado devido aos custos fixos, que representam parcela significativa sobre as
primeiras unidades produzidas. A medida que a produção aumenta, os custos
fixos serão distribuídos por um número maior de unidades produzidas e, então,
aumentará a importância dos custos variáveis na composição do custo total.

Como o spray Dryer troca calor com o ambiente e visando uma redução
de custos, é possível se otimizar o isolante térmico, analisando o número de
camadas (N). Sabendo que o Custo fixo está em função do custo do material
(CS), área do material do trocador, custo de manutenção (CM), custo do material
isolante (CI), área do isolante (Ais) e tempo de vida útil do isolante (tu). E que os
custos variáveis estão em função do custo energético (CE), calor (Q) e tempo de
operação temos que:

(𝐶𝑆. 𝐴) 𝐶𝐼. 𝐴𝑖𝑠. 𝑁


𝐶𝐹 = + (𝐶𝑀) +
𝑡𝑠 𝑡𝑢 (41)

𝐶𝑉 = 𝐶𝐸. 𝑄. 𝑡 (42)

Sabendo que o calor:

𝑇𝑖 − 𝑇𝑒 (43)
𝑄=
1 𝑒𝑠 1 𝑒𝑖. 𝑛 + 𝑒𝑖
+ + +
𝐴𝑖. ℎ𝑖 𝐴𝑖. 𝑘𝑠 𝐴𝑒. ℎ𝑒 𝐴𝑖𝑠. 𝑘𝑖

Sabendo que:

𝐴𝑖𝑠 = 𝜋. (𝐷 + 𝑛. 𝑒𝑖 + 𝑒𝑖). 𝐿 (44)

Substituindo temos

33
𝑇𝑖 − 𝑇𝑒 (45)
𝑄=
1 𝑒𝑠 1 𝑒𝑖. 𝑛 + 𝑒𝑖
+ + +
𝐴𝑖. ℎ𝑖 𝐴𝑖. 𝑘𝑠 𝐴𝑒. ℎ𝑒 𝜋 ∗ (𝐷 + 𝑛. 𝑒𝑖 + 𝑒𝑖). 𝐿. 𝑘𝑖

Portanto definimos a seguinte função:

𝑇𝑖 − 𝑇𝑒
𝐶𝑇(𝑁) = ( ) . 𝐶𝐸. 𝑡 (46)
1 𝑒𝑠 1 𝑒𝑖. 𝑛 + 𝑒𝑖
+ + +
𝐴𝑖. ℎ𝑖 𝐴𝑖. 𝑘𝑠 𝐴𝑒. ℎ𝑒 𝜋. (𝐷 + 𝑛. 𝑒𝑖 + 𝑒𝑖). 𝐿. 𝑘𝑖
(𝐶𝑆 ∗ 𝐴) 𝐶𝐼. 𝐴𝑖𝑠. 𝑁
+ + (𝐶𝑀) +
𝑡𝑠 𝑡𝑢

Para se encontrar o custo mínimo aplica-se a derivada e em seguida é igualada


a zero:

𝑑𝐶𝑇 (47)
=0
𝑑𝑁

9.4 Otimização de Equipamentos – Pasteurizador

Segundo Padoveze 2003, o ponto de equilíbrio do pasteurizador permite


determinar a quantidade de vendas que devem ser efetuadas para cobrir todos
os custos e despesas fixas. O ponto de equilíbrio expresso em quantidade (q) do
leite pasteurizado tipo C a ser produzido e comercializado para um lucro nulo é
calculado segundo a formula a seguir:

𝐶𝐹𝑇 (48)
𝑞= =0
𝑃𝑢 − 𝐶𝑉𝑢

Sendo CFT os custos fixos totais em R$, Pu o preço de venda em R$/L e


CVu os custos variáveis em R$/L. Os custos fixos e variáveis unitários foram
constatados a partir da soma dos custos fixos e variáveis totais divididos pela
quantidade de leite produzida por mês no laticínio. O Preço unitário foi
rearranjado na equação (49):

34
𝐶𝐹𝑇 (49)
𝑃𝑢 = + 𝐶𝑉𝑢
𝑞

A fim de se determinar o custo unitário para volumes menores de


produção e tendo em vista que o lucro zero é igual ao custo unitário do produto
vendido (CuPV) tem-se:

(50)
𝐶𝐹𝑇
𝐶𝑢𝑃𝑉 = + 𝐶𝑉𝑢
𝑞

10. PLANILHAS

No reporte dos engenheiros para os demais membros do projeto e


principais interessados, é necessário a construção de relatórios que
contemplem as informações de maneira clara e concisa, para que não haja
margem para erro.

Estes relatórios devem conter a descrição das informações básicas para


o processo, bem como conclusões e recomendações para o projeto e objetivos
de determinada ação ou equipamento utilizado por exemplo.

As figuras a seguir exemplificam respectivamente os relatórios para o


projeto da indústria de leite em pó, dos equipamentos: bomba, tanque pulmão,
pasteurizador e spray dryer.

35
Figura 19. Relatório Bomba.
Fonte: Timmerhaus, 1991 (modelo modificado).

Figura 20. Relatório Tanque pulmão.


Fonte: Timmerhaus, 1991 (modelo modificado).

36
Figura 21. Relatório Pasteurizador.
Fonte: Timmerhaus, 1991 (modelo modificado).

Figura 22. Relatório Spray Dryer.


Fonte: Timmerhaus, 1991 (modelo modificado).

11. ESTIMATIVA DE CUSTOS

Uma análise de viabilidade econômica e financeira é um processo que


envolve uma série de estudos sobre o mercado, com o objetivo de avaliar se o
investimento em uma determinada atividade é viável ou não. A análise
econômica é fundamental em qualquer projeto, desde a seleção de um processo
específico até a seleção dos materiais primários, condições de operação,
especificações dos equipamentos, manutenção necessária, instalação e
edificações. Essa análise econômico-financeira consiste em avaliar ou estudar a
viabilidade, estabilidade e rentabilidade de um negócio ou projeto.

37
Em primeiro momento são calculados os custos totais do investimento, desde
todas as etapas produtivas, até mesmo em áreas de administração, refeitório,
para que assim possamos ter uma visão completa do capital investido, de acordo
com a figura a seguir:

Figura 23. Custos de Investimento


Fonte. Autoria Própria.

Em um segundo momento, foram avaliados os Custos De Instalação e os


Custos Operacionais da nossa indústria, como demonstrado pela Figura ff:

Figura 24. Custos de Instalação e Operacionais.


Fonte. Autoria Própria.

38
O próximo passo para a análise econômica e financeira é determinar o Preço
de Venda/Comercialização, para todos os cenários possíveis (otimista, realista
e pessimista), para que com o nosso valor do investimento líquido inicial (ILI),
previamente determinado com as tabelas acima, possamos encontrar o Preço
Unitário de Produção (Cup), que relaciona os custos fixos e variáveis. Dessa
foram encontrados os seguintes parâmetros:

Figura 25. Investimento Líquido Inicial, Custo Unitário de Produção e Preço de Venda.
Fonte. Autoria Própria.

O passo a seguir é a determinação do fluxo de caixa mensal para a empresa,


contabilizando as entradas (receita bruta), saídas (despesas), geração/consumo
(investimentos/aplicações) e acúmulo (receita líquida).

Por fim, é realizado a análise de viabilidade levando em consideração os três


indicadores: tempo de recuperação de capital, valor presente líquido e taxa
interna de retorno, essa análise foi realizada como a Figura tt a seguir:

Figura 26. Análise de viabilidade.


Fonte. Autoria Própria.

39
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida AAP. Anais do XV Congresso Nacional de Laticínios. 1998.


BRITO, M.A.V.P. Influência das células somáticas na qualidade do
leite. In. MARTINS, C.E.; COSTA, C.N.; BRITO, J.R.F.; YAMAGUCHI,
L.C.T.; PIRES, M. de F.A. MINAS LEITE I., 1999, Juiz de Fora.
Qualidade e produtividade de rebanhos leiteiros. Anais... Juiz de
Fora:
CANAL RURAL (Brasil) (Org.). Leite: produção de Santa Catarina aumenta 82%
em dez anos. 2018. Disponível em: . Acesso em: 26 de novembro de 2021.
Marshall RT. Standard Methods for the Examination of Dairy Products. 16 ed.
American Public Health Association; 1992.
OLIVIER, C. E., Villas-Boas, M. B., Netto, F. M., & Zollner, R. d. L. (2012).
Allergenicity of Bos d 5 in children with cow's milk allergy is reduced by
transglutaminase polymerization. Ped Allergy Immunol Pulmonol
PEREDA, Juan A. Ordóñez et al. Tecnologia de alimentos: alimentos de origem
animal. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005.
REZZADORI, Katia. Pasteurização térmica e com membranas do caldo de cana
adicionado de maracujá. 2010. 161 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2010.
Teixeira, Lílian Viana; BASTIANETTO, Eduardo; OLIVEIRA, Denise A. A.
Revista Brasileira de Reprodução Animal. Belo Horizonte, v.29, n.2, p.96-100,
abril/jun. 2005.
TREVISAN, Ana Paula. Influência de diferentes concentrações de enzimas
lactase e temperaturas sobre a hidrólise da lactose em leite pasteurizado.
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação
em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Área de Concentração em Ciência e
Tecnologia dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM,
2008.
PRODUÇÃO DE LEITE EM PÓ. BetaEQ, 05 janeiro. 2022. Disponível em
https://betaeq.com.br/index.php/2019/05/21/producao-de-leite-em-po/
LEITE EM PÓ. Ciencia do Leite, 05 janeiro. 2022. Disponível em
https://cienciadoleite.com.br/noticia/101/leite-em-po

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