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REVOGAÇÃO E PRORROGAÇÃO DE BENEFÍCIOS

Suspensão condicional do Suspensão condicional da Livramento


processo pena condicional
Revogação obrigatória: Revogação obrigatória: Revogação obrigatória:
 Processado por crime;  Condenado irrecorrível por  Condenado irrecorrível por:
 Não reparar dano. crime doloso; o Crime durante o
 Não reparar dano; benefício.
 Frustrar pagamento de multa; o Crime antes do
o O sursis não suspende benefício se o
PRD e multa. somatório impedir
 Não cumprir as condições do o sursis.
primeiro ano de PSC ou LFDS.
Revogação facultativa: Revogação facultativa: Revogação facultativa:
 Processado por contravenção;  Condenado irrecorrível por  Condenado irrecorrível por
 Processado por 28 da 11343; crime culposo ou contravenção crime ou contravenção a
 Não cumprir outra condição. a PPL ou PRD (não fala multa). pena que não seja PPL.
 Não cumprir outra condição.  Não cumprir condições.
Prorrogação do período de prova: Prorrogação do período de prova:
 A lei 9099 não traz, mas na prática  Processado por crime ou
prorrogam. contravenção:
 A lei 9605 traz, pois o laudo de o Prorroga até o
constatação de reparação é condição julgamento definitivo.
para extinção da punibilidade, daí pode o Prorrogação
prorrogar: automática.
o Prorroga até o máximo,  Quando facultativa a revogação,
acrescido de mais um ano. o juiz pode prorrogar até o
o Nova prorrogação até o máximo, em vez de revogar.
máximo previsto*. o Prorrogação judicial.
 Alguns autores dirão
ser possível
prorrogar até 10
anos.
Estelionato Furto mediante fraude
(171) (155, p.4° II)
 Obtenção de vantagem em prejuízo alheio.  Subtração de coisa alheia móvel.
 Há uma relação sinalagmática (um negócio jurídico);  Não há uma relação sinalagmática entre o autor e vítima;
 A fraude usada pelo agente recai justamente sobre a  A fraude é usada pelo agente para desviar a vigilância da
relação sinalagmática envolvendo o objeto que recai o vítima sobre a coisa, ainda que haja entrega voluntária;
crime.  Não há expectativa de receber uma contraprestação,
 A vítima espera por uma contraprestação derivada do pois não há um negócio jurídico,
negócio jurídico envolvendo o objeto que recai o crime;  Há expectativa de a coisa ser-lhe restituída a coisa na
 A contraprestação é frustrada, pois houve fraude por qual recai o crime.
parte do agente, que não deixou com que a vítima
soubesse que se tratava de um golpe.
Casos (professor Bruno Gilaberte (fl. 55 e seguintes):
 Pessoa pede o carro emprestado a outra, alegando ter que levar uma parente ao hospital, mas não lhe devolve:
o Furto mediante fraude.
 Não há relação sinalagmática pretérita;
 A vítima esperava que a coisa fosse restituída;
 Fraude empregada para retirar a vigilância da vítima:
 Alguns autores dirão: No furto, o artifício é empregado para subtrair a coisa, enquanto que no
estelionato é para recebê-la.
o Veja que essa distinção não é suficiente, pois, nesse caso, a vítima entregou o bem
voluntariamente, mas mesmo assim configura furto, justamente por falta a fraude
sobre uma relação sinalagmática.
 Pessoa vai ao posto para abastecer, distrai o frentista e foge sem pagar:
o Furto mediante fraude.
 Há relação sinalagmática pretérita.
 Contudo, a fraude não recai sobre a relação sinalagmática, mas sim para desviar a vigilância da vítima.
 Pessoa finge ser manobrista, recebe o veículo pela vítima e foge com o veículo:
o Furto mediante fraude.
 Há relação sinalagmática pretérita.
 A fraude recai sobre a relação sinalagmática.
 Contudo, a vítima esperava receber o bem de volta, logo, a despeito de existir uma relação
sinalagmática, esta não envolvia a contraprestação pelo veículo, mas sim pelo serviço do manobrista.
 Pessoa vai à concessionária fingindo ser empresária, engana o vendedor que lhe entrega o veículo para um test-drive,
contudo o agente foge com o veículo.
o Furto mediante fraude.
 Não há uma relação sinalagmática pretérita envolvendo o objeto do crime.
 O engodo é usado para conquistar o acesso ao veículo da vítima, que o entrega voluntariamente.
 Contudo, a vítima esperava receber o bem de volta o veículo, e não uma contraprestação pelo
pagamento do veículo.
 Pessoa vai à casa da vítima fingindo ser do banco, justifica sua presença para recastramento, pega o cartão e senha da
vítima, devolve um cartão falso, depois vai ao banco e saca valores:
o Furto mediante fraude.
 Não há relação sinalagmática pretérita, ou seja, não havia um negócio jurídico simulado firmado pelo
criminoso com a vítima.
 O engodo é usado para conquista do acesso ao cartão e senha da vítima e não sobre um negócio
jurídico.
 Pessoa capta informações bancárias da vítima através de software malicioso instalado no computador da vítima, depois
realiza transferências eletrônicas.
o Furto mediante fraude.
 Não há relação sinalagmática simulada pretérita entre autor e vítima.
 Pessoa vai ao posto de gasolina para abastecer e paga com cheque sem fundos.
o Estelionato.
 Há uma relação sinalagmática simulada pretérita.
 A fraude recai sobre essa relação simulada.
 A vítima esperava receber a contraprestação que envolvia o negócio jurídico firmado.
 Pessoa vai à casa da vítima fingindo ser do banco, justifica sua presença para recastramento, pega o cartão e senha da
vítima, devolve um cartão falso, depois solicita empréstimo junto à uma instituição financeira, passando-se pelo titular da
conta, ou então, quando capta dados e solicita empréstimo.
o Estelionato.
 Há uma relação sinalagmática simulada pretérita (contratação do empréstimo).
 A fraude recai sobre essa relação simulada (dados falsos).
 A vítima (instituição financeira) esperava receber a contraprestação que envolvia o negócio jurídico
firmado.
 Pessoa usa cartão falso para adquirir bens.
o Estelionato.
 Há uma relação sinalagmática simulada pretérita (adquirir bens mediante cartão de crédito).
 A fraude recai sobre essa relação simulada (cartão falso).
 A vítima (comerciante) esperava receber a contraprestação que envolvia o negócio jurídico firmado.

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