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LRF Comentada e Desenhada

Técio Pellegrino
www.teciopellegrino.com
Seja bem-vindo(a) ao material demonstrativo do melhor e mais completo material sobre Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF)!

A LRF é uma Lei complexa, com muitas referências e textos pouco didáticos. Eu, particularmente,
já fiz prova com algumas informações decoradas, porque o tempo que demandaria para entendê-
las (principalmente as referências) não tinha um bom custo-benefício.

Mas desse mal você não sofrerá .

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@teciopellegrino

Vamos nessa!
Sumário – Material Demonstrativo
Siglas utilizadas .................................................................................................................................................. 2
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ....................................................................................................... 3
CAPÍTULO II - DO PLANEJAMENTO .................................................................................................................. 12
Seção I - Do Plano Plurianual ....................................................................................................................... 12
Seção II - Da Lei de Diretrizes Orçamentárias.............................................................................................. 12

Siglas utilizadas
ADCT: Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
AMF: Anexo de Metas Fiscais
APF: Administração Pública Federal
CC: Cargo em Comissão
CF: Constituição Federal
Bacen: Banco Central do Brasil
DOCC: Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado
DVP: demonstração das variações patrimoniais
EC: Emenda Constitucional
FAT: Fundo de Amparo ao Trabalhador
FC: Função de Confiança
FPM: Fundo de Participação dos Municípios
INSS: Instituto Nacional do Seguro Social
LOA: Lei Orçamentária Anual
LRF: Lei de Responsabilidade Fiscal
MP: Ministério Público
PL: Patrimônio Líquido
RCL: Receita Corrente Líquida
RGF: Relatório de Gestão Fiscal
RGPS: Regime Geral de Previdência Social
RP: Restos a Pagar
RPPS: Regime Próprio de Previdência Social
RREO: Relatório Resumido de Execução Orçamentária
TCU: Tribunal de Contas da União
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000

Atualizada até maio/2020, conforme alterações trazidas pela Lei Complementar nº 173, de 2020.

Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá


outras providências.

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
Comentário: o Capítulo II do Título VI da CF trata das finanças públicas (artigos 163
a 169). Nesses artigos a Constituição estabelece algumas matérias sobre as quais
caberá à Lei Complementar dispor. No caso, esta Lei Complementar (a LRF) dispõe
sobre boa parte dessas matérias.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se
previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e
condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade
social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação
de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
Comentário: para se considerar que existe responsabilidade na gestão fiscal, é preciso
verificar que todos esses itens estão sendo cumpridos:
a. Deve haver planejamento e transparência, de modo a prevenir riscos e corrigir
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas;
b. Isso deve ocorrer através de:
a. Cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas;
b. Obediência a limites e condições sobre:
i. Renúncia de receita;
ii. Geração de espessa com pessoal, da seguridade social e outras,
dívida consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em RP.
De modo a
prevenir
Planejamento e Que sejam capazes de afetar o
riscos e
transparência equilíbrio das contas públicas
corrigir
desvios

Cumprimento
Responsabilidade de metas de Entre receitas e despesas
na gestão fiscal resultados
Renúncia de
Com pessoal
receita
Isso deve
ocorrer Geração de Da seguridade
através de despessa social

Dívida
Obediência a consolidada e Outras
limites e mobiliária
condições
sobre Operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita

Concessão de garantia

Inscrição em RP

§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios.
§ 3º Nas referências:
I - À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:
a) O Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder
Judiciário e o Ministério Público;
b) As respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas
estatais dependentes;
II - A Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
III - A Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do
Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.
Comentário: a parte mais importante desse artigo é entender que quando a lei mencionar
Poder Legislativo, estará incluindo os Tribunais de Contas (apesar de eles, na verdade, não
pertencerem ao Poder Legislativo).

Comentário: antes de seguir para o próximo artigo, precisamos entender alguns conceitos que são
explicados na Lei 4.320, mas que são muito utilizados aqui:
Receita corrente: é uma classificação da receita, refere-se às receitas “normais”, aquelas que são
esperadas periodicamente. Por exemplo, se você trabalha, seu salário é uma receita corrente. Mas
se você resolver trocar de celular e vender o antigo, a receita dessa venda não será uma receita
corrente, pois não é algo que é esperado periodicamente. A definição mais precisa, apresentada na
Lei 4.320, é:
São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,
industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.
E a receita que você ganhou vendendo o celular, como se classifica? Receita de capital! Da mesma
forma, se você pegar um empréstimo no banco, aquele valor que você está pegando é uma receita
de capital (afinal, ninguém pega empréstimo todo mês rsrs). Vamos ver a definição das receitas de
capital na Lei 4.320?
São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas
classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
Perceba que a classificação da receita pode estar relacionada à destinação dela. Quando a receita
é destinada a atender despesas de capital, a receita será classificada como receita de capital.
Seguindo o mesmo raciocínio, quando a receita é destinada a atender despesas correntes, a receita
será classificada como receita corrente.
Quanto ao conceito de despesas correntes e despesas de capital, elas seguem a mesma lógica. As
contas de água e de luz, que você paga todo mês, seriam despesas correntes. Por outro lado, se
sua máquina de lavar quebrar e você precisar consertar ou comprar uma nova, isso seria uma
despesa de capital.
A Lei 4.320 afirma que são despesas correntes as despesas de custeio e as transferências
correntes.
Por outro lado, são despesas de capital os investimentos, as inversões financeiras e as
transferências de capital.
Não se preocupe em entender esses conceitos agora. Basta entender a ideia geral de cada
classificação. Se você conseguir guardar esses itens que estão sublinhados, melhor ainda, isso vai
facilitar o entendimento posterior.
Agora sim, vamos seguir para o art. 2º da nossa Lei de Responsabilidade Fiscal.

Será que isso cai em prova?

CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJ PA)/Administrativa/2020


A Lei Complementar n.º 101/2000 tem por objetivo estabelecer normas de
a) contabilidade pública.
b) direito financeiro.
c) finanças públicas.
d) direito público.
e) gestão pública.
Comentário:
Conforme acabamos de ver, a LRF estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Gabarito: letra C.

FGV - Especialista em Políticas Públicas (Pref Salvador)/2019


A Lei Complementar editada para evitar desequilíbrios financeiros, criando
regras estruturadas capazes de incluir melhores práticas de gestão pelos
entes públicos e inibindo gastos superiores à arrecadação, ficou conhecida
como
a) Lei de Responsabilidade Fiscal.
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias.
c) Lei do plano plurianual.
d) Lei de Acesso à Informação.
e) Lei da Reforma Bancária.
Comentário:
Esse é um dos objetivos principais da LRF: evitar desequilíbrios financeiros.
Gabarito: letra A.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:


Comentário: das definições a seguir, a primeira é bem tranquila, e as outras 3 são bem
cobradas em prova.
I - Ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;
II - Empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença,
direta ou indiretamente, a ente da Federação;
III - Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital,
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;
IV - Receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também
correntes, deduzidos:
a) Na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação
constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II
do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
Comentário: ou seja, as contribuições a seguir serão deduzidas (não devem fazer
parte) no cálculo da RCL da União:
➢ Valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação
constitucional ou legal (observe que as transferências voluntárias não são
deduzidas da RCL, ou seja, seus valores serão incluídos no montante).
➢ Contribuição para seguridade social (CF, art. 195)
o Paga pelo empregador, pela empresa ou pela entidade a ela
equiparada (inciso I);
o Paga pelo trabalhador e demais segurados da previdência social
(inciso II);
➢ Arrecadação decorrente das contribuições para o PIS/PASEP (CF, art. 239).
A título de contextualização, segue a literalidade dos dispositivos mencionados:
CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da
lei, incidentes sobre:
a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) A receita ou o faturamento;
c) O lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo
ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de
contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;
CF, Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de
Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e
para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei
Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação
desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do
seguro-desemprego, outras ações da previdência social e o abono de que trata o §
3º deste artigo.
b) Nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
c) Na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.
Comentário: O § 9º do art. 201 da CF trata da contagem recíproca para fins de
aposentadoria:
CF, Art. 201, § 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca
do tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes
próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compensação
financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei.
§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em
decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art.
60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
Comentário: a Lei Complementar nº 87 é a Lei Kandir, que trata do ICMS. Ou seja, os
valores pagos ou recebidos conforme as disposições dessa Lei deverão ser incluídos na RCL.
Além disso, também deverá ser incluído na RCL o fundo relacionado à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino na educação básica e à remuneração a seus profissionais (art.
60 do ADCT, da CF).
§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do
Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata
o inciso V do § 1º do art. 19.
Comentário: esse inciso V do § 1º do art. 19 trata das despesas com pessoal, do Distrito
Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela
União, conforme disposição constitucional.
Acredito que não é necessário a leitura desses dispositivos, até porque o art. 19 faz
referência a outros dispositivos da Constituição Federal, e dificilmente o examinador irá tão
longe. Mas, para quem quiser ler:
LRF, art. 19, § 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não
serão computadas as despesas:
V - Com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas
com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da
Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19.
CF, Art. 21. Compete à União:
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e
dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
EC nº19, Art. 31. A pessoa que revestiu a condição de servidor público federal da
administração direta, autárquica ou fundacional, de servidor municipal ou de integrante da
carreira de policial, civil ou militar, dos ex-Territórios Federais do Amapá e de Roraima e
que, comprovadamente, encontrava-se no exercício de suas funções, prestando serviço à
administração pública dos ex-Territórios ou de prefeituras neles localizadas, na data em
que foram transformados em Estado, ou a condição de servidor ou de policial, civil ou
militar, admitido pelos Estados do Amapá e de Roraima, entre a data de sua transformação
em Estado e outubro de 1993, bem como a pessoa que comprove ter mantido, nesse
período, relação ou vínculo funcional, de caráter efetivo ou não, ou relação ou vínculo
empregatício, estatutário ou de trabalho com a administração pública dos ex-Territórios,
dos Estados ou das prefeituras neles localizadas ou com empresa pública ou sociedade de
economia mista que haja sido constituída pelo ex-Território ou pela União para atuar no
âmbito do ex-Território Federal, inclusive as extintas, poderão integrar, mediante opção,
quadro em extinção da administração pública federal.
§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em
referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.
Comentário: perceba que a RCL não é contada “de janeiro a dezembro”. É possível calcular
a RCL em qualquer mês, basta somar a receita daquele mês (de referência) com a receita
dos 11 meses anteriores. Naturalmente, se houverem receitas duplicadas por algum
motivo, deverão ser removidas.

CEBRASPE (CESPE) - Auditor Fiscal da Receita do Distrito Federal (SEFAZ


DF)/2020
Julgue o item a seguir, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal.
No conceito de receita corrente líquida dos estados, são deduzidos os valores
das transferências que eles fizerem aos municípios por determinação
constitucional.
Comentário:
Exatamente. Além dela, para calcular a RCL dos Estados, também devem ser
deduzidas a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação
financeira relacionada à contagem recíproca do tempo de contribuição entre
RGPS e RPPS (para fins de aposentadoria)
Gabarito: correta.

CEBRASPE (CESPE) - Analista Ministerial (MPC TCE-PA)/Comunicação


Social/2019
A sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertence, direta
ou indiretamente, a ente federativo controlador e que dele recebe recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal é denominada
a) empresa estatal dependente.
b) autarquia.
c) empresa controlada.
d) fundos da administração pública.
e) fundação de direito público.
Comentário:
Essa é a característica da empresa estatal dependente: precisa de recursos do
ente para “se manter” (pagar as despesas com pessoal, de custeio em geral, ou
as despesas de capital).
Observe que, quando o ente transfere recursos financeiros para aumentar sua
participação acionária, isso não é suficiente para considerar que existe uma
dependência. Afinal, qualquer pessoa pode ter uma participação acionária em
determinadas empresas, nem por isso a empresa irá depender dessa pessoa.
Gabarito: letra A.

CEBRASPE (CESPE) - Procurador de Contas (MPC TCE-PA)/2019


A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que sejam incluídos na receita
corrente líquida do estado os valores
a) entregues aos municípios por determinação constitucional.
b) oriundos de transferências correntes recebidas pelo estado.
c) oriundos de contribuições dos servidores para custeio de sua previdência
social.
d) recebidos por compensação financeira da contagem recíproca de tempo de
contribuição em regimes previdenciários distintos.
e) oriundos de contribuições dos servidores para custeio de seu sistema de
assistência social.
Comentário:
Questão que aborda as deduções da RCL dos Estados. Vamos analisar cada
alternativa.
Letra A: errada. A parcela entre aos Municípios por determinação constitucional
deve ser deduzida da RCL dos Estados (inciso IV, b).
Letra B: correta, as transferências correntes recebidas fazem parte da RCL,
conforme o inciso IV.
Letra C: errada. Os recursos recebidos de contribuições dos servidores para
custeio de sua previdência social devem ser deduzidos da RCL dos Estados.
Letra D: errada, já vimos que esses recursos também devem ser deduzidos da
RCL (tanto dos Estados quanto da União e dos municípios).
Letra E: errada. Da mesma forma que a alternativa anterior, esses recursos
devem ser deduzidos da RCL (tanto dos Estados quanto da União e dos
municípios).
Gabarito: letra B.

FCC - Contador (CM Fortaleza)/2019


A Lei Complementar nº 101/2000 “Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal...”. Com base no artigo 2º
desta legislação,
a) para o cálculo da Receita Líquida dos Estados deve-se deduzir do total de
receitas recebidas as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional.
b) são entes da Federação somente a União e o Distrito Federal.
c) para o cálculo da Receita Líquida dos Estados deve-se deduzir do total de
receitas recebidas as parcelas entregues aos Municípios e à União por
determinação constitucional.
d) devem ser consideradas entes da Federação Empresa Controlada por ente da
Federação e empresa estatal dependente.
e) para apurar a receita corrente líquida deve-se somar, às receitas arrecadadas
no mês em referência, as arrecadadas nos doze meses anteriores.
Comentário:
Letra A: correta, os recursos que forem entregues aos Municípios por
determinação constitucional devem ser deduzidos da RCL dos Estados. Afinal,
se a própria Constituição obriga os Estados a transferirem esses recursos, não
tem porque considerar que eles fazem parte da RCL estadual.
Letra B: errada, faltou mencionar os Estados e os Municípios.
Letra C: errada, a LRF não fala de transferência dos Estados para a União.
Letra D: errada. Imagine se cada empresa controlada fosse considerada
também um ente da Federação... seria um caos rsrs.
Letra E: errada. Para apurar a RCL deve-se somar as receitas arrecadadas no
mês de referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades.
Gabarito: letra A.
CAPÍTULO II - DO PLANEJAMENTO
Seção I - Do Plano Plurianual
Art. 3º (VETADO)

Seção II - Da Lei de Diretrizes Orçamentárias


Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
Comentário: temos bastante informações nesse artigo, e os parágrafos fazem uma
confusão pra dizer algo simples. Para facilitar o entendimento, temos fluxogramas no final.
O §2º do art. 165 da CF traz uma importante disposição, muito cobrada em prova:
Art. 165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
Para nunca mais esquecê-la nem a confundir com as disposições sobre o PPA e a LOA, veja
o fluxograma que temos ao final do artigo .
Além disso, a LDO:
I - Disporá também sobre:
a) Equilíbrio entre receitas e despesas;
b) Critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na
alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;
Comentário: o “inciso II deste artigo” foi vetado.
O art. 9º trata da obrigação de limitação de empenho quando se verificar que a
receita poderá não atingir o resultado primário ou nominal, estabelecido no AMF:
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
E o inciso II do § 1º do art. 31 nos informa que, se a dívida consolidada ultrapassar o
limite, enquanto durar o excesso, o ente poderá promover a limitação de empenho
para retornar ao limite definido:
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o
respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida
até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos
25% no primeiro.
§ 1º Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:
II - Obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite,
promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art.
9º.
c) (VETADO)
d) (VETADO)
e) Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas
financiados com recursos dos orçamentos;
f) Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e
privadas;
II - (VETADO)
III - (VETADO)
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e
para os dois seguintes.
§ 2º O Anexo conterá, ainda:
I - Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II - Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios
anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política
econômica nacional;
III - Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV - Avaliação da situação financeira e atuarial:
a) Dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do
Fundo de Amparo ao Trabalhador;
b) Dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V - Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de
expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as
providências a serem tomadas, caso se concretizem.
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os
objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções
para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício
subsequente.
Comentário: observe que esse “anexo específico” refere-se apenas à LDO da União.

Compreenderá metas e Incluindo as despesas de capital para


prioridades da APF o exercício financeiro subsequente

Orientará a elaboração da LOA

Disporá sobre as alterações na legislação tributária

Estabelecerá a
política de
Equilíbrio entre receitas e despesas
aplicação das
agências
financeiras Critérios e forma
oficiais de de limitação de
Ao controle de custos
fomento empenho
LDO
Disporá também Normas relativas À avaliação dos resultados
sobre dos programas financiados
com recursos dos orçamentos
Demais
condições e
A entidades públicas e
exigências para
privadas
transferências de
recursos

AMF

Conterá os
ARF
seguintes anexos
Apenas para a
Anexo específico
União
Em valores Receitas
correntes e
Integrará o projeto constantes
Despesas
de LDO
Relativas a Resultados nominal e
Estabelecerá metas primário
anuais
Montante da dívida
pública

Para o exercício a
E para os 2 seguintes
que se referirem

Instruído com
memória e
metodologia de
Avaliação do cálculo que
cumprimento das justifiquem os
AMF metas relativas ao resultados
ano anterior pretendidos

Demonstrativo das Comparando-as com


metas anuais as fixadas nos 3
exercícios anteriores

Evidenciando a
consistência delas
com as premissas e os
objetivos da política
econômica nacional

Também nos últimos 3


exercícios
Conterá, ainda
Evolução do PL Destacando a origem e
a aplicação dos
recursos obtidos com
a alienação de ativos

Dos RGPS e RPPS e do


FAT
Avaliação da
situação financeira Dos demais fundos
e atuarial públicos e programas
estatais de natureza
atuarial

Da renúncia de receita
Demonstrativo da
estimativa e
compensação Da margem de
expansão das DOCC
E outros riscos capazes de afetar as contas
públicas
Avalia os passivos
ARF
contingentes
Informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem

Monetária
Apenas na
mensagem que Os objetivos das
encaminhar o Creditícia
políticas
projeto de LDO
Anexo específico da União
Os parâmetros e Cambial
as projeções para
Apresentará seus principais
agregados e
variáveis

As metas de inflação
para o exercício
subsequente

FCC - Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão (Pref Recife)/2019


Entre os itens que, obrigatoriamente, devem compor o Anexo de Metas
Fiscais que integra a Lei de Diretrizes Orçamentárias se
a) inserem os indicadores e metas dos programas e ações públicas para os dois
exercícios subsequentes.
b) insere a margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter
continuado.
c) insere a fixação do limite máximo de comprometimento de despesas de
pessoal por órgão.
d) insere o percentual de incremento das receitas extraordinárias a ser
cumprido no exercício seguinte.
e) insere o limite das transferências de recursos para entidades sem fins
lucrativos.
Comentário:
Letra A: errada, não temos essa previsão no Anexo. No AMF serão estabelecidas
metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a
que se referirem e para os dois seguintes.
Letra B: correta. O Anexo conterá demonstrativo da estimativa e compensação
da renúncia de receita e da margem de expansão das DOCC.
Letras C, D e D: erradas, essas 3 alternativas tratam de temas que não são
abordados no AMF.

FGV - Técnico Superior Especializado (DPE RJ)/Ciências Contábeis/2019


Um dos conteúdos previstos na LRF acerca da LDO refere-se à elaboração do
anexo de riscos fiscais e do anexo de metas fiscais.
O anexo de riscos fiscais, além de identificar os riscos a que o ente está sujeito
e indicar as providências a serem tomadas, caso os riscos se concretizem,
deve também apresentar informações relativas à:
a) evolução do patrimônio líquido;
b) avaliação de passivos contingentes;
c) estimativa e compensação da renúncia fiscal;
d) origem e aplicação dos recursos de privatizações;
e) situação financeira e atuarial do regime de previdência social dos servidores.
Comentário:
As alternativas A, C, D e D tratam de itens que constam do AMF, e não do ARF.
O Anexo de Metas Fiscais é muito mais complexo, com mais explicações e
detalhes. Por outro lado, o ARF deve avaliar os passivos contingentes e outros
riscos capazes de afetar as contas pública, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.
Logo, a alternativa B está correta.
Gabarito: letra B.

CEBRASPE (CESPE) - Analista Ministerial (MPC TCE-PA)/Ciências


Contábeis/2019
Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a evolução do patrimônio
líquido de orçamento estadual em relação aos últimos três exercícios pode ser
verificada mediante consulta ao
a) anexo de riscos fiscais que integra a lei de diretrizes orçamentárias.
b) texto do plano plurianual.
c) texto da lei orçamentária anual.
d) anexo de metas fiscais que integra a lei de diretrizes orçamentárias.
e) anexo de metas fiscais que integra a lei orçamentária anual
Comentário:
Para fixar, a evolução do PL em relação aos últimos 3 exercícios é matéria do
AMF, que integra a LDO.
Gabarito: letra D.

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