Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Em primeiro lugar temos que frisar que o próprio Hoppe não define o
que é “justificar” nos livros dele, mas ele somente complementa o significado
da palavra. Diz ele: “Justifying means justifying without having to rely on
coercion”[8], o que é, claramente, uma definição circular, “justificar significa
justificar” (tsk, tsk). Outros hoppeanos que se atentaram a responder tal
objeção não fizeram nada além de definir justificação como uma atividade
necessariamente intersubjetiva, e outros ainda chegaram a definir justificação
como a mesma coisa que argumentação. Precisamos, então, aderir a uma
definição cotidiana e usual de justificação (poder-se-ia objetar a isso, afirmando
que não estamos usando a mesma definição que Hoppe e criando um
espantalho, mas isso é solenemente patético, uma vez que o próprio não
definiu justificação em seus livros. E mesmo se ele o tivesse, bastaria que
inventássemos uma nova palavra que ilustra o ponto que mostrarei a seguir). A
definição de justificar aqui é dada como “Provar algo verdadeiro ou
falso/demonstrar o valor-verdade de uma proposição”; uma outra coisa: Hoppe
também não define proposição, que, pela Escola Analítica, é definida como
“afirmação que possui valor-verdade”. Imperativos, indagações e outras coisas
não podem ser proposições, como afirma John Langshaw Austin em sua teoria
dos actos de discurso, pois não possuem valor-verdade.