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RESUMO
Propõe-se no presente artigo defender um novo modelo de sindicabilidade judicial dos atos
administrativos, a partir de uma interpretação sistemática do Direito Administrativo,
adotando-se como marco teórico a ideia defendida por Juarez Freitas (2007, p.20) de
vinculação da atuação da Administração Pública aos Direitos Fundamentais, aos Princípios
Gerais do Direito e aos Princípios Constitucionais, especialmente ao direito fundamental à
boa administração pública, conceituando-se esse como o direito à administração pública
eficiente e eficaz, proporcional, cumpridora de seus deveres com transparência, motivação,
imparcialidade e respeito à moralidade, à participação e à plena responsabilidade por suas
condutas comissivas e omissivas. A tal direito corresponde o dever da Administração
Pública observar, nas relações administrativas, todo o sistema principiológico do
ordenamento jurídico que a rege. Defender-se-á a inexistência de discricionariedade
administrativa não passível de controle no Estado Democrático de Direito, posto que toda
discricionariedade administrativa encontra-se vinculada, direita e imediatamente, ao sistema
constitucional, que engloba uma série de regras e princípios. Propor-se-á, assim, a
vinculação dos atos discricionários ao sistema de direitos fundamentais, no intuito de coibir
desvios e omissões. Dessa forma, os direitos fundamentais passam a atuar como limite à
atividade da Administração Pública, norteando, de forma imperativa, o exercício da
discricionariedade administrativa, impondo obrigações de fazer e servindo na resolução de
conflitos normativos.
ABSTRACT
The purpose of the present article is to defend a new model of judicial inquiry of the
administrative acts from a systematic interpretation of the Administrative Right, adopting as
theoretical framework the idea supported by Juarez Freitas (2007, p.20) of linking the public
role to the Fundamental Rights to the General Principles of Law, and to the constitutional
principles, mainly to the fundamental right to a good public administration. Considering this
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Graduada em Direito pela UFOP. Analista do Ministério Público do Estado de Minas Gerais na
Comarca de Ouro Branco. andressaduda@yahoo.com.br
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right as a right to a public administration which is efficient, proportional and responsible of its
duties with transparency and motivation, impartiality and respect to morality, to participation
and to whole responsibility for its commissive and omissive acts. Such right is related to the
obligation of the Public Administration to observe in the administrative relations, all the
principles system of law that rules it. It will be defended the absence of administrative
discretion non-liable of control in the Democratic Rule of Law, for all administrative discretion
is linked, right and immediately to the constitutional system which encompasses a series of
rules and principles. Thus it is suggested the binding of the discretion acts to the system of
fundamental rights with the purpose to restrain deviations and omissions. Therefore, the
fundamental rights will act as a limit to the actions of the Public Administration, guiding in an
imperative way the exercise of administrative discretion, demanding obligations and acting in
solving normative conflicts.
1. INTRODUÇÃO
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2. DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA
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nenhum poder de valoração quanto aos seus elementos. Por essa razão, não há
que se falar em mérito administrativo no ato vinculado.
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Com a releitura de toda a ordem jurídica a partir de uma ótica pautada pelos
valores constitucionais, não mais se admite num Estado Democrático de Direito a
existência de atos administrativos discricionários não passíveis de controle. Isso
porque, há uma inafastável vinculação da atuação administrativa aos princípios e
direitos fundamentais, notadamente o direito fundamental à boa administração
pública, que, segundo Juarez Freitas (2009:22):
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Conforme exposto, num caso concreto, o juiz deve valer-se de tais critérios
para verificar se os motivos e o objeto do ato administrativo guardam relação de
razoabilidade/proporcionalidade com o fim público visado. Só assim, a partir de uma
sindicabilidade principiológica aprofundada dos atos administrativos, que se poderá
perquirir no caso concreto se o interesse público2 foi realmente contemplado.
2 entendido este como “um somatório de interesses individuais coincidentes em torno de um bem da
vida que lhes significa um valor, proveito ou utilidade de ordem oral ou material, que cada pessoa
deseja adquirir, conservar ou manter em sua própria esfera de valores e que passa a ser público
quando dele participam e compartilham um tal número de pessoas que o mesmo passa a ser
identificado como um querer valorativo predominante da comunidade” (BORGES, 2006:1).
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Mas, como visto, para que haja efetivo controle da atuação administrativa,
imperioso se faz o exercício fundamentado das competências administrativas.
Somente com explícita motivação dos fundamentos de fato e de direito dos atos
administrativos se poderá aferir se houve arbitrariedades por excesso ou por
omissão. Daí falar-se de uma nova era do Direito Administrativo no Brasil, a era da
motivação das escolhas administrativas, era em que se busca alcançar os objetivos
máximos da Constituição de 1988.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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