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Apostila licenciada exclusivamente para: murilo martins sabino da paixao 887.853.001-87
1. Goiás na contemporaneidade: saúde pública, educação, segurança e
transporte
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas, enviar material complementar (caso tenha
tempo excedente para isso e sinta necessidade de aprofundamento no assunto) e receber suas
sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer
erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso
serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-
mail: professores @maxieduca.com.br
Caro candidato, os conteúdos deste tópico serão abordados no tópico 4: Atualidades históricas,
administrativas, sociais, políticas, científicas, econômicas, culturais e ambientais do Brasil, do Estado de
Goiás e do Município de Goiânia.
Localizado na região Centro-Oeste, na qual a atividade agropecuária tem grande destaque, Goiás
apresenta extensas áreas de pastagens e lavouras.
Quase metade do território goiano é formada por latifúndios rurais, ou seja, propriedades com mais de
mil hectares.
Em 2008, a contribuição de Goiás para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de 2,5% e, no âmbito
regional, sua participação foi de 27,6%.
A agropecuária goiana tem grande importância no cenário econômico nacional, uma vez que sua
produção de carnes e grãos impulsiona a exportação estadual.
A pecuária, por sua vez, está em constante expansão. O estado possui, atualmente, o terceiro maior
rebanho bovino do país.
A pecuária de corte é mais desenvolvida do que a pecuária leiteira.
No entanto, a atividade é a principal responsável pelo desmatamento e destruição do cerrado,
destruindo esse ecossistema e provocando erosões. As criações de suínos e de aves também são
significativas no estado
Goiás também possui reservas minerais. Entre essas, destacam-se os municípios de Minaçu (extração
de amianto), Niquelândia e Barro Alto (níquel), além de Catalão (fosfato).
A indústria goiana é responsável por 27% do PIB regional, esse setor da economia vem se
diversificando constantemente.
O turismo é outra atividade de fundamental importância para a economia goiana. As cidades de Caldas
Novas e Rio Quente, principais estâncias hidrotermais do país, atraem milhares de visitantes. O turismo
histórico é cultuado na Cidade de Goiás (Goiás Velho), Corumbá e Pirenópolis. Na região da Chapada
dos Veadeiros e do Rio Araguaia, o turismo ecológico é proporcionado.
Assim, com localização privilegiada, potência agropecuária e política de incentivos fiscais, o território
goiano é visto como a nova fronteira dos investimentos no Brasil, sendo que o Estado ficou na dianteira
da retomada dos investimentos previstos pelo governo federal desde 2015.
A economia de Goiás vai viver um dos maiores saltos de sua histórica nos próximos anos com os
investimentos em logística e infraestrutura realizados pelo poder público e iniciativa privada.
O Aeroporto de Cargas de Anápolis, que integra a Plataforma Multimodal, vai gerar o maior up grade
da história da economia de Goiás.
Além da plataforma, o transporte ferroviário é outra vertente de investimento trabalhada pelo poder
público e pela iniciativa privada em Goiás.
Outro projeto férreo é o que promoverá a ligação entre Goiânia e Brasília.
1
PACIEVITCH, Thais. Economia de Goiás. Disponível em: http://www.infoescola.com/economia/economia-de-goias/. Acesso em: Março/2016.
2
FRANCISCO, Wagner De Cerqueria E. "A Economia de Goiás "; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-economia-
goias.htm>. Acesso em 09 de marco de 2016.
A população de Goiás é composta por 6.003.788 habitantes, conforme dados do Censo Demográfico
de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse contingente
populacional, o maior do Centro-Oeste e o décimo segundo do país, corresponde a aproximadamente
3,15% da população atual do Brasil.
A densidade demográfica, também conhecida como população relativa, é de 17,6 habitantes por
quilômetro quadrado, portanto, o estado possui vazios demográficos. A taxa de crescimento demográfico
é de 1,8% ao ano, impulsionada pelo crescimento vegetativo e pelo intenso fluxo migratório com destino
ao estado.
De acordo com dados do IBGE, cerca de 25% da população de Goiás é formada por imigrantes, ou
seja, pessoas oriundas de outros estados. Esse fluxo migratório é resultado de algumas políticas públicas
para ocupação da porção oeste do território brasileiro, fato que se intensificou a partir da década de 1950.
A construção de Goiânia, capital de Goiás, e de Brasília, capital Federal, atraiu pessoas de diferentes
partes do país, em especial de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. A expansão
da fronteira agrícola e o desenvolvimento econômico registrado em Goiás também contribuíram para esse
processo.
Seguindo uma tendência nacional, a população urbana é maioria em Goiás (90%). Goiânia é a cidade
mais populosa, com 1.302.001 habitantes. Existem outros 245 municípios, sendo que os mais populosos
são: Aparecida de Goiânia (455.657), Anápolis (334.613), Rio Verde (176.424), Luziânia (174.531) e
Águas Lindas de Goiás (159.378).
No aspecto social, a população de Goiás enfrenta alguns problemas, como, por exemplo, o déficit nos
serviços de saneamento ambiental: menos de 50% têm acesso à rede de esgoto. A taxa de mortalidade
infantil é de 18,3 óbitos a cada mil nascidos vivos, abaixo da média nacional, que é de 22. Goiás ocupa
9° lugar no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).3
Goiás é uma das unidades federativas que integram a região Centro-Oeste. Sua extensão territorial é
de 340.103,467 quilômetros quadrados, correspondendo a 4% do território nacional. Conforme contagem
populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população
totaliza 6.003.788 habitantes, distribuídos em 246 municípios, sendo o estado mais populoso do Centro-
Oeste. O crescimento demográfico é de 1,8% ao ano e a densidade demográfica é de 17,6 habitantes por
quilômetro quadrado.
Como resultado dessa política de incentivo à ocupação do oeste brasileiro, a população de Goiás teve
um aumento significativo, principalmente após o ano de 1950. Neste, segundo dados do IBGE, havia
3
Wagner de Cerqueira e Francisco. Disponível em: http://alunosonline.uol.com.br/geografia/populacao-goias.html. Acesso em: Março/2016.
Além do crescimento demográfico da população goiana, sendo que pessoas de vários locais do país
foram grandes responsáveis por tal ocorrência. Segundo dados do IBGE, aproximadamente 25% da
população de Goiás é composta por imigrantes, vindos principalmente, dos estados de Minas Gerais, São
Paulo, Maranhão, Bahia, Piauí, como também do Distrito Federal.
Goiânia, a capital de Goiás, é a cidade mais populosa do estado, sua extensão territorial é de
aproximadamente 733 quilômetros quadrados, e possui 1.302.001 habitantes. Outras cidades populosas
do estado são: Aparecida de Goiânia (455.657), Anápolis (334.613), Rio Verde (176.424), Luziânia
(174.531), Águas Lindas de Goiás (159.378), Valparaíso de Goiás (132.982), Trindade (104.488),
Formosa (100.085), Itumbiara (92.883).
Povo Goiano:
Goianos e Goianienses:
A composição inicial da população de Goiás se deu por meio da convivência nem tão pacífica entre os
índios que aqui residiam e as levas de paulistas e portugueses que vinham em busca das riquezas
minerais. Estes por sua vez, trouxeram negros africanos à tira colo para o trabalho escravista, moldando
a costumeira tríade da miscigenação brasileira entre índios, negros e brancos, e todas as suas derivações.
4
FRANCISCO, Wagner De Cerqueria E. "A população de Goiás"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-populacao-
goias.htm>. Acesso em 10 de marco de 2016.
Até o início do século XIX, a maioria da população em Goiás era composta por negros. Os índios que
habitavam o Estado ou foram dizimados pelo ímpeto colonizador ou migraram para aldeamentos oficiais.
Segundo o recenseamento de 1804, o primeiro oficial, 85,9% dos goianos eram “pardos e pretos” e este
perfil continuou constante até a introdução das atividades agropecuárias na agenda econômica do
Estado.
Havia no imaginário popular da época a ideia de sertão presente na constituição física do Estado. O
termo, no entanto, remeteria a duas possibilidades distintas de significação: assim como na África,
representava o vazio, isolado e atrasado, mas que por outro lado se apresentava como desafio a ser
conquistado pela ocupação territorial.
O sertanejo, aí, habitante do vazio e isolado sertão, tinha uma vida social singela e pobre de
acontecimentos. O calendário litúrgico e a chegada de tropas e boiadas traziam as únicas novidades
pelas bocas de cristãos e mascates. Nessa época, a significação da vida estava diretamente ligada ao
campo e dele resultaram, segundo as atividades registradas nos arraias, o militar, o jagunço, o funcionário
público, o comerciante e o garimpeiro.
Ao longo do século XX, novas levas migratórias, dessa vez do sul e de estrangeiros começam a ser
registradas no território goiano, de modo que no Censo do ano 2000, os cinco milhões de habitantes se
declararam como 50,7% de brancos, 43,4% de pardos, 4,5% de negros e 0,24% de outras etnias.
Goiás compõe a região Centro-Oeste do Brasil e apresenta grande diversidade quanto ao relevo, clima,
vegetação e hidrografia.
Goiás está situado no planalto central brasileiro, integrando a Região Centro-Oeste. Sua extensão
territorial é de 340.103,467 quilômetros quadrados, sendo o sétimo maior estado do país, correspondendo
a aproximadamente 4% da área total do Brasil. Possui 246 municípios, divididos em 18 Microrregiões,
onde residem cerca de 6 milhões de pessoas.
A maior parte do relevo de Goiás é caracterizada por terrenos relativamente planos. Nas regiões
próximas aos rios Tocantins e Araguaia, predominam suaves ondulações. Os pontos mais elevados estão
localizados na Chapada dos Veadeiros, atingindo até 1.921 metros acima do nível do mar, no Morro Alto,
que é o ponto mais alto do estado.
Goiás está situado sobre o Planalto Central Brasileiro e abriga em suas terras um mosaico de
formações rochosas distintas quanto à idade e à composição. Resultado de um processo de milhões de
anos da evolução de seus substratos, o solo goiano foi favorecido com a distribuição de regiões planas,
o que favoreceu a ocupação do território, além da acumulação de metais básicos e de ouro, bem como
gemas (esmeraldas, ametistas e diamantes, entre outros) e metais diversos, que contribuíram para a
exploração mineral propulsora da colonização e do desenvolvimento dos núcleos urbanos na primeira
metade do século XVIII.
O processo de formação do relevo e de decomposição de rochas explica, ainda, a formação de solos
de fertilidade natural baixa e média (latossolos) predominantes na maior parte do Estado, e de solos
podzólicos vermelho-amarelo, terra roxa estruturada, brunizém avermelhado e latossolo roxo, que
apresentam alta fertilidade e se concentram nas regiões Sul e Sudoeste do Estado, além do Mato Grosso
Goiano. A distribuição de ligeiras ondulações e o relevo esculpido entre rochas salientaram ainda a
caracterização do curso de rios, formadores de aquíferos importantes das bacias hidrográficas sul-
americanas e que fazem do Estado um dos mais abundantes em recursos hídricos. Associados a esses
processos, a vegetação rala do Cerrado também contribui para o processo de erosão e da formação de
grutas, cavernas e cachoeiras, que associadas às chapadas e poucas serras presentes no Estado,
configuram opções de lazer e turismo da região.
Água mineral
Água termal
Areia e Cascalho
Argila
Ametista
Amianto
Basalto
Berilo
Calcário Agrícola
Calcário Dolomítico
Cobre, Ouro e Prata
Diamante industrial
Esmeralda
Filito
Fosfato
Gnaisse
Granito
Granodiorito
Granulito
Manganês
Mecaxisto
Níquel e Cobalto
Quartzito
Titânio
Vermiculita
Xisto
O clima predominante é o tropical, com duas estações bem definidas: uma chuvosa (entre outubro e
abril) e uma seca (de maio a setembro). A média pluviométrica (chuvas) anual é de 1.532 mm. Já a
temperatura média anual varia entre 20 °C a 24 °C, sendo que as máximas podem atingir até 36 °C e as
mínimas, 12 °C.
O clima goiano é predominantemente tropical, com a divisão marcante de duas estações bem definidas
durante o ano: verão úmido, nos meses de dezembro a março, e inverno seco, predominante no período
de junho a agosto. De acordo com o Sistema de Meteorologia e Hidrologia da Secretaria de Ciência e
Tecnologia (Simehgo/Sectec), a temperatura média varia entre 18ºC e 26ºC, com amplitude térmica
significativa, variando segundo o regime dominante no Planalto Central.
Estações
No mês de setembro, com o início da primavera, as chuvas passam a ser mais intensas e frequentes,
marcando o período de transição entre as duas estações protagonistas. As pancadas de chuva, no final
da tarde ou noite, ocorrem em decorrência do aumento do calor e da umidade que se intensificam e que
podem ocasionar raios, ventos fortes e queda de granizo.
No verão, coincidente a alta temporada de férias no Brasil, há a ocorrência de dias mais longos e
mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, com chuvas de curta duração e forte intensidade,
acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento. Há ainda o registro de veranicos com períodos de
estiagem com duração de 7 a 15 dias. Há registros do índice pluviométrico oscilando entre 1.200 e 2.500
mm entre os meses de setembro a abril.
No outono, assim como na primavera, há o registro de transição entre estações o que representa
mudanças rápidas nas condições de tempo com redução do período chuvoso. As temperaturas tornam-
se mais amenas devido à entrada de massas de ar frio, com temperaturas mínimas variando entre 12ºC
e 18ºC e máximas de 18ºC e 28ºC. A umidade relativa do ar é alta com valores alcançando até 98%.
Já o inverno traz o clima tipicamente seco do Cerrado, com baixos teores de umidade, chegando a
valores extremos e níveis de alerta em algumas partes do Estado. Há o registro da entrada de algumas
massas de ar frio que, dependendo da sua trajetória e intensidade, provocam quedas acentuadas de
temperatura, especialmente à noite, apesar dos dias serem quentes, propícios à alta temporada de férias
no Rio Araguaia.
O cerrado é a principal cobertura vegetal de Goiás. Esse bioma é marcado por árvores de galhos
tortuosos, cascas grossas e raízes profundas, além do solo pobre em nutrientes. O estado também abriga
áreas de floresta tropical, na Região do Mato Grosso Goiano e enclaves de floresta Atlântica, entre as
cidades de Goiânia e Anápolis.
A rede hidrográfica de Goiás é muito rica, integrando três importantes bacias hidrográficas do país:
Paraná, São Francisco e Araguaia-Tocantins, que é a maior bacia exclusivamente brasileira. Entre os
principais rios estão o Aporé, Araguaia, Claro, Corumbá, dos Bois, Paranã, Paranaíba, Maranhão, São
Marcos, Tocantins, entre outros.5
Engana-se quem pensa que as características de vegetação de savana, típicas do Cerrado, são
reflexos de escassez de água na região. Pelo contrário, Goiás é rico em recursos hídricos, sendo
considerado um dos mais peculiares e abundantes Estados brasileiros quanto à hidrografia. Graças ao
seu histórico geológico constituído durante milhões de anos, foram depositadas várias rochas
sedimentares, entre elas o arenito de alta porosidade e alta permeabilidade, que permitiram a formação
de grandes cursos d’água e o depósito de parte de grandes aquíferos, como o Bambuí, o Urucuia e o
Guarani, este último um dos maiores do mundo, com área total de até 1,4 milhão de km².
Serra da Mesa
Em Goiás também está localizado o lago artificial da Usina de Serra da Mesa, no Noroeste do Estado.
Considerado o quinto maior lago do Brasil (1.784 km² de área inundada), é o primeiro em volume de água
(54,4 bilhões de m³) e, formado pelos rios Tocantins, Traíras e Maranhão, atrai importantes atrativos
turísticos para a região, com a realização de torneios esportivos e de pesca, além da geração de energia
elétrica.
Guarde bem:
Limites geográficos: Tocantins (norte), Matro Grosso de Sul e Minas Gerais (sul); Bahia e Minas
Gerais (leste); Mato Grosso (oeste)
5
Wagner de Cerqueira e Francisco. Aspectos Físicos de Goiás. Disponível em: http://alunosonline.uol.com.br/geografia/aspectos-fisicos-
goias.html. Acesso em: Março/2016.
Relevo: serras, chapadas e planalto em grande parte do território. Presença de depressão na região
norte do estado.
Cidades mais populosas: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Luziânia e Águas
Lindas.
Principais rios: rio Aporé, Paranaíba, Araguaia, Corumbá, São Marcos, Maranhão, Paranã, Verde,
Vermelho, das Almas e Claro.
GOIÂNIA
Goiânia é um município brasileiro, capital do estado de Goiás, distando 209 km de Brasília, a capital
nacional, sendo assim, a capital estadual mais próxima da capital federal.
Localizada no centro do seu estado, foi planejada e construída para ser a capital política e
administrativa de Goiás sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas
para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro. Os estreitos laços
de amizade e inteirações políticas entre Pedro Ludovico Teixeira e Vargas contribuíram bastante para
essa empreitada. Sofreu um acelerado crescimento populacional desde a década de 1960, atingindo um
milhão de habitantes em 1996. Desde seu início, a sua arquitetura teve influência do Art Déco, que definiu
a fisionomia dos primeiros prédios da cidade.
É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo superada apenas por Brasília. É um
importante polo econômico da região, sendo considerada um centro estratégico para áreas como
indústria, medicina, moda e agricultura.
De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população
é de 1 430 697 habitantes em 2015, sendo a sexta maior cidade do Brasil em tamanho, com 256,8
quilômetros quadrados de área urbana e o décimo segundo município mais populoso do Brasil.
A Região Metropolitana de Goiânia possui 2 421 831 habitantes, o que a torna a 13ª região
metropolitana mais populosa do país.
Goiânia pertence à Mesorregião do Centro Goiano e à Microrregião de Goiânia. Com uma área de
aproximadamente 739 km², possui uma geografia contínua, com poucos morros e baixadas, tendo terras
planas na maior parte de seu território, com destaque para o rio Meia Ponte, além dos córregos Botafogo
e Capim Puba. Goiânia destaca-se entre as capitais brasileiras por possuir o maior índice de área verde
por habitante do Brasil, ultrapassada apenas por Edmonton em todo o mundo.
6
Disponível em: http://www.suapesquisa.com/geografia/goias.htm. Acesso em: Março/2016.
Bandeira e Brasão:
Hidrografia
Do ponto de vista hidrográfico, Goiânia e sua região metropolitana se localizam numa região onde há
22 sub-bacias hidrográficas, as quais deságuam nos ribeirões Anicuns, Dourados e João Leite. Todas as
sub-bacias pertencem à bacia hidrográfica do rio Meia Ponte, afluente direto do rio Paranaíba.
Hidrograficamente, Goiânia possui 85 cursos d'água, sendo oitenta córregos, quatro ribeirões e um único
rio.
Desde sua fundação, a cidade teve um crescimento populacional desordenado que trouxe problemas
ambientais como consequência, com destaque para as erosões, principalmente a fluvial, que vem
comprometendo a qualidade de seus cursos d'água.
Geologia e geomorfologia
Goiânia está em uma região de dobramentos formados no período neoproterozoico, cujo relevo do
local é composto por planaltos com pequenos declives, o que dá ao território paisagens aplanainadas.
O solo da cidade é do tipo terra roxa.
Relevo e vegetação
Localizada na região central do Brasil, Goiânia possui uma altitude de 749 metros.
Mesmo tendo uma topografia aplainada, a cidade contém regiões altas ou baixas, como o Morro do
Mendanha, que possui 841 metros de altitude, e é nele que se localizam torres que pertencem à
emissoras de televisões locais. Há também o Morro da Serrinha, tendo 816 metros de altura.
Goiânia se localiza num estado onde o cerrado é a vegetação predominante de 70% de seu território.
A cidade contém um solo arenoso e ácido, formado por duas estações distintas. Há várias tipologias
florestais na cidade de regiões de savana.
Questões
01. (PC/GO – Agente de Polícia – UEG/2013) Embora Goiás esteja situado no core do domínio dos
cerrados, este não é o seu único tipo de vegetação. Sobre seu território projeta-se também outro tipo
específico de vegetação, que ocupa a segunda maior área em extensão. Esse tipo fitofisionômico é
denominado
(A) Mato Grosso Goiano, situado na região central do estado.
(B) Floresta Amazônica, no norte e oeste goiano, na divisa com Mato Grosso.
(C) Mata de cocais, nas proximidades de Minaçu até o estado de Tocantins.
(D) Mata Atlântica, no sul goiano próximo à divisa com Minas Gerais.
04. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG/2013) A geomorfologia do território goiano resulta de três
processos naturais, sendo eles: o aplainamento do relevo primitivo por meio de sucessivos ciclos
erosivos, a intensa deposição de sedimentos que formou as nossas bacias sedimentares e o
entalhamento dos diferentes níveis de relevo mediante a rede de drenagem instalada no modelado.
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Geografia: Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora
da UFG, 2004. 2. ed. p. 151.
05. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG/2013) O bioma do cerrado distribuído pelo território nacional
(1/3 da biota brasileira), no contexto da globalização da economia, está sofrendo violento processo de
impactos ambientais em termos de degradação e destruição de significativos ecossistemas do território
do país.
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Geografia:
Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, 2004, 2. ed. p. 144.
Os impactos ambientais nas áreas de vegetação natural dos cerrados goianos são causados pela
(A) ampliação das áreas de produção agrícola, o que promoveu o desmatamento e a degradação
ambiental, decorrente das práticas da agricultura intensiva.
(B) redução nos índices de precipitação pluviométrica e pelo aumento da temperatura do ar,
decorrentes do aquecimento global.
(C) expansão urbana, responsável pelos maiores índices de desmatamento e de extinção de espécies
da fauna e da flora do cerrado.
(D) inexistência de legislação estadual e federal que regulamente as políticas de preservação
ambiental em áreas de cerrado.
07. (UEG – Analista de Gestão – FUNIVERSA/2015). Assinale a alternativa correta com relação à
dinâmica da população goiana segundo o último censo demográfico nacional realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.
(A). Verificou-se maior densidade demográfica nos seguintes municípios: Valparaíso de Goiás,
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Águas Lindas de Goiás.
(B) A população goiana era, à época, ligeiramente inferior a 6 milhões de habitantes.
(C) Pessoas nascidas em unidades da Federação fora da região Centro-Oeste compõem a maioria da
população goiana, o que torna o estado o maior receptor de migrantes no Brasil.
(D) Goiás foi o estado brasileiro que mais perdeu população para o exterior, especialmente rumo à
América do Norte, tendo a emigração de homens predominado sobre o êxodo de mulheres.
(E) A densidade demográfica do estado de Goiás era, à época, igual a 17,65 hab./km², superior,
portanto, à média nacional.
08. (UEG – Analista de Gestão – FUNIVERSA/2015). Assinale a alternativa correta com relação à
dinâmica da população goiana segundo o último censo demográfico nacional realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.
(A) A população goiana era, à época, ligeiramente inferior a 6 milhões de habitantes.
(B) Pessoas nascidas em unidades da Federação fora da região Centro-Oeste compõem a maioria da
população goiana, o que torna o estado o maior receptor de migrantes no Brasil.
(C) Goiás foi o estado brasileiro que mais perdeu população para o exterior, especialmente rumo à
América do Norte, tendo a emigração de homens predominado sobre o êxodo de mulheres.
(D) A densidade demográfica do estado de Goiás era, à época, igual a 17,65 hab./km², superior,
portanto, à média nacional.
Respostas
01. Resposta: A.
Com exceção da região do Mato Grosso Goiano, onde domina uma pequena área de floresta tropical
em que existem árvores de grande porte aproveitadas pela indústria, como o mogno, jequitibá e peroba,
o território goiano apresenta a típica vegetação do Cerrado. Arbustos altos e árvores de galhos retorcidos
de folha e casca grossas com raízes profundas formam boa parte da vegetação. Municípios como Goiânia
e Anápolis, bem como diversos outros localizados no sul do estado possuem estreitas faixas de floresta
atlântica, as quais, na maioria das vezes, cobre margens de rios e grandes serras.
Ao contrário das áreas de caatinga do Nordeste brasileiro, o subsolo do cerrado apresenta água em
abundância, embora o solo seja ácido, com alto teor de alumínio, e pouco fértil. Por esse motivo, na
estação seca, parte das árvores perde as folhas para que suas raízes possam buscar a água presente
no subsolo.
02. Resposta: C.
Segundo o site do governo de Goiás, cerca de 65% da superfície de Goiás são formados por terras
relativamente planas (chapadões), que configuram 4 Superfícies Regionais de Aplainamento: I entre
1.100 e 1.600m de altitude, II entre 900 e 1.000m, III entre 650 e 1.000m e IV entre 250 e 550. Encontram-
se separadas uma das outras por áreas de colinas suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas
de Erosão Recuante); as superfícies mais altas são as mais antigas.
03. Resposta: A.
A territorialização da agricultura moderna no Sudeste Goiano metamorfoseou, o espaço agrário de
muitos municípios em consequência das “novas lógicas” que se instalaram, marcadas pelo uso intenso
da ciência e da tecnologia, pela especialização produtiva, principalmente a produção de grãos, voltados
para agroindústria e para mercado externo. Somam-se a isso, a concentração de terras, os impactos
ambientais e a substituição de produtores tradicionais, em muitos casos camponeses, por empresários
rurais. Assim, com a territorialização do agronegócio, constituem-se novos usos do território pelas
empresas rurais e pelas agroindústrias, criando novas territorialidades no campo e nada cidade e
consequentemente disputas pelo uso do território.
04. Resposta: C.
A maior parte do relevo de Goiás é caracterizada por terrenos relativamente planos. Nas regiões
próximas aos rios Tocantins e Araguaia, predominam suaves ondulações. Os pontos mais elevados estão
localizados na Chapada dos Veadeiros, atingindo até 1.921 metros acima do nível do mar, no Morro Alto,
que é o ponto mais alto do estado.
06. Resposta: C.
Em 2010 o município de Rio Verde registrou o maior crescimento na agropecuária do país, saltando
do 12º lugar para o topo do ranking nacional.
07. Resposta: A.
Densidade demográfica de Valparaíso de Goiás: 2.197,14 hab./km²;
Densidade demográfica de Goiânia: 1.776,75 hab./km²;
Densidade demográfica de Aparecida de Goiânia: 1.580,27 hab./km²;
Densidade demográfica de Águas Lindas de Goiás: 846,03 hab./km².
08. Resposta: E.
Densidade demográfica de Valparaíso de Goiás: 2.197,14 hab./km²;
Densidade demográfica de Goiânia: 1.776,75 hab./km²;
Densidade demográfica de Aparecida de Goiânia: 1.580,27 hab./km²;
Densidade demográfica de Águas Lindas de Goiás: 846,03 hab./km².
09. Resposta: C.
Uma vez que a maior parte da mão-de-obra de que se valeu o Governo Federal na construção de
Brasília, foi composta de nordestinos, em especial o povo cearense e baiano. Povo alegre e festeiro, mas
dedicado ao trabalho, o que faz com que se adaptem aos mais diversos tipos de ambientes, e sejam
aceitos pelo seu modo simples de vida.
São os que ficaram conhecidos por Candangos, por se adaptarem ao intenso calor do Planalto Central,
e ainda edificarem uma das mais belas obras arquitetônicas deste país. E após o trabalho edificado, foram
tomando gosto pela região e ali permaneceram, cuidando da vida, porém buscando um local mais arejado
para se viver, vindo a se fixarem em maior número na cidade de Goiânia, ainda em franca expansão.
10. Resposta: D.
Brazabrantes: População 2010: 3240;
Caldazinha: População 2010: 3322;
Caturaí: População 2010: 4670.
Mineração
A necessidade de escravos para o trabalho nos canaviais e a busca de almas para a catequese, levou
muitos paulistas e jesuítas a adentrarem o interior da colônia para a obtenção de mão-de-obra.
Juntamente com a busca por escravos, as expedições que partiam para interior do Brasil buscavam ouro
e pedras preciosas.
Com a descoberta de jazidas auríferas na região das Minas Gerais e de Cuiabá, o interesse em
encontrar novos locais de exploração aumentou, incentivando a formação de novas expedições. Em 1722
o bandeirante Bartolomeu Bueno, conhecido como Anhanguera, partiu em busca de novas minas,
encontrando jazidas nas margens do rio Vermelho, em Goiás.
O ouro encontrado em Goiás, de aluvião, era proveniente de jazidas sedimentares e se encontrava
misturado ao cascalho no fundo dos rios, e às vezes nas margens, por isso era de fácil extração, não
exigindo muitas técnicas e equipamentos. A descoberta das minas deu origem ao povoamento, que
ocorreu de maneira bastante acentuada. A busca pelo ouro direcionou o fluxo migratório para a região, já
que no litoral havia certa pressão socioeconômica no sentido de deslocar contingentes populacionais para
as áreas interioranas. Os novos habitantes se estabeleceram às margens do Rio Vermelho.
Com o objetivo de novas descobertas auríferas, retorna Bueno ao território goiano em 1726 e detém-
se na confluência dos rios Vermelho e Bugre, onde é levantada a primeira povoação goiana, o arraial da
Barra.
As descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: Santana, origem de Vila Boa (1727). Na
região dos Pireneus e junto ao rio das Almas afloram as minas de Meia Ponte (1731), atual Pirenópolis.
As incursões se aprofundam pelo território e a zona do Tocantins é explorada, vindo à descoberta as mais
ricas minas de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira (1736).
Anteriormente, Domingos Rodrigues do Prado descobrira minas quase tão ricas quanto as do Tocantins,
Agropecuária
No final do século XIX e início do século XX, Goiás estava isolado, posicionado na porção central do
Brasil e desprovido de meios que possibilitassem maiores relações interestaduais. A implantação de
redes de transportes, principalmente as ferrovias, foi um elemento fundante para a emergência da
modernização em Goiás. Os caminhos no período em que foi proclamada a república, em 1889, eram
muito sinuosos. Os longos trechos com relevo irregular eram vencidos por dois meios de transportes:
pelas tropas e pelo carro de bois. As viagens até Araguari-MG, ponta de linha da Estrada de Ferro
Mogiana, duravam dias, excluindo a possibilidade de transporte de mercadorias perecíveis e tornando
impraticável a produção de artigos agrícolas para o mercado. Pela ausência de infraestrutura de
transportes, os fretes do sertão goiano para o Rio de Janeiro às vezes tinham valores iguais àqueles
cobrados da Europa ao Brasil.
Apesar das dificuldades encontradas tanto no campo político e econômico e também pela localização
de Goiás, os trilhos começaram a ser construídos em direção às terras goianas na primeira década do
século XX. A Companhia Estrada de Ferro Goiás foi criada em março de 1906 com capital privado e apoio
do governo federal. A sua construção teve início em 1909 no município de Araguari-MG, e em 1911 o
primeiro trecho da Estrada de Ferro Goiás foi inaugurado. Ele ligava a estação de Araguari, onde os trilhos
da Mogiana haviam alcançado desde o ano de 1896, à localidade onde viria a ser construída a Estação
Engenheiro Bethout (inaugurada em 1922), às margens do rio Paranaíba, na divisa de Minas Gerais com
Goiás. Nesse mesmo ano foi inaugurada, já em solo goiano, a estação de Anhanguera e em 1913 as
estações de Cumari, Veríssimo, Goiandira, Engenheiro Raul Gonçalves e Ipameri. Em 1914 outras
estações foram inauguradas nos trechos seguintes da ferrovia, como exemplo de Inajá, Urutaí e
Roncador. A estação de Roncador foi ponta de linha até 1922, ano em que se inaugurou a estação em
Pires do Rio após a conclusão da ponte Epitácio Pessoa sobre o rio Corumbá. Durante oito anos as
intermediações da estação de Roncador foram muito dinamizadas pelas atividades de um porto fluvial,
que perdeu sua função com a conclusão da ponte.
A implantação da ferrovia proporcionou a redução dos preços dos fretes e a melhoria do sistema de
transporte, dinamizando a economia do território, principalmente na área de influência da ferrovia. As
exportações agrícolas cresciam a partir do excedente de uma agricultura de subsistência. Nesse sentido,
a ferrovia ampliou as possibilidades de circulação dos excedentes e dinamizou a prática agrícola. Com a
implantação dos trilhos e a ligação com a região econômica mais dinâmica do Brasil, houve um crescente
movimento ocupacional da porção sul de Goiás, sobretudo na área de influência da Ferrovia. Em 1900 a
população de Goiás somava 270.000 habitantes. Em 1908 houve um incremento de apenas 10 mil
habitantes. Em 1910, um ano após o início da construção da ferrovia, o estado registrou 340.000
habitantes. Em 1920 houve um crescimento de 66,42 % da população, com registro de 511.818 habitantes
nesse ano.
Além de influenciar o crescimento populacional, a ferrovia também favoreceu a posição de sua região
de influência em relação ao sudeste brasileiro, aumentando a demanda de consumo e consequentemente
as exportações. Até a década de 1910, a agricultura atendia as necessidades do autoconsumo local. Com
a chegada dos trilhos, houve incremento na exportação de produtos agrícolas, como fumo, arroz, feijão,
farinha de mandioca, mamona, caroço de algodão, etc. Em 1916 Goiás exportou 5.967.378 quilos de
arroz para São Paulo por meio da Estrada de Ferro Goiás. Em 1922 foi registrado o número de 6.338.647
quilos para o mesmo produto. No caso do café houve um crescimento nas exportações pela ferrovia entre
os anos 1921 e 1924 de 376,4%, com 417.473 quilos e 1.110.910 quilos em cada ano, respectivamente.
O crescimento das exportações para a atividade pecuária também foi significativo. Em 1916 foram
exportadas 7.021 cabeças de bois gordos. Nos dois anos seguintes foram exportados pela estrada de
ferro 16.642 “vacuns” e 85.598 cabeças de bois, respectivamente. Conforme dados da revista A
Informação Goyana, a década de 1920 foi um marco no crescimento das exportações de gado, uma vez
que em 1923 foram exportadas 149.545 cabeças de bois e 10.509 cabeças de vacas, registrando um
aumento de 53,4%.
A construção de Goiânia deve ser compreendida dentro do contexto do governo Vargas, ou seja, a
busca da unidade nacional, diminuindo as particularidades regionais e fortalecendo o sentimento de
nação brasileira. Ainda, o desejo regional de destituir a antiga capital Goiás correspondia aos novos
7
Adaptado de Castilho, Denis
O período que vai de 1889, data da Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas
assumiu o poder, é conhecido como Primeira República. O período é marcado pela dominação de poucos
grupos políticos, conhecidos como oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São Paulo
e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder local exercido pelos Coronéis.
Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início o período chamado República das
Oligarquias. A palavra Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de poucos”. Os grupos
dominantes, em geral ligados ao café e ao gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis específicas para beneficiar o grupo
dominante.
O Coronelismo
Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II,
diversas revoltas e tentativas de separação e instalação de uma república aconteceram no Brasil. Sem
condições de controlar todas as revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó, criou a
Guarda Nacional, com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a
independência do Império Brasileiro. Sua criação desorganiza o Exército, e começa a se constituir no país
uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta
por membros da elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era
necessário possuir amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer
parte dela apenas aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais.
Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram
grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram
responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os
interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no
cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX.
Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao setor agrário ganharam força na política
nacional, gerando uma maior relevância para os coronéis no controle dos interesses e na manutenção da
ordem social. Como comandantes de forças policiais locais, os coronéis configuravam-se como uma
autoridade quase inquestionável nas áreas rurais.
A autoridade do coronel, além de usada para manter a ordem social, era exercida principalmente
durante as eleições, para garantir que o candidato ou grupo político que ele representasse saísse
vencedor. A oposição ao comando do coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
perseguições, o que fazia com que muitos votassem a contragosto, para evitar as consequências de
discordar da autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto de Cabresto.
Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis
compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como o voto era aberto,
os coronéis mandavam os capangas para os locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais
eleitorais.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto
fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias
vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações.
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, garantindo que seus candidatos fossem
eleitos em nível municipal e também estadual, e garantindo também participação na esfera federal.
A base de sustentação do poder político dos chefes interioranos está na política assistencialista,
paternalista e clientelista desenvolvida pelos coronéis no âmbito da máquina administrativa local. Esse
fenômeno está relacionado às estruturas de mandonismo local através da força política que se estendeu
com o advento da República.
O coronel seria definido pela sua força política, pela sua influência junto aos órgãos administrativos,
usando a máquina pública (no caso da República), para assegurar os seus interesses políticos e pessoais.
O Coronelismo no Estado de Goiás diferenciou-se de outras regiões pela situação de isolamento
geográfico, político, social, econômico e de comunicação do estado com o centro hegemônico do poder
nacional.
Não havia interesse federal na intervenção ou interação com a região, a qual se mantinha baseada
unicamente na pecuária de corte após a fase aurífera.
A manutenção do poder baseava-se na manipulação do orçamento e pela reprodução do atraso,
mantendo a população em situação de dependência frente aos chefes políticos, além de evitar
fiscalizações e intervenções federais que pusessem em risco o poder local.
No Estado de Goiás predominou a presença de famílias ou grupos tradicionais com grandes
propriedades de terras (latifúndios), formação de oligarquias locais, poder político, econômico e militar
concentrado, situação de afastamento e indiferença do Governo Federal, e a possibilidade de apropriação
da receita de exportação, a contração de empréstimos, a organização das tropas policiais e a autonomia
política.
Essa engrenagem é apoiada no sistema eleitoral; através dela, os grupos políticos, cada qual ao seu
tempo, manipularam o poder político estadual.
À Comissão Executiva, que era eleita por uma convenção, competia, entre outras funções, a indicação
de todos os cargos eletivos. Incluía-se entre seus membros o Presidente do Estado. Esta comissão era
um elemento muito importante no sistema político estadual, pois detinha um “poder paralelo”, não
constitucional. O número de membros era reduzido, (de sete a nove) o que facilitava o acordo quanto aos
nomes indicados para a composição de chapas e a própria manipulação política dos cargos, por um grupo
do poder. É através dela que os políticos firmavam seu domínio.
A Criação de Goiânia
Goiânia é um dos símbolos da Revolução de 1930, considerada como “filha” dessa revolução feita
por Getúlio Vargas. Goiânia nasceu das necessidades de descentralização do poder local em Goiás,
concentrado em mãos de famílias oligárquicas, como Caiado, Jardim e Bulhões.
A necessidade de transferência da capital não era recente, o primeiro governador da província de
Goiás, Conde dos Arcos, já havia sugerido na década de 1750, que o rei de Portugal fizesse a
transferência da capital para o município de Meia Ponte – atual cidade de Pirenópolis.
Somente com a ruptura política da revolução de 1930 foi possível transferência da capital. Como o
objetivo de Getúlio era centralizar o poder na nova república, o enfraquecimento das oligarquias locais
era terminantemente necessário. Construir uma nova capital no estado de Goiás simbolizava a nova
política que se erguia, ao passo que tornava evidente a descentralização do poder local.
Mesmo com a resistência dos antigos grupos oligárquicos que dominavam a vida política goiana, o
grupo de Pedro Ludovico acabou confirmando o projeto da mudança da capital em 1933. O município
começou a ter suas atividades executadas em novembro de 1935 e, no mês seguinte, o interventor Pedro
Ludovico enviou o decreto que estabeleceu a transferência da Casa Militar, da Secretaria Geral e da
Secretaria do Governo para a cidade de Goiânia. Nos meses posteriores, outras secretarias foram
transferidas e essas ações reafirmavam ainda mais a mudança da capital. No dia 23 de março de 1937,
o decreto de número 1816 oficializava definitivamente a transferência da capital da Cidade de Goiás para
Goiânia.
O evento oficial que sacramentou a transferência da capital aconteceu somente no dia 5 de julho de
1942. O evento aconteceu no Cine-Teatro Goiânia, um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos
gerados com a construção da nova capital. Ministros, autoridades e representantes da presidência da
República marcaram presença no evento.
Na década de 1930, a implantação de uma capital moderna em pleno sertão do Brasil central poderia
soar como uma loucura, mas para o governo federal constituído o significado era estratégico, pois
apontava para a direção da fronteira a ser explorada, buscando promover o povoamento, o
desenvolvimento econômico e a modernização sociocultural da região Centro-Oeste. Dentro desse
contexto, Getúlio Vargas apoiou o projeto de transferência da capital goiana apresentado por Pedro
Ludovico.
O plano de Goiânia foi confiado por Pedro Ludovico Teixeira, à Attilio Corrêa Lima. Attilio Corrêa Lima
nasceu em Roma, em 08 de Abril de 1901. Seu pai foi professor da Escola Nacional de Belas Artes do
Rio de Janeiro, mesma escola que Corrêa Lima se matriculou como aluno livre em sua adolescência. Em
1920, ingressou no curso de arquitetura, diplomando-se engenheiro-arquiteto em 1925.
A primeira ação de Corrêa Lima foi modificar ligeiramente a localização da cidade em relação ao que
havia sido estabelecido pela comissão designada.
Na concepção urbanística de Attilio Corrêa Lima para Goiânia, o elemento urbano mais importante era
a praça central, foco privilegiado das perspectivas engendradas pelas principais vias traçadas: avenidas
Goiás, Tocantins e Araguaia. Lima considerava que uma capital necessitava da imponência monumental
e, para tanto, lançou mão, na nova cidade, do expediente formal do pâte d’oie nascendo em frente ao
palácio do governo estadual. Lima afiançava que: “guardando as devidas proporções, o efeito
O traçado do modelo inglês se caracteriza pela forma como o sistema viário foi concebido e pela
topografia do terreno. Outro item importante foi o zoneamento, diferente das cidades francesas, com a
divisão social do espaço. O sistema viário das cidades-jardim é o item mais criativo desse modelo. A
dimensão das vias deveria obedecer a uma hierarquia segundo a intensidade e a direção do tráfego.
Godói projetou Goiânia dentro de uma área e para uma população limitadas para sempre. A cidade teria
uma faixa de áreas verdes ao seu redor, separando a área rural da área urbana. E quanto à população
excedente, foram previstas cidades-satélites para abrigá-la.
Goiânia teria inicialmente 15 mil habitantes e seu projeto foi concebido para no máximo 50 mil
habitantes. Goiânia contava com os seguintes setores: Central – zona comercial, residencial e centro
administrativo; Norte – zona comercial, residencial popular, zona industrial e estrada de ferro; Sul – zona
residencial e comércio local; Oeste – zona residencial e comércio local. O Setor Oeste não foi desenhado
por Godói, pois foi reservado para quando o Setor Sul estivesse ocupado e o Setor Leste não foi incluído
no plano. O Setor Sul desenhado por Atílio foi todo reformulado por Godói, recebendo o traçado das
cidades-jardim. Esse bairro seria essencialmente residencial, mas com serviços para atendimento local.
Atualmente a cidade de Goiânia possui uma população aproximada de 1.300.000 habitantes.
O estado de Goiás possui uma população de 6.610.681 habitantes, segundo estimativas do IBGE para
2015, sendo o estado mais populoso da região centro-oeste. O crescimento demográfico aumentou após
construção da cidade de Goiânia, intensificado com a construção de Brasília. Entre 1991 a 2000,
apresentou uma taxa de crescimento de 2,5% ao ano.
Entre 1890 e 1920 a população teve expressivo crescimento, e ultrapassou meio milhão de habitantes,
acompanhando o desenvolvimento da atividade agropecuária dedicada à criação de gado e à agricultura
de arroz e café.
Em 1937 a cidade de Goiânia tornou-se a capital do estado, que até então era o município de Goiás.
Existiam planos para a mudança da capital desde o século XVIII.
Seu planejamento efetivo iniciou-se após o interventor federal nomeado com a Revolução de 1930,
Pedro Ludovico Teixeira, criar uma comissão para estudo do local de construção da nova capital. A pedra
fundamental da construção foi colocada em 24 de outubro de 1933. Em 1935, foi criado o município de
Goiânia e, em 1937, ocorreu a efetiva transferência da capital, sendo a inauguração oficial da cidade em
1942.
A cidade de Goiás foi tombada pelo Patrimônio Histórico Mundial. Está localizada na mesorregião do
Nordeste Goiano e na microrregião do rio Vermelho. Sua população, segundo dados de 2010, era de
24.727 habitantes. Entre os atrativos turísticos estão sua arquitetura barroca, como a Igreja da Boa Morte
e o Palácio Conde dos Arcos.
A densidade demográfica do estado é de 19,4 hab. por Km² (2015). As regiões mais populosas do
estado são Região Metropolitana de Goiânia (mais de 2 milhões de habitantes) e a Região do Entorno de
Brasília com mais de um milhão de habitantes.
Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília,
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva.
8
Adaptado de Patrick Viana
Questão Indígena
A questão indígena transformou-se em um “problema” nos fins do século XVIII, pois a crise da
mineração levou a uma busca de novas terras no interior para a formação de fazendas. Evidentemente,
terras estas ocupadas por indígenas.
Essas populações iniciaram, como resposta, ataques contra as vilas e povoados dos colonizadores.
Esses ataques ocorriam desde o início da ocupação das terras brasileiras. O Sertão goiano, por
exemplo, passou a ser explorado pelos caçadores de índios e mineiros a partir do século XVII. E assim,
visando apaziguar a relação com os povos nativos, o governo luso enviou para a região padres da
Companhia de Jesus e capuchinhos da Ordem de São Francisco. O objetivo era de “civilizar e catequizar”
as populações indígenas, além de ensiná-las a prática da agricultura e criação de gado, atendendo, dessa
forma, a necessidade de mão de obra.
O padre Cristóvão de Lisboa fundou a primeira das Missões, em 1625.
Esse povoamento foi marcado por um confronto entre o branco (“colonizador”) e o índio. Nesse
contexto, a força da espada acabou por impor o domínio do branco, levando à dizimação do nativo de
várias formas:
PRINCIPAIS TRIBOS
A maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos
Akuen, Kayapó, Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-
Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé e Guajajara). A ausência de documentação confiável, no entanto,
dificulta precisar com exatidão a classificação linguística dos povos Goyá, Araé, Crixá e Araxá.
Goyá
Segundo a tradição, os Goyá foram os primeiros índios que a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva
Filho encontrou ao iniciar a exploração aurífera e foram eles, também, que indicaram o lugar – Arraial do
Ferreiro – no qual Bartolomeu Bueno estabeleceu seu primeiro arranchamento. Habitavam a região da
Serra Dourada, próximo a Vila Boa, e quatro décadas após o início do povoamento desapareceram
Krixá
Seus limites iam da região de Crixás até a área do rio Tesouras. Como os Goyá, também
desapareceram no início da colonização do Estado e não se sabe ao certo seu destino, sua cultura e sua
língua.
Araé
Também não há muitos registros a respeito dos Araé. Possivelmente teriam habitado a região do rio
das Mortes.
Araxá
Habitavam o local onde se fundou a cidade de Araxá, que pertencia a Goiás e atualmente faz parte do
território de Minas Gerais.
Kayapó
Filiados à família linguística Jê, subdividiam-se em Kayapó do Sul, ou Kayapó Meridionais, e Kayapó
Setentrionais. Os Kayapó dominavam todo o sul da capitania de Goiás. Havia aldeias na região de rio
Claro, na Serra dos Caiapós, em Caiapônia, no alto curso do rio Araguaia e a sudeste, próximo ao
caminho de Goiás a São Paulo. Seu território estendia-se além dos limites da capitania de Goiás: a oeste,
em Camapuã, no Mato Grosso do Sul; a norte, na região entre o Xingu e o Araguaia, em terras do Pará;
a leste, na beira do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais; e ao sul, entre os rios Paranaíba e
Pardo, em São Paulo. Dedicavam-se à horticultura, à caça e à pesca, além de serem conhecidos como
povo guerreiro. Fizeram ampla resistência à invasão de suas terras e foram registrados vários conflitos
entre eles e os colonos. Vítimas de perseguições e massacres, foram também extintos no Estado de
Goiás.
Akwen
Os Akwen pertencem à família Jê e subdividem-se em Akroá, Xacriabá, Xavante e Xerente:
- Akroá e Xacriabá: habitavam extenso território entre a Serra Geral e o rio Tocantins, as margens do
rio do Sono e terras banhadas pelo rio Manoel Alves Grande. Estabeleceram-se, também, além da Serra
Geral, em solo baiano e nas ribeiras do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais. Depois de vários
conflitos com os colonos que se estabeleceram em suas terras, foram levados para o aldeamento oficial
de São Francisco Xavier do Duro, construído em 1750. Os Akroá foram dizimados mais tarde e os
Xacriabá encontram-se atualmente em Minas Gerais, sob os cuidados da Funai.
- Xavante: Seu território compreendia regiões do alto e médio rio Tocantins e médio rio Araguaia.
Tinham suas aldeias distribuídas nas margens do Tocantins, desde Porto Imperial até depois de Carolina,
e a leste, de Porto Imperial até a Serra Geral, limites das províncias de Goiás (antes da divisão) e
Maranhão. Havia também aldeias na bacia do rio Araguaia, na região do rio Tesouras, nos distritos de
Crixás e Pilar, e na margem direita do rio Araguaia. Na primeira metade do século XIX entraram em
conflito com as frentes agropastoris que invadiam seus territórios e, após intensas guerras, migraram para
o Mato Grosso, na região do rio das Mortes, onde vivem atualmente.
- Xerente: Este grupo possuía costumes e língua semelhante aos Xavantes e há pesquisadores que
acreditam que os Xerentes são uma subdivisão do grupo Xavante. Os Xerentes habitavam os territórios
da margem direita do rio Tocantins, ao norte, no território banhado pelo rio Manoel Alves Grande, e ao
sul, nas margens dos rios do Sono e Balsas. Também viviam nas proximidades de Lageado, no rio
Tocantins, e no sertão do Duro, nas proximidades dos distritos de Natividade, Porto Imperial e Serra
Geral. Seus domínios alcançavam as terras do Maranhão, na região de Carolina até Pastos Bons. Como
os Xavante, também entraram em intenso conflito com as frentes agropastoris do século XIX e,
atualmente, os Xerente vivem no Estado de Tocantins.
Karajá
Os grupos indígenas Karajá, Javaé e Xambioá pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê, família
Karajá, compartilhando a mesma língua e cultura. Viviam nas margens do rio Araguaia, próximo à Ilha do
Bananal. Ao longo do século XIX, entraram em conflito com as guarnições militares sediadas no presídio
Timbira
Eram bastante numerosos e habitavam uma vasta região entre a Caatinga do Nordeste e o Cerrado,
abrangendo o sul do Maranhão e o norte de Goiás. Ao longo do século XIX, devido à expansão pecuária,
entraram em conflitos com os criadores de gado que invadiam suas terras. O grupo Timbira é formado
pelas etnias Krahô, Apinajé, Gavião, Canela, Afotogés, Corretis, Otogés, Porecramecrãs, Macamecrãs e
Temembus.
Tapirapés
Pertencem ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-Guarani. Este grupo inicialmente habitava a oeste
do rio Araguaia e eventualmente frequentavam a ilha do Bananal. Com o passar do tempo, se
estabeleceram ao longo do rio Tapirapés, onde atualmente ainda vivem os remanescentes do grupo.
Avá-Canoeiro
Pertencentes ao tronco linguístico Tupi, os Avá-Canoeiro habitavam as margens e ilhas dos rios
Maranhão e Tocantins, desde Uruaçu até a cidade de Peixe, em Tocantins. Entre meados do século XVIII
e ao longo do século XIX, entraram em graves conflitos com as frentes agropastoris que invadiam suas
terras. Atualmente, os Avá-Canoeiro do Araguaia vivem na Ilha do Bananal, na aldeia Canoanã, dos
índios Javaés, e os Avá-Canoeiro do Tocantins vivem na Serra da Mesa, município de Minaçu.
Escravidão
Em Goiás foi utilizado, na mineração, a mão de obra indígena (no início) e a negra. Normalmente a
estimativa de vida útil de um escravo nas minas não ultrapassava 7 anos de trabalho. Além do mais, a
má alimentação, os maus tratos (as vezes os escravos dormiam em pé dentro d’água), as arbitrariedade
e os castigos eram a forma usual de sujeição do escravo, como descreveu Debret: “fazendo poucos
exercícios, passa a mulher quase o dia inteiro sentada à moda asiática, com a parte superior do corpo
inclinado para frente e apoiada nos rins, da imobilidade dessa posição resulta um adiposidade que se
manifesta pela inchação excessiva das partes inferiores, o que visível principalmente os tornozelos...”
Com o declínio da mineração, os senhores de escravos não tinham mais como mantê-los e nem
recursos para adquirir novas peças. Tal fato levou ao abrandamento da escravidão, via a miscigenação,
fugas, deslocamento para outras regiões e da compra da liberdade. A criação de gado, nova atividade
econômica, por suas próprias características, levou a um controle menos rigoroso do trabalho escravo.
Portanto, quando foi assinada a Lei Àurea, em 13 de maio de 1888, quase não havia escravos para serem
libertos em Goiás.
Quilombolas
Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos em Goiás. Na língua banto, a palavra
kalunga significa lugar sagrado, de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da Chapada dos
Veadeiros, que os descendentes desses escravos se refugiaram passando a viver em relativo isolamento.
Com identidade e cultura próprias, os quilombolas construíram sua tradição em uma mistura de elementos
africanos, europeus e forte presença do catolicismo tradicional do meio rural.
A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida pelo Governo do Estado de Goiás, desde
1991, como sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de 230 mil hectares de
Cerrado protegido, abriga cerca de quatro mil pessoas em um território que estende pelos municípios de
Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio cultural celebra festas santas repletas de
Acaba Vida: na mesma região de Niquelândia, ocupavam terras férteis e era conhecido localmente,
sendo citado em 1879.
Ambrósio: existiu na região do Triângulo Mineiro, que, até 1816, pertencia a Goiás. Teve mais de mil
moradores e foi destruído por massacre.
Cedro: localizado no atual município de Mineiros, tinha cerca de 250 moradores que praticam a
agricultura de subsistência. Sobreviveu até hoje.
Forte: localizado no nordeste de Goiás, sobreviveu até hoje, tornando-se povoado do município de
São João d'Aliança.
Kalunga: localizado no Vão do Paranã, no nordeste de Goiás, existe há 250 anos, tendo sido
descoberto pela sociedade nacional somente em fins do anos 1960. Tem 5 mil habitantes, distribuídos
em vários núcleos na mesma região.
Mesquita: próximo à atual cidade de Luziânia, estendia sua população para diversas localidades no
seu entorno.
Muquém: próximo à atual cidade de Niquelândia e junto ao povoado de mesmo nome, foi notório, mas
deixou poucas informações a seu respeito.
Papuã: na mesma região do Muquém, foi descoberto em 1741 e destruído anos depois pelos
colonizadores.
Pilar: próximo à cidade de mesmo nome, foi destruído em lutas. Seus 300 integrantes chegaram a
planejar a morte de todos os brancos do local, mas o plano foi descoberto antes.
Tesouras: no arraial de mesmo nome, tinha até atividades de mineração e um córrego inclusive
chamado Quilombo.
São Gonçalo: próxima à cidade de Goiás, então capital, seus integrantes atacavam roças e rebanhos
das fazendas vizinhas.
Com a queda da ditadura getulista, trazendo ao Brasil um breve período de democracia que duraria
até 1964, a emergência de ligas camponesas, de “associações”, de uniões trouxeram à cena política a
luta dos trabalhadores rurais, que impuseram seu reconhecimento à sociedade, principalmente a partir
do início dos anos 1950. Embora ainda localizadas e dispersas, essas lutas repercutiram fortemente nos
centros de poder, fazendo da reforma agrária um importante eixo de discussão política.
Em Goiás, ao longo da rodovia Belém-Brasília, desde a década de 50 já vinha ocorrendo uma
colonização espontânea, com a ocupação de terras devolutas, ainda abundantes no norte do Estado.
Porém, à medida que a frente pioneira ia avançando e obtendo a propriedade jurídica da terra, estes
migrantes, que tinham a posse precária, tornaram-se vítimas da expansão do capital e do latifúndio.
Diante do violento processo de expulsão de posseiros que se instalou no norte de Goiás, com o avanço
do capital, os ocupantes expulsos tiveram poucas opções: migrar para áreas novas; trabalhar como
assalariado nas fazendas; ou migrar para a cidade. Mesmo possuindo direitos sobre as terras devolutas,
que foram ocupadas e trabalhadas com a finalidade de proporcionar os meios de sobrevivência à sua
família, os posseiros não se preocupavam ou não tiveram condições de legalizarem suas terras. Acontece
9
Adaptado de Leonilde Sérvolo de Medeiros.
O desenvolvimento das técnicas agrícolas, feita através de políticas públicas de incentivos fiscais,
gerou intensas modificações no campo após a década de 1960. O Estado de Goiás foi uma das regiões
que mais sofreu alterações em sua base agrícola.
O desenvolvimento de Goiás, nos últimos anos, é expressivo, principalmente da região Sudoeste, que
tem o seu principal setor de crescimento na agricultura. O desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser
analisado juntamente com o processo de crescimento da Região Centro-Oeste, que até as décadas de
1950 e 1960 era vista como “celeiro” na qual sua função era produzir matérias-primas e produtos de
necessidade básica para o restante do país.
A partir da década de 1960, através da Revolução Verde e com o novo pacote tecnológico, que
agricultura brasileira vinha consolidando em função do novo alcance das fronteiras agrícolas e pela
utilização de novas tecnologias como maquinário, fertilizantes e defensivos, é que a Região Centro-Oeste
inicia seu processo de crescimento através das políticas públicas, tendo o Estado como importante
10
Adaptado de Silva, Antenor
Cultura11
Das tochas flamejantes dos farricocos da cidade de Goiás aos mantos brilhantes de mouros e cristãos
das Cavalhadas pirenopolinas, Goiás festeja suas tradições. Do traçado da escrita de Bernardo Élis à
arte primitivista de Antônio Poteiro, Goiás manifesta sua arte. Veiga Valle, Cora Coralina, Goiandira do
Couto, Carmo Bernardes e Siron Franco. Arte em diversas formas, sabores do Cerrado e batucadas de
Congos e violas caipiras, que resultam em uma diversidade de riquezas culturais só encontradas aqui.
Artes
Goiás é pleno em artes. O Estado conjuga sob sua tutela manifestações artísticas variadas, que
englobam do traço primitivo até o mais moderno desenho. Contemplado com nomes de peso no cenário
regional, Goiás é expressivo quanto aos artistas que contaram em prosa e verso as belezas do Cerrado
ou o ritmo de um Estado em crescimento e mesmo as nuances de ritos cotidianos.
Na escultura, José Joaquim da Veiga Valle é unanimidade. Natural de Pirenópolis, esculpia imagens,
na maioria em cedro, sendo considerado um dos grandes “santeiros” do século XIX. Suas madonas são
as mais representativas e na época eram expressadas conforme a devoção de cada pessoa que a
encomendava. Já a pintura é honrada pelas técnicas e pincéis de Siron Franco e Antônio Poteiro, artistas
renomados e reconhecidos mundialmente em pinturas, monumentos e instalações, que vão do
primitivismo de Poteiro até o temas atuais na mãos de Siron Franco. Isso sem contar a arte inigualável
de Goiandira do Couto, expressa por seus quadros pintados não com tinta, mas com areia colorida
retirada da Serra Dourada.
A literatura goiana é destaque à parte. Destacam-se os nomes de Hugo de Carvalho Ramos, com
Tropas e Boiadas; Basileu Toledo França e os romances históricos Pioneiros e Jagunços e Capangueiros;
Bernardo Élis e as obras Apenas um Violão, O Tronco e Ermos Gerais; Carmo Bernardes com Jurubatuba
e Selva-Bichos e Gente; Gilberto Mendonça Teles, considerado o escritor goiano mais famoso na Europa,
com A Raiz da Fala e Hora Aberta; Yêda Schmaltz com Baco e Anas Brasileiras; Pio Vargas e Anatomia
do Gesto e Os Novelos do Acaso; e Leo Lynce, um dos precursores do modernismo, com seu livro Ontem.
Cora Coralina
Ana Lins Guimarães Peixoto Bretas tinha quase 76 anos quando publicou seu primeiro livro, Poemas
dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Conhecida pelo pseudônimo de Cora Coralina foi poetisa e contista,
sendo considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. Também era conhecida por seus
dotes culinários, especialmente na feitura dos típicos doces da cidade de Goiás, onde morava – motivo
do qual é evidente a presença do cotidiano interiorano brasileiro, em especial dos becos e ruas de pedras
históricas, em sua obra.
Festas e festivais
11
http://www.goias.gov.br/paginas/conheca-goias/cultura/
Resultado do processo de formação da chamada gente goiana, o legado religioso no Estado de Goiás
está intimamente ligado ao processo de colonização portuguesa registrado por quase toda a extensão do
território brasileiro. Reflexo dessa realidade é a forte presença de elementos cristãos nas manifestações
populares, que a exemplo da formação do sertanejo se consolidavam como uma das poucas opções de
entretenimento da época. Por todo o Estado, são costumeiras as distribuições das cidades no espaço
geográfico partindo de uma igreja católica como ponto central do município, o que lhes atribuía também
o direcionamento das festas populares.
Pirenópolis e cidade de Goiás talvez sejam as maiores expressões desse tradicionalismo cristão
imbuído em festejos tradicionais. São famosas as Festas do Divino Espírito Santo, Cavalhadas e
comemorações da Semana Santa, como a Procissão do Fogaréu. No entanto, de norte a sul, fervilham
expressões populares, quer seja em vilarejos, como a tradicional Romaria de Nossa Senhora do Muquém,
no distrito de Niquelândia, ou próximo a grandes centros urbanos, caso da cidade de Trindade, próximo
à Goiânia, e o Santuário do Divino Pai Eterno.
Mesmo no interior, esses valores persistem e são comuns no começo do ano as Folias de Reis que
dão o tom de festa e oração firmes no intuito de retribuir graças recebidas, como uma boa colheita ou
recuperação de enfermidades. Na adoração ao menino Jesus, segundo a saga dos três santos reis
magos, os festeiros arrecadam alimentos, animais e até dinheiro para cobrir as despesas da festa
popularizando a fé e promovendo a socialização entre comunidades.
Gastronomia
Em Goiás, comer é um ato social. A comida carrega traços da identidade e da memória do povo goiano,
tanto que a cozinha típica goiana é geralmente grande e uma das partes mais importantes da casa, por
agregar ritos e hábitos do ato de fazer a comida. Historicamente, a culinária goiana se desenvolveu
carregada de influências e misturas que, em virtude da colonização e da escassez de alimentos vindos
de outras capitanias, teve que buscar adaptações de acordo com a realidade local, em especial a do
Cerrado. O folclorista Bariani Ortêncio, em seu livro Cozinha goiana: histórico e receituário, resumiu essa
ideia ao ressaltar essas substituições. Se não havia a batatinha inglesa, havia a mandioca e o inhame
nativos, a serralha entrava no lugar do almeirão e a taioba substituía a couve. E assim, foram introduzidos
na panela goiana, o pequi, a guariroba, além dos diversos frutos do Cerrado, como o cajá-manga e a
mangaba, consumidos também em sucos, compotas, geléias, doces e sorvetes.
Do fogão caipira até as mais modernas cozinhas industriais é costumeiro se ouvir falar no tradicional
arroz com pequi, cujo cheiro característico anuncia de longe o cardápio da próxima refeição. O pequi,
aliás, é figura tão certa na tradição goiana, quanto os cuidados ministrados àqueles que se aventuram a
experimentá-lo pela primeira vez. A quem não sabe, não se morde, nem se parte o pequi. O fruto é roído
com os dentes incisivos e qualquer menção no sentido de mordê-lo pode resultar em uma boca recheada
de dolorosos espinhos.
Também se inclui no cardápio típico goiano a paçoca de pilão, o peixe assado na telha e a galinhada.
A galinhada, por sinal, não se resume ao frango com arroz. É mais, acompanhada de açafrão, milho e
cheiro verde, rendendo uma mistura que agrada a ambos, olfato e paladar. Sem contar a infinidade de
doces típicos interioranos, visto na leveza de alfenins, pastelinhos, ambrosias, entre outras guloseimas.
A pamonha
Iguaria feita à base de milho verde, a pamonha está ligada diretamente à tradição goiana. Encontrada
em diversos sabores, salgados, doces, apimentados e com os mais diferentes recheios, que incluem até
jiló e guariroba, a pamonha é quase unanimidade no prato do goiano, frita, cozida ou assada,
especialmente em dias chuvosos. Difícil mesmo encontrar algum goiano que não goste de comê-la e,
Manifestações populares
A raiz e o sertanejo
Nem só de manifestações religiosas vive a tradicional cultura goiana. Uma dança bastante antiga e
muito representativa do Estado também faz as vezes em apresentar Goiás aos olhos dos visitantes. A
Catira que tem seus primeiros registros desde o tempo colonial não tem origem certeira. Há relatos de
caráter europeu, africano e até mesmo indígena, com resquícios do processo catequizador como forma
de introduzir cantos cristãos na possível dança indígena. No entanto, seu modo de reprodução
compassado entre batidas de mãos e pés, permeados por cantigas de violeiros perfaz a beleza
cadenciada pela dança.
A viola, aliás, está presente em boa parte do cancioneiro popular goiano, especialmente nos gêneros
caipira e sertanejo, que em conjunto com sanfonas e gaitas têm sido bastante divulgados, geralmente por
duplas de cantores. Diferenças, no entanto, podem ser notadas quanto à temática, uma vez que o
sertanejo tem se apresentado majoritariamente enquanto produto da indústria cultural e a música de raiz
ou caipira se inspirado nas belezas do campo e do cotidiano do sertanejo.
Pluralidade de ritmos
Nem só de sertanejo vive o Estado de Goiás. Na verdade, ritmos antes considerados característicos
de eixos do Sudeste do país têm demarcado cada vez mais seu espaço dentro do território goiano. Bons
exemplos são a cena alternativa e do rock, divulgados em peso por festivais de renome como o Bananada
e o Vaca Amarela, enquanto que, por outro lado, rodas de samba e apresentações de chorinho também
têm angariado novos adeptos, dentre outros tantos ritmos encontrados na cultura goiana.
Questões
02. Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da
arrecadação total do Estado.
MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN, Luis.
História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG. p. 92.
04. “[...] a mudança da capital não é apenas um problema na vida de Goiás. É também a chave, o
começo da solução de todos os demais problemas. Mudando a sede de Governo para um local que reúna
os requisitos de cuja ausência absoluta se [ressente] a cidade de Goiás, teremos andado meio caminho
na direção da grandeza desta maravilhosa unidade Central”.
(Relatório apresentado por Pedro Ludovico Teixeira ao presidente Getúlio Vargas em 1934. In:
PALACIN, Luis. Fundação de Goiânia e desenvolvimento de Goiás. Goiânia: Oriente, 1976. p. 44)
Com relação à mudança da capital de Goiás na década de 1930, marque a alternativa INCORRETA:
(A) De acordo com o texto citado, para Pedro Ludovico o objetivo explícito da mudança da Capital era
promover o desenvolvimento de Goiás. No entanto, implicitamente, visava criar um novo centro de poder,
afastando-se de seus adversários políticos.
(B) Em termos econômicos, a construção de Goiânia foi uma estratégia utilizada por Pedro Ludovico
Teixeira para promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás.
(C) Ao afirmar que a cidade de Goiás não reunia condições para propiciar o desenvolvimento
econômico de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira equivocou-se. No século XIX, graças à exploração aurífera,
Goiás era um dos estados mais desenvolvidos do Brasil.
(D) A construção de Goiânia expressou o desejo renovador advindo com a Revolução de 1930. Os
revolucionários aspiravam romper com o passado, com as tradições e com o atraso representado pela
cidade de Goiás.
05. O coronelismo foi a expressão do poder local na Primeira República. Sobre a estrutura de poder
nesse período analise as assertivas abaixo e escolha a alternativa CORRETA:
07. A historiografia goiana considera que na década de 1970 houve uma modernização das atividades
agrícolas em Goiás. Como decorrência dessa modernização, constata-se uma crescente mecanização e
utilização de insumos agrícolas, significando a expansão e consolidação do capitalismo no meio rural. É
CORRETO identificar como consequência desse processo:
(A) o aumento da repressão autoritária por parte do Estado aos movimentos sociais que lutavam por
terra.
(B) modificações na estrutura fundiária de Goiás, com a consolidação da pequena propriedade rural,
no estado.
(C) a implantação de um programa de reforma agrária, como a Colônia Agrícola de Ceres, para atender
aos trabalhadores imigrantes.
(D) o desenvolvimento do populismo nos anos 70 como forma de conciliação de interesses
contraditórios no quadro político e econômico de Goiás.
O trecho do poema acima faz referência ao intenso processo de crescimento demográfico ocorrido em
Goiás com a mudança da capital e a inauguração de Goiânia. Outro fator que fomentou o crescimento
demográfico de Goiás no século XX foi a
(A) descoberta de ouro por Bartolomeu Bueno da Silva.
(B) fundação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).
(C) construção de Brasília.
(D) Revolução de 1930, comandada por Pedro Ludovico Teixeira.
(Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos, governador da Capitania de Goiás. 1758. In:
PALACIN, Luís. O Século de ouro em Goiás. Goiânia. Editora da UCG, 1994. p, 84.)
10. (UEG) A integração de Goiás nos quadros da economia nacional encontrou na construção de
Brasília um momento de inflexão: Goiânia transformou-se em ponto de apoio fundamental para a
construção da nova capital. Acerca da integração econômica de Goiás entre as décadas de 1950 e 1970,
marque a alternativa CORRETA:
(A) Houve uma enorme resistência da elite política goiana em ceder imensa quantidade de terras para
formação do Distrito Federal, uma vez que a atividade pecuarista era desenvolvida intensivamente nas
terras onde a nova capital seria construída.
(B) A construção de Brasília recebeu apoio inconteste de todos os partidos políticos, pois a
interiorização da capital já estava prevista na primeira constituição republicana. O sonho de se construir
uma nova capital ultrapassou as divisões ideológicas.
(C) O golpe de 1964 paralisou os investimentos na modernização da agricultura brasileira. O modelo
econômico adotado reservara à agricultura papel secundário, concentrando os investimentos no
desenvolvimento industrial.
(D) A modernização da agricultura goiana foi uma decorrência da transferência da capital, pois o estado
de Goiás tornou-se responsável pelo abastecimento de Brasília, o que permitiu uma profunda alteração
na agricultura goiana, com o crescimento da pequena propriedade.
(E) A integração da economia goiana nos fluxos de investimentos nacionais iniciou-se no final da
década de 1920 com a chegada dos trilhos, mas só ganhou impulso decisivo com o desenvolvimento da
agricultura moderna, com o cultivo da soja.
Respostas
01. Resposta: C
Goiás era conhecido e percorrido pelas bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil. Mas
seu povoamento só ocorreu em virtude do descobrimento das minas de ouro (século XIII). Esta povoação,
como todo povoamento aurífero, foi irregular e instável.
02. Resposta: B
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo
êxito, trouxe como consequência o aumento da população. O Clientelismo é um sub-sistema de relação
política - em geral ligado ao coronelismo, onde se reedita uma relação análoga àquela entre suserano e
vassalo do Sistema Feudal, com uma pessoa recebendo de outra a proteção em troca do apoio político.
03. Resposta: A
Goiânia foi planejada por Attilio Corrêa Lima. Após desentendimentos com as autoridades, Lima
abandona o projeto, que é então entregue para Armando Augusto de Godói.
04. Resposta: C
A cidade de Goiás estava afastada das rotas do desenvolvimento econômico, e a exploração aurífera
vinha enfrentado um período de decadência. Além disso, a mudança da capital atendia ao desejo político
do governo de Getúlio Vargas de enfraquecer as oligarquias locais, fortalecendo o governo central.
05. Resposta: D
Com vinda da Republica, os coronéis passam a exercer grande influência no cenário político brasileiro.
A manipulação de resultados de eleições era uma pratica constante. A consolidação da república ocorre
06. Resposta: B
Desde o início da ocupação, a agricultura foi, e ainda é, a base econômica da região, e vem
apresentando algumas fortes características. Uma primeira é, a constante queda do emprego agrícola,
devido principalmente, à incorporação tecnológica em culturas que demandam mão-de–obra, como a
cana de açúcar, tomate, algodão, feijão; ao aumento da área de culturas mecanizadas, que vem
dispensando mão-de-obra assalariada (soja, algodão, cana-de-açúcar) e a intensa “pecuarização” da
região.
07. Resposta: A
Segundo o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cláudio Maia, diante do conflito agrário,
o Estado agiu na garantia do latifúndio e da exploração, reprimindo os movimentos sociais que buscavam
redistribuição de terras.
08. Resposta: C
Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília,
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva.
09. Resposta: E
O processo de aldeamentos indígenas na Capitania de Goiás ocorreu entre os anos de 1749 e 1811,
portanto, entre os séculos XVIII e XIX.
10. Resposta: E
A transferência da capital para Goiânia foi muito importante para o desenvolvimento do estado. Desde
a sua fundação, a cidade desempenhou papel decisivo na projeção de Goiás na esfera da modernização
agrícola e, por conseguinte, da integração econômica nacional. Contudo, nas décadas seguintes, esse
desenvolvimento tornou-se ainda mais exponencial, garantindo uma inserção decisiva de Goiás na
economia do país.
Goiás
A Polícia Civil desarticulou nesta quinta-feira (10/03/2016) uma quadrilha suspeita de comandar o
tráfico de drogas, roubos, assaltos e até sequestros de dentro de vários presídios em Goiás. Segundo o
delegado Cleybio Januário, responsável pela investigação, os presos combinavam crimes por telefone,
davam ordens e movimentavam dinheiro de dentro da cadeia. De acordo com ele, de 45 mandados de
prisão em cumprimento pela Operação Esfacela, 39 são contra detentos.
“Trata-se de uma organização sem um líder, e de capilaridade que a gente não consegue mensurar
ainda. Sem dúvidas, centenas de crimes foram e continuaram sendo evitados com esta ação de hoje”,
afirmou Januário.
A operação foi deflagrada dela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas
(Draco) na madrugada desta quinta-feira. Estão sendo cumpridos 90 mandados, sendo 45 de prisão e 45
de busca e apreensão, em dez cidades goianas, a maioria deles em Itumbiara e Morrinhos. De acordo
com o delegado, a investigação durou um ano e evitou que vários crimes acontecessem.
Operação Esfacela
Segundo ele, a Operação Esfacela é a primeira fase de uma investigação que continua. “Vamos
continuar apurando, principalmente para saber quem são as pessoas que trabalhavam aqui do lado de
fora. Até então estão sendo cumpridos 6 mandados de prisão contra envolvidos que não estavam presos,
mas, sem dúvidas, este número pode ser maior”, afirmou.
O resultado das investigações foi apresentado da sede da Secretaria de Segurança Pública e
Administração Penitenciária (SSP). De acordo com o secretário José Eliton, a operação vai refletir na
redução de indicadores de violência no estado. "O trabalho da polícia deflagrado hoje faz parte do
conjunto de ações que denominamos 'tolerância zero' e vai reduzir a criminalidade de forma efetiva",
disse.
Mandados
Ao todo, 200 policiais trabalham para cumprir 45 mandados de prisão e 45, de busca e apreensão na
capital e em Águas Lindas de Goiás, Catalão, Cristalina, Itumbiara, Luziânia, Mineiros,
Morrinhos, Quirinópolis, Rio Verde e São Simão.
Os envolvidos na organização que já cumpriam pena em presídios foram transferidos para o Núcleo
de Custódia, em Aparecida de Goiânia. Conforme o delegado, o objetivo é evitar que eles continuem se
comunicando e cometendo crimes.
“Em uma cela diferenciada eles, com certeza, não conseguirão se comunicar. Consequentemente, as
ações da organização que antes eram planejadas e comandadas do presídio serão todas frustradas”,
disse.
Bloqueadores
De acordo com a polícia, a ineficiência dos bloqueadores foi o que possibilitou a sobrevivência da
quadrilha. Esse déficit foi causado, de acordo com o Ministério Público, por um desajuste técnico entre a
empresa que ganhou a licitação para efetivar o bloqueio de sinal de celulares nos presídios e as
operadoras telefônicas. Assim, os celulares funcionavam normalmente dentro do prédio.
“Havia intensa comunicação entre os presos. Conversavam muito pelo celular e, a partir da
interceptação destes diálogos, é que conseguimos identificar os envolvidos e evitar que muitos crimes
acontecessem”, afirmou Cleybio Januário.
Apesar de 39 dos 45 envolvidos na operação serem detentos, a polícia afirmou que não foi investigada
a possibilidade de agentes penitenciários como cúmplices da quadrilha. Apesar disso, o delegado afirmou
que durante as conversas feitas entre os presos não ficou sugerida a participação de servidores.
10/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/03/presos-comandavam-trafico-roubos-e-sequestros-
da-cadeia-diz-delegado.html
Pedido de destituição
Rocha foi anunciado no cargo no último dia 26 de fevereiro, substituindo o coronel Divino Alves,
agora comandante-geral da PM. Ele é suspeito de envolvimento em um grupo de extermínio formado
por 19 PMs e desbaratado em fevereiro de 2011 pela Operação Sexto Mandamento.
Uma ação conjunta do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e Ministério Público Federal
em Goiás (MPF/GO) recomenda que o tenente-coronel seja destituído do Comando de Policiamento da
Capital (CPC).
O documento alega que o oficial responde por dez crimes e que o cargo deve ser ocupado por "militar
que não exponha o Estado de Goiás a eventual novo pedido de federalização [julgamento de crimes]".
Em nota enviada ao G1, a assessoria de imprensa da PM informou que recebeu a recomendação, mas
não informou se irá acatá-la ou não.
Já a assessoria de imprensa da Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSP-GO) informou,
em nota, que respeita a visão do MP, mas “em face do princípio relacionado à prevalência do império das
leis, que deve nortear atos administrativos, entendemos por manter inalterada a posição a propósito do
tema”.
Ainda segundo a nota, o tenente-coronel Ricardo Rocha jamais teve contra si qualquer condenação.
"Nunca é demais relembrar que a presunção de inocência é um dos pilares dos direitos humanos e está
disciplinada na Constituição de 1988 que estabelece: ‘Ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória’”.
09/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/03/comandante-da-pm-em-goiania-ira-juri-popular-em-
junho-por-homicidio.html
Reivindicações
Segundo a organização do ato, a ocupação foi realizada no Dia Internacional da Mulher para cobrar
que sejam tomadas ações concretas para o combate à violência contra as mulheres e a promoção à
saúde, por meio de políticas públicas e a garantia de atendimento especifico às camponesas.
Sandra destaca que os camponeses cobram a aprovação imediata do governo do Projeto de Lei da
Agricultura Familiar e Camponesa. De acordo com a manifestante, ele tramita há três anos na Assembleia
Legislativa de Goiás (Alego).
Os camponeses pedem agilidade na regularização fundiária das terras no estado. "Temos do governo
uma proposta de que estas terras sejam vendidas para os posseiros. A a gente discorda porque a gente
quer que as terras com até 4 módulos ficais,ocupadas por agricultores familiares, sejam doadas", concluiu
Sandra.
08/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/03/integrantes-de-movimentos-populares-ocupam-
sede-da-sefaz-em-go.html
Para combater piratas, empresa de ônibus pede para ANTT baixar tarifa
A empresa de ônibus G 20, que atua em linhas que ligam Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, à
capital, pediu à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para baixar a tarifa, com o intuito de
combater o transporte pirata. Os veículos irregulares cobram valor inferior ao preço da passagem
praticado pela companhia.
A ANTT infomou no fim da tarde que a empresa está autorizada a reduzir a tarifa. Diretores da empresa
G 20 se reuniam na noite desta segunda (07/03/2016) para debater quando a o preço mais baixo será
cobrado.
Pela proposta da companhia, a passagem de Luziânia para Taguatinga deve cair de R$ 6,55 para R$
5,85 (redução de 10%). De Luziânia para o Plano Piloto, o valor deve passar de R$ 5,85 para R$ 5 –
14,53% menos.
A ideia da G 20 é que o preço mais baixo seja praticado por 90 dias. Um dos donos da empresa afirmou
que já perdeu 3 mil passageiros por dia para o transporte pirata e que teve de suspender os planos para
investir em novos coletivos.
Os veículos fazem transporte ilegal ao longo da BR-040. Os motoristas e donos dos carros que rodam
sem autorização cobram R$ 5. O último aumento, de 11,29%, entrou em vigor em 21 de fevereiro. Desde
então, os ônibus da G 20 cobram R$ 5,85 ou R$ 6,55.
Sem fiscalização na rodovia, os motoristas de transporte irregular cobram um preço menor para poder
conseguir mais usuários. “Eles [piratas] cobram o preços que eles querem”, afirma o motorista Elimilton
do Vale.
“Complica muito. Tira nossos passageiros, nosso serviço, nosso salário. De onde a empresa vai tirar
dinheiro para pagar nós, se os piratas estão carregando os passageiros?”
Para justificar o aumento de fevereiro, a ANTT afirmou que levou em conta a alta nos "custos de
operação" como combustíveis, lubrificantes, peças, veículos e folha de pagamento. Em 2015, a inflação
oficial medida no DF ficou em 10,67%, abaixo do reajuste anunciado.
A Polícia Militar Ambiental identificou os responsáveis por represas que se romperam na zona rural
de Santa Helena de Goiás, no sudoeste do estado. De acordo com a corporação, as barragens eram
antigas e não tinham licença, por isso, os representantes poderão responder por crime ambiental.
“Fomos a todos os locais e nenhum deles tem licença ambiental, haja vista que essas represas foram
construídas há mais de 40 anos”, disse o cabo José Marcos da Cruz, que destacou que os envolvidos
vão prestar depoimento nesta semana.
O rompimento das duas represas, ocorrido na madrugada do último dia 2, durante fortes
chuvas, afetou 13 famílias, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros.
A corporação vistoriou a região e diz que tudo começou em uma represa antiga, que pertence a uma
empresa de agricultura e biotecnologia. A água desceu e passou por mais duas barragens, existentes em
fazendas, que ficaram comprometidas. A correnteza chegou a uma quarta represa, que também acabou
estourando.
Segundo os bombeiros, o rompimento afetou diretamente cinco famílias que moram às margens da
primeira represa. Uma das casas foi invadida pela água e os móveis estragaram. Oito famílias que moram
em fazendas vizinhas também tiveram prejuízos.
Uma das propriedades rurais atingidas é a do vigilante Admilson Mariano Martins. Ele conta que a
ponte que dava acesso à chácara dele foi arrancada e, por isso, não consegue mais chegar com o carro
no local. Além disso, o quintal da casa segue cheio de água e é preciso muito cuidado para circular sem
cair.
No interior da casa é possível ver uma marca na parede, que mostra que a água atingiu quase a altura
das janelas. As roupas ficaram todas molhadas e o quarto dos filhos do vigilante teve os móveis
completamente danificados.
Alguns eletrodomésticos, como o freezer e a geladeira, também foram atingidos pela água, sem contar
a máquina de lavar roupas, que foi levada pela enxurrada. Além disso, segundo ele, cachorros, patos e
galinhas morreram afogados. “Foi um prejuízo muito grande. E saber que você lutou muito para chegar
onde está e ver tudo do jeito que está é muito triste”, afirmou Admilson.
Segundo ele, uma empresa responsável por uma das barragens o procurou e disse que vai fazer um
acordo para tentar reparar o vigilante pelos danos sofridos.
Outra família afetada pelo rompimento das represas foi a de Geneir Soares, que possui um emprego
noturno e decidiu investir em um pesque-pague em busca de melhor qualidade de vida. Ao ir para a
fazenda na manhã de quarta-feira, ele encontrou os tanques tomados por lama. Ele salvou apenas 60 kg
das quatro toneladas que tinha no local.
"Os peixes que eu tinha era uma média de R$ 40 mil, que eu comprei né. Se no caso eu fosse vendê-
los hoje, ia dar mais", lamenta Soares.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Helena de Goiás informou que está prestando
assistência às pessoas prejudicadas. Além disso, segundo o órgão, a empresa de agricultura e
biotecnologia se comprometeu a esvaziar outras duas represas que apresentam riscos.
“Elas serão colocadas no nível considerável para que não venham a romper com mais chuvas e
também mantendo os peixes que estão lá dentro”, explicou o secretário de Meio Ambiente, Nicodemos
Ferreira.
Causas do acidente
Fiscais da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos
Metropolitanos (Secima), que também estão na cidade, disseram que também é preciso verificar se houve
negligência ou se a causa do rompimento foi o excesso de chuva.
O acidente também é investigado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio
Ambiente (Dema). Segundo o delegado Luziano Severino de Carvalho, já foi solicitado à secretaria
municipal um relatório sobre os impactos ambientais.
06/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/03/represas-rompidas-em-santa-helena-de-goias-nao-
tinham-licenca-diz-pm.html
O Ministério das Cidades afirmou ao G1 que vai transferir para imóveis do Minha Casa, Minha Vida no
Entorno do Distrito Federal as seis famílias expulsas por milícias de casas do programa no Rio de Janeiro.
O grupo, formado por 20 pessoas, foi abrigado pelo padre polonês Pedro Stepien por meses. Ele
denunciou na web ameaças que vem sofrendo dos criminosos e suposta falta de amparo do
governo federal.
O padre registrou boletim de ocorrência na polícia. "Os milicianos nos enviam de vez em quando as
fotos das famílias que foram expulsas falando ‘se amanhã você não for para o Rio, nós matamos membro
da sua família’"
O Ministério das Cidades disse que técnicos da Secretaria Nacional de Habitação têm acompanhado
o caso. A pasta informou que ainda não encontrou os novos imóveis e por isso não tem a data da
transferência.
Por precaução, Stepien conta que enviou as seis famílias aos cuidados de amigos na Bahia, Espírito
Santo e Minas Gerais há pouco mais de uma semana. Ele continua ajudando na manutenção dos 20
refugiados, mas diz que o grupo tem vivido em situação precária. Não há locais adequados para dormir
e nem sempre a alimentação é suficiente.
O religioso também afirma que não mudou de rotina por conta das ameaças. A Paróquia Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro segue abrindo as portas todas as noites. Além disso, o religioso mantém
as visitas a doentes e realiza missas no Gama, região administrativa do Distrito Federal.
No Brasil há 14 anos, o homem se diz decepcionado com a situação. Colegas da Polônia ligaram para
saber como ele está. Uma cantora, que não teve a identidade revelada pelo padre, ofereceu as passagens
para que ele pudesse voltar para a Europa.
Ameaças
De acordo com Stepien, as habitações populares onde as famílias viviam foram construídas em
terrenos gerenciados pela milícia. O grupo se intitula “Liga da Justiça”. A Polícia Civil do Rio de Janeiro
investiga o caso. No dia 26, agentes apreenderam planilhas com valores de cobranças ilícitas feitas pelos
milicianos contra comerciantes da Zona Oeste carioca, nas proximidades de condomínios do programa
habitacional.
O religioso conta que conheceu o primeiro casal que havia fugido dos criminosos nos corredores do
Congresso Nacional. Entre os refugiados há ainda viúvas e dez crianças, com idades entre 3 e 7 anos. A
perseguição ao padre começou justamente após uma audiência pública na Câmara dos Deputados em
2015, quando ele denunciou a atuação da milícia.
O padre afirma ter recebido três ameaças desde então. As mensagens chegam por WhatsApp. "Pare
de buscar ajuda onde não terá. Cuide de sua igreja e deixe de se meter em causas que não são suas.
Esta é a última vez que avisamos. [...] Dez famílias serão expulsas de casa e um pai morrerá. E a culpa
é dele [um dos refugiados] e sua", diz uma delas.
Outras mensagens trazem fotos de familiares de uma das pessoas abrigadas pelo padre e até dos
arredores da igreja onde ele atua, no Novo Gama, no Entorno do DF. Os autores das ameaças dizem
"ser próximos" a deputados, policiais e senadores. O responsável por uma das ameaças enviou uma foto
em que supostamente aparece dentro de uma delegacia.
Em uma das mensagens mais recentes, os criminosos são mais objetivos: "Quem avisa amigo é". "É,
padre, o senhor não tem jeito, já não dissemos que não adianta procurar deputados e senadores? Acha
que somos idiotas? Estamos de olho em tudo. Está arrumando alguma solução aí agora? Claro que não!
Entenda de uma vez, nosso problema é com Roberto [um dos ameaçados] e as famílias, e nós vamos
resolver, polícia e políticos nos ajudarão."
As mensagens dão a entender que os milicianos conhecem a rotina do religioso. "Então, padre, volta
para casa, cuide de missa e de laranjas e deixe que as coisas aconteçam naturalmente", diz o texto. As
frutas são em referência a uma horta comunitária gerenciada por Stepien nas proximidades da igreja.
O religioso diz ter tido audiências canceladas com políticos depois das ameaças. A Polícia Federal
informou que não confirma nem comenta investigações em andamento. Em nota, o Ministério da Justiça
declarou não ter conhecimento sobre o caso.
“Milicianos nos ameaçam, perseguem e matam. Governo nos abandonou. Deputados nos traíram.
Senadores nos evitam. Justiça é cega e fica longe de nós. Ministro da Cidade não quer nos receber. Esta
é história das pessoas que foram expulsas do condomínio ‘Minha casa, minha morte’”, disse ao G1.
Em nota, o Ministério da Justiça informou que criou, junto com o das Cidades, um grupo interministerial
em 2014 "para integrar ações de prevenção a condutas ilícitas no âmbito de programas habitacionais,
especificamente o Minha Casa, Minha Vida".
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) propôs ação na Justiça pedindo a suspensão do
edital de chamamento das Organizações Sociais (OSs) para gerir escolas públicas do estado. Segundo
o documento, o processo de escolha é ilegal, além de retardar o ano letivo de 2016 em pelo menos 23
escolas de Anápolis, a 55 km de Goiânia, primeiras a terem o novo sistema implantado, mas que ainda
retornaram às aulas por conta desta reformulação.
A ação é assinada pelos promotores de Justiça Fernando Krebs e Carla Brant Sebba Roriz, além da
procuradora de Contas do MP de Contas do Estado, Maisa de Castro Sousa Barbosa. Em caso de
descumprimento, requer-se uma multa diária tanto do estado quando da Secretaria do Estado de
Educação, Cultura e Esporte (Seduce).
Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Seduce informou que respeita a decisão do MP-GO
e que, quando comunicada, irá preparar a defesa.
De acordo com a propositura, nenhuma das onze OSs selecionadas inicialmente possuía os requisitos
exigidos no edital, o qual teve os envelopes abertos no último dia 15 de fevereiro. No dia seguinte, o
MP-GO expediu recomendação para suspender o processo até o edital ser modificado.
Além de não acatar o pedido, posteriormente, a secretaria cancelou presença em uma reunião
agendada para o dia 22 do mesmo mês para tratar sobre o assunto.
Fora o apresentado, o documento alega que é ilegal a contratação de profissionais na Educação a não
ser por concurso público, pelo uso de recursos com as OSs e não com pessoal efetivo e pelo prazo de
contratação das empresas na gestão escolar.
01/03/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/03/mp-go-pede-suspensao-do-edital-de-chamamento-
de-oss-na-educacao.html
Mitsubishi vai parar a produção dois dias por semana em fábrica de Goiás
A Mitsubishi vai parar a produção dois dias por semana, a partir desta terça-feira (01/03/2016), na
fábrica emCatalão, na região sudoeste de Goiás. Em nota, a montadora informou ao G1 que a medida
será aplicada até junho. A mudança na jornada de trabalho foi acordada com o sindicato dos funcionários.
A empresa declarou no comunicado que apenas o setor de produção passa a operar de terça a quinta-
feira. Já o administrativo não sofrerá alteração no horário de funcionamento.
Secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat), Thiago Cândido Ferreira explicou
que os dias não trabalhados serão descontados do banco de horas, sem desconto na folha de pagamento.
A jornada nos demais dias será aumentada em uma hora.
Quando a fábrica voltar a operar normalmente, para cada dia trabalhado a mais, será descontado um
dia e meio do banco de horas. De acordo com Ferreira, os funcionários têm até dezembro para quitar as
horas em débito com a montadora.
O sindicato explicou que o acordo foi feito para evitar mais demissões na empresa, que atualmente
tem 1,8 mil funcionários. Ferreira contabiliza que 1,4 mil pessoas ficaram desempregadas de 2015 até
fevereiro deste ano.
A Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) encontraram indícios de
pagamento de propina, formação de cartel e superfaturamento em obras de ferrovias. Deflagrada nesta
sexta-feira (26/02/2016), a Operação "O Recebedor" investiga mais de R$ 630 milhões em desvios
somente em Goiás, entre 2006 e 2011.
“Nós temos alguns inquéritos em andamento e outros encerrados que apuraram o superfaturamento
das obras da Ferrovia Norte-Sul e Leste-Oeste, apenas nos trechos goianos, em média de R$ 600
milhões”, afirmou o delegado Ramon Menezes, presidente do inquérito junto à PF.
Segundo ele, empreiteiras combinavam entre si os valores dos lances que seriam dados durante as
licitações para as obras das ferrovias, o que configura o cartel.
Menezes informou que, além da ConstrutoraCamargo Corrêa, também foram alvos de mandados de
busca e apreensão as construtoras CR Almeida, Odebrecht, OAS, Constran, Mendes Júnior, Queiroz
Galvão e Elccon Engenharia Civil e Consultoria. As empreiteiras, conforme o delegado, são suspeitas de
participar do “clube de cartel”.
“Estes acordos permitiam que o valor contratado para a execução dos serviços ficasse muito acima do
que deveria ser praticado, gerando um sobrepreço, inflando os custos das obras”, explicou Menezes.
A operação da PF é um desdobramento da Operação Lava Jato e surgiu a partir do acordo de delação
da Camargo Corrêa (veja detalhes abaixo). São cumpridos sete mandados de condução coercitiva e 44
de busca e apreensão, em seis estados e no Distrito Federal.
Acordo de leniência
O esquema começou a ser investigado após um acordo de leniência firmado com a construtora
Camargo Corrêa. Em acordos do tipo, uma empresa envolvida em algum tipo de ilegalidade denuncia o
esquema e se compromete a auxiliar um órgão público na investigação. Em troca, pode receber
benefícios, como redução de pena e até isenção do pagamento de multa.
Segundo o MPF-GO, a Camargo Corrêa se comprometeu a restituir R$ 700 milhões aos cofres
públicos, dos quais R$ 75 milhões são destinados a ressarcir os danos acusados à Valec.
Depoimento
Juquinha das Neves prestou depoimento na sede da PF em Goiânia, na manhã desta sexta-feira,
após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão e condução coercitiva. O G1 entrou em
contato com o atual escritório de advocacia que o representa, por volta das 9h, e aguarda um retorno.
O advogado Heli Lopes Dourado, proprietário do escritório citado na operação "O Recebedor", não
atendeu às ligações.
A Evolução Tecnologia também não quis comentar o assunto.
Já o advogado Luís Alexandre Rassi, que está à frente do processo que envolve a mulher e o filho de
Juquinha na Operação Trem Pagador, informou que todos os envolvidos são inocentes e que aguarda
uma decisão de absolvição de todos os réus na Justiça.
Ferrovia Norte-Sul
A Ferrovia Norte-Sul foi inaugurada no dia 22 de maio de 2014, depois de cerca de 25 anos do início
das obras. O trecho entre Palmas, no Tocantins, e Anápolis, em Goiás, tem 855 quilômetros de trilhos.
Apesar da inauguração, a primeira viagem só foi feita em dezembro do ano passado. Devido à
demora da obra, a Valec não soube precisar quanto de dinheiro já havia sido gasto. A estatal estimou, na
época, a quantia de US$ 8 milhões. Denúncias de irregularidades marcaram a construção.
Em novembro, o MPF-GO ofereceu denúncia contra oito pessoas suspeitas de superfaturar obras da
Ferrovia Norte-Sul em Goiás. Todos eles devem responder por peculato e, se condenados, podem pegar
até 12 anos de prisão.
O prejuízo com cargas que deixaram de ser transportadas, perdas e impostos não arrecadados pode
chegar a US$ 12 bilhões por ano, segundo a Valec.
26/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/02/pf-e-promotores-detalham-operacao-contra-fraudes-
em-obras-de-ferrovias.html
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), anunciou, na tarde desta quarta-feira (24/02/2016),
a troca do comando da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSP-GO). O vice-
governador José Eliton, que também era responsável pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico
(SED), vai substituir Joaquim Mesquita.
A troca foi anunciada pelo Twitter e aconteceu dois dias após a morte da estudante Nathália
Zucatelli, 18 anos, baleada ao sair de um cursinho pré-vestibular, no Setor Marista, em Goiânia.
"Convidei o vice-governador José Eliton a assumir a Secretaria de Segurança Pública e Administração
Penitenciária. Missão que aceitou sem pestanejar com a determinação costumeira e o sentimento
convicto de servir com seu talento, competência e liderança", afirmou em um dos posts que fez sobre o
assunto, nesta tarde.
Crimes em Goiás
Dados da própria SSP-GO apontam que quantidade de pessoas assassinadas em Goiás
aumentou quase 34% de 2011 para 2015. Nesse mesmo período, também houve aumento de roubos a
residências e à população em geral. Segundo a secretaria, foram 1.984 assassinatos em 2011 no estado.
Já no ano passado, esse número subiu para 2.651 homicídios.
Força-tarefa
Antes de anunciar a troca das secretarias, o governador havia concedido entrevista coletiva sobre
segurança, no início da tarde. Ele anunciou a criação de uma força-tarefa contra a violência, mas,
apesar de ser questionado por jornalistas, não comentou a mudança na Secretaria de Segurança Pública.
A força-tarefa foi resultado de uma reunião realizada durante esta manhã no Palácio Pedro Ludovico
Teixeira entre comandantes do policiamento, integrantes dos poderes Legislativo, Executivo, Judiciário,
do Ministério Público de Goiás e da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás.
O projeto é inspirado em ações desenvolvidas em outros estados do país. Os integrantes devem se
encontrar uma vez ao mês para debater medidas contra a violência.
Entre as medidas anunciadas está o envio de uma carta à presidência da República, o aumento do
efetivo de policiais e a implantação de câmeras de segurança em ruas da capital.
24/02/2016
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/02/governador-de-goias-troca-secretario-de-seguranca-
publica.html