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CURSO REGULAR
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV
e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
O que se analisa aqui, é como essas leis anteriores e posteriores se ajustam para que não haja
incongruência sistêmica e tumulto processual.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
A locução “desde logo” significa: desde a sua entrada em vigor, não sendo necessário,
portanto, que se aguarde o fim do processo.
Note a segunda parte da norma (“sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência
da lei anterior”) para constatar, então, que a lei processual nova não retroage, não vai invalidar
e nem ressuscitar os atos processuais já praticados e consumados.
Diante dessa norma (consolidada há muito tempo no processo penal), verifica-se o princípio
tempus regit actum (o tempo rege o ato), a traduzir que o ato processual será disciplinado
pela lei vigente ao tempo da sua realização.
Se durante o trâmite de um processo (que costuma demorar anos em boa parte dos casos)
sobrevém uma nova lei processual, a partir da sua vigência (que, como as demais leis, pode
ocorrer com a publicação ou depois da vacância) os atos vindouros serão por ela
disciplinados integralmente.
Do mesmo modo que os atos passados, já realizados na conformidade da lei anterior (mesmo
que revogada.
3. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA, ANALOGIA E PRINCÍPIO GERAIS DO DIREITO
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica,
bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Interpretação extensiva é aquela em que o intérprete amplia o conteúdo da lei, quando ela
disse menos do que deveria.
No processo penal, podemos utilizar como exemplo as causas de suspeição do juiz (art. 254,
CPP), que também devem ser aplicadas aos jurados, porquanto estes também são juízes,
embora leigos.
- ANALOGIA
Analogia é um processo de autointegração da lei, consistente na aplicação a um fato, não
regido pela norma jurídica, de disposição legal aplicável a fato semelhante.
É importante lembrar que a analogia é vedada no Direito Penal, salvo para beneficiar o réu
(analogia in bonam partem). O processo penal não conhece a mesma vedação, pois, aqui, não
se trata de norma penal incriminadora.
Constituem premissas éticas que fundamentam o ordenamento jurídico. Sobre o tema, afirma Júlio
Fabbrini Mirabete que “o direito processual penal está sujeito às influências desses princípios como
os referentes à liberdade, à igualdade, ao direito material etc.”.