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A NARRAÇÃO

A narração é o relato de um fato,


de um acontecimento.
Há o predomínio de frases verbais,
indicando um processo ou ação.
TEXTO: Por que Eva não comeu a
maçã?
Não foi assim facinho não!
No início, Eva não queria comer a
fruta.
— Come — disse a serpente
astuta! — e serás como os anjos!
— Não — respondeu Eva.
Virando a cara para o lado!
— Terás o conhecimento do Bem
e do Mal — insistiu a víbora.
— Cruzou os braços, olhou bem
na cara da serpente e respondeu
firme: Não!
— Serás imortal.
— Não! Já disse!
— Serás como Deus!
— Não, e não! Já disse que não!
Irritadíssima, quase enfiando a
fruta goela abaixo, a serpente já
estava desesperada e não sabia
mais o que fazer para que aquela
mulher, de princípios tão rígidos e
personalidade tão forte comesse
a fruta. Até que teve uma ideia, já
que nenhum dos argumentos
haviam funcionado...
Ofereceu novamente a fruta e
disse com um sorrisinho maroto:
— Come, boba... EMAGRECE !
Foi tiro e queda!
ESTRUTURA DA NARRAÇÃO

Enredo
É a estrutura da narrativa, o
desenrolar dos acontecimentos, é o
seu conjunto de incidentes.
Todo enredo está centrado em um
conflito.
Todo enredo deve ter começo, meio
e fim.
PARTES DO ENREDO
1ª- Exposição
2ª- Complicação
3ª- Clímax
4ª- Desfecho

Narrador

Narrativa em primeira pessoa


Ex: Então eu cheguei na porta
da casa e bati. O mordomo
abriu a porta e eu entrei. 

Narrativa em terceira pessoa


 narrador- observador
Ex: Então ele chegou na porta
da casa e bateu. O mordomo
abriu a porta e ele entrou.
 narrador-onisciente
Ex: Então ele chegou na porta
da casa e bateu. O mordomo
abriu a porta e ele entrou com
uma enorme dor na cabeça.
Personagens
 Protagonista
 Antagonista
 Secundários
Ambiente

Tempo
 Cronológico - Ex:  Hoje vim à
escola para assistir as aulas
de Língua Portuguesa.
Ex: Hoje, acordei, tomei café e
me vesti para ir trabalhar.
Como peguei um
engarrafamento enorme,
terminei chegando atrasada.
 Psicológico
Ex:  Estive relembrando os
tempos em que corria descalça
na terra batida do quintal da
casa grande no sítio da minha
vó. Senti por alguns instantes o
cheiro de terra molhada quando
chovia... A memória nos faz
reviver tempos que jamais
voltarão.

Tipos de discurso

Discurso direto
Coisas incríveis no céu e na terra

[...] Quando me levantei, depois de


findo o espetáculo, havia umas
moças conhecidas, paradas à
esquina da Rua da Ladeira.
_ Que crepúsculo fez hoje! – disse-
lhes eu, ansioso de comunicação.
_ Não, não reparamos em nada-
respondeu uma delas- Nós estávamos
aqui esperando o Cezimbra.
E depois ainda dizem que as
mulheres não têm senso de
abstração...

Mário Quintana

Discurso indireto

“ Dona Abigail sentou-se na cama,


sobressaltada, acordou o marido e
disse-lhe que havia sonhado que iria
faltar feijão. Não era a primeira vez
que esta cena ocorria. Dona Abigail
consciente de seus afazeres de dona
-de- casa vivia constantemente
atormentada por pesadelos desse
gênero. Ainda bêbado de sono o
marido esticou o braço e apanhou a
carteira sobre a mesinha de cabeceir
e perguntou :
“ Quanto é que você quer”

Carlos Eduardo Novais

Discurso indireto livre

No começo pensou num bonde. Mas


lembrou-se do embrulhinho branco e
bem feito que trazia, afastou a ideia
como se estivesse fazendo uma coisa
errada.( Nos bondes, àquela hora da
noite, poderiam roubá-lo, sem que
percebesse; e depois? ... Que é que
diria a Paraná?)
Gênero textual: Conto

Narrativa curta que apresenta os


mesmos elementos do romance.
Diferencia-se do romance pela
concisão, linearidade e unidade.

Ex:   "Quando acordou, o dinossauro


ainda estava lá." 
Augusto Monterroso

Ex: Vende-se: sapatos de bebê, sem


uso.

Ernest Hemingway
Características que podem nos
ajudar a identificar ou até mesmo a
produzir um conto:
Extensão: É uma narrativa linear e
curta, tanto em extensão quanto no
tempo em que se passa, ou seja, tem
um só conflito, um só drama e uma
só ação no espaço e no tempo;
Focos narrativos: Primeira pessoa
ou terceira pessoa.
Linguagem: linguagem é simples e
direta.
Linhas dramáticas: Todas as ações
se encaminham diretamente para o
desfecho.
Personagens: Envolve poucas
personagens.
Tempo: a narrativa quase sempre
tem uma única linha de
encaminhamento temporal.
Espaço: Dada a curta extensão do
conto, os seus cenários e sua
descrição, são restritos.
OBS: O conto deve surtir no leitor
uma unidade de efeito ou impressão
total.     
 Desfecho: costuma surpreender.
deve sempre ser uma surpresa, a
resolução de um enigma, ou a
inversão de uma situação que deveria
seguir em
CRÔNICA
É um texto de caráter reflexivo e
interpretativo, que parte de um
assunto do quotidiano, um
acontecimento banal, sem significado
relevante.
É um texto subjetivo, pois apresenta
a perspectiva do seu autor.

É um texto breve e surge sempre


assinado numa página fixa do
jornal.

CARACTERÍSTICAS DA
CRÔNICA

Texto curto e de imediata


percepção;

Apresenta marcas de subjetividade


– discurso na 1ª e 3ª pessoa;

Pode comportar diversos modos de


expressão, isoladamente ou em
simultâneo:
- narração;
- descrição;
- comentários;
- reflexão.

Linguagem com duplos sentidos /


Utiliza a ironia;

Registro de língua corrente ou


cuidado;

Predominância da função emotiva


da linguagem sobre a informativa;
Pontuação expressiva;

Aborda aspectos da vida social e


quotidiana;
Traz as pessoas comuns como
personagens, sem nome ou com
nomes genéricos.
É organizado em torno de um
único núcleo, um único problema;
Tem como objetivo envolver,
emocionar o leitor.

(A crônica pode ser política,


desportiva, literária, humorística,
econômica, mundana, etc.)
:

Da arte de ser patife

Nós, brasileiros, temos


grande vocação para ser patifes, e quase
não é necessário ensinar a ninguém, aqui,
a arte de ser patife. Em todo caso, como
ainda há alguns que não são patifes, vou
ensinar-lhes a arte.
Patifaria nada tem a ver com as patas,
embora também se possa praticá-la com a
dita cuja. Comumente, porém, pratica-se a
patifaria com as mãos, ou com a boca. E
quando disse patas, não me referi aos
patos e às patas, aves anseriformes,
anatídeas, que nadam nas lagoas e botam
ovos. De qualquer maneira, quem é vítima
de uma patifaria é um pato.
O nosso PIB, em patifaria, é
elevadíssimo, e cresce cada vez mais a
cada governo, e há quem seja especialista
nela, como os deputados e senadores.
A patifaria, comumente se faz através do
engodo, da promessa não cumprida, do
engano, da dívida contraída e não paga.
Praticam-na os comerciantes, os
publicitários, os empresários, os
fabricantes, et caterva. Também pode ser
o estelionato, ou o peculato, e coisas de
semelhante gênero. É bem de se ver ainda
que a patifaria não é violenta. Ela é
exercida suavemente, através das
palavras, convencendo-se a vítima de que
está fazendo um bom negócio. Quando a
vítima é também um patife que pretende
tirar vantagem de outro patife que lhe
propõe uma transação, há no caso o que
se denomina fraude bilateral.
O patife não é um medroso, é antes um
audaz e, como diziam os latinos,
“audax fortuna  juvat”.
As mil formas de patifarias são muito
diversificadas, e entre elas há o conto do
vigário. Não sei, porém, se há o conto do
bispo. Isto é, há sim, o conto dos
bispinhos de algumas seitas religiosas.
Estes, praticam a patifaria através da
exibição de exorcismos e têm sempre a
Bíblia na mão.
Patifaria ainda faz o homem que trai a sua
mulher, e vice-versa.
A patifaria jamais espatifa, porque, como
já disse, é praticada suavemente, através
da persuasão do bobo que vai sofrer-lhe
as consequências.
Os cartórios estão cheios de patifarias
registradas. Os jornais estampam as
patifarias e também as cometem. Que
dizer então dos canais de televisão? Até
através do telefone se pode praticar
patifarias.
O patife bem sucedido nunca vai para a
Cadeia.
Na língua portuguesa há um livro
velhusco, em puro vernáculo, com o título
“A Arte de Furtar”. Nele se ensina não só
a arte de furtar, mas também a arte da
patifaria.
Como somos o país da patolândia, aqui a
patifaria prospera a olhos vistos.
Também é comum a patifaria no jogo de
cartas.
Os banqueiros são patifes bem
remunerados.
Igualmente, nas Bolsas, com o sobe e
desce das ações , a patifaria tem o seu
lugar.
E se você praticar estas recomendações,
será, sem dúvida, um patife bem
sucedido.
Afinal de contas, a vida é também uma
patifaria. Promete o que não nos dá, e nos
dá o que não queremos.

                     Annibal Augusto Gama


direção oposta, ou que par
Saindo da rotina

- Filho! Você precisa mudar. Disse a mãe do garoto.


- Mudar pra quê mãe? Eu estou super legal.
- Sei! Você tá legal é para se dar mal na vida. Depois
que você acabou o colégio você não quer saber de
mais nada. Agora fica aí o dia inteiro dentro
desse quarto  só comendo e dormindo.
Essa semana você ficou dormindo na segunda, ficou
dormindo na terça, na quarta, na quinta e hoje que é
sexta feira, você só saiu do quarto para ir ao
banheiro. Ficou dormindo o dia inteirinho. Eu não
sei... como você aguenta?  Quero só ver o que você
vai fazer na semana que vem. Desabafou a mulher.
- Pode ficar tranquila mãe. Na semana que vem eu
vou fazer um lance diferente.
- Vai?
- Vou!...Quero sair dessa rotina.
- Que bacana filho! O que você vai fazer?
- Vou dormir na sala.
Edilson Rodrigues Silva

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