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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA – EST


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELETRÔNICA

FÁBIO ALVES SANTOS


FRANCISCO MATHEUS DA SILVA BATISTA
FRANKLIN MELGUEIRO APOLÔNIO
GABRIEL DIAS GARRIDO
GLADSON GALDINO DA SILVA

A Engenharia: As Origens Da Profissão

Manaus -AM
2016
FÁBIO ALVES SANTOS
FRANCISCO MATHEUS DA SILVA BATISTA
FRANKLIN MELGUEIRO APOLÔNIO
GABRIEL DIAS GARRIDO
GLADSON GALDINO DA SILVA

A Engenharia: As Origens Da Profissão

Trabalho acadêmico da matéria Engenharia


Eletrônica e Sociedade I ministrada pelo professor
Bruno Da Gama Monteiro na Universidade do
Estado do Amazonas como requisito de aprovação
na disciplina.

Manaus – AM

2016
3. ÍNDICE

4 INTRODUÇÃO 4
5 DESENVOLVIMENTO 5
5.1 As Origens da Engenharia 5
5.2 Síntese Histórica da Engenharia 5
5.3 Habilidade Técnica: Um Diferencial Humano 6
5.4 A Técnica Faz Diferença 7
5.5 Surgimento da Engenharia Moderna 8
5.6 Marcos Históricos Importantes 10
5.7 A engenharia como Profissão Oficial 12
5.8 As Primeiras Escolas de Engenharia 12
5.9 Fatos Marcantes da Ciência e da Tecnologia 13

5.10 Engenharia no Brasil 14

6 CONCLUSÃO 15
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
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4. INTRODUÇÃO

O conceito de engenharia existe desde a antiguidade, a partir do momento em que o


ser humano desenvolveu invenções fundamentais como a polia, a alavanca e a roda. Cada
uma destas invenções é consistente com a moderna definição de engenharia, explorando
princípios básicos da mecânica para desenvolver ferramentas e objetos utilitários. O termo
"engenharia" em si tem uma etimologia muito mais recente, derivando da palavra
"engenheiro", que apareceu na língua portuguesa no início do século XVI e que se referia a
alguém que construía ou operava um engenho. Naquela época, o termo "engenho" referia-se
apenas a uma máquina de guerra como uma catapulta ou uma torre de assalto. A palavra
"engenho", em si, tem uma origem ainda mais antiga, vindo do latim "ingenium" que significa
"gênio", ou seja, uma qualidade natural, especialmente mental, portanto uma invenção
inteligente.

A engenharia é a ciência, a arte e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos


matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de
utilidades, tais como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que
realizem uma determinada função ou objetivo. Nos processos de criação, aperfeiçoamento e
implementação, a engenharia conjuga os vários conhecimentos especializados no sentido de
viabilizar as utilidades, tendo em conta a sociedade, a técnica, a economia e o meio ambiente.
A engenharia é uma ciência bastante abrangente que engloba uma série de ramos mais
especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em determinados campos de
aplicação e em determinados tipos de tecnologia.

O objetivo predominante deste trabalho é fazer uma abordagem substancial da história


da engenharia no mundo e no Brasil e sua evolução de acordo com descobertas científicas dos
períodos históricos. Expor o assunto de forma sucinta aos colegas de classe e tirar quais
dúvidas que venham a ocorrer.
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5. DESENVOLVIMENTO
5.1 AS ORIGENS DA ENGENHARIA
Estima-se que a engenharia tenha uma trajetória muito semelhante à da espécie
humana, pois desde os primórdios de sua existência o homem teve a necessidade de se adaptar
ao ambiente em que vive e suas características biológicas não eram vantajosas para isto, ele
não possuía garras ou presas que lhe permitisse caçar outros animais para se alimentar,
também não possuía uma pelagem mais resistente como a de outras espécies para se proteger
do frio, assim sua adaptação se tornava mais difícil e portanto ele precisava modificar a
natureza para sobreviver, e com isto surgiram as primeiras ferramentas, que eram
fundamentais na prática da caça, onde o animal caçado servia tanto para alimento quanto para
proteção, pois com a pele do mesmo, foi possível criar algo que protegesse o homem do frio,
outro ponto que contribuiu bastante para a sua sobrevivência, foi o controle do fogo, que
garantiu também mais proteção para o ser humano. Esta técnica de transformação do meio
onde vive, foi se aprimorando cada vez mais com o passar do tempo e com a evolução das
sociedades humanas, novas ferramentas foram surgindo, que por sua vez permitiam o
surgimento de outras e assim sucessivamente, como o caso da roda no período da antiguidade,
que permitiu novos meios de transporte que foram sendo desenvolvidos até chegar no que
existe hoje, também houve o surgimento das cidades, onde as sociedades humanas passaram a
se organizar mais e para isto houve um maior avanço na construção de casas e abrigos para as
pessoas que lá viviam.

5.2 SÍNTESE HISTÓRICA DA ENGENHARIA


Sabendo que a engenharia está relacionada com a evolução humana, é importante
saber também de casos ao longo da história em que ela permitiu um progresso muito maior da
espécie humana em relação a outras, algo muito comum na era contemporânea com todo um
desenvolvimento tecnológico mais apurado. Além do controle do fogo e da invenção da roda,
a humanidade possuiu outros momentos de intenso progresso, como na invenção da
agricultura, que garantiu a produção de mais alimentos, na criação do papel, que permitiu
novas formas de comunicação entre os indivíduos, na evolução dos meios de transporte até o
surgimento do avião, que é o meio de transporte mais veloz e que alcança maiores distâncias
atualmente, na construção de cidades que possam suportar o crescimento das populações e
outros fatores. A maior parte destes avanços ocorre principalmente em períodos de graves
crises como guerras e catástrofes naturais, onde a engenharia se torna mais importante ainda
paras as pessoas, pois é daí que surgirá uma solução para estes problemas, por exemplo, o
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Japão é um país cujo território é muito propício para catástrofes naturais, como tsunamis e
terremotos e por isto, o país investe bastante na área de engenharia para garantir a segurança
da população e o resultado é que o país possui um dos sistemas contra terremotos mais
avançados do mundo desde a detecção com bastante antecedência até a prevenção contida no
modo em que seus prédios são construídos, já que estes possuem uma estrutura diferenciada
para obter maior resistência aos abalos sísmicos evitando desmoronamento dos mesmos em
caso de terremoto. Outro fator que motiva o avanço da engenharia, além da necessidade de
adaptação ao meio, é a curiosidade, o ser humano busca sempre novas experiências de vida e
novas formas de conhecimento, dois exemplos são a invenção do avião, que também teve
como motivação a vontade que o homem tinha de voar, de saber como era ter por um
momento a visão que os pássaros tinham quando voavam e a exploração espacial, que possui
tecnologia da mais alta qualidade atualmente, e que também foi motivada pela curiosidade do
homem em saber como é o universo fora do planeta, algo que já sofreu motivação política
durante a guerra fria e hoje chega a possuir uma motivação de sobrevivência já que algumas
pessoas acreditam que o ritmo atual da humanidade não será suportado pelo planeta e por isso
outras áreas habitáveis em outros planetas são procuradas e estudadas, porém é fato que a
mera curiosidade humana também foi responsável por todo esse desenvolvimento nesta área.

5.3 HABILIDADE TÉCNICA: UM DIFERENCIAL HUMANO


É interessante ressaltar, na história da evolução social, a capacidade do ser humano de
dar forma a objetos naturais e a empregá-los para determinados fins, como por exemplo, para
a fabricação de ferramentas e utensílios domésticos. Essa habilidade tem sido entendida como
uma das grandes responsáveis pelo estágio de desenvolvimento que hoje experimentamos.
Esse diferencial do ser humano, frente a outros animais, começou a aparecer há bastante
tempo. As mais antigas ferramentas produzidas por hominídeos data de cerca de dois milhões
de anos, consistindo apenas de pedras lascadas, ossos, madeiras e conchas, usados de forma
rudimentar -ou seja, comparando com o que se faz hoje, naquela época a quantidade e a
qualidade dos processos empregados eram rudimentares. Isso aconteceu durante o Paleolítico
- período compreendido entre cerca de 2 milhões e 10 mil a.C.
Paleolítico é o termo empregado para designar o período da pedra antiga, ou pedra lascada.
De qualquer forma, com esses primeiros instrumentos, os hominídeos já podiam caçar
e carnear um animal, cortar árvores, se defender de ataques, construírem abrigos rústicos.
Além do mais, construir uma machadinha a partir de uma pedra bruta envolve bem mais
raciocínio, planejamento, experiência e habilidade do que possamos imaginar num primeiro
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momento. E isso já se fazia há mais de 2 milhões de anos, como provam antigas ferramentas
encontradas por exemplo na Tanzânia.
Podemos dizer que a evolução social também é fruto do aparecimento e do constante
aprimoramento de um tipo de indivíduo preocupado com o desenvolvimento de técnicas. E,
na história mais recente da humanidade, deve-se ao aparecimento de um novo tipo de
intelectual, com base educacional técnica e íntima relação com os processos de
desenvolvimento tecnológico.
Tudo leva a crer que as técnicas primitivas tiveram origem na descoberta da alavanca -
quando o homem sentiu que podia mover cargas bem mais pesadas do que as que
normalmente movia apenas com os seus próprios braços -, no domínio do fogo - conseguido
através da fricção de dois pedaços de madeira, fundamentado, provavelmente, na observação
do efeito de atrito entre galhos secos balançados pelo vento -, no polimento das pedras e no
cozimento dos alimentos, surgidos ainda no Período Paleolítico. Há cerca de 12 mil anos uma
verdadeira revolução técnica aparece, provocando um conjunto de modificações culturais
caracterizado, basicamente, pela introdução da domesticação de animais, da agricultura, da
modelagem cerâmica e da fabricação do vinho e da cerveja. Isso aconteceu no que se
convencionou chamar Período Neolítico - período da pedra polida. Com essa evolução veio a
organização social mais consistente. Acredita-se até que, nessa fase, como tudo leva a crer,
ferramentas neolíticas - como machadinhas de sílex - foram produzidas em fábricas
rudimentares e distribuídas nas cercanias, como teria acontecido, por exemplo, na Grã-
Bretanha. Com esta nova organização social, o homem começou a dedicar-se a novas
descobertas e a realizar obras de maior porte, para poder manter o seu novo modo de vida,
suas novas aspirações e organizações sociais. Servem como exemplos dessas grandes obras as
pirâmides de Gizé - Miquerinos, Quéfren e Quéops -, construídas há aproximadamente 4,5
mil anos. A eolípila, um tipo de máquina a vapor inventada por Héron de Alexandria (150 a
100 a.C.), é um exemplo de uma máquina antiga. Mesmo sendo construída apenas como um
brinquedo ou adorno, a eolípila muito bem representa a preocupação e a curiosidade do ser
humano em utilizar os recursos da natureza de forma mais elaborada e também simbólica, o
que representa ainda hoje um diferencial humano.
5.4 A TÉCNICA FAZ DIFERENÇA
Após as idades da pedra lascada e da pedra polida, o homem começou a conhecer,
trabalhar e utilizar os metais. O cobre e o estanho foram os primeiros metais trabalhados,
tendo sido usados inicialmente para a fabricação de instrumentos de caça e defesa. Esse
período histórico é denominado de Idade do Bronze.
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Estudiosos da história indicam que, por volta do ano 2 mil a.C., mais ou menos junto
com a invenção do alfabeto para a escrita e a numeração, o homem passou a utilizar o
processo de fundição de metais. Os etruscos -povo que habitava a Península Itálica -, por
exemplo, por volta dessa época já fundiam o ferro com alguma perfeição.
Mais ou menos no mesmo período, a arquitetura foi enriquecida com novas técnicas,
deu-se a invenção da roda e a construção das primeiras máquinas simples. Essas novas
invenções colaboraram para que se promovesse a transformação das antigas sociedades rurais
patriarcais em cidades governadas, com regras de convivência política mais elaboradas, com a
construção de templos, aquedutos, estradas e palácios. Enquanto isso, alguns fatos marcantes
ocorriam principalmente graças aos egípcios, que começavam a utilizar o papiro para a
escrita. Esse fato marcou profundamente a civilização humana. Eles também já canalizavam,
nessa época, a água do rio Nilo para irrigação. Enquanto isso, os povos mediterrâneos e
escandinavos desenvolviam técnicas mais sofisticadas para a construção de navios, ao mesmo
tempo em que em Jerusalém surgia um sistema subterrâneo para o fornecimento de água e, na
China, era publicado o primeiro manual de matemática. Os chineses antigos, aliás, além do
tipo móvel, inventaram a pólvora, o foguete, a bússola magnética, o sismógrafo e observavam
sistematicamente os céus à procura de explicações mais elaboradas para os fenômenos à sua
volta.
Ao longo dos séculos, novas invenções e descobertas foram feitas, os conhecimentos
foram se avolumando, mas tudo isso acontecia, em essência, apenas por força da experiência
prática de vários artesãos, que aperfeiçoavam empiricamente seus produtos ou processos,
transmitindo suas técnicas de fabricação para novas gerações.
Um marco importante para a disseminação da ciência e da técnica foi estabelecido por
volta de 1450, quando Johannes Gensfleisch Gutenberg (1400-1468), partindo de uma
antiquíssima invenção dos chineses, a imprensa, a aperfeiçoou - implantando os tipos móveis
metálicos para composição gráfica - e mecanizou o processo, garantindo uma impressão mais
rápida. Este fato injetou novo dinamismo no progresso intelectual, porque a partir daí os
conhecimentos passaram a circular com maior velocidade, pois podiam ser reproduzidos mais
facilmente. Até essa época, os conhecimentos só circulavam verbalmente ou através de
manuscritos, que eram raros e de difícil reprodução.

5.5 SURGIMENTO DA ENGENHARIA MODERNA


Com a rápida expansão dos conhecimentos científicos e sua aplicação a problemas
práticos, surge o engenheiro. O aparecimento formal desse profissional resultou, na realidade,
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de todo um processo de evolução ocorrido durante milhares de anos. Aos poucos a engenharia
foi se estruturando, fruto fundamentalmente do desenvolvimento da matemática, da
explicação dos fenômenos físicos, dos experimentos realizados - em ambiente controlado -, da
prática de campo, da sistematização de cursos formais. Quando no século 18 se chegou a um
conjunto sistemático e ordenado de doutrinas, estava lançada, definitivamente, a semente da
nova engenharia. Essa sistematização, podemos dizer, estabeleceu um marco divisório entre
duas engenharias: a engenharia do passado e engenharia moderna.
A engenharia do passado foi aquela caracterizada pelos grandes esforços do homem no
sentido de criar e aperfeiçoar artefatos que aproveitassem os recursos naturais. Foram estes
primeiros engenheiros os responsáveis pelo aparecimento de armamentos, fortificações,
estradas, pontes, canais etc. A característica básica destes indivíduos foi o empirismo, pois
trabalhavam com base na prática ensinada pelos que os antecediam, na sua própria
experiência e no seu espírito empreendedor e criador.
A passagem da engenharia antiga para a moderna não pode ser considerada como um
fato estanque, nem fruto de um momento apenas. Não foi de um instante para outro que o
homem passou a aplicar os conhecimentos científicos às técnicas. Durante séculos elas
caminharam dissociadas uma da outra - de um lado os filósofos e pensadores, de outro os
artesãos. Ainda hoje, apesar de toda tentativa de trabalhá-las como um corpo único, há quem
enxergue nelas uma profunda separação.
A engenharia moderna é aquela que se caracteriza por uma forte aplicação de
conhecimentos científicos à solução de problemas. Ela pode dedicar-se, basicamente, a
problemas da mesma espécie que a engenharia do passado se dedicava, porém com uma
característica distinta e marcante: a aplicação de conhecimentos científicos. Se antes os
artefatos eram construídos com base em determinantes estéticos e operacionais, tomando
sempre como referência a experiência pregressa do construtor, agora um projeto teórico -
baseado em conceitos científicos, em teorias formalmente estudadas e em experiências de
laboratório metodologicamente controladas - antecede a construção. Conhecimentos
sistematizados a respeito da natureza – por exemplo a estrutura da matéria, os fenômenos
eletromagnéticos, a composição química dos materiais, as leis da mecânica, a transferência de
energia, as modelagens matemáticas dos fenômenos físicos - passam a fazer parte da prática
dessa nova engenharia.
A solução de problemas pela engenharia moderna considera, por exemplo para o caso
da máquina a vapor, não mais apenas a preocupação com os aspectos construtivos do artefato
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e o seu funcionamento, mas, principalmente, a aplicação das leis da termodinâmica e da


transferência de calor, a queima otimizada dos combustíveis, a análise dos efeitos térmicos
sobre a distribuição de tensões na estrutura do equipamento, a melhoria geral do projeto para
permitir a automatização na produção etc.

5.6 MARCOS HISTÓRICOS IMPORTANTES


A tecnologia, tal como hoje é entendida, só apareceu há cerca de quatrocentos anos,
mas tomou corpo apenas com a Revolução Industrial, quando se notou que tudo o que era
construído pelos homens podia sê-lo usando os princípios básicos das ciências.
Um dos precursores dessa era foi Leonardo da Vinci (1452-1519), que reunia, eximiamente, o
saber teórico ao prático. Dentre os inúmeros projetos que saíram de suas idealizações estão,
por exemplo, uma roda d'água horizontal cujo princípio foi usado na construção da turbina
hidráulica, máquinas de escavação, cidades, portos, bestas e máquinas voadoras, além de seus
estudos científicos - sobre a anatomia humana - e obras de arte reverenciadas até hoje.
A partir dos séculos 16 e 17, começam a aparecer mais consistentemente
conhecimentos que dão impulso ao nascimento da ciência moderna. Galileu Galilei (1564-
1642), Johannes Kepler (1571-1630), Nicolau Copérnico (1473- 1543), René Descartes
(1596-1650), Isaac Newton (1643-1727), Charles Augustin Coulomb (1736-1806) estão entre
os grandes responsáveis pela sistematização dessa nova fase da humanidade.
Podemos conferir a Galileu Galilei a responsabilidade de ser um dos principais
iniciadores da mentalidade científica moderna. Em 1590, o físico Galileu, disposto a pôr à
prova alguns ensinamentos de Aristóteles, teria convidado membros da Universidade de Pisa
para assistir a uma experiência: a queda livre simultânea de dois corpos de pesos diferentes.
Lenda ou realidade, este é o momento símbolo do nascimento oficial do experimentalismo
científico. Iniciava-se então a substituição das longas argumentações lógicas da dialética
formal pela observação dos fatos em si mesmos.
Segundo o método científico sistematizado por Descartes, um assunto a ser
pesquisado, depois de sofrer uma observação e de ter sido formulada para ele uma hipótese,
deveria ser dividido em partes mais simples, que seriam estudadas separadamente, e os
resultados, sintetizados numa resposta. Galileu foi um exímio pesquisador, que teorizava e
experimentava, corroborando o método cartesiano. Estudou, por exemplo, problemas de
levantamento de pesos, inventou o termômetro, investigou as leis de gravitação e oscilação e
pôs à prova antigos ensinamentos aristotélicos. Devemos lembrar que a ciência de Aristóteles
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vigorou por cerca de 2 mil anos, e que só foi desbancada consistentemente por volta do século
17.
Um marco da aplicação da ciência moderna na engenharia é o trabalho publicado em
1638 por Galileu - Discurso sobre duas novas ciências -, onde é deduzido o valor da
resistência à flexão de uma viga engastada numa extremidade e suportando um peso de sua
extremidade livre.
O início da aplicação dos conhecimentos científicos à engenharia foi repleto de fracassos.
Podemos citar como exemplos:
• os esforços malogrados de Leibniz na instalação de bombas movidas por moinhos de vento,
para controlar águas de minas;
• fracasso de Huyghens no desenvolvimento de um motor eficiente de explosão a pólvora;
• a incapacidade de três matemáticos de renome, em 1742, nomeados pelo Papa, para
descobrir as causas dos sinais de colapso sapresentados no domo da basílica de São Pedro.
Acontecimentos pitorescos também marcaram a fase inicial da moderna engenharia, como por
exemplo:
• em 1778, Frederico, o Grande, numa carta a Voltaire, ridicularizava Euler por não ser capaz
de projetar, por meios matemáticos, fontes para o seu jardim;
• os resultados do trabalho de Galileu, publicado em 1638, cuja distribuição de tensões
proposta estava equivocada.
Contudo, uma infinidade de aplicações bem-sucedidas de teorias científicas a
problemas práticos garantiu a afirmação da engenharia moderna.
Por exemplo, no final do século 18, Coulomb calculou com boa precisão a resistência à flexão
de vigas horizontais em balanço, e também elaborou um método para o cálculo de empuxos
de terra sobre muros de arrimo, com validade até hoje.
Um fato marcante na evolução industrial foi a implantação da máquina a vapor na
indústria da tecelagem, ocorrida por volta de 1782, fato que, aliás, junto com o tear mecânico,
inventado pelo inglês Cartwright em 1785, foi um dos grandes responsáveis pela Revolução
Industrial. Outro grande avanço no processo de industrialização foi a utilização do motor
elétrico como fonte de energia, que substituiu os complicados sistemas de aproveitamento da
energia diretamente da natureza - como rodas d'água e cataventos.
O primeiro gerador elétrico experimental foi construído pelo fabricante francês de
instrumentos Hippolyte Pixii, em 1832. Entretansto, apenas em 1871 foi utilizado, na prática,
o primeiro motor elétrico. O construtor deste motor, Gramme, foi um prático que, tal qual os
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inventores do telefone e do rádio, desconhecia as explicações científicas para os seus


inventos.
5.7 A ENGENHARIA COMO PROFISSÃO OFICIAL

Segundo historiadores, o primeiro emprego, do termo engenheiro proveniente da


palavra latina ingenium, que significa engenho ou habilidade foi feito na Itália. Oficialmente,
esta designação apareceu pela primeira vez numa ordem régia de Carlos V (1337-1380), da
França, mas apenas no século 18 é que começou a ser utilizada para identificar aqueles que
faziam técnicas com base em princípios científicos. Antes disso, este termo designava aqueles
que se dedicavam ao invento e à aplicação de engenhos. Apenas em 1814 é que o termo
engenharia foi dicionarizado em língua portuguesa.
O primeiro título de engenheiro foi usado pelo inglês John Smeaton (1724-1792), que
teria se autointitulado engenheiro civil. Inicialmente esta designação serviu em muitos países
para definir toda a engenharia que não se ocupava de serviços públicos ou do Estado; em
outros países compreendia toda a engenharia com exceção da militar.

5.8 AS PRIMEIRAS ESCOLAS DE ENGENHARIA

Na fundação, em Paris, em 1774, da Ecole Polytechnique, que tinha como finalidade


ensinaras aplicações da matemática aos problemas da engenharia. Porém, já em 1506, foi
fundada em Veneza - pelo holandês Adrian Willaert (1490-1562) - a primeira escola
dedicada à formação de engenheiros e artilheiros.
Por volta do século 18, houve um significativo desenvolvimento técnico em áreas tais
como: extração de minérios, siderurgia e metalurgia. O mesmo desenvolvimento também foi
sentido na construção de pontes, estradas e canais, o que formava a base da engenharia civil.
Todas estas atividades sempre foram fruto do trabalho de práticos, que desenvolviam
empiricamente suas atividades, alheios às teorias científicas.
Com base em desenvolvimentos como esses, a engenharia evolui cada vez mais
rapidamente, sempre intimamente relacionada com o aparecimento de escolas para a
formação de engenheiros. Como consequência disso, em 1747 foi criada na Franca aquela
que é considerada a primeira escola de engenharia do mundo, a Ecole des Ponte et
Chaussées. Em 1778 foi implantada a Ecole des Mines e, em 1794, o Conservatoire dês Arts
et Métiers. Estas escolas eram voltadas para o ensino prático, diferentes portanto da Ecole
Polytechnique, estabelecendo, assim, uma divisão da engenharia em dois campos: o dos
engenheiros práticos e o dos teóricos. Para o desenvolvimento da engenharia, o passo
seguinte foi a criação das escolas técnicas superiores nos países de língua alemã. As escolas
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de Praga (1806), de Viena (1815), de Karlsruhe (1825) e de Munique (1827) são exemplos
neste sentido. Entretanto, a escola que maior importância teve no aparecimento da
engenharia moderna foi a de Zurique (1854) - Eidgenossische Technische Hochschule.
Nos Estados Unidos, as primeiras escolas deste tipo foram o MIT -Massachusetts
Institute of Technology - (1865), o Califórnia Institute of Technology (1919) e o Carnegie
Institute of Technology (1905). Porém, talvez a mais característica escola de engenharia dos
EUA foi o Rensselaer Polytechnic Institute, fundada em 1824. Entretanto, já em 1794 havia
sido criada a primeira escola de engenharia nos EUA, a Academia Militar de West Point, que
foi destruída por um incêndio dois anos depois, sendo reaberta em 1802 - ano considerado o
oficial da sua fundação. Com essas escolas e institutos, a técnica moderna tomou corpo,
ampliando-se a aplicação da ciência à tecnologia.
Deve ser registrada uma diferença fundamental entre as primeiras escolas de
engenharia <> as atuais. As primeiras treinavam para técnicas e processos. Hoje, a
preocupação maior é sobretudo formar e educar - para fornecer ao futuro profissional,
embasamento teórico consistente para que ele possa atuar com competência e também
resistir ao rápido obsoletismo das técnicas e secundariamente treinar.

5.9 FATOS MARCANTES DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA

Alguns fatos históricos relativos à evolução das técnicas e da ciência têm importância
marcante na definição do estágio atual de desenvolvimento da engenharia. Listamos alguns
deles:

1642 Blaise Pascal constrói a primeira máquina de calcular.

1674 O cálculo infinitesimal , ferramenta básica para a análise da matemática , é inventado


por Newton e Leibniz.

1745 Ewald Jurgen Von Kleist inventa o capacitor elétrico.

1819 Hans Derstedt descobre o Eletromagnetismo

1878 Thomas Edison inventa a lâmpada elétrica.

1891 É constituída a primeira linha de transmissão elétrica, em corrente alternada.

1916 Albert Einstein publica a teoria da relatividade geral.

1936 – Alan Turing desenvolveu um modelo abstrato de um computador.

1952 – Fibra ótica inventada pelo físico indiano Narinder Singh Kapany.
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5.10 ENGENHARIA NO BRASIL

No final do século XVIII instalou-se no Brasil o curso de fortificações, artilharia, etc.,


na Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Logo depois surgiram a Academia
Real Militar, em 1810, e a Academia Militar e de Marinha, em 1831, com o curso de
“engenheiro de pontes e calçadas”.
Logo depois se instalava no Rio de Janeiro a Escola Central, em 1858, destinada
exclusivamente à formação de engenheiros, tendo inclusive um curso de Engenharia Civil. O
Instituto Militar de Engenharia - IME, ligado ao Exército Brasileiro (Ministério da Defesa) foi
criado em data não precisa no decorrer do século XVIII.
  A Escola Politécnica do Rio de Janeiro, criada em 1874, consolidou o ensino da
Engenharia no nosso país. Esta foi considerada a sucessora da Escola Central.
Daí em diante foram surgindo diversas escolas como:
 A Escola Nacional de Engenharia, em 1937;
 A Escola de Engenharia, do Rio de Janeiro, em 1965;
 A Escola de Minas de Ouro Preto, em 1876, no mesmo padrão da École de Mines de
Paris e a École Normale Supérieure. Novos conceitos de ensino da engenharia com a
introdução de práticas de laboratórios e viagens de estudos.
 A Escola Politécnica de São Paulo - POLI, em 1893. Tinha linha germânica
e valorizava o ensino prático.
 A Escola de Engenharia de Pernambuco, em 1895: extinta em 1903, sendo substituída
por outra instituição, atual Escola de Engenharia da Universidade Federal de Pernambuco;
 A Escola de Engenharia Mackenzie, em 1896: ligada inicialmente à Universidade de
New York e hoje vinculada à Universidade Presbiteriana Mackenzie;
 A Escola de Engenharia de Porto Alegre, em 1896: em 1931 Universidade Técnica e
hoje Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
 A Escola Politécnica da Bahia, em 1887: Incorporada pela Universidade Federal da
Bahia em 1946.
 A Escola Politécnica de Pernambuco - POLI, em 1912: incorporada pela Universidade
de Pernambuco em 1991.
Até 1946 existiam, no Brasil, um total de 15 instituições de ensino de engenharia. Na
década de 60 houve um significativo crescimento do número de instituições. Em meados da
década de 70 já contávamos com mais de 100 instituições de ensino superior com mais de 300
cursos de engenharia. Hoje, existem no Brasil, quase 200 instituições com mais de 600 cursos
de engenharia. 
Atualmente o engenheiro tem formação abrangente, tanto sistêmica quanto analítica,
fundamentada em sólidos conhecimentos das ciências básicas para a Engenharia, com atitude
de sempre aprender. É preparado de maneira tal que assuma uma postura de bom
relacionamento humano e de comunicação. São indispensáveis atitudes como: uma postura
ética, comprometimento cultural e social com o Brasil.
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6. CONCLUSÃO

A Engenharia é uma ciência exata que é primordial para o desenvolvimento humano.


Ao contrário do que se pensa atualmente, que tudo já foi inventado, o engenheiro deve
constantemente se reinventar buscando desenvolver a criatividade para contribuir cada vez
mais para a ciência aliando-se à medicina para aumentar a expectativa de vida do ser humano.
Um ramo da evolução da engenharia eletrônica, a nanotecnologia, tem aplicações
interessantes como , por exemplo, a roupa eletrônica que serve ou para conduzir eletricidade
ou para facilitar o equilíbrio térmico e manter o corpo seco, bloquear raios UVA e UVB.
Tecidos tratados com nanotecnologia podem repelir líquidos, tornando-se impermeáveis e a
prova de manchas; roupas especiais podem detectar a presença de armas químicas e fechar os
poros (do tecido) de maneira automática. Há também uma outra aplicação da roupa eletrônica
com biosensores capazes de monitorar os sinais vitais, analisando o suor e o sangue para
avaliar a saúde do paciente. Para um futuro próximo fala-se em picotecnologia, dimensões mil
vezes menos que as nanos, que poderá atuar diretamente a nível celular combatendo células
cancerígenas dentre outros.

São inúmeras aplicações da engenharia eletrônica que ainda estão prestes a serem
descobertas precisando apenas de investimento em pesquisas e capacitação. A ciência e a
tecnologia não param de evoluir e como Engenheiros devemos nos capacitar cada vez mais
para as mudanças que ocorrem a cada década. Hoje precisamos ressignificar a palavra
“Engenheiro” para abranger cada vez mais áreas no avanço do saber humano.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.BAZZO,A,B.;PEREIRA,L.T.V. Introdução à Engenharia, 4º Edição ,Florianópolis:


UFCS 2004

2.HOLTZAPLLE,M.T.;REECE,W.D. Introdução à Engenharia, 1ºEdição.Rio de


Janeiro:LCT,2006

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