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Intvariedade
Intvariedade
‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
2
Sumário
1 Integração em variedades 5
1.1 Formas diferenciais em R n
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.1 Diferencial exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.2 Integração em variedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.2.1 Fibrado tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.3 Variedades diferenciáveis orientáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
1.4 Integração em variedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.4.1 Propriedades básicas da integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
1.5 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
1.5.1 Semi-espaços e variedade com bordo . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.5.2 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
1.6 Lema de Poincaré . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.6.1 Formas exatas e fechadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.7 Teorema da divergência e teoremas de Green . . . . . . . . . . . . . . . . 58
1.8 Introdução a teoria do potencial em R3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
1.9 O plano projetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3
4 SUMÁRIO
Capı́tulo 1
Integração em variedades
Rnp = {q − p | q ∈ Rn }
5
6 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
(dxk )n1 é base de (Rnp )∗ o espaço dual, das funções lineares de Rnp em R.
∑
n
w(p) = ak (p)(dxk )p .
k=1
Cada ak : Rn → R.
∑
n
w(p) = ak (p)(dxk )p .
k=1
Cada ak : Rn → R diferenciável .
φ : Rnp × Rnp → R
| {z }
k−vezes
ê Demonstração.
Z Exemplo 1. Λ (R ) 1 n ∗
p = (Rnp )∗ é o espaço dos funcionais lineares em Rnp .
$ Corolário 1. Em particular
onde cada jt ∈ In .
m Definição 8. Denotaremos
b Propriedade 3. O conjunto
∑
aj1 ···jk dxj1 ∧ · · · ∧ dxjk = 0
j1 <···<jk
∑
onde é a soma sobre todas as combinações com j1 < · · · < jk , jt ∈ In . Aplicamos
j1 <···<jk
tal função à (et1 , · · · , etk ) com t1 < · · · < tk , tk ∈ In , obtemos que
∑
aj1 ···jk dxj1 ∧ · · · dxjk (et1 , · · · , etk ) = 0 = at1 ···tk
j1 <···<jk
isto pois, das combinações, existe uma que possui termo exatamente at1 ···tk dxt1 ∧
· · · dxtk e pela definição por determinante
daı́ f = g, tomando
f(ej1 , · · · , ejk ) = aj1 ···jk
( )
b Propriedade 4. dimΛ (R ) =
n
k
. k n ∗
ê Demonstração.
∑
w(p) = aj1 ···jk (p)(dxj1 ∧ · · · dxjk )p
j1 <···<jk
a : v0 → R e b : v0 → R, então
∂vi
a(u) = det( )b(v)
∂uj
∂vi
u ∈ φ−1 (U ∩ V), v = Ψ−1 ◦ φ(u) e det( ) é o jacobiano do difeomorfismo ψ−1 ◦ φ
∂uj
calculado em u.
∑ ∑ ∑ ∂vi
Em geral w(x) = a(u)duj = bI (v)dVI então aj (u) = det( )bI (v)
I I I
∂uj
∂vi ∂vi (v)
onde ( ) é a matriz r × r formada por elementos ( ) tais que I ∈ I e j ∈ J.
∂uj ∂uj
∑
w= aI dxI
I
Z Exemplo 2. Em R 4
temos os seguintes tipos de formas exteriores.
• 0- formas, funções f : R4 → R.
• 1-formas
a1 dx1 + a2 dx2 + a3 dx3 + a4 dx4
• 2-formas.
a12 dx1 ∧ dx2 + a13 dx1 ∧ dx3 + a14 dx1 ∧ dx4 + a23 dx2 ∧ dx3 +
• 3 -formas.
a123 dx1 ∧ dx2 ∧ dx3 + a124 dx1 ∧ dx2 ∧ dx4 + a134 dx1 ∧ dx3 ∧ dx4 +
• 4-formas.
a1234 dx1 ∧ dx2 ∧ dx3 ∧ dx4 .
Iremos nos restringir agora a formas diferenciais, definiremos operações com tais
formas.
∑ ∑
m Definição 14 (Soma). Se w e φ são k-formas, w = aI dxI , φ = bI dxI ,
I I
definimos sua soma como
∑
w+φ= (aI + bI )dxI .
I
12 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
∑
w= aI dxI , I = (j1 , · · · , jk ), j1 < · · · jk
∑
φ= bJ dxJ , J = (l1 , · · · , lk ), l1 < · · · lk
definimos
∑
w∧φ= aI bJ dxI ∧ dxJ
IJ
onde tal soma é o produto das combinações das formas. Perceba que nessa
definição a ordem em que aplicamos o produto importa (feita da esquerda para
direita).
em especial
dxk ∧ dxk = 0.
ê Demonstração.
( )
dx1 (v1 ) dx1 (v2 )
dx2 ∧ dx1 (v1 , v2 ) = det = dx1 (v1 )dx2 (v2 ) − dx1 (v2 )dx2 (v1 ).
dx2 (v1 ) dx2 (v2 )
( )
dx2 (v1 ) dx2 (v2 )
dx1 ∧ dx2 (v1 , v2 ) = det = dx2 (v1 )dx1 (v2 ) − dx2 (v2 )dx1 (v1 ).
dx1 (v1 ) dx1 (v2 )
dai podemos perceber que dx2 ∧ dx1 = −dx1 ∧ dx2 . Se x1 = x2 então se anula.
1.1. FORMAS DIFERENCIAIS EM RN 13
1. Associatividade
(w ∧ φ) ∧ θ = w ∧ (φ ∧ θ).
2.
w ∧ φ = (−1)ks (φ ∧ w).
3. Distributividade, se r = s
w ∧ (φ + θ) = w ∧ φ + w ∧ θ.
∑
ê Demonstração. Sejam w = aI dxI , I = (i1 , · · · , ik ), i1 < · · · ik , φ =
∑ I
aJ dxJ , J = (j1 , · · · , js ), j1 < · · · js
J
1.
2. Temos que
∑
w∧φ= aI bJ dxi1 ∧ · · · ∧ dxik ∧ dxj1 ∧ · · · ∧ dxjs =
IJ
∑
=− aI bJ dxi1 ∧ · · · ∧ dxik−1 ∧ dxj1 ∧ dxik ∧ · · · ∧ dxjs =
IJ
k
∑ z }| {
= (−1) k
aI bJ ∧ dxj1 dxi1 ∧ · · · ∧ dxik−1 ∧ dxik ∧dxj2 ∧ · · · ∧ dxjs =
IJ
14 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
3.
w ∧ w = (−1)k (w ∧ w)
daı́ se k é ı́mpar
w ∧ w = −w ∧ w ⇒ 2w ∧ w = 0 ⇒ w ∧ w = 0.
Z Exemplo 4. Sabemos que vale dxk ∧ dxk = 0 mas não vale sempre que
w ∧ w = 0, por exemplo, se
então
w ∧ w = 2x1 x2 dx1 ∧ dx2 ∧ dx3 ∧ dx4 .
f∗ (g) = g ◦ f.
1.1. FORMAS DIFERENCIAIS EM RN 15
em p
∑
n
∂f(p)
dfp = (dxk )p
k=1
∂xk
aplicado em ej tem-se
∑
n
∂f(p) ∂f(p)
dfp (ej ) = (dxk )p (ej ) = (dxj )p (ej ) =
k=1
∂xk ∂xj | {z }
1
∂f(p)
=
∂xj
é a derivada parcial de f em p, em relação à j-ésima coordenada.
O pullback pode ser pensando informalmente em "puxa para trás"uma forma
de Rm em uma forma em Rn onde f : Rn → Rm , a ação de ser "para trás"pelo fato
de "puxar"a forma de Rm (a direita) para Rn (a esquerda).
∑ ∑
w(x) = aj (u)dvj = bI (v)dvI ⇒
j I
∂vI ∂vI
onde [ ] é a matriz r × r formada pelos elementos da matriz Jacobiana
∂uj ∂uj
da mudanã de parametrização ψ−1 ◦ φ tais que i ∈ I e j ∈ J, as derivadas são
calculadas u ∈ φ−1 (U ∩ V).
Estamos usando ainda a notação duI = du1 ∧ · · · ∧ dur , I = {i1 < · · · < ir } ⊂ Im ,
J = {j1 < · · · < jr } ⊂ Im .
ê Demonstração.
a(u) = det[Jη(u)]b(v)
dk ∧ · · · ∧ dur
du1 ∧ · · · ∧ du
simboliza
du1 ∧ · · · ∧ duk−1 ∧ duk+1 ∧ · · · ∧ dur
∧
r
uj = du1 ∧ · · · ∧ dur
j=1
e
∧
r
uj = du1 ∧ · · · ∧ duk−1 ∧ duk+1 ∧ · · · ∧ dur .
j=1,j̸=k
1.1. FORMAS DIFERENCIAIS EM RN 17
• f∗ (w + φ) = f∗ (w) + f∗ (φ).
1.
f∗ (w + φ)(p)(v1 , · · · , vk ) = (w + φ)(f(p))(dfp (v1 ), · · · , dfp (vk )) =
= (f∗ w + f∗ φ)(p)(v1 , · · · , vk )
2.
f∗ (gw)(p)(v1 , · · · , vk ) = (gw)(f(p))(dfp (v1 ), · · · , dfp (vk )) =
f∗ (φ1 ∧ · · · ∧ φk )(v1 , · · · , vk ) =
∑
seja w = aI dyI uma k-forma em Rm , usando as propriedades provadas para
I
f∗ , obtemos (provar com detalhes depois)
∑
f∗ (w) = (aI ◦ f)dfi1 ∧ · · · ∧ dfik
I
∑
f∗ (w) = (aI (f1 (x1 , · · · , xn ), · · · , fm (x1 , · · · , xn )))dfi1 ∧ · · · ∧ dfik
I
onde
∑
w= aI dyi1 ∧ · · · ∧ dyik .
I
y x
w=− dx + 2 dy
x2 +y2 x + y2
∂x ∂x
dx = dθ + dr = cos(θ)dr − rsen(θ)dθ
∂θ ∂r
∂y ∂y
dy = dθ + dr = sen(θ)dr + rcos(θ)dθ
∂θ ∂r
1.1. FORMAS DIFERENCIAIS EM RN 19
f∗ (w) = dθ.
ê Demonstração.
obtemos
∑ ∑
f∗ (w ∧ φ) = f∗ ( aI bJ dyI ∧ dyJ ) = aI ◦ fbJ ◦ fdfI ∧ dfJ =
IJ IJ
∑ ∑
= aI ◦ fdfI ∧ bJ ◦ fdfJ = f∗ (w) ∧ f∗ (φ).
I J
2.
∑
(f ◦ g)∗ (w) = aI ◦ (f ◦ g)d(f ◦ g)I = g∗ (f∗ (w)).
I
w(y) = a(y)dy1 ∧ · · · ∧ ym ∈ V
20 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
ê Demonstração.
∫ ∫
∗
h w= a(h(x))det[Jh(x)]dx1 ∧ · · · ∧ dxm =
X X
∫ ∫
= w= a(x)dy1 ∧ · · · ∧ dym .
h(X) h(X)
3. d(dw) = d2 w = 0.
ê Demonstração.
∑ ∑
1. Sejam w1 = aI dxI , w2 = Ci dxI então
I I
∑ ∑ ∑ ∑
d(w1 +w2 ) = d( (aI +cI )dxI ) = d(aI +CI )∧dxI = daI ∧dxI + dcI dxI = d(w1 )+d(w2 ).
I I I I
∑ ∑
2. Seja w = aI dxI , φ = bj dxj então
I J
∑
d(w ∧ φ) = d(aI bJ ) ∧ dxI ∧ dxJ =
IJ
∑ ∑
= bJ daI ∧ dxI ∧ dxJ + aI dbJ ∧ dxI ∧ dxJ =
IJ IJ
= (dw) ∧ φ + (−1)k e ∧ dφ
22 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
∑n
∂g ∂f
sabemos que dg = dxk então tomando g = temos
k=1
∂x k ∂x j
∂f ∑ ∂ ∂f n
d( )= dxk =
∂xj k=1
∂xk ∂xj
∑
n
∂2 f
= dxk
k=1
∂xk ∂xj
substituindo na expressão anterior temos
∑
n ∑
n
∂2 f
d(df) = dxk ∧ dxj
j=1 k=1
∂xk ∂xj
∂2 f ∂2 f
usamos agora que dxk ∧ dxj = −dxj ∧ dxk , k ̸= j e = a soma
∂xk ∂xj ∂xj ∂xk
∂2 f
dupla é a soma dos elementos em uma matriz n × n onde ai,j = dxi ∧ dxj
∂xi ∂xj
∂2 f ∂2 f ∂2 f
∂x1 ∂x1 dx1 ∧ dx1 ∂x1 ∂x2 dx1 ∧ dx2 · · · ∂x1 ∂x1 dx1 ∧ dxn
∂2 f ∂2 f ∂2 f
dx ∧ dx1 dx2 ∧ dx2 · · · dx2 ∧ dxn
∂x2 ∂x1 2 ∂x2 ∂x2 ∂x2 ∂xn
. . .
.. .. · · · ..
∂2 f ∂2 f ∂2 f
dxn ∧ dx1 dxn ∧ dx2 · · · dxn ∧ dxn
∂xn ∂x1 ∂xn ∂x2 ∂xn ∂xn
os elementos na diagonal se anulam, os outros elementos possuem um simétrico
ak,j + aj, k = 0, portanto a soma é nula.
∑
Seja w = aI dxI por (1) podemos nos restringir ao caso em que w = aI dxI
por linearidade, com aI ̸= 0, por (2) temos que
portanto
1.
∪
fα (Uα ) = M.
α
1 −1
de f−
β (W) em fα (W) são diferenciáveis, tais mapas são chamados mapas
de transição .
ê Demonstração.
Tomando A = fα (Uα ) temos
aberto, porém
α (B) = fα (B ∩ fα (Uα ))
1 −1 −1
f−
• Axioma de base contável . M pode ser coberto por uma quantidade contável
de vizinhanças coordenadas. Nesse caso dizemos que M possui uma base
contável
e o mapa
g−1 ◦ φ ◦ f : U ⊂ Rn → Rm
dado por
d
α ′ (0)φ = (φ ◦ α)|t=0 , φ ∈ D
dt
perceba que φ ◦ α : I → R pois α : I → M, φ : M → R.
O vetor tangente, no caso, é uma função que leva as funções diferenciáveis
em p em R, sendo portanto um operador.
pois f−1 ◦ α(t) : I → Rn , isso implica também que α(t) = f(x1 (t), · · · , xn (t)), tem-se
também
pois φ ◦ f : U ⊂ Rn → R, portanto
d d
α ′ (0)φ = (φ ◦ α)|t=0 = φ(x1 (t), · · · , xn (t))|t=0 =
dt dt
∑n ( )
′ ∂
=[ xk (0) ]φ
k=1
∂xk 0
a expressão acima pela regra da cadeia. Com isso chegamos na expressão para o
operador α ′ (0)
∑
n ( )
′ ∂
α (0) = [ xk′ (0) ].
k=1
∂xk 0
∂
Seja Tf o espaço vetorial gerado por {( )0 }k∈In . O conjunto Tp M dos vetores
∂xk
tangentes à M em p é igual à Tf .
Já mostramos, na dedução acima que Tp M ⊂ Tf agora iremos mostrar a outra
inclusão. Seja v ∈ Tf , então
∑
n
∂
v= λk ( )0
k=1
∂xk
seja α : I → M dado pela parametrização f por xk = λk t, então
∑
n
∂ ∑ n
∂
′
α (0) = xk′ (0)( )0 = λk ( )0 = v ∈ Tp M.
k=1
∂xk k=1
∂xk
dφp : Tp M1 → Tφ(p) M2
que associa a cada v ∈ Tp M1 o vetor dφp (v) ∈ Tφ(p) M2 definido como se segue:
Escolha uma curva diferenciável α : (−ε, ε) → M1 com α(0) = p, α ′ (0) = v
então
dφp (v) = (φ ◦ α) ′ (0).
Para a definição fazer sentido é necessário mostrar que (φ ◦ α) ′ (0) não depende
da escolha de α e que dφp e que dφp é mapa linear (provar).
TM = {(p, v), p ∈ M, v ∈ Tp M}
1.2. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES 29
definimos um mapa
gα : Uα × Rn → TM
por
∑
n
∂
gα (xα1 , · · · , xαn , yα1 , · · · , yαn ) = (fα (xα1 , · · · , xαn ), yαk )
k=1
∂xαk
se {(Uα , fα )} é uma estrutura diferenciável para M então {(Uα × Rn , gα )} é uma
estrutura diferenciável para TM.
onde qα ∈ Uα , qb ∈ Ub , vα , vb ∈ Rn então
1. f é um homeomorfismo diferenciável.
2. (df)q : Rk → Rn é injetivo ∀ q ∈ U.
1
f−
1 (W) é um difeomorfismo.
ê Demonstração.
| × ·{z
denotamos por Λk (V) o conjunto dos mapas k-lineares, w : V · · × V} → R
k parcelas
alternados.
∗
b ◦ fα ) wb (v1 , · · · , vk ) = wb (dfb ◦ fα )(v1 ), · · · , dfb ◦ fα )(vk )) =
1 −1 −1
(f−
= w(dfb ◦ df−
b ◦ fα )(v1 ), · · · , dfb ◦ dfb ◦ fα )(vk )) =
1 −1
= wα (v1 , · · · , vk ),
∗
b ◦ fα ) wb = wα .
1
isto é, (f−
∂
$ Corolário 9. Seja fα : Uα raMn uma parametrização de M e Xk = , k ∈ In
∂xk
uma base associada a parametrização. Um campo vetorial X pode ser escrito em
fα (Uα ) como
∑
n
∂ ∑ n
X= ak = ak Xk .
k=1
∂xk k=1
∑
n
∂ ∑ n
∂
X= aj , Y= bk
j=1
∂xj k=1
∂xk
∑
n
∂φ
XYφ = X bk =
k=1
∂xk
∑
n ∑
n
∂bk ∂φ ∑ ∑
n n
∂2 φ
= aj + aj bk
j=1 k=1
∂xj ∂xk j=1 k=1
∂xj ∂xk
1.2. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES 33
de maneira semelhante
∑ n
∂φ
YXφ = Y( aj )=
j=1
∂X j
∑
n ∑
n
∂aj ∂φ ∑ ∑
n n
∂2 φ
= bk + bk aj
k=1 j=1
∂xk ∂xj k=1 j=1 ∂xk ∂xj
disso segue
∑
n ∑
n
∂bj ∂aj ∂
(XY − YX)φ = (ak − bk ) )φ
k=1 j=1
∂xk ∂xk ∂xj
1. O comutador é diferenciável.
4. Identidade de Jacobi
5.
[θX, φY] = θφ[X, Y] + θX(φ)Y − φ(Y(θ))X.
ê Demonstração.
1.
2.
3.
4. Temos que
5.
ê Demonstração.
fα (Uα ) ∩ fβ (Uβ ) ̸= ∅
1.3. VARIEDADES DIFERENCIÁVEIS ORIENTÁVEIS 35
ê Demonstração.
ê Demonstração.
ê Demonstração.
36 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
K=A
onde
A = {p ∈ Mn | w(p) ̸= 0}.
∫ ∫
w= adx1 · · · dxn
U K
definimos
∫ ∫ ∫
w= wα = aα dx1 · · · dxn
M Vα Uα
α ◦ fb : Ub → Uα
1
f = f−
pois det(Jf) > 0 por termos orientação positiva ( logo podemos retirar o módulo na
expressão da integral de mudança de coordenadas), disso segue que
∫ ∫
wα = wb
Vα Vb
∑
m
1. φk = 1
k=1
∫ m ∫
∑
w= φk .w.
M k=1 M
ê Demonstração.
Considere outra cobertura {wb } de M que determina em M a mesma orientação
que {vα } e seja (ψk )s1 uma partição da unidade subordinada à {wb } então {vα ∩ wb } é
uma cobertura de M e a famı́lia (φk ψj ) será uma partição da unidade subordinada
à (vα ∩ wb ) então
m ∫
∑ ∑ s ∫
m ∑
φk .w = φk .ψj .w
k=1 M k=1 j=1 M
de forma similar
s ∫
∑ ∑ m ∫
s ∑
φk .w = φk .ψj .w
j=1 M j=1 k=1 M
1. φ(p) = 1 se p ∈ B1 (0).
2. 0 ≤ φ(p) ≤ 1 se p ∈ B2 (0).
1.4. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES 39
obtemos uma função diferenciável γ que possui máximo em t = −1, dado por
∫ −1 ∫ −1
γ(−1) = α(s)ds = α(s)ds = A
−∞ −2
γ(t)
tomando B(t) = obtemos uma função diferenciável com as propriedades
A
0
∫−2 z}|{
α(s) ds
1. B(t) = 0 se t ≤ −2 pois −∞ = 0.
A
2. 0 < B(t) ≤ 1 se t ∈ (−2, −1), pois
∫t ∫t ∫1
α(s)ds α(s)ds α(s)ds A
0 ≤ −∞ ≤ −2
≤ −2
= = 1.
A A A A
(0, · · · , 0).
ê Demonstração. Sejam (x01 , · · · , x0n ) = x0 ∈ U tal que g(x01 , · · · , x0n ) = p como
U é aberto existem r > 0 tal que Br (x01 , · · · , x0n ) ⊂ U. Sejam T a translação em Rn
que leva (x01 , · · · , x0n ) em (0, · · · , 0), isto é, T (x) = x − x0 e H : Rn → Rn o mapa com
3p
H(p) = . H ◦ T leva Br (x01 , · · · , x0n ) em B3 (0), pois, dado y ∈ Br (x01 , · · · , x0n ) temos
r
||y − x0 || < r daı́ pela translação T , tem-se que ||T (y)|| < r e pela aplicação de H que
3
se modifica a distância em fator de , temos
r
3 3
||H(T (y))|| = ||T (y)|| <r =3
r r
então definimos a parametrização f = g ◦ T −1 ◦ H−1 , que satisfaz as condições
requeridas.
1.
∑
m
φk = 1
k=1
• φ(p) = 1 se p ∈ B1 (0).
θk : φ ◦ f−
k : Vk → R pois fk : B3 (0) → Vk logo fk → B3 (0) e φ : B3 (0) → R . As
1 + −1 +
θk (p)
φk (p) = ∑
m , π ∈ M.
θj (p)
j=1
Temos que
1.
∑
m
∑
m ∑
m θk
θk k=1
φk (p) = ∑
m = ∑
m =1
k=1 k=1 θj (p) θj (p)
j=1 j=1
θk (p)
2. Temos θk (p) ≥ 0 por construção e φk (p) = ≤ 1 pois
∑
m
θj (p)
j=1
∑
m
θk (p) ≤ θj (p).
j=1
ê Demonstração.
• Linearidade, se c ∈ R
∫ ∫ ∫
′
(cw + w ) = c w+ w.
M M M
ê Demonstração.
∫∫ ∫
∂q ∂p
− dxdy = (pdx + qdy)
Rc ∂x ∂y Cs
temos que
∂P ∂P ∂Q ∂Q
dw = ( dx + dy) ∧ dx + ( dx + dy) ∧ dy =
∂x ∂y ∂x ∂y
1.5. TEOREMA DE STOKES 43
Hn = {(x1 , · · · , xn ) ∈ Rn | x1 ≤ 0}.
dfp = dfp .
∑n
∂fp
dfp = dxk .
k=1
∂x k
44 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
∪
1. fα (Uα ) = M
α
Seja W = f1 (U1 ) ∩ f2 (U2 ), que é não vazio pois possuem mesmo ponto na imagem
1 ◦ f2 : f2 (W) → f1 (W) é um difeomorfismo. Como x1 ̸= 0 existe uma
1 −1 −1
p. O mapa f−
vizinhança U de q2 , U ⊂ f−
2 (W) que não intercepta o eixo x1 . restringindo f1 ◦ f2
1 −1
1 ◦ f2 leva uma
1
é nulo (não entendi essa parte), pelo teorema da função inversa f−
vizinhança V ⊂ U de q2 em f−
1 ◦ f2 (V) ao redor de q, daı́ f1 ◦ f2 (V) ⊂ f1 (W) ⊂ H
1 −1 −1 n
(essa últimas inclusões pela definição da variedade com bordo) irá conter pontos da
forma (x1 , · · · , xn ) com x1 > 0, pois imagem leva abertos em aberto, só que pontos
dessa forma não estão em Hn , o que contradiz a hipótese .
1.5. TEOREMA DE STOKES 45
ê Demonstração.
−1
det(J(fα ◦ fb )q ) > 0 ∀ q
tal que sua imagem pela parametrização está na borda. Observe que a troca de
coordenadas (continuar depois)
ê Demonstração.
∂H = Rm = {x ∈ Rm+1 | x0 = 0}.
ê Demonstração.
∫ ∫
∗
i w= dw
∂M M
∑
n ∧
n
onde w = aj dxk .
j=1 k=1,k̸=j
ê Demonstração.
Seja K o suporte de w consideramos os seguintes casos:
∑
n ∧
n
dw = daj ∧ dxk
j=1 k=1,k̸=j
1.5. TEOREMA DE STOKES 49
aj (x1 , · · · , xn ) = 0 se (x1 , · · · , xn ) ∈ Hn \ U
como f−1 (K) ⊂ U , f−1 (K) é o conjuntos dos pontos onde a função não se
anula, em U \ f−1 (K) a função se anula, então ela se estende diferenciavel-
mente para Hn , se a função for nula em U também não temos problema,
pois neste caso ela será a função constante nula, que é diferenciável. Agora
seja Q ⊂ Hn um paralelepı́pedo fechado dado por x1j ≤ xj ≤ x0j , j ∈ In e
contendo f−1 (K) no seu interior, que pode ser tomado assim pois K é fe-
chado, f−1 (K) é fechado em um limitado U logo é compacto, por isso não
é o semi-espaço todo. Então
∫ ∑ n ∑
n ∫
j−1 ∂aj ∂aj
(−1) dx1 · · · dxn = (−1)j−1
dx1 · · · dxn =
U j=1
∂xj Q ∂xjj=1
∑
n ∫
+ (−1) j−1
a1 (x1 , · · · , x0j , · · · , xn )−a1 (x1 , · · · , x1j , · · · , xn )dx1 · · · dxj−1 dxj · · · dxn
j=2 Q
2. Vamos agora considerar o caso geral. Sejam {vα } uma cobertura de M por
vizinhanças coordenadas compatı́veis com a orientação e (φk )m
1 uma partição
∑
n ∑
n
φj = 1 ⇒ dφj = 0
j=1 j=1
1.5. TEOREMA DE STOKES 51
tem-se ainda
∑
n ∑
n
wj = ( φj ) w = w
j=1 j=1
| {z }
=1
e
∑
n ∑
n ∑
n
dwj = ( dφj ) w + ( φj ) dw = dw
j=1 j=1 j=1
| {z } | {z }
0 1
então
∫ n ∫
∑ n ∫
∑ ∫ ∑
n ∫
∗ ∗
dw = dwj = i wj = i wj = i∗ w.
M j=1 M j=1 ∂M ∂M j=1 ∂M
df = f = −f(p).
M −p
$ Corolário 10. Provamos acima no primeiro caso que w uma forma diferencial
de Classe C1 , grau m e suporte compacto em M variedade diferenciável com borda
vazia de dimensão m + 1, então
∫ ∫
dw = 0 = i∗ w.
M ∂M
∧
m
Z Exemplo 17. A forma w = dxk em Rm é exata pois w = dα onde
k=1
1 ∑ ∧
m m
j+1
α= (−1) xj dxk
m j=1 k=1,k̸=j
pois
1 ∑ ∧ ∧
m j−1 m
dα = (−1)j+1 dxj dxk ∧ dxk =
m j=1 k=1 k=j+1
1 ∑ ∧ ∧
m j−1 m
= j+1
(−1) (−1) j−1
dxk ∧ dxj ∧ dxk =
m j=1 k=1 k=j+1
1
m ∧
∑ m
1 ∧
m ∧
m
= dxk = m dxk = dxk
m j=1 k=1
m k=1 k=1
como querı́amos.
d(w ∧ w ′ ) = |{z}
dw ∧d ′ + (−1)r w ∧ |{z}
dw ′ = 0.
0 0
H(p, 0) = p0 H(p, 1) = p ∀ p ∈ M.
54 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
H(p, 0) = p0 H(p, 1) = p.
ê Demonstração.
ê Demonstração.
Iremos provar agora o lema de Poincaré , para isso iremos demonstrar alguns
lemas que devem nos ajudar neste processo .
Seja Π : M × R → M a projeção Π(p, t) = p e w a k-forma em M × R dada por
w = H∗ w onde H é o mapa dado pela definição de contratibilidade . (Considerando
no caso M variedade contrátil).
w = w1 + dt ∧ η
ê Demonstração.
Seja p ∈ M e f : U → M uma parametrização ao redor de p, então f(U) × R é uma
vizinhança coordenada de M × R com coordenadas, digamos
(x1 , · · · , xn , t)
∑ ∑
w= ai1 ···ik dxi1 ∧ · · · ∧ dxik + dt ∧ bj1 · · · bjk−1 = w1 + dt ∧ η.
i1 ···ik
m Definição 64. Seja it : M → M × R o mapa dado por it (p) = (p, t), it é dito
inclusão de M em M × R no nı́vel t. Definimos uma mapa I que leva k-formas
de M × R em k − 1-formas de M, como se segue: Se p ∈ M e (vs )k1 ∈ Tp M então
em p
∫1
(Iw)(v1 , · · · , vk−1 ) = η(p, t)(dit (v1 ), · · · , dit (vk−1 ))dt
0
por propriedade de integral. Disso segue que é suficiente mostrar dois caos
1. w = fdxi1 ∧ · · · ∧ dxik .
∑ ∫ 1 ∂f
(Idw)(p) = − ( dt)dxα ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxik−1
α 0 ∂xα
e ∫1
d(Iw)(p) = d( fdt)dxi1 ∧ · · · ∧ dxik−1 =
0
∑ ∫ 1 ∂f
= ( dt)dxα ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxik−1
α 0 ∂xα
H ◦ i1 = identidade.
Então
w = (H ◦ i1 )∗ w = i∗1 (H∗ w) = i∗1 w
dw = d(H∗ w) = H∗ dw = 0
1.6. LEMA DE POINCARÉ 57
d(α) = w.
$ Corolário 13. Toda forma fechada, de grau qualquer r, num aberto convexo
é exata.
Z Exemplo 18. Uma forma de grau > 1 numa superfı́cie simplesmente conexa
pode ser fechada sem ser exata, como exemplo o elemento de volume de uma
superfı́cie compacta orientada.
g∗ w − f∗ w = dα.
ê Demonstração.
∫ ∫
div(F)dv = < F, N > ds
M ∂M
ê Demonstração.
∫ ∫ ∫
< ∇f, ∇g > dv + 2
f∇ gdv = f < ∇g, N > ds
M M ∂M
∂f(a)
Estamos simbolizando ∇f = ( ) ,como o gradiente da função f (vetor cujos
∂xk
componentes são derivadas parciais) .
ê Demonstração.
No teorema da divergência
∫ ∫
div(F)dv = < F, N > ds
M ∂M
tomamos F = f∇g, o que garante
∫ ∫
div(f∇g)dv = < f∇g, N > ds
M ∂M
1.7. TEOREMA DA DIVERGÊNCIA E TEOREMAS DE GREEN 59
∫ ∫
2
f∇ g − g∇ fdv =2
f < ∇g, N > −g < ∇f, N > ds.
M ∂M
∫ ∫ ∫
< ∇g1 −g2 , ∇g1 −g2 > dv+ g1 −g2 ∇ (g1 − g2 ) dv =
2
(g1 − g2 ) < ∇g1 −g2 , N > ds = 0
M M | {z } ∂M | {z }
0 0
portanto ∫
< ∇(g1 − g2 ), ∇(g1 − g2 ) > dv = 0
M
∂g
=< ∇g, N > .
∂N
∂g
=0
∂N
∂g1 ∂g2
= ∈ ∂M
∂N ∂N
então g1 = g2 + c ∈ M.
∫
∂g
ds = 0.
∂M ∂N
∂2 f ∂2 f ∂2 f
+ + =0
∂x2 ∂y2 ∂z2
por simetria, vamos calcular apenas uma das derivadas parciais.
∂f −x
= 3
∂x (x2 + y2 + z2 ) 2
onde aplicamos regra da cadeia, agora derivamos novamente em relação à x
aplicando regra da cadeia e derivada do produto, obtemos
∂2 f −1 3 x2
= 3 + 5 =
∂x2 (x2 + y2 + z2 ) 2 (x2 + y2 + z2 ) 2
∫
1
f(p0 ) = fds.
4πr2 sr
1.8. INTRODUÇÃO A TEORIA DO POTENCIAL EM R3 63
∂r−1 ∂r−1 1
como = = − 2 usando a relação de que se f é harmônica então
∫ ∂N ∂r r
< f, n > ds = 0
∂M
∫ ∫ ∫ ∫
1 1 1 1
=− f 2 ds − < ∇f, N > ds = − f 2 ds − 2 < ∇f, N > ds ⇒
Sp p p Sr r r Sr
Sp
| {z } | {z }
0 0
∫ ∫ ∫ ∫
1 1 1 1
fds = 2 fds ⇒ fds = fds.
p2 Sp r Sr 4πp2 Sp 4πr2 Sr
tal conjunto é fechado por continuidade de f, vamos mostrar que A também é aberto
em Br , daı́ por conexidade deve valer A = Br . Seja z0 ∈ A e l > 0 tal que Bl (z0 ) ⊂ Br ,
escolha b ∈ Bl (z0 ), tomamos s = |b − z0 | a propriedade do valor médio garante
∫ 2π
1
f(z0 ) = f(z0 + seiθ )dθ
2π 0
Figura 1.1:
cada reta pela origem gera um diâmetro nessa esfera que toca a esfera em
exatamente dois pontos antipodais (p, q, r) e (−p, −q, −r). Então podemos pensar
no plano projetivo como conjunto de pares de todos os pontos antipodais na
esfera unitária e o ponto projetivo [p, q, r] correspondendo há dois pontos (p, q, r)
e (−p, −q, −r) de R3 na esfera, tal identificação fornece uma relação natural, "dois
para um"da esfera no plano projetivo, que envia os pontos (p, q, r) e (−p, −q, −r)
no ponto projetivo [p, q, r].
Então podemos considerar o plano projetivo como composto de pares de pontos
na esfera.
Infelizmente, não é considerado existir uma maneira natural de pensar exa-
tamente metade dos pontos da esfera. Poderı́amos pensar certamente nos pontos
66 CAPÍTULO 1. INTEGRAÇÃO EM VARIEDADES
Figura 1.2:
Figura 1.3:
$ Corolário 14. O plano projetivo é não orientável, pois ele contém uma faixa
de Mobius. Considerando a representação de RP2 como um retângulo com lados
opostos identificados em direçõs opostas como na figura. Quando identificamos
os lados denotados por b a tira sombreada se torna uma faixa de mobius, então o
plano projetivo é não orientável, pois contém uma faixa de mobius (uma superfı́cie
que possui uma faixa de mobius é não orientável) .
Figura 1.4: