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2 - Engrenagens

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2 - Engrenagens

• Superfícies Primitivas
Eixos paralelos com velocidades de rotação de
sentidos contrários. Engrenagens exteriores.

Vamos procurar o centro instantâneo de


movimento;
Para isso temos um ponto genérico M, que quer
pertença a um plano ou a outro, tem a mesma
velocidade;

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• O ponto I estará necessariamente na reta O1O2


tal que:

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• Da igualdade retiramos que:

• A quantidade designa-se por entre eixo e


representa-se pela letra a.

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• Como as velocidades são constantes e não há


escorregamento,

• Temos:

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• O ponto I considerado solidário do plano π1


descreve uma circunferência de raio r1 e centro
O1.
• O ponto I considerado solidário do plano π2
descreve uma circunferência de raio r2 e centro
O2.
• Estes dois círculos são designados por círculos
primitivos. É um conceito essencialmente
cinemático.
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• Teoria de geração de dentado

Para a geração do dentado existem diversas


teorias. A teoria da geração do dentado em
envolvente de círculo, que dá forma ao perfil
de dente evolvente.

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• Curva Evolvente

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• Definição de evolvente, assumindo as


seguintes condições:
C1 é uma superfície primitiva cilíndrica que rola sem
escorregar sobre o plano P;
I∆ é o eixo instantâneo do movimento de rotação
relativamente (P C1);
N é um plano perpendicular a P e paralelo a I∆;
 MM’ a recta que provém da intercepção dos
planos P e N.

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• Definição de evolvente

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• Quando C1 rola sobre o plano P sem escorregar, o


plano N vai assumindo sucessivas posições
relativamente a C1, obtendo assim uma superfície S1
como evolvente. Como não há escorregamento, esta
curva gerada é uma evolvente que possui as seguintes
propriedades:

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 É uma curva gerada por um ponto solidário da recta R


que rola sem escorregar sobre um círculo. A
propriedade do rolamento, sem escorregamento,
permite-nos traçar esta curva imediatamente. Se M é
o ponto gerador, temos pela igualdade de arcos
percorridos pelo ponto de contacto nas duas curvas;

 A normal à curva num ponto qualquer é tangente ao


círculo primitivo;

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 Este círculo C1 é a curva envolvente das normais ao


perfil. Ele será portanto o lugar geométrico dos
centros de curvatura da evolvente.

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• Cilindro de base e ângulo de pressão
 No caso real do dentado reto o plano N é paralelo ao eixo I∆,
mas não é perpendicular ao plano P, tem um determinado
ângulo θ com o plano P. No entanto continua a ser paralelo
ao eixo I∆.

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• O plano P’ faz um ângulo α com o plano P e é


perpendicular ao plano N e da intercepção dos dois
surge a recta VV’. Considerando um plano N’
coincidente ao plano N e perpendicular a P’, quando P
se desloca com uma velocidade , P’ desloca-se
com velocidade , consequência da
ligação do plano N com N’. Com isto, os planos P’, N’ e
o cilindro C’1 estão nas condições de evolvente.

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• Assim sendo o ponto V gera uma evolvente sendo
agora do cilindro C’1.

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• O ângulo α é o ângulo de pressão. O cilindro C’1 é o
cilindro de base de raio rcosα. O ângulo de pressão é
uma característica intrínseca da roda dentada.

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• Os cilindros primitivos e de base não são


materializados numa roda dentada e não estão
acessíveis a uma medição directa. O ângulo de
pressão de 20° é o mais utilizado na geração de
dentado reto em evolvente de circulo.

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• Materialização da geração de dentado -


Máquina MAAG
O buril é constituído por uma cremalheira;
O buril é montado num cabeçote animado de
movimento rectilíneo alternado, dado por um
sistema biela-manivela;
A cremalheira só corta no movimento descendente;
A distancia entre duas arestas homologas do buril-
cremalheira, com inclinação para o mesmo lado, é
designado por passo.
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• Esquema buril cremalheira geradora:

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• Os passos das cremalheiras estão normalizados,


a translação da carruagem, equivale a um passo
da cremalheira-buril, corresponde a uma
rotação da roda igual a 2π/Z, sendo Z o numero
de dentes.
• Como há movimento sem escorregamento:

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• Dividindo ambos os membros por π, temos:


2r=Z r-raio primitivo; Z-n.º dentes;
p0-passo buril-cremalheira
• Ao quociente do passo da cremalheira por π,
chama-mos módulo do buril.
• O módulo em valor é definido em milímetros e
é normalizado, exemplos de módulos de 1ª
escolha:
• 1-1,25-1,5-2-2,5-3-4-5-6-8-10-12-16-20 [mm]
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Linha de referência

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• Proporções dos dentes


A fig. mostra os cilindros que constituem o
dente:

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• Cilindros de addendum ou de cabeça;


• Cilindros de deddendum ou de pé;
• Altura do dente – diferença entre raios de
addendum e de deddemdum;
• Altura de cabeça (ha) é a diferença entre raio de
addendum e primitivo;
• Altura de pé (hf) é a diferença entre raio
primitivo e raio de deddemdum;

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Equação
Polar
da evolvente

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Chama-se ângulo de incidência αM num ponto M de raio


rM, ao ângulo que a evolvente nesse ponto faz com o raio
vetor.
Como a normal à evolvente
Num ponto M é tangente ao
circulo de base teremos >
Vemos assim que a cada
valor de rM (1ª eq.)
corresponde um ângulo
QOM (ult.ª eq.).

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• A função é designada por


involuta de αM.

• Esta função é tabelada ou pode ser calculada


através de uma calculadora programável ou
computador.

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• Espessura do dente SM
Sabendo a espessura de um dente no circulo
primitivo, podemos determinar a espessura para
outros raios do dente, mais concretamente rM;

Seja S a espessura no primitivo e SM a espessura


no circulo de raio rM temos:

mas
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• Espessura no dente no circulo de base


No circulo de base o ângulo de incidência é nulo,
logo temos:

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• Engrenamento
• Consideremos uma engrenagem composta por
duas rodas dentadas Z1 e Z2, raios primitivos r1 e
r2 e que seja condutora a roda Z2.
• A linha de engrenamento – é o traço no plano de
movimento, do lugar geométrico dos pontos de
contacto, a recta T1T2, tangente aos dois círculos
de base e que faz um angulo α, ângulo de
pressão, com a tangente comum aos círculos
primitivos no ponto I.

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• O engrenamento inicia-se no ponto A em que


o perfil P2 contacta com o perfil P1, ponto
este que está no circulo de addendum de P1.
• O engrenamento inicia-se no ponto em que o
circulo de addendum da roda conduzida
intercepta a linha de engrenamento

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• À medida que o engrenamento prossegue


verificamos que:
O ponto de contacto sobre o dente de perfil P2
move-se no sentido do pé para a cabeça;
O ponto de contacto sobre o dente de perfil P1,
move-se da cabeça para o pé.
• Ao comprimento AI dá-se o nome de
comprimento de aproximação;
• Ao comprimento IB chama-se comprimento
de afastamento.
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• No ponto I existe rolamento sem


escorregamento;
• O engrenamento prossegue até ao ponto B

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• Chama-se razão de condução εα ao quociente


do comprimento de engrenamento AB pelo
passo de base pb:

• Calculo da razão de condução:

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• Importância da razão de condução e porque


deve ser “grande”:
Um engrenamento mais suave;
Uma maior capacidade de carga;
A razão deve ser superior a 1,6;
A razão deve preferencialmente estar
compreendida entre

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• Formas de aumentar a razão de condução:


Alterar as proporções do dentado, em particular,
aumento de altura de addendum;
Diminuição do ângulo de pressão;
Aumento isolado ou em simultâneo do numero de
dentes;
Utilização de engrenagens helicoidais
(mais utilizado).

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• Raio ativo de pé de funcionamento rA


• É o raio do ponto do perfil mais proximo do
centro, em que se verifica contacto com o
elemento dentado à qual está acoplada a roda
em questão. Na roda motora é o ponto A e na
movida o ponto B, na seguinte figura:

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• Facilmente determinamos este valor:

com

Ficando:

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• Para uma roda ou pinhão temos o raio ativo


de pé de funcionamento e o raio ativo de pé
de corte.
• Este ultimo conceito delimita o raio do ponto
a partir do qual podemos contar com um
perfil em evolvente de circulo.
• È evidente que o raio ativo de corte deve ser
menor que o raio ativo de funcionamento,
caso contrario, aconteceriam choques e
vibrações no engrenamento.
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• Pela figura seguinte é fácil ver que a buril-


cremalheira é de todos os elementos que
podem construir uma roda dentada a que
consegue situar o ponto A mais baixo, ou seja
o raio ativo de pé de corte.
• Caso seja usado um buril-pinhão convém que
este tenha um numero de dentes superior ao
da roda com que ela vai engrenar.

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O raio ativo de pé
de corte será então
dado pela seguinte
equação:

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• Entre eixo de uma engrenagem

• Uma engrenagem pode trabalhar com entre


eixos diferentes do normal, quer seja por
razões funcionais – equilibragem de
escorregamentos específicos; quer seja por
razões construtivas.
• O entre-eixo efetivo de acoplamento chama-
se entre-eixo de funcionamento a´.
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• Se a´é diferente de a, definiremos ângulo de


corte e de funcionamento;
• Se a´é o novo entre-eixo teremos:

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• O fato de a´ser diferente de a, altera os raios


primitivos, mas não altera os círculos de base.
O engrenamento faz-se segundo uma nova
linha tangente aos círculos de base que fará
um ângulo

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• A seguinte figura dá-nos o caso de uma


engrenagem constituída por duas rodas
corrigidas positivamente:

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• O entre-eixo de funcionamento para que não


haja folga deve ser:

• Já sabemos que:

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• As espessuras sobre os primitivos serão:

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• Devemos ter nos novos primitivos:

• Substituindo S1; S2; r1; r2;

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• Teremos:

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• Simplificando:

• Ficamos com o valor de invα´:

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• Os restantes valores necessários são:

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