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Edição 2
Março de 2021
Elaboração:
Anatel-GO (GR07/SFI)
Gerência de Certificação e Numeração (ORCN/SOR)
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A Anatel se coloca à disposição da RFB para prestar apoio para a inspeção de produtos para
telecomunicações importados. Vislumbra-se que esse apoio pode ser prestado por duas formas:
• Treinamentos: quando solicitado, a Anatel poderá prover treinamentos aos agentes aduaneiros
para que estes possam avaliar a regularidade dos produtos de forma autônoma, por exemplo
utilizando os sistemas interativos da Agência para verificação das características de
homologação dos produtos;
• Emissão de laudos: caso não seja possível para os agentes aduaneiros verificar a regularidade
dos produtos de forma autônoma, a Anatel, quando solicitado, poderá emitir laudo de avaliação,
atestando, justificadamente, se o produto é regular ou irregular e, caso seja irregular,
informando se há possibilidade de regularização pelo importador.
O apoio da Anatel à RFB, tanto por meio de treinamentos quanto pela inspeção de produtos para emissão
de laudos, será prestado pelos agentes de fiscalização que já estão envolvidos na execução do Plano Operacional
de Fiscalização da Agência. Por isso, para cada solicitação de apoio, deverá ser acordado um prazo exequível,
considerando ainda a eventual necessidade de deslocamento dos agentes de fiscalização.
Os produtos avaliados pela RFB que estiverem em trânsito para outros países não necessitam de
homologação da Anatel caso sejam destinados à comercialização e uso fora do Brasil. No entanto, a Anatel poderá
prestar apoio à RFB para emissão de laudo em dois casos:
• Produtos em trânsito que contenham selo da Anatel – neste caso a Agência poderá avaliar a
regularidade do selo e a compatibilidade das características do equipamento com o produto
homologado;
• Produtos destinados a práticas ilegais – caso o produto seja destinado à prática de crimes, como
é o caso dos bloqueadores de sinais e dos produtos destinados à recepção de conteúdo
audiovisual pirata, a Anatel poderá atestar essa situação à RFB.
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Considerações sobre a regulamentação
Art. 55. A homologação é pré-requisito obrigatório para a utilização e a comercialização, no País, dos produtos
abrangidos por este Regulamento.
Parágrafo único. A Anatel poderá estabelecer, por meio de Procedimentos Operacionais, os casos em que haverá
a necessidade de homologação prévia à importação de produtos para telecomunicações.
No entanto, para produtos destinados à comercialização, a identificação com o selo é exigida antes da
entrada do produto no país, conforme Parágrafo Único do Art. 63. Para esses casos, um procedimento operacional
excepcionará os produtos dispensados da identificação.
Art. 63. Os produtos homologados devem conter a identificação da homologação, conforme estabelecido no
correspondente Procedimento Operacional.
Parágrafo único. No caso de produtos para telecomunicações importados destinados à comercialização, a
identificação da homologação deve ser realizada antes da entrada do produto no País, ressalvados os casos e
situações definidos no Procedimento Operacional mencionado no caput.
Portanto, se o produto tiver sua homologação destinada ao uso (art. 64, I da Res. 715/2019) e o produto
se encaixar nos casos de homologação por simples declaração de conformidade, destinada a equipamentos de
radiação restrita e baixa potência, desde que não operem conectados à rede elétrica, e para utilização do próprio
importador (fones e caixas de som bluetooth, roteadores wi-fi etc), a marcação pode ser feita a posteriori. No
entanto, se o produto é destinado à comercialização, a marcação deve ocorrer antes da entrada no país.
Ato 2221/2020:
5.1. O produto homologado deve ser marcado com a identificação da homologação Anatel.
5.2. A identificação no produto deve ser providenciada previamente ao uso ou à sua disponibilização no mercado.
O Ato 2221/2020 está atualmente vigente e será substituído pelo Ato 4088/2020, que mantém a mesma
disposição citada acima, mas que também excepciona os casos que não necessitarão de identificação prévia à
importação a partir de 31 de julho de 2021.
Ato 4088/2020:
Art. 2º As obrigações estabelecidas no item 5.2.1 deste Procedimento passarão a ser obrigatórias após 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias da publicação deste Ato.
(...)
5.2.1. No caso de produtos para telecomunicações importados, a identificação da homologação deve ser
realizada antes da entrada do produto no País, ressalvados os seguintes casos:
I - Produtos não acabados passíveis de homologação cuja importação é realizada pelo Requerente para
finalização do produto em território nacional;
II - Produtos que exijam a afixação da identificação por meio do Selo de Segurança; e
III - Produtos para o uso do próprio importador.
Apenas o titular da homologação ou entidade por ele autorizada pode importar um produto para
telecomunicações.
O art. 64, II da Res. 715/2019 dispõe que “O Certificado de Homologação, emitido pela Anatel, confere ao
titular o direito de utilizar e/ou comercializar o produto de telecomunicações em todo o País, no caso de
homologação de Certificado de Conformidade, em suas modalidades”.
Nota-se do exposto que somente o titular do direito de comercializar pode autorizar terceiros a distribuir
ou importar o produto para a comercialização, mormente porque sobre ele recai responsabilidade solidária pelas
obrigações em relação ao produto. Nesse sentido, o §1º do art. 67 citado preconiza: Na situação prevista no
caput, o cedente responde solidariamente por eventuais danos e obrigações decorrentes da comercialização do
produto.
As disposições acima determinam a necessidade de haver um vínculo jurídico (contrato, autorização etc)
entre o titular do direito de comercializar (detentor do certificado de homologação) e o importador interessado
na distribuição do produto para que o produto seja validamente ofertado em território nacional.
Portanto, firma-se o entendimento de que é exigível em zona primária, antes do desembaraço aduaneiro,
a bem da proteção do consumidor de telecomunicações, com fundamento no art. 64, caput e II c/c art. 67 caput e
§1º da Res. 715/2019, o acordo comercial que legitime o importador não detentor da homologação a importar o
produto para telecomunicações para o Brasil.
É previsto na regulamentação a homologação somente do módulo (placa) de transmissão de frequências
alternativamente à homologação do produto final para alguns tipos de produto (por exemplo, caixas de som
portáteis e notebooks), para permitir economia de escala aos fabricantes. Neste caso, o produto que utiliza o
módulo deve ter marcado em seu manual, ou guia rápido, ou no corpo do equipamento a seguinte informação:
“Este produto contém a placa XXXXX código de homologação HHHHH-AA-FFFFF”, conforme determina o Ato
2221, de 20 de abril de 2020. Aplica-se o entendimento de que apenas o titular da homologação do módulo ou
entidade por ele autorizada pode importar um produto final para telecomunicações..
Considerações sobre a regulamentação 5/5
Para que um produto possa receber um certificado de homologação da Anatel, são realizados testes para avaliação
de atendimento a diversos requisitos técnicos, que visam garantir que os produtos operam de acordo com a regulamentação
vigente no país.
Por exemplo, testes são realizados para verificar se as características relacionadas à emissão de radiofrequências são
compatíveis com as faixas de frequências e limites de potência previstos na regulamentação. Também são verificados os
níveis de emissão de radiação não ionizante e a proteção do usuário contra choques elétricos, superaquecimento e
vazamento de material tóxico.
É comum que alguns produtos sejam homologados com determinadas características técnicas e posteriormente
recebam novas funcionalidades, como por exemplo novas faixas de radiofrequências de operação, e não sejam novamente
submetidos à avaliação de conformidade. Nesses casos, os produtos são considerados como não homologados, pois são
diferentes dos produtos avaliados para emissão do certificado de homologação.
Os TV Boxes são produtos de alto valor agregado e de grande apelo junto aos consumidores. Sua principal função é
transformar um televisor comum em uma SmartTV, permitindo acesso a conteúdos disponíveis na Internet, como Netflix,
GloboPlay, Prime Video, etc.
No entanto, é comum que esses aparelhos também sejam embarcados com softwares destinados à recepção de
conteúdo pirata, contrariando a Lei de Direitos Autorais.
Em seu Art. 60, Inc II, a Resolução nº 715/2019 estabelece que deve ser indeferido o requerimento de homologação
quando o produto se prestar a fins ilícitos.
Portanto, caso possuam software destinado à recepção de conteúdo pirata, os TV Boxes, ainda que possuam um
certificado de homologação, são considerados para todos os efeitos como produtos não homologados.
São exemplos de softwares dedicados à pirataria comumente encontrados instalados em Tv Boxes o “My Family
Cinema” e “TV Express”. Outros softwares com essa finalidade podem surgir no futuro.
2020