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ENGENHARIA
DE CONTROLE
E AUTOMAÇÃO
Automação e Controle de Processos Agrícolas e Industriais
1
AULA 4
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
ORDINÁRIAS
6.1. Conceito
Uma equação diferencial é qualquer relação entre uma função e as suas de-
rivadas. As Equações Diferenciais Ordinárias (EDO) e suas aplicações em circuitos
elétricos são as bases para o entendimento do estudo da Engenharia de Contro-
le e Automação.
A função y que aparece na equação é uma função de uma variável real x. A
dy d2y
forma geral da equação é F(x, y, y’, y’’, . . .) = 0, onde y’ = , y” = 2 , ..., denotam
dx dx
as derivadas da função y em relação à variável x.
A ordem da equação é a ordem da derivada de ordem superior que aparece
na equação.
Nossas aplicações em circuitos elétricos limitam-se somente às Equações Di-
ferenciais Ordinárias Lineares de primeira e de segunda.
• Caso Geral
Seja a Equação Diferencial Ordinária Linear Homogênea de primeira ordem:
dy
+ Py = 0
dx
Para o caso de P ser constante, a solução geral será:
y (x) = Ke -Px
Exemplo 1
dy
Encontre a solução da equação diferencial + 5y = 0 e y(0) = 2.
dx
37
Exemplo 2
dy
Encontre a solução da equação diferencial 3 + 12y = 0 e y(0) = 5. Analo-
dx
gamente, teremos:
Exemplo 1
dy
Encontre a solução da equação diferencial + 3x = 9 e y(0) = 1.
dx
Exemplo 2
dy
Encontre a solução da equação diferencial 2 + 4x = 8 e y(0) = 1.
dx
38
AULA 5
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
ORDINÁRIAS LINEARES DE 2A ORDEM
y = eλx
yg = C1eλ1x + C2eλ2x
39
Considerando a solução geral:
yg = C1e(α+jβ)x + C2e(α-jβ)x
Sabe-se que:
Exemplo
d2y dy
Encontre a solução geral de 2+2 + 8y = 0.
dx dx
Polinômio Característico: λ2 + 2λ + 8 = 0
d2y + b dy + cy = f (x)
dx2 dx
Para algumas funções f(x), é fácil descobrir uma solução particular da equa-
ção. No entanto, em casos que demandam mais cálculos para a determinação
dos coeficientes aplicaremos o Método dos Coeficientes a Determinar.
• Funções Exponenciais
Seja a equação:
d2y dy
+ 3 + 2y = 2e3x
dx2 dx
As derivadas da função exponencial são múltiplas da própria função, espera-
se, então, que existam soluções particulares da forma yp = Ae3x onde A é um
coeficiente a ser determinado.
As derivadas da função são:
dy d2y
= 3Ae3x e = 9 Ae3x
dx dx2
40
Substituindo as derivadas teremos:
Para que a função seja solução da equação a constante A deverá ser igual a
0,1. A solução não homogênea, ou particular, será dada por: yp = 0,1e3x.
• Polinômios
Consideremos agora uma equação em que o lado direito é um polinômio:
d2y dy
- 4 + 2y = 2x2
dx2 dx
O lado direito é um polinômio de segundo grau. Se y fosse igual a x2, obterí-
amos o lado direito a partir do termo 2y no lado esquerdo; mas as derivadas de
x2 darão um termo dependente de x e uma constante. Para anular esses termos
que não aparecem no lado direito, vamos incluí-los na função y, multiplicados
por coeficientes que serão logo determinados por yp = A + Bx + Cx2 e substituin-
do na equação diferencial,
d2y dy
2 -4 + 2y = 2Cx2 + (2B - 8C)x + (2A - 4B + 2C) = 2x2 + 0x + 0
dx dx
Então: 2C = 2 => C = 1; (2B - 8C) = 0 => B = 4 e (2A - 4B +2C) = 0 => C = 7
yp = Acos(2x) + B sen(2x)
− 4A − 6B + 2A = 0
−4B + 6A + 2B = 10
-6 + 9y = (2 + x)e3x cos(2x)
41
d2y dy
dx2 dx
A solução particular tem a forma:
d2y - 6 dy + 9y = (2 + x)e
3x
dx2 dx
Nesse caso, a solução teria a forma:
Exemplo
Encontre a solução do seguinte problema de valores iniciais:
yh = C1e−2x + C2xe−2x
yp = Acos(2x) + B sen(2x)
42
Resolvendo o sistema matricial determinamos C1 e C2.
Finalmente, a Solução Geral será:
3 1
yg = (x - π)e2(π - x) + sen(2x)
4 8
43
AULA 6
São circuitos em que as tensões e correntes são descritas por Equações Di-
ferenciais Ordinárias Lineares de Primeira Ordem com Coeficientes Constantes
(também conhecidos como circuitos de primeira ordem).
Considere o circuito dado na Figura 1(a). A chave S está conectada ao ter-
minal 1 por um longo período de tempo, provocando o carregamento total do
capacitor C. O capacitor, então, se comporta como um circuito aberto, pois sua
corrente é zero e a tensão em seus terminais é igual à da fonte vg. No instante t =
0, a chave S é então conectada ao terminal 2 como mostra a Figura 1(b).
R1 iR (t)
1 2 v(t)
S S
t=0 2
t=0
ic(t)
vg R vR(t) R
C vc = vg = Vo C
(a) (b)
Figura 1. Circuitos RC para carga e descarga de capacitor
44
v(t)
Vo
0 t
Figura 2. Gráfico da variação da tensão v(t) no tempo
45
A reta tangente à curva v(t) no ponto t = 0, denominada v1(t), intercepta o
eixo de tempo em t = T= RC segundos.
Considere o circuito RL dado na Figura 4(a) em que a chave S está fechada por
um longo período de tempo. O indutor L comporta-se como um curto-circuito.
A tensão nos terminais de L é zero e as correntes em R1 e em R também são
nulas. Assim, toda corrente da fonte ig passa pelo ramo indutivo. Para encontrar
a Resposta Natural, é preciso calcular a tensão e a corrente nos terminais do
resistor R depois que a chave S é aberta, isto é, depois que a fonte é desligada do
circuito e o indutor começa a liberar a energia que acumulou, como mostrado
na Figura 4(b).
t=0 S i(t)
(a) (b)
Figura 4. Circuitos RL para carga e descarga do indutor
1
w L (0) = L.(Io ) 2
2
i(t)
Io
0 t
Figura 5. Gráfico da variação da corrente i(t) no tempo
Como
46
A energia absorvida pelo resistor será:
i(t)
Io
i1(t)
i(t)
0,368.Io
0 T t
Figura 6. Curva da resposta i(t) no tempo registrando a constante de tempo T
R1
L
vR1 vL
Malha 2
v(t) vR2 R2 C vc(t)
Malha 1 i2(t)
i1(t)
- Malha 1:
- Malha 2:
Para se determinar a saída i2(t), deve-se explicitar i1(t) em (II), derivar i1(t)
explicitado e, em seguida, substituir em (I):
47
Fazendo-se:
tem-se:
eat Aeat
sen bt , cos bt A.sen at +B.cos bt
e .sen bt, e .cos bt
at at
e (Asen bt + Bcos bt)
at
48
Nota: Se a excitação (fonte) tiver uma frequência natural em sua função f(t),
deve-se atentar para que yf(t) não seja L. D. em relação a yn(t).
dyn(t) d2yn(t)
Substituindo e na EDOLH, tem-se:
dt dt2
Fórmula de Euler:
Substituindo: yn(t) = eat (K1cos(βt) + k2sen (βt)) ; (α < 0)
49
Resposta Característica de Sistema Subamortecido
1.6
1.4
1.2
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 5 10 15 20 25
Tempo (s) (sec)
λ = λ1 e λ = λ2 com λ < 0.
0.9
0.8
0.7
Resposta r(t) ao Degrau Unitário
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo (s) (sec)
λ = λ1 = λ2
50
gráfico de resposta típica de um sistema criticamente amortecido excitado por
uma entrada degrau unitário.
0.9
0.8
0.7
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Tempo (s) (sec)
Malha 1: i1 = 2.u(t)
Malha 2:
Como i1 = 2u(t):
Resposta natural:
Equação característica:
51
Então: in(t) = e-2t (K1.cos4t + K2.sen4t)
Daí a resposta completa será: i(t) = 2 + e-2t (K1.cos4t + K2.sen4t)
Para determinar K1 e K2, utiliza-se as condições iniciais.
Determinação da condição inicial :
Determinação de K1 e K2:
Finalmente:
Cálculo de v(t):
i(t) R L
vR(t) vL(t)
v(t) C vC(t)
52
• Resposta natural do circuito RLC série
Considerando v(t) = 0, i(0) = Io e vc(0) = Vo, o circuito da Figura 11 será dado
por:
Io
R L
C Vo
i(t)
Equação característica:
Daí:
Define-se então:
Frequência de Neper ou Coeficiente de Amortecimento: (rd/s).
Assim:
I - Se
Daí:
53
II - Se
Daí:
III - Se
Daí:
i(t) R
L
vR(t) vL(t)
V C vC(t)
Sabe-se que:
Equação característica:
Resposta natural:
54
solução análoga à adotada para in(t).
Então:
a) para circuito subamortecido.
b) para circuito superamortecido.
c) para circuito criticamente amortecido.
Resposta forçada:
S 280 Ω
0,1 H
t=0
48 V 0,4 μF vC(t)
Daí:
55
As constantes B1 e B2 serão determinadas a partir das condições iniciais:
v(t)
iR io ic
A equação de nó será:
Derivando:
56
Considerando vc(t) = v(t):
Daí:
Define-se então:
Frequência de Neper ou Coeficiente de Amortecimento: (rd/s).
Assim:
Como já analisado para o circuito RLC em série, o circuito RLC paralelo será
classificado circuito subamortecido, circuito superamortecido ou em circuito criti-
camente amortecidos em função dos parâmetros α e ωo.
I - Se
Daí:
II - Se
Daí:
III - Se
Daí:
57
v(t)
iR(t) iL(t) iC(t)
I R L C
A equação de nó será:
Sabe-se que:
Equação característica:
Resposta natural:
Então:
a) para circuito subamortecido.
b) para circuito superamortecido.
c) para circuito criticamente amortecido.
Resposta forçada:
58
b) o valor inicial de ,
Então:
B1 = -32 mA e B2 = 8 mA.
59