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Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de Fı́sica 3. Uma casca condutora esférica, espessa, de raios interno 6.

condutora esférica, espessa, de raios interno 6. Duas partı́culas, de carga q, encontram-se, em repouso, em
Fı́sica III – 2013/1 – Primeira Prova: 27/05/2013 e externo iguais a a e b, respectivamente, encontra-se em vértices opostos de um quadrado com aresta de compri-
Versão: C equilı́brio eletrostático e possui carga q. Uma partı́cula, de mento L. Uma terceira partı́cula, de carga q0 , é colocada,
carga q/2 está situada, em repouso, no centro de tal casca. também em repouso, em um dos vértices originalmente
Que relação é válida entre os potenciais Va := V (r = a) e vazios. Qual é a energia potencial elétrica desse sistema
Vb := V (r = b)? completo de três partı́culas e qual é o trabalho realizado
Formulário
pela força elétrica, devida às duas primeiras partı́culas,
  (a) Vb = 2Va . quando a terceira é deslocada de um dos vértices original-
~ = k0 q r̂ 1 ~ = Qint , q
I
~ e = qE
F ~ , E onde k0 = , ~ ·dA
E ~ = −∇V
E ~ , V = k0
r2 4πǫ0 S ǫ0 r (b) Va = 2Vb . mente vazios para o outro, respectivamente?

~ (c) Vb = Va . (a) 2k0 q0 q/L e 0.


qq ′
Z
U = k0 , ~ = E0 ,
E C = Q/V , I= ~ ·dA
J ~ , ~ = nq~v ,
J ~ = σE
J ~ , V = RI ,

r K (d) Vb = −2Va . (b) k0 q 2 /( 2L) + 2k0 q0 q/L e 0.
S √
(e) Va = −2Vb . (c) 2k0 q0 q/L + 2k0 q 2 /( 2L) e 4k0 q0 q/L.
du du du u
Z Z Z

 p 
= ln u + u2+1 , = arctanu , =√
(u2 + 1)1/2 u2 + 1 (u2 + 1)3/2 u2 + 1 (d) 2k0 q0 q/( 2L) e −4k0 q0 q/L.
4. Uma chapa paralelepipedal de cobre, de espessura b é in- (e) −2k0 q0 q/L e 0.
udu udu 1 udu −1
Z p Z Z
= u2 + 1, = ln(u2 + 1) , =√ troduzida em um capacitor ideal de placas retangulares,
(u2 + 1)1/2 u2 + 1 2 (u2 + 1)3/2 u2 + 1
paralelas, separadas por uma distância L e possuindo am-
bas área A. Mantendo a carga em cada placa constante,
qual é a capacitância após a introdução da chapa e qual
é a razão entre as energias armazenadas antes e depois da
introdução da placa?

Seção 1. Múltipla escolha (8×0,6 = 4,8 pontos)


7. Considere os seguintes dois sistemas: (a) circunferência
de cı́rculo com uma metade uniformemente carregada com
1. Um condutor com uma cavidade encontra-se em equilı́brio 2. Dois fios (1 e 2) condutores, cilı́ndricos circulares, ho-
densidade linear λ > 0 e a outra metade com densidade
eletrostático e possui uma carga total q = −20 mC. No mogêneos, de mesmos comprimento e área de seção reta,
−λ < 0; (b) circunferência de cı́rculo com um quarto
interior da cavidade, existe uma partı́cula em repouso, de são unidos em série. A resistividade elétrica do fio 1 é o (a) ε0 A/(L − b) e L2 /(L − b)2 .
uniformemente carregado com densidade linear 2λ > 0
carga também q = −20 mC. Quais são as cargas nas su- dobro da do fio 2. Existe uma diferença de potencial entre (b) ε0 (L − b)/A e L2 /(L − b)2 . e o outro quarto, diametralmente oposto, com densidade
perfı́cies interna e externa do condutor, respectivamente? as extremidades do fio combinado. Quais são as razões
(c) ε0 (L − b)/A e L/(L − b). −2λ < 0. Quais são os campos elétricos no centro O
J1 /J2 e E1 /E2 entre os módulos das densidades de cor-
(a) 20 mC e −40 mC. (d) ε0 A/(L − b) e (L − b)/L. dos sistemas (a) e (b), respectivamente? (Sugestão: use o
rente (estacionárias) e dos campos elétricos nos fios 1 e 2,
(b) −20 mC e 0 mC. princı́pio de superposição.)
respectivamente? (e) ε0 A/(L − b) e L/(L − b).
(c) −10 mC e −10 mC. (a) 2 e 1.
(d) 0 mC e −20 mC. (b) 1 e 2. 5. Considere as seguintes três afirmações: (I) a lei de Gauss
(e) −40 mC e 20 mC. (c) 2e2 só vale para distribuições estacionárias de carga; (II) todo
(d) 1 e 1. campo eletrostático pode ser escrito como o gradiente de
uma função escalar, e (III) ao dobrarmos o módulo da
(e) 1/2 e 1. carga de um dado capacitor vazio, preservando sua geo-
(f) 1 e 1/2. metria e mantendo-o vazio, dobramos sua capacitância.
(g) 1/2 e 1/2. Qual(is) dessas afirmações é(são) correta(s)?
λ λ
(a) Nenhuma. (a) − ŷ e (x̂ − ŷ).
πε0 R πε0 R
(b) Todas.
λ λ
(c) I e II. (b) − ŷ e (x̂ − ŷ).
2πε0 R 2πε0 R
(d) I e III. λ 2λ
(c) − ŷ e (x̂ − ŷ).
(e) II e III. πε0 R πε0 R
2λ 2λ
(f) Somente I. (d) − ŷ e (x̂ − ŷ).
πε0 R πε0 R
(g) Somente II. λ λ
(e) − ŷ e (x̂ − ŷ).
(h) Somente III. 4πε0 R 4πε0 R

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8. Considere uma casca cilı́ndrica, muito longa, uniforme- (c) Determine o potencial elétrico na superfı́cie do balão após a expansão, supondo que o potencial se anula no infinito. [0,6
mente carregada, cujo raio cresce, desde um valor Rini até ponto]
um valor Rfin . Neste processo (“de crescimento”), em que (d) Determine a variação da energia potencial elétrica causada pela expansão, ou seja, a diferença entre os seus valores final
a carga permanece constante, o que ocorre com o módulo e inicial. [0,6 ponto]
do campo elétrico em cada um dos três pontos fixos, 1, 2
e 3, respectivamente: aumenta, diminui ou permanece o
mesmo?

(a) 1: permanece o mesmo; 2: permanece o mesmo, e


3: aumenta.
(b) 1: permanece o mesmo; 2: aumenta, e 3: au-
menta.
(c) 1: diminui; 2: diminui, e 3: aumenta.
(d) 1: permanece o mesmo; 2: diminui, e 3: perma-
nece o mesmo.
(e) 1: diminui; 2: diminui, e 3: permanece o mesmo.

Seção 2. Questões discursivas (2×2,6 = 5,2 pontos)

1. [2,6 pontos] Considere um bastão retilı́neo, fino, de compri-


mento 2L, com densidade linear de carga constante λ0 , situ-
ado no intervalo (−L, L) do eixo Z, conforme mostra a figura.
~
(a) Determine o campo elétrico E(s) devido a tal bastão, em
um ponto genérico, a uma distância s do bastão, de seu plano
médio perpendicular de simetria (z = 0). [1,0 ponto]
Considere, agora, um segundo bastão retilı́neo, fino, de
comprimento L, situado no referido plano médio perpendicular
de simetria do primeiro bastão. Na verdade, o eixo desse novo
bastão é perpendicular ao eixo do primeiro, conforme mostra
a figura. Finalmente, esse novo bastão possui densidade linear
de carga estacionária, mas não uniforme, dada por

λ(s) = Cs2 ,

onde C é uma constante e s continua sendo a distância até o


eixo do primeiro bastão.
(b) Determine a carga total desse segundo bastão. [0,6 ponto]
(c) Determine a força eletrostática do primeiro bastão sobre o
segundo. [1,0 ponto]
2. [2,6 pontos] Um balão esférico, feito de um material elástico não-condutor, sofre uma expansão que dobra o seu raio inicial
R0 . A distribuição superficial de carga no balão é sempre uniforme e, inicialmente, sua densidade (superficial) é igual a σ0 .
(a) Determine o campo elétrico em um ponto arbitrário da região externa do balão, antes da expansão. [1,2 ponto]
(b) Determine a densidade superficial de carga no balão, após a expansão. [0,2 ponto]

3 4
Gabarito para Versão C e, portanto,
1  2
C 3a L + 3aL2 + L3 .

Qtot =
Seção 1. Múltipla escolha (8×0,6 = 4,8 pontos) 3


1. (a) 5. (g) (c) Sobre um elemento infinitesimal do segundo bastão, situado a uma distância s do primeiro bastão e com carga dq, atuará
2. (b) 6. (b) uma força

3. (c) 7. (a) ~ = dq E(s)


dF ~
2k0 λ0 L
4. (e) 8. (d) = Cs2 ds √ ŝ
s s 2 + L2
2k0 λ0 CLs ds
Seção 2. Questões discursivas (2×2,6 = 5,2 pontos) = √ ŝ .
s 2 + L2

1. Resolução: Logo, a força resultante é


p p 
~ = 2k0 λ0 CL
F (a + L)2 + L2 − a2 + L2 ŝ .
(a) Usaremos o princı́pio de superposição para campos elétricos.
Um determinado elemento infinitesimal do bastão, com carga dq, contribui com o seguinte campo elétrico no ponto de 
observação: 2. Resolução:
~ k0 dq
dE(s) = 2 r, (a) Devido à simetria esférica do problema, é mais conveniente encontrarmos o campo elétrico usando a lei de Gauss. Esta
r
última diz que
onde
~ = Qenc ,
I
~ · dA
E
r 2 = s2 sec2 α . ε0
S
Ora, por simetria, o campo resultante só terá componente s, que será a integral de onde S é a superfı́cie gaussiana escolhida e Qenc é a carga total no interior de S. Graças à simetria esférica, sabemos que o
campo só depende da coordenada radial r e só tem componente na direção radial r̂, de modo que
k0 λ0 sdz
.dEs (s) =
r3 ~
E(r, θ, φ) = Er (r)r̂.
k0 λ0 sdz
= 2 (1)
(s + z 2 )3/2 ~ = dA r̂ =
Escolhendo-se então uma superfı́cie gaussiana esférica concêntrica ao balão e maior do que ele, temos dA
r 2 senθdθdφ r̂, e então
ou de I Z π Z 2π
Qenc
k0 λ0 dz ~ · dA
E ~ = Er (r) r 2 senθdθdφ = 4πr 2 Er (r) = .
dEs (s) = cos α . ε0
r2 S θ=0 φ=0
Como Como a densidade σ0 é constante, temos
z = s tan α ⇒ dz = s sec2 αdα , Z π Z 2π
temos ainda Qenc = σ0 R02 senθdθdφ = 4πR02 σ0
k0 λ0 s sec2 αdα θ=0 φ=0
dEs (s) = cos α.
s2 sec2 α e então
Logo, seja integrando direto (1) pelo formulário, seja integrando essa expressão acima, encontramos 4πR02 σ0 σ0 R02
4πr 2 Er (r) = ⇒ Er (r) = ,
ε0 ǫ0 r 2
~ 2k0 λ0 ou seja,
E(s) = sen α0 ŝ ,
s 2
~ = σ0 R0 r̂.
E
ε0 r 2
onde p
sen α0 = L/ L2 + s2 . 
 (b) Como o balão apenas se expandiu, sua carga Q0 continua a mesma. Como a densidade superficial se mantém uniforme,
(b) Para tal bastão, por ser não uniformemente carregado, devemos, necessariamente, integrar λ para obter a carga total. temos, para um balão de raio 2R0 (e portanto área 16πR02 )
Logo,
Q0 1 Q0 σ0
Z a+L σ1 = = = ,
16πR02 4 4πR02 4
Qtot = Cs2 ds
s=a
1  onde σ1 é a densidade superficial após a expansão.
= C (a + L)3 − a3 ,

3 

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(c) Sabendo-se que, na região externa ao balão, o campo elétrico após a expansão é idêntico ao campo elétrico anterior à • OU energia armazenada em um campo elétrico:
expansão, podemos utilizar o resultado do item (a) aqui. O potencial em um ponto de posição ~r é dado por Uma superfı́cie esférica, de raio R e carga total Q uniformemente distribuı́da gera, no seu exterior e somente no seu
Z exterior, um campo elétrico de módulo igual a
V (~r ) − V (∞) = V (~r ) = ~ · d~ℓ,
E
C |Q|
E(r) = k0 (r > R) .
r2
onde C é uma linha qualquer que leve de ~r ao infinito, e já usamos o fato de que V (∞) = 0. Como o campo é radial, é mais
conveniente integrá-lo ao longo de uma reta radial, logo, Logo, a energia total armazenada no correspondente campo elétrico é
Z ∞
σ0 R02 ∞ dr σ0 R02 1
Z Z ∞ Z
V (~r ) = ~ · d~ℓ =
E Er dr = = , U= ε0 E 2 (r)4πr 2 dr
C ~r ε0 ~r r 2 ε0 r r=R 2
Z ∞ 2 2
k0 Q 2
onde r = |~r |. Escolhendo um ponto de posição ~r 1 na superfı́cie do balão expandido, temos |~r 1 | = 2R0 e, portanto, = 2πε0 4
r dr
r=R r
Z ∞
σ0 R02 σ 0 R0 1 1
V (~r 1 ) = = . = k0 Q2 2
dr
2ε0 R0 2ε0 2 r=R r
1 k0 Q2
= .
 2 R
(d) A variação da energia potencial é dada por ∆U = U1 − U0 , onde U1 (U0 ) é a energia potencial eletrostática depois Portanto, assim como na primeira maneira de resolução acima,
(antes) da expansão. Temos, pelo menos, 3 diferentes maneiras de resolver tal item.
1 k0 Q2 πσ 2 R3
∆U = − =− 0 0.
• trabalho através de uma ddp: 4 R0 ε0
Para calcularmos o trabalho para carregarmos o balão (com raio fixo R, por exemplo), desde uma carga inicial q = 0
até uma carga final q = Q, imaginamos um instante tı́pico intermediário em que o balão tem carga q entre 0 e Q e 
potencial v = k0 q/R entre 0 e V = k0 Q/R. Nesse instante, trazemos uma carga infinitesimal adicional dq, desde o
infinito até a superfı́cie do balão e o correspondente trabalho infinitesimal para tanto, visto que o potencial foi feito
zero no infinito, é
dU = dqv = dqk0 q/R .
Logo, o trabalho total para carregar o baão é:
1 k0 Q2
U= .
2 R
Agora, temos somente que subtrair o valor de tal expressão quando R = R0 do seu valor quando R = 2R0 , para obter:

1 k0 Q2 πσ 2 R3
∆U = − =− 0 0.
4 R0 ε0

• OU energia de uma distribuição superficial genérica:


A energia potencial associada a uma distribuição superficial de carga é dada por
1
Z
U= σ(~r )V (~r ) dA,
2 S
onde S é uma superfı́cie dada. No nosso caso, então, temos
1 V (~r i ) Q0 V (~r i )
Z Z
Ui = σi V (~r i )dA = σi dA =
2 Si 2 Si 2

onde i = 0, 1 e S0 (S1 ) é a superfı́cie do balão antes (depois) da expansão. Usamos ainda o fato de que superfı́cies
esféricas são equipotenciais de V (~r ). Sabendo-se então que
σ0 R0
V (~r0 ) =
ǫ0
e usando o resultado do item (c), temos finalmente

Q0 πσ 2 R3
∆U = (V (~r 1 ) − V (~r 0 )) = − 0 0 .
2 ε0

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