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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Escola Politécnica

Engenharia de Produção

PROJETO DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS

Professor: Sérgio Leal da Costa

Alunos:
Daniel Azevedo
Leonardo Vieira
Pedro Cunha

Rio de Janeiro
2021
SUMÁRIO

Produção 1

Seleção do Produto 1

Localização da Indústria 2

Estudo de Viabilidade Técnica 2


Estudo de Viabilidade Técnica 2
Engenharia Simultânea (Produto x Processo) 2
Projeto do Produto 2
Projeto de Produção 4
Nível de Produção 5
Funções Logísticas na Área de Material e RH 6
Fluxo de Materiais 6
Fluxo de Recursos Humanos 7

Planejamento da Indústria 9
Estrutura Organizacional 9
Departamento de RH 9
Recursos Humanos e Materiais 10
Recursos Humanos 10
Recursos Materiais 11
Equipamentos 11
Insumos 12
Planejamento de Instalações Prediais 13
Projeto da Planta - Áreas 13
Área de Produção (Layout/Arranjo Físico) 13
Área de Armazenagem de Insumos/Produtos Acabados 14
Área de Manutenção 15
Área para Refeitório/Vestiário/Banheiros 15
Área da Administração/Projetos 15
Área Externa 15
Vias de Circulação 16
Carga e Descarga 16
Estacionamentos (Efetivos/Visitantes) 16
Pátio Recreativo 16
Áreas Dispensáveis 16
Instalações Prediais 16
Estruturas Prediais 16
Condições Ambientais Internas 17
Ventilação e Iluminação Naturais 17
Ventilação e Iluminação Artificiais 17
Instalações Elétricas 18
Instalações Hidráulicas 19
Águas para uso (humano/equipamento) 19
Águas servidas (esgotos/equipamentos) 19
Ventilação Forçada 19
Ar Condicionado (Refrigerado) 20
Ar Comprimido 20
Sistema de Combate a Incêndios 20
Hidrantes 20
Extintores 21
Equipamentos de Sinalização Sonora e Visual 21
Cores de Revestimentos 22
Instalações Externas 22
Rede de Águas para Uso/Reuso 22
Rede de Águas Servidas e Esgoto (ETC/ETE) 22
Castelo (Caixa D’Água) / Sistema Elevatório 22
Rede de Iluminação Externa 23
Subestação (Casa de Força) 23
Grupo Gerador de Energia Elétrica 23
Abastecimento de Veículos (Comb/Lubrif.) e Oficina para Reparo de
Veículos/Equipamentos/ETC 23

Necessidade Global de Suprimentos 24

Projeto Ambiental 25

Localização da Planta 29
Topografia 30
Acessos Viários 30
Mercado Consumidor 31
Fornecedores (Fontes de Insumos) 31

Referências Bibliográficas 32
I. Produção

Talvez um dos maiores fatores que culminaram na hegemonia dos seres humanos
seja a utilização de ferramentas, que auxiliam na produção de qualquer utensílio. É natural
compreender que a evolução da civilização está intrinsecamente ligada com o poder de
produção dos seres humanos. Desde a manufatura de armas para guerras no Império
Romano até a Indústria 4.0, a vida de nossa espécie depende da relação com a produção.
Em 2020 o mundo conheceu uma nova doença com um potencial destrutivo nunca antes
visto em escala global no mundo moderno. Apesar do vírus ser uma novidade no mundo e a
corrida pela vacina depender da pesquisa por novas tecnologias, já existiam alguns
produtos que auxiliam no combate à essa pandemia, em defesa da vida. Um exemplo desse
produto é a máscara.
A covid-19 é transmitida principalmente por meio do contato com pequenas gotículas
que contêm o vírus e são expelidas por pessoas infectadas. Elas entram em contato com as
nossas vias aéreas e podem começar a se multiplicar no nosso corpo. Portanto, o uso de
máscaras é importante como medida de proteção já que funcionam como uma barreira
física para a liberação dessas gotículas no ar.

II. Seleção do Produto

Em decorrência dessa situação da pandemia, a importância do uso e a quantidade


crescente de demanda de máscaras (descartáveis ou não) fez o grupo decidir por iniciar
uma produção em escala industrial de máscaras. A busca pelos produtos no setor de
máscaras teve um aumento significativo durante a pandemia, inclusive no meio
e-commerce, chegando a cerca de 10 mil vezes, no período de março a julho de 2020,
segundo a Elo7, marketplace brasileiro, no caso das máscaras de tecido. Isso reforça a
utilidade dessa produção em um momento de tantas incertezas e cada vez mais se mostra
a importância desses insumos. A produção da instalação será provida de um conjunto de
processos automatizados e processos manufaturados, com nível de produção a ser
detalhado mais à frente neste documento.
Há 3 tipos de máscaras mais comumente produzidas para a proteção individual. São
elas: a máscara de tecido (também designadas como máscara sociais ou comunitárias e
classificadas como produto têxtil), a máscara cirúrgica (dispositivo médico) e a máscara
semifacial de proteção respiratória (Equipamento de Proteção Individual - EPI). Nas
instalações em questão, optou-se pela produção das máscaras de tecido por terem maior
flexibilidade de produção e distribuição para a população em geral.

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III. Localização da Indústria

A localização escolhida para a instalação da fábrica foi o estado brasileiro do Rio de


Janeiro, mais especificamente na cidade de Nova Friburgo, na Região Serrana. A escolha
se deu por ser uma região historicamente com forte produção têxtil, abastecendo diversas
cidades ao redor do estado, e que se voltou, durante a pandemia, para uma grande
produção de máscaras. Dados sobre o estudo do mercado, detalhes da produção e
utilização dos espaços se darão na sequência.

IV. Estudo de Viabilidade Técnica


IV.1. EVT
IV.1.1. Engenharia Simultânea (Produto x Processo)
IV.1.1.1. Projeto do Produto

As máscaras produzidas precisam cumprir certas exigências de filtração,


respirabilidade, tempo máximo de uso, etc. Segundo a Infarmed (Autoridade Nacional do
Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.), essas exigências servem de base para a
classificação dos tipos de máscaras existentes, que podem variar desde o nível 1 até o nível
3. O nível 1 representa as “máscaras destinadas à utilização por profissionais de saúde”;
Nível 2 representa as “máscaras destinadas à utilização por profissionais que não sendo da
saúde estão expostos ao contato com um elevado número de indivíduos”; Nível 3
representa “máscaras destinadas à promoção da proteção de grupo (utilização por
indivíduos no contexto da sua atividade profissional, utilização por indivíduos que tem
contato com outros indivíduos portadores de qualquer tipo de máscara e utilização nas
saídas autorizadas em contexto de confinamento, nomeadamente em espaços interiores
com múltiplas pessoas).”
A tabela abaixo apresenta a categorização das máscaras por tipo de utilizador. Vale
ressaltar que a categoria em que o produto escolhido se encaixa é a de nível 3:

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3
Tabela 1: categorização das máscaras por tipo de utilizador
Fonte: https://www.infarmed.pt/web/infarmed/noticias/-/journal_content/56/15786/3686503

A produção das máscaras de tecido exige o uso dos seguintes materiais:


● Tecido 100% Algodão (pode ser feito com tricoline, TNC, ou outro tecido), para evitar
a passagem dos elementos virais. Serão utilizadas três camadas de pano.
● Elástico, para segurar a máscara às orelhas
● Linha, para a costura
● Molde de papel

A produção pode ser feita de forma manual, com agulhas, porém, devido ao nível de
produção industrial, será utilizada uma máquina de costura e tesouras para eventuais cortes
necessários. A produção deve ter o cuidado de ser feita nas medidas corretas,
possibilitando que se cubra totalmente boca e nariz, e estando bem ajustada ao rosto, sem
deixar espaços nas laterais.

IV.1.1.2. Projeto de Produção

A produção será dividida em turnos de trabalho, que se complementam da manhã à


noite. O primeiro turno será das 5h às 14h e o segundo das 14h às 23h. A produção das
máscaras se dará de acordo com o fluxograma abaixo, que representa as etapas
necessárias para a confecção das máscaras.

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Tabela 2: Fluxograma da produção de máscaras
Fonte: Elaboração própria

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O processo descrito pelo fluxograma, como pode ser visto, é bem simples e não
necessita de maiores explicações por se tratar de um produto com baixo grau de
complexidade. A matéria prima chega na indústria, é destinada para a área de
armazenamento e segue para a área de corte. Depois de cortado seguindo os moldes pré
estabelecidos, serão transportados para a área de costura, onde tomarão a forma desejada.
Após o processo de costura, seguem para lavagem, depois para a secagem e então
passam pelo processo de controle de qualidade. Após esse processo elas serão
armazenadas até que sejam enviadas para os compradores através dos caminhões e
caminhonetes.

IV.1.1.3. Nível de Produção

O tempo usual para uma produção de máscaras é de 10 minutos por costureira, ou


seja, em um turno de trabalho uma costureira consegue realizar, com folga, cerca de 45
máscaras. Levando em consideração que a fábrica será de pequeno porte, pelo começo
das atividades, serão contratadas 10 funcionárias para cada um dos dois turnos de
produção. Sendo assim, alcançando-se de forma satisfatória a demanda de uma fábrica
iniciante no mercado, o nível de produção será de cerca de 900 máscaras por dia.

IV.1.1.4. Funções Logísticas na Área de Material e RH

O fluxo logístico de cada área pode ser dividido em 5 macro etapas, cada uma
guardando suas próprias especificidades. Dentro destas, os fluxos se desenham de maneira
a seguir uma ordem das etapas necessárias para garantir um funcionamento correto e
padronizado das atividades.

IV.1.1.4.1. Fluxo de Materiais

Pensando no fluxo de materiais necessários para o funcionamento da empresa,


respeita-se uma lógica como a seguir:
A. Função Determinação de Necessidades
a. Usar a previsão do consumo para determinar a quantidade necessária de
estoque de insumos (considerando um estoque de segurança) em
determinado período.
b. Durante a determinação do pedido, entender quais são as especificações
dos tipos de materiais necessários para cada produção específica para
garantir a qualidade dos produtos.

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B. Função Obtenção
a. Criação e atualização de um catálogo de fornecedores confiáveis e que
garantam a qualidade necessária do produto. Fatores também importantes
para a manutenção de um fornecedor são os preços competitivos e a
confiabilidade do prazo.
C. Função Recebimento
a. Destinar uma área de recebimento, para que todo o material solicitado possa
ser conferido e guardado provisoriamente até o fim da checagem.
b. Realizar a conferência de quantidade de material solicitado aos
fornecedores, conferindo notas fiscais e cruzando com o que foi pedido.
Fazer a medição e contagem do material comprado, aceitando entregas que
estejam dentro do intervalo estabelecido como aceitável para os tecidos.
D. Função Armazenagem
a. Destinar uma área específica para armazenamento dos materiais recebidos
até a necessidade do uso de cada insumo.
b. Criação de fluxos ideais para transporte dos materiais da área de
recebimento até armazenagem, assim como dessa área até a produção em
si. Os fluxos devem refletir a maneira mais eficiente de uso do espaço,
tempo, materiais (inclusive de manuseio) e pessoas durante essa etapa.
E. Função Distribuição
a. Determinação de rotas ideais para que os veículos de transporte otimizem
tanto o tempo gasto, quanto o custo de combustível.
b. Escolha do veículo de transporte ideal, sejam caminhões (para grandes
distâncias e volumes) ou caminhonetes (para áreas de mais difícil acesso e
menor volume). Levar em consideração as rotas ótimas determinadas
anteriormente para a escolha, levando em consideração que muitas vias não
permitem acesso de veículos pesados.
c. Carregamento dos materiais, passando por uma conferência final, que cruze
as Ordens de Serviço, com as quantidades a serem carregadas.
d. Transporte dos produtos até os locais de venda, com os lotes pré
determinados.
IV.1.1.4.2. Fluxo de Recursos Humanos

Pensando no fluxo de recursos humanos necessários para o funcionamento da


empresa, respeita-se uma lógica como a seguir:

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A. Função Determinação de Necessidades
a. Determinação dos cargos necessários para o funcionamento da empresa.
Em um primeiro momento, seguir o organograma determinado, com os
cargos e hierarquias bem estruturados.
b. As quantidades de funcionários em cada cargo serão determinadas,
seguindo o planejamento estratégico da empresa, que busca alcançar metas,
com os menores custos possíveis, sempre seguindo o planejamento
desenhado pela empresa.
B. Função Obtenção de RH
a. Recrutamento: Entender as vacâncias de cada posição e criar um perfil de
candidato a ser preenchido. Criar estratégias de divulgação e atração de
candidatos, aumentando a oferta, mas ainda assim de forma direcionada.
b. Seleção: Realização de processos seletivos baseados nos candidatos
recrutados na etapa anterior. Montar os processos de acordo com a melhor
forma de escolher o candidato mais adequado para a vaga.
C. Função Recebimento
a. Após a seleção dos candidatos e a contração, supracitados, começa a etapa
de acolhimento e treinamento dos funcionários, de acordo com o cargo dos
mesmos. O RH terá a incumbência de destinar os novos colaboradores para
seus respectivos setores e superiores responsáveis pelas próximas etapas
do recebimento.
b. Nos casos de cargos de natureza administrativa, os funcionários serão
acolhidos e acompanhados pela chefia do setor, que ficará responsável pelo
treinamento dos funcionários, apresentando os pormenores de suas
atividades e sanando todas as dúvidas e questionamentos realizados. Esse
primeiro momento terá duração que varia de acordo com a complexidade do
trabalho. Vale ressaltar que o RH sempre acompanhará de perto essas
primeiras etapas, trabalhando conjuntamente com a chefia e os supervisores.
c. Nos casos de cargos de natureza operacional, os supervisores, que são
técnicos ou costureiro(a)s com maior experiência, serão os responsáveis
pelo acompanhamento e treinamento inicial dos funcionários, demonstrando
os protocolos de segurança e os pormenores do trabalho envolvido, sempre
sanando dúvidas e eventuais questionamentos. Vale ressaltar que o RH
sempre acompanhará de perto essas primeiras etapas, trabalhando
conjuntamente com a chefia e os supervisores.

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D. Função Aperfeiçoamento/Desenvolvimento
a. Durante o período ativo do funcionário na empresa, o RH é responsável por
criar atividades e proporcionar ferramentas de desenvolvimento para o
mesmo, de forma que seja possível crescer profissionalmente e aperfeiçoar
as atividades na empresa.
b. Além disso, é necessário gerir o crescimento e projetos de carreira para os
funcionários, de forma a tanto motivar quanto reconhecer os desafios de
cada colaborador.
E. Função Manutenção
a. Para alcançar uma marca de baixa rotatividade nos cargos gerenciais e,
principalmente, de recursos humanos, será feito contínuo acompanhamento
dos funcionários da área, entendendo suas necessidades e reclamações,
através de um setor de ouvidoria destinado a eventuais reclamações e ideias
de melhora.
b. Constante comunicação entre setores, principalmente com um setor
destinado a acompanhamento da performance dos colaboradores, incluindo
o próprio setor de RH.
c. Avaliação constante e determinação de bônus por metas atingidas. Essas
metas variam de acordo com a natureza do cargo e o tempo de trabalho.
Busca-se incentivar uma melhor performance por parte de todos os
colaboradores, tendo o ponto de vista financeiro como maior impulsionador.
V. Planejamento da Indústria
V.1. Estrutura Organizacional

O organograma funcional da empresa se encontra a seguir:

Técnico de Distribuiç
Figura 1: Organograma Empresarial
Fonte: Elaboração Própria

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Departamento de RH

A área de RH será gerida pelo diretor de RH, que englobará os setores de Recursos
Humanos propriamente dito e o setor de Performance. Juntamente com os demais, forma
também a área de planejamento estratégico da empresa.
Abaixo da diretoria, na hierarquia da empresa, o gerente de RH será responsável
pelo setor de recursos humanos da empresa, englobando as atividades de treinamento de
novos funcionários e acompanhamento mais próximo e dedicado dos analistas.
Outra área constituinte do departamento de RH é o de Performance, que será gerida
pelo gerente de Performance, responsável por toda a área de avaliação, definição e
acompanhamento de metas e bônus de toda a empresa, garantindo excelência de todos os
colaboradores. Por fim, os analistas de RH e Performance são responsáveis pela parte
operacional, realizando as tarefas referentes aos cargos.
Departamento Financeiro
O setor financeiro é, também, gerido por um diretor financeiro, que participa do
planejamento estratégico da empresa junto à presidência. Esse planejamento é repassado
direto ao gerente, que é responsável pela gestão direta dos analistas financeiros,
responsáveis pela manutenção rotineira do Contas a Pagar, Contas a Receber e conciliação
da tesouraria. Além disso, o gerente financeiro aloca alguns analistas para, juntamente com
ele, realizar o planejamento financeiro a longo prazo, visões orçamentárias e outras
atividades necessárias para o funcionamento da empresa.
Departamento Comercial
O departamento é composto por duas áreas distintas, responsáveis por atrair novos
consumidores, sejam empresas ou pessoas físicas, para a empresa. São esses o Marketing
e o Comercial. O diretor Comercial é responsável por repassar as decisões estratégicas que
são tomadas junto à presidência aos gerentes, que realizam a gestão dos analistas e
executivos comerciais.
Os analistas de marketing realizam ações de gestão da marca, pesquisas de
mercado e divulgação por meios físicos e de redes sociais. Já os executivos comerciais
realizam contatos diretos com possíveis clientes e fazem a ponte e apresentação entre a
empresa e os mesmos.
Departamento de Operações
Além do setor administrativo, a empresa também conta com um setor dedicado à
operação. Quem chefia esse setor é o diretor de operações, que tem sob sua jurisdição, 4
áreas cruciais: Logística, Controle de Qualidade, Produção e Compras. Juntamente com os
demais, forma também a área de planejamento estratégico da empresa.

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O supervisor de logística é responsável por acompanhar, no chão de fábrica, as
atividades relacionadas a toda a área de logística, desde o recebimento e obtenção, até a
distribuição e envio, que contarão com técnicos especializados nessas mesmas áreas.
O supervisor de Controle de Qualidade, será responsável por todo o controle,
principalmente das áreas de produção e logística, que estão intimamente relacionadas. Os
técnicos da área estão no chão de fábrica e precisam de intensa comunicação com os
demais setores produtivos.
O supervisor de Produção auxilia os técnicos e operadores de máquinas, além dos
costureiros responsáveis pela produção das máscaras, ensinando e acompanhando o
trabalho dos mesmos.
Por fim, o supervisor de compras e materiais, juntamente com seus técnicos e
analistas precisam acompanhar as necessidades da empresa, controlando e solicitando ao
setor de compras, a reposição de estoque e de materiais envolvidos na produção dos
produtos.

V.2. Recursos Humanos e Materiais


V.2.1. Recursos Humanos

Por se tratar de uma fábrica de pequeno porte, os cargos e as quantidades


determinadas serão o mínimo possível para que a empresa possa funcionar com um
resultado satisfatório. É evidente que com o passar do tempo e dependendo dos resultados
financeiros alcançados, a empresa contratará mais funcionários e remodelará sua estrutura
organizacional, de acordo com a necessidade.
A tabela e os cargos seguem o modelo da Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO). Esta classificação trata do reconhecimento da existência de certa ocupação no
mercado de trabalho do Brasil. O quadro de funcionários com os cargos achados no CBO,
contendo a posição ocupada, a quantidade de colaboradores alocadas, e uma sucinta
descrição de funções está na tabela.

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Tabela 3: Tabela de Cargos da Empresa
Fonte: Elaboração Própria

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V.2.2. Recursos Materiais
V.2.2.1. Equipamentos

Os equipamentos listados abaixo são necessários para a fabricação das nossas


máscaras. Foram utilizados equipamentos com tecnologia adequada para o seu bom
funcionamento e segurança do operador. Foi feita uma parceria com a empresa chamada
ECLEAN, que é uma empresa que possui a capacidade de desenvolver, fabricar e
comercializar equipamentos para as mais diversas áreas.
As máquinas para fabricação e produção de máscaras da ECLEAN foram projetadas
e desenvolvidas para promover a maior barreira de proteção possível dependendo da
aplicação e modelo. No nosso caso específico, utilizaremos o modelo MMask-pro que
possui uma capacidade de produção de até 1000 máscaras por hora, sistema de solda
térmica e peso aproximado de 200kg. Os principais componentes são:
● Rack de suporte de tecido e não tecidos (TNT)
● Suporte para matéria prima
● Suporte para elásticos e grampos
● Rodízios para transporte
● Gabinete para suporte
● Painel elétrico de controle e configuração
● Sistema de dobra
● Sistema de corte
● Sistema de solda por ultrassom
● Chassi de aço com pintura

Figura 2: Modelo Mask-pro

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Além do maquinário de produção acima, equipamentos relacionados a transporte e
armazenamento também serão necessários, como: Esteiras, Carrinhos de carga e Estantes.

V.2.2.2. Insumos

Os insumos necessários para a produção das máscaras são:


● Tecido 100% Algodão (pode ser feita com tricoline, TNC, ou outro tecido)
● Elástico
● Linha para a costura
● Molde de papel
● Agulhas
● Tesouras
● Fita métrica
● Plástico, para embalagem

Estes insumos são de fácil aquisição, transporte e armazenamento. Não são


necessárias áreas especiais ou com segurança diferenciada. O manuseio destes é por meio
de caixas, geralmente de papelão ou plástico e a embalagem final é feita de plástico.

V.3. Planejamento de Instalações Prediais


V.3.1. Projeto da Planta - Áreas

A fábrica, de 71 funcionários, ocupará uma área de 3.000 m², sendo o chão de


fábrica responsável pela maior parte, mais a área externa de carga e descarga, de 121 m².
A planta está representada na Figura 3.

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Figura 3: Planta da Fábrica
Fonte: Elaboração Própria

V.3.1.1. Área de Produção (Layout/Arranjo Físico)

A área de Produção ocupa a maior parte da planta, o que é natural, levando em


conta a natureza da indústria, os maquinários utilizados e o número de funcionários em
cada área, como supracitado. O intuito dessa grande área reservada para a produção é de
garantir fluidez no processo produtivo e na linha de produção. A área de produção
esquematizada abaixo é composta pela linha de produção, pelo estoque e pela área de
carga e descarga. A integração física entre esses espaços é crucial para melhor
produtividade, que se tratando de uma indústria recém criada, é de suma importância,
visando o crescimento. Climatização e iluminação da área de produção será tratada
posteriormente, de forma dedicada.
A lógica é sequencial e está representada no esquema abaixo, começando com o
recebimento da matéria prima, seguindo para a armazenagem após conferência do pedido.
Após a armazenagem, seguimos para a área de corte, onde serão feitas as medições e os
cortes, de acordo com os moldes pré estabelecidos. Após o corte, seguimos para a costura,
lavagem e secagem das máscaras, que passarão pelo controle de qualidade. Os técnicos e
costureiros, que constituem a maior parte da equipe de produção e operação, trabalharão
justamente nessa área, que pode ser considerada o coração da empresa. Após o controle
de qualidade começa a embalagem das máscaras, que posteriormente segue para a
armazenagem, onde será separada nos respectivos lotes para envio na área de carga e
descarga.

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Figura 4: Detalhado da área de produção
Fonte: Elaboração Própria

V.3.1.2. Área de Armazenagem de Insumos/Produtos Acabados

A área de armazenagem é utilizada para duas finalidades. A primeira é para o


estoque de todos os insumos que chegam na fábrica, para posterior uso na fabricação na
área de produção. Já a segunda é o estoque das máscaras já prontas e embaladas para o
envio de transporte final. A grande vantagem dessa área compartilhada é a proximidade
tanto da área de carga e descarga quanto da área de produção, evitando deslocamentos.

V.3.1.3. Área de Manutenção

Não há espaço na fábrica reservado para manutenção de máquinas e materiais,


visto que a fábrica é de pequeno porte. O maquinário também não é de grande
complexidade e quantidade, por isso optou-se por realizar a manutenção, quando
necessária, em locais externos. Para evitar grandes gastos de falhas nas máquinas
repentinamente, optou-se por adotar seguros de equipamentos e periodicamente se
realizam manutenções preventivas.

V.3.1.4. Área para Refeitório/Vestiário/Banheiros

A fábrica possui um espaço reservado para necessidades fisiológicas dos


colaboradores, que se localiza no canto superior esquerdo da planta. Há a instalação de
dois banheiros (um masculino e um feminino) e uma área de refeitório tanto para
colaboradores da produção quanto do escritório. A localização é mais próxima dos

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trabalhadores da produção justamente para evitar desperdícios de tempo na produção. As
duas áreas contam com forte iluminação natural e contam com iluminação artificial em
casos específicos. A empresa oferece refeições aos funcionários, por uma empresa
terceirizada, no horário de café da manhã, almoço e jantar, e ainda conta com microondas e
geladeiras para armazenamento de alimentos.

V.3.1.5. Área da Administração/Projetos

A área de administração é situada na parte inferior da planta, contando com 5


escritórios, englobando as seguintes áreas administrativas: Comercial; RH; Operações;
Presidência e Financeiro. Essas áreas precisam trabalhar em conjunto e por essa razão
estão fisicamente próximas. Os supervisores, gerentes e analistas administrativos
trabalham nessas áreas e precisam estar em sintonia com a operação da indústria,
responsável pela produção das máscaras. Esses escritórios contarão com características
de iluminação e climatização diferentes das demais áreas já apresentadas, que serão
esmiuçadas posteriormente.

V.3.1.6. Área Externa

A área externa das instalações da empresa possui dois propósitos: para o


estacionamento dos funcionários e área para carga e descarga de matérias-prima e
produtos finalizados. Além disso, temos na instalação da empresa um pátio externo
(recreativo).

V.3.1.6.1. Vias de Circulação

Na área externa, foram delimitadas faixas de pedestres obrigatórias para passagem


dos integrantes, na tentativa de maior zelo e segurança e também como forma de organizar
e evitar aglomerações.

V.3.1.6.2. Carga e Descarga

O espaço para área de carga e descarga deve ser suficientemente largo para
garantir a parada dos caminhões. Esse espaço terá um elo entre o setor de expedição e
recebimento da empresa com o espaço dedicado ao armazém, que serve de depósito de
produtos finalizados e de matérias primas.

V.3.1.6.3. Estacionamentos (Efetivos/Visitantes)

O espaço dedicado ao estacionamento dos colaboradores deve possuir uma


quantidade suficiente para os membros do setor administrativo, e além de possuir vagas

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para membros do alto escalão da produção. Não podemos deixar de citar também uma
parte reservada para os visitantes.

V.3.1.6.4. Pátio Recreativo

Esse espaço é reservado para um momento de descanso tanto do colaborador,


como para funcionários do nível de produção. Possui bancadas para acolher os integrantes,
área de fumantes e um complexo arborizado para manter uma aclimatação diferente do
ambiente industrial.

V.3.1.7. Áreas Dispensáveis

Dado o porte da empresa e das necessidades para o funcionamento da fábrica,


algumas áreas comuns em instalações fabris não serão necessárias no momento atual.
Essas áreas são a de Subestação (Casa de Força), de Depósito de Combustíveis, para o
Grupo Gerador e área para Guarda de Veículos/Reparos.

V.4. Instalações Prediais


V.4.1. Estruturas Prediais

Atualmente, são comumente utilizados 3 tipos básicos de estruturas: de madeira, de


aço ou metálicas e de concreto armado. Como as atividades realizadas na fábrica não
requerem nenhuma estrutura em específico, optou-se pela estrutura de concreto armado,
que possui diversas vantagens como: baixo custo inicial e de manutenção, durabilidade e
eficiência contra incêndios.

V.4.2. Condições Ambientais Internas


V.4.2.1. Ventilação e Iluminação Naturais

A iluminação natural é muito importante, principalmente quando se trata de chão de


fábrica. Um ambiente arejado e claro, principalmente no Rio de Janeiro, que tem um clima
muito quente em determinadas épocas do ano. A iluminação natural será por meio de
janelas com vidros transparentes fechados, que garantem entrada de luz solar. As janelas
no chão de fábrica não serão abertas, para que diminua o acúmulo de poeira no
maquinário. Os ambientes que não são de produção, contarão com as janelas que podem
ser abertas, visando entrada de luz solar e ventilação natural. Os custos com iluminação e
ventilação artificiais diminuem consideravelmente com a utilização das naturais, fato
importante para o projeto.

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V.4.2.2. Ventilação e Iluminação Artificiais

A ventilação artificial precisa existir em um ambiente fabril, seguindo as normas


regulamentadoras, como a NR-17, que determina uma temperatura entre 20 ºC e 23 ºC
para ambientes de atividade cognitiva, como nos escritórios, por exemplo. Nos escritórios
serão instalados aparelhos de ar condicionado, seguindo a indicação tabelada, relacionando
o BTU com metro quadrado. Já no chão de fábrica propriamente dito, ventiladores
industriais serão instalados, visando constante circulação de ar (Figura 5).

Tabela 4: Tabela de BTU’s de ar condicionado


Fonte:
https://cdn.leroymerlin.com.br/contents/aprenda_a_calcular_os_btus_do_ar_condicionado_dcdb_original.jpg

Figura 5: Ventiladores Industriais


Fonte: https://www.qualitas.ind.br/ventiladores-industriais.html

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V.4.2.3. Instalações Elétricas

Por trativas de segurança para os integrantes e conservação dos bens do


estabelecimento, as instalações elétricas estão sendo reguladas pela norma NBR 5410-
Instalações Elétricas de Baixa Tensão, visando um funcionamento seguro e eficiente. Como
cuidados essenciais destaca-se o isolamento e disposição correta dos fios, disjuntores e
fusíveis são essenciais para a conservação dos equipamentos. Sem contar com a
separação devida entre todos os dispositivos da instalação elétrica para que não haja
influência mecânica, eletromagnética ou térmica de instalações próximas.

V.4.2.4. Instalações Hidráulicas


V.4.2.4.1. Águas para uso (humano/equipamento)

As instalações hidráulicas começam pelo uso humano/equipamento. Bebedouros


serão instalados ao longo da fábrica, com água potável filtrada, pronta para consumo. Essa
água será fornecida pela empresa responsável na região, seguindo todos os padrões
estabelecidos na região. Os reservatórios para a instalação predial industrial seguem as
normas técnicas pré estabelecidas e segundo a Norma Técnica da Sabesp NTS 181, que
regulamenta o consumo de água em média que cada funcionário tem por dia baseado em
suas funções, estima-se que a quantidade de água necessária é:

Tabela 5: Tabela de consumo


Fonte: Elaboração Própria

V.4.2.4.2. Águas servidas (esgotos/equipamentos)


No processo produtivo, a água será necessária para a lavagem das máscaras após
a costura. Máquinas industriais de lavagem suave, com capacidade para 50kg, para
materiais mais delicados serão utilizadas no processo produtivo. Serão duas lavadoras que
terão uma instalação hidráulica própria para sua utilização. Por se tratar de um sistema
relativamente simples e sem grande complexidades, será necessário apenas uma
instalação comum de utilização desse equipamento. Essa água utilizada pode ser uma água
de reuso, já que não precisa ser potável, mas que receberá o tratamento adequado para

21
uso. O sistema de esgoto também segue o padrão de uma instalação sem muitas
complexidades, até porque os resíduos não precisam de destinação específica.

V.4.2.5. Ventilação Forçada

O objetivo na entrega do sistema de ventilação forçada é renovar o ar de


insufladores ou ventiladores em espaços fechados, por exemplo. Essa ventilação auxilia na
dissipação de toxinas difundidas no ar, sendo de enorme importância em espaços com
pouca ou nenhuma ventilação natural.
No nosso caso em específico, por serem instalações de baixa complexidade e
periculosidade, não se vê necessário a instalação desse sistema de ventilação, por ser
custoso e além disso, contarmos com a própria ventilação natural do ambiente e artificial,
que são suficientes para as finalidades da empresa.

V.4.2.6. Ar Condicionado (Refrigerado)

Verificamos a importância do ar condicionado (refrigerado) nas instalações visando o


bem estar dos integrantes. Pela planta, podemos observar que desde a Portaria/Recepção,
juntamente com os escritórios da parte administrativa da empresa foram instalados ar
condicionados, que visam uma melhora no ambiente e no rendimento dos funcionários.

V.4.2.7. Ar Comprimido

Não há utilização de ar comprimido para as realizações das atividades nas


instalações, especificamente, no processo de fabricação das nossas máscaras.

V.4.2.8. Sistema de Combate a Incêndios

O sistema de combate a incêndios deve ser dimensionado de acordo com Norma


Regulamentadora 23 (NR-23) do Ministério do Trabalho e Emprego. Tendo esta norma
como base e considerando que pretende-se projetar uma fábrica com caráter têxtil,
percebe-se que os maiores riscos de incêndio associados são os dos tipos A e C (Figura 6),
tanto no chão de fábrica quanto no setor administrativo.

Figura 6: Tipos de Extintores de Incêndio

22
V.4.2.8.1. Hidrantes

Por possuirmos equipamentos modernizados, uma edificação moderna e com toda a


infraestrutura necessária para acionamento da brigada de incêndio, não se fez necessário a
instalação de hidrantes na nossa empresa, visto que a utilização de extintores com auxílio
de fireboys capacitados, já nos é suficiente.

V.4.2.8.2. Extintores

Seguindo a recomendação da NR-23, seria utilizado a priori os extintores ABC


(Tabela 6) que conseguem contornar os incêndios das classes A e C. Para o caso do
refeitório por exemplo, foi adquirido uma unidade extintora de Classe K, devido ao risco de
incêndio proveniente de óleos e gordura dos alimentos.
Os extintores deverão ser estrategicamente posicionados em diversos pontos da
planta, sendo devidamente sinalizados para uma fácil visualização. Também deve-se
considerar os pontos nos quais a probabilidade de o fogo impedir o acesso seja mínima.

Tabela 6: Tipos e Classes de Extintores de Incêndio

23
V.4.2.9. Equipamentos de Sinalização Sonora e Visual

Os equipamentos de sinalização servem para orientar os presentes nas instalações


da fábrica acerca de possíveis riscos iminentes para, assim, reduzir a quantidade de
acidentes e complicações.
Assim, será feito um investimento na fábrica de sinalizações sonoras e visuais. É
necessário aviso sobre saídas de emergência, por meio de placas e cartazes, em pontos de
possíveis focos de incêndio, para auxiliar todos os presentes a serem guiados de forma
segura e ordenada para a área externa da fábrica. Também, logo acima dos extintores
colocados na fábrica, serão colocados placas com sinais claros e objetivos, com películas
fotoluminescentes, que possibilitam a leitura em qualquer situação de iluminação do
ambiente.
Quanto ao trânsito de pessoas, para a parte do estacionamento e no setor de carga
e descarga haverá um conjunto de placas de sinalização e luzes com apitos para avisar
quando há chegada de carros ou veículos de transporte. Por fim, serão posicionadas
sirenes ao longo de toda a planta, para avisos sonoros que alertam a necessidade de
evacuação.

V.4.2.10. Cores de Revestimentos

O uso de cores foi pensado levando em contas neutralidade na visualização, aliada


a uma maior facilidade de iluminação com a pintura. Por isso, a escolha para o ambiente foi
de cores como branco, bege claro e verde. Cores claras refletem a luz, acarretando em uma
melhora da iluminação do ambiente. Para o piso, em uma simples harmonização do
ambiente ainda voltada para neutralidade, a cor é cinza claro. Para as áreas externas
também serão evitadas cores escuras devido à absorção de calor e consequente aumento
da necessidade de ventilação e refrigeração.

V.5. Instalações Externas


V.5.1. Rede de Águas para Uso/Reuso

O reuso de água consiste no processo de reutilizar a água, tratada ou não, para a


mesma finalidade ou outras mais simples. O material de produção e seus respectivos
maquinários não necessitam de água para o funcionamento. Assim, o abastecimento será
apenas no refeitório, nos banheiros e bebedouros espalhados pela unidade produtiva. A
rede de água poderá ser a da companhia distribuidora de água potável da região.

24
V.5.2. Rede de Águas Servidas e Esgoto (ETC/ETE)

O processo de fabricação de máscaras não requer um grande volume de água. O


uso na fábrica, como explicado anteriormente, consistirá basicamente no consumo dos
trabalhadores, refeitório, banheiros, limpeza da fábrica e lavagem das máscaras . Assim, se
utilizará o serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto (saneamento) público.

V.5.3. Castelo (Caixa D’Água) / Sistema Elevatório

O projeto da fábrica não requer um castelo de água, uma vez que essa estrutura é
utilizada apenas quando há necessidade de água sob grande pressão. A fábrica utilizará
uma caixa de água com capacidade de 30.000 litros, estimando que o gasto diário para
suprir os sessenta trabalhadores e o resto do consumo será de 7.510 litros e o reservatório
deve sustentar o estabelecimento por dois dias, somando com o necessário para lavagem
das máscaras.

V.5.4. Rede de Iluminação Externa

A rede de iluminação exterior da fábrica deve respeitar as normas da ABNT NBR


5101 e 15129 para evitar áreas de ofuscamento e sombra. Assim, o ambiente externo terá
postes de iluminação em toda área do estacionamento, no pátio externo e na área de carga
e descarga de materiais.

V.5.5. Subestação (Casa de Força)

A subestação é um conjunto de dispositivos elétricos industriais (máquinas,


aparelhos e circuitos) interligados entre si, sendo responsável por gerar, transmitir e
distribuir energia elétrica de forma segura, econômica e com qualidade.
Como no caso se trata de uma unidade produtiva de pequeno porte, não é
necessária a presença de uma subestação própria da empresa, ao passo em que será feito
uso da rede elétrica pública, por conta da distribuidora de energia elétrica da região.

V.5.6. Grupo Gerador de Energia Elétrica

Os grupos geradores de energia elétrica consistem em equipamentos de médio e


grande porte, de alto desempenho. A principal função é fornecer energia elétrica, podendo
ser a fonte principal, de maneira contínua, ou fonte auxiliar, temporária, casos de falhas na
rede elétrica principal (ex.: apagões).

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Para a fábrica de máscaras, devido ao maquinário e às instalações, não se julga, no
momento, ser necessária a aquisição de um gerador, sendo toda a energia elétrica
providenciada pela companhia de distribuição de energia elétrica vigente na região.

V.5.7. Abastecimento de Veículos (Comb/Lubrif.) e Oficina para Reparo


de Veículos/Equipamentos/ETC

Os veículos utilizados no transporte, como já explicado anteriormente, são


caminhões e pequenas caminhonetes. Não se mostra necessário ter um sistema de
abastecimento de veículos próprio, nem uma oficina para reparo de veículos, de maneira
que esses serviços serão supridos de forma terceirizada, fora do ambiente fabril, utilizando
os meios tradicionais. Os reparos serão feitos com empresas especializadas parceiras, que
farão o serviço adequado quando necessário for.

VI. Necessidade Global de Suprimentos

A fábrica fará uso principalmente de água tratada, energia elétrica e gás canalizado.
O abastecimento de água tratada na cidade de Nova Friburgo é dado pela Águas de Nova
Friburgo, do Grupo Águas do Brasil. Quanto à energia elétrica, é fornecida pelo Grupo
Energisa Nova Friburgo. Já para o fornecimento de gás natural, a empresa escolhida foi a
antiga CEG, atualmente Naturgy, pela confiança na reputação do mercado.
Para a energia elétrica, foi feita uma estimativa do gasto mensal, levando em conta o
maquinário utilizado e seus consumos, além dos gastos de ventilação e ar condicionado.
Para água e gás não considerou-se necessária a estimativa, já que nenhum dos processos
fabris utilizam muito desses suprimentos (são para uso dos trabalhadores, refeitório,
banheiro, etc.).

Energia
Capacidade Potência Tempo de Mensal***
Máquina (un/hora) * (W) Quantidade** Utilização Diário (kW.h)
MMask-pro 1000 1200 10 16 4.416,0
Esteiras 2000 300 3 16 331,2
Ar Condicionado - 3500 3 12 2.898,0
Ventilação Forçada - 300 10 20 1.380,0
Total 9.025,2

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Consumo elétrico mensal (kW) 9.025,2

Tarifa Energia Elétrica B3 (R$/kW.h) R$ 0,66


Custo mensal (R$) R$ 5.978,65

Tabela 7: Consumo de Energia Elétrica


* A potência das máquinas com modelo não especificado foi estimada e possui um “~”
acompanhando.
** A quantidade foi estimada considerando-se sua capacidade de produção e o nível geral
de produção previamente estipulado.
***Energia mensal considerando um mês como vinte e três dias úteis.

VII. Projeto Ambiental

O meio ambiente é uma das maiores preocupações quando se trata de projetos de


qualquer natureza. Seja no projeto de um banheiro, de uma casa ou até de uma indústria de
pequeno ou grande porte, a variável ambiental está cada vez mais em voga. Podemos
destacar 3 motivações principais para que essa variável de crescimento sustentável seja
importante.
A primeira é a adequação às normas regulamentadoras. As famosas NRs e as
demais leis de cuidado com o meio ambiente, precisam ser de extrema preocupação
quando o assunto é o planejamento industrial. Adequar-se às leis é o ponto de partida, já
que podem causar prejuízos incalculáveis no futuro e eventuais problemas irreversíveis do
ponto de vista financeiro.
A segunda motivação é o marketing envolvido. “Não basta fazer o certo, tem que ser
visto fazendo o certo.” Essa é uma frase que se aplica bem em um mundo cada vez mais
midiático. O marketing é uma plataforma impulsionadora da indústria, que pode se
aproveitar das boas práticas ambientais utilizadas pela empresa para se autopromover e
vincular sua imagem perante ao mercado de uma maneira sustentável, o que atrai
investidores e compradores.
A terceira, mas não menos importante, é a preocupação com o meio ambiente por si
só. Cuidar do nosso mundo não é menos importante do que lucrar e uma empresa também
pode ter esse pensamento. Mas cuidar do meio ambiente também não precisa ser mais
importante que o lucro, ou seja, podemos alcançar um desenvolvimento sustentável que
tenha como norte o lucro e a sustentabilidade caminhando em pé de igualdade.
Tratar desse assunto serve como um bom impulsionador para a inclusão de um
pensamento sustentável no projeto da indústria de máscara que estamos propondo e uma
forma encontrada para isso é a prática da logística reversa. Primeiramente é crucial que
seja explicado o que é logística reversa, suas diferenças para a logística direta (mais

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tradicional e utilizada atualmente) e por fim como colocaremos em prática na nossa
indústria.

VII.1. Logística Reversa

Figura 7: Consumo de Energia Elétrica


Fonte: https://www.lmxlogistica.com.br/logistica-reversa/

VII.1.1. Contextualização Histórica

Durante séculos o ser humano tratou a lógica de produção de maneira linear,


buscando as cadeias produtivas mais simples e com alta previsibilidade. O processo de
pensamento é simples e natural: se uma empresa precisa reduzir custos e aumentar os
lucros, quanto maior a previsibilidade, melhores são os resultados. Toda empresa necessita
de um planejamento bem estruturado para alcançar os resultados desejados e durante
muito tempo, buscou-se o caminho mais simples e natural, que baseiam a logística direta.
Ressaltar que a logística direta é mais simples, não quer dizer que é por si só, sem
complicações. Existem inúmeros exemplos de cadeias produtivas complexas, que são de
difícil entendimento e aplicação, mesmo seguindo uma lógica de logística direta. O ponto
chave de qualquer empresa, como supracitado, é lucrar cada vez mais, por essa razão
durante muitos séculos, o foco sempre esteve nos meios mais claros, de gerenciamento
mais simples e consistente, sem grandes preocupações logísticas que se atentassem ao

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cuidado com os resíduos, de maneira que a responsabilidade da empresa era única e
simples: produzir e vender os produtos de maneira mais eficaz e barata.
“Usualmente pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de materiais do
seu ponto de aquisição até seu ponto de consumo” (LACERDA, 2002). Contudo, Lacerda
(2002) continua a explanação ao tratar do tema central desta dissertação, que permeia
algumas das discussões mais contemporâneas da atualidade quando o assunto é produção
e consumo: a Logística Reversa.

VII.1.2. Discussões Recentes

Pontelo et al. (2003) caracteriza a logística reversa como uma área da logística
empresarial que planeja e se constrói de “trás pra frente”. Mueller (2005) diz que esse
planejamento reverso, apesar de diferente e inovador, utiliza os mesmos processos que um
planejamento convencional. Armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais
e outros processos continuam em voga na lógica da logística reversa. As inovações da área
se dão pela mudança de foco, que acarreta em uma enorme gama de possibilidades e
resoluções logísticas.

Depois de entender de onde viemos e o que é a logística reversa, o próximo passo é


saber como estamos para então conjecturar sobre o futuro.

É muito comum confundir logística reversa aplicada por empresas como um simples
processo de reciclagem, ou alguma iniciativa de diminuição de emissão de gases, porém
como supracitado, a logística reversa é muito mais abrangente e tem essas duas
proposições como alguns exemplos de ações que estão englobadas na lógica global.

Uns dos principais agentes que estruturam a logística reversa são as empresas,
devido à sua importância para as mesmas, uma vez que as mercadorias devolvidas, os
resíduos com destinação adequada, oferecem oportunidades para recuperação do valor,
bem como economias de custo em potencial (LEITE, 2002).

Um resíduo gerado na cadeia produtiva de um produto de uma dada empresa pode


ser o insumo de outra, que trabalhando em sinergia, podem gerar melhores resultados
financeiros para ambas e ainda auxiliam na preservação do meio ambiente. Como também
ressalta Leite (2002), o objetivo estratégico econômico é o mais evidente e na
implementação da logística reversa, porém não é o único fator determinante. Uma “iniciativa
verde” nunca é desassociada de um eventual ganho de produtividade, já que nenhuma
empresa mudaria a maneira de operar mesmo que isso resultasse em enormes perdas.
Porém, o que a logística reversa propõe e mostra, é que as duas coisas podem caminhar

29
em conjunto, desenvolvendo assim uma iniciativa que ajuda na preservação do planeta
Terra.

Um ponto muito explorado pelas empresas que utilizam essa lógica é a de


autopromoção, visando marketing. Mais do que fazer, para as empresas, é importante ser
visto fazendo, ainda mais quando é um assunto que costuma agradar o mercado
consumidor, os investidores e os demais stakeholders. É uma prática que não só melhora a
imagem da empresa, mas também incentiva as demais a adentrarem nesse mercado, que
tende a crescer cada vez mais.

Os ganhos financeiros podem ser relevantes, como mostra Caldwell (1999, apud
Shibao et al. 2010) que cita a economia de US$ 30 milhões da empresa Estèe Lauder
Companies Inc., que deixou de descartar 50% do volume anterior com a implantação da
logística reversa. Porém, não só de vantagens, vivem as empresas que implementam tal
prática, existem alguns desafios associados que merecem ser citados.

Segundo Pontelo (2003), alguns problemas devem ser ressaltados, como: maiores
estoques, maiores dificuldades de planejamento, difícil planejamento estratégico associado,
custos de implementação de difícil avaliação e custos de transporte elevados. Esses são
apenas algumas das barreiras que devem ser enfrentadas, porém com uma estruturação
bem feita, a relação custo benefício será vantajosa para as empresas.

VII.2. Aplicação na indústria

Depois de compreender o que é a logística reversa e suas diferenças para a


logística direta, mais tradicional, podemos compreender um pouco da importância de
adotá-la como uma prática de desenvolvimento sustentável para a empresa. Uma das
maiores motivações é justamente pelo momento de pandemia em que vivemos, que gerou,
repentinamente, uma demanda avassaladora por máscaras. Um item que era usado apenas
por culturas específicas e que não era muito comum em nosso país, de repente se tornou
um item de uso obrigatório.
Esse repentino aumento de demanda na produção de máscaras é muito prejudicial
para o meio ambiente, já que a produção é desenfreada e o descarte mal feito. Depender
da instrução da população para cuidar do descarte devidamente correto não pode ser uma
prática da indústria e o intuito é justamente implementar uma logística reversa que
preocupe-se com os resíduos gerados.
Uma das práticas está no chão de fábrica e diz respeito aos resíduos gerados pela
etapa de corte das máscaras. Para a confecção dos cortes, os tecidos são cortados e

30
geram resíduos que serão recolhidos e separados em lotes pré determinados, de acordo
com o tipo de tecido e o peso acumulado, com o intuito de vender para outras indústrias de
natureza têxtil, que utilizam essa matéria prima.
Outra prática a ser utilizada é o recolhimento das máscaras utilizadas e descartadas
pela população geral. Com devida autorização da prefeitura e dos órgãos competentes,
serão instaladas latas de descarte especiais em grandes centros urbanos para que os
cidadãos possam descartar suas máscaras da forma devida.Essas latas de descarte terão o
logotipo da empresa e mostrarão a marca para mais pessoas, gerando uma propaganda
positiva. As máscaras recolhidas não precisam ser necessariamente produzidas pela
empresa e serão recolhidas e transportadas para outras empresas que compram esse
material.
Essas são duas práticas que serão realizadas inicialmente geram resultado
financeiro imediato e não precisam de um alto grau de complexidade, nem custos
agregados muito altos, possibilitando um desenvolvimento sustentável, que alia o lucro ao
cuidado com o meio ambiente.

VIII. Localização da Planta

Como mencionado anteriormente, a fábrica será localizada no município de Nova


Friburgo, no Rio de Janeiro. A região é notório polo industrial têxtil e é uma grande
vantagem pela proximidade do mercado consumidor e pelas facilidades de fornecimento de
material e mão de obra. O local escolhido foi o bairro da Cordoeira, que possui indústrias ao
redor e é perto do centro da cidade de Nova Friburgo.

Figura 8: Mapa da Região de Cordoeira, Nova Friburgo-RJ


Fonte: Google Maps

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VIII.1. Topografia

A topografia de Nova Friburgo é bastante acidentada, no entanto, um dos motivos da


escolha pela proximidade com o Centro foi a maior nivelação dos terrenos (pode ser muito
devido à urbanização), como é possível observar no mapa abaixo.

Figura 9: Mapa Topográfico da Região de Cordoeira, Nova Friburgo-RJ


Fonte: https://pt-br.topographic-map.com/maps/gwj5/Nova-Friburgo

VIII.2. Acessos Viários

Por ser uma cidade serrana, os acessos às vias de Nova Friburgo são relativamente
limitados, por não serem hidroviários. O principal acesso é o rodoviário, por meio de duas
principais vias: RJ- 116 (Itaboraí / Nova Friburgo / Macuco) e RJ-130 (Teresópolis / Nova
Friburgo). O acesso é prioritariamente por este meio de transporte, assim como as
transferências de matéria-prima, insumos e dos produtos prontos para comercialização.

VIII.3. Mercado Consumidor

Como já dito anteriormente, a escolha se deu por ser uma região de forte produção
têxtil, que abastece diversas cidades ao redor do estado, e que se voltou, durante a
pandemia, para uma grande produção de máscaras. Em decorrência dessa situação da
pandemia, a quantidade crescente de demanda de máscaras foi o motivo de iniciar uma
produção em escala industrial de máscaras. A busca pelos produtos no setor de máscaras
teve um aumento significativo durante a pandemia, inclusive no meio e-commerce,
chegando a cerca de 10 mil vezes, no período de março a julho de 2020, segundo a Elo7,
marketplace brasileiro, no caso das máscaras de tecido.

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VIII.4. Fornecedores (Fontes de Insumos)

Novamente, o fato do município já ser um polo bem estabelecido facilita a busca por
fornecedores. Existem empresas (ex.:Textransfer, Hak Aviamentos.) mais conhecidas que
podem auxiliar o processo de decisão, porém o preço realmente será o fator fundamental ao
final da escolha do material para a fabricação.

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IX. Referências Bibliográficas
● TOPOGRAPHIC. Mapa Topográfico de Nova Friburgo. Disponível em:
<https://pt-br.topographic-map.com/maps/gwj5/Nova-Friburgo/>. Acesso em:
20/12/2020.
● LEROY MERLIN. Cálculo BTU’s Ar Condicionado. Disponível em:
<https://cdn.leroymerlin.com.br/contents/aprenda_a_calcular_os_btus_do_ar_condici
onado_dcdb_original.jpg>. Acesso em: 20/12/2020.
● INFARMED. Normas Aplicáveis e Tipologia. Disponível em:
<https://www.infarmed.pt/1web/infarmed/noticias/-/journal_content/56/15786/368650
3>. Acesso em: 20/12/2020.
● QUALITAS. Ventiladores Industriais. Disponível em:
<https://www.qualitas.ind.br/ventiladores-industriais.html>. Acesso em: 20/12/2020.
● LMX LOGÍSTICA. Logística Reversa. Disponível em:
<https://www.lmxlogistica.com.br/logistica-reversa/>. Acesso em: 20/12/2020.
● MUELLER, Carla Fernanda. Logística reversa, meio ambiente e produtividade.
Grupo de Estudos Logísticos, Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.
● LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: nova área da logística empresarial.
Revista Tecnologística, v. 78, p. 102-109, 2002.
● LIVA, Patrícia Beaumord Gomes; PONTELO, Viviane Santos Lacerda; OLIVEIRA,
Wedson Souza. Logística reversa. Gestão e Tecnologia industrial. IETEC, 2003.
● SHIBAO, Fábio Ytoshi; MOORI, Roberto Giro; SANTOS, MR dos. A logística reversa
e a sustentabilidade empresarial. Seminários em administração, v. 13, 2010.
● LACERDA, Leonardo. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as
práticas operacionais. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, v. 6, 2002.

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