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IED (INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO)

Prof. Rui Medeiros

08/09/2021

 Lei:
o Constituição;
o Ordem jurídica;
o Normas;

 3 Dimensões do Direito:

o 1º O direito é um conjunto de normas;


o 2º Essas normas têm efetividade;
o 3º Justiça;

o Pretensão de vigência;
o Ordem normativa;
o Direito/Justiça;

15/09/2021

Sumário: O direito enquanto ordem necessária à vida em sociedade.


A resolução do caso por via normativa.

 Porque é que o direito é necessário numa sociedade/ vida quotidiana?

1. O direito é prático, serve para resolver os problemas da sociedade;


2. O direito é necessário para não cairmos numa anarquia;
3. A efetividade do direito é necessária numa sociedade ( 3 dimensões do direito);

Direito:

 Previne/resolve conflitos;
 Procura promover a cooperação social segundo certos valores;
 Define e organiza o poder;

 O direito visa que as decisões tomadas sejam decisões de acordo com normas;

 Os casos da vida real precisam de decisões. O direito quer que estes sejam decididos segundo
normas. Estas normas são critérios de decisão;

 O direito procura enquadrar normativamente as decisões;

Norma: Critério material de decisão de casos (ex.: atua sobre conflitos);

O direito procura enquadrar normativamente as decisões.


17-09-2021

Sumário: Da fonte de direito à norma através da interpretação. (pág. 27 sebenta)

Como é que se chega ás normas?

PERGUNTA: Será que a constituição protege a vida intrauterina (a vida do embrião antes de nascer)?

A resposta a esta pergunta parte do artigo 24º, no entanto não é suficiente, é preciso esclarecer o que é
a vida humana.

Segundo o artigo 24º da Constituição a vida é inviolável. No entanto no artigo 66º do Código Civil a
personalidade apenas se adquire após o nascimento, com vida.

O artigo que prevalece é o artigo 24º pois é o pressuposto na Constituição que está no topo da
hierarquia jurídica.

Fonte de Direito: Ponto de partida para através da interpretação chegar ao critério de decisão (norma).
Modos de revelação de critérios normativos e decisão de casos concretos, são modos de revelação de
regras jurídicas; A fonte é incontrolável.

Da mesma fonte de direito é possível chegar a várias interpretações, e dessas interpretações conclui-se
qual é a norma.

Conseguimos atingir a objetividade da fonte (artigo 8º);

22-09-2021

Sumário: As fontes de direito: considerações introdutórias.

Será que o direito tem de estar escrito?

Exemplo de antigamente ou em outros países onde existem costumes/regras que não estão escritas, no
entanto, são praticadas por todo um reino, uma tribo ou país.

A fonte de direito não tem de estar escrita.

Como se julgaram os casos que não são determinados por ordenações?

Como é que o juiz encontra a norma, que fontes é que ele pode utilizar para encontrar o critério de
decisão (norma) que lhe vai permitir julgar o caso.

Exemplo das ordenações filipinas.

O costume estava ao lado da lei como fonte aplicável.

Direito para questões relacionadas com a igreja: Direito canónicas

Direito para questões relacionadas

3º nível - Não havendo direito romano, direito canónico, etc, vê lá se o Acúcio escreveu algo sobre isto.

4º nível – No limite recorre á opinião do Bártolo (por ser melhor do que todos os outros, tendo uma
opinião mais estruturada)
Fonte de Direito: Modos de revelação de critérios normativos e decisão de casos concretos, são modos
de revelação de regras jurídicas;

Fontes de direito - Lei, jurisprudência, costume e doutrina;

Lei: Fonte intencional de direito. Imana de um ato de autoridade dirigido há criação da fonte.
Compreende:

- Lei do Reino;
- Direito Canónico;
- Direito Romano;
- Leis Imperiais;

Costume: Prática social reiterada acompanhada da convicção de juridicidade/obrigatoriedade. Não é


escrito;

Jurisprudência: Critério de decisão para determinado caso; Conjunto de decisões em que se exprime a
orientação seguida pelos tribunais ao julgarem os casos concretos que lhes são atribuídos;

Doutrina: Conjunto de estudos e opiniões formados por jurisconsultos; Não é fonte de direito hoje.

24-09-2021 – Prof. Joana Arnaut

Ordem jurídica e Ordem moral - Critérios de Distinção

Critério teológico (Thomasius) – O Direito visa a conservação da vida em socierdade através da


realização. A Moral visa a perfeição do ser humano mediante ação livre. É mais exigente do que o
Direito.

Critério da perspetiva (Thomasius) – O direito refere-se á alteridade (colocar-se no lugar do outro). A


Moral refere-se á interioridade.

Critério da forma ou dos meios (Thomasius) – O Direito caracteriza-se pela coatividade, a Moral pela
execução da imposição coativa.

Critérios dos Motivos da Ação (Kant) – O Direito é definido pela heteronomia, a Moral pela autonomia;

Critério da imperatividade – O Direito é imperativo-atribuído, a Moral é apenas imperativa.

Teoria do Mínimo Ético – segundo esta teoria o direito consiste num conjunto de normas morais
indispensáveis á conservação da vida social.

Crítica – A ordem jurídica é mais do que um mínimo ético, é certo que impõe muitas normas morais, no
entanto, comporta regras moralmente neutras e também regras contrárias à moral.

O Direito busca realizar a Justiça que é também um valor Moral nas suas três vertentes: Justiça
Comutativa, Justiça Distributiva e Justiça Geral ou Legal.

Exemplo do Direito da Sucessões


O Direito e a Ordem Religiosa

Distinguem-se essencialmente pelo critério teológico.

A Ordem Religiosa regula a relação dos crentes em determinada divindade ou transcendência com essa
mesma divindade ou transcendência. Integram também esta Ordem as regras sobre as instituições, os
ritos e as práticas religiosas.

Nas sociedades europeias ocidentais, o Direito consagra como seu Princípio Fundamental a tutela da
liberdade Religiosa e do respeito por todas as religiões (em Portugal, artº 41º da CRP) , mas não
incorpora regras de nenhuma religião em particular. O Direito e o Estado assumem-se como laicos (em
Portugal desde a CR de 1911).

Atualmente ainda existem sociedades de sincretismo jurídico-religioso. As regras de direito confundem-


se com as regras religiosas.

Liberdade religiosa: Todos tem o direito de liberdade religiosa. Cada um é livre de escolher, ou não, a
sua religião. Todos tem direito á prática religiosa e ninguém pode perturbar ou desrespeitar a religião/
os ritos religiosos de outra pessoa. Temos o direito de revelar publicamente a nossa religião.

O Direito não promove um direito em especial.

Ordem Jurídica e Ordem do Trato Social

Distinguem-se principalmente pelo critério teleológico.

 O Direito tem como finalidade ordenar os aspetos essenciais da vida em sociedade de modo a
permitir a conservação da mesma, promovendo a realização dos seus membros, a Justiça e a
paz social.

 A ordem de Trato Social tem como finalidade regular aspetos secundários ou não essenciais da
vida social, mas que tornam mais agradável o convívio em sociedade (ex.: não ir a um
casamento vestida de preto/branco).
29-09-2021 – Rui Medeiros

Sumário: Da pluralidade de fontes e unidade do sistema normativo - o papel da Constituição. 


As demais modalidades de lei na ordem jurídica portuguesa.

O juiz não pode agir juridicamente sem que as leis que aplique estejam impostas na constituição. Por
exemplo, a ninguém pode ser atribuída pena de prisão perpétua, tal como consta no (Artigo 30º 1. da
CRP - Não pode haver penas nem medidas de segurança privativas ou restritivas da liberdade com
caracter perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida.)

Mesmo no universo das leis temos uma pluralidade de fontes.

Se houvesse um rei absoluto ou um ditador as leis iriam ser monolíticas (seriam o que o rei queria que
fossem) - Milagre da multiplicação dos poderes

Não temos um ditador que centraliza o essencial das leis, temos uma pluralidade de leis do nosso
ordenamento jurídico (Poderes: Governo, Assembleia, Ordens Profissionais, Universidades, Parlamentos
Regionais, Hospitais, Autarquias ...).

A categoria lei não é monolítica, inclui uma pluralidade imensa de leis.

Pergunta: Como é que conferimos unidade a esta pluralidade de leis?

R: Através da constituição, do código civil, regulamentos, atos legislativos ...

A estrutura da lei é uma estrutura piramidal, há uma hierarquia dentro da categoria lei.

Artigo 1º código civil (descodificação)

1. Lei – Disposições genéricas provindas dos órgãos competentes. Só se pode considerar lei algo
que é imanado por uma organização estadual (do estado) competente;
Normas corporativas – Regras ditadas por organismos de determinadas categorias (morais, culturais ...);

Constituição
Ordem Jurídica
Normas

A Constituição está no topo da hierarquia portuguesa pois dá unidade ao sistema. É desta que se retira a
própria hierarquia. A Constituição contém os princípios fundamentais que devem regular a ordem
jurídica.
01/10/2021 – Rui Medeiros

Sumário: As leis formais e os regulamentos.

Atos legislativos: Leis, decretos-leis e decretos legislativos regionais - artigo 112º CRP

Princípios das leis e decretos de lei que precisamos de saber:

1 Á partida quer a Assembleia da República quer o Governo podem legislar livremente sobre
qualquer matéria, embora o governo não possa legislar num conjunto importante de matérias
reservadas á Assembleia da República.

2 As leis e os decretos de leis têm igual valor. São mutuamente revogáveis.

06/10/2021 – Rui Medeiros

Sumário: Os regulamentos. O pluralismo jurídico do nosso tempo.

Regulamentos de administração

Artigo 110º Órgãos de soberania (1.); Artigo 182º Definição (1.)

O regulamento administrativo não pode dispor contra a lei, se não respeitar a lei é ilegal e não pode ser
utilizado.

Formas de lei: lei, decreto de lei, decreto legislativo regional;

Órgãos legislativos: Assembleia da República, Governo, Assembleia legislativa das regiões autónomas;

Os regulamentos emanam a função administrativa. São atos gerais e abstratos.

Pergunta: Como é que se distingue o regulamento do resto?

Distinguir regulamento de lei – Uma Lei ou Decreto de Lei ou Decreto Legislativo Regional tem um
nome, um artigo nº, caracterizam-se pela forma.

O ato normativo da administração é geral e abstrato.

2º parte da aula

 Um acordam é uma decisão do tribunal


CASO KADI

- Kadi, arábia saudita, homem de negócio com muito dinheiro;

- No âmbito do combate ao terrorismo o comité das Nações Unidas decidiu colocar uma lista de
nomes de pessoas suspeitas de financiar os terroristas da altura;

- Os suspeitos viam os seus bens congelados;

- Kadi vê os seus bens, que tinha espalhados por vários bancos em vários países, a serem
congelados; Sem audição, sem possibilidade de defesa, sem ser previamente avisado;

- Primeira decisão dos tribunais da União Europeia diz que kadi não tem razão pois os direitos
das Nações Unidas prevalecem ao direito da União Europeia;

Esta resposta é semelhante á matéria que estivemos a ver pois tem a ver com a hierarquia. Neste caso o
topo é o direito das Nações Unidas.

- O tribunal decidiu remover o nome de Kadi da lista pois afirmou que o ato executivo violava a
carta dos direitos fundamentais da União Europeia. A decisão podia ter sido diferente se o comité de
sanções tivesse mais fundamentos/provas para acusar Kadi; O tribunal da justiça europeia disse que se
fosse alguma norma de ius cogens que a decisão teria sido diferente. Se não há, o direito da EU
sobrepõe-se sempre aos das Nações Unidas, Carta dos direitos fundamentais.

08/10/2021 – Rui Medeiros

Sumário: O costume.

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