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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

Programa de Pós-graduação em Geografia


Disciplina: Análise Territorial
Docente: Vilomar Sandes Sampaio
Discente: Raffael Saloes de Souza¹

EXPLORANDO O CONCEITO DE TERRITÓRIO COMO BASE PARA O


ENTENDIMENTO DAS DINÂMICAS ESPACIAIS PRODUTIVAS
Suzimary Specht

No texto intitulado acima, a autora traz uma análise sobre o conceito de


território para o entendimento dos sistemas produtivos, destacando como ele tem
ganhado força com seus diferentes usos e ressignificados, sendo capaz de permear
por diferentes temáticas e usos.
Após uma breve introdução a autora destaca a ascensão e queda pelo qual o
termo território passou, desde a concepção determinista de Ratzel influenciada pelo
naturalismo de Darwin e que veio dar apoio ao imperialismo alemão. Seguido pelo
retorno analítico do conceito na era da globalização, incorporando dessa vez as
problemáticas sociais.
Segundo a autora as noções de escala, poder e territorialidade, variando os
graus de intensidade, formam a base de análise nos diferentes estudos que tem o
território como categoria de análise espacial.
No texto é apresentado a problemática em se separar o entendimento entre
escala geográfica e escala cartográfica. Apresentando alguns autores e concepções,
o estudo do território em diferentes escalas geográficas trazem um entendimento
que vai além de mero recorte espacial ou geométrico, onde a escala escolhida se
torna única a evidenciar relações e elementos do objeto de análise que não estariam
perceptíveis em outra dimensão.
Sobre a vertente território e poder, a autora chama a atenção para a falsa
ideia de se ligar as questões de território ao Estado, sendo que as territorialidades
se estabelecem em diferentes níveis de escala, continuamente, por relações entre
atores públicos ou privados. Assim, a autora traz o conceito de Raffestin que
diferencia o poder do Estado, com o controle da população e recursos, das relações
de poder estabelecidas no cotidiano, dominações proximais.

¹Mestrando em Geografia – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.


Ainda sobre as importantes contribuições de Raffestin, a produção territorial é
resultado da rede que se estabelecem entre os grupos que se apropriam e fazem
uso do território.
Chegando a questão da territorialidade, com contribuições de Sack, é vista
como as estratégias que envolvem poder no controle de recursos e pessoas dentro
de uma área de comunicação e identidade.
A territorialidade se manifesta em diferentes escalas, assim como é dinâmica,
podendo ser alterada pelas relações sociais. De acordo com Heidrich, ela é
intrínseca ao espaço social. Traz um sentimento de pertencimento ao espaço
(Albagli).
Processo de globalização tem ampliado, aparentemente, as noções de
fronteiras nacionais seja no âmbito das relações mercantis como também na
influência na construção das identidades. Nesse processo, os atores globais tendam
a se posicionar em maior destaque e influências frente as instituições tradicionais,
no que se refere as atividades do campo principalmente.
No campo industrial, a questão territorial se liga com os sistemas e produtivos
contemporâneos, onde as suas intencionalidades variam de acordo com os autores
citados. O texto aborda a formação de clusters, distritos industriais e arranjos
produtivos e sistemas produtivos como processos de territorialidades, variando a
forma de instalação, objetivos e escalas dos vínculos que são estabelecidos no
território.

Specht, Suzimary, O território do morango no Vale do Caí – RS: análise pela


perspectiva dos sistemas agroalimentares localizados. Tese (Doutorado em
Desenvolvimento Rural) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de
Ciências Econômicas, Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Rural,
Porto Alegre, 317 f. 2009.

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