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PMPB

3º BPM
NuFAP
C E N T R O D E E D U C A Ç Ã O
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS CFSD-2018

FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA ATIVIDADE POLICIAL

PATOS-PB
Maio de 2019
ALUNOS CFSD

25 Frankerly

26 Rafael

27 Adelmo

28 Artur

29 Bruno

30 Lucena

31 Menezes

32 Dantas

33 Primo

34 Éverton

35 Wellyngton

36 Cauby

37 Leonardo

38 Rodrigues

39 Kleiver

40 Raimundo

41 Chaves

42 Sérgio

43 Azevedo

44 Yego

45 Vagner

46 Miguel

47 Laert

48 Forlan
QUESTIONÁRIO SOBRE O ATUAL SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO E PARAIBANO

PATOS-PB
Maio de 2019
Quais mudanças deveriam ter no sistema prisional atual?
O Brasil tem hoje a terceira maior população carcerária do mundo (mais de 726 mil
presos). Quando nos referimos às penitenciárias estaduais os números são de 603.157 segundo
o Banco Nacional de Monitoramento de prisões (BNMP 2.0, agosto de 2018).
A crise no sistema carcerário brasileiro é um reflexo da falha de todo sistema penal. Falta
de políticas públicas concretas e contínuas para segurança pública, polícias desaparelhadas e
ineficientes, baixo índice de resolução de crimes e um judiciário moroso, tudo isso levou a
superlotação dos nossos presídios. Os agentes carcerários não tem capacidade de manter o
controle sobre as penitenciárias, como por exemplo o complexo do curado em Pernambuco,
com mais de 7 mil presos, delegam a organização e controle interno a grupos de facções e
com isso as cadeias superlotam e favorecem o surgimento do crime organizado.
Segundo o Dr. Drauzio Varella, “temos que aprisionar os bandidos violentos, esses sim
merecem estar confinados”.
Podemos citar algumas medidas, segundo especialistas, para reverter esse cenário:
a) Aplicar mais penas alternativas
O aumento da aplicação teria o efeito de evitar que muitos criminosos de baixa
periculosidade entrassem em contato com facções criminosas nos presídios.
“Veja o caso da Alemanha, onde 80% das sentenças não implicam em perda de liberdade. Isso já
evita jogar uma quantidade imensa de pessoas num ambiente com uma subcultura criminosa
própria”, afirma o especialista alemão em assuntos carcerários Jörg Stippel.
Hoje elas são apenas previstas para penas de até quatro anos e raramente são aplicadas
para casos envolvendo tráfico de drogas.
 Segundo a ONG Conectas, se as penas alternativas pudessem ser aplicadas para substituir
penas de prisão de até oito anos por medidas alternativas, seria possível reduzir a população
carcerária brasileira em 53%. 
b) Promover ajustes na lei de drogas (11.343/06)
Especialistas afirmam que, do jeito que está, a lei endurece as penas para pequenos
traficantes (muitas vezes dependentes químicos que comercializam drogas) que nem sempre
representam perigo para a sociedade. Para reduzir essas distorções, os especialistas pedem
ajustes na lei.
Sobre pequenos traficantes e usuários de drogas, comenta o Dr. Drauzio Varella: “O
sistema de saúde é quem tem que cuidar desse tipo de problema e não a polícia ”.
c) Aumentar as opções de trabalho e estudos nos presídios
A pena privativa de liberdade não cumpre seu fim social de ressocializar.
O sistema prisional é administrado pelo Executivo, ocupado por mandatários eleitos pelo
povo. Na lógica eleitoral, preso é lixo social e ressocialização não gera votos. Ao contrário do
discurso do combate à impunidade, que atende à sensação de medo arraigada na população.
Por isso a preocupação é mínima com esse tipo de problema.
A CF traz o trabalho do preso como requisito da dignidade humana. Para o condenado,
além de direito é forma de ressocialização.
Faltam investimentos nessa área. Na Paraíba, a percentagem de presos que atendem
atividades educacionais é de apenas 13%. E só 6% dos presos paraibanos realizam algum tipo
de trabalho interno ou externo.
Um dos modelos elogiados é o da Apac (Associação de Proteção e Amparo aos
Condenados), que funciona em três dezenas de unidades prisionais de Minas Gerais e no
Espírito Santo. Na Apac, os presos ficam em contato constante com suas famílias e
comunidade e aprendem novas profissões.
d) Reformar os presídios
Para especialistas, a atual configuração dos presídios brasileiros escancara a ausência do
Estado no interior das unidades. Como o Estado falha em prover os presos com proteção e
produtos básicos, as facções acabam assumindo esse papel. 
Apesar de encararem a construção de novos presídios como uma solução enganosa,
especialistas afirmam que as atuais unidades precisam passar por reformas e ter seu
gigantismo reduzido para que um controle mais efetivo seja exercido. As Nações Unidas
recomendam que um presídio deve ter no máximo 500 vagas. Mas muitos presídios do Brasil
extrapolam esse número. O Complexo do Curado, No Recife, por exemplo, abriga mais de 7
mil presos.
e) Separação de presos
A separação dos presos provisórios dos condenados, e, entre os condenados, a separação
por periculosidade ou gravidade do crime cometido está prevista na lei de execuções penais.
Na prática, não é o que acontece por causa do sucateamento dos presídios e a superlotação.
Segundo especialistas, tais medidas evitariam que réus primários convivessem com
criminosos veteranos, diminuindo a entrada de novos membros nas “escolas internas do
crime“.
“A prisão perverte, corrompe, deforma, avilta, embrutece. É uma fábrica de reincidência, é uma
universidade às avessas, onde se diploma o professional do crime”.  Lins e Silva, Evandro. O Salão
dos Passos Perdidos. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira. 1998
f) Diminuir a quantidade de presos provisórios
Segundo a ONG Conectas, Cerca de 40% dos mais de 700 mil presos no Brasil ainda não
foram julgados. Muitos deles cometeram crimes sem gravidade, mas por não terem acesso à
justiça, como a defensoria pública ou um advogado, permanecem encarcerados. Na grande
maioria dos casos, quando a pena finalmente saí, ela é inferior ao tempo em que o preso
esperou pelo julgamento. Milhares de outros acabam sendo absolvidos.
Por vezes, vemos o judiciário se movimentando em mutirões para tentar amenizar essa
situação. “Apesar de útil, é também uma admissão do fracasso do sistema penal. Eles não seriam
necessários se não ocorressem tantas distorções”, afirmou o presidente da Comissão de Direitos
Humanos da Ordem da OAB em São Paulo, Martim Sampaio.

Quais benefícios ou prejuízos que trarão a atividade policial e por que deve
sim continuar com sistema de regressão.
Isso é o que disciplina o artigo 112 da Lei de Execução Penal[4]: “A pena privativa de
liberdade será executada em forma progressiva, com a transferência para regime menos
rigoroso a ser determinada pelo juiz quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto)
da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão”.
O sistema progressivo é o instrumento mais eficaz para gerar condições mínimas de
reinserção do egresso e evitar que volte a delinquir. Mantê-lo encarcerado sob a custódia do
Estado e subitamente colocá-lo na rua sem amparo é incentivo à reincidência. No sistema
progressivo, aos poucos, mediante compensações que o incentivam a cumprir condições e
punições que o fazem regredir, o detento vai voltando ao convívio social, com um mínimo,
em tese, de ajuda. Infelizmente, num falido sistema carcerário que vivemos, esse pode ser um
dos únicos meios ressocializadores que lá existe.

Quais projetos poderiam trazer benefícios ao sistema prisional no estado da


Paraíba?
Fazendo uma separação do perfil de cada delinquente, podemos aplicar a eles medidas muito
mais eficazes que o confinamento para prevenir a sua reincidência e almejar a efetiva
ressocialização.

No Estado da Paraíba já existe bons projetos como o noticiado no site G1 da Globo News:
Programa de ressocialização beneficia quase 600 detentos na Paraíba (29/01/2012)
Os 596 detentos concluintes passaram por aulas em 13 cursos em diversas especialidades,
como operador de micro, instalador hidrossanitário, confeccionador de bolas, confeiteiro de
pizza, impressor serigráfico, instalador elétrico residencial, além de preparação de doces e
salgados, embelezamento de pés e mãos, cortes avançados masculinos, oficina de violão,
oficina de desenho e pintura e danças folclóricas.

Outros projetos de ressocialização eficientes pelo Brasil:


a) Conquistando a Liberdade - 961 internos participantes em 2013;
Desenvolvido em 17 municípios do Estado, objetiva reinserir socialmente o preso através do viés da
educação, consciência ambiental e ciclo de palestras junto à comunidade escolar, além de serviços de
reparos de escolas e logradouros públicos.  O evento é realizado de forma voluntária, uma vez por
mês. Em dois anos, 2.172 internos participaram do projeto, beneficiando cerca de 25.000 alunos e 145
espaços públicos, principalmente escolas.
b) Puxirum - 50 internos;
Projeto de Reinserção social de presos pelo trabalho, desenvolvido em parceria com a Prefeitura de
Belém, através da SESAN - Secretaria Municipal de Saneamento. Emprega 50 internos  da Colônia
Penal Agrícola de Santa Izabel, na limpeza urbana e revitalização de praças, canais e logradouros do
município de Belém.
c) F1 - 13 internas;
Projeto de qualificação profissional em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que
emprega 13 (treze) Internos do Centro de Reeducação Feminino (CRF) , Colônia Penal Agrícola de
Santa Izabel (CPASI) e egressos, na digitalização e controle de processos judiciais

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