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X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq

Centro Universitário Ritter dos Reis

O Direito ao Processo Justo e suas manifestações no


projeto de novo Código de Processo Civil: primeiras considerações

Luis Alberto Reichelt


Mestre e Doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Professor nos cursos de graduação, especialização e mestrado em Direitos Humanos do
Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter)
lreichelt@uniritter.edu.br

Resumo: O presente estudo propõe o exame do direito ao processo justo, bem


como discorre sobre as suas manifestações no projeto de novo Código de
Processo Civil brasileiro, ilustrando as diversas formas pelas quais tal direito vem
concretizado pelo legislador em âmbito infraconstitucional.

1. Introdução
O presente trabalho busca retratar etapa do projeto de pesquisa “O Direito ao
Processo Justo e a introdução de precedentes vinculantes pelo projeto de novo Código de
Processo Civil”, desenvolvido junto ao Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), de
modo a demonstrar o atendimento a um dos seus objetivos específicos. Trata-se de esforço
destinado a caracterizar, a partir de levantamento doutrinário e jurisprudencial, o âmbito de
proteção do direito ao processo justo na realidade brasileira, especificamente no âmbito
cível, demonstrando, ainda, o compromisso do projeto de novo Código de Processo Civil
com vistas à sua concretização.

2. Sobre a incorporação do direito ao processo justo pelo ordenamento jurídico


brasileiro
Os diversos valores fundamentais de ordem ideológica e técnica sobre os quais
se fundamentam as noções de justiça procedimental ou de equidade processual, e que vem
sendo afirmados como fenômeno presente no âmbito internacional a partir de meados do
século XX, formam a matriz ético-cultural do que se deve entender por um processo justo.
Sob essa ótica, impõe-se que o processo seja pensado como um fenômeno comprometido
com ideais de simplicidade, clareza e celeridade, com as exigências de respeito à
legalidade e de correção, bem como com a presença de um perfil ético imanente à
administração dos órgãos responsáveis pelo exercício da atividade jurisdicional1, sem
prejuízo de outras exigências que a essas possam ser agregadas ou das ulteriores
especificações e desdobramentos que delas possam ser extraídos.
No âmbito internacional, é possível encontrar uma série de diplomas que,
atuando na regulação dos direitos humanos, consagram o direito a um processo justo sob
diversos rótulos e formulações. A Declaração Internacional dos Direitos do Homem de 1948,

1 Segue-se, aqui, a trilha proposta por COMOGLIO, Luigi Paolo. Etica e tecnica del giusto processo. Turim: G.
Giappichelli Editore, 2004. p. 47-48.
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SEPesq – 20 a 24 de outubro de 2014
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prevê, no art. 8º, que “toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei”, e, no seu art. 10, que “toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente
e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação
criminal contra ele”. A Convenção Européia para a Salvaguarda dos Direitos Humanos, de
1950, trata do direito a um processo justo no seu art. 6º, em redação consideravelmente
sofisticada e detalhada, cujo teor vem retratado também no art. 14 do Pacto Internacional
Sobre Direitos Civis e Políticos de 1966, promulgado no âmbito nacional pelo Decreto nº
592/1992. Por fim, cumpre lembrar, ainda, a redação do art. 8º da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), de 1969, incorporada no
âmbito interno pelo Decreto nº 678/1992, que também assegura o direito ao processo justo2.
Essa mesma matriz ético-cultural permeia também a visão contemporânea do
significado da fórmula anglo-saxônica do due process of law3. Nesse sentido, cumpre
registrar que a expressão em questão teve seu âmbito de alcance significativamente
ampliado ao longo do tempo, de modo a hoje compreender não só o compromisso com a
legalidade procedimental, mas também a necessidade de garantia de justiça substantiva.
Essa ampliação pode ser justificada, em primeiro lugar, pelo fato de a exigência do due
process of law ser veiculada em uma cláusula que comporta abertura suficiente para a
aferição da justiça no caso concreto. Outra razão que leva à mesma conclusão é o fato de
que os direitos de ação e de defesa, englobados sob o manto do due process of law, tem
por conteúdo o direito à possibilidade efetiva de desenvolvimento de um conjunto mínimo de
atividades de natureza processual, o que não exclui a possibilidade de outras providências
que a elas se somem. Uma terceira ordem de razões para a possibilidade de expansão do
horizonte inerente ao due process of law consiste no fato de que a exigência de um devido
processo serviria como garantia positivada de um direito natural do indivíduo a um processo
informado por princípios superiores de justiça4.

2 De acordo com GUINCHARD, Serge et alii. Droit Processuel – Droits fondamentaux du procès. 7ª edição.
Paris: Dalloz, 2013. p. 8, um dos eixos que caracterizam as metamorfoses experimentadas pelo Direito
Processual contemporâneo pode ser assim definido: ”sous l’influence preponderante des instruments
internationaux des droits de l’homme (que nous préférons designer par l’expression de libertés e droits
fondamentaux), la procédure, comme l’ordre juridique em general, se trouve placée aujourd’hui sous l’emprise
croissante des droits fondamentaux du procès (les fameux ‘droits de procédure’ évoqués aux Conseils
européens de Cologne et Tampere au moment de l’elaboration de ce qui allait devenir la Charte des droits
fondamentaux dl’Union européene. v. ss. 153) et qu’il existe un véritable droit substantiél à un procès équitable
conforme aux exigences d’un État démocratique, c’est-à-dire aux garanties fondamentales d’une bonne justice
(v. ss. 482 s.) (...) L’humanisme processuel l’emporte sur le légalisme procedural, même si certains
accompaingent cette évolution de réserves fondées sur l’autonomie processuelle et si d’autres defendent à la
fois cet humanisme processuel et ‘un interhumanisme processuel’ que viserait ‘à donner du sens à un flot
d’informations et de mécanismes procéduraux en formulant une théorie juridique générale inspirée d’une
approche transdisciplinaire des relations humaines’”.
3 A relação entre a noção de processo justo e as duas tradições acima elencadas também pode ser vista em
CHIARLONI, Sergio. Giusto processo (diritto processuale civile). Revista de Processo, n.219 (2013), p. 119-
152.
4 COMOGLIO, Luigi Paolo. Etica e tecnica del giusto processo. Op. cit., p. 48-49. Da mesma forma, CASTRO,
Carlos Roberto Siqueira de. O devido processo legal e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
4ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 31, ensina que há uma série de garantias que “vigoram por via de
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Seja através da interpretação do constante do art. 5º LIV, da Constituição


Federal, que veicula fórmula semelhante à da tradição americana, seja por força do
determinado pelo art. 5º, § 3º, do mesmo texto constitucional, que permite a incorporação,
com status constitucional, de normas veiculadas em tratados internacionais que versem
sobre direitos humanos, o fato é que o direito ao processo justo constitui-se em proteção
que encontra amparo expresso do ponto de vista do direito positivo brasileiro. Por uma via
ou pela outra, consagra a ordem jurídica pátria todo um âmbito de proteção peculiar
ofertado aos jurisdicionados, o qual é situado no âmbito dos direitos humanos e dos direitos
fundamentais.
Interessante é ver que diversos esforços doutrinários vêm sendo desenvolvidos
com vistas a delimitar o significado do direito ao processo justo na realidade brasileira. A
esse respeito, uma primeira proposta a ser considerada é a que consta da exposição feita
por Daniel Mitidiero, para quem o direito ao processo justo conta com um perfil mínimo
composto de duas grandes dimensões: de um lado, “do ponto de vista da ‘divisão do
trabalho’ processual, o processo justo é pautado pela colaboração do juiz para com as
partes”, de modo que, nas palavras do citado autor, o magistrado “é paritário no diálogo e
assimétrico apenas no momento da imposição de suas decisões”; de outro lado, tal
exigência compreende um processo que se mostre
capaz de prestar tutela jurisdicional adequada e efetiva, em que as
partes participam em pé de igualdade e com paridade de armas, em
contraditório, com ampla defesa, com direito à prova, perante juiz
natural, em que todos os seus pronunciamentos são previsíveis,
confiáveis e motivados, em procedimento público, com duração
razoável e, em sendo o caso, com direito à assistência jurídica integral
e formação de coisa julgada5.
Diferente trilha é proposta por Humberto Theodoro Júnior, ao anotar que, de
maneira contemporânea, verifica-se uma “uma assimilação da ideia de devido processo
legal à de processo justo”, afirmando que “a par da regularidade formal, o processo deve
adequar-se a realizar o melhor resultado concreto, em face dos desígnios do direito
material”, de modo a entrever “um aspecto substancial na garantia do devido processo
legal”6. Em outro estudo, Humberto Theodoro Júnior afirma que “o processo justo, porém,
impõe-se entre nós como uma decorrência natural e obrigatória dos valores agasalhados
nos princípios fundamentais que dão estrutura à nossa ordem constitucional”,
argumentando que “nossa Constituição assenta o Estado Democrático de Direito brasileiro
sobre o valor supremo e fundamental da justiça”, motivo pelo qual “a concepção da garantia
de devido processo legal, expressa em seu art. 5º, nº LIV, não pode ter outro sentido senão

implicitude e que são reconhecidas como integrantes do sistema constitucional de liberdades públicas por
força de decisões judiciais, consoante previsto na 9ª Emenda da lei Magna norte-americana, que inclui no
elenco dos direitos individuais aqueles já titulados pelo povo (retained by the people), o que reverencia a ideia
jusnaturalista de direitos ‘pré-constitucionais’ e mesmo ‘pré-estatais’ a serem observados pelo Estado”.
5
MITIDIERO, Daniel Francisco. Direito fundamental ao processo justo. Revista Magister de Direito Civil e
Processual Civil, vol. 45 (2011): 22-34, especialmente p. 26-27.
6
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo justo e contraditório dinâmico. Revista Magister de Direito Civil e
Processual Civil, vol. 33 (2009): 5-18, especialmente p. 9.
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o de um processo justo”7. Semelhante explicação parece ser a proposta por José Alfredo de
Oliveira Baracho ao anotar que “a garantia de um processo justo equivale à função que
corresponde, nos Estados Unidos, ao due process of law”8. Propõe-se, sob tal ótica, o
enfrentamento da mesma realidade de estudo mediante o emprego de uma descrição
linguística com distinções pontuais, mas que eventualmente apresentam inúmeros pontos
de convergência com a proposta anteriormente retratada.
Uma terceira via a ser mencionada é a percorrida por Carlos Alberto Alvaro de
Oliveira, ao anotar que da ponderação entre os valores efetividade e segurança jurídica,
considerados pelo citado autor como sendo dotados de caráter fundamental, “visa-se
idealmente a alcançar um processo tendencialmente justo”, ressaltando, contudo, que, “à
vista do caráter essencialmente principiológico dos direitos fundamentais”, somente seria
possível determinar o que se entende por processo justo “levando-se em conta as
circunstâncias peculiares do caso”9. Preocupação semelhante parece ser a de Sergio Luís
Wetzel de Mattos quando define o direito ao processo justo como
direito ao um processo legal e informado por direitos fundamentais,
realizado em clima de boa-fé e lealdade de todos aqueles que dele
participam, adequado ao direito material e às exigências do caso
concreto e, enfim, voltado à obtenção de uma proteção judicial justa10.
É a mesma trilha percorrida por Leonardo Greco, para quem a expressão processo justo
sintetiza um conjunto de garantias fundamentais do processo, universalmente acolhidas em
todos os países que instituem a dignidade da pessoa humana como um dos pilares do
Estado Democrático de Direito11.
Em todas essas propostas, mostra-se como uma constante o fato de que a
Constituição Federal exerce um papel estratégico no quadro das fontes do direito envolvidas
com a consagração do direito ao processo justo. Atua ela não só como meio para a
expressa consagração do direito ao processo justo, mas também como ferramenta que
permite o diálogo entre as diversas fontes que, entrelaçadas entre si, informam o conteúdo
a ser associado a tal direito. Vale registrar que não se constitui em qualquer novidade o
discurso no sentido da necessidade de atenção para a chamada tutela constitucional do
processo, assim entendida a preocupação em assegurar a conformação dos institutos do
direito processual e o seu funcionamento aos princípios que descendem da própria ordem
constitucional. Ao contrário, em uma perspectiva hoje já considerada clássica, a doutrina
sustenta que
o processualista moderno adquiriu a consciência de que, como
instrumento a serviço da ordem constitucional, o processo precisa

7
THEODORO JÚNIOR, Humberto. O compromisso do projeto de novo Código de Processo Civil com o
processo justo. Revista de Informação Legislativa, vol. 190 (2011): 237-263, especialmente p. 243.
8
BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Teoria geral do processo constitucional. Revista de Direito
Constitucional e Internacional, vol. 62 (2008): 135-200, especialmente p. 143.
9
OLIVEIRA, Carlos Alberto Alvaro de. O processo civil na perspectiva dos direitos fundamentais. Revista de
Processo, vol. 113 (2004): 9-20, especialmente p. 21.
10
MATTOS, Sergio Luís Wetzel de. Devido Processo Legal e proteção de direitos. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2009. p. 201.
11
GRECO, Leonardo. Garantias Fundamentais do processo: o processo justo. JurisPoiesis: Revista dos
Cursos de Direito da Universidade Estácio de Sá, v.7, n.6(2004): 3-49, especialmente p. 4.
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refletir as bases do regime democrático, nela proclamados; ele é, por


assim dizer, o microcosmos democrático do Estado-de-direito, com as
conotações de liberdade, igualdade e participação (contraditório), em
clima de legalidade e responsabilidade12.
De maneira mais contemporânea, há vozes que sustentam a necessidade de um
aprofundamento ainda maior do fenômeno da constitucionalização do Direito Processual, de
modo a fazer com que nele também se faça sentir o emprego da metodologia própria dos
direitos fundamentais13.

3. O novo Código de Processo Civil e de sua inserção no contexto de um modelo


constitucional baseado no Direito ao Processo Justo
A exposição de motivos do anteprojeto de novo Código de Processo Civil
apresentado ao Senado Federal, que redundou no Projeto de Lei nº 166/2010 originalmente
apresentado naquela Casa Legislativa, é repleta de remissões à importância da dimensão
constitucional assumida por determinadas normas de Direito Processual Civil. Prova disso
pode ser vista logo na abertura da referida exposição de motivos quando da afirmação de
que “um sistema processual civil que não proporcione à sociedade o reconhecimento e a
realização dos direitos, ameaçados ou violados, que têm cada um dos jurisdicionados, não
se harmoniza com as garantias constitucionais de um Estado Democrático de Direito”. Mais
adiante, anotaram os autores do anteprojeto que, durante sua elaboração, uma das
principais linhas de trabalho era a de “resolver problemas”, de modo a “deixar de ver o
processo como teoria descomprometida de sua natureza fundamental de método de
resolução de conflitos, por meio do qual se realizam valores constitucionais”.
A necessidade de sintonia fina entre a Lei Maior e o trabalho do legislador
infraconstitucional é repetidamente enfatizada na exposição de motivos supracitada, que
ressalta que
a coerência substancial há de ser vista como objetivo fundamental,
todavia, e mantida em termos absolutos, no que tange à Constituição
Federal da República. Afinal, é na lei ordinária e em outras normas de
escalão inferior que se explicita a promessa de realização dos valores
encampados pelos princípios constitucionais.
Mais do que isso, o objetivo de “estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia
fina com a Constituição Federal” é expressamente indicado como um dos cinco objetivos

12 DINAMARCO, Cândido Rangel. A Instrumentalidade do Processo. 7ª edição. São Paulo: Malheiros, 1999.
p. 25.
13 ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto e MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil. Vol. I. 2ª edição.
São Paulo: Atlas, 2012. p. 18. No mesmo sentido, ver THEODORO JÚNIOR, Humberto. Direito processual
constitucional. Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil, n.25 (2008): 26-38, especialmente p. 27,
referindo a existência de uma dupla e grande mudança de rumo do processo na segunda metade do século
XX: “a) reduziu-se a separação exagerada que se notava no tratamento das figuras processuais em relação ao
direito material, reforçando o papel instrumental do processo na realização e tutela dos direitos subjetivos
substanciais, já então permeados de valores humanos e éticos, dando origem ao chamado processo justo; e
b) formou-se e consolidou-se o fenômeno da constitucionalização do processo, cujos princípios ganharam
assento na sede reguladora dos direitos fundamentais”.
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precípuos que orientaram os trabalhos da comissão responsável pela elaboração do


anteprojeto em questão.
A doutrina sustenta que a elaboração de um novo Código de Processo Civil deve
ser capaz de proporcionar à sociedade “uma legislação moderna, precisa quanto aos seus
objetivos, que, mais explicitamente, sejam correlacionados com o programa constitucional
de prestação da tutela jurisdicional”14. São vozes que se unem dizendo que “os princípios e
valores dispostos na Constituição Federal constituem o ponto de partida do trabalho do
processualista”15. Desse movimento exsurgem resultados como uma das redações
propostas para o art. 1º do anteprojeto de novo Código de Processo Civil, segundo a qual “o
processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e os princípios
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil”16. O mérito
presente em uma proposta como essa não consiste tanto no seu conteúdo jurídico (que, a
bem da verdade, poderia ser inferido a partir da adoção de uma perspectiva sistemática no
trato do conjunto de normas processuais civis), mas, antes, na sinalização, por parte do
legislador, a respeito da existência de um avanço metodológico que não comporta qualquer
possibilidade de retrocesso.
Impõe-se, sob essa ótica, que as normas legais sejam interpretadas sob o influxo
constante dos parâmetros estabelecidos pelo texto constitucional. O significado do texto da
lei depende, sob essa ótica, da prévia compreensão do conteúdo da proteção
constitucionalmente assegurada às partes nas relações por elas mantidas com os órgãos
jurisdicionais. À luz dessa forma de enfrentamento das relações entre normas estabelecidas
em diferentes âmbitos normativos do ordenamento jurídico, a lei deixa de ser mero
desdobramento ou repetição do que já foi estabelecido pela Constituição Federal, e passa a
ser vista como meio para garantia da máxima efetividade de direitos humanos e
fundamentais assegurados na Lei Maior e em tratados internacionais.
Essa forma de visualização das relações entre as normas processuais dispostas
pelo legislador e os direitos humanos e fundamentais leva a um necessário
redimensionamento das relações entre as partes e o órgão jurisdicional. Um projeto de
Código de Processo Civil que guarde desde a sua gênese a preocupação em estabelecer
diálogo inteligente com o texto constitucional necessariamente assegura às partes um
conjunto de direitos, deveres, ônus e faculdades que se constitui em uma ferramenta que só
faz aumentar as chances de que o processo consiga alcançar todos os objetivos que lhes
são associados na dimensão dos direitos humanos e fundamentais. Os poderes e deveres
do juiz, por sua vez, passam a ser vistos como meios a serviço desses mesmos objetivos,
assumindo o magistrado a condição de responsável pelo respeito e pela implementação
desses direitos humanos e fundamentais.

14 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Um novo Código de Processo Civil para o Brasil. Revista Magister de
Direito Civil e Processual Civil, n. 37 (2010): 86-97, sendo o trecho citado encontrado a p. 95.
15 MEDINA, José Miguel Garcia. A dimensão procedimental dos direitos e o projeto do novo CPC. Revista de
Informação Legislativa, Brasília , n. 190 (2011): 289-302, especialmente p. 289.
16 Essa redação foi mantida no substitutivo posteriormente aprovado pelo Senado Federal. Vale referir,
contudo, que a redação final do substitutivo aprovado, mais adiante, pela Câmara dos Deputados veicula
redação distinta, estabelecendo, no art. 1º, que “o processo civil será ordenado e disciplinado conforme as
normas deste Código”.
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O diálogo inteligente entre o Código de Processo Civil e os direitos humanos e


fundamentais de natureza processual tem o condão, ainda, de permitir o aperfeiçoamento
do conteúdo inerente a esses mesmos direitos, bem como a incorporação de outros que a
eles se somem. Isso porque o significado inicialmente associado à linguagem empregada
na Constituição e nos tratados internacionais consagradores de direitos humanos pode ser
eventualmente modificado graças à interpretação que se dê ao texto de tais diplomas
quando examinados à luz do trabalho desenvolvido pelo legislador infraconstitucional17.
Inúmeros exemplos podem ser trazidos com vistas a ilustrar o funcionamento
dessa dinâmica de modificação do significado do texto constitucional a partir da significação
emprestada pelo legislador. Um primeiro a ser considerado pode ser visto no artigo 3º do
texto aprovado pela Câmara dos Deputados e remetido ao Senado Federal para análise, do
qual consta que “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”.
Essa construção proposta pelo legislador tem clara inspiração na dicção do art. 5º, XXXV,
da Constituição Federal, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Ao estabelecer que “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão
a direito”, o projeto de novo Código de Processo Civil coloca o intérprete diante de, ao
menos, duas possibilidades hermenêuticas no que se refere à compatibilização entre o texto
legal e proteção constitucional do art. 5º, XXXV. A primeira delas é a que conclui no sentido
de que, ao fazer menção à apreciação jurisdicional, estar-se-ia referindo à mesma
apreciação pelo Poder Judiciário constante da literalidade do texto constitucional. A
segunda, por sua vez, é a que observa que apreciação jurisdicional significaria apreciação
por ente que exerça a atividade jurisdicional, o que, por sua vez, importaria em reconhece
que a jurisdição poderia ser exercida por outros personagens que não apenas os órgãos do
Estado concebidos para tal desiderato.
A questão não é de menor importância. Basta lembrar que a menção, pelo
legislador infraconstitucional, à exigência de “apreciação jurisdicional”, e não de “apreciação
pelo Poder Judiciário” guarda sintonia com a orientação firmada no Supremo Tribunal
Federal ao afirmar a constitucionalidade da Lei nº 9.307/96 (Lei Geral de Arbitragem) no
contraponto com a proteção constitucional em questão18. Essa harmonia resta ainda mais
evidente em se considerando a literalidade do parágrafo primeiro do mesmo artigo 3º do
projeto de novo Código de Processo Civil ao dispor que “é permitida a arbitragem, na forma
da lei”.
Em se considerando a jurisdição como atividade de exercício de Poder do Estado
por parte de um terceiro imparcial responsável pela aplicação de normas jurídicas a um
caso concreto, tem-se que o legislador, ao dispor que “não se excluirá da apreciação
jurisdicional ameaça ou lesão a direito”, daria azo a que tal atividade pudesse ser vista
como associada não apenas aos órgãos jurisdicionais concebidos pelo Estado, mas
também aos árbitros, respeitados os limites estabelecidos pela legislação aplicável a estes

17 Segundo FERRAZ, Anna Candida da Cunha. Processos Informais de Mudança da Constituição: Mutações
Constitucionais e Mutações Inconstitucionais. São Paulo: Max Limonad, 1986, p. 66, “a interpretação
constitucional legislativa consiste na atividade desenvolvida para a aplicação da Constituição por meio de um
ato normativo, de natureza legislativa”.
18
Agravo Regimental em Sentença Estrangeira nº 5.206-7, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgado pelo
Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal em 12.12.2001.
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últimos. Converge nessa mesma direção a existência de outros comandos legais inseridos
no atual e no novo Código de Processo Civil, como o que proíbe que determinados conflitos
sejam apreciados pelos órgãos jurisdicionais estatais nos casos em que uma das partes
alegue a existência de convenção de arbitragem19 ou, ainda, o que equipara a força das
sentenças proferidas por órgãos jurisdicionais estatais à sentença arbitral para fins de
cumprimento da sentença20.
Outro exemplo de explicitação legal de proteção originalmente consagrada no
texto constitucional pode ser vista em se considerando o direito fundamental ao
contraditório, previsto no art. 5º, LV. O art. 7º do novo Código de Processo Civil estabelece
que “é assegurada às partes paridade de tratamento no curso do processo, competindo ao
juiz velar pelo efetivo contraditório”, aqui expresso como ferramenta comprometida com o
objetivo de permitir que as partes possam exercer influência no exercício do poder do
Estado veiculado na sentença proferida pelos órgãos jurisdicionais. O art. 6º, ao determinar
que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva”, confirma a conclusão no sentido de que, sob o
signo da exigência de respeito ao contraditório, a tarefa de construção da síntese expressa
na decisão judicial é vista como fruto de uma atividade exercida de maneira conjunta pelas
partes21.
Esse mesmo compromisso com o exercício democrático da jurisdição pode ser
visto, ainda, no disposto no art. 9º, ao dispor que “não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que esta seja previamente ouvida”, e vem reforçado, linhas depois, no art. 10,
segundo o qual “em qualquer grau de jurisdição, o órgão jurisdicional não pode decidir com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha oportunizado manifestação das
partes, ainda que se trate de matéria apreciável de ofício”. Proíbe-se, pois, a prolação de
decisões que venham a surpreender a qualquer das partes por força da adoção de uma
razão ou motivo que não tenham sido previamente debatidos entre o juiz e as partes22.

19
No Código de Processo Civil de 1973, a questão é regulada pelos arts. 301, IX (que dispõe sobre a
alegação da existência de convenção de arbitragem na contestação, como questão preliminar ao mérito) e
267, VII (tratando da extinção do processo sem resolução do mérito por força da existência da convenção de
arbitragem). No projeto de novo Código de Processo Civil, a regulamentação consta dos arts. 345 a 350, que
introduzem incidente específico para a alegação da existência de convenção de arbitragem, e no art. 495, VII
(que dispõe sobre a extinção do processo sem resolução do mérito por força da existência da convenção de
arbitragem).
20
O Código de Processo Civil de 1973 equipara, como títulos executivos judiciais, a sentença proferida por
órgãos jurisdicionais no âmbito cível (art. 475-N, I) à sentença arbitral (art. 475-N, IV). Essa equiparação é
mantida no projeto de novo Código de Processo Civil, em se considerando o constante do art. 521, I (referindo
“as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de
fazer, de não fazer ou de entregar coisa”) na comparação com o art. 521, VII, que faz menção à sentença
arbitral.
21
Como ensina ALVARO DE OLIVEIRA, Carlos Alberto. Poderes do juiz e visão cooperativa do processo.
Revista da Ajuris, Porto Alegre, Ajuris v.30, n.90, jun. 2003, p. 55-84, especialmente p. 62, “revela-se inegável
a importância do contraditório para o processo justo, princípio essencial que se encontra na base mesma do
diálogo judicial e da cooperação. (...) Na perspectiva judicial, diria que a sentença final só pode resultar do
trabalho conjunto de todos os sujeitos do processo”. Nessa mesma trilha, ver RUBIN, Fernando. O
contraditório na visão cooperativa do processo. Revista Dialética de Direito Processual, vol. 94 (2011): 28-44.
22
A respeito do direito das partes a não serem surpreendidas pelos termos da decisão judicial no ordenamento
jurídico brasileiro, ver REICHELT, Luis Alberto. O conteúdo da garantia do contraditório no direito processual
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Outra manifestação do possível redimensionamento do direito ao processo justo


por força da novel sistemática proposta pelo legislador infraconstitucional pode ser visto na
forma como o projeto de novo Código de Processo Civil trata do direito fundamental das
partes previsto no art. 93, IX, da Constituição Federal, segundo o qual “todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade”23.
Para além da repetição quase que literal da proteção constitucional em questão
no seu art. 11, o novo Código de Processo Civil estabelece, no art. 499, § 1º, um elenco de
exemplos de situações nas quais não se considera fundamentada a decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão. De acordo com a codificação projetada, seriam
nulas as decisões que: a) se limitem à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; b) empreguem
conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no
caso; c) invoquem motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; d) não
enfrentem todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador24; e) se limitem a invocar precedente ou enunciado de
súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; ou f) deixem de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção
no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Por fim, um último exemplo sintomático das múltiplas técnicas empregadas pelo
legislador infraconstitucional com vistas à incorporação, no projeto de Código de Processo
Civil, de direitos fundamentais constitucionalmente assegurados pode ser encontrado em

civil. Revista de Processo, vol. 162 (2008): 330-351, especialmente p. 348-350. Na jurisprudência, ver:
Embargos de Declaração em Embargos de Declaração no Agravo Regimental em Recurso Especial nº
1051059, relator Min. Castro Meira, julgado pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça em
02.06.2011; Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 1111562, relator Min. Castro Meira, julgado pela
Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça em 01.06.2010; Agravo em Agravo de Instrumento n º
70057724890, Rel. Des. Nelson José Gonzaga, julgado pela Décima Oitava Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul em 12.12.2013; Apelação Cível nº 70039049531, Rel. Des. José Luiz
Reis de Azambuja, julgado pela Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
em 04.04.2012; Apelação Cível nº 70028683118, Rel. Des. Guinther Spode, julgado pela Décima Quarta
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul em 15.06.2010.
23
Relativamente ao direito fundamental à motivação das decisões judiciais, bem como sobre a incorporação
dessa exigência na redação original do projeto de novo Código de Processo Civil, ver TUCCI, José Rogério
Cruz e. Garantias constitucionais da publicidade dos atos processuais e da motivação das decisões no Projeto
do CPC: análise e proposta. Revista de Processo, vol. 190 (2010): 257-269, especialmente p. 264-267.
24
Sobre essa hipótese específica, cumpre registrar que a jurisprudência pátria consigna entendimento
consolidado no sentido de que “o órgão judicial, para expressar sua convicção, não está obrigado a aduzir
comentários a respeito de todos os argumentos levantados pelas partes, quando decidir a causa com
fundamentos capazes de sustentar sua conclusão”. Nesse sentido, ver, exemplificativamente: Agravo
Regimental no Agravo em Recurso Especial nº 512.852/CE, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado pela
Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça em 07.08.2014; Agravo Regimental no Agravo em Recurso
Especial nº 520.378/SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, julgado pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça
em 26.08.2014; Agravo Regimental em Recurso Especial nº 1385212/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, julgado pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça em 12.08.2014; Agravo Regimental no
Agravo em Recurso Especial nº 493.652/RJ, Rel. Ministro Sérgio Kukina, julgado pela Primeira Turma do
Superior Tribunal de Justiça em 13.06.2014.
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dispositivos ligados ao previsto no art. 5º, LVXXVIII, segundo o qual “a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação25”. O art. 4º da codificação projetada dispõe que
“as partes têm direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa”, deixando expresso que a proteção em questão deve ser lida de modo
a se estender para além da mera atividade cognitiva26.
A fim de assegurar o cumprimento a tal objetivo, dispôs o legislador, ainda, no
art. 139, que o juiz, ao dirigir o processo, deverá “velar pela duração razoável do processo”.
Da mesma forma, a vinculação da magistratura a precedentes, na forma do art. 521 do
projeto de novo Código de Processo Civil, é projetada pelo legislador como uma medida
destinada a assegurar o compromisso com a duração razoável do processo, otimizando os
esforços dos magistrados que se submetem ao paradigmas estabelecidos pelos tribunais
em matéria de Direito.

4. Conclusões
Ao final do presente estudo, é possível afirmar que a incorporação do direito ao
processo justo pelo ordenamento jurídico brasileiro já é uma realidade. Da mesma forma,
pode-se observar que há espaço para ulteriores desenvolvimentos no que diz respeito à
delimitação precisa do seu âmbito de proteção.
Da mesma forma, é possível apontar a pretensão de sintonia do projeto de novo
Código de Processo Civil com os parâmetros constitucionalmente associados ao direito ao
processo justo. A pretensão de aproximação do legislador em relação à dimensão
constitucional dos direitos em questão abre espaço para a reflexão em torno do emprego de
técnicas de hermenêutica próprias dos direitos humanos e fundamentais também em
relação às tentativas de concretização desses direitos que acabam por ser veiculadas em
lei.
Por fim, impõe-se reconhecer que o ordenamento jurídico projetado pelo legislador
constitui-se, como ponto de partida, em um paradigma mais avançado em relação ao
atualmente vigente. Isso não significa, por certo, que a mera alteração do paradigma
legislativo tenha o condão de gerar transformação com a profundidade e a intensidade
reclamadas pela sociedade brasileira contemporânea. A fim de que se possa dimensionar o
progresso presente no resultado do esforço legislativo ora comentado, é indispensável
lembrar do papel desempenhado pelo intérprete e aplicador das normas construídas a partir
da novel codificação, bem como dos limites impostos por força dos inúmeros fatores
presentes na realidade cultural na qual os mesmos se inserem.

25
A respeito da natureza jurídica do direito fundamental à duração razoável do processo, bem como sobre sua
pertinência em relação ao conteúdo do direito ao processo justo, ver THEODORO JÚNIOR, Humberto. Direito
fundamental à duração razoável do processo. Revista Magister de Direito Civil e Processual Civil, vol. 29
(2009), 83-98, especialmente p. 89-90.
26
Essa questão já vinha sendo destacada desde a redação original do projeto de lei apresentada no Senado
Federal. Comentando essa orientação original, ver as considerações de TUCCI, José Rogério Cruz e.
Garantias constitucionais da duração razoável e da economia processual no projeto do Código de Processo
Civil. Revista de Processo, vol. 192 (2011): 193-209, especialmente p. 204-206.
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