1) O documento discute os conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento, comparando indicadores socioeconômicos entre países ricos e pobres.
2) A teoria da Divisão Internacional do Trabalho explica como as antigas colônias tornaram-se os atuais países subdesenvolvidos, fornecendo matérias-primas para as metrópoles industrializadas.
3) Existem dois tipos de países subdesenvolvidos: os industrializados e os agrários, e a Divisão Internacional do Trabalho ainda existe entre
1) O documento discute os conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento, comparando indicadores socioeconômicos entre países ricos e pobres.
2) A teoria da Divisão Internacional do Trabalho explica como as antigas colônias tornaram-se os atuais países subdesenvolvidos, fornecendo matérias-primas para as metrópoles industrializadas.
3) Existem dois tipos de países subdesenvolvidos: os industrializados e os agrários, e a Divisão Internacional do Trabalho ainda existe entre
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1) O documento discute os conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento, comparando indicadores socioeconômicos entre países ricos e pobres.
2) A teoria da Divisão Internacional do Trabalho explica como as antigas colônias tornaram-se os atuais países subdesenvolvidos, fornecendo matérias-primas para as metrópoles industrializadas.
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O QUE É DESENVOLVIMENTO? Na prática, tem-se como desenvolvidos os
EUA, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Israel e a maior parte dos países da Europa (notadamente É bastante claro que o mundo em que vivemos sua porção ocidental). é uma terra de imensos contrastes e desigualdades Segundo relatório divulgado pela ONU em entre os povos. 2001, alguns países já detêm indicadores suficientes Por exemplo, o quinto (20%) mais rico da para serem considerados desenvolvidos. É o caso, por população mundial: exemplo, de Cingapura e Hong Kong, países do → consome 45% da carne e do peixe, Sudeste Asiático com indicadores econômicos e enquanto as pessoas mais pobres (também um quinto) sociais comparáveis às nações desenvolvidas. Em consomem menos de 5%; algumas projeções, o Chile aparece, já em 2020, com → consome 58% da energia total, enquanto as indicadores de país desenvolvido (veja especial no fim pessoas mais pobres consomem menos de 4%; do capítulo). → possui 74% do total de linhas telefônicas, enquanto as pessoas mais pobres só têm 1,5%; → consome 84% do total de papel, enquanto A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO – A as pessoas mais pobres consomem 1,1%; DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO → possui 87% dos veículos existentes em todo (DIT) o mundo, enquanto as mais pobres têm menos de 1%. O que causa o desenvolvimento ou o (dados do Relatório do Desenvolvimento Mundial de 1997, 1998 e subdesenvolvimento? 1999) As disparidades do planeta já foram atribuídas Tais disparidades são vistas entre os diversos aos climas, culturas, etnias. Mas, na verdade, os países e entre as pessoas dentro de um mesmo país. fatores causadores desses contrastes possuem A noção de desenvolvimento e subdesenvolvimento natureza política, histórica, econômica e social. vem das disparidades entre os países, notadamente Diferenças na distribuição de riquezas ocorrem no que se refere ao desenvolvimento humano desde a Antigüidade, mas a configuração que hoje (qualidade de vida e bem-estar). Isso se deve ao fato existe é resultado da dinâmica do boom econômico de, nos aspectos econômicos, termos países posterior ao advento da Revolução Industrial, do final subdesenvolvidos com maior riqueza gerada que da Idade Moderna, que acabou gerando a sensível países subdesenvolvidos. divisão entre nações com ou sem parque industrial É o caso, por exemplo, de Noruega desenvolvido. Você também verá mais detalhes sobre (desenvolvida) e Brasil (subdesenvolvido). O PIB da capitalismo e industrialização em outras aulas. Noruega é de US$400 bilhões, enquanto o do Brasil Instalou-se, a partir daí, a chamada Divisão esbarra em US$1,5 trilhão, quase quatro vezes maior. Internacional do Trabalho (DIT), com subsistemas O que difere os dois países, no entanto, é a qualidade periféricos (países subdesenvolvidos) e subsistemas de vida de cada habitante, sabidamente maior na dominantes (os desenvolvidos). Noruega. Em essência, é esse o fator que separa Inicialmente, tinham-se as colônias fornecendo países desenvolvidos de subdesenvolvidos. Procure, produtos primários (agrícolas, minerais) para as nesse capítulo, por “PIB e PNB” para mais detalhes. metrópoles, que cediam os seus manufaturados Mas como podemos definir desenvolvimento? (industrializados), de maior valor agregado. Desse Sua noção vem da necessidade de comparar os modo, a riqueza se concentrava nas metrópoles, diversos países segundo suas disparidades enquanto as colônias continuavam atrasadas. econômicas e sociais. Desse modo, desenvolvimento Assim, tal teoria defende que, com a e subdesenvolvimento são inseparáveis como perpetuação da DIT, as antigas colônias continuam a conceitos distintos, uma vez que o desenvolvimento de exercer seu papel clássico, tornando-se os atuais um acarreta alguns indicadores que, quando países subdesenvolvidos, enquanto as metrópoles comparados com países mais pobres, geram o continuaram a ser os subsistemas dominantes. Em conceito de países menos desenvolvidos, no caso os geral, isso se aplica, apesar do subdesenvolvimento subdesenvolvidos. Assim, o subdesenvolvimento não também apresentar causas internas, como má pode ser encarado como um estágio para se chegar qualidade do gasto público (corrupção e inchaço ao desenvolvimento, mas apenas uma classificação estatal), serviços públicos de baixa qualidade, como decorrente de alguns indicadores econômicos e educação e saúde, além de investimentos insuficientes sociais. no ganho de competitividade e incremento de infra- Um país pode ser considerado desenvolvido estrutura. se a maior parte de sua população apresentar boas Mas e o caso de nações como os EUA, uma condições de vida, traduzidas em renda, expectativa ex-colônia que é atualmente a maior economia do de vida, poder de compra e outros indicadores. mundo? Ele pode ser explicado pelo fato de terem existido dois tipos básicos de colônias:
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→ as colônias de exploração foram aquelas dependente de capital e tecnologia do mundo ocupadas para servir aos interesses de desenvolvido. Isso fez com que o processo industrial, enriquecimento das metrópoles, sofrendo forte controle em diversos países, estivesse vinculado a interesses destas e tendo sua economia dependente da estrangeiros e não trouxesse o desenvolvimento metropolitana. Esse controle é sintetizado pelo Pacto característico da industrialização. Colonial, que será abordado nas disciplinas de Na atual fase do capitalismo, a localização da História. Tais colônias foram submetidas à DIT, no indústria deixou de ser o fator preponderante. Torna-se papel de subsistemas periféricos, e são hoje, em geral, primordial o fluxo de capitais, assim como a posse e países subdesenvolvidos. Quase todas as colônias produção de tecnologia. foram deste tipo, como os países da África, da Desse modo, passaram a existir dois tipos de América Latina e Ásia. países subdesenvolvidos: os países subdesenvolvidos → as colônias de povoamento foram aquelas industrializados e os subdesenvolvidos agrários (esse ocupadas por europeus fugidos de seus países ‘agrários’ seria mais bem expresso por ‘não- (muitas vezes dissidentes religiosos ou até mesmo industrializados’, uma vez que alguns deles podem ter condenados da justiça). Eles implantaram o modo de sua economia baseada em fontes não agrárias, como vida que possuíam na Europa, criando um mercado mineração). interno e suas próprias manufaturas. Tais colônias não Mas a DIT clássica ainda existe (com algumas sofriam grandes pressões metropolitanas, não sendo alterações); ocorre entre desenvolvidos e subdesen- forçadas a entrar na DIT como subsistemas volvidos agrários: periféricos. Esse é o caso dos EUA, Canadá, Austrália → os subdesenvolvidos fornecem produtos e Nova Zelândia, hoje países desenvolvidos. primários mais capitais em forma de juros e lucros das No caso americano, um termo bastante empresas transnacionais. utilizado é o da Negligência Salutar, baseada na falta → os desenvolvidos fornecem produtos de interesse da metrópole (Inglaterra) na exploração industrializados e algum capital (investimentos e dos EUA, possibilitando o posterior desenvolvimento empréstimos). da economia americana. Para ilustrar a influência do fluxo de capitais, leia-se o trecho: “Entre 1980 e 1996 a África CLASSIFICAÇÕES DOS PAÍSES QUANTO subsaariana pagou duas vezes o montante de sua AO DESENVOLVIMENTO dívida externa [com juros], mas hoje [1996, na época] encontra-se três vezes mais endividada que há 16 Algumas classificações dos países de acordo anos.” com seu grau de desenvolvimento foram utilizadas nos Para os países subdesenvolvidos industriali- últimos tempos. Vejamos as mais importantes. zados, a nova DIT é mais complexa: → os subdesenvolvidos fornecem produtos primários e industrializados mais capitais em forma de Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo juros, royalties e lucros das empresas transnacionais. → os desenvolvidos fornecem produtos Tal classificação foi largamente utilizada industrializados (em geral de maior tecnologia), durante a Guerra Fria (1945-1989), período marcado tecnologias e capitais (investimentos e empréstimos). pela bipolaridade entre as superpotências capitalista Atualmente, utiliza-se bastante a classificação: (EUA) e socialista (URSS). países centrais (desenvolvidos), mercados emergentes O Primeiro Mundo era composto pelos países (subdes. ind.) e países periféricos (subdes. agrários). capitalistas desenvolvidos. O Segundo Mundo era composto pelo bloco socialista. Já o Terceiro Mundo englobava os países capitalistas subdesenvolvidos Países do Norte e do Sul (alguns autores colocam os países socialistas subdesenvolvidos no Terceiro Mundo, juntamente com Tal classificação se baseia no fato de todos os os também subdesenvolvidos capitalistas). países desenvolvidos estarem a norte da Linha do Equador, exceto Austrália e Nova Zelândia. Na verdade, todos eles (menos os dois do hemisfério Sul) Desenvolvidos e Subdesenvolvidos estão acima do Trópico de Câncer. Obviamente, a linha Norte-Sul econômica não Tal classificação ainda é largamente utilizada é reta, se desviando para separar o mundo (usada inclusive por esse material) e já foi definida desenvolvido do subdesenvolvido. previamente. Os países desenvolvidos seriam os subsistemas dominantes, fornecendo produtos INDICADORES industrializados para os subdesenvolvidos (subs. periféricos), que forneceriam produtos primários. Como, porém, medir o desenvolvimento? Até Porém, na atual fase do capitalismo financeiro, essa agora, discutiu-se bastante sobre a essência do conjuntura não é tão simples. desenvolvimento, porém não se viram muitos dados Por exemplo, alguns países subdesenvolvidos concretos. Para isso, existem diversos indicadores se industrializaram, como o Brasil. Essa socioeconômicos, que medem vários aspectos da industrialização se deu segundo um modelo bastante população de um país.
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Indica o número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas. A mortalidade infantil reflete as condições de saúde de Analfabetismo um país. Apesar de as taxas terem diminuídos nas Indica a proporção de pessoas com mais de últimas décadas, a disparidade entre as nações ricas e 15 anos de idade que não sabem ler nem escrever. É em desenvolvimento ainda é grande. A principal causa o indicador mais usado para avaliar a qualidade de da mortalidade infantil é a desnutrição e a ausência de educação de país. Nas nações industrializadas, esse é tratamentos básicos de saúde e higiene. As nações um problema praticamente resolvido. Em algumas, a mais afetadas estão na África, América Latina e Ásia. ONU parou de calcular o analfabetismo, estimando Os países com maiores índices de mortalidade uma taxa inferior a 5%. infantil são (dados de 2005): Angola (187,49‰), Os países com maiores taxas de Afeganistão (163,07‰), Serra Leoa (162,55‰), Libéria analfabetismo no mundo são: Burkina Faso (87,2%), (161,99‰) e Moçambique (130,79‰). Os menores Níger (85,6%), Mali (81%), Chade (74,5%), Serra Leoa índices pertencem à Cingapura (2,29‰), Suécia (70,4%). Todos os 10 piores índices estão na África. (2,77‰), Japão (3,26‰), Islândia (3,31‰) e Finlândia Os dados são estimados pelo relatório do PNUD (3,57‰). (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi- No Brasil a mortalidade infantil é de 25,8 por mento) de 2005. mil. Os estados brasileiros com as maiores taxas são No Brasil, a taxa de analfabetismo é de 11,6%. (dados de 2002): AL (57,7‰), MA (46,3‰), PB Os estados brasileiros que apresentam menores (45,5‰), PE (44,8‰) e RN (41,9‰). As menores taxas índices de analfabetismo são (dados de 2003): DF pertencem ao RS (15,4‰), SP (17,4‰), DF (17,5‰), (4%), RJ (4%), RS (5%), SP (5%) e SC (5%). Os RR (17,8‰) e SC (18,2‰). maiores índices pertencem aos estados de Alagoas (30%), Piauí (28%) e Paraíba (25%). PIB e PNB Existe ainda o analfabetismo funcional, que compreende aquelas pessoas que oficialmente sabem São indicadores usados para medir a riqueza ler e escrever, mas não possuem grande domínio de um país. O Produto Interno Bruto (PIB) sobre essas habilidades, ou seja, só lêem e escrevem corresponde à soma do valor de toda a produção o trivial, não usufruindo completamente delas. Esse é econômica (total de bens e serviços produzidos) um problema muito comum em países gerada dentro de um país em determinado período, subdesenvolvidos, onde muitos habitantes possuem normalmente um ano. baixíssima escolaridade. Já o Produto Nacional Bruto (PNB) corresponde ao PIB (riqueza gerada), menos os Expectativa de Vida rendimentos enviados ao exterior, mais os rendimentos recebidos do exterior. Tempo de vida esperado para um bebê que Os países com maiores PIBs são, de acordo acabou de nascer. Também chamado de esperança com dados de 2007 do Fundo Monetário Internacional de vida, baseia-se nas condições de vida esperadas (FMI): Estados Unidos (US$13,84 trilhões), Japão para o bebê durante toda sua existência (assistência (US$4,38 trilhões), Alemanha (US$3,32 trilhões), médica, alimentação, etc.). China (US$3,25 trilhões) e Reino Unido (US$2,77 A esperança de vida está numa curva trilhões). O PIB brasileiro é de US$1,31 trilhões. ascendente por causa, principalmente, dos avanços tecnológicos e do maior acesso a serviços de saúde, à Renda per capita educação e ao saneamento básico, que garantem maior bem-estar da população. Também um indicador econômico consiste em Em países desenvolvidos, a expectativa de dividir o PIB ou o PNB pela população absoluta, vida ultrapassa os 75 anos, devido às boas condições calculando assim o rendimento médio de cada de moradia, saúde e alimentação. Andorra é a nação habitante do país. Por ser uma média, pode distorcer que apresenta maior expectativa de vida: 83,5 anos. sensivelmente a realidade, visto que em nenhum lugar Países subdesenvolvidos, sujeitos a guerras, do mundo todos possuem a mesma renda. epidemias, e com péssimas condições de saúde, Isso ocorre devido à desigual distribuição de moradia e alimentação geralmente apresentam renda nos países, em que os mais ricos concentram expectativa de vida inferior a 60 anos. Por exemplo, muito mais riqueza, e a maioria vive com uma renda Guiné Bissau (45,8 anos), Moçambique (42,8 anos), bem abaixo da renda per capita. Tal fenômeno Serra Leoa (41,8 anos), Suazilândia (40,9 anos) e costuma ser mais gritante nos países Zâmbia (40,5 anos). subdesenvolvidos (pior distribuição). No Brasil, a expectativa de vida é de 71,7 Alguns países subdesenvolvidos podem ter anos. altíssima renda per capita, como muitos dos grandes produtores de petróleo. Mas o subdesenvolvimento Mortalidade Infantil reside neles graças à alta concentração de renda.
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Os países que apresentam a maior renda per período, as taxas de criminalidade e de pobreza capita são: Luxemburgo (US$99.104), Noruega tornaram-se as mais baixas da América do Sul. (US$81.595), Suíça(US$74.879) e Islândia Estima-se que em 2020, quando o país deve entrar no (US$69.063). grupo dos desenvolvidos, seus indicadores sociais As menores rendas per capita pertencem a estejam iguais aos da Nova Zelândia, um dos Malawi (US$667), Burundi (US$699), Congo melhores do mundo. (US$714), Tanzânia (US$744), e Níger (US$781). A renda per capita brasileira é de US$10.050. A receita de sucesso – que bem poderia ser Se considerarmos a média da população mundial, adotada como referência pelos vizinhos – é um modelo chegaremos a US$8.810. econômico e político cuja estabilidade se mantém há duas décadas. O Equador, com a mesma população IDH do Chile, teve sete presidentes nos últimos dez anos. A renda dos equatorianos, que na década de 80 era O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) igual, hoje é um terço da chilena. Desde 1990, os é um indicador criado pela ONU para medir de forma índices de pobreza no Chile despencaram de 38,6% mais precisa a qualidade de vida das populações. para 13,7% da população e a indigência está próxima Diferentemente dos outros indicadores, que medem de ser erradicada. Cada ponto porcentual de aumento aspectos específicos dessa qualidade de vida, o IDH do PIB representou uma diminuição de 1,5 ponto na tenta unificar os diversos aspectos. taxa de pobreza. Nenhum outro país da América O IDH leva em conta a expectativa de vida da Latina conseguiu ganhos tão rápidos na área social ou população, o grau de escolaridade (não só o tem chance de chegar em tão curto prazo ao Primeiro analfabetismo) e a renda per capita. Sua escala varia Mundo (veja quadro). de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor a qualidade de vida do povo de um país. Com a redução da pobreza, o Chile conseguiu Diz-se que o IDH é alto quando é maior que criar uma classe média robusta. A classe C, 0,8; médio quando entre 0,5 e 0,8; baixo quando considerada a porta de entrada para a sociedade de menor que 0,5. consumo, representa 51% da população, contra 46% Os maiores IDHs do mundo pertencem, de no Brasil. Se morasse aqui, essa parcela de chilenos acordo com o PNUD em 2005, à Islândia (0,968), seria contada como classe A ou B, pois sua renda Noruega (0,968), Austrália (0,962), Canadá (0,961) e média familiar é quatro vezes a brasileira (2 500 Irlanda (0,959). dólares, contra apenas 620 dólares). Três em cada Os piores são do Serra Leoa (0,336), Burkina quatro chilenos moram em casa própria. A Faso (0,370), Guiné-Bissau (0,374), Níger (0,374) e desigualdade social, medida pelo índice Gini, ainda é Mali (0,380), todos africanos. alta, mas está em queda desde 2000. A ascensão da O IDH nacional é de 0,800, sendo o 70º nova classe média chilena pode ser testemunhada nos mundial. Para os estados (dados de 2000), os maiores bairros mais afastados da capital. Em Colina, uma são do DF (0,844), SP (0,814), RS (0,809), SC (0,806) antiga favela na periferia de Santiago, a taxa de e RJ (0,802). Os piores são MA (0,636), AL (0,649), PI pobreza caiu de 29% para 12% em apenas seis anos. (0,673), PB (0,678) e SE (0,687). O foco na educação é o que vai dar sustentação de longo prazo para a redução da pobreza. Hoje, os jovens chilenos de bairros pobres têm 2,5 vezes mais ESPECIAL anos de estudo que seus avós e 50% mais que seus pais. A educação primária e a secundária foram “Data marcada para ser rico” universalizadas, e sete em cada dez universitários são os primeiros de suas famílias a alcançar esse nível de ensino. Há no país um sistema que estimula a Graças à economia aberta e à estabilidade política, concorrência de escolas públicas e privadas por o Chile já pode fazer as contas: em 2020, o país alunos e verbas do governo. terá padrão de renda de Primeiro Mundo As medidas econômicas que colocaram o Thomaz Favaro, de Santiago Chile à frente de seus vizinhos foram impostas em um contexto autoritário pelo general Augusto Pinochet. O O Chile vive uma perspectiva de deixar os ditador pôs um freio à nacionalização de empresas e à vizinhos mortos de inveja: a de entrar para o time dos coletivização de terras do presidente anterior, o países ricos em curtíssimo prazo. Mantido o ritmo atual socialista Salvador Allende, aboliu o controle de preços de crescimento, faltam apenas doze anos para o país e privatizou mais de 400 estatais. Com cortes no gasto atingir 21000 dólares de renda per capita. Esse público e um banco central independente, o país patamar de renda – o triplo do brasileiro – é o mínimo controlou a inflação, que chegou a alcançar três dígitos exigido para um país ser considerado de Primeiro na década de 70. Essas foram as sementes para a Mundo. A previsível mudança de categoria na criação de um ambiente excepcional para negócios no comunidade internacional é fruto de duas décadas em país, aprimorado a partir de 1990. "A sabedoria dos que a economia chilena cresceu a uma média anual de governos democráticos foi reconhecer a qualidade da 5,2%, superior ao índice regional de 2,6%. Nesse política econômica da ditadura e conservá-la", disse a
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VEJA o ministro das Relações Exteriores, Alejandro frente. "Já não existem reformas grandes a ser feitas, Foxley. Segundo um ranking do Fórum Econômico apenas ajustes pequenos em setores específicos e Mundial, o Chile tem uma economia mais competitiva uma melhora na eficiência do estado", diz a do que a de países europeus como Espanha e Itália. economista Rosanna Costa, que trabalha em um centro de pesquisas ligado à Aliança por Chile, coalizão de centro-direita, de oposição. Nos últimos meses, um inimigo público uniu os chilenos: a inflação anual atingiu a taxa de 9,5%, a quinta mais alta da América do Sul, atrás de Venezuela, Bolívia, Equador e Argentina. Esse índice é mais do que o dobro do limite de 4% estipulado como meta pelo banco central. "O Chile, que já vinha pressionado pelo excesso de demanda interna, foi pego de surpresa pela alta do preço dos alimentos e dos combustíveis no cenário internacional", explica Rosanna. Para piorar, demorou para que o banco central começasse a elevar as taxas de juro e o governo da presidente Michelle Bachelet continuou aumentando os gastos públicos. Se não se cuidarem, os chilenos correm o risco de ver anos de UM BRINDE AOS TRATADOS trabalho engolidos pelo dragão inflacionário. Seria uma Alfonso Larraín comanda a Concha y Toro, a pena para uma economia cuja exuberância está até terceira maior fabricante de vinhos do mundo. Em ganhando um monumento de aço e concreto na 1994, ela foi a primeira empresa do setor a abrir o capital, Santiago: o maior edifício da América do Sul, capital na bolsa de Nova York. Isso permitiu que um centro comercial em fase de construção cuja torre investisse em tecnologias e novas variedades de principal terá setenta andares e 300 metros de altura – uva. Com vinícolas no Chile e na Argentina, a apenas 20 metros menos que o Chrysler Building, de Concha y Toro exporta 72% da produção. "Essas Nova York. conquistas só foram possíveis graças aos tratados de livre-comércio", diz Larraín.
(...)
A contribuição do governo chileno para esse
modelo de sucesso está na busca incessante e pragmática por novos parceiros comerciais. Segundo a Fundação Heritage, dos Estados Unidos, o Chile é uma das dez economias mais abertas do planeta. Com o tratado de livre-comércio com a Austrália, firmado em julho, o Chile conta agora com acordos bilaterais com 57 países. Para os empresários chilenos, isso significa poder vender com tarifas reduzidas a 85% do PIB mundial. Nos últimos anos, o foco dos acordos comerciais chilenos voltou-se para a Ásia. "Além de aumentar o volume de comércio e atrair mais investimentos da região que mais cresce no planeta, o (Revista Veja, edição 2078, 17 de setembro de 2008) Chile quer ser um ponto de articulação e de passagem entre a América do Sul e a Ásia", comenta Carlos Furche, diretor-geral de relações econômicas internacionais do Chile. Furche já participou da EXERCÍCIOS negociação dos tratados de livre-comércio (TLCs) com os principais países asiáticos – China, Japão e Índia. Questão 1. (UECE) Ao considerarmos o mundo do Vietnã, Malásia e Tailândia serão os próximos. Como ponto de vista das desigualdades internacionais, é sempre, o governo inclui nos tratados o vinho como correto afirmar: um dos produtos a ganhar o benefício da tarifa zero. A a) há dois importantes conjuntos de países: uma estratégia fez com que, nos últimos vinte anos, o Chile maioria que mantêm um sistema se tornasse o maior exportador de vinhos do socioeconômico baseado no planejamento e continente americano, superando a Argentina e os os da economia de mercado. Estados Unidos. b) Dois conjuntos se diferenciam: os países do norte (desenvolvidos) e os do sul Há, no Chile, um consenso de que esse é o (subdesenvolvidos). rumo que o país deve continuar tomando daqui para a c) Os países orientais e os países ocidentais se diferenciam, respectivamente, por suas
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condições socioeconômicas: desenvolvidos e Questão 4. (UFSC) A alternativa que não expressa subdesenvolvidos. característica de subdesenvolvimento é: d) Ainda se mantém como paradigma de a) Dependência comercial e tecnológica. diferenciação entre os países, os blocos b) Fuga de capitais e evasão de cérebros. fisiográficos da América, África, Europa e Ásia. c) Distorção entre o crescimento demográfico e o crescimento econômico. d) Agricultura e indústria altamente articuladas. e) Enormes cifras do endividamento externo.
Questão 2. (UDESC-SC) Observe a tabela:
RENDA PER CAPITA EM DÓLARES Questão 5. (UFU-MG) Por “divisão internacional do
PAÍSES 1950 1980 1992 trabalho” entende-se: EUA 2.536 11.360 22.560 a) Produção de tudo de que um país necessita Rússia 699 4.550 3.220 para seu desenvolvimento, isso em virtude de R. Unido 1.393 7.920 16.750 sua intensa industrialização. França 1.172 11.730 20.600 b) Organização dos países do Terceiro Mundo, Alemanha 1.001 13.590 23.650 responsável pela integração cada vez maior Japão 382 9.890 26.920 de suas economias. Fonte: VESENTINI, José William. A Nova Ordem Mundial. São c) Autonomia entre países exportadores de Paulo: Ed. Ática, 1995. p. 19. matérias-primas e os exportadores de produtos industrializados. Com base nessa tabela, assinale a alternativa CORRETA: d) Especialização dos países na produção de a) a renda per capita se constitui um excelente determinadas mercadorias destinadas ao indicador da distribuição de renda; mercado internacional. b) os Estados Unidos, que em 1950 possuíam a e) necessidade de circulação de mercadorias, isto é, o maior renda per capita do Mundo, em 1992, comércio nos diferentes graus de desenvolvimento. perderam essa posição para o Japão e Alemanha, em virtude da Grande Guerra de Questão 6. (FGV-SP) O índice de desenvolvimento 1985 contra a União Soviética; humano combina e articula três componentes c) o maior crescimento da renda per capita (longevidade, nível educacional e acesso a recursos) registrado no período abrangido pela tabela foi em uma escala de zero a 1. Quanto mais próximo de do Japão, que cresceu mais de 70 vezes entre 1, melhores serão as condições de vida. A letra X 1950 e 1992; identifica o Brasil. d) o país que obteve o maior crescimento da renda per capita foi o Japão, em virtude de sua inserção no NAFTA; e) a Alemanha vem obtendo bons índices de crescimentos da renda per capita desde 1950, em virtude da pilhagem que pôde fazer, durante a Segunda Guerra Mundial, nos Observando a posição dos países assinalados países por ela ocupados. pelos algarismos I, II e III, pode-se afirmar que eles correspondem, na ordem, a: Questão 3. (UERN) Com relação à situação de países III II I desenvolvidos e subdesenvolvidos, identifique as a-) Haiti Rússia Coréia do sul afirmativas verdadeiras. b-) Serra Leoa Kuwait Rússia I. Os países subdesenvolvidos são, em geral, c-)Índia Kuwait Coréia do sul dependentes economicamente dos países d-) Serra Leoa R. Tcheca Kuwait desenvolvidos. e-) Haiti Coréia do sul R. Tcheca II. As teorias mais aceitas na atualidade consideram a exploração colonial uma das principais causas das disparidades socioeconômicas existentes entre Questão 7. (UEL-PR) O Índice de Desenvolvimento países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Humano (IDH) brasileiro vem se alterando nas últimas III. O subdesenvolvimento é apenas uma questão de décadas, como se pode observar na tabela abaixo. atraso, já que muitos países antes ANO 1975 1980 1985 1990 1997 1998 subdesenvolvidos são hoje desenvolvidos. IDH 0.639 0.674 0.687 0.706 0.739 0.747 A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é: A respeito desse índice e dos dados da tabela, é a) I b) II c) III correto afirmar: d) I e II e) I, II e III a) O IDH brasileiro poderia ter se elevado mais rapidamente nas últimas décadas, não fosse o
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declínio da esperança de vida nos anos 80 e Questão 10. (FEI-SP) Em um estudo realizado em 90, em função da crise econômica. 1992 com mais de 160 países, a ONU empreendeu b) Os indicadores usados para o cálculo do IDH uma classificação baseada no chamado IDH – Índice são: condições de moradia, saúde, educação de Desenvolvimento Humano. Sobre o IDH e a e renda per capita. classificação dos países com base nesse índice, é c) O IDH é elaborado por um grupo de técnicos e incorreto afirmar: cientistas sociais contratados pelo FMI e a) o IDH combina fatores como expectativa de BIRD, e visa servir de critério para orientar vida, acesso à saúde e educação, distribuição esses organismos na concessão de de renda e oportunidades de trabalho, entre empréstimos a países em desenvolvimento. outros. d) O IDH brasileiro ainda é considerado baixo, b) países como a Bolívia e o Egito apresentam igualando-se ao dos países africanos. Isso se um baixo IDH. deve ao crescente número de analfabetos no c) países como o Canadá e o Japão apresentam país. um alto IDH. e) Um dos problemas que o IDH não revela é o d) o Brasil encontra-se numa situação nível de concentração de renda no país. intermediária, a despeito de seus problemas sociais. Questão 8. (UNIOESTE-PR) A respeito da moderna e) as posições ocupadas pelos países nessa divisão internacional do trabalho, é incorreto afirmar: classificação são baseadas fundamentalmente a) Alguns países subdesenvolvidos, além de no PIB de cada um deles. exportadores tradicionais de matérias-primas para os países desenvolvidos, exportam Questão 11. (FUVEST-SP) Analise a charge a seguir também produtos manufaturados, tais como e assinale a alternativa que melhor expressa seu calçados, tecidos e até automóveis. conteúdo. b) Empresas multinacionais instaladas nos países subdesenvolvidos remetem boa parte dos seus lucros aos países desenvolvidos. c) Bens manufaturados exportados pelos países subdesenvolvidos, via de regra, têm preços mais baixos e menor valorização no mercado internacional. d) A transferência de tecnologias e a proibição de remessas de lucro para o exterior tornaram-se importantes mecanismos utilizados pelas a) O desemprego estrutural nos países ricos e o pleno empresas multinacionais instaladas na emprego nos países pobres. América Latina para desenvolver nosso b) A mundialização da economia e a exploração do parque industrial após a década de 50. trabalho nos países pobres. e) Empresas multinacionais têm-se utilizado de c) A divisão internacional e sexual do trabalho, vasta mão-de-obra barata, das matérias- decorrente do padrão produtivo nos dias atuais. primas a baixo custo, dos incentivos fiscais e d) O desemprego em países ricos e as condições de da freqüente inexistência de legislação trabalho do setor terciário em países pobres. ambiental nos países subdesenvolvidos. e) O desenvolvimento desigual entre os países e a exportação de manufaturados, produzidos por mão-de- Questão 9. (PUCCAMP-SP) O Grupo dos 7 é um obra qualificada. bloco poderoso composto por alguns dos países com os maiores valores de produção do globo, sem sede e sem periodicidade de funcionamento previamente GABARITO definidas, cujos representantes se reúnem periodica- mente para decidir sobre assuntos bem variados que 1- B 6- A dizem respeito à vida de seus próprios países e à dos 2- C 7- E demais países do mundo. Em uma reunião desse 3- D 8- D grupo, para discutir a questão das indústrias trans- 4- D 9- E nacionais mais poluidoras do mundo e as medidas 5- D 10- E para a contenção dos agentes poluidores de forma a 11- B não perder a lucratividade e a competitividade das em- presas, certamente estarão presentes, dentre outros: a) Rússia, Ucrânia, Japão e Estados Unidos. b) Estados Unidos, Canadá, França e Suíça. c) Canadá, Japão, Rússia e Itália. d) Estados Unidos, Dinamarca, Índia e Japão. e) Estados Unidos, Japão, Alemanha e Canadá.