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CFO - Enfermagem
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br
Indicadores1
Um Indicador é um parâmetro que medirá a diferença entre a situação que se espera atingir e a
situação atual, ou seja, ele indicará se o que está sendo feito está ou não dentro da meta desejada
(“Fizemos o que nos propusemos a fazer tão bem quanto deveríamos?”). Em última análise, um
indicador permite quantificar dados relacionados à Melhoria de Qualidade.
Para a escolha dos Indicadores, são importantes os conceitos de Eficiência, Eficácia e Efetividade2:
Eficiência: se define como a capacidade de obter o efeito que se deseja ou se espera, empregando
os melhores meios (recursos) possíveis. O modo de execução está correto?
Eficácia: se define como a capacidade de obter o efeito que se deseja. Está sendo feita a coisa certa
(atendendo a necessidade do cliente)?
Efetividade: se define como a capacidade de se transformar uma realidade (impacto) a partir do
objetivo estabelecido e sua continuidade ao longo do tempo. Está fazendo bem o que deveria ser feito
(satisfação do cliente ao longo do tempo)?
Características de um Indicador
- De Fácil Entendimento: qualquer um que veja um indicador deve ser capaz de tirar suas conclusões,
característica que é fundamental para sua utilidade, pois para que o sistema de medição sirva de impulso
para a melhoria, ele deve ser compreendido por quem está envolvido nessa melhoria que se busca;
- Econômico: indicadores que são trabalhosos para serem calculados tendem a não funcionar
(portanto, os dados para seu cálculo também devem estar facilmente disponíveis);
- Disponível: todos os envolvidos devem ter acesso ao Indicador que reflete seu trabalho. Além disso,
essa disponibilidade deve ser rápida e frequente, pois dados atrasados impedem que propostas de
melhoria sejam desenvolvidas a tempo de não permitir que aquilo que está errado perdure;
- Testado no Campo: um indicador só é bom se foi testado e comprovado como útil na prática.
Essas características são necessárias, pois um indicador existe para ser avaliado. Ações devem ser
propostas e realizadas com base nessa avaliação, de forma a sempre atingir um nível melhor de qualidade
que o atual. Para isso também é importante ter em mente que sempre há o que melhorar, portanto a
pergunta que deve sempre estar em nossas mentes é: “Fizemos o que nos propusemos a fazer tão bem
quanto deveríamos E poderíamos?”.
Tipos de Indicadores
1
Texto adaptado de BRASIL, Organização Pan-Americana da Saúde. REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no
Brasil: conceitos e aplicações. 2. ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.
2
ANVISA. Conceitos Básicos para a Elaboração de Indicadores.
Os indicadores de Estrutura envolvem coisas mais fáceis e intuitivas: quantidade e qualidade dos
equipamentos utilizados no setor de Hemodinâmica do hospital, se a arquitetura do pronto-socorro do
hospital favorece o fluxo adequado dos pacientes, qual a quantidade de leitos disponíveis na UTI, etc.
Os indicadores de Processo envolvem o que se faz em um hospital: como forneço assistência,
com que taxa realizo os procedimentos adequados para tratar uma determinada doença, se estou
medicando um paciente com as medicações mais adequadas para sua condição, etc.
E os indicadores de resultado medem o final da linha, ou seja, se a Estrutura e o Processo
fizeram diferença: se tenho uma taxa de mortalidade de meus pacientes compatível com a literatura
para aquela doença, qual as condições de alta dos meus pacientes, etc.
Estrutura e Processo são mais fáceis de mensurar, entretanto a medida mais importante é a dos
Resultados. Além disso, estrutura pode ser algo muito variável, e muitas vezes extremamente dependente
de recursos financeiros. Já Processos e Resultados dependem muito mais da qualidade de como algo é
feito.
Os indicadores de nível da saúde da população são considerados como medidas que contêm
informações importantes e relevantes sobre determinadas dimensões e atributos relacionados ao estado
de saúde, bem como o da atuação e do desempenho do sistema de saúde.
A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é condição essencial para a
análise objetiva da situação sanitária, assim como para a tomada de decisões baseadas em evidências
e para a programação de ações de saúde. A busca de medidas do estado de saúde da população é uma
Conceitos Básicos3
Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre
determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de
saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância
das condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode
variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de
proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.
A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua
formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de
informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). O grau de excelência de um indicador
deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir
os mesmos resultados quando aplicado em condições similares).
Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar
o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado). Outros
atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de
conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o
investimento de tempo e recursos).
Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam
compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no
controle social do sistema de saúde.
Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidade importantes a integridade ou completude
(dados completos) e a consistência interna (valores coerentes e não contraditórios). A qualidade e a
comparabilidade dos indicadores de saúde dependem da aplicação sistemática de definições
operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo.
A seleção do conjunto básico de indicadores – e de seus níveis de desagregação – deve ajustar-se à
disponibilidade de sistemas de informação, fontes de dados, recursos, prioridades e necessidades
específicas em cada região. A manutenção deste conjunto de indicadores deve depender de instrumentos
e métodos simples, para facilitar a sua extração regular dos sistemas de informação. Para assegurar a
confiança dos usuários na informação produzida, é preciso monitorar a qualidade dos indicadores, revisar
periodicamente a consistência da série histórica de dados, e disseminar a informação com oportunidade
e regularidade.
Se gerados de forma regular e manejados em um sistema dinâmico, os indicadores são
instrumentos valiosos para a gestão e avaliação da situação de saúde, em todos os níveis. Um
conjunto de indicadores se destina a produzir evidência sobre a situação sanitária e suas tendências,
como base empírica para identificar grupos humanos com maiores necessidades de saúde, estratificar o
risco epidemiológico e identificar áreas críticas. Constitui, assim, insumo para o estabelecimento de
políticas e prioridades melhor ajustadas às necessidades da população.
Além de prover matéria-prima essencial para a análise, a disponibilidade de um conjunto básico de
indicadores tende a facilitar o monitoramento de objetivos e metas em saúde, estimular o fortalecimento
da capacidade analítica das equipes e promover o desenvolvimento de sistemas de informação
intercomunicados.
A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é condição essencial para a
análise objetiva da situação sanitária, assim como para a tomada de decisões baseadas em evidências
e para a programação de ações de saúde. A busca de medidas do estado de saúde da população é uma
atividade central em saúde pública, iniciada com o registro sistemático de dados de mortalidade e de
sobrevivência.
Com os avanços no controle das doenças infecciosas e a melhor compreensão do conceito de saúde
e de seus determinantes sociais, passou-se a analisar outras dimensões do estado de saúde, medidas
3
Texto adaptado de BRASIL, Organização Pan-Americana da Saúde. REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no
Brasil: conceitos e aplicações. 2. ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.
Indicadores de Saúde4
"Indicadores de saúde são parâmetros utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar, sob o
ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como fornecer subsídios aos
planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão
sanitário de diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos
períodos de tempo" (Rouquayrol, 1993).
A utilização de indicadores de saúde permite o estabelecimento de padrões, bem como o
acompanhamento de sua evolução ao longo dos anos. Embora o uso de um único indicador isoladamente
não possibilite o conhecimento da complexidade da realidade social, a associação de vários deles e,
ainda, a comparação entre diferentes indicadores de distintas localidades facilita sua compreensão.
Para a Organização Mundial da Saúde, esses indicadores gerais podem subdividir-se em três
grupos:
1. aqueles que tentam traduzir a saúde ou sua falta em um grupo populacional. Exemplos: razão
de mortalidade proporcional, coeficiente geral de mortalidade, esperança de vida ao nascer, coeficiente
de mortalidade infantil, coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis;
2. aqueles que se referem às condições do meio e que têm influência sobre a saúde. Exemplo:
saneamento básico;
3. aqueles que procuram medir os recursos materiais e humanos relacionados às atividades de
saúde. Exemplos: número de unidades básicas de saúde, número de profissionais de saúde, número de
leitos hospitalares e número de consultas em relação a determinada população (Laurenti e cols., 1987).
Os indicadores de saúde, tradicionalmente, tem sido construídos por meio de números. Em geral,
números absolutos de casos de doenças ou mortes não são utilizados para avaliar o nível de saúde, pois
não levam em conta o tamanho da população. Dessa forma, os indicadores de saúde são construídos por
meio de razões (frequências relativas), em forma de proporções ou coeficientes.
As proporções representam a “fatia da pizza” do total de casos ou mortes, indicando a importância
desses casos ou mortes no conjunto total. Os coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de
determinado evento ocorrer na população (que pode ser a população do país, estado, município,
população de nascidos vivos, de mulheres, etc.).
É preciso destacar, ainda, a diferença entre coeficientes (ou taxas) e índices. Índices não expressam
uma probabilidade (ou risco) como os coeficientes, pois o que está contido no denominador não está
sujeito ao risco de sofrer o evento descrito no numerador (LAURENTI et al., 1987).
Dessa forma, geralmente, o denominador do coeficiente representa a população exposta ao risco de
sofrer o evento que está no numerador. Exceções são o coeficiente de mortalidade infantil – CMI – e de
mortalidade materna – CMM – para os quais o denominador utilizado (nascidos vivos) é uma estimativa
tanto do número de menores de 1 ano, como de gestantes, parturientes e puérperas expostos ao risco
do evento óbito.
No caso do Coeficiente de Mortalidade Infantil, alguns nascidos vivos do ano anterior não fazem parte
do denominador, apesar de ainda terem menos de um ano de vida no ano em estudo dos óbitos. Por
exemplo, se uma criança nasceu em 31/12/1998 e morreu em 02/01/1999 (com dois dias) entrará no
Conceitos
Coeficiente de morbidade – Relação entre o número de casos de uma doença e a população exposta
a adoecer. Discriminado em coeficiente de incidência e coeficiente de prevalência. Muito útil para o
objetivo de controle de doenças ou de agravos, bem como para estudos de análise do tipo causa/efeito.
Coeficiente de mortalidade - Relação entre a frequência absoluta de óbitos e o número dos expostos
ao risco de morrer. Pode ser geral, quando inclui todos os óbitos e toda a população da área em estudo,
e pode ser específico por idade, sexo, ocupação, causa, etc.
Coeficiente de prevalência – Coeficiente que mede a força com que subsiste a doença na
coletividade. Expressa-se como a relação entre o número de casos conhecidos de uma dada doença e a
população, multiplicando-se o resultado pela base referencial da população, que é potência de 10,
usualmente 1.000, 10.000 ou 100.000.
Curva de Nelson Moraes - Esta curva é uma representação gráfica da mortalidade proporcional por
idade. A Curva de Nelson Moraes pode assumir a forma de N invertido, L (ou J invertido), V (ou U) e J.
Estas formas correspondem, respectivamente a condições de vida e saúde Muito Baixas, Baixas,
Regulares ou Elevadas.
Esperança de vida – É o termo técnico utilizado em estatística vital para designar “O número médio
de anos que ainda restam para serem vividos pelos indivíduos que sobrevivem até a idade considerada,
pressupondo-se que as probabilidades de morte que serviram para o cálculo continuem as mesmas”.
Incidência – Termo que em epidemiologia traduz a ideia de intensidade com que acontece a
morbidade em uma população.
Letalidade - Entende-se como o maior ou menor poder que uma doença tem de provocar a morte das
pessoas. Obtém-se a letalidade calculando-se a relação entre o número de óbitos resultantes de
determinada causa e o número de pessoas que foram realmente acometidas pela doença, com o
resultado expresso em percentual. A letalidade da escabiose é nula, e a da raiva é de 100%, havendo
uma extensa gama de porções intermediárias entre esses extremos.
Morbidade – Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos
indivíduos que adquiriram doenças num dado intervalo de tempo. Denota-se morbidade ao
comportamento das doenças e dos agravos à saúde em uma população exposta.
Mortalidade - Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao conjunto dos
indivíduos que morreram num dado intervalo de tempo.
Mortalidade infantil – Termo para designar todos os óbitos de crianças menores de 1ano, ocorridos
em determinada área, em dado período de tempo.
Mortalidade neonatal – Referente aos óbitos de menores de 28 dias de idade (até 27 dias). Sinônimo:
mortalidade infantil precoce.
Mortalidade pós-neonatal – Compreende os óbitos ocorridos no período que vai do 28dia de vida até
o 12 mês, antes de a criança completar 1ano de idade. Sinônimo: mortalidade tardia.
Prevalência – Casuística de morbidade que se destaca por seus valores maiores do que zero sobre
os eventos de saúde ou não-doença. É termo descritivo da força com que subsistem as doenças nas
coletividades.
Descrever as condições de saúde da população, medindo a frequência com que ocorrem os problemas
de saúde em populações humanas, é um dos objetivos da Epidemiologia. Para fazer essas mensurações,
utilizamos as medidas de incidência e prevalência.
A incidência diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma doença num intervalo de
tempo, como se fosse um “filme” sobre a ocorrência da doença, no qual cada quadro pode conter um
novo caso ou novos casos (PEREIRA, 1995). É, por conseguinte, uma medida dinâmica.
Imagine, como exemplo, que, entre 400 crianças cadastradas na Estratégia Saúde da Família e
acompanhadas durante um ano, foram diagnosticados, neste período, 20 casos novos de anemia.
_20_ = 0,05
400
Que multiplicando por 1.000 (constante) nos dará a seguinte taxa de incidência: 50 casos novos de
anemia por 1.000 crianças no ano.
Os casos novos, ou incidentes, são aqueles que não estavam doentes no início do período de
observação, mas que adoeceram no decorrer desse período. Para que possam ser detectados, é
necessário que cada indivíduo seja observado no mínimo duas vezes, ou que se conheça a data do
diagnóstico.
b) Prevalência de período
Frequência de casos existentes em um período de tempo (ex.: durante um ano).
c) Prevalência na vida
Frequência de pessoas que apresentaram pelo menos um episódio da doença ao longo da vida.
Ao contrário da incidência, para medir a prevalência, os indivíduos são observados uma única vez.
Suponha que em determinada semana todas as crianças fizeram exames laboratoriais. Das 400
crianças, foram encontradas 40 com resultado positivo para Ascaris lumbricoides.
Cálculo da prevalência de verminose por Ascaris:
_40_ = 0,1
400
Que, multiplicado por 100 (constante), nos dará a seguinte prevalência: 10 casos existentes de
verminose por Ascaris a cada 100 crianças.
A prevalência é alimentada pela incidência. Por outro lado, dependendo do agravo à saúde, as
pessoas podem se curar ou morrer. Quanto maior e mais rápida a cura, ou quanto maior e mais rápida a
mortalidade, mais se diminui a prevalência, que é uma medida estática, mas resulta da dinâmica entre
adoecimentos, curas e óbitos.
Portanto, entre os fatores que aumentam a prevalência, podemos citar (PEREIRA, 1995,
MEDRONHO, 2005, ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2003):
a) a maior frequência com que surgem novos casos (incidência);
b) melhoria no tratamento, prolongando-se o tempo de sobrevivência, porém sem levar à cura
(aumento da duração da doença).
Entre os principais usos das medidas de prevalência estão: o planejamento de ações e serviços
de saúde, previsão de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos. Por exemplo, o conhecimento
sobre a prevalência de hipertensão arterial entre os adultos de determinada área de abrangência pode
orientar o número necessário de consultas de acompanhamento, reuniões de grupos de promoção da
A partir de algumas variações do conceito de incidência, podemos chegar aos conceitos de:
Mortalidade: é uma medida muito utilizada como indicador de saúde; é calculada dividindo-se o
número de óbitos pela população em risco.
Letalidade: é uma medida da gravidade da doença, calculada dividindo-se o número de óbitos por
determinada doença pelo número de casos da mesma doença. Algumas doenças apresentam letalidade
nula, como, por exemplo, escabiose; enquanto para outras, a letalidade é igual ou próxima de 100%,
como a raiva humana.
Os coeficientes mais utilizados na área da saúde baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) e
sobre eventos vitais (nascimentos e mortes).
Coeficiente de incidência da doença: representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença
na população. Pode ser calculado por regra de três ou através da seguinte fórmula:
Para compararmos o risco de ocorrência de doenças entre populações usamos, dessa forma, o
coeficiente de incidência, pois este estima o risco de novos casos da doença em uma população.
O coeficiente de prevalência é igual ao resultado do coeficiente de incidência multiplicado pela duração
média da doença (LILIENFELD e LILIENFELD, 1980).
Portanto:
Da fórmula acima fica evidente que a prevalência, além dos casos novos que acontecem (incidência),
é afetada também pela duração da doença, a qual pode diferir entre comunidades, devido a causas
ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso aos serviços de saúde, condições nutricionais da
população, etc. Assim, quanto maior a duração média da doença, maior será a diferença entre a
prevalência e a incidência.
A prevalência é ainda afetada por casos que imigram (entram) na comunidade e por casos que saem
(emigram), por curas e por óbitos.
Dessa maneira, temos como “entrada” na prevalência os casos novos (incidentes) e os imigrados e
como “saída” os casos que curam, que morrem e os que emigram.
Assim, a prevalência não é uma medida de risco de ocorrência da doença na população, mas pode
ser útil para os administradores da área de saúde para o planejamento de recursos necessários (leitos
hospitalares, medicamentos, etc.) para o adequado tratamento da doença.
Seu resultado é dado, portanto, sempre em percentual (%). Não deve ser confundido com coeficiente
de mortalidade geral, que é dado por 1000 habitantes, e representa o risco de óbito na população. A
letalidade, ao contrário, representa o risco que as pessoas com a doença têm de morrer por essa mesma
doença.
Coeficientes de MORTALIDADE:
Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado para comparar o nível de saúde de diferentes
populações, pois não leva em consideração a estrutura etária dessas populações (se a população é
predominantemente jovem ou idosa). Um coeficiente geral de mortalidade alto para uma população mais
idosa significa apenas que as pessoas já viveram o que tinham para viver e, por isso, estão morrendo. Já
para uma população mais jovem estaria significando mortalidade prematura. Para comparação de duas
ou mais populações com diferentes estruturas etárias, ou de sexo, há necessidade de padronizar os
coeficientes, tendo como referência uma população padrão (geralmente a mundial, quando se comparam
diferentes países, ou nacional, quando se comparam diferentes locais do mesmo país), mas isto não será
abordado aqui (a respeito de padronização ver LAURENTI et al., 1987).
b) coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças nascidas
vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível das
condições de vida e saúde de uma comunidade. Pode ser calculado por regra de três ou através da
seguinte razão:
Cuidado especial deve ser tomado quando se vai calcular o coeficiente de mortalidade infantil de uma
localidade, pois tanto o seu numerador (óbitos de menores de 1 ano), como seu denominador (nascidos
vivos) podem apresentar problemas de classificação. Para evitar esses problemas, o primeiro passo é
verificar se as definições, citadas pela Organização Mundial de Saúde (1994), estão sendo
corretamente seguidas por quem preencheu a declaração de óbito da criança.
Estas definições são as seguintes:
Nascido vivo: é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração
da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro
sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos
músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não
desprendida a placenta.
Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, antes da expulsão ou da extração completa do corpo
da mãe, independentemente da duração da gravidez. Indica o óbito se o feto, depois da separação, não
respirar nem apresentar nenhum outro sinal de vida, como batimentos do coração, pulsações do cordão
umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária.
Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, morreu em qualquer momento antes de completar um
ano de idade.
Para fins de comparação internacional, somente as mortes que ocorrem até 42 dias após o parto
entram no cálculo do coeficiente.
Coeficientes de NATALIDADE:
Cabe aqui ainda a definição de indicadores para a assistência médica: “Indicadores são medidas
quantitativas de qualidade relacionadas a estrutura, processo e resultado da atenção médica”
(Novaes, 1996).
Indicadores podem e devem ser utilizados como ferramentas para auxiliar o gerenciamento da
qualidade. Ainda hoje, determinações precisas da qualidade da assistência carecem de revisões
sistemáticas, tanto de processos quanto de resultados. Conceitos como os de boa prática, por mais clara
que seja sua compreensão, são interpretados de maneiras diferentes. Há mais de uma boa prática
possível e não se pode esquecer que o emprego da boa prática não garante resultados
adequados/satisfatórios.
Indicadores muitas vezes são apresentados sob a forma de taxas, e existe um intervalo definido para
a vigilância de cada indicador. Alguns indicadores referem-se a eventos corriqueiros e outros a eventos
indesejáveis, que nunca deveriam ter ocorrido – são os eventos sentinela (exemplo: casos de hepatite A
repetidas vezes num mesmo bairro, queda de leito).
Os indicadores avaliam estrutura, processo e resultado da assistência médica. Relembrando as
definições de Donabedian, estrutura refere-se a planta física, recursos humanos e materiais disponíveis
e características organizacionais da instituição; processos dizem respeito às atividades desenvolvidas na
assistência médica propriamente dita; resultado significa o produto final da assistência, isto é, envolve,
além da satisfação do paciente, o impacto do tratamento sobre o estado de saúde do paciente.
Referências
ALMEIDA FILHO, N.; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à Epidemiologia. 4° ed. Revisada e Ampliada. Editora Guanabara Koogan.
ANDRADE, Selma Maffei de; SOARES, Darli Antonio; CORDONI JUNIOR, Luiz. (organizadores). Epidemiologia e Indicadores de Saúde. In: Bases de Saúde
Coletiva. Londrina: Ed. UEL, 2001.
BOING, Antonio Fernando; ORSI, Eleonora d’; REIBNITZ JÚNIOR, Calvino. UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. Conceitos e ferramentas da epidemiologia
[Recurso eletrônico]. Universidade Aberta do SUS, Florianópolis: UFSC, 2010.
BONITA, R. Epidemiologia básica [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. 2.ed. - São Paulo, Santos. 2010 213p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 816 p.
BRASIL, Organização Pan-Americana da Saúde. REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e
aplicações. 2. ed. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.
FIOCRUZ. Fundação Oswaldo Cruz. A saúde no Brasil em 2030: diretrizes para a prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro. Rio de Janeiro:
Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2012.
MALIK, Ana Maria; SCHIESARI, Laura Maria Cesar. INDICADORES. In: Qualidade na Gestão Local de Serviços e Ações de Saúde. v. 3. São Paulo: Faculdade
de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. (Série Saúde & Cidadania)
Qualidade na gestão local de serviços e ações de saúde. Indicadores. Livro 3. Saúde e Cidadania. Disponível em:
www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_03/05.html
RESENDE, Joffre Marcondes de. EPIDEMIA, ENDEMIA, PANDEMIA. EPIDEMIOLOGIA. Revista de patologia tropical, v. 27, n. 1, p. 153-155, jan-jun, 1988.
ROUQUAYROL, Maria Zelia; ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.
UNA-SUS. Universidade Aberta do SUS. Conceitos e ferramentas da epidemiologia. [Recurso eletrônico] Antonio Fernando Boing, Eleonora d’ Orsi, Calvino
Reibnitz Júnior. Florianópolis: UFSC, 2010.
Questões
01. (Pref. Alvinópolis/MG – Enfermeiro – IDECAN) A taxa bruta de natalidade é caracterizada como
o número de nascidos vivos, por mil habitantes, na população residente em determinado espaço
geográfico, no ano considerado. Assinale a alternativa INCORRETA acerca da taxa bruta de natalidade.
(A) Analisa variações geográficas e temporais da natalidade.
(B) Não é influenciada pela estrutura da população quanto a idade e sexo.
(C) Expressa a intensidade com a qual a natalidade atua sobre uma determinada população.
(D) Em geral, as taxas elevadas estão associadas a condições socioeconômicas precárias e a
aspectos culturais da população.
(E) Possibilita o cálculo do crescimento vegetativo ou natural da população, subtraindo‐se da taxa bruta
de natalidade a taxa bruta de mortalidade.
02. (Pref. Luisburgo/MG – Enfermeiro – IDECAN) Se houver dados de população local, pode‐se
efetuar os seguintes indicadores de saúde:
I. Coeficiente de incidência.
II. Coeficiente de prevalência.
III. Coeficiente de neonatalidade.
03. (Pref. Luisburgo/MG – Enfermeiro – IDECAN) Quando se aborda a quantidade de óbitos (no
caso da dengue), quais são considerados os indicadores possíveis de construção?
(A) Taxa de ataque.
(B) Incidência e prevalência.
(C) Letalidade e prevalência.
(D) Mortalidade e letalidade.
(E) Prevalência e mortalidade.
04. (Pref. Vilhena/RO - Agente de Saúde Pública – IDECAN) Os indicadores de morbidade estão
relacionados ao(à)
(A) cura.
(B) óbito.
(C) nascimento.
(D) longevidade.
(E) adoecimento.
06. (Pref. Nova Era/MG – Enfermeiro – IDECAN) O coeficiente de mortalidade infantil pode estar
aumentando porque
(A) a idade das crianças não implica nesse indicador.
(B) pode haver negligências com o calendário vacinal de crianças entre zero e um ano.
(C) pode haver negligências com o calendário vacinal de crianças entre seis e dez anos.
(D) a idade dos óbitos em questão deve ser aferida apenas entre os menores de quatro anos.
07. (Pref. Nova Era/MG – Enfermeiro – IDECAN) Para a elaboração do cálculo do coeficiente de
mortalidade infantil e materno, os óbitos devem ser divididos em ambos os casos por
(A) população geral.
(B) total de nascidos vivos.
(C) mulheres em idade fértil.
(D) total de crianças da região.
08. (Hospital Risoleta Tolentino Neves – HRTN - Técnico de Enfermagem - Gestão de Concursos)
Sobre os Indicadores de saúde, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) São medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões
do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde.
(B) Vistos em conjunto, não devem refletir a situação sanitária de uma população, nem servir para a
vigilância das condições de saúde.
(C) A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples
contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices
mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.
(D) A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua
formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de
informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados).
10. (Pref. Nova Era/MG – Enfermeiro - IDECAN) Entre os diversos tipos de indicadores de saúde, é
correto afirmar que a prevalência tem como dependência:
I. Incidência.
II. Número de óbitos.
III. Número de curas.
12. (TCE/PI – Enfermeiro – FCC) Em estatísticas de saúde, quer para finalidades administrativas ou
epidemiológicas, utilizam-se diferentes coeficientes ou taxas. O coeficiente (taxa) de mortalidade
(A) infantil estima o risco de morte dos nascidos vivos durante os dois primeiros anos de vida.
(B) neonatal tardia estima o risco de um nascido vivo morrer dos 7 aos 27 dias de vida.
(C) pós-neonatal estima o risco de um nascido vivo morrer dos 0 aos 28 dias de vida.
(D) perinatal estima o risco de um nascido vivo morrer durante o primeiro trimestre de vida.
(E) neonatal precoce estima o risco de morte de um feto nascer sem qualquer sinal de vida ou,
nascendo vivo, morrer nas quatro primeiras semanas.
14. (Pref. São José dos Campos/SP - Analista em Saúde – Enfermeiro - VUNESP) “O número
médio de anos que ainda restam para serem vividos pelos indivíduos que sobrevivem até a idade
considerada, pressupondo-se que as probabilidades de morte que serviram para o cálculo continuem as
mesmas” corresponde ao conceito do indicador de saúde denominado de
(A) Índice de Swaroop & Uemura.
(B) Quantificação de Guedes.
(C) Vida Média.
(D) Esperança de Vida.
(E) Anos Potenciais de Vida Perdidos.
01.B / 02.B / 03.D / 04.E / 05.D / 06.B / 07.B / 08.B / 09.C / 10.A / 11.E / 12.B / 13.C / 14.D
Comentários
01.B / 02.B / 03.D
04. Resposta: E.
- Coeficientes de MORBIDADE (doenças): calcula o adoecimento
05. Resposta: D.
Coeficiente de incidência da doença: representa a ocorrência (casos novos) de uma doença na
população. Ou seja, analisa o adoecimento por alguma doença. Pode ser calculado por regra de três ou
através da seguinte fórmula:
casos NOVOS da doença em determinada comunidade e tempo x 10n
população da área no mesmo tempo
06. Resposta: B.
07. Resposta: B.
b) coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco que as crianças nascidas
vivas tem de morrer antes de completar um ano de idade. É considerado um indicador sensível das
condições de vida e saúde de uma comunidade. Pode ser calculado por regra de três ou através da
seguinte razão:
óbitos de menores de 1 ano em determinada comunidade e ano x 1.000
nascidos vivos na mesma comunidade e ano
08. Resposta: B.
Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre
determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de
saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância
das condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar
desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões,
taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.
09. Resposta: C.
A incidência diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma doença num intervalo de
tempo, como se fosse um “filme” sobre a ocorrência da doença, no qual cada quadro pode conter um
novo caso ou novos casos (PEREIRA, 1995).
Esse sistema foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975, para a obtenção regular de dados sobre
mortalidade no país, possibilitando a captação de dados sobre mortalidade, de forma abrangente e
confiável, para subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base nessas informações,
é possível realizar análises de situação, planejamento e avaliação das ações e programas na área. O SIM
proporciona a produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos principais indicadores de saúde.
A análise dessas informações permite estudos não apenas do ponto de vista estatístico e epidemiológico,
mas também sócio-demográfico.
Os casos de óbitos sem assistência médica, em via pública ou por causas acidentais ou violentas
devem ser encaminhados ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) ou o Instituto Médico Legal (IML).
O preenchimento é feito nos estabelecimentos de saúde que realizam partos e nos Cartórios de
Registro Civil para os partos domiciliares.
Os formulários de Declaração de nascidos vivos (DN), são distribuídos nacionalmente pelo Ministério
da Saúde. Para cada nascido vivo deve ser preenchido uma DN. A 1ª via da DN é entregue aos familiares
para que levem ao Cartório de Registro Civil.
Outra via é recolhida pelo Setor SINASC, para proceder os registros no Sistema.
Assim como no SIM, após a crítica, o processamento e a alimentação do banco de dados, as
Secretarias os enviam ao Ministério da Saúde.
Como fonte de dados para conhecimento da situação de saúde, o SINASC contribui para obter
informação sobre natalidade, morbidade e mortalidade infantil e materna e sobre as características da
atenção ao parto e ao recém-nascido. Essa informações são essenciais para a atenção integral a saúde
da mulher e da criança e possibilitam a adoção de medidas voltadas para o pleno desenvolvimento e
crescimento infantil.
O Sistema de Avaliação de Doses Aplicadas de Vacinas foi implantado e iniciado em 1993. Registra
dados sobre doses de vacina aplicadas em serviços de rotina e em Campanhas de Vacinação.
Este Sistema permite realizar o acompanhamento e a avaliação da cobertura vacinal, tanto do
município, como no Estado e no País.
O SI-AIU (Sistema de Apuração dos Imunobiológicos Utilizados), é um sistema que tem por objetivo
permitir o controle da movimentação de imunobiológicos a partir da sala de vacina, apurando a utilização,
perdas técnicas e físicas, com consolidação municipal, estadual e nacional. Este produto dispõe de
instrumentos de controles (gráficos e relatórios) que possibilitarão ao Gestor um entendimento do
aproveitamento das vacinas e soros do Programa Nacional de Imunizações.
Foi desenvolvido em 1998, para coletar dados de produção, realizado pela equipe das Unidades de
Saúde, e sistematizar dados coletados nas visitas às comunidades, realizadas pelos agentes
comunitários de saúde, a pedido da equipe do COSAC –Coordenação de Saúde da Comunidade /
Secretaria de Assistência à Saúde – Ministério da Saúde.
A digitação da produção, para a alimentação do SIAB, é realizada no Setor de Informação. A
transferência de Recursos Financeiros do Ministério da Saúde, que depende da apresentação produção
do SIAB, refere-se ao PACS -Programa de Agentes
Comunitários de Saúde e PSF -Programa de Saúde da Família, inclusive o Programa de Saúde Bucal
do PSF.
Os instrumentos de coleta de dados do SIAB são: relatório PMA2, relatório SSA2, ficha B-GES, ficha
B-HA, ficha B-DIA, ficha B-TB, ficha B-HAN, ficha C, ficha D.
Fichas B: ficha B-GES (gestante), ficha B-HA (hipertenso), ficha B-DIA (diabético), ficha B-TB (pessoas
com tuberculose), ficha B-HAN (pessoas com hanseníase). São fichas de cadastramento e
acompanhamento mensal, do estado de saúde de pessoas com as seguintes situações: gestante,
hipertenso, diabético, pessoa com tuberculose e pessoa com hanseníase. As fichas B são utilizadas
somente pelos agentes comunitários de saúde.
Ficha D: é utilizada para o registro diário dos procedimentos e atividades realizadas por todos por todos
os profissionais da equipe de saúde. São registradas as visitas domiciliares e as reuniões na comunidade
realizadas pelo agente comunitário de saúde.
A Ficha D apresenta campos, para registrar a produção individual dos demais integrantes da equipe
de saúde. Quanto ao registro das atividades de saúde bucal, atualmente, a ficha D, registra, somente, os
procedimentos coletivos de odontologia e a visita domiciliar realizada pelo odontólogo.
As fichas do SIAB que devem ser enviadas ao Setor de Informação, para digitação de dados da
produção mensal, são: relatório PMA2 e relatório SSA2.
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES visa ser a base para operacionalizar os
Sistemas de Informações em Saúde, sendo estes imprescindíveis a um gerenciamento eficaz e eficiente
do SUS. Tem por base, automatizar todo o processo de coleta de dados feita nos estados e municípios
sobre a capacidade física instalada, os serviços disponíveis e profissionais vinculados aos
estabelecimentos de saúde, equipes de saúde da família, subsidiando os gestores (MS, SES, SMS, etc.)
com dados de abrangência nacional para efeito de planejamento de ações em saúde.
Dar transparência a sociedade, pelo site, de toda a infra-estrutura de serviços de saúde bem como a
capacidade instalada existente e disponível no país. Ser, junto com o CNS, o principal elo entre todos os
sistemas do SUS.
O objetivo fundamental do SI-PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no programa, uma avaliação
dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunos aplicados
e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de
tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do estoque de imunos
necessário aos administradores que tem a incumbência de programar sua aquisição e distribuição.
Fonte:
Sistema de Informação. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/svs/inf_sist_informacao.php>.
Manual de Sistema de Informações Ambulatoriais. Disponivel em: < ftp://201.82.2.141/upload/DATASUS/Documentos/MANUAL_SIA_Maio_2008.pdf>.
Sistema de Informação. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/svs/inf_sist_informacao.php>.
Sistema de Informação de Saúde. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABCdIAF/sistema-informacao-saude-sus>.
Sistema de Informação do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Disponível em: <http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/cadastros-
nacionais/cnes>.
GERENCIAMENTO EM ENFERMAGEM
PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM
Outras Denominações
Supervisão de enfermagem;
Gerência de enfermagem;
Superintendência de enfermagem;
Setor de enfermagem;
Departamento de enfermagem
“Decidir é a mais específica das atividades de liderança e o cerne da administração. Tomar decisões
é um processo cognitivo complexo, frequentemente definido como a escolha de determinada linha de
ação. Solucionar problemas é parte da tomada de decisão. Por ser um processo sistemático que tem o
foco na análise de uma situação difícil, solucionar problemas sempre inclui uma etapa de tomada de
decisão. Raciocinar criticamente, às vezes chamado pensamento reflexivo, está relacionado à avaliação,
tendo um alcance mais amplo do que a tomada de decisão e a resolução de problemas. Os componentes
do raciocínio crítico incluem o raciocínio e a análise criativa.”
Influências Teóricas:
Chefia de
Chefia de
Enfermagem
Enfermagem
Materno-Infantil
Clínico-Cirúrgica
Atualmente foi incorporada a teoria dos sistemas com ênfase no ambiente sendo completada pela
teoria da contingência com ênfase na tecnologia.
Instrumentos: Recursos humanos / força de trabalho equipamentos, materiais, saberes técnicos (as
técnicas, os princípios científicos das técnicas, a SAE e outras metodologias do cuidado, as teorias de
enfermagem).
Finalidade: atenção integral de enfermagem.
1-Gerenciar: Administrar recursos de várias naturezas para garantir condições de realização dos
demais “trabalhos”.
2-Cuidar: Assistir direta ou indiretamente o indivíduo, família, comunidade e coletividade.
3-Ensinar: Trocar, compartilhar conhecimento, habilidades e valores. Processo de trabalho em
enfermagem.
4-Pesquisar: Questionar o mundo e buscar novas explicações para fenômenos que envolvem a
enfermagem, orientando a intervenção.
Estes 4 processos têm aproximações, interagem e porém são distintos.
Responsabilidade de articular diferentes atores cuidando de forma integral o cliente e um cidadão, com
desejos, emoções, objetividade e subjetividade e carregado de valor (ético);
Desenvolver competências;
Liderança;
Cuidado como essência;
Gerenciar e ensinar o cuidado – cuidando.
Liderar a equipe para um cuidado terapêutico e com compromisso de todos
Papel do enfermeiro: Coordenação do cuidado; Assumir coordenação do cuidado, com
competência, ética, responsabilidade, reconhecimento e valorização da nossa função.
O que é gerenciar?
O que é serviços?
O que é saúde?
O que é processo?
O que é trabalho?
Processo Conjunto de tarefas distintas, interligadas, visando cumprir uma missão. Conjunto de causas
que produzem um ou mais efeitos (produto). Define-se um processo agrupando em seqüência todas as
tarefas dirigidas à obtenção de um resultado, bem ou serviço.
Trabalho É a necessidade social e histórica de transformar um objeto de qualquer natureza em um
produto através da utilização de capacidades físicas e mentais.
Processo de Trabalho Conjunto de ações que envolvem planejamento – organização -
implementação e controle do processo de cuidar. O processo de trabalho envolve energia e
transformação e é movido pela necessidade humana. As necessidades psicológicas ou naturais do ser
humano são características que confere movimento ao processo de trabalho.
Necessidades
Necessidade social
Necessidade individual
Necessidades de classes
Reais, imaginárias, justas, supérfluas, básicas e ostentação.
Trabalho em Saúde
Articulação de vários saberes (conhecimento) e fazeres (técnicas) que resultam na prestação de
serviços resultantes de vários processos de trabalho, que organizados, resultam no processo de trabalho
em saúde. O processo de trabalho em saúde se dá mediante a prevenção, promoção, reabilitação e/ou
cura de doenças. A concepção de curar, prevenir, promover, reabilitar está determinada pelas relações
sociais concretas que os homens travam entre si para sobreviverem.
O que e Planejar? Arte de elaborar o plano; Processo de mudança; Adotar processos sistemáticos,
lógicos e criativos.
Vantagens do Planejamento:
Estabelece limites e indicadores;
Pressupõe responsabilidade e autoconhecimento;
Requer abordagem integrada;
Nunca é impessoal (equipe);
Gera vontade e compromisso.
Planejamento Estratégico
Estratégia: métodos utilizados para se estabelecer a direção a ser seguida. Porque todo planejamento
envolve (rota, caminho, estratégia).
Questões Básicas
Por que a organização existe?
O que e como ela faz?
Onde ela quer chegar?
Definição dos Valores: São ideias fundamentais em torno das quais a organização foi construída.
Representam as convicções dominantes, as crenças básicas, aquilo em que a maioria das pessoas da
organização acredita. São elementos motivadores de toda a equipe na busca da excelência.
Definição a Missão/Visão: A missão é uma declaração sobre o que a organização é, sobre sua razão
de ser. Serve de critério geral para orientar a tomada de decisões, para definir objetivos e auxiliar na
escolha das decisões estratégicas. Visão da empresa é uma espécie de declaração dos rumos, da direção
que a empresa pretende tomar, deve comprometer todos os níveis da organização, (começando pelos
mais baixos)
Formar ideias, relatos e sugestões; analisando e acrescentado pelas gerências (alta administração);
até que tome forma.
Análise Ambiental
“Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno) não precisamos
temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada
vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos e nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as
batalhas” (Sun Tzu).
Análise do Ambiente
Onde estamos?
Quem são os melhores?
Por quê?
O que eles estão fazendo?
O que nós estamos fazendo?
Planejamento Estratégico:
Nível global;
Plano de longo alcance;
Grau de incerteza é maior devido ao grande período de tempo, permitindo maior oportunidade para a
ocorrência de eventos não previstos, assim, deve ser mais flexível;
Mais amplo e abrange os demais;
Apostila gerada especialmente para: rayssa oliveira silva 017.822.702-13
. 24
Decisões tomadas por enfermeiras que atuam ao nível administrativo na determinação do método de
assistência de enfermagem a ser implementado pelo serviço.
Planejamento Tático:
Médio alcance;
Intermediário dentro dos níveis de organização;
Possui detalhamento maior que o anterior;
Corresponde a decisões relativas a adaptação do método de assistência escolhido para cada unidade
de serviço, de acordo com suas características próprias.
Planejamento Operacional:
Curto alcance;
Diz respeitos às operações atuais;
O grau de incerteza das decisões é menor porque este é o que tem menor abrangência em
comparação com os demais;
Corresponde ao planejamento da assistência de enfermagem individualizado.
De que forma as pessoas se tornam bem-sucedidas em solucionar problemas e tomar decisões? Ainda
que ter sucesso ao decidir possa ser aprendido com as experiências da vida, nem todos aprendem a
solucionar problemas e a fazer julgamentos sábios por meio desse método de tentativa e erro. Um método
estruturado para solucionar problemas e tomar decisões aumenta o raciocínio crítico, além de ser a
melhor forma de aprender a tomar decisões de qualidade, uma vez que elimina a prática de tentativa e
erro e aborda a aprendizagem mediante um processo comprovado. Para aperfeiçoar a capacidade de
decidir, é importante utilizar um modelo apropriado de processo como base teórica para o entendimento
a aplicação de habilidades de raciocínio crítico.
O Processo de Enfermagem
1-Levantamento de dados;
2-Diagnóstico;
3-Planejamento;
4-Implementação;
5-Avaliação.
LIDERANÇA
A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir
forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma
organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.
Por isso, é fundamental que toda empresa possua um líder de excelência. Um bom líder consegue
administrar sua equipe de forma efetiva, delegar tarefas, estipular prazos e inspirar profissionais a darem
o seu melhor em qualquer atividade. Tudo isso por meio do bom exemplo de suas ações e
comportamentos.
Liderança e Chefia
Na tentativa de extrair o máximo de cada colaborador, chefes e líderes são facilmente detectados, se
seus hábitos e atitudes forem colocados em evidência ao se depararem com a tomada de uma importante
decisão, por exemplo.
A identificação entre Chefia e Liderança é essencial para garantir a eficiência de uma gestão, pois há
grande diferença entre as competências apresentadas pelo chefe e pelo líder refletindo diretamente no
desempenho da equipe de trabalho.
Cada ser é dotado de entendimento próprio e sendo assim cada um tem uma visão muito particular a
seu respeito, talvez por isso e pela importância do tema alguns valores são destaque nesta questão.
Bastaria considerar que a liderança é o melhor modelo a ser implementado em qualquer ambiente,
mas estaria confrontando com modelos onde à chefia é aplicada com sucesso ou ao menos os resultados
dão a prova disso.
Chefe: "Pessoa que comanda, que dirige; o cabeça; o alto escudo; tratamento irônico que
geralmente é dado a um desconhecido".
Enquanto a primeira definição está mais ligada com uma postura de orientação, coordenação, direção,
a segunda definição trata mais no sentido de autoritarismo, de ordem, de seguimento de regras e normas.
Nas organizações empresariais o Chefe é aquele conhecido por dar ordens diretas e incontestáveis
aos demais. Faz executarem tarefas através da sua imposição, obrigando os demais a cumprirem, sem
considerar que muitas vezes aspectos relativos às condições humanas estão envolvidos e podem em
certos momentos ser feito de maneira diferente ou menos imediata e quase sempre de forma inflexível.
Muitos defendem a necessidade dessa postura em dados momentos, mas no caso dos chefes esta é
sempre a mesma postura observada.
Pessoas em particular têm uma ou outra postura profissional e como as empresas são movidas por
pessoas em muitas organizações chefes autoritários se chocam com líderes que defendem outra forma
de comportamento, sendo motivo de desentendimentos entre as partes, os colaboradores buscam atuar
em um ambiente mais participativo mais propenso a condução de um líder, enquanto chefes buscam
exatamente o contrário, um ambiente sem a participação nenhuma destes.
Considere a situação onde um profissional se configure líder dentro de determinada empresa com a
cultura voltada para a hierarquia rígida, ou então se configure chefe em uma organização com a cultura
voltada para a liderança participativa, pois é o que acontece na prática em muitas organizações daí o
porquê dos desentendimentos entre essas partes.
Se não houver um alinhamento entre as partes torna-se desgastante para qualquer um tomar sobre si
tais responsabilidades e os problemas ao invés de melhorarem acabam por surgir ou ressurgir com mais
intensidade.
"O chefe existe naquelas organizações que não precisam - ou não querem ser eficientes,
normalmente no setor público ou empresas familiares, onde os privilégios pessoais são mais
importantes que projetos de longo prazo".
"Líderes estão preocupados com o futuro e não com o presente, ou melhor, preocupam-se em
cumprir o necessário no presente para garanti-lo e, além disso, preparar a organização para os
desafios vindouros".
Sentimento de posse talvez possa traduzir esta explanação a respeito dos chefes, uma vez que
adquirem esse sentimento só enxergam sua posição de “status” dentro da organização considerando os
demais como inferiores na escala de seus próprios valores.
Já os líderes apontam com um sentimento mais coletivista entendendo que a organização só é capaz
de atingir o sucesso se cada um doar um pouco do seu melhor.
O chefe precisa dominar seu funcionário para mostrar que está no controle, e de certa forma, se torna
um dependente, que na maioria das vezes não consegue resolver certos problemas por si só. Além disso,
o chefe faz com que as regras sejam cumpridas. Ele manda e faz com que tudo aconteça pela ordem.
Já no caso do líder, faz uma combinação de estratégia e caráter para atingir metas e objetivos para
extrair o máximo de cada pessoa que trabalha ao seu lado, ouvindo ideias e gerando responsabilidades.
Sempre disposto a servir, aprender e sempre em uma posição de humildade para poder agregar cada
vez mais à sua equipe.
Toda organização deve se preocupar com esta questão e não tentar impor a qualquer custo sua
maneira de trabalho aos colaboradores, algumas justificam a necessidade de ter em seu quadro chefes
autoritários que imponham regras rígidas senão ninguém obedece, enquanto outras dão valor à presença
de líderes flexíveis mais voltados à motivação e multiplicadores de conhecimento, não há nada de errado
com isso, só que alguém com características de um líder encontra dificuldades em se conformar num
cargo de chefe, enquanto o oposto também é verdadeiro.
Chefe Líder
Administra Inova
É uma cópia É original
Mantém Desenvolve
Prioriza sistemas e estruturas Inspira confiança
Tem uma visão de curto prazo Perspectiva de futuro
Pergunta “como” e “quando” Pergunta “o quê” e “Por quê”
Vive com os olhos voltados para o possível Vive com os olhos no horizonte
Imita Inventa
Aceita o status “quo” Desafia
É bom soldado clássico É seu próprio comandante
Faz as coisas direito Faz as coisas certas
Na função de chefia algumas atitudes específicas, tais como: organizar, comandar e controlar
determinarão uma boa administração. Perceba que a diferença entre Líder e Chefe é destacada até
mesmo na forma de tratamento dos funcionários, mais especificamente em denominá-los. Na liderança
os funcionários são chamados de colaboradores, parceiros e na Chefia os funcionários são muitas vezes
denominados como subordinados ou empregados, supondo a ideia de obediência à hierarquia.
Autocrático
Conhecido como ditatorial. É exercido por gerentes centralizadores das decisões, que resolvem todos
os problemas, não delegam e são os únicos a emitir ordens. Na gestão desse tipo de chefia não existe
diálogo, nem oportunidade de participação ou sugestão por parte dos funcionários, ou seja a gestão
participativa não é bem-vinda.
O cumprimento de ordens e regras é extremamente rigoroso, de forma a desenvolver no subordinado
maior disciplina quanto aos prazos, metas e objetivos. Os funcionários executam os serviços como
autômatos. O chefe autocrático é extremamente dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao
trabalho de cada membro do grupo.
5
Com base no site Benito Pepe – O líder e estilos de Liderança e Chefia. http://www.benitopepe.com.br/2010/11/14/o-lider-e-estilos-de-lideranca-ou-chefia/.
Democrático
Também conhecido como participativo, neste estilo os funcionários não se limitam apenas a cumprir
ordens, mas também participam do processo decisório, dando suas contribuições ao superior. Neste estilo
de gestão, o chefe permite que os funcionários trabalhem com o moral elevado, tenham maior estímulo,
trabalhem satisfeitos e em princípio, produzam mais.
Este estilo proporciona também mais camaradagem, cooperação e espírito de equipe. (Quem participa
de uma decisão normalmente se compromete mais com o resultado).
O Chefe (líder) preocupa-se com participação do grupo, estimula e orienta, acata e ouve as opiniões
do grupo, pondera antes de agir. Aquele que determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo o
grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas
e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos que a ação do líder democrático é de
suma importância para o progresso e sucesso de uma organização. Tal como um sacerdote, que possa
dar o exemplo de Moisés do Egito, (quando estava com o povo defendia Deus, quando estava com Deus
defendia o povo).
É trabalhado a Gestão Participativa, ou seja, todos os níveis hierárquicos contribuem com ideias,
sugestões, propostas de melhorias e mudanças, ou seja, a gestão é aberta para receber novos
conhecimentos vindos de qualquer funcionário. A chefia atuando como de forma democrática, permite
que os funcionários sintam-se motivados, reconhecidos e mais engajados a desempenharem sua função
e cargo. A reação do grupo é de interação, participação, colaboração e entusiasmo.
Liberal
É o perfil de gerente “bonzinho”, que não se preocupa em demasia com os problemas e deixa ficar
como está para ver o que acontece. Cada um exerce as atividades por sua livre e espontânea vontade
de acordo com suas iniciativas próprias em direção nunca coincidentes.
O gerente vive bem com todos, mas a organização ninguém sabe para onde vai. Os funcionários
mostram suas qualidades, mas não se consegue canalizá-las para os objetivos. É Aquele que participa o
mínimo possível do processo administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresenta
apenas alternativas ao grupo.
A sensação geral de falta de progresso dá margem a que os membros se tornem desinteressados e
sem entusiasmo. Sendo assim, esse estilo de chefia pode fazer com que os funcionários sintam-se
deslocados ou mesmo alheios aos objetivos organizacionais, e fiquem sem entender qual o sentido do
trabalho, a missão, visão e valores da organização.
Esse sentimento por parte dos funcionários é muito prejudicial à imagem e ao desempenho da
empresa, uma vez que as pessoas que fazem uma empresa são peças-chave para o seu sucesso. Os
funcionários precisam ter metas e objetivos a serem cumpridos, dentro de cada cargo e função, precisam
ser cobrados para que percebam a importância das atividades, e para que desenvolvam maior
responsabilidade. A reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando coeso.
Paternalista
Neste estilo de chefia o subordinado é protegido pelo gerente, independente do seu grau de
competência profissional ou de seu desempenho no trabalho. É caracterizada pela existência de um grupo
de “protegidos”, que recebem os benefícios do chefe, as melhores tarefas são deles, os melhores salários
e assim por diante, gerando em contrapartida, a rebeldia do grupo oposto ao dos protegidos.
Este estilo pode assumir ainda o caráter de “ditadura camuflada”, em que a mensagem do gerente aos
subordinados é algo como “Faça o que eu mando e eu o protegerei”. Esse estilo de gestão tem como
principal característica demonstrar que os funcionários que possuem um melhor desempenho são
aqueles que terão mais prestígio pelo chefe.
Sendo assim, esse estilo de chefia pode provocar nos funcionários que não são englobados pela
proteção do chefe, certa insatisfação, ora pela comunicação que não flui bem entre o chefe e os demais
funcionários e portanto ocasiona um desentendimento entre ambas as partes. De um lado os funcionários
Situacional
É aquele perfil de chefe que assume seu estilo de liderança dependendo mais da situação do que da
personalidade. A postura deste líder brota ante as diferentes situações que ele detecta no dia a dia. Possui
um estilo adequado para cada situação, em situações que exige uma postura mais incisiva e rigorosa
esse chefe toma a situação para si e sabe assumir tal postura, ou quando necessita ser mais cauteloso
e pragmático este chefe também saberá assumir tal postura. Então basicamente, depende do contexto
da situação, quais os pontos críticos, os pontos que podem ser relevados, e assim por diante.
Esse estilo de chefia pode ser muito apropriado se o chefe conseguir balancear suas atitudes, não for
tão extremista a ponto de seus funcionários terem receio de estabelecer uma comunicação por não
reconhecerem qual a postura que o chefe tomará, se será positiva ou negativa. O ideal é que o chefe
demonstre que possui flexibilidade para analisar as situações e para tomar a decisão que seja cabível.
Assim o funcionário entenderá perfeitamente que a postura do chefe dependerá do grau de
importância/responsabilidade do assunto, bem como seu prazo de cumprimento.
E deixar claro que ele analisa a situação colocada e não é influenciado por situações alheias, como
por exemplo problemas pessoais, problemas familiares, problemas da empresa mas que não tenham a
ver com o que está sendo tratado em determinado momento. Em outras palavras, o chefe situacional não
é aquele que deixa as situações adversas interferir no seu humor e consequentemente reage de forma
distinta, mas sim aquele que pondera as situações a serem resolvidas e toma uma postura de acordo
com o grau de relevância.
Sendo assim os funcionários, podem sentir-se motivados e coordenados, pois sabem que o chefe é
flexível e por isso sua postura sempre será primeiramente analisar a situação, levando em conta os pontos
a favor e contra. Esse tipo de postura é positiva no sentido de que desencadeia nos funcionários uma
visão sistêmica das situações, consequentemente ensinando-os a tomar a mesma postura do chefe,
analisando situação por situação. A reação do grupo é de segurança e motivação, desde que o chefe
saiba ponderar suas posturas.
Emergente
Diz respeito àquele chefe que surge e assume o comando por reunir mais qualidades e habilidades
para conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação específica. Por exemplo,
num caso extraordinário, onde determinadas ações devem ser traçadas de imediato. O grupo reage bem,
participa, colabora, sabendo que se houver emergência, o líder saberá o que fazer.
Neste estilo de chefia as equipes de profissionais podem sentir-se motivadas, pois geralmente quando
um chefe emergente toma a frente de determinadas atividades, é porque há a extrema necessidade do
perfil deste profissional dentro da área ou departamento.
Seja para alavancar a produtividade, seja para aumentar a motivação das equipes, seja para maior
rigidez no cumprimento de prazos e entregas, seja para aprimorar processos, seja para trabalhar uma
comunicação eficiente. Esse tipo de chefia é interessante pois habilita os profissionais a saírem do
comodismo e se locomoverem rumo ao crescimento. Quando um chefe emergente chega para liderar um
setor ou departamento, muitas modificações e melhorias são feitas, isso traz desafios aos funcionários e
faz com que enxerguem suas rotinas de trabalho de maneira diferenciada.
6
IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança: capacitação gerencial. Viçosa: Aprenda Fácil, 2000.
Determina diretrizes sem a participação do grupo, além de determinar as técnicas para a execução
das tarefas. É ele também que indica qual a tarefa de cada um dos colaboradores e quem será o
companheiro de trabalho de cada um. É inflexível e dominador, causando mal-estar organizacional.
Tem postura essencialmente diretiva, dando instruções sólidas, e não deixa espaço para criatividade
dos liderados. Este líder, nos elogios ou nas críticas que faz, dirige-se diretamente aos colaboradores,
nominando publicamente os eventuais autores de faltas cometidas e/ou de atos dignos de elogios.
As consequências desta liderança estão relacionadas com a ausência de espontaneidade e de
iniciativa, e pela inexistência de qualquer amizade no grupo. O trabalho só se desenvolve na presença do
líder, visto que, quando este se ausenta, o grupo produz pouco e tende a indisciplinar-se. É o estilo que
produz maior quantidade de trabalho.
Líder Liberal
Também denominado Laissez-Faire: o líder não se impõe e não é respeitado. Os liderados têm total
liberdade para tomar decisões, quase sem consulta ao líder. Não há grande investimento na função,
havendo participações mínimas e limitadas por parte do líder. O grupo é que decide sobre a divisão das
tarefas e sobre quem trabalha com quem. Os elementos do grupo tendem a pensar que podem agir
livremente, tendo também desejo de abandonar o grupo. O líder não regula e nem avalia o grupo, e faz
alguns comentários irregulares sobre as atividades apenas quando questionado. A produção não é
satisfatória, visto que se perde muito tempo com discussões e questões pessoais. Este é frequentemente
considerado o pior estilo de liderança.
Líder Democrático
O Líder assiste e instiga o debate entre todos os colaboradores. É o grupo que esboça as providências
e técnicas para atingir os objetivos e todos participam nas decisões. Cada membro do grupo decide com
quem trabalhará e o próprio grupo que decide sobre a divisão das tarefas. O líder procura ser um membro
igual aos outros elementos do grupo, não se encarregando muito de tarefas.
É objetivo, e quando critica limita-se aos fatos. Este tipo de liderança promove o bom relacionamento
e a amizade entre o grupo, tendo como consequência um ritmo de trabalho suave, seguro e de qualidade,
mesmo na ausência do líder. O comportamento deste líder é de orientação e de apoio. É o estilo que
produz maior qualidade de trabalho.
Percebe-se que a liderança autocrática evidencia o líder, enquanto a liderança liberal evidencia os
subordinados e a liderança democrática evidencia tanto no líder como nos subordinados. Líderes
influenciam liderados e liderados também influenciam seus líderes, portanto deve-se lembrar de que o
relacionamento entre os membros da equipe pode também interferir no estilo que o líder adotará.
Sendo assim, cabe a cada líder escolher qual o estilo mais se adapta às suas características e
situações para que os objetivos sejam alcançados rapidamente, visto que quando existe uma equipe, a
meta é alcançada com o esforço de todos, tanto líderes quanto liderados7.
A liderança não deve ser confundida com gerência ou chefia. Para ser um líder, não precisa ser
necessariamente um chefe; basta ter conhecimento e habilidades que façam com que o grupo
busque a realização dos objetivos.
Liderança X Administrador
7
FACHADA, Maria Odete. Psicologia das Relações Interpessoais. 6. Ed. Lisboa: Rumo. 2003.
Poder e Autoridade8
Para Weber9, a relação entre a ordem e o comando (autoridade) que se estabelecem entre os
indivíduos é dividida em três itens: a tradição, o carisma e a burocracia.
A Autoridade Tradicional: quando uma pessoa ou grupo social obedece a um outro porque tal
obediência é proveniente do hábito herdado das gerações anteriores. A tradição é extrínseca ao líder. A
autoridade tradicional não anula a presença de outras, tais como as habilidades pessoais.
A Autoridade Carismática: é proveniente das características pessoais dos indivíduos. Sua base de
legitimação é a devoção dos seguidores à imagem dos grandes líderes religiosos, sociais ou políticos.
Portanto, a ideia de carisma está associada às qualidades pessoais e à posição organizacional ou às
tradições. O carisma é, em muitos casos, a base explicativa de autoridades informais nas organizações.
Outras duas formas de autoridade são identificadas nos estudos organizacionais: a autoridade pelas
relações pessoais e pela competência técnica.
A autoridade pela relação pessoal: é aquela atribuída às relações que se estabelecem entre os
indivíduos. Estas relações são de caráter pessoal e estão relacionadas com os vínculos sociais –
amizade, relacionamento com pessoas importantes, etc.
A autoridade por competência técnica: está relacionada com a influência no comportamento alheio
através da superioridade do líder no plano do conhecimento. Os seguidores se deixam influenciar por
acreditarem que seus líderes possuem competências e conhecimentos superiores aos seus. Uma forma
não exclui as outras.
Para Kernberg10, que concorda com as formas acima identificadas, a liderança refere-se ao
reconhecimento que os liderados creditam ao líder na execução das suas tarefas. A liderança,
aliada à autoridade geral, é um importante fator para o cumprimento dos objetivos estabelecidos. No
entanto, ambas necessitam de outras fontes de autoridade, tais como o conhecimento técnico do líder,
suas habilidades humanas, sua personalidade.
As delegações de autoridade inadequadas ou excessivas são problemas frequentes e isto se deve,
em parte, ao processo de racionalização que ocorre nas organizações. A estrutura organizacional, cada
vez mais dominada pela burocratização e pela supremacia do uso da técnica, faz com que nem sempre
as delegações de autoridade sejam respaldadas por aqueles que recebem o novo líder.
A perda da autoridade – no sentido restrito da palavra – reduz a clareza das tarefas a serem
executadas. Isto implica não só na perda do controle do líder em relação aos seus liderados, como
também na redução da credibilidade frente aos seus superiores. Esta condição provoca uma
8
FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações – Leadership and Organizations. Volume II – número 2, 2011.
http://www.revistapsicologia.ufc.br/index.php?option=com_content&id=93%3Alideranca-e-organizacoes&Itemid=54&la &lang=pt
9
WEBER, Max. (1992). Economia y sociedad. México-DF: Fondo de Cultura Económica.
10
Kernberg, Otto F. (1970). Factors in the psychoanalytic treatment of narcissistic personalities.
A tentativa de utilizar a Teoria Weberiana da autoridade, neste tipo de abordagem, acaba por
simplificar o problema da liderança, caindo na insensatez de supor que as três formas da autoridade
(tradicional, carismática e burocrática) possam condicionar todas as explicações possíveis para as
abordagens conceituais da liderança.
A teoria da autoridade de Weber jamais teve esta finalidade de ser uma teoria da liderança e só
consegue ser utilizada como tal por preencher as três dimensões básicas das relações sociais: a
dimensão pessoal (representada pela autoridade carismática), a relação social (representada pela
autoridade tradicional) e a relação estrutural (representada pela relação racional-legal ou burocrática).
Estas dimensões enquadram praticamente todas as possibilidades que podem ocorrer nas relações
sociais. Portanto, elas não devem ser confundidas com as reais “forças” que guiam as ações da liderança,
mas como bases das relações de poder (Faria11).
Poder e Liderança12
Liderança, assim como o poder, só pode ser percebida nas suas manifestações. Entretanto, o conceito
de liderança não deve ser confundido com o conceito de poder. Ambos se relacionam por partirem da
mesma fonte, a legitimidade no âmbito coletivo, mas não possuem conotações semelhantes. Sendo a
autoridade uma das bases do poder, reduzir o conceito de liderança a uma manifestação da autoridade
é tentar compreender as expressões maiores que envolvem as relações sociais para além do visível.
Segundo Schermerhorn13, liderança eficaz se apoia na maneira como um gerente usa o “poder” para
influenciar o comportamento de outras pessoas.
Poder é a habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa que você quer que seja
feita. É a habilidade para fazer com que as coisas aconteçam da maneira com que você quer.
O conceito de liderança deve partir de uma definição conceitual mais específica e menos reducionista.
Para tal, é necessário antes reforçar o conceito de poder, levando-se em conta as formas inapropriadas
da utilização do seu termo. O conceito a ser utilizado deve-se ao fato de que sua sustentação encontra-
se em uma reflexão que procura distinguir o uso do termo poder com suas formas de manifestação.
(...) a capacidade que tem uma classe social (ou uma fração ou segmento), uma categoria social
ou um grupo (social ou politicamente organizado) de definir e realizar seus interesses objetivos
específicos, mesmo contra a resistência ao exercício desta capacidade e independentemente do
nível estrutural em que tal capacidade esteja principalmente fundamentada. O exercício do poder
adquire continuidade e efetividade política quando do acesso do grupo ou da classe social ao
comando das principais organizações, das estruturas institucionais ou políticas da sociedade,
inclusive aquelas criadas como resultado de um processo de transformação, de maneira a
colocar em prática ou a viabilizar tal exercício (Faria).
O primeiro ponto importante a salientar é que o poder se manifesta em classes sociais, categorias
sociais e grupos socialmente e politicamente organizados. Isto quer dizer que o poder não se manifesta
somente em ambientes legalmente formalizados.
O segundo ponto é que as classes sociais, as categorias sociais ou os grupos política e socialmente
organizados buscam as realizações de objetivos específicos.
11
FARIA, José Henrique de. (2001). Poder e relações de poder. Curitiba: UFPR/CEPPAD.
12
FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações – Leadership and Organizations. Volume II – número 2, 2011.
http://www.revistapsicologia.ufc.br/index.php?option=com_content&id=93%3Alideranca-e-organizacoes&Itemid=54&la &lang=pt>.
13
SCHERMERHORN Jr., JOHN R. (1999). Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTc Editora.
Por fim, o poder é uma capacidade coletiva e, como tal, deve ser adquirida, desenvolvida e
mantida. Os indivíduos inserem-se em suas relações a partir de funções que desempenham no âmbito
coletivo, de forma orgânica ou não, podendo influir, coordenar, liderar, representar, organizar e conferir
legitimidade. O poder e suas manifestações estão imbricados dentro de um processo histórico e dialético,
sobre a influência constante das mudanças sociais.
Liderança pode ser entendida como uma manifestação de natureza tanto psicológica quanto social e
política que ocorre:
- no interior de uma classe social (numa fração ou segmento), categoria social ou grupos formais ou
informais (social e politicamente organizados),
- entre classes (frações ou segmentos) categorias ou grupos sociais,
- no interior de organizações e
- entre organizações.
Liderança e Grupos
Do ponto de vista das relações pessoais, não há liderança sem um grupo que a legitime. A figura
do líder deve ser compartilhada e aceita pelos integrantes de um grupo. Sua aceitação é
fundamental para o sucesso das atividades que desempenha ou nas decisões que venha a tomar
para realizar os objetivos desejados.
Entretanto, é importante observar que sempre existem os que questionam a legitimidade do líder e as
decisões tomadas por ele, seja por que desejam ocupar seu lugar (apresentando-se como alternativa
mais apropriada), seja porque não suportam vê-lo ocupando o lugar (são frequentes as tentativas de
desestabilizar o líder, de desqualificá-lo), seja porque percebem, antes dos demais membros, as
consequências inadequadas da sua ação.
Assim, o líder necessita estar atento para que estas situações não venham a obstaculizar as
realizações dos objetivos propostos ou a provocar a instabilidade dentro do grupo.
1º Caso: trata-se de uma disputa que, se democrática, pode melhorar o padrão de desempenho do
grupo;
2º Caso: trata-se de um problema que se desenvolve nos bastidores e que pode vir a deteriorar a
unidade do grupo;
3º Caso: trata-se de capacidades que necessitam ser apropriadas pelo grupo.
O líder precisa estar consciente de que o seu papel está vinculado ao de um administrador de
conflitos. Ele precisa constantemente reavaliar o seu papel no contexto em que se encontra,
redimensionando e aprimorando sua capacidade de relacionamento com os integrantes do
grupo, vislumbrando os aspectos relacionais, simbólicos e psicossociais.
14
O conceito apresentado aqui pode ser encontrado de forma mais desenvolvido em Faria, José Henrique de. Economia Política do Poder. 6ª. Reimpressão.
Curitiba: Juruá, 2010. 3 Volumes. Volume 1.
Para administrar os conflitos, o líder não pode esquecer que os seus interesses, seus problemas
pessoais, seus sentimentos ambivalentes, suas virtudes e defeitos influenciam nas suas tomadas de
decisão. Portanto, o líder deve possuir um senso de autocrítica aguçado, bem como sensibilidade para
aceitar e reavaliar as críticas que se dirigem a ele.
Os líderes, sendo pessoas, são passíveis de cometer erros. É natural, desta forma, que algumas de
suas decisões e atitudes possam frustrar os integrantes do grupo; estes algumas vezes têm em seu
imaginário a figura idealizada do líder, uma pessoa dotada de capacidade quase divina de sempre tomar
decisões corretas. Os líderes que se deixam levar por essa idolatria, que corresponde a uma projeção do
ego ideal, podem causar complexos problemas para o grupo e para si mesmos.
Segundo Davel, Machado e Grave16 a “força de convicções e suas ressonâncias no imaginário grupal
e na identificação social dos indivíduos é o que constitui a força do líder e funda o exercício legítimo de
sua influência”.
A figura do líder é antes imaginada no seu estado ideal na cabeça de cada membro do grupo. A
capacidade do líder em atender às expectativas imaginárias dos liderados é determinante para a sua
aceitação dentro da coletividade. Grande parte da manifestação de apoio e, consequentemente, de
legitimidade, ocorre devido a isso.
Quando, porém, um líder não consegue atender as expectativas dos seus liderados, sua liderança
passa a ser questionada. O líder, portanto, precisa estar política e psicologicamente preparado para
desempenhar o seu papel, pois os integrantes do grupo depositam em sua figura as esperanças de
realização dos seus desejos individuais através das ações coletivas. O líder, não sendo capaz de
satisfazer às expectativas, anteriormente imaginadas pelos seus liderados, acaba experimentando um
descrédito e passa a ser depreciado pelos integrantes do grupo. Logo de imediato o grupo passa
consciente ou inconscientemente a procurar um novo “candidato ao posto”, que possa ser capaz de
satisfazer os objetivos individuais e coletivos (Kernberg17).
Esta busca por um novo líder é um processo doloroso não só para o líder como também para os
integrantes do grupo. Todas as esperanças que cada um depositou no atual líder acabam de ser
frustradas. O grupo depara-se com a angústia de ter de aceitar um novo líder, que nem sempre é
imediatamente reconhecido como legítimo. O sentimento de orfandade também toma conta de parte do
grupo, que elegeu o Pai da Horda, assassinou-o e necessita colocar, em seu lugar, um novo Pai que
possa guiá-lo (Enriquez18).
A maneira como este novo líder estabelecerá as relações vinculares com cada indivíduo do grupo é
ainda, muitas vezes, uma incógnita para cada integrante, que deverá procurar uma melhor maneira de se
relacionar com ele, buscando estabelecer ações de cooperação para evitar conflitos indesejáveis. As
relações de empatia e afinidades são determinantes para o início de um relacionamento do líder com
cada indivíduo do grupo e com a coletividade.
A maneira como se manifestarão os sentimentos ambivalentes e, principalmente, a maneira como o
novo líder lidará com estes, procurando manter a coesão e a harmonia dentro do grupo, serão
determinantes para a sua aceitação e para a legitimação da sua função. Entretanto, passado o período
15
PAGÉS, Max. (1976). A vida afetiva dos grupos. Petrópolis: Vozes.
16
DAVEL, Eduardo; MACHADO, Hilka Vier; DAVEL, Paulo. (2000). Identificação e liderança nas organizações contemporâneas: por uma abordagem
complementar. Florianópolis: XXIV ENANPAD.
17
KERNBERG, Otto F. (2000). Ideologia, conflito e liderança em grupos e organizações. Porto Alegre: Artmed.
18
ENRIQUEZ, Eugène. (1984). Da Horda ao Estado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Assim sendo, a escolha de um novo líder é um processo que envolve incertezas quanto ao futuro dos
relacionamentos e da realização dos objetivos individuais e coletivos. As relações vinculares se
estabelecem aos poucos e ocorrem de forma diferenciada para cada integrante. Enquanto para alguns
integrantes o novo líder representa seus anseios, para outros esse processo ocorre de forma
insatisfatória, seja porque possuíam grande afinidade com o líder anterior e, agora, possuem resistências
ao novo líder, seja porque desejariam estar no lugar do novo líder, seja porque o líder que escolheriam
não seria o que assumiu esse papel.
Esta situação coloca uma questão essencial no relacionamento entre líderes e liderados: as relações
de poder na dinâmica dos grupos.
Entretanto, a escolha do líder significa igualmente a predominância de uma parcela do grupo sobre
outra(s), ou seja, uma distribuição assimétrica de poder entre os membros do grupo.
O líder, por sua vez, sabe que, embora represente uma parcela do grupo, passa a ser líder de todo o
grupo e, assim, precisa dar conta dessas diferenças e administrá-las, exercício esse que exige dele
extrema habilidade e competência e que constituir-se-á no diferencial entre sua legitimidade (aceitação)
e seu fracasso (substituição).
É importante ressaltar que o líder só exerce esse papel porque seus seguidores o legitimam na função.
Em uma situação em que parte importante do grupo ou mesmo em que todos os integrantes do grupo
passam a boicotar ou prejudicar as realizações dos objetivos determinados pelo líder, ocorre uma perda
substancial e muitas vezes definitiva de credibilidade do líder. Mesmo que este líder seja aceito perante
as autoridades ou por seus superiores, na medida em que o seu trabalho não seja adequadamente
realizado e prejudique a realização dos objetivos, ele poderá ser deslocado para outra função ou grupo,
pois o que prevalece são os objetivos gerais da organização.
O líder deve estar atento a como as relações de poder são exercidas no grupo, seja formalmente,
através da autoridade delegada, por exemplo, seja informalmente, através dos mecanismos de influência
que legitimam, por meio da empatia ou confiança, certas frações do grupo. O surgimento de outras e
novas lideranças é um processo natural dos grupos e deve ser encarado pelo líder como uma
manifestação psicossociológica necessária para a manutenção da coesão do grupo.
Para o líder poder conviver com estes acontecimentos dentro dos grupos, é necessário, segundo
Zimerman20 observar os “atributos desejáveis para um coordenador de grupos”. Estes atributos têm como
função favorecer uma melhor compreensão, por parte dos líderes, da dinâmica dos grupos, no que se
refere a uma melhora contínua dos relacionamentos estabelecidos e nas realizações dos objetivos
individuais e coletivos.
19
STONER, James A. F. e FREEMAN, R. Edward. (2000). Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil.
20
ZIMERMAN, D. E e Osório, Luiz Carlos. Como trabalhamos com grupos. Artes Médicas: Porto Alegre, 1997.
Coerência: os líderes devem sempre estar atentos para os “excessos” que podem ocorrer dentro dos
grupos ou com ele próprio. Estes excessos podem ser de natureza narcísica, ou decorrentes de
imprudência ou negligência. É evidente que a incoerência é uma prerrogativa dos indivíduos; no entanto,
a atenção deve estar voltada para as incoerências sistemáticas que possam estar ocorrendo.
Amor às verdades: além de ser um dever ético, tal afirmação é necessária para que virtudes como
sinceridade, solidariedade, cooperação, criatividade etc., sejam as práticas corriqueiras dentro do grupo.
Sendo assim, a adoção da verdade funciona como um catalisador para a boa convivência.
Senso de ética: ética aqui se refere ao respeito do líder em relação à liberdade dos membros do
grupo. Os espaços democráticos devem se constituir em práticas constantes, defendidas pelos
integrantes dos grupos.
Respeito: respeitar as divergências de opiniões e procurar a busca do consenso possível para melhor
realizar os objetivos traçados. O respeito está relacionado, ainda, com a tolerância em relação aos limites
pessoais de cada indivíduo.
Paciência: paciência deve ser entendida como uma atividade ativa, como um tempo de espera
necessário para que uma determinada pessoa do grupo reduza a sua possível ansiedade inicial, adquira
uma confiança basal nos outros, permita-se dar uns passos rumo a um terreno desconhecido, e assim
por diante.
Função de pensar: o líder deve estar atento para perceber se os liderados sabem “pensar” as ideias,
os sentimentos e as posições que são verbalizados. Para desempenhar esta função, o líder deve estar
preparado para pensar as questões que envolvem o cotidiano do grupo.
Modelo de identificação: é a capacidade que o líder tem de perceber a forma como seus liderados o
concebem. Nesta perspectiva, o líder pode ser visto de diversas formas, tanto em relação às suas
capacidades técnicas, como às suas características pessoais. A correta interpretação da forma como
seus liderados as percebem, ajuda no processo de melhoria das relações estabelecidas.
Kernberg chama a atenção para outro assunto importante: os perigos que a personalidade narcisista
do líder pode trazer. A necessidade excessiva de ser admirado e, consequentemente, idolatrado pelos
seus seguidores, pode levá-lo a tomar atitudes de natureza egoístas, voltados apenas para as realizações
dos seus desejos e objetivos. Evidentemente que o narcisismo ao qual o autor se refere aqui é o de
natureza patológica.
Assim, o líder deve ser um indivíduo capaz de trabalhar em grupo. Sua aceitação, no entanto,
vem através da maneira como ele se integra com os indivíduos e a postura que adota frente a
posturas coletivas. Trabalhar em grupo requer estar preparado para a prática democrática, em
defesa da ética coletiva.
Questões
01. (AL/SP - Agente Técnico Legislativo Especializado – FCC) No contexto de uma gestão de
pessoas por competências, exercer a liderança é
03. (BDMG - Analista de Desenvolvimento – FUMARC). Com relação à Gestão de Pessoas, pode-
se afirmar como corretas as afirmativas abaixo, EXCETO:
(A) A delegação permite ao líder planejar e estabelecer metas e prazos.
(B) A avaliação do desempenho deve ser um processo dinâmico, bidirecional, interativo e, sobretudo,
criativo.
(C) Uma das características comum dos líderes de mudanças é a motivação sobre os outros e não a
sua própria motivação.
(D) No gerenciamento de pessoas, deve-se estruturar as tarefas e atribuições de cada um dos
membros da equipe, através do desenho dos cargos.
04. (MPU - Analista do Ministério Público da União - Adaptada CESPE) - Considerando a relação
entre o ambiente profissional e os indivíduos que o compõe, julgue o item seguinte: A satisfação pessoal
no trabalho está relacionada ao modo como o desempenho individual afeta a autoestima do profissional.
( ) Certo ( ) Errado
05. (ANTT - Analista Administrativo – CESPE) – Observe o fragmento do texto: “É difícil separar o
comportamento das pessoas do das organizações. As organizações funcionam por meio das pessoas,
que dela fazem parte e que decidem e agem em seu nome. Diversos termos são utilizados para definir
as pessoas que trabalham nas organizações, sendo esses termos empregados para definir como as
organizações encaram as pessoas, dado que essa denominação reflete o grau de importância que as
pessoas têm para a organização”.
Idalberto Chiavenato. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações.
3.ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, p. 5 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial, julgue o item subsequente, relativo à gestão
de pessoas: Os funcionários constituem um dos principais ativos das organizações e a gestão de pessoas,
ao ser bem executada, é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas e o alcance dos objetivos
organizacionais e individuais.
( ) Certo ( ) Errado
06. (TRT - 17ª Região/ES - Analista Judiciário - Psicologia –CESPE) Percepções sobre o clima de
uma organização são de aprendizagem do indivíduo.
( ) Certo ( ) Errado
07. (TCE/RS - Auditor Público Externo - FMP-RS) A avaliação de desempenho é um sistema formal
de gerenciamento que provê a avaliação da qualidade do desempenho individual e/ou institucional em
uma organização. Assim, ela pode visar apenas ao indivíduo ou também às equipes, às áreas e à
organização. No nível do indivíduo, a avaliação de desempenho permite:
(A) maior alinhamento das unidades da organização com suas metas e objetivos estratégicos.
(B) o desenvolvimento de uma visão sistêmica por parte dos indivíduos em relação à organização.
(C) obter subsídios para a progressão na carreira, com base em competências e desempenho, entre
outros benefícios.
Apostila gerada especialmente para: rayssa oliveira silva 017.822.702-13
. 38
(D) o desenvolvimento do espírito de equipe.
(E) a percepção da interdependência entre áreas e pessoas.
08. (TRT - 17ª Região/ES - Analista Judiciário - Psicologia – CESPE). A conceituação de clima
organizacional é constituída por duas dimensões, que são a insatisfação e a satisfação do indivíduo com
a organização.
( ) Certo ( ) Errado
10. (FBN - Assistente Técnico – Administrativo – FGV) Quando um líder eficaz conecta os liderados,
ele tem como meta:
(A) dividir a equipe.
(B) aumentar sua popularidade.
(C) substituir os superiores.
(D) atingir os resultados.
12. (COMPESA - Analista de Gestão - Administrador – FGV) A liderança pode ser definida como o
processo social de dirigir e influenciar o comportamento dos membros da organização, levando-os à
realização de determinados objetivos. Assinale a opção que indica os três elementos que podem ser
destacados nessa definição de liderança.
(A) Objetivos, pessoas e poder.
(B) Tarefas, objetivos e pessoas.
(C) Pessoas, poder e influência.
(D) Objetivos, poder e influência.
(E) Pessoas, tarefas e poder.
Gabarito
01.B / 02.B / 03.C / 04.Errado / 05.Certo / 06.Certo / 07.C / 08.Errado / 09.Certo / 10.D /
11.C / 12.C / 13.D
Comentários
01. Resposta: B
A liderança está mais ligada à capacidade de influenciar o comportamento dos outros para que eles
realizem (com vontade!) ações que vão além dos próprios interesses individuais. Pode-se dizer que liderar
é fazer com que as pessoas tenham vontade de realizar aquilo que o líder acredita que deve ser feito.
02. Resposta: B.
Decisão por imposição pessoal (autoridade). Quem está dirigindo decide sozinho, usando do poder do
cargo ou do poder de liderança autocrática. Fazendo-se a distinção entre decisão eficiente e decisão
03. Resposta: C
As demais alternativas contém relação com a gestão de pessoas, apenas a alternativa “C” está
incorreta, pois o líder deve motivar os outros, demonstrando primeiramente sua própria motivação.
07. Resposta: C
Observem que todos os itens estão corretos com relação à avaliação de desempenho dentro do âmbito
das organizações. Mas a questão pede no nível individual, portanto, obter subsídios para a progressão
na carreira, com base em competências e desempenho, entre outros benefícios é o que está focado para
o agente, o funcionário, empregado ou servidor.
21
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. 11ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
22
ZANELLI, J. E. Borges-Andrade; A. V. B. Bastos (Orgs.), Psicologia, organizações e trabalho no Brasil (p. 300-328). Artmed: Porto Alegre, 2004.
11. Resposta: C
O conceito de liderança é relacionado com a utilização do poder para influenciar o comportamento de
outras pessoas. O bom líder deve buscar se comunicar com seus subordinados e guiá-los em direção
aos objetivos da organização.
Dessa forma, um dos aspectos mais importantes para um gestor é a capacidade de liderar seus
colaboradores, pois a liderança envolve a habilidade de influenciar pessoas para que sejam alcançados
os objetivos desejados.
Liderar é, basicamente, mostrar o caminho a ser seguido. É incentivar a equipe em direção às metas
que devem ser atingidas. Mas liderar pessoas não é fácil. Cada indivíduo tem uma maneira de pensar
diferente, experiências diversas, traumas etc. Dessa maneira, a capacidade de liderança demanda
diversas habilidades diferentes, como saber se comunicar, ter paciência, manter o equilíbrio emocional
etc.
Portanto, a liderança é dinâmica. É um aspecto que envolve o relacionamento humano e aborda o uso
do poder para que as metas sejam atingidas. Para Daft23, a liderança pode ser definida como: “Liderança
é a habilidade de influenciar pessoas em direção ao alcance das metas organizacionais.”
Já Chiavenato, define liderança como: “um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente
em grupos sociais e nas organizações. A liderança é exercida como uma influência interpessoal em uma
dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais
objetivos específicos”.
12. Resposta: C
O enunciado apresenta a seguinte definição de liderança: A liderança pode ser definida como o
processo social de dirigir e influenciar o comportamento dos membros da organização, levando-os à
realização de determinados objetivos.
Os membros da organização são as pessoas. E o processo social de dirigir e influenciar o
comportamento trata-se do poder e da influência. Segundo Schermerhorn24, a liderança eficaz se apoia
na maneira como um gerente usa o “poder” para influenciar o comportamento de outras pessoas. Poder
é a habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa que você quer que seja feita. A
liderança também se refere à habilidade de influenciar pessoas a agirem entusiasticamente para atingir
objetivos comuns.
13. Resposta: D
Segundo Chiavenato, na tomada de decisões democrática, as diretrizes são debatidas e decididas
pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder.
O serviço de enfermagem constitui cerca de 60% a 70% do pessoal hospitalar. É, portanto, a principal
categoria profissional em termos quantitativos que faz a instituição de saúde produzir serviços. O termo
dotação de pessoal é utilizado com referência ao número necessário de pessoas para o serviço de
enfermagem, pois representaria um caos sob o ponto de vista técnico, financeiro e social, trabalhar com
um número insuficiente de pessoas, isso acarretaria sobrecarga de trabalho que traria consequências
graves como por exemplo: esgotamento físico, fadiga e estresse, além de baixa produtividade e aumento
no índice de absenteísmo.
O outro extremo da questão é o excesso de pessoal no serviço, fato que pode provocar má distribuição
de tarefas, conflitos pessoais e ociosidade. Portanto, em se tratando de administrar recursos humanos,
não se pode utilizar o empirismo para definir o quantitativo de pessoal. É necessário um estudo profundo
23
Daft, Richard L. Management. Mason: Thomson, 2005.
24
Schermerhorn Jr., JOHN R. (1999). Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTc Editora.
Área Operacional - consultório, sala de exame, sala de tratamento, sala de trauma, sala de
emergência, sala de pronto-atendimento, sala de imunização, sala de diálise / hemodiálise, sala de
cirurgia, sala de pré e pós-parto, sala de parto, sala de preparo de material, sala de esterilização, sala de
ultrassom, sala de eletrocardiograma etc.
Indicadores - instrumentos que permitem quanti-qualificar os resultados das ações. São indicadores
que devem nortear o dimensionamento de pessoal do Hospital, quanto a: número de leitos, número de
atendimentos, taxa de ocupação, média de permanência, paciente/dia, relação empregado/leito, dentre
outros.
Índice de Segurança Técnica – é um valor percentual que se destina a cobertura das taxas de
absenteísmo e de ausências de benefícios. Ela destina-se à cobertura das ausências do trabalho,
previstas ou não, estabelecidas ou não em Lei.
Missão – é a razão de ser (da existência) da instituição/empresa incorporada por todos os seus
integrantes.
Paciente de Cuidados Intermediários (PCI) - cliente/paciente estável sob o ponto de vista clínico e
de enfermagem, requerendo avaliações médicas e de enfermagem, com parcial dependência dos
profissionais de enfermagem para o atendimento das necessidades humanas básicas.
Paciente de Cuidados Semi-Intensivos (PCSI) - cliente/ paciente recuperável, sem risco iminente de
morte, passíveis de instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de enfermagem e médica
permanente e especializada.
Paciente de Cuidados Intensivos (PCIt) - cliente/ paciente grave e recuperável, com risco iminente
de morte, sujeitos à instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de enfermagem e médica
permanente e especializada.
Período de Trabalho (PT) - é diferente e varia nas diversas Instituições e Unidades Assistenciais, com
os valores típicos de 4 h; 5 h e 6 h, decorrentes de jornadas diárias de 8, 10 e 12 horas.
Porte – é determinado pela capacidade instalada de leitos, segundo definição do Ministério da Saúde.
Programas - conjunto de atividades ordenadas para atingir objetivos específicos que signifiquem a
utilização dos recursos combinados. Exemplo: Programa Integral de Saúde da Mulher, Programa de
Transplante etc.
Sítio Funcional (SF) - é a unidade de medida que tem um significado tridimensional para o trabalho
de enfermagem. Ele considera a(s) atividade(s) desenvolvida(s), a área operacional ou local da atividade
e o período de trabalho, obtida da distribuído no decurso de uma semana padrão (espelho semanal
padrão).
-SF1 significa um sítio funcional com um único profissional;
-SF2 consiste de um sítio funcional com dois profissionais;
-SF3 traduz o sítio funcional com três profissionais;
-SFn refere-se a um sítio funcional com “n” profissionais.
Taxa de Ocupação (TO) - expressa a razão entre a média do número de leitos ocupados por clientes
e o número de leitos disponíveis, em um determinado período.
Unidade Assistencial Especial (UE) - local onde são desenvolvidas atividades especializadas por
profissionais de saúde, em regime ambulatorial, ou para atendimento de demanda ou de produção de
serviços, com ou sem auxílio de equipamentos de alta tecnologia.
Unidade de Internação (UI) - local com infraestrutura adequada para a permanência do paciente em
um leito hospitalar.
O Conselho Federal de Enfermagem, no uso de suas atribuições, estabeleceu parâmetros para melhor
dimensionar o quadro de profissionais de enfermagem nas instituições de saúde, após vários estudos e
discussões realizadas sobre a matéria com segmentos representativos da Enfermagem do País.
Assim, para garantir maior segurança e qualidade da assistência ao cliente, a continuidade ininterrupta
da atuação da Enfermagem, os avanços tecnológicos e a complexidade dos cuidados ao cliente, compete
ao Enfermeiro estabelecer o quadro quanti-qualitativo de profissionais, necessários a prestação da
Assistência de Enfermagem.
O Conselho Federal de Enfermagem – Cofen, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei
nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 421,
de 15 de fevereiro de 2012, e
CONSIDERANDO a prerrogativa estabelecida ao Cofen no artigo 8º, incisos IV, V e XIII, da Lei nº
5.905/73, de baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom
funcionamento dos Conselhos Regionais, dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e
exercer as demais atribuições que lhe são conferidas por lei;
CONSIDERANDO que o artigo 15, inciso II, III, IV, VIII e XIV, da Lei nº 5.905/73, dispõe que compete
aos Conselhos Regionais de Enfermagem: disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as
diretrizes gerais do Conselho; fazer executar as instruções e provimentos do Conselho Federal; manter o
registro dos profissionais com exercício na respectiva jurisdição; conhecer e decidir os assuntos atinentes
à ética profissional impondo as penalidades cabíveis; e exercer as demais atribuições que lhes forem
conferidas por esta Lei ou pelo Conselho Federal;
CONSIDERANDO Resolução Cofen nº 429, de 30 de maio de 2012, que dispõe sobre o registro das
ações profissionais no prontuário do paciente e em outros documentos próprios da enfermagem,
independente do meio de suporte – tradicional ou eletrônico;
25
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-5432017_51440.html - Acesso em 18/07/2018 às 15h01min.
RESOLVE:
Art. 1º Estabelecer, na forma desta Resolução e de seus anexos I e II (que poderão ser consultados
no endereço eletrônico: www.cofen.gov.br), os parâmetros mínimos para dimensionar o quantitativo de
profissionais das diferentes categorias de enfermagem para os serviços/locais em que são realizadas
atividades de enfermagem.
Parágrafo único – Os referidos parâmetros representam normas técnicas mínimas, constituindo-se em
referências para orientar os gestores, gerentes e enfermeiros dos serviços de saúde, no planejamento do
quantitativo de profissionais necessários para execução das ações de enfermagem.
Art. 3º O referencial mínimo para o quadro de profissionais de enfermagem, para as 24 horas de cada
unidade de internação (UI), considera o SCP, as horas de assistência de enfermagem, a distribuição
percentual do total de profissionais de enfermagem e a proporção profissional/paciente. Para efeito de
cálculo, devem ser consideradas:
I – como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas:
1) 4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo;
2) 6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário;
Art. 5º Para Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), as horas de assistência de enfermagem por
paciente em cada setor, deverá considerar o tempo médio da assistência identificado no estudo de
Cruz(5):
Nota:
1) O cálculo do THE das diferentes categorias profissionais deverá ser realizado separadamente, uma
vez que os tempos de participação são distintos.
2) O Serviço de Diagnóstico por Imagem deverá garantir a presença de no mínimo um enfermeiro
durante todo período em que ocorra assistência de enfermagem.
Art. 6º O referencial mínimo para o quadro dos profissionais de enfermagem em Centro Cirúrgico (CC)
considera a Classificação da Cirurgia, as horas de assistência segundo o porte cirúrgico, o tempo de
limpeza das salas e o tempo de espera das cirurgias, conforme indicado no estudo de Possari(6,7). Para
efeito de cálculo devem ser considerados:
I – Como horas de enfermagem, por cirurgia no período eletivo:
1) 1,4 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 1;
2) 2,9 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 2;
3) 4,9 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 3;
4) 8,4 horas de enfermagem, por cirurgia de Porte 4.
II – Para cirurgias de urgência/emergência, e outras demandas do bloco cirúrgico (transporte do
paciente, arsenal/farmácia, RPA entre outros), utilizar o Espelho Semanal Padrão.
III – Como tempo de limpeza, por cirurgia:
1) Cirurgias eletivas – 0,5 horas;
2) Cirurgias de urgência e emergência – 0,6 horas.
IV – Como tempo de espera, por cirurgia:
1) 0,2 horas por cirurgia.
V – Como proporção profissional/categoria, nas 24 horas:
a) Relação de 1 enfermeiro para cada três salas cirúrgicas (eletivas);
b) Enfermeiro exclusivo nas salas de cirurgias eletivas e de urgência/emergência de acordo com o
grau de complexidade e porte cirúrgico;
c) Relação de 1 profissional técnico/auxiliar de enfermagem para cada sala como circulante (de acordo
com o porte cirúrgico);
Apostila gerada especialmente para: rayssa oliveira silva 017.822.702-13
. 47
d) Relação de 1 profissional técnico/auxiliar de enfermagem para a instrumentação (de acordo com o
porte cirúrgico).
Art. 7º A Carga de trabalho dos profissionais de enfermagem para a unidade Central de Materiais e
Esterilização (CME), deve fundamentar-se na produção da unidade, multiplicada pelo tempo padrão das
atividades realizadas, nas diferentes áreas, conforme indicado no estudo de Costa(8):
OBS.:
Indicadores de Produção de cada posição de trabalho:
(*) Quantidade de kits recebidos, processados, conferidos e devolvidos;
(**) Quantidade de cargas/ciclos realizados;
(***) Quantidade de carros montados.
Art. 11 Para o serviço em que a referência não pode ser associada ao leito-dia, a unidade de medida
será o sítio funcional (SF), devendo ser considerado as variáveis: intervenção/atividade desenvolvida com
demanda ou fluxo de atendimento, área operacional ou local da atividade e jornada diária de trabalho.
Art. 12 Para efeito de cálculo deverá ser observada a cláusula contratual quanto à carga horária
semanal (CHS).
Art. 15 O disposto nesta Resolução aplica-se a todos os serviços/locais em que são realizadas
atividades de enfermagem.
Art. 16 Esta Resolução entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação, revogando as
disposições em contrário, em especial as Resoluções Cofen nº 293 de 21 de setembro de 2004 e a nº
527 de 03 de novembro de 2016
MARIA R. F. B. SAMPAIO
COREN-PI Nº 19084
Primeira Secretária
Unidade de Internação
1-Unidade de Internação (UI): Local com infraestrutura adequada para a permanência do paciente
em um leito hospitalar.
Jornada Semanal de Trabalho (JST): assume os valores de 20h.; 24h.; 30 h.; 32,5h.; 36h. ou 40h.
nas unidades assistenciais.
Índice de Segurança Técnica (IST): admite-se o coeficiente empírico de 1,15 (15%), que considera
8,33% para cobertura de férias (item da Taxa de Ausências de Benefícios) e 6,67% para cobertura da
Taxa de Absenteísmo.
Nota 1 - o IST é composto de duas parcelas fundamentais, a taxa de ausências por benefícios
(planejada, isto é, para cobertura de férias, licenças - prêmio, etc.) e a taxa de absenteísmo (não –
planejada, ou seja, para cobertura de ausências/faltas por diversos motivos).
Taxa de Ocupação (TO): expressa a razão entre a média do número de leitos ocupados por clientes
e o número de leitos disponíveis, em um determinado período.
Nota 2 - a quantidades de clientes é obtida da média aritmética de uma série histórica de leitos
ocupados colhida diariamente, de acordo com o SCP e que deverá guardar correspondência com a Taxa
de Ocupação (TO) da UI. Para reduzir a margem de variação os dados devem ser obtidos de 4 a 6
períodos (meses) padrões, isto é sem feriados ou interrupções significativas na tomada de dados.
Total de Horas de Enfermagem (THE): é o somatório das horas necessárias para assistir os clientes
com demanda de cuidados mínimos, intermediários, semi-intensivos e intensivos.
KM(20) = 0,4025
KM(24) = 0,3354
KM(30) = 0,2683
KM(32,5) = 0,2476
KM(36) = 0,2236
KM(40) = 0,2012
KM(44) = 0,1829
Considerando que:
QP(UI;SCP) = KM x THE.
2-Sítio Funcional (SF): é a unidade de medida que tem um significado tridimensional para o trabalho
de enfermagem. Ele considera a(s) atividade(s) desenvolvida(s), a área operacional ou local da atividade
e o período de trabalho, obtida da distribuído no decurso de uma semana padrão (espelho semanal
padrão).
Nota 3 - adotou-se a seguinte nomenclatura para os SF:
- SF1 significa um sítio funcional com um único profissional;
- SF2 consiste de um sítio funcional com dois profissionais;
- SF3 traduz o sítio funcional com três profissionais
- SFn refere-se a um sítio funcional com “n” profissionais.
Nota 4 - para evitar desvios sugere-se que se tome dados de uma série histórica de espelhos semanais
de alocação de SF, escolhidos aleatoriamente durante 6 semanas, no mínimo.
Nota 5 - o SF deve ser quantificado para as diversas categorias profissionais (enfermeiros, técnico de
enfermagem e auxiliar de enfermagem).
4-Área Operacional: consultório, sala de exame, sala de tratamento, sala de trauma, sala de
emergência, sala de pronto-atendimento, sala de imunização, sala de diálise/ hemodiálise, sala de
KM(SF)==> KM (PT;JST)
8-Quantidade de profissionais = QP
1-Taxa de Absenteísmo (TA) é obtida com o cálculo das faltas, não planejadas, por vários motivos.
3- Faltas ao trabalho na escala de manhã e parte da tarde (FM) de 7:00 h às 16:00 ou de 8:00 h às
17:00 h.
4- Faltas ao trabalho na escala de plantões (FP) no serviço diurno (SD) ou noturno (SN): de 7:00 h às
19:00 ou de 19:00 h às 07:00 h.
Anotações importantes:
A - O cálculo para sete dias da semana deve ser realizado para os turnos da manhã (M), tarde (T) e
noite (N = N1 / N2), sendo seis horas para os períodos da manhã e tarde e doze horas para o noturno
(dois turnos de 6 horas).
B - O período noturno deve ser duplicado para completar quatro períodos iguais de 6 horas.
C - Para efeito de cálculo, classificar o pessoal de nível superior (NS) e médio (NM), devendo o de
nível médio ser dividido em Técnico e Auxiliar de Enfermagem, a critério da instituição, pela demanda e
oferta de mão-de-obra existente, obedecendo ao percentual estabelecido. Na assistência intensiva deve-
se utilizar o Técnico de Enfermagem.
D - Ao total, apresentado no modelo acima, deverá ser acrescido 15% como Índice de Segurança
Técnica (IST), sendo que 8,33% são para cobertura de férias. As férias é um dos componentes da Taxa
Ausências de Benefícios, e os restantes 6,67% (valor empírico/ arbitrado) são para cobertura da Taxa de
Absenteísmo.
D1 - O Índice de Segurança Técnico (IST) poderá ser aumentado, quando:
1) Sessenta por cento (60%) ou mais do total de profissionais de enfermagem, que atuam nas
Unidades de Internação, estiver com idades acima de 50 anos, aumentar de 10% ao IST.
2) A Unidade Assistencial apresentar a soma das Taxas de Absenteísmo e de Benefícios,
comprovadamente, superior a 15% (8,33 % + X % > 15%).
E - Deverá ser previsto 01(um) enfermeiro para atividades gerenciais, com atuação predominante na
área administrativa (liderança, coordenação, supervisão, controle, treinamento, etc.), já contemplada no
sistema de cálculo (horas de enfermagem/paciente/HEP).
Notas:
1- Em uma Unidade de Internação encontram-se clientes com demandas enquadradas em todas as
categorias do Sistema de Classificação de Pacientes (SCP).
6- As Clínicas e/ou Hospitais com menos de 50 leitos, voltada para assistência de Cuidados Mínimos
e Intermediários, localizados em regiões interioranas, em que, por diversas razões, houver dificuldades
7- Nas Unidades de Internação com clientes que exigem cuidados de enfermagem de alta
complexidade, independente da quantidade de clientes na unidade, exige-se a presença física do
enfermeiro.
1- A Quantidade de Pessoal de Enfermagem (QPE) pode ser calculada utilizando-se o Total de Horas
de Enfermagem por Dia (THE/Dia) ou o Total de Sítios Funcionais/Semana (TSF/Sem).
3- A Constante de Marinho (KM) pode assumir duas configurações Constante de Marinho relacionado
a Horas de Enfermagem (KMhe) e Constante de Marinho relacionado a Sítios Funcionais (KMsf).
4- A KMhe é utilizada para QPE quando se estabelecem os tempos que são necessários para se
desenvolver cada atividade nas 24 horas, como por exemplo: assistência a pacientes de acordo com o
Sistema de Classificação de Pacientes –SCP (Cuidados Mínimos, Cuidados Intermediários, Cuidados
Semi-Intensivos e Cuidados Intensivos) com suas respectivas horas/dia.
5- A KMsf é utilizada para QPE para cobertura nas unidades operacionais na dimensão tridimensional
(Atividade(s) , Período de Tempo e Local de Trabalho).
6- A KMhe é estruturada com a variável “dias da semana (7 dias)” no numerador, já a KMsf é como
Período de Tempo (PT), que pode ser de 4, 5 ou 6 horas.
THE = ∑ ( NMP x HE )
Onde:
NMP = Número Médio de Clientes/Pacientes por tipo.
HE = Horas de Enfermagem relacionadas a cada tipo.
NMCMn = Número Médio de Clientes/Paciente de Cuidados Mínimos.
NMCinterm = Número Médio de Clientes/Pacientes de Cuidados Intermediários.
9 - A Média de clientes/paciente por Tipo (SCP) deve ser obtida pelo menos por um série histórica de,
no mínimo, 4 a 6 meses padrões (120 dias).
Observação:
Os resultados deverão ser aproximados, exclusivamente, no final dos cálculos, ficando assim
construídos:
- todos os valores iguais ou superiores a 0,5 (cinco décimos) passarão à unidade inteira imediatamente
superior;
- todos os valores iguais ou inferiores a 0,49 (quarenta e nove centésimos) serão reduzidos à unidade
inteira inferior.
Escala de Serviço
Chama-se escala de serviço ou escala de folgas, a representação tabular e funcional do
escalonamento programado de períodos em que o servidor estará desenvolvendo suas atividades e de
períodos de folgas no decurso de um mês.
A técnica de elaboração da escala é bastante diversificada. No entanto, devem ser consideradas
algumas observações preliminares, tais como:
a) Conhecimento das leis trabalhistas:
- A jornada de trabalho, de acordo com o contrato de trabalho, deve estar compatível com a legislação
vigente.
- Os plantões noturnos não deverão exceder a 12 horas.
- Os servidores com 50 anos ou mais de idade e/ou 20 anos ou mais de exercício profissional deverão
ser dispensados das escalas de plantão noturno.
- O servidor tem direito a, no mínimo, um dia ou 24 horas de descanso semanal, que deve ser
remunerado e preferencialmente no domingo, exceto quando a atividade profissional exija trabalho aos
domingos. Nesse caso, o servidor terá direito a pelo menos um domingo a cada sete semanas.
- O número de folgas deve ser igual ao número de domingos e feriados não coincidentes.
b) Conhecimento do regulamento da instituição, do regimento do serviço de enfermagem e das
atribuições de cada categoria profissional da equipe de enfermagem.
Referência
SANTOS, Sérgio Ribeiro dos. Administração aplicada à enfermagem. 3.ed. João Pessoa: Idéia, 2007. 237p.
01. Qual a necessidade de pessoal de enfermagem para uma unidade assistencial com 24 leitos de
pacientes nos diferentes turnos, sendo que 16 são pacientes com cuidados intermediários e 08 com
cuidados mínimos, cuja ocupação da unidade é de 90% e a jornada de trabalho da equipe de enfermagem
é de 36 horas semanais?
Marinho
KM (20) = 0,4025
KM (24) = 0,3354
KM (30) = 0,2683
KM (32,5) = 0,2476
KM (36) = 0,2236
KM (40) = 0,2012
Solução:
90% Taxa Ocupação
Assistência prevalente – cuidados Intemediarios – (37%), portanto, 9 Enf. E demais Téc.e/ou Aux. Enf.
Fórmula Tradicional:
QP 24,15------------- QP = 24
02. Uma unidade com 36 leitos, distribuídos em 21 pacientes com cuidados mínimos e 15 pacientes
com cuidados intermediário, qual será a necessidade de pessoal de enfermagem para as 24 hs sabendo
que a taxa de ocupação é de 80% e a JST de 36 Hs.
QP = Km x THE Km = DS x IST
JST
Questões
06. (Pref. Patos de Minas/MG - Técnico Nível Superior/ Enfermeiro Regulador Vigilância Sanitária
– CONSULPLAN) O dimensionamento de pessoal de enfermagem é um instrumento gerencial utilizado
para proporcionar uma assistência de qualidade. Levando em consideração as normas do COFEN sobre
a distribuição percentual total de profissionais de enfermagem, qual deve ser o parâmetro percentual de
enfermeiros para uma unidade de assistência intensiva em relação aos profissionais de nível médio?
(A) De 33 a 37%.
(B) De 42 a 46%.
(C) De 52 a 56%.
(D) De 57 a 60%.
Gabarito
3) trabalho em equipe
TRABALHO EM EQUIPE26
Aumenta-se cada vez mais a necessidade do nível de excelência das organizações e, portanto, das
pessoas que as compõem. Para tanto, faz-se necessário, cada vez mais, propiciar o desenvolvimento
das competências pessoais e profissionais dos profissionais para dar conta dos desafios do trabalho, e
para garantir resultados eficazes que mantenham as organizações saudáveis e competitivas, no mercado
de trabalho.
Neste texto, enfatiza-se a Gestão de Pessoas e a necessidade do Trabalho em Equipe, como
alternativa para o desenvolvimento pessoal, profissional e para a maximização dos resultados
empresariais.
26
AMARAL, V.L. Trabalho em equipe. Programa de Formação de Coordenadores do Colégio Sesi - Módulo II: Gestão de Pessoas, Trabalho em Equipe.
Mais evoluída do que o agrupamento e o grupo, a equipe é um grupo de trabalho cujos membros
sabem interagir de forma assertiva e produtiva, somando seus talentos individuais e lidando de forma
positiva com suas diferenças, atingindo assim um alto nível de desempenho. E ainda são inúmeras as
empresas que denominam Equipe seu grupo ou agrupamento de colaboradores internos. Não é tarefa
fácil desenvolver Equipes, pois isto envolve o processo de aprendizagem – é preciso aprender para “saber
ser”. Mas toda empresa que investe neste processo colhe excelentes resultados.
Cabe então à todos – profissionais, líderes e empresa - terem certas atitudes que são condições
básicas para que o desenvolvimento de uma Equipe seja efetivo.
O profissional deve ter predisposição para a colaboração, para a integração com os demais, para lidar
com as diferenças pessoais positivamente, para estabelecer relações de confiança e para o processo de
desenvolvimento contínuo.
Ao líder, necessário o desenvolvimento de sólidas competências que o façam alcançar resultados
verdadeiramente produtivos junto à sua equipe. Para tanto, o líder deve gostar e saber lidar com pessoas
– conhecer, respeitar, envolver e motivar - ser um comunicador competente, saber estabelecer relações
de confiança, ter um canal de comunicação aberto e bilateral – ouvir seus colaboradores, não fragmentar
informações desnecessariamente apenas para se “manter no controle”, não estimular a competitividade,
ensinar sua equipe a lidar com os erros e sempre reconhecer os acertos de seus colaboradores, enfim,
cabe ao líder um alto nível de capacidade para gerenciar e liderar seres humanos.
Para isso a liderança deve possuir uma grande dose de predisposição para aprender e, portanto, para
saber ser. Deve haver uma grande disposição para o aprendizado contínuo.
Cabe à empresa proporcionar as condições necessárias para que estas atitudes se estabeleçam e se
desenvolvam. A missão, as diretrizes, a estrutura organizacional, a maneira como são organizadas as
funções e a cultura da empresa são determinantes para que se crie um ambiente favorável ou
desfavorável para o desenvolvimento de equipes. Isto significa que devem ser conhecidos e
compartilhados por todos, a missão, os objetivos e as metas da empresa, deve haver coerência entre o
discurso e as práticas da empresa para que se estabeleça uma relação de confiança, envolvimento e
comprometimento.
O desenvolvimento de equipes envolve a habilidade para lidar com o complexo sistema do
comportamento humano, mas sem isto dificilmente os resultados tão desejados são atingidos.
A liderança tem como uma de suas missões mais importantes, desenvolver na empresa o espírito de
equipe. Um grupo de pessoas alinhadas em torno de um objetivo e uma visão comum. Para ser capaz de
realizar essa missão, o líder tem que se esforçar para que todos se sintam e ajam como órgãos
interdependentes de um todo.
A maioria dos profissionais que exercem cargos de liderança ainda tem dificuldade de identificar e
definir se os profissionais trabalham em equipe, em time ou em grupo. Portanto, segue abaixo
características que diferem um grupo de uma equipe.
Grupo: União de pessoas em um mesmo ambiente de trabalho, mas que exercem funções
diferenciadas e buscam resultados individuais.
Equipe: Formação de pessoas com habilidades diferentes, para execução de um trabalho em conjunto
em busca de um único resultado.
Time: pessoas que executam a tarefa do outro (se necessário) e todos reconhecem as diferenças
entre elas e suas funções.
O trabalho em equipe não é um desafio fácil e simples, pois somos competitivos e estamos
acostumados a trabalhar individualmente. Para trabalharmos em equipe, precisamos exercer o
aprendizado coletivo.
Cabe ressaltar que a maioria das atitudes positivas ou negativas, somente são tomadas quando os
homens estão em grupo, pois sozinhos estas não se manifestam. Desta forma, o sucesso de uma
Para que o grupo realmente funcione satisfatoriamente, é preciso que seus integrantes tenham:
- Certa independência.
- Sejam reconhecidos como tais.
- E tenham objetivos em comum.
O trabalho em equipe é um trabalho de grupo com alto desempenho, onde seu potencial
geralmente é grande e precisa ser bem administrado, pois necessita obter uma participação mais objetiva,
alcançando altos estágios de desempenho, ou seja, ultrapassando os modos tradicionais.
O bom funcionamento de uma equipe vai depender da personalidade de cada elemento da equipe e
do relacionamento entre eles. Alguns tipos de personalidade são mais compatíveis com outros e quando
dois tipos de personalidade compatíveis trabalham juntos, a equipe sai beneficiada.
Um ambiente saudável e agradável é também essencial para o trabalho em equipe. Desta forma, cada
elemento deve colocar a equipe em primeiro lugar e não procurar os seus próprios interesses. Além disso,
é importante haver empatia para que trabalho exercido seja o mais eficaz e prazeroso possível. Trabalhar
em equipe requer muitas horas de convivência, e por isso, a harmonia e respeito a personalidade,
diferenças de todos devem ser cultivados em todas as ocasiões.
As diversas habilidades de seus componentes devem ser usadas da melhor forma possível, apesar da
visão diferenciada que cada um. A falta de coordenação pode levar a conflitos, à duplicidade de função e
à ineficiência, ou seja, a organização precisa preparar-se para o trabalho em time.
Portanto é necessário identificar pontos que podem bloquear ações criativas, trabalhos em equipe, e
desmistificar a competitividade. Para isso torna-se importante uma comunicação adequada e uma
liderança eficaz.
Trabalhar em equipe exige maturidade, pois significa escutar pessoas, respeitar opiniões divergentes,
concordar que as opiniões de outros membros podem ser melhores que as nossas, etc. Dessa forma, é
importante que estejamos seguros das nossas habilidades para conseguirmos controlar nossas emoções,
aproveitando ao máximo da equipe, reconhecendo falhas e desenvolvendo habilidades.
Segue abaixo alguns pontos que são importantes considerar na tentativa de dar resposta a esta
questão.
Buscar resultados: O êxito na execução das tarefas em equipe está diretamente ligado ao sucesso
que a organização visa alcançar tendo bem claro o seu propósito.
Identificar e respeitar: Desenvolver o ritmo de cada profissional, pois as pessoas não são iguais.
Cultivar o saber ouvir, pois cada profissional tem o seu ritmo e suas habilidades específicas. Cabe a
liderança a identificação destas habilidades para aproveitar o que cada profissional tem de melhor, e de
propiciar o desenvolvimento das habilidades faltantes. Deve-se gerenciar as diferenças de personalidades
e estilos, já que estes podem causar muitos problemas. Idade, experiência e cultura podem contribuir
para dificuldades de relacionamento e de trabalho em equipe, especialmente se a equipe sente que eles
não têm nada em comum e não podem trabalhar juntos.
Coesão: Deve-se criar ambiente onde as metas e objetivos individuais possam se materializar.
Quebrar paradigmas: Estimular novas formas de pensar, ou seja, novos modelos mentais, para
oportunizar novas soluções e ou alternativas.
Discordância civilizada: a equipe deve estar confortável para discutir posicionamentos divergentes
com respeito buscando um consenso.
Gerencie conflitos - Há muitas fontes diferentes de conflito. Tudo, desde não preencher quadros de
horários online, não seguir as tarefas e até conflitos de personalidade pode causar conflitos em equipes.
Colabore - As equipes trabalham melhor quando têm as ferramentas de que precisam para fazer seu
trabalho de forma eficaz. Isso, para a maioria das equipes, significa ferramentas de colaboração, para
que possam trabalhar em conjunto para resolver problemas e completar tarefas. É importante mostrar-se
prestativo e envolvido. Arranje tempo para reuniões, mesmo se elas sejam realizadas virtualmente por
conferência web, pois isso irá construir confiança e boas relações na equipe e ajudar os indivíduos a
trabalhar juntos.
Defina objetivos claros - Uma das principais razões para os problemas em equipes é que as pessoas
não sabem o que estão tentando alcançar. Objetivos claros podem ajudar com isso. Todos devem ter
uma visão dos objetivos gerais e do panorama geral, bem como objetivos pessoais que mostram como
eles podem contribuir para alcançar este objetivo. Se as pessoas sabem o que devem fazer, e recebem
metas claras, a equipe se junta em torno de um objetivo comum.
Seja claro sobre limites de autoridade - Diferentes membros da equipe têm diferentes níveis de
autoridade, então seja claro sobre isto também.
O excesso de trabalho em detrimento de outros papéis sociais que o ser humano possui pode levar o
profissional e, também, a organização a níveis de stress elevado, trazendo prejuízos pessoais e,
consequentemente, organizacionais. Um exemplo disso são as doenças ocupacionais cada vez mais
crescentes, como: depressão e fobias.
Cabe a liderança o entendimento de que o ser humano é movido a desafios e ou necessidades, mais
que estas são mutáveis e variáveis, para que possa despertar ações e ou comportamentos que
assegurem a sua diversidade.
O grupo enriquece a informação, reconstituindo e atualizando-a permitindo que ser trabalhe com maior
profundidade. Para que ocorra a sinergia de um grupo é preciso saber compartilhar conhecimentos, bem
como existir envolvimentos.
Esta sinergia emerge quando o grupo entende o(s) objetivo (s) organizacional (is).
No fundo, a eficácia de uma equipe de trabalho depende, quase sempre, das seguintes
condições:
Formação
Quando diversas pessoas passam a compor uma equipe, seus papéis e interações ainda não estão
estabelecidos. Esse estágio é um período exploratório, muitas vezes marcado pela incerteza e ansiedade.
As pessoas não sabem o que esperar dos outros membros da equipe, de forma que frequentemente
tornam-se cautelosas e reservadas em suas interações. Adicionalmente, procuram descobrir qual é o
comportamento adequado, quais são as normas, o que é delas esperado e que papel elas gostariam de
desempenhar. Começam a se conhecer em suas mútuas opiniões e habilidades, bem como formam
opiniões e habilidades, bem como formam opiniões a respeito dos outros, verificam o que tem em comum,
quais são as diferenças. Nessa fase a produtividade é baixa e as pessoas relacionam-se com cautela. O
líder pode guiar o time para a próxima fase compartilhando informações relevantes, encorajando o diálogo
aberto, providenciando estrutura, dando direção à equipe e desenvolvendo um clima de confiança e
respeito27.
Tumulto
Nesse estágio, é provável que surjam conflitos à medida que os seus membros tentam alcançar acordo
quanto ao propósito, às metas e aos objetivos da equipe. Diferenças pronunciadas de opinião podem
surgir na busca de obter consenso sobre como exatamente executarão as tarefas. A definição de quem
fará o quê – e quando, onde, porque e como – e que recompensa os membros receberão por seu
desempenho costuma ser extremamente difícil e pode ameaçar a existência da equipe28.
Nessa fase, os estilos individuais entram em conflito. Podem se formar “panelinhas”. Pode ocorrer
conflito com relação à liderança e à autoridade, na medida em que as pessoas competem para impor
suas preferências e tentam obter a posição de status desejada29. A capacidade de adaptação e
flexibilidade é discutida. Alguns membros aceitam mudanças no seu trabalho. Busca-se uma forma de
convivência. Se bem sucedida, essa fase cria uma estrutura de papéis e normas que garante uma
funcionalidade à equipe.
Normalidade
Esse estágio é caracterizado por maior coesão entre os membros da equipe. Após superar a fase de
tumulto, os membros percebem que tem interesses em comum. Aprendem a apreciar as diferenças,
resolver problemas juntos e conviver de forma mais harmoniosa. Renegociam seus papéis e o processo
para realizar as tarefas. Surge um compromisso com a equipe, com o desenvolvimento de relações
funcionais e comportamento interdependente. Há um aumento da confiança, ingrediente essencial para
a dinâmica de equipe, e um fortalecimento do sentimento de pertencimento, de “fazer parte” 30. Alcança-
se um consenso sobre o propósito da equipe, o que contribui para desenvolver um sentido de identidade
entre seus membros e fornece o fundamento para o desenvolvimento de regras, normas e procedimentos
adicionais para coordenar as interações e facilitar o atingimentos de metas. Neste estágio, vemos que
toda e qualquer equipe tem sua própria identidade. Por exemplo, uma equipe de Gestão de pessoas é
caracterizada por conter pessoas comunicativas, espontâneas, que lidam bem com as diferenças entre
as pessoas, etc. São características em comum, no entanto, cada pessoa em uma equipe possui sua
própria personalidade e isso vai além da questão profissional, é algo de cada um. Ou seja, é preciso haver
uma conscientização da própria pessoa de se adequar ao modo da equipe e da equipe a se adequar à
personalidade de cada membro.
Desempenho
Os indivíduos aprenderam a trabalhar juntos como uma equipe funcional. Existe um senso de
identidade e os membros estão comprometidos com a equipe e seus objetivos. A liderança é participativa
27
TORRES, Cresencio & FAIRBANKS, Deborah. Teambuilding. New York: McGraw-Hill, 1996.
28
WAGNER III, John & HOLLENBECK, John. Comportamento Organizacional: criando vantagem competitive. São Paulo: Saraiva, 2000.
29
SCHERMERHORN, Jr., John, HUNT, James & OSBORN, Richard. Fundamentos de Comportamento Organizacional. 2a. edição. Porto Alegre: Bookman,
1999.
30
TORRES, Cresencio & FAIRBANKS, Deborah. Teambuilding. New York: McGraw-Hill, 1996.
Acomodação
A visão já não motiva com a mesma intensidade os membros da equipe, havendo enfraquecimento do
propósito. Há barreiras de comunicação entre os membros e uma perda de interesse sobre o que ocorre
com os “outros”. As diferenças individuais e percepções diferentes não são utilizadas adequadamente,
transformando-se em causa de conflitos. Surgem reações contrárias à liderança compartilhada e alguns
membros da equipe se omitem diante de certas situações. Existem choques frequentes entre as
lideranças. Não há preocupação de rever periodicamente os procedimentos de trabalho. A equipe perde
sua eficácia e seus membros têm dificuldade em mudar os seus padrões. Os membros da equipe estão
acomodados e não há a preocupação de se reciclarem. A equipe tende a se tornar obsoleta (Carvalhal &
Ferreira, 1999).
Transformação
Há uma mudança do propósito: os membros da equipe questionam e rediscutem a visão e objetivos.
Reveem os seus processos de comunicação, com fins de eliminar barreiras e ampliar a rede de
informações. Os processos de trabalho são questionados, rediscutidos e reformulados. A equipe busca
novos membros com outros talentos, habilidades, estilos e compartilha essas diferenças, visando ampliar
as possibilidades de criar e inovar. Os componentes da equipe buscam e experimentam novos padrões
e olham além da estrutura e do contexto para se adaptar às mudanças do ambiente. A equipe e seus
membros buscam constantemente sua renovação e novas formas de aprendizagem (Carvalhal & Ferreira,
1999).
Ressalta-se a importância do trabalho em equipe como um contínuo desafio e aprendizado tanto para
as pessoas, quanto para as organizações.
O trabalho em equipe exige maturidade pessoal e organizacional para lidar com situações de
diversidade, e que por si só estimulam a novas formas de pensamento e ou novas alternativas de ação.
Enfatiza-se que o trabalho em equipe e a atuação de uma liderança inspiradora, estimula o
desenvolvimento e o autoconhecimento de seus membros, como também, maximiza o potencial das
pessoas de maneira sistêmica e interdependente em prol dos resultados empresariais.
Quando o ser humano é satisfeito em suas necessidades e respeitado em sua subjetividade, seja na
dimensão individual seja na dimensão de grupo, estes fatores contribuem para o aumento de seu “índice
de felicidade”32 e, consequentemente, para potenciar e garantir os resultados organizacionais.
31
TORRES, Cresencio & FAIRBANKS, Deborah. Teambuilding. New York: McGraw-Hill, 1996.
32
Grifo da autora, que considera o índice de felicidade como o nível de satisfação e ou motivação, onde o ser humano sente-se feliz e realizado em todas as
suas dimensões e papéis humanos.
33
http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/os-beneficios-do-trabalho-em-equipe-administrar-conflitos-e-a-importancia-do-feedback-nas-
organizacoes/43583.
http://docslide.com.br/documents/3-fatores-positivos-do-relacionamento.html
Estas coisas impedem a pessoa de se concentrar na mensagem que ela está de fato recebendo e faz
com que ela distorça o significado real da comunicação.
Quanto mais uma pessoa se mostra defensiva, menos capaz ela será de perceber os objetivos, valores
e emoções que o emissor está tentando transmitir. Por outro lado, quanto mais um clima for receptivo ou
ausente de defesa, menos o receptor distorcerá o conteúdo da comunicação. Isso é possível, porque o
clima receptivo permite que o receptor da mensagem seja capaz de se concentrar no conteúdo e no
significado real da mensagem.
Comportamento receptivo: significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das pessoas
ignora ou rejeita prematuramente. É uma característica de pessoas que possuem uma “mente aberta” e
sem preconceitos à novas ideias. A curiosidade é inerente a este tipo de comportamento.
Uma pessoa reduz a defesa do ouvinte quando parece estar querendo experimentar e explorar novas
situações.
34
http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br/2010/04/comportamento-receptivo-e-defensivo.html
Empatia
Empatia transmite respeito aos problemas do ouvinte e confiança, sem qualquer esforço para mudá-
la.
Tentar colaborar na solução de um problema permitindo ao receptor designar seus próprios objetivos,
tomar suas próprias decisões cria no ouvinte um clima receptivo. Tentar ocultar seus objetivos ou não
deixá-los claro, pode deixar no receptor um clima defensivo.
Se o emissor é visto tendo intenções claras, franco, honesto e se comportando espontaneamente em
função da situação, está propenso a gerar uma defesa mínima.
Aqueles que se consideram sabedores de tudo, que não necessitam de informações adicionais tendem
a colocar as pessoas em estado de guarda.
Compreensão mútua35
As melhores ideias normalmente aparecem a partir de pessoas com opiniões diferentes. Como disse
o escritor Nelson Rodrigues “toda unanimidade é burra”. Pensamentos divergentes resultam em
inovações mais amplas ou soluções mais completas. Mas, isso só gera frutos se houver compreensão
mútua e objetivos em comum.
Cada um no seu quadrado – Em um time as pessoas podem ter papéis diferentes. Tomando o
cuidado para não “engessar” a equipe, isso é uma forma interessante de se organizar para evitar a
sobreposição de ações ou esforços em duplicidade. Em times auto gerenciáveis, por exemplo, esses
papéis podem se alternar periodicamente. As equipes podem ter, em projetos específicos, líderes que
assumem esse papel mesmo não tendo cargos de chefia. Outros podem assumir papéis diferentes, mas
tão importante quanto estes. Mas para cada papel existe um conjunto de responsabilidades e objetivos
que devem ser compreendidos por todos.
O momento de cada pessoa – Existem momentos em que as pessoas, mesmo sem motivo aparente,
têm variações de comportamento. É natural ter mudanças no humor e temperamento. Alguém que de
manhã está com a cara amarrada à tarde pode estar sorridente. Fadiga, estresse, ansiedade e
preocupações também provocam alterações que devem ser compreendidas antes de se fazer qualquer
julgamento em relação ao outro.
Vida pessoal e vida profissional – Atualmente todos já entenderam que é praticamente impossível
separar o pessoal do profissional, como tantos pregam. O ser humano é único e indivisível. Mas, em
equipe, é necessário respeitar as escolhas que cada um faz em sua vida particular. Às vezes esse limite
não é respeitado e muitos problemas de relacionamento acontecem. Interessar-se em demasia pela vida
pessoal do outro, principalmente para sanar a curiosidade em relação aos seus problemas domésticos,
tem como consequências, quase que naturais, a fofoca e o mal-entendido. Da mesma forma, as pessoas
de uma equipe devem respeitar a diversidade cultural e as preferências de cada um.
Em resumo, a regra de ouro para o bom trabalho em equipe é a prática contínua do respeito,
compreensão e tolerância. Somente com esses valores as equipes conseguem ganhar com a
diversidade, aproveitando o que cada um tem de melhor a oferecer. E cabe aos bons líderes
identificarem as oportunidades e despertarem esses potenciais.
Questões
01. (EBSERH - Assistente Administrativo – IADES). Toda equipe é um grupo, mas um grupo pode
nunca chegar a ser uma equipe. Uma equipe de trabalho caracteriza-se por apresentar
(A) metas de desempenho individuais.
(B) competitividade e individualismo.
(C) compartilhamento de informações, mas não de trabalho.
(D) habilidades aleatórias e variadas.
(E) sinergia positiva.
35
http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/carreira/os-limites-do-trabalho-em-equipe/89636/
03. (Receita Federal Analista Tributário da Receita Federal – ESAF) O trabalho em equipe
pressupõe que a (o):
(A) equipe trabalhe, simultaneamente, no mesmo locus.
(B) líder delegue responsabilidade.
(C) líder seja sempre democrático.
(D) crítica seja evitada.
(E) diversidade seja respeitada
04. (TRT - 21ª Região/RN - Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE) O trabalho em
equipe gera despersonalização dos indivíduos.
( ) Certo ( ) Errado.
05. (CONAB - Assistente Administrativo - IADES) A característica que não contribui para a
efetividade do trabalho em equipe é a
(A) confiança.
(B) autossuficiência.
(C) proatividade.
(D) comunicação.
(E) resiliência.
06. (SEAP-DF – Técnico – IADES) Para que haja uma equipe de trabalho, é necessário que as
pessoas tenham comportamentos distintos. A respeito de equipes de trabalho e do comportamento dos
membros dessas equipes, assinale a alternativa correta.
(A) Compartilham suas ideias, visando melhorar o desempenho do processo como um todo, pensando
no desempenho coletivo.
(B) Mantêm postura autoritária, de maneira a garantir o foco nos objetivos traçados.
(C) Desconfiam dos integrantes da equipe, pois acreditam que sempre existe alguém querendo tirar
vantagem das situações.
(D) Traçam os objetivos pessoais dos membros da equipe, de forma a garantir que cada um lute pelo
próprio objetivo, pois a competição entre os integrantes garante o crescimento da equipe.
(E) Realizam comunicação passiva, ou seja, se perguntarem algo, o integrante responde; caso não
seja questionado, ele não colabora com o trabalho dos outros.
Considerando o relato acima apresentado, julgue os próximos itens, acerca do trabalho em equipe.
Na situação descrita no texto, os membros do grupo que terminou primeiro a tarefa apresentaram um
comportamento receptivo dentro do grupo.
( ) Certo ( ) Errado
08. (TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE) O item que segue
apresenta uma situação hipotética acerca do trabalho em equipe e do comportamento profissional,
seguida de uma assertiva a ser julgada.
Ênio, gestor de qualidade de uma organização pública, tem empatia com seus colaboradores no
trabalho. Nessa situação, Ênio é capaz de escutar ativamente, reconhecer as opiniões e influenciar o
comportamento de seus colaboradores.
( ) Certo ( ) Errado
10. (Petrobras - Administrador Júnior – CESGRANRIO) Embora equipes sejam grupos de pessoas,
os conceitos de equipe e grupo não são intercambiáveis. A respeito das diferenças entre conceitos,
analise as afirmativas a seguir.
I - Equipes contam com líderes fortes que foram designados para a função.
II - Equipes entregam produtos do trabalho coletivo de seus componentes.
III - Grupos discutem, decidem e compartilham trabalho.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(E) III.
(D) I e II.
(E) I e III.
11. (TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Psicologia – FCC) Os grupos de trabalho e as equipes
de trabalho são semelhantes quanto ao fato de que ambos têm uma atribuição formal por parte da
organização. A diferença está no fato de que, no grupo de trabalho, o esforço de trabalho de um membro
(A) apoia-se na característica de que o trabalho de cada pessoa depende do trabalho da pessoa
anterior e, nas equipes de trabalho, isto não ocorre.
(B) depende dos outros membros, mas equipes de trabalho não requerem a cooperação de cada
membro para atingir o resultado final.
(C) depende da coesão entre os membros, sendo que equipes de trabalho requerem a competição
como estímulo para atingir o resultado final.
14. (Prefeitura de Palma Sola – SC - Agente de Defesa Civil – AMEOSC/2016) Para a realização
de um bom trabalho em equipe é necessário que:
(A) Não exista reciprocidade de ideias.
(B) O líder da equipe seja autoritário.
(C) Exista tolerância entre os membros da equipe.
(D) A autonomia individual seja inexistente.
Gabarito
01.E / 02.C / 03.E / 04.Errado / 05.B / 06.A / 07.Certo / 08.Certo / 09.B / 10.B /
11.D / 12.B / 13.E / 14.C
Comentários
01. Resposta: E.
Quando falamos em empresas que se recriam para se manter competitivas, falamos de pessoas
competentes, que trabalham de forma sinérgica para um objetivo comum – falamos de equipes.
Hoje em dia, cerca de 80% das empresas que figuram na lista das 500 maiores companhias, da revista
Fortune, possuem mais da metade de seus funcionários trabalhando em equipes. E 68% das pequenas
indústrias norte-americanas usam equipes em suas áreas de produção".
Uma equipe não é um grupo qualquer. Podemos entender que a equipe é um grupo em que todos os
integrantes conhecem e concordam com seus objetivos e estão comprometidos em alcançá-los.
Para conseguir o bom funcionamento em equipe, algumas características são essenciais:
- A comunicação entre os membros deve ser clara, objetiva e verdadeira;
- As opiniões divergentes são estimuladas e respeitadas;
- A confiança é grande, assumem-se riscos;
- Respeito, mente aberta e cooperação são valorizados;
- A equipe investe constantemente em seu próprio crescimento;
- O entrosamento é tão grande que os levam à Sinergia.
02. Resposta: C.
Com característica de continuidade é o que deixa a assertiva incorreta. As demais são coerentes.
03. Resposta: E.
Conforme a teoria, alternativa E, a diversidade sempre deve ser respeitada para que todos possam
participar devidamente sem distinção entre os membros.
06. Resposta: A.
As pessoas possuem comportamentos receptivos e defensivos, sendo assim, é de extrema
importância que as suas ideias e opiniões sejam compartilhadas para que possa ocorrer uma
compreensão mutuada pela equipe.
09. Resposta: B
Uma equipe, de acordo com Chiavenato, é um grupo de pessoas com habilidades complementares e
que trabalham em conjunto para alcançar um propósito comum pelo qual são coletivamente
responsáveis.2
Uma equipe de trabalho gera sinergia positiva através de uma coordenação de seu trabalho, ou seja,
o somatório de seu resultado é maior do que seria o somatório dos resultados isolados de seus membros.
10. Resposta: B
É fundamental saber o conceito de equipe e grupo para responder essa questão!
Equipes: Se comprometem com um propósito comum e com abordagem e metas de um dado
desempenho; buscam combinar seus esforços para alcançar um objetivo comum.
Grupos: É uma pequena associação ou reunião de pessoas ligadas para um fim comum, que realiza
uma ou mais tarefas dentro do contexto da organização.
Vamos lá:
I - Equipes contam com líderes fortes que foram designados para a função. (errado)
Comentário: Costuma-se dizer que nas equipes o estilo de liderança deve ser combinado entre o líder
e os demais membros da equipe (A liderança é compartilhada). Outro ponto importante é que o líder surge
das relações interpessoais que derivam de um processo de influência interpessoal, ele pode adotar certos
estilos de liderança... Mas para dizer se é forte ou não a banca deveria descrever essas características e
apontar um determinado estilo para escolha.
II - Equipes entregam produtos do trabalho coletivo de seus componentes. (correto)
Comentário: Exatamente. Os membros da equipe combinam seus esforços individuais para alcançar
uma meta ou objetivo comum. O esforço de cada um é somado aos esforços do restante da equipe
formando o todo.
III - Grupos discutem, decidem e compartilham trabalho. (errado)
Comentário: Basta lembrar que o trabalho realizado com cada membro do grupo é individualizado.
Geralmente o grupo não demonstra afinidade, sentido de missão e compartilhamento de valores. Dessa
forma a questão erra ao afirmar que os membros do grupo discutem, decidem e compartilham o trabalho.
11. Resposta: D
Grupos de trabalho não se envolvem coletivamente, já a equipe de trabalho sim. Logo a alternativa
seria a D => não depende dos outros membros, mas equipes de trabalho requerem a cooperação de cada
membro para atingir o resultado final.
12. Resposta: B
As equipes de trabalho geram uma sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Ou seja, os
esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições
individuais. Para tanto, é necessário que haja respeito entre os membros da equipe e uma diversidade de
ideias e pontos de vista (os quais devem ser respeitados e considerados igualmente).
14. Resposta: C
Assim como respeito e diversidade, é importante que haja tolerância a fim de uma melhor convivência,
relacionamento e surgimento de ideias, isto é, para que haja a esperada sinergia da equipe deve haver
tolerância, se não fica muito conflituosa a relação.
Caro leitor esse assunto foi abordado no tópico b. Organização e gerenciamento de serviços de
enfermagem no hospital.
As Relações Humanas entre indivíduos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as
características de seus componentes e se manifesta não só na relação de um grupo com outro,
mas também, e principalmente, nas relações que os membros de um grupo mantêm entre si.
Do ponto de vista teórico as relações humanas resultam da mútua interação interindividual e coletiva.
Esta interação gera uma dinâmica que é uma área das ciências sociais, em particular da sociologia e da
psicologia, chamada de dinâmica de grupos, que procura aplicar métodos científicos ao estudo dos
fenômenos grupais.
Do ponto de vista aplicado ou técnico, as relações humanas são medidas e direcionadas pela
dinâmica de grupos, que é o método de trabalho baseado na teoria do relacionamento interpessoal.
Interpessoal - Significa relativo a uma comunicação, ou uma relação, que se estabelece entre duas
ou mais pessoas. Implica uma relação social, ou seja, um conjunto de normas comportamentais que
orientam as interações entre membros de uma sociedade. Este tipo de relacionamento é marcado pelo
contexto onde ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar, de trabalho ou de comunidade.
Intrapessoal - O prefixo “intra” exprime a noção de “interior”. Assim, intrapessoal significaria relativo a
comunicação conosco próprios. Remete para a aptidão de uma pessoa de se relacionar com os seus
próprios sentimentos e emoções e é de elevada importância porque vai determinar como cada pessoa
age quando é confrontada com situações do dia a dia. Para ter um relacionamento intrapessoal saudável,
um indivíduo deve exercitar áreas como a autoafirmação, automotivação, autodomínio e
autoconhecimento.
Respeito
O relacionamento sadio dentro da organização é fator principal nos dias atuais. O funcionário objetiva
ambiente de respeito mútuo, com oportunidades de aprendizado e crescimento.
Para este ambiente mais saudável com boas relações humanas no trabalho, existem aspectos que
podem ser trabalhados nos treinamentos comportamentais da empresa, mas que, ainda que não haja tais
treinamentos, existem regras de uma boa convivência funcional que devem ser trabalhadas (exercidas)
com superiores, subordinados e colegas de trabalho. Veja:
- Respeitar o chefe imediato, colegas, subordinados e clientes - quem respeita, sempre será
respeitado.
- Não cortar a palavra de quem fala - falar pouco e com segurança agrada mais aos clientes e
colegas.
- Ser claro na comunicação - falar somente o necessário. Saber ouvir é uma arte!
- Cuidar para não ferir o outro com reações agressivas - controlar emoções é fundamental.
- Procurar a causa das antipatias para vencê-las - conhecer a si mesmo e procurar ser compatível
com colegas e chefia são básicos para o trabalho harmonioso e rentável.
- Nunca dizer categoricamente: “Não concordo! Você está errado” - dizer a mesma coisa com
outros termos. A maneira como você diz é mais importante do que aquilo que você diz.
- Aprender a enaltecer as qualidades positivas das pessoas, através do elogio - esta é a melhor
arma para quem quer conquistar e cativar amigos.
- Usar normas de etiqueta social, aplicando-as corretamente - como dizer obrigado, por favor, com
licença etc. Isso ajuda a conseguir o que se quer, respeitando e valorizando os outros.
- Ter sempre um semblante alegre e sorridente - o sorriso contagia favoravelmente o ambiente. A
simpatia atrai amizades. Alegra outras pessoas que não estão bem.
- Mostrar interesse pelos outros - as pessoas gostam de receber atenção. Amigos sim; íntimos não!
- Dar importância ao outro, por mais humilde que seja - valorizar cada pessoa é uma questão de
respeito. E isso é importante independente da função ou cargo que a pessoa exerça, sem qualquer
distinção.
- Lembrar sempre que ninguém nasce sabendo - aprender é descobrir as suas próprias ignorâncias.
Por isso, deve-se ter paciência com quem não aprendeu determinados pontos que outros já aprenderam.
- Gostar do que faz é gostar de si - Gostar do outro e amar seu trabalho são ingredientes de sucesso
nas relações humanas.
Relações Indivíduo/Organização36
Organização: é uma coletividade com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa
(regras), níveis de autoridade (hierarquia), sistemas de comunicação e sistemas de coordenação dos
membros (procedimentos); essa coletividade existe em uma base relativamente contínua, está inserida
em um ambiente e toma parte de atividades que normalmente se encontram relacionadas a um conjunto
de metas; as atividades acarretam consequências para os membros da organização, para a própria
organização e para a sociedade37.
Simplificando:
36
Lacombe, B. B. A Relação Indivíduo-Organização: é Possível não se Identificar com a Organização? In: Encontro de Estudos Organizacionais, Recife. Anais...
Recife: Observatório da Realidade Organizacional: PROPAD/UFPE: ANPAD, 2002. 1 CD.
37
HALL, R. H. Organizações: estruturas, processos e resultados. Pearson, 2004.
A Administração é o processo de tomar decisões que faz com que as organizações sejam
capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir seus objetivos.
Indivíduo: os indivíduos são as pessoas. O modelo de gestão por competências apresenta que as
pessoas são indivíduos dotados de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. (CHÁ)
No entanto, sabemos que nem sempre a administração enxergou as pessoas desse modo...
Na Administração Científica, por exemplo, o homem era tratado como uma extensão da máquina, o
conceito de “homo economicus”, cuja ideia principal é a de que a motivação fundamental da pessoa no
trabalho é a remuneração.
Homem Médio e Homem de Primeira Classe: surge o estudo da administração de operações fabris,
no qual Taylor distingue o homem médio do homem de primeira classe.
Ao Homem de Primeira Classe deveria ser selecionado tarefa que lhe fosse mais apropriada e
incentivada financeiramente, pois este é altamente motivado e realiza seu trabalho sem desperdiçar
tempo nem restringir sua produção. No entanto, um homem de primeira classe pode tornar-se ineficiente
se lhe faltarem incentivos ou se sofrer pressão do grupo de trabalho para diminuir a produção.
Na burocracia apresentada por Weber, o que conta é o cargo e não a pessoa, por isso devia-se evitar
lidar com as emoções e as irracionalidades humanas. As pessoas devem ser promovidas por mérito, e
não por ligações afetivas. A autoridade decorre do cargo ocupado e não da pessoa.
Foi só na Escola das Relações Humanas, com o estudo de Hawthorne que o indivíduo começou
a ser visto como pessoa que age como membro de um grupo, trata-se de uma organização
social.
Quando a administração trata bem os funcionários, o desempenho do grupo tende a ser positivo. A
administração deve observar o comportamento dos grupos, e tratar os funcionários de forma coletiva, ao
incentivar o trabalho em equipe.
Dessa forma, as pessoas são dotadas de conhecimentos, habilidades e atitudes, que variam de pessoa
para pessoa, de acordo com sua formação, experiências e oportunidades.
Portanto, o Movimento das Relações Humanas surge da crítica à Teoria da Administração Científica
e à Teoria Clássica, porém o modelo proposto não se contrapõe ao taylorismo. Combate o formalismo na
administração e desloca o foco da administração para os grupos informais e suas inter-relações,
oferecendo incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não pode ser reduzido a esquemas
simples e mecanicistas.
Organização Informal: diferente da organização formal, que é criada para atingir os objetivos da
empresa, a organização informal não possui normas e regulamentos formais. A organização informal
nasce dos relacionamentos das pessoas que possuem interesses em comum ou que compartilham
38
George Elton Mayo (1880 - 1949) foi um psicólogo australiano, sociólogo e pesquisador das organizações. Como professor da Harvard Business School, entre
1923 e 1926 realizou a destacada pesquisa que popularizou-se como Hawthorne Studies, revelando a importância de considerar os fatores sociais que poderiam
influenciar uma situação de trabalho, tornando-se reconhecido por esses experimentos.
Nesse sentido, o exercício da atividade profissional não apenas expressa a singularidade do indivíduo,
resultado das suas escolhas, mas também o posiciona no seu grupo social. A sua mobilidade manifesta
o desenvolvimento de suas habilidades e a valorização de sua atividade em relação ao seu grupo39.
Questões
03. (IFB - Auxiliar Administrativo – FUNIVERSA) Assinale a alternativa que apresenta uma
característica da escola das relações humanas.
(A) A organização é considerada um sistema social.
(B) O comportamento na organização é estabelecido por regras e regulamentos.
(C) Tem foco no trabalho e nas necessidades econômicas do trabalhador.
(D) Enfatizou que as pessoas tentam maximizar as recompensas.
(E) Teve como resultados a alienação no trabalho e a insatisfação.
04. (TJ-SC - Analista Administrativo - TJ-SC) Qualquer organização possui dois tipos de estrutura:
a formal e a informal. Com relação a estrutura informal é INCORRETO afirmar:
(A) Não é planejada.
(B) Surge naturalmente através da interação social das pessoas.
(C) Está representada no organograma.
(D) Não expressa relações hierárquicas.
(E) Não aparece no organograma.
39
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901976000200008&script=sci_arttext
07. (UFSM - Assistente Administrativo - INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa que tem por
características regras e regulamentos formalizados por escrito e por estruturas de posições e hierarquia
que ordenam as relações entre os indivíduos ou órgãos componentes.
(A) Função administrativa
(B) Estrutura administrativa.
(C) Administração geral.
(D) Processo administrativo.
(E) Organização formal.
08. (ALGÁS - Assistente Técnico - Administração e Finanças - COPEVE-UFAL) Qual das opções
abaixo elencadas é característica da Teoria das Relações Humanas nas organizações?
(A) O incentivo é financeiro.
(B) A unidade de análise é o cargo
(C) O modelo de homem é econômico-racional.
(D) O Conceito de organização é de estrutura formal.
(E) O comportamento do indivíduo é não padronizável.
09. (IGP-SC - Auxiliar Pericial – Criminalístico – IESES) Para um bom relacionamento humano no
ambiente de trabalho, algumas atitudes devem ser evitadas, como:
(A) Respeito à diversidade.
(B) Empatia.
(C) Simpatia.
(D) Apatia.
10. (Prefeitura de Piracuruca-PI - Auxiliar Administrativo – IVIN) São atos referentes a uma boa
estratégia de relações humanas, exceto:
(A) Aprimoramento do auto-conhecimento
(B) Conhecer o ambiente
(C) Emitir conclusões precipitadas
(D) Ser paciente e tolerante
(E) Conheça bem a empresa e as pessoas
Gabarito
01.B / 02.C / 03.A / 04.C / 05.D / 06.A / 07.E / 08.E / 09.D / 10.C / 11.D / 12.C
Comentários
01. Resposta: B
Conforme o entendimento das relações humanas no trabalho, alternativa B. As demais assertivas
tratam-se de comportamentos que não são recomendáveis para os servidores públicos ou quaisquer
outros funcionários.
02. Resposta: C
O relacionamento sadio dentro da organização é fator principal nos dias atuais. O funcionário objetiva
ambiente de respeito mútuo, com oportunidades de aprendizado e crescimento. Portanto, o recomendado
é que se critique em particular e se elogie em público e nunca deve-se fazer o contrário disso, para não
desvalorizar e desmotivar os indivíduos na organização.
03. Resposta: A
A organização é considerada um sistema social como característica das relações humanas.
04. Resposta: C
Estrutura formal: objeto de grande parte de estudo das organizações empresariais, é aquela
deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns de seus aspectos, pelo organograma.
Esta estrutura dá ênfase a posições em termos de autoridade e responsabilidades.
Estrutura informal: é a rede de relações sociais que não é estabelecida ou requerida pela estrutura
formal. Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve, espontaneamente,
quando as pessoas se reúnem. Portanto, apresenta relações que, usualmente, não aparecem no
organograma.
05. Resposta: D
As Relações Humanas está vinculada ao Respeito Pessoal que visa proporcionar, entre outros, a
motivação das pessoas em busca de objetivos da organização.
06. Resposta: A
A literatura afirma que a colaboração é espontânea na organização informal, portanto a assertiva A é
errada.
07. Resposta: E
A estrutura formal é a estrutura oficial de uma instituição. Assim sendo, é a estrutura representada no
organograma, em que existe a identificação dos diversos cargos e das linhas de autoridade e
comunicação entre eles.
08. Resposta: E
De acordo com a Teoria das Relações Humanas, surge uma nova concepção sobre a natureza do
homem - homem social (em contraponto à Teoria Clássica - homo economicus): os trabalhadores são
criaturas sociais complexas, dotadas de sentimentos, desejos e temores. O comportamento no trabalho
é uma consequência de muitos fatores motivacionais. Dessa forma, na Teoria das Relações Humanas, o
comportamento individual não segue um padrão, porque enxerga o aspecto subjetivo do homem.
Apostila gerada especialmente para: rayssa oliveira silva 017.822.702-13
. 78
09. Resposta: D
Segundo o princípio conceitual das palavras, empatia significa a capacidade psicológica para sentir o
que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar
compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente
outro indivíduo.
10. Resposta: C
Ao emitir conclusões precipitadas é possível errar em seu julgamento e se expor a uma situação
constrangedora no ambiente de trabalho, criando inimizades e prejudicando o ambiente organizacional
como um todo. É recomendável que avalie-se bem o que for realmente preciso falar e use do bom senso
e da assertividade no momento da comunicação de sua mensagem, isto é, pense, avalie e somente após
esse processo fale alguma coisa.
11. Resposta: D
São consideradas dentro das relações humanas as relações: interpessoais –Significa relativo a uma
comunicação, ou uma relação, que se estabelece entre duas ou mais pessoas. Já as relações
intrapessoal –significaria relativo a comunicação conosco próprios. Remete para a aptidão de uma pessoa
de se relacionar com os seus próprios sentimentos e emoções e por fim, as relações intergrupais – relação
desenvolvida entre distintos grupos.
12. Resposta: C
Os autores humanistas concentravam-se nos aspectos informais da organização como grupos
informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação, etc.
7) liderança
Caro leitor esse assunto foi abordado no tópico c. Gestão do processo de trabalho: 1) gestão de
pessoas.
d. Seleção de pessoal
Entender as diferenças entre estas duas ferramentas da área de ARH é fundamental para o alcance
da eficiência e eficácia do gestor de RH. Embora algumas pessoas e empresas pensam que estas duas
palavras – recrutamento e seleção – sejam sinônimos, a literatura apresenta grandes diferenças entre as
mesmas.
Recrutamento
Muito se fala sobre o processo de recrutamento dentro de uma organização, e muitas vezes torna-se
vago o entendimento a este respeito, pois se pensa que é um processo desnecessário, no qual demanda
tempo para desenvolver; mas pelo contrário, o processo de recrutamento é interessante, pois é nesse
processo que é identificado pontos do candidato que demonstram se o mesmo está ou não apto para
desenvolver tal cargo.
O recrutamento de pessoal é de responsabilidade do RH e tem como objetivo a organização e a
seleção de pessoal no atendimento aos clientes internos da empresa (MARRAS).
Assim, pode-se dizer que o recrutamento é um conjunto de técnicas que visam atrair candidatos
qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização.
40
Texto adaptado de Gilcimar Vicentini Sformi e Edi Carlos de Oliveira, disponível em http://fcv.edu.br/
Texto adaptado de André Luis da Silva Baylão; Ana Paula de Sousa Rocha. A Importância do Processo de Recrutamento e Seleção de Pessoal na Organização
Empresarial. XI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas. 2000.
VANTAGENS
Recrutamento Interno Recrutamento Externo
- Aproveita melhor o potencial humano da - Introduz sangue novo na organização: talentos,
organização; habilidades e expectativas;
- Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional - Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de
dos atuais funcionários; novos talentos e habilidades;
- Incentiva a permanência do funcionário e sua - Aumenta o capital intelectual ao incluir novos
fidelidade; conhecimentos e destrezas;
- Ideal para situações de estabilidade e pouca - Renova a cultura organizacional e a enriquece
mudança ambiental; com novas aspirações;
- Não requer socialização organizacional de novos - Incentiva a interação da organização com o
membros; mercado de Recursos Humanos;
- Probabilidade de uma melhor seleção, pois os - Indicado para enriquecer intensa e rapidamente
candidatos são bem conhecidos; o capital intelectual.
- Custa financeiramente menos do que fazer
recrutamento externo.
Existe ainda o RECRUTAMENTO MISTO, como um terceiro tipo de recrutamento: é quando ocorre o
interno e o externo concomitantemente.
Ante o exposto, percebe-se que não existe fórmula mágica para a resolução dos problemas de
recrutamento das empresas, pois evidenciam-se vantagens e desvantagens em relação aos dois tipos de
recrutamento – o interno e o externo, devendo o Gestor de RH ponderar as melhores opções dependendo
do momento em que necessita realizar uma contratação.
Seleção de pessoas
A seleção de pessoas funciona como um filtro que permite que apenas as pessoas que
apresentem características desejáveis à organização possam ingressar na mesma. É, sem dúvida,
uma importante ferramenta de gestão de pessoas, com a finalidade de identificar as pessoas que
possuam o perfil desejado pela análise e descrição de cargo (CHIAVENATO, 2005).
Marras (2011, p. 65) se refere à seleção de pessoas conceituando-a como “uma atividade que tem por
finalidade escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de
recrutamento, para o atendimento das necessidades internas da empresa”. Este mesmo autor descreve
que esta seleção se baseia fundamentalmente na análise comparativa das exigências do cargo, que são
as características que o mesmo exige do profissional em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes
para o bom desempenho de suas funções; como as características do candidato, que engloba o conjunto
de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada candidato possui para desempenhar as suas tarefas.
Concordando com Marras, Chiavenato afirma que: A melhor maneira de conceituar seleção é
representá-la como uma comparação entre duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser
preenchido (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, o perfil das características
dos candidatos que se apresentam para disputá-lo.
Para França (2007) a seleção de pessoas realizada na organização faz parte do processo de agregar
pessoas dentro das organizações. Portanto, o que difere a seleção do recrutamento é que, enquanto o
objetivo do recrutamento é atrair o máximo de pessoas que possuam as especificações básicas descritas
para o preenchimento dos cargos das empresas, a seleção faz a triagem dos melhores candidatos
atraídos pelo recrutamento, funcionando como uma espécie de filtro, onde apenas aqueles que tiverem o
perfil adequado para o cargo disponível que poderá ingressar na organização.
Chiavenato (2004) explica que “processo seletivo nada mais é do que a busca e adequação
entre aquilo que a organização pretende e aquilo que as pessoas oferecem”. Nesse processo de
escolha há dois pontos primordiais: a organização escolhe a pessoa e a pessoa só aceitará
dependendo dos seus objetivos e necessidades, ou seja, uma escolha recíproca.
Chiavenato (2005), esclarece que as técnicas de seleção podem ser classificadas em cinco
grupos: entrevistas; provas de conhecimentos ou de capacidades; testes psicológicos; testes de
personalidades; e técnicas de simulação.
Percebe-se que a entrevista é uma das técnicas mais utilizadas na seleção de pessoas, por ser
aplicável em qualquer situação. Lodi (1991, p. 89) sugere que “a entrevista é um dos mais antigos
procedimentos para a obtenção de dados e durante muito tempo foi o único modo de obtê-los”. E, de
acordo com o autor mencionado, a primeira função da entrevista é obter informações sobre aspectos não
mensuráveis, e a segunda é para comprovar as informações passadas pelo entrevistado, já na terceira é
uma função integradora, contendo as aptidões da pessoa recrutada.
Para Gil (1994, p. 117) entrevista é quando “o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe
formula perguntas com o objetivo de obtenção dos dados que interessam ã investigação”.
Para Chiavenato (2005, p. 161): A eficiência reside em fazer corretamente as coisas: saber entrevistar
bem, aplicar testes de conhecimentos que sejam válidos e preciosos, dotar a seleção de rapidez e
agilidade, contar com um mínimo de custos operacionais, envolver as gerências e suas equipes no
processo de escolher candidatos etc. A eficácia reside em alcançar resultados e atingir objetivos: saber
trazer os melhores talentos para a empresa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as novas
aquisições de pessoal.
Sobre este processo, após o término da entrevista a primeira atitude do entrevistador é fazer sua
avaliação sobre o candidato, analisando suas competências e comparando as respostas pela escala de
avaliação.
3) Entrevista diretiva: é um tipo de entrevista onde as questões não são especificadas, mas sim
as respostas, visando apenas conhecer “certos conceitos espontâneos dos candidatos”. O
entrevistador formula as questões conforme o decorrer da entrevista com o objetivo de obter uma
determinada resposta.
4) Entrevista não diretiva: é um tipo de entrevista não estruturada. Neste caso não são
especificadas nem as questões nem as respostas, sendo totalmente livres. É o entrevistador que tem
a seu cargo a condução da sequência da entrevista.
Testes psicológicos
O termo teste designa um conjunto de provas que se aplicam as pessoas para apreciar seu
desenvolvimento mental, aptidões, habilidades, conhecimentos, etc. O teste é geralmente utilizado para
servir de base para melhor conhecer as pessoas nas decisões de emprego, de orientação profissional,
de avaliação profissional, de diagnóstico de personalidade, etc. Sua função é analisar essas amostras de
comportamento humano, examinando-as sob condições padronizadas e comparando-as com padrões
baseados em pesquisas estatísticas.
Os testes psicológicos focalizam principalmente as aptidões procurando a determinação de quanto
elas existem em cada pessoa, com o intuito de generalizar e prever aquele comportamento em
determinadas formas de trabalho.
Os testes psicológicos baseiam-se nas diferenças individuais das pessoas, que podem ser físicas,
intelectuais e de personalidade. Analisam o quanto variam as aptidões de um indivíduo em relação ao
conjunto de indivíduos tomados como padrão de comparação.
Testes de personalidade
Servem para compreender a personalidade do indivíduo de acordo com a análise de seus traços de
personalidade inatos e adquiridos, ou seja, os traços determinados pelo caráter e pelo temperamento do
indivíduo.
Os testes de personalidade servem para analisar os diversos traços de personalidade, sejam aqueles
determinados pelo caráter (traços adquiridos ou fenotípicos) como pelo temperamento (traços inatos ou
genotípicos). Um traço de personalidade é uma característica marcante da pessoa e que é capaz de
distingui-la das demais. Os testes de personalidade são genéricos quando revelam traços gerais de
personalidade em uma síntese global e recebem o nome de psicodiagnósticos.
Os testes de personalidade são chamados específicos quando pesquisa determinados traços ou
aspectos da personalidade, como equilíbrio emocional, tolerância a frustrações, interesses, motivação,
etc. Tanto a aplicação como a interpretação dos testes de personalidade exigem necessariamente a
participação de um psicólogo.
Processo Seletivo
O passo seguinte é determinar quais as técnicas de seleção que deverão ser aplicadas. Geralmente,
aplica-se mais de uma técnica de seleção, em um processo sequencial, cada técnica de seleção aplicada
representa um estágio de decisão para se verificar se o candidato passará à técnica seguinte.
1) Seleção de estágio único: tipos de seleção cuja abordagem faz com que as decisões sejam
baseadas nos resultados de uma única técnica de seleção. É a situação de seleção em que existem
várias vagas, e as restrições referem-se somente às exigências mínimas para aceitação do candidato.
2) Seleção sequencial de dois estágios: tipo de seleção utilizado quando as informações colhidas
no primeiro estágio são insuficientes para uma decisão definitiva de aceitar ou rejeitar um candidato. Seu
objetivo é melhorar a eficiência do programa de seleção por meio do plano sequencial: somente os
candidatos que passaram no primeiro estágio passarão para o segundo, permitindo a economia de testes.
3) Seleção sequencial de três estágios: envolve uma sequência de três decisões tomadas com base
em três técnicas de seleção. A principal vantagem dos planos sequenciais reside na economia no custo
de obtenção das informações efetuadas sequencialmente, segunda a necessidade de cada caso. São
altamente recomendáveis, principalmente quando as despesas com testes são elevadas.
Cabe ressaltar que, as empresas brasileiras estão assumindo, além da capacidade intelectual e
competência técnica, os candidatos devem ser investigados em suas qualidades pessoais como:
iniciativa, liderança, adaptabilidade, empatia ou capacidade de persuasão. Isso faz adotar a prática de
avaliar candidatos não só em seu raciocínio lógico e capacidade analítica como também em sua
inteligência emocional.
Ante o exposto, é possível compreender que é de grande valia a existência de um profissional
capacitado na área, afinal é uma área muito importante, pois é pelo recrutador que passa o possível futuro
colaborador da empresa e, caso haja um mau recrutamento e este colaborador for escolhido de maneira
Questões
01. (EBSERH Analista Administrativo – AOCP) Assinale a alternativa que apresenta a forma ou
processo de recrutamento de profissionais para a organização que é superior às demais.
(A) Recrutamento externo.
(B) Recrutamento interno.
(C) Recrutamento misto.
(D) Nenhuma das formas de recrutamento é superior à outra.
(E) Todas as formas de recrutamento são inferiores entre si.
05. (MGS – Administração - IBFC) Ao analisar os recursos humanos de uma empresa, os itens
avaliados para se acionar um serviço de recrutamento e seleção são os relacionados abaixo, exceto o
que está na alternativa:
(A) Banco de dados.
(B) Rotatividade.
(C) Aumento do quadro planejado.
(D) Aumento do quadro circunstancial.
06. (MPE-MS - Analista – Administração – FGV) A atração e seleção de pessoas se inicia a partir do
planejamento estratégico da organização. Considerando que o cenário atual e as macrotendências do
mercado afetam diretamente este processo, assinale a alternativa que contenha uma vantagem e uma
desvantagem do processo interno e do processo externo.
(A) Apresenta maior índice de validade e segurança; limita o capital humano da empresa // Aproveita
investimentos de treinamentos de outras empresas; pode sinalizar barreiras ao encarreiramento.
(B) Treinamentos introdutórios podem ser dispensados; não exige potencial de desenvolvimento para
promoções // Traz sangue novo à empresa; custos menores.
07. (AL-MS - Agente de Apoio Legislativo – FCC/2016) No que diz respeito às diferenças entre
recrutamento e seleção, tem-se que
(A) seleção é uma etapa antecedente ao recrutamento.
(B) seleção é o processo de captação externo e recrutamento de escolha interna.
(C) recrutamento é uma atividade de atração, enquanto a seleção é uma atividade de escolha.
(D) recrutamento consiste estritamente na classificação e seleção na decisão sobre a contratação.
(E) ambos são processos de escolha, sendo o recrutamento de natureza compulsória.
12. (FUNPRESP-EXE - Analista - CESPE/2016) A respeito dos aspectos que envolvem os processos
de recrutamento e seleção e a capacitação de pessoas, julgue o item a seguir.
O impacto na política de remuneração da organização é uma das desvantagens do processo de
recrutamento interno.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
01.D / 02.A / 03.E / 04.B / 05.A / 06.A / 07.C / 08.D / 09.E / 10.Certo / 11.Errado / 12.Errado / 13.B
Comentários
01. Resposta: D
Não existe uma forma superior de recrutamento, mas sim ideal para cada situação.
02. Resposta: A
Considera-se recrutamento o meio de encontrar e atrair candidatos para as posições abertas na
organização, portanto, é de suma importância que este processo esteja bem elaborado e que possua
muitos candidatos, pois deve alimenta o processo de seleção, que deve disponibilizar de muitas e boas
opções.
03. Resposta: E
Com exceção da "E". Todas as outras alternativas são vantagens do recrutamento interno.
04. Resposta: B
Segundo Chiavenato (2006) seleção constitui a escolha do homem certo para o lugar certo. De acordo
com Pontes (2010) seleção vem a ser o processo de escolha de candidatos entre aqueles recrutados. O
processo de seleção deve ser amplamente abastecido com candidatos em potencial pelo processo de
recrutamento. Este processo é um comparativo, de um lado as definições do perfil de cargo e de outro as
características dos candidatos, a fim de averiguar qual deles atende as exigências do cargo
(CHIAVENATO, 2006). A triagem entre os candidatos recrutados é a primeira etapa dentro do processo,
os que passam para a segunda etapa são submetidos a testes, tanto de conhecimento, desempenho
e testes psicológicos. A entrevista é um dos pontos principais da seleção e é o que irá averiguar a
qualificação, o potencial e a motivação do candidato ao cargo, após análise dos candidatos e dos dados
obtidos, os selecionados, que serão poucos, passam por uma entrevista técnica, que irá transcorrer com
o supervisor, gerente, coordenador ou encarregado da área requisitante afim de realizar uma análise
profunda dos conhecimentos do candidato (PONTES, 2010).
05. Resposta: A
Basicamente a questão pergunta: o que pode desencadear o processo de recrutamento e seleção? A
única alternativa que não se encaixa é a "A": banco de dados.
06. Resposta: A
PROCESSO INTERNO = Apresenta maior índice de validade e segurança, pois já se tem
conhecimento das características do(s) candidato(s); Limita o capital humano da empresa, sem
renovação, o capital intelectual e humano continuará o mesmo.
PROCESSO EXTERNO = Aproveita investimentos de treinamentos de outras empresas. Quando se
faz seleção externa, o objetivo normalmente é trazer pessoas com experiência e que, provavelmente,
tiveram treinamento em outras empresas. Pode sinalizar barreiras ao encarreiramento, quando se traz
alguém de fora, esta pessoa irá ocupar um cargo, e quando este é de chefia, impediu um funcionário mais
antigo crescer internamente.
Na letra B - Claro que exige potencial de desenvolvimento no interno e os custos são maiores no
externo. Na letra C - o externo não limita a inovação e a criatividade, pelo contrário, incentiva, visto que o
funcionário novo entra com ideias novas. Na letra D - aumenta a competitividade interna, que inclusive
deve ser bem administrada para evitar desmotivação por quem não foi promovido. Na letra E - torna o
processo menos oneroso.
07. Resposta: C
Para Chiavenato (2004) recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair
candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. Segundo o
autor recrutar o maior número de pessoas torna o processo rico. Chiavenato ainda ressalta que, a seleção
de recursos humanos pode ser definida como a escolha do homem certo par o cargo certo, ou, mais
amplamente, entre os candidatos recrutados, aqueles mais adequados aos cargos existentes na
empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal.
09. Resposta: E
A alternativa traz um conceito de seleção e não recrutamento. RECRUTAMENTO é a divulgação da
vaga e refere-se à atração de possíveis candidatos. SELEÇÃO é a oportunidade de conhecer com mais
detalhes o candidato e escolher o perfil mais adequado para a vaga.
13. Resposta: B
Veja algumas Vantagens do Recrutamento Interno apontadas por Rennó (2013):
-Motiva os funcionários.
-Não requer socialização dos “novos” funcionários.
-Custa menos e é mais rápida.
-Seleção fica mais fácil, pois as pessoas já são conhecidas.
-Incentiva a fidelidade.
-Funciona melhor em uma situação de estabilidade.
A Educação Permanente em Saúde pode corresponder à Educação em Serviço, quando esta coloca
a pertinência dos conteúdos, instrumentos e recursos para a formação técnica submetidos a um projeto
de mudanças institucionais ou de mudança da orientação política das ações prestadas em dado tempo e
lugar. Pode corresponder à Educação Continuada, quando esta pertence à construção objetiva de
quadros institucionais e à investidura de carreiras por serviço em tempo e lugar específicos. Pode,
também, corresponder à Educação Formal de Profissionais, quando esta se apresenta amplamente
41
Conteúdo adaptado de CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9,
n.16, p.161-77, set.2004/fev.2005.
Referência
CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.161-77,
set.2004/fev.2005.
- Apoiar e cooperar tecnicamente com os Colegiados de Gestão Regional para a construção dos
Planos Regionais de EP da sua área de abrangência;
- Articular instituições para propor, de forma coordenada, estratégias de intervenção no campo da
formação e desenvolvimento dos trabalhadores, à luz dos conceitos e princípios da EP, da legislação
vigente, e do Plano Regional para a EP;
- Incentivar a adesão cooperativa e solidária de instituições de formação e desenvolvimento dos
trabalhadores de saúde aos princípios, à condução e ao desenvolvimento da EP, ampliando a capacidade
pedagógica em toda a rede de saúde e educação;
- Contribuir com o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e estratégias de EP em
Saúde implementadas;
Questões
Gabarito
01.B
Apostila gerada especialmente para: rayssa oliveira silva 017.822.702-13
. 91
SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM
1 Previsão
ETAPAS DA
4 Controle ADMINISTRAÇÃO 2 Provisão
DOS MATERIAIS
3 Organização
Previsão
Prever significa “conhecer com antecipação; antever” (PESTANA, 1994). E para realizar essa função
em uma unidade de enfermagem o enfermeiro deve definir através de um levantamento as necessidades
de recursos materiais da unidade, identificando as quantidades e especificidades dos mesmos.
Neste levantamento deve-se considerar: especificidade da unidade; características da clientela;
frequência no uso dos materiais, número de leitos na unidade; local de guarda; durabilidade do material
e periodicidade da reposição do material (CASTILHO; LEITE 1991).
A estimativa do quantitativo de material necessário pode ser obtida através do consumo médio mensal
(CMM) que consiste na observação do consumo por um período de tempo, que geralmente é de três
meses, dividido pelo número de meses mais uma margem de segurança (ES) definindo-se assim uma
cota de material (CM).
Um instrumento que auxilia nessa observação é o mapa de consumo de material, onde normalmente
consta tipo de material, cota mensal e gastos (CASTILHO; LEITE 1991).
Provisão
A provisão diz respeito a reposição de materiais na unidade de enfermagem. Para desempenhar essa
função o enfermeiro deve realizar a rotina de requisição de materiais, que pode sofrer pequenas
alterações de acordo com a instituição, mas de modo geral, segue os seguintes passos:
- descrição do material em ordem alfabética com especificação do tipo, dimensão e quantidade;
- verificação do estoque existente;
Exemplo da especificação do material a ser pedido: Sonda vesical de marca XYZ: Sonda vesical de 2
vias, calibre número 18, de látex, com cuff de 5ml, balão de formato simétrico ao ser inflado, esterilizado,
código 03029 ou similar.
A especificação técnica dos materiais consiste na descrição minuciosa das características do material,
pois representa com precisão aquilo que se deseja adquirir. Além disso, a especificação técnica
representa um meio de comunicação entre a área técnica e administrativa (CASTILHO; GONÇALVES,
2005).
Na descrição deverão constar:
- Nome do produto;
- Indicação de uso;
- Desempenho técnico;
- Matéria-prima de fabricação;
- Dimensões;
- Acabamento;
- Embalagem;
- Propriedades físico-químicas;
- Método de esterilização;
- Prazo de validade.
Nas instituições públicas o processo de compra de materiais não é uma atividade simples, e as
especificações dos produtos são muito importantes para que se possa garantir a aquisição de produtos
de qualidade, elas são utilizadas na elaboração do edital de compra, e quanto mais detalhada facilitará o
contato do setor de compras com os fornecedores.
Segundo GRECO (2010), o sistema de reposição pode ser realizado de quatro formas:
- Sistema de reposição por tempo: em épocas predeterminadas as cotas são repostas integralmente.
É a forma mais utilizada na enfermagem, porém propicia a formação de grandes estoques na unidade.
- Sistema de reposição por quantidade: quando o estoque chega a um nível mínimo, denominado
de estoque de reposição, é feita a reposição do material tendo por base a cota predeterminada,
independente de um prazo estipulado. Esse sistema, se bem utilizado, pode revelar-se bastante
vantajoso, mas pode ocasionar falta de material caso não seja observado, constantemente o nível mínimo
de estoque.
- Sistema de reposição por quantidade e tempo: é estabelecida uma cota para um determinado
tempo, e em uma época predeterminada, é feita a solicitação de materiais na quantidade necessária para
repor o estoque. Esse sistema colabora para o não-esquecimento da emissão de solicitação de material
e evita o aumento de estoque, sua realização depende de que se disponha de estudo frequente da
previsão de materiais.
- Sistema de reposição imediata por quantidade: os materiais são encaminhados diariamente ou
com uma frequência ainda maior, para a unidade, de acordo com o consumo. Um inconveniente nesta
forma de reposição é quando ocorre o esquecimento do débito de material, ficando a unidade desfalcada.
Falta de Material
O diagnóstico inadequado leva a uma ação que não produzirá os efeitos desejados. As causas da falta
de materiais podem ser identificadas em três diferentes grupos:
Causas Estruturais
- Falta de prioridade política para o setor: baixos investimentos, baixos salários, corrupção, serviços
de baixa qualidade, etc.
- Clientelismo político: diretores incompetentes, fixação de prioridades sem a participação da
sociedade, favorecimentos, etc.
- Controles burocráticos: que agem sobre os instrumentos, particularmente naqueles de caráter
econômico, levando à desvalorização das ações executadas e invertendo o referencial das organizações.
É importante lembrar que não basta fazer as coisas corretamente: deve-se também fazer as coisas certas.
A burocracia somente se preocupa com o rito - a ela não interessa o produto final.
- Centralização excessiva: produz danos imensos na área de materiais. Compras centralizadas e
baseadas exclusivamente em menores preços são exemplos que devem ser evitados.
Causas Individuais
- Diretores Improvisados: inseguros ou incapazes de inovar, sem condições de manter um diálogo
adequado com a área fim.
- Funcionários desmotivados: sem compromisso com a instituição. Seu principal objetivo é a
manutenção do emprego.
A administração de materiais, equipada de tecnologia adequada, poderá evitar, em parte, a falta de
materiais, porém essa ação isolada não é suficiente sem a eliminação das causas. A administração de
materiais isoladamente não é capaz de evitar as faltas.
Apêndice
Para a elaboração de um catálogo de materiais, devem-se seguir os seguintes passos:
- Obter apoio técnico e político para seu uso;
- Criar um grupo responsável pela padronização de materiais, ligado ao nível político da organização
e cujos membros sejam respeitados pelos seus conhecimentos técnicos e tenham capacidade de diálogo
com seus pares;
- Obter informações a respeito da morbidade prevalente, da complexidade da rede, dos materiais
utilizados, das características de demanda e do modelo assistencial, da capacitação profissional do
pessoal da área de saúde, das características do mercado fornecedor; avaliar catálogos de organizações
semelhantes e dos eventuais problemas de logística;
- Decidir a estrutura do catálogo, os critérios de seleção, a classificação e a codificação dos produtos,
bem como a classificação por nível de uso;
- Selecionar os materiais;
- Definir os níveis de utilização dos itens;
- Difundir o catálogo;
- Divulgar normas de utilização do catálogo;
- Atualizar o catálogo conforme a necessidade;
- Revisar o catálogo periodicamente.
Subsistema de Controle
Suas funções são gestão e valoração de estoques. Utiliza como entradas do processo as normas
contábeis da organização para determinar o valor dos estoques, os objetivos definidos em relação aos
níveis de estoques a serem mantidos, os catálogos existentes, as relações de entrada e saída de
materiais.
O ideal é a existência de áreas distintas para compras e armazenamento. Essa medida permite um
duplo controle dos estoques existentes, além do controle físico financeiro.
Valoração de Estoques
Determinar o valor dos estoques é uma tarefa que depende de vários fatores, e existem diversos
métodos para sua execução. Ao analisar-se o custo de um produto na entrada do estoque, devemos
considerar todos os valores envolvidos na sua aquisição, que vão além do simples custo do produto em
si. Devem ser observados os gastos com fretes, seguros e impostos, que afetam enormemente o custo
do material em estoque.
Por essa razão, prefere-se determinar o valor do produto na saída do estoque, e há três possibilidades
de fazê-lo:
1. Método PEPS ou FIFO (FIRST IN FIRST OUT): o primeiro a entrar é o primeiro a sair do estoque.
Esse método proporciona maior lucro para a empresa.
2. Método UEPS ou LIFO (LAST IN FIRST OUT): o último a entrar é o primeiro a sair. A empresa
registra menor lucro contábil.
Indicadores de Gestão
A literatura apresenta vários dados que funcionam como indicadores da gestão de materiais. Alguns
deles são citados a seguir:
- Porcentagem de funcionários de compras: no máximo, 2% do total de funcionários do hospital.
- Número de compras por comprador ao mês: aproximadamente 200 aquisições por comprador/mês.
- Custo de um pedido: divide-se o custo do setor de compras pelo número total de aquisições efetuadas
no período. O resultado não deve ser superior a 10 dólares.
- Nível de serviço: é uma relação expressa em porcentagem - divisão do número total de pedidos
atendidos pelo número de solicitações recebidas, multiplicada por 100. O ideal é que essa relação seja o
mais próximo de 100%.
- Tempo médio de abastecimento: o tempo decorrido entre a solicitação de compra e a entrega do
produto. É importante que se monitore esse período, o que pode ser feito por amostragem.
- Giro de estoque ou rotatividade: um indicador que reflete o número de vezes que o estoque roda em
um determinado período. A expressão matemática para calculá-lo é:
Apêndice
A definição do momento da compra depende do modelo adotado para a renovação dos estoques.
Assim, como foi visto, pode-se comprar quando o estoque chega ao ponto considerado mínimo ou
aguarda-se o período preestabelecido para que seja feita a avaliação dos estoques. Um sistema híbrido
utiliza períodos de revisão associados ao conceito de estoques mínimos, e as compras serão feitas ao se
atingir o prazo de renovação ou o estoque mínimo. Os modelos citados indicam as quantidades a serem
adquiridas no momento do pedido.
As quantidades a serem compradas podem ser dimensionadas também por outros métodos. Entre os
mais utilizados, está o chamado lote econômico de compra, que busca reduzir os custos de obtenção e
de posse do material. A expressão matemática utilizada para o cálculo do LEC é:
LEC = 2 x C1 x b , em que C2 x I
C1 = custos envolvidos na aquisição, tais como custo do pessoal de compras, custo de editais,
publicidade, etc.;
b = demanda média anual prevista para o item (em unidades);
C2 = custo unitário final do item;
I = taxa (e, portanto, um valor percentual) que exprime o custo de manutenção do estoque.
Nessa taxa encontram-se os custos de seguro, juros sobre o material imobilizado, custo do espaço
físico, etc.
LEC = 2 x 6 x 800
10 x 0,3
Efetuando-se os cálculos, chegamos a um valor de LEC = 57 unidades.
Existem outros índices que podem ser calculados para auxiliar a realizar a melhor compra. Tais
fórmulas de cálculo são encontradas na literatura especializada.
Subsistema de Compras
A venda de materiais por uma empresa pública é feita seguindo-se determinados princípios legais. Tal
venda é desempenhada pela função de alienação de materiais e a frequência com que ocorre é muito
baixa. A razão para que não existam muitos casos de alienação reside no fato de que a atividade de
compra e venda com características comerciais não é objetivo principal de órgãos públicos e é, portanto
uma ocorrência fortuita. Importa saber que a função existe e permite a transferência de um bem (ou
serviço) público para terceiros. Por outro lado, a função de aquisição reveste-se de características
próprias do setor público. Comprar é buscar o atendimento às necessidades de produtos (ou serviços),
conforme os requisitos de qualidade estabelecidos pelo processo produtivo, no tempo correto, com os
melhores preços e condições de pagamento. Cada organização, seja pública, seja privada, realiza essa
função segundo as normas internas, quase sempre controlada pela administração superior. Nas
empresas particulares, dependendo de sua complexidade, existem diferentes graus de controle do
processo de compra, diversos graus de complexidade e instâncias do processo.
Em empresas públicas, as normas estão estabelecidas em dispositivos legais, cuja complexidade varia
conforme o valor do compromisso financeiro envolvido. Denomina-se licitação o processo formal de
aquisição executado por órgãos públicos, desenvolvido conforme os preceitos estabelecidos para tal fim,
com o objetivo de atender às necessidades da organização quanto à compra de produtos, bens ou
serviços destinados ao processo produtivo. As licitações no Brasil estão regulamentadas pela Lei 8.666
de 21 de junho de 1993, atualizada pelas leis 8.883 de 8 de junho de 1994 e 9.648 de 27 de maio de
1998. Todo administrador público deve necessariamente tê-las, lê-las e conhecê-las.
Licitação
1. Princípios da Licitação
As licitações possuem determinados princípios básicos que devem ser observados para que ao final
do processo este seja válido e atenda aos objetivos da compra (ver definição acima).
- Procedimento Formal
Os regulamentos internos das organizações tratam de estabelecer as regras que nortearão as relações
entre os licitantes e a administração, adequando o processo licitatório aos diplomas legais obrigatórios.
O estabelecimento de regras claras, sem aumento da burocracia, e o cumprimento da legislação são os
objetivos a serem perseguidos no momento da definição do regulamento interno.
Considerando-se que a licitação, por definição, é um processo público, não se pode imaginar que os
diversos passos de seu desenvolvimento não o sejam. Não existe licitação secreta. A todos os
interessados deve ser garantido o acesso a informações, desde que cumpridas as formalidades exigidas
por lei. A publicidade dos atos licitatórios varia conforme o tipo de processo e sua importância, podendo
ser apenas uma publicação interna ou efetuada por um meio de divulgação de grande alcance.
-Vinculação ao Edital
O edital serve para mostrar aos participantes os bens, serviços ou produtos que serão adquiridos e as
regras utilizadas durante o processo. Estas não podem ser alteradas durante o certame, assim como não
devem ser elaborados contratos para aquisição de itens diferentes daqueles estabelecidos ao início dos
trabalhos e consignados no edital. Vale dizer que, no caso de materiais de consumo, a descrição dos
produtos, em geral, reproduz a especificação do material, sendo esta mais uma razão para que se tenha
cuidado ao elaborar a descrição dos produtos, conforme foi ressaltado quando se abordou a função de
normalização.
-Julgamento Objetivo
O julgamento das propostas deve ser feito com base em critérios objetivos, se possível mensuráveis,
observando-se a qualidade, o rendimento do produto, os preços, os prazos de pagamento e entrega, e
outros que possam ser solicitados, integrantes do edital, sendo vedada a introdução de parâmetros
arbitrários e não consignados no edital. Aqui também será possível verificar a importância de uma
especificação correta.
A lei recomenda que se dê prioridade ao critério de menor preço quando do julgamento das propostas.
Pode-se dizer que a especificação feita com cuidado levará à aquisição do material correto ao menor
preço. Opiniões técnicas devem ser solicitadas sempre que necessário, convocando-se os usuários para
que participem da tomada de decisão.
- Adjudicação Compulsória
A adjudicação é um ato do processo em que a organização define que o vencedor da licitação vai
fornecer o produto. Um procedimento licitatório sem vícios gera, após o julgamento, o direito de o
vencedor estabelecer o contrato com a instituição. Só se admite que seja adjudicado a quem perdeu nos
casos em que o vencedor não puder fornecer, seja por desistência expressa, seja por outros casos
previstos na legislação.
- Recebimento de Propostas
A modalidade escolhida depende dos valores envolvidos. A legislação define para cada modalidade o
prazo durante o qual poderá ser feito o recebimento de propostas por meio de protocolo geral da
instituição. Decorrido esse tempo, pode-se proceder à abertura delas.
-Recurso
O recurso pode ser interposto até cinco dias após o ato que o motivou. Tão logo seja recebido, os
demais participantes devem ser notificados da existência do fato.
O recurso deve ser dirigido à autoridade superior por intermédio da autoridade que praticou o ato que
gerou o recurso proposto.
- Homologação e Contrato
A homologação só pode ser feita após decorrido o prazo legal para a apresentação de recursos contra
a adjudicação. É um ato da autoridade superior da instituição e na prática significa a autorização para que
o proponente ao qual foi adjudicado o fornecimento possa, finalmente, celebrar o contrato com a entidade
compradora do produto, bem ou serviço. O setor administrativo recebe o processo devidamente
homologado, procedendo à confecção do contrato e cuidando dos passos para sua assinatura. Somente
após esse procedimento é que será emitido o empenho, com a autorização para a entrega do material ou
a prestação do serviço. No caso de compras, a lei define as hipóteses em que há a obrigatoriedade do
contrato; do contrário, o empenho é considerado documento equivalente.
3. O fornecedor
Segundo a legislação, as empresas que participam de determinadas modalidades de licitação devem
apresentar documentos que forneçam provas da capacidade jurídica e de regularidade fiscal da empresa.
Os primeiros são documentos que toda empresa legalmente estabelecida possui. Os demais servem para
comprovar que a empresa cumpre as obrigações fiscais.
Dependendo dos valores do contrato, os dispositivos legais podem requerer que o fornecedor
demonstre sua idoneidade financeira. Podem ser solicitados também atestados que contenham
informações acerca de desempenho no fornecimento de produtos, bens ou serviços semelhantes a outras
instituições. É a chamada capacitação técnica. Cabe à organização executar ações para aumentar as
possibilidades de fornecimento por meio da manutenção de um cadastro atualizado de fornecedores, com
anotações de eventuais ocorrências e avaliações.
Quando houver falhas por parte do fornecedor, deve-se aplicar as penalidades previstas. Para tal
aplicação, é importante que haja registro formal das falhas atribuídas ao fornecedor. Por outro lado, a
organização deve manter as suas obrigações em dia para com os fornecedores, se quiser conservá-los.
5. Julgamento
É o ato que seleciona a proposta mais vantajosa, que atenda aos critérios especificados no edital, e
fatores a serem considerados. O parecer técnico, quando solicitado, pode ser referido como elemento
levado em consideração para a escolha da proposta vencedora.
Entre os fatores que podem ser comparados para o julgamento e que devem constar do edital podem-
se citar: qualidade, rendimento, preços, condições de pagamento, prazos, etc.
Na licitação do tipo "menor preço", esse critério deve prevalecer sobre os demais.
Nos casos de melhor técnica e preço, há a necessidade de apresentação de cada uma dessas
propostas em envelopes separados para que se proceda à qualificação técnica antes do julgamento final.
6. Modalidades de Licitação
As modalidades de licitação, como foi visto anteriormente, são definidas pelos limites de valores
fixados pela legislação. Torna-se importante, portanto, a pesquisa de preços tanto para reservar-se a
verba (compromisso) quanto para definição da modalidade a ser adotada.
- Convite
Modalidade utilizada para valores menores, em que os prazos de recebimento das propostas são
menores (cinco dias). É um expediente mais ágil que permite a contratação de fornecedores cadastrados
ou não. O convite é válido desde que sejam apresentadas no mínimo três propostas lícitas.
- Tomada de Preços
Nessa modalidade só podem participar fornecedores devidamente cadastrados, podendo fazê-lo até
três dias antes da data estipulada para o recebimento das propostas. As tomadas de preços devem ser
publicadas em órgãos da imprensa oficial de modo resumido, com indicação do local onde o edital
completo pode ser obtido. As propostas podem ser entregues num prazo de quinze dias após a data da
publicação.
- Concorrência
Usada para contratos de maior valor. Podem participar proponentes cadastrados ou não, desde que
atendam aos requisitos solicitados pelo edital para a qualificação dos participantes. Independentemente
dos valores envolvidos, é obrigatório seu uso para os casos de alienação (venda) de bens imóveis,
concessão de direito de uso, obras públicas e para o registro de preços. A publicidade é feita com
antecedência de trinta dias em jornal de grande circulação e no Diário Oficial.
- Leilão
Ocorre com a participação de qualquer interessado na aquisição dos bens móveis que não servem
mais à administração. Seu prazo de publicação é de quinze dias anteriores à data estipulada para o
evento.
- Concurso
É a forma disposta para escolher um trabalho artístico, científico ou semelhantes.
Podem participar quaisquer interessados. São instituídos prêmios aos vencedores que atendam aos
critérios estipulados no edital. O edital deve ser publicado com antecedência de 45 dias.
- Pregão
O pregão é uma modalidade de licitação de uso exclusivo da Administração Pública Federal. Os editais
são publicados na internet e, dependendo dos valores envolvidos, na imprensa oficial e jornais de grande
circulação. Pode ser usado para qualquer valor estimado de contratação.
As propostas são entregues à Comissão de Licitação. A de menor preço e as ofertas até 10% acima
dela são selecionadas para os lances verbais.
Referência
Apostila: Administração Aplicada à Enfermagem
GRECO, Rosangela Maria; DEUS, Raquel Líquer. GERENCIAMETO DE RECURSOS MATERIAIS EM ENFERMAGEM. Disponível em: <
http://www.ufjf.br/admenf/files/2013/05/Aula-Gerenciamento-de-Recursos-Materiais-em-Enfermagem.pdf>
Definição
Objetivo
- Garantir a existência contínua de um estoque organizado, de modo a nunca faltar nenhum dos itens
que o compõe, sem excessos.
- Finalidade: suprimento de materiais na quantidade necessária, qualidade requerida, tempo oportuno
e menor custo.
Administração de estoque
- Controle das compras pendentes de entrega, determinação dos níveis de estoque, estudo dos
métodos de ressuprimento, classificação de materiais e controle físico dos materiais
- Determinar o que deve permanecer em estoque, quando se deve reabastecer e quanto será
necessário;
- Acionar o departamento de compras para aquisição de materiais;
- Receber e armazenar os materiais;
- Liberar os materiais para produção;
- Controlar a quantidade e o valor dos estoques;
- Manter inventário periódico e;
- Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados
Receber os materiais:
– Deve-se confrontar o que foi pedido com o que está sendo recebido.
Estoque disponível
Quantidade física de materiais existentes no almoxarifado sem embargo, ou seja, que pode ser
utilizado.
– Ativo: sofre alterações de entrada e saída
– Inativo: não sofre modificações, devendo ser estudada sua eliminação
– Reserva operacional: destinado à manutenção das instalações ou equipamentos da empresa.
Estoque empenhado
Quantidade de materiais com destino pré-determinado, mas que permanece no almoxarifado.
Níveis de estoque
- Serve para minimizar custos, evitar falta de produtos e racionalizar o trabalho.
- Sempre que o estoque atingir seu nível mínimo, deverá ser feita a solicitação de compras.
Processo de compra
Estoque mínimo ou de segurança (ES): é a menor quantidade de material que deverá existir no
estoque para prevenir qualquer situação de emergência. Deve ser calculado levando-se em conta o
consumo médio e os dias necessários para a entrega do produto.
Estoque médio (EM): representa 50% da quantidade máxima a ser pedida acrescentada do estoque
mínimo.
- Estoque máximo (EMax): é a maior quantidade que deverá existir para suprir a UAN até o próximo
lote de reposição. Baseia-se na necessidade e programação de pedidos, pedidos, nos recursos
financeiros disponíveis e no espaço para a armazenagem.
Categorias de materiais
– Alimentar:
- gêneros alimentícios que compõem a entrada, prato base, guarnição, prato principal, sobremesa,
acessórios, bebidas e temperos.
– Não alimentar:
- Diretos: materiais utilizados pelos usuários, tais como: copos, guardanapos, forro de bandeja, palito
de dente, espeto para churrasco, talheres, sacos para lanche, embalagens para marmita.
- Indiretos: materiais utilizados durante a produção e distribuição das refeições, como: papel alumínio,
luvas descartáveis, papel filme, papel manteiga.
- Produtos de higiene e limpeza: produtos utilizados para higienização pessoal e ambiental, para
limpeza em geral, sanitizantes, bacteriostáticos, detergente, secante, vassoura, papel higiênico.
- Equipamento de Proteção Individual: luvas de borracha, luvas térmicas, luvas contra agentes
cortantes e perfurantes, protetores auditivos, jaquetas térmicas, manga térmica, dedeira, calçados de
segurança.
Classificação de materiais
Identificação de materiais
Exigida por lei. Deve apresentar dados referentes ao nome do produtor, inscrição estadual, CNPJ,
registro no MS e VISA, data de fabricação, data de validade e descritivo dos ingredientes.
Apresenta todas as particularidades ou características que individualize o material.
Deve apresentar:
Descrição padronizada:
- Nome básico – denominação mais elementar
- Nome modificador – designação adicional para distinguir dois produtos ou mais com o mesmo nome
básico.
- Descrição técnica: compreende dados relativos aos aspectos físicos, químicos, elétricos e
construtivos.
- Descrição auxiliar: referência do fornecedor.
Codificação de materiais
Visa identificar cada material através de sistemas de codificação, que podem ser:
– Alfabético
– Alfanumérico
– Numérico ou decimal
Identifica na sequência o grupo, o subgrupo, o número de identificação e o dígito verificador.
Ficha do produto
Administração de compras
Objetivos
- Comprar materiais e insumos, obedecendo os padrões de qualidade requeridos;
- Colocar os materiais a disposição do usuário na quantidade solicitada;
- Procurar, dentro de uma negociação justa e honrada, os melhores preços para a empresa;
- Coordenar para que os materiais estejam a disposição do usuário no prazo.
Tipos de fornecedores
– Monopolistas;
– Habituais e;
– Especiais.
Recepção e armazenamento
A UAN deverá ter uma área própria para este fim, que deve ser preparada com:
– Espaço para manipulação de caixas limpas e sujas;
– Espaço para armazenamento destas caixas para devolução ao fornecedor;
– Espaço para transferência de mercadorias das caixas do fornecedor para as da empresa;
– Área para higienização de monoblocos;
– Pia para higienização das mãos;
– Local para higienização das mercadorias;
– Balança;
– Mesa para manuseio de documentos.
Na recepção devem ser conferidos e registrados os dados relativos a data de entrega, quantidade e
padrão de qualidade das mercadorias.
Realizar inspeção de recebimento (conduta técnico-administrativa) dos gêneros perecíveis, através do
controle quantitativo e qualitativo:
– Controle quantitativo: verificar peso indicado na nota fiscal e peso real da mercadoria, sem a
embalagem.
– Controle qualitativo: verificar as condições da embalagem, a temperatura na entrega (CVS6/99),
as características sensoriais do produto, a data de validade, o carimbo de inspeção, entre outras
condições.
Os itens que não seguirem o padrão de qualidade da empresa, poderão ser devolvidos, utilizando a
ficha de devolução ao fornecedor.
Questões
01. (EBSERH – Enfermeiro – IADES) A provisão consiste no envio do pedido de material para o
almoxarifado, objetivando a reposição dos artigos a serem usados, na unidade. Para isso, existem os
sistemas de reposição de materiais, sendo que o sistema mais prático utilizado pela enfermagem é o (a)
(A) sistema de reposição por quantidade, ou seja, faz-se o pedido de uma quantidade determinada,
quando se observa que, na unidade, o estoque chega ao nível mínimo (estoque que garante o tempo de
espera da reposição). Este é um método bastante vantajoso, porém deve ser observado, constantemente,
por parte do responsável, para não ocasionar falta de material.
(B) sistema de reposição por quantidade e tempo, ou seja, deve ser feito a previsão dos materiais, os
quais serão solicitados em certa quantidade em um determinado tempo. Este método colabora para o
não esquecimento da emissão de solicitação do material e evita a formação de grandes estoques.
(C) sistema de reposição imediata por quantidade, geralmente realizado em hospitais particulares,
onde é solicitado somente o que o paciente utilizará.
(D) inexistência de almoxarifado, pois a aquisição é realizada de acordo com a necessidade.
(E) sistema de reposição por tempo, ou seja, a reposição ocorre em épocas pré-determinadas e forma
grandes estoques.
f. Auditoria em enfermagem
AUDITORIA EM SAÚDE
A auditoria em serviços de saúde fiscaliza também os contratos afim de tomar conhecimento de tudo
que foi estabelecido entre as partes. Ela deve respeitar o acordo em contrato entre as partes envolvidas,
mantendo assim o equilíbrio dos procedimentos.
A auditoria também:
- Assegura a qualidade dos serviços oferecidos e prestados pela instituição;
- Aprimora os procedimentos técnicos, administrativos, e éticos dos profissionais da saúde;
- Avalia o desempenho do serviço.
Além disso, o auditor dos serviços de saúde deve possuir alguns atributos e habilidades
pessoais, como:
- Capacidade de argumentação;
- Tomada de decisão;
- Bom relacionamento interpessoal tanto com profissionais do hospital como com pacientes;
- Organização;
- Autonomia;
- Ética;
- Percepção;
- Versatilidade;
- Buscar sempre atualizar seus conhecimentos.
É bom destacar que a auditoria realizada por profissionais experientes, que agem de acordo com os
princípios éticos e legais da instituição, garantem maior qualidade do serviço prestado e a sobrevivência
desta.
É importante que você entenda que essas instituições (públicas ou particulares) buscam por
profissionais com conhecimentos específicos sobre as coisas que explicamos acima.
O auditor deve ser graduado e/ou pós-graduado e possuir experiência na área da saúde além de
alguns cursos de aperfeiçoamento.
Isso não quer dizer que esse profissional tenha de ser formado em algum curso da área da saúde.
Alguns casos específicos exigem formação na área, mas não são todos, ele pode ser:
- Assistente social;
- Farmacêutico;
- Nutricionista;
- Contador;
- Administrador;
- Engenheiro.
Em caso de serviço público, pode haver provas de títulos, na qual é exigido a comprovação do
conhecimento. Além de saber quais profissionais podem se tornar auditores da saúde, é importante
também conhecer as modalidades da área.
Dentro das instituições, ela pode assumir vários papeis, são eles:
- Auditoria Preventiva;
- Auditoria Operacional;
- Auditoria de Contas;
- Auditoria Analítica.
Auditoria Preventiva
É realizada para que os procedimentos sejam validados antes mesmo de acontecerem. Exercida pelos
próprios médicos a auditoria preventiva está ligada ao setor de liberações de procedimentos ou guias do
plano de saúde.
Auditoria Operacional
Executada por meio da observação direta dos fatos e documentos durante e após os procedimentos.
O auditor tem contato direto com os profissionais da assistência. Acompanha o prontuário do paciente
internado, auxiliando na liberação de materiais e medicamentos, verificando a qualidade da assistência
médica.
Além disso, o auditor pode indicar (com o consentimento médico) outra opção de assistência médica
ao paciente observado.
Auditoria de contas
Compreendida dentro da auditoria operacional, esta última acontece no momento que antecede o
envio da conta para a operadora ou paciente. Desta forma é possível analisar se existem irregularidades
na conta e negociar mais facilmente um acordo entre as partes.
É possível também, que a auditoria de contas seja realizada nas dependências da organização
tomadora do serviço na qual se verifica, entre outras coisas:
- Diagnóstico;
- Materiais e medicamentos gastos conforme prescrição médica nos horários corretos,
- Procedimentos realizados;
- Padrões das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar;
- Exames e laudos;
- Taxas hospitalares.
Auditoria Analítica
Esta auditoria funciona a partir de uma análise cautelosa de relatórios e processos levantados pelas
auditorias preventiva e operacional. Para melhor gerir os recursos organizacionais, o auditor faz uma
comparação com os indicadores gerenciais da instituição em que está e outras do mercado.
Na auditoria analítica, é imprescindível que os auditores possuam conhecimentos relacionados aos
indicadores administrativos e de saúde. Somente assim serão capazes de reunir informações ricas sobre
planos de saúdes e resolver os problemas detectados.
No caso de auditoria retrospectiva, a análise é realizada depois da alta do paciente. Desta forma, o
enfermeiro avalia a precisão de cada cobrança lançada no prontuário. Em seguida, ele avalia:
- Quantidade de materiais, medicamentos e procedimentos realizados;
- Prescrição médica;
- Registros de gastos de enfermagem;
- Prescrição de enfermagem.
A partir disso, faz as adequações necessárias e indica ao faturamento as correções finais da conta
caso necessário. Isso é muitíssimo importante para que as tão temidas glosas hospitalares sejam
evitadas.