Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Artigo
Inovação Social e
2015, v. 40(3) 428–461
© Autor(es) 2014
Reimpressões e permissões:
Empreendedorismo Social: sagepub.com/journalsPermissions.nav
DOI: 10.1177/1059601114560063
Uma Revisão Sistemática gom.sagepub.com
Resumo
A literatura de responsabilidade social corporativa (RSE) sugere que
as iniciativas de RSC vão além de atender aos interesses imediatos
das partes interessadas de empresas com fins lucrativos, oferecendo
o potencial de também melhorar o desempenho. A crescente
desilusão dos modelos de negócios com fins lucrativos chamou a
atenção para o empreendedorismo social e a inovação social para
aliviar as questões sociais. Adotando uma revisão sistemática de
pesquisas relevantes, o artigo fornece insights coletivos sobre
pesquisas que relacionam inovação social com empreendedorismo
social, demonstrando crescente interesse pela área na última
década. Os últimos 5 anos viram um aumento na atenção com foco
particular no papel do empreendedor, redes, sistemas, instituições e
parcerias intersetoriais. Com base nas conclusões da revisão,
Palavras-chave
Autor correspondente:
Wendy Phillips, Bristol Business School, Faculdade de Negócios e Direito, Universidade do Oeste da
Inglaterra, Frenchay Campus, Bristol, BS16 1QY, Reino Unido.
E-mail: wendy.phillips@uwe.ac.uk
Phillips et ai. 429
Introdução
Nos últimos anos, um corpo significativo de literatura se
desenvolveu em torno do empreendedorismo social e
empreendimento social (por exemplo, Chell, 2007; Chell et al., 2010;
Dees & Anderson, 2006; Nicholls, 2010; Shaw & de Bruin, 2013),
representando um importante ponto de partida do
empreendedorismo clássico e das empresas com e sem fins
lucrativos predominantes. As duas correntes de literatura, em
grande medida, se desenvolveram de forma independente,
dificultando o progresso em direção ao desenvolvimento de uma
forte base conceitual e teórica e, finalmente, maturidade do campo
(Dees & Anderson, 2006; Defourny & Nyssens, 2010). Mais
importante, a pesquisa atual se baseia em uma ampla gama de
perspectivas teóricas. O objetivo do artigo é abordar a lacuna na
pesquisa, apresentando um arcabouço teórico robusto,
Método
Apesar do crescente interesse acadêmico em inovação social e
empreendedorismo social, pouca tentativa foi feita para fornecer
uma revisão abrangente dos estudos existentes. Para fornecer uma
visão geral da base de conhecimento, o estudo realizou uma revisão
sistemática da literatura em oposição a uma revisão narrativa
tradicional. Com base nos métodos de pesquisa médica, as revisões
sistemáticas da literatura ganharam cada vez mais credibilidade
dentro da pesquisa de gestão (Denyer & Neely, 2004; Pittaway,
Robertson, Munir, Denyer e Neely, 2004; Tranfield, Denyer, & Smart,
2003). Por meio do uso de um processo de revisão transparente,
reproduzível e iterativo (veja a Figura 1), as revisões sistemáticas da
literatura visam superar a questão do viés do pesquisador, muitas
vezes evidente nas revisões narrativas da literatura,
Uma “análise temática” foi realizada, fornecendo uma visão geral do que é
conhecido e estabelecendo o grau de consenso que é compartilhado entre os
diferentes temas. A equipe de revisão identificou temas sobre o assunto com base em
sua experiência anterior, desenvolvendo esses temas em uma estrutura para análise
(veja a Figura 2). Os temas incluíram os seguintes: sistemas de inovação,
empreendedores sociais, redes, instituições e empresas sociais. Para garantir a
paridade na interpretação dos critérios de seleção, a equipe de pesquisa realizou uma
Phillips et ai. 433
artigos empíricos
concordância (Miles & Huberman, 1994), auxiliando tanto na clareza da definição quanto na
confiabilidade.
Após uma extensa fase de consulta envolvendo a equipe de pesquisa e o painel de
especialistas, as seguintes palavras-chave específicas foram selecionadas: inovação
social, empreendedor social, empreendedorismo social, empresa social, empresa
socializada, empresa social, empresas híbridas e negócios comunitários. As palavras-
chave foram construídas em cadeias de pesquisa, como empresa social* E inovação
social*. As citações identificadas foram revisadas de acordo com os critérios de
inclusão e exclusão (Tabelas 1 e 2). Para reduzir o número de
Phillips et ai. 435
citações, os títulos dos artigos foram analisados de acordo com os critérios de exclusão e,
em seguida, os resumos foram analisados de acordo com os critérios de inclusão.
Os artigos resultantes foram então avaliados pela equipe de pesquisa quanto à
relevância. Uma vez finalizados, os resumos de citações existentes foram revisados de
acordo com os critérios de qualidade identificados por Pittaway et al. (2004); usando
listas de classificação de periódicos da UK Association of Business, apenas periódicos
revisados por pares foram selecionados, garantindo que os periódicos selecionados
eram de alto nível disciplinar, apresentavam conhecimento validado que havia sido
avaliado em termos de qualidade e rigor acadêmico, robustez teórica, implicações para
prática, metodologia, dados e argumentos de apoio e contribuição para o
conhecimento (Lockett, Moon, & Visser, 2006; Podsakoff, MacKenzie, Bachrach, &
Podsakoff, 2005; Roehrich et al., 2014).
Os resumos foram importados do Scopus e codificados de acordo com seu
conteúdo e revisados de acordo com seu tema de assunto relevante identificado
na estrutura desenvolvida para a análise temática (ver Figura 2). Os artigos foram
classificados como teóricos, conceituais, quantitativos ou qualitativos (ver Tabela
3 para definições de tipo de artigo). Um elemento-chave de uma revisão
abrangente, a análise dos dados (Crossan & Apaydin, 2010) foi dividida em duas
partes:
436 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
437
438 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
Empreendedorismo 41
Administração Geral 18
Inovação e gestão de tecnologia 14
Economia 12
Pesquisa do terceiro setor 6
Ética de negócios 5
Pesquisa em pequenas 7
empresas Interdisciplinar 6
Estudos de política 7
Saúde 1
Negócios de família 1
Gestão do conhecimento 1
Gerenciamento de operações 2
Sociologia 1
Os artigos foram ainda categorizados de acordo com o país de origem dos estudos
de pesquisa. Como era de se esperar, os países de língua inglesa foram os mais
fortemente representados, liderados pelos Estados Unidos (33 artigos), seguidos pelo
Reino Unido (22), Canadá (13), Austrália (6) e Espanha (5). Havia 20 artigos envolvendo
equipes de pesquisa internacionais, sugerindo que, à medida que o interesse
internacional em inovação social e empreendedorismo social se desenvolveu, houve
um movimento no sentido de compartilhar conhecimento entre pesquisadores de
diferentes países. O número de artigos originários dos Estados Unidos e do Reino
Unido foi alto, o que implica que acadêmicos dos Estados Unidos e do Reino Unido
tenham contribuído significativamente para os estudos relacionados ao campo do
empreendedorismo social e da inovação social. Contudo, deve-se reconhecer que a
busca se concentrou em artigos de periódicos de língua inglesa, o que implicitamente
resultaria em um viés para pesquisas realizadas em países de língua inglesa ou por
pesquisadores de língua inglesa. As publicações não inglesas eram de difícil acesso,
embora se reconheça que importantes contribuições foram feitas em publicações não
inglesas e há a necessidade de pesquisadores com habilidades linguísticas realizarem
revisões em publicações não inglesas para permitir a integração em artigos de
pesquisa em inglês convencionais .
A maioria dos estudos eram estudos comparativos internacionais (19), em que as
comparações foram feitas em diferentes países. Novamente, houve um grande
número de estudos (13 artigos) investigando o contexto norte-americano. estudos
centrados no Reino Unido (12) e vários estudos do Canadá (7), Holanda (3),
Phillips et ai. 439
Teórico/
Artigos empíricos artigos conceituais Nº total
Tema (nº de artigos) (nº de artigos) de artigos
Papel do empresário 20 3 23
Missão social 7 1 8
Características de reconhecimento 5 2 7
de oportunidade 5 0 5
Unidade comercial 3 0 3
Redes e sistemas 6 12 18
Tipologia 3 8 11
Instituições 8 3 9
Parcerias intersetoriais 5 4 9
Comunidade 4 4 8
Recursos e capacidades 3 3 6
Fatores de sucesso 7 2 5
Cultura 1 2 3
Política 2 1 3
dentro da comunidade acadêmica. O aumento nos resultados pode estar relacionado ao maior
reconhecimento das falhas dos modelos empresariais com fins lucrativos, promovendo a
necessidade de buscar abordagens alternativas para lidar com os desequilíbrios sociais e encontrar
soluções inovadoras para questões sociais.
A equipe de pesquisa também questionou o projeto de pesquisa e as metodologias
usadas nos estudos e descobriu que, como pode ser esperado em um campo
emergente, grande parte da pesquisa foi de natureza exploratória e qualitativa (43
artigos), embora algumas pesquisas quantitativas estejam sendo realizadas ( 13
artigos), e 13 artigos utilizaram métodos mistos. A revisão também identificou 32
artigos conceituais e 21 artigos teóricos. Foi interessante notar que o número de
estudos empíricos aumentou acentuadamente nos últimos 2 anos, sugerindo que a
área está se desenvolvendo; à medida que o empreendedorismo social e a inovação
social se tornaram mais firmemente fundamentados na teoria, o número de estudos
quantitativos aumentou.
Tabela 7), que descobriu que grande parte da pesquisa sobre empreendedorismo
social e inovação social está relacionada à busca de uma missão e oportunidade social
444 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
reconhecimento (por exemplo, de Bruin & Ferrante, 2011; Korsgaard, 2011; Lehner &
Kansikas, 2012; Monllor & Attaran, 2008; Perrini, Vurro, & Costanzo, 2010).
Redes e Sistemas
Lettice e Parekh (2010) descobriram que a incapacidade de identificar e
vincular redes adequadas tem um impacto negativo na inovação social,
afetando o moral do inovador social e o acesso a financiamento e outros
apoios: “os inovadores lutam para identificar quais redes convencionais
devem ser alinhadas com, como as inovações sociais muitas vezes
ultrapassam fronteiras e não se encaixam perfeitamente em uma única
categoria” (Lettice & Parekh, 2010, p. 150). De acordo com Sharir e
Lerner (2006), as atividades e a influência dos atores-chave dentro das
redes sociais de um empreendedor podem ser fundamentais na
determinação do sucesso. O estudo de Besser e Miller (2010) sobre
redes de negócios comunitários corrobora a visão de Sharir e Lener,
destacando a importância da confiança entre os atores na promoção de
relacionamentos e na promoção da troca de recursos,
Phills et ai. (2008) prosseguem sugerindo que a inovação social transcende setores
e níveis de análise, uma noção que é apoiada por Westley e Antazde (2010) que
consideram a inovação social como envolvendo mudança em nível de sistema. Na
mesma linha, a noção de Spear (2006) de empreendedorismo distribuído infere que as
atividades empreendedoras dependem de uma miríade de diferentes organizações e
grupos externos em uma infinidade de camadas. Edwards-Schachter, Matti e Alcántara
(2012) reforçam a noção, vendo a participação e colaboração entre diferentes atores de
diferentes setores como um aspecto crucial da inovação social. Portanto, no que diz
respeito à inovação social, o locus da inovação não está dentro do empreendedor
social ou da empresa social, mas dentro do sistema social que ambos habitam.
Consequentemente, as inovações sociais surgem como resultado de interações entre
diferentes atores que operam dentro de um mesmo sistema social e são desenvolvidas
por meio da aprendizagem coletiva (Neumeier, 2012). A Tabela 8 mostra uma amostra
das evidências sobre “Redes e sistemas”.
Parcerias intersetoriais
A noção de aprendizagem coletiva é construída pelos estudos que analisam as
parcerias intersetoriais (por exemplo, Chann, 2012; Le Ber & Branzei, 2010; Maase
& Bossink, 2010; Selsky & Parker, 2005, 2010) como forma de acessar os recursos
e capacidades necessárias para abordar uma oportunidade social e um resumo
de um conjunto de estudos sobre parcerias intersetoriais é mostrado na Tabela 9.
Muito do foco está no desalinhamento dentro de parcerias intersetoriais,
Phillips et ai. 445
uma intervenção iniciada por atores sociais para responder a uma aspiração, atender
a necessidades específicas, oferecer uma solução ou aproveitar uma oportunidade de
ação para modificar as relações sociais, transformar um quadro de ação ou propor
novas orientações culturais. (pág. 50)
Instituições
O papel crítico das instituições, tanto formais (como regulamentos e regras) quanto
informais (como valores, rotinas e normas), é um tema comum na literatura,
destacando sua capacidade de fomentar ou inibir o empreendedorismo social (ver
Tabela 10 para uma resumo dos estudos sobre o papel das instituições). Os estudos de
empreendedorismo social constataram que as instituições estão ausentes ou fracas,
falhando em atender às suas expectativas e inibindo os empreendedores sociais (Desa,
2011; Urbano, Toledano, & Sorian, 2010).
A pesquisa de Tracey, Phillips e Jarvis (2011) concentrou-se no papel que os
empreendedores sociais podem ter na mudança institucional. Os empreendedores
podem se engajar em ações que trarão mudanças em seu ambiente institucional, mas
as habilidades necessárias para fazer tal mudança são muito diferentes daquelas
necessárias para administrar um empreendimento e, portanto, o engajamento dos
empreendedores sociais na mudança institucional pode prejudicar seu dia-a-dia. dia de
funcionamento de suas organizações, portanto, o ambiente institucional no qual uma
organização opera pode ter um impacto significativo no tipo de estrutura
organizacional que adota (Tracey et al., 2011). Tracey et ai. (2011) investigaram uma
empresa social do Reino Unido lutando para superar lógicas opostas:
448 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
a lógica do retalho com fins lucrativos e a lógica do apoio aos sem-abrigo sem fins
lucrativos, através do estabelecimento e desenvolvimento de um negócio de catálogo
doméstico que emprega pessoas sem-abrigo. Ao fazer isso, eles criaram uma nova
forma organizacional que integrou ambas as lógicas para se tornar uma abordagem
comumente aceita para lidar com os sem-teto em todo o Reino Unido. O estudo
constatou que a criação de novas formas organizacionais requer apoio institucional em
três níveis diferentes: o nível micro ou individual, por meio do reconhecimento de uma
oportunidade e enquadrá-la sob uma nova luz; no nível meso ou organizacional,
apoiando um novo desenho organizacional por meio da teorização de um novo
modelo organizacional; e no nível macro ou social, legitimando a nova forma criando
conexões e interações com os atores apropriados.
Phillips et ai. 449
missões, objetivos, culturas e expectativas (Le Ber & Branzei, 2010; Maase &
Bossink, 2010; Selsky & Parker, 2005).
Com base nesses estudos, pode-se sugerir que as instituições podem operar em
diferentes níveis e serem implementadas informalmente (Edquist & Hommen, 2000;
Nyholm, Normann, Frelle-Petersen, Riis, & Torstensen, 2001). Trabalho realizado por
Rolfstam (2009) destaca a necessidade de levar em conta outros níveis institucionais,
destacando a necessidade de ir além do foco nas instituições formais e olhar para o
papel que as restrições informais têm em influenciar o processo de inovação entre as
empresas.
Ao mesmo tempo em que proporcionam estabilidade, coordenação e incentivos para
inovar, as instituições também podem atuar como freios. A falta de incentivos para uma nova
inovação social pode, eventualmente, levar a uma situação em que a sociedade fica
“aprisionada” ao sistema “errado” (Ackermann, 1998). Consequentemente, assim como as
empresas dependem das instituições, essas mesmas instituições dependem das empresas
para mantê-las atualizadas com os avanços técnicos, ou seja, elas co-evoluem.
Da mesma forma, a pesquisa mostrou que as empresas sociais dependem inicialmente
das instituições não apenas para a estabilidade, mas também para a coordenação e
reprodução do conhecimento (Urbano et al., 2010), particularmente durante as fases iniciais
de uma inovação social (Kistruck & Beamish, 2010; Townsend & Hart, 2008). À medida que
uma inovação social se desenvolve, há uma mudança no equilíbrio. As empresas sociais
podem permanecer dependentes de uma instituição para a distribuição eficiente do
conhecimento, mas, à medida que o conhecimento em torno da inovação social se acumula,
a instituição passa a depender das organizações para mantê-lo atualizado (com o “estado da
situação”). In extremis, a falta de feedback pode resultar no que Johnson (1981) chama de
“rigidez” ou “esclerose institucional” dentro do sistema.
452 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
Síntese e Implicações
Com base na abordagem de sistemas de inovação, os autores sugerem que os
empreendedores sociais existem dentro de um sistema de inovação social—uma
comunidade de profissionais e instituições que abordam conjuntamente questões sociais,
ajudando a moldar a sociedade e a inovação. Ao fazê-lo, os sistemas de inovação social
podem ser vistos como um conjunto de subsistemas inter-relacionados que podem atuar de
forma independente, mas, por meio do aprendizado interativo e coletivo, contribuem para
atender às necessidades e preocupações sociais.
A revisão da literatura mostrou que as inovações sociais podem cruzar
fronteiras e setores (Bouchard, 2012; Edwards-Schachter et al., 2012; Lettice &
Parekh, 2010) e podem exigir o acesso a uma gama de recursos e competências
que estão além do ambiente imediato ou experiência. Portanto, a aprendizagem
interativa e coletiva desempenha um papel intrínseco para permitir que as
inovações sociais sejam perseguidas com sucesso e a importância de tais
interações é claramente reconhecida pela abordagem de sistemas de inovação. A
abordagem de sistemas de inovação também permite considerar o contexto
institucional, permitindo que os estudos se concentrem no efeito inibitório que as
instituições podem ter sobre o processo de inovação social, apoiar mais
pesquisas para entender quais mecanismos de apoio realmente apoiam a
inovação social além da fase de desenvolvimento. As instituições precisam
coevoluir junto com as inovações sociais para que os benefícios para a sociedade
sejam entregues.
atualmente existem. Da mesma forma, Mulgan et al. (2007) identifica a falta de redes
como uma barreira significativa ao empreendedorismo social e uma razão para o
fracasso de muitas inovações sociais. Os formuladores de políticas devem abordar o
desenvolvimento de redes adequadas para que o processo de inovação social produza
resultados sustentados, apropriados e relevantes para as organizações e a sociedade.
Pesquisa futura
Estudos futuros podem contribuir para investigar outras questões que foram
descobertas durante este processo de revisão, principalmente para desenvolver uma
compreensão mais clara de como as inovações sociais diferem das inovações de
negócios. Embora se reconheça que as inovações empresariais abordam questões
sociais, grande parte da pesquisa se concentra no papel do empreendedor social na
identificação e busca de uma oportunidade e na concretização de uma inovação social.
A revisão da base de evidências constatou que, embora muitos estudos reconheçam
que o sucesso das inovações sociais é resultado do sistema social em que um
empreendedor opera, em termos de suporte e conhecimento adquirido por meio de
interações com atores-chave e as instituições que operar dentro do sistema, o papel
que as organizações comerciais têm no desenvolvimento de inovações sociais tende a
ser negligenciado. Como afirmam Pol e Ville (2009), a sobreposição entre as inovações
sociais e empresariais é considerável e muitas inovações empresariais proporcionaram
melhorias significativas na qualidade de vida; portanto, questionamos se o foco deve
ser novalor que uma inovação tem para a sociedade em oposição ao seu locus.
Conclusão
A revisão da base de evidências da pesquisa mostra que tanto o empreendedorismo social quanto a
inovação social compartilham sobreposições comuns, significativamente no processo de
identificação de oportunidades de resolução de problemas para necessidades sociais não atendidas.
454 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
Financiamento
O(s) autor(es) não recebeu apoio financeiro para a pesquisa, autoria e/ou
publicação deste artigo.
Referências
Ackermann, R. (1998, 5-8 de novembro). Dependência de trajetória institucional, história e
reforma. Trabalho apresentado na 10ª Conferência da EAEPE,Lisboa, Portugal. Aliaga,
M., & Gunderson, B. (2000).Estatísticas interativas. Saddle River, NJ: Prentice
Corredor.
Austin, J., Stevenson, H., & Wei-Skillern, J. (2006). Entidades sociais e comerciais
empreendedorismo: igual, diferente ou ambos? Empreendedorismo: Teoria e Prática, 30
, 1-22.
Bayoud, NS, Kavannagh, M., & Slaughter, G. (2012). Divulgação ambiental em
desempenho financeiro mais evidências e exploração da Líbia. Recuperado de
http://ssrn.com/abstract=1980051
Berthon, PR, Pitt, LF, Plangger, K., & Shapiro, D. (2012). O marketing encontra a web
2.0, mídias sociais e consumidores criativos: implicações para a estratégia de marketing
internacional. Horizontes de negócios, 55, 261-271.
Besser, TL, & Miller, NJ (2010). Confiança, trocas cooperativas de alto e baixo risco,
e benefícios percebidos em redes de negócios formais. O Jornal Internacional de
Empreendedorismo e Inovação, 11(2), 101-12.
Bouchard, MJ (2012). Inovação social, uma grade analítica para entender o
economia social: o exemplo do setor habitacional de Quebec. Negócio de serviços, 6,
47-59.
Chann, S. (2012). Criação de empreendimentos sociais internacionais sustentáveis.Thunderbird
Revisão de Negócios Internacionais, 54, 131-142.
Chell, E. (2007). Empresa social e empreendedorismo: para uma teoria convergente
do processo empreendedor. Jornal Internacional de Pequenas Empresas, 25, 5-26.
Chell, E., Nicolopoulou, K., & Karatas-Özkan, M. (2010). Empreendedorismo Social
e empresa: Perspectivas internacionais e de inovação. Empreendedorismo e
Desenvolvimento Regional, 22(6), 485-493.
Christensen, C., Baumann, H., Ruggles, R., & Sadtler, T. (2006). Inovação disruptiva
para a mudança social. Harvard Business Review, 84(1), 94-191.
Coombs, R., & Metcalfe, JS (2002). Inovação em produtos farmacêuticos: Perspectivas sobre
a coordenação, combinação e criação de capacidades. Análise de Tecnologia
e Gestão Estratégica, 14, 261-271.
Coriat, B., & Weinstein, O. (2002). Organizações, empresas e instituições na geração
ração da inovação. Política de Pesquisa, 31, 273-290.
456 Gestão de Grupo e Organização 40(3)
Maase, SJFM, & Bossink, BAG (2010). Fatores que inibem a parceria para
startups sociais. Jornal de Comunidades Empreendedoras: Pessoas e Lugares
na Economia Global, 4, 68-84.
McElroy, M. (2002). Capital de inovação social.Jornal do Capital Intelectual, 3,
30-39.
Michelon, G., Boesso, G., & Kumar, K. (2013). Examinando a ligação entre as
Responsabilidade Social Corporativa Tégica e Desempenho da Empresa: Uma Análise
dos Melhores Cidadãos Corporativos. Responsabilidade Social Corporativa e Gestão
Ambiental, 20, 81-94.
Miles, MB, & Huberman, AM (1994). Análise de dados qualitativos (2ª edição).
Thousand Oaks, CA: SAGE.
Mitchell, RK, Agle, BR, & Wood, D. (1997). Para uma teoria do stakeholder
identificação e saliência: Definindo o princípio de quem e o que realmente conta.
Revisão da Academia de Gestão, 22, 853-886.
Monllor, J., & Attaran, S. (2008). Reconhecimento de oportunidade de empreendedores sociais: uma
aplicação do modelo de criatividade. Jornal Internacional de Empreendedorismo e
Pequenas Empresas, 6, 54-67.
Moore, M., & Westley, F. (2011). Abismos superáveis: redes e inovações sociais
ção para sistemas resilientes. Ecologia e Sociedade, 16(1). Recuperado de http://
www.ecologyandsociety.org/vol16/iss1/art5/
Moore, M., Westley, FR, & Nicholls, A. (2012). As finanças sociais e a inovação social
nexo de vao. Revista de Empreendedorismo Social, 3, 115-132.
Mulgan, G. (2006). O processo de inovação social.Inovações: Tecnologia,
Governança, Globalização, 1, 145-162.
Mulgan, G., Tucker, S., Ali, R., & Sanders, B. (2007). Inovação social: o que é,
por que é importante, como pode ser acelerado. Oxford, Reino Unido: Skoll Center for Social
Entrepreneurship.
Munshi, NV (2010). Criação de valor, inovação social e empreendedorismo em
economias globais. Jornal de Negócios da Ásia-Pacífico, 11, 160-165.
Murray, R., Caulier-Grice, J., & Mulgan, G. (2009). Aventuras sociais. O Social
Série Inovadora. Londres, Inglaterra: Nesta.
Nelson, RR (1993). Sistemas nacionais de inovação: uma análise comparativa. Oxford,
Reino Unido: Oxford University Press.
Neumeier, S. (2012). Por que as inovações sociais no desenvolvimento rural são importantes e
eles deveriam ser considerados mais seriamente na pesquisa de desenvolvimento rural?
Proposta para um foco mais forte em inovações sociais na pesquisa de desenvolvimento rural.
Sociologia Ruralis, 52, 48-69.
Nicholls, A. (2006). Empreendedorismo social: novos modelos de sustentabilidade social
mudança. Oxford, Reino Unido: Oxford University Press.
Nicholls, A. (2010). A Legitimidade do Empreendedorismo Social: Reflexiva
Isomorfismo em um campo pré-paradigmático. Teoria e Prática de Empreendedorismo. Julho,
611-633.
Nkwi, PN, Nyamongo, IK, & Ryan, GW (2001). Pesquisa de campo em sociologia
questões culturais: orientações metodológicas. Yaoundé, Camarões: Centro
Internacional de Ciências Sociais Aplicadas, Pesquisa e Treinamento.
Phillips et ai. 459
Selsky, JW, & Parker, B. (2010). Plataformas para parcerias sociais intersetoriais:
Dispositivos de sensemaking prospectivos para benefício social. Jornal de Ética Empresarial, 94
(1), 21-37.
Sharir, M., & Lerner, M. (2006). Medir o sucesso de empreendimentos sociais iniciados por
empreendedores sociais individuais. Jornal de Negócios Mundiais, 41, 6-20.
Shaw, E., & Carter, S. (2007). Empreendedorismo social: antecedentes teóricos e
análise empírica de processos e resultados empresariais. Journal of Small Business
and Enterprise Development, 14, 418-434.
Shaw, E., & de Bruin, A. (2013). Reconsiderando o capitalismo: a promessa da inovação social
ção e empreendedorismo social? Jornal Internacional de Pequenas Empresas. 31(7),
737-746.
Sigurthorsson, D. (2012). A crise bancária islandesa: uma razão para repensar a RSE?
Jornal de Ética Empresarial, 111, 147-156.
Spear, R. (2006). Empreendedorismo social: um modelo diferente?Jornal Internacional
de Economia Social, 33, 399-410.
Thake, S., & Zadek, S. (1997). Pessoas práticas, causas nobres: como apoiar
empreendedores sociais da comunidade portuária. Londres, Inglaterra: New Economics
Foundation.
Townsend, DM, & Hart, TA (2008). Ambiguidade institucional percebida e a escolha
da forma organizacional em empreendimentos sociais. Empreendedorismo:
Teoria e Prática, 32, 685-700.
Tracey, P., Phillips, N., & Jarvis, O. (2011). Aproximando o empreendedorismo institucional
e a criação de novas formas organizacionais: Um modelo multinível. Ciência da
Organização, 22, 60-80.
Tranfield, D., Denyer, D., & Smart, P. (2003). Para uma metodologia de desenvolvimento
conhecimento gerencial informado por evidências por meio de revisão sistemática.
Jornal Britânico de Administração, 14, 207-222.
Urbano, D., Toledano, N., & Sorian, DR (2010). Analisando o empreendedor social
navio de uma perspectiva institucional: Evidências da Espanha. Revista de
Empreendedorismo Social, 1, 54-69.
Waddock, SA, & Graves, SB (1997). O desempenho social corporativo – financeiro
vínculo de desempenho. Jornal de Gestão Estratégica, 8, 303-319.
Weshah, SR, Dahiyat, AA, Awwad, MRA, & Hajjat, ES (2012). O impacto
da adoção da responsabilidade social corporativa no desempenho financeiro
corporativo: evidências de bancos jordanianos. Revista Interdisciplinar de Pesquisa
Contemporânea em Negócios, 4(5), 34-44.
Westley, F., & Antazde, N. (2010). Fazendo a diferença: Estratégias para escalar
inovação social para maior impacto. The Innovation Journal: The Public Sector
Innovation Journal, 15, 3-20.
Whetten, DA (1989). O que constitui uma contribuição teórica?Academia de
Revisão de gerenciamento, 14, 490-495.
Zahra, SA, Gedajlovic, E., Neubaum, DO, & Shulman, JM (2009). Um tipo-
gia de empreendedores sociais: Motivos, processos de busca e desafios éticos.
Jornal de Empreendedorismo, 24, 519-532.
Phillips et ai. 461
Biografias do autor
Dra Wendy Phillips é Professor Associado na Bristol Business School, a Universidade do
Oeste da Inglaterra. Os seus interesses de investigação centram-se na gestão da inovação,
na contratação pública da inovação e na inovação em redes de abastecimento.