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Discurso como mediador da

atividade
• Práticas discursivas e as diferenças culturais
• Historicamente> déficit cultural, déficit linguístico, dificuldades de
compreender o que me parece diferente das minhas práticas e dos
grupos dos quais eu faço parte> professores em transição (são os que
têm que se adaptar a novas formas de fazer e dizer).
• O discurso como mediador nas práticas nas zonas de
desenvolvimento proximal ou no fazer com o outro construindo
objetivos em comum
Como ensinamos?
• Narrando, descrevendo, sugerindo, indicando abertamente, provocando
com perguntas, dando instruções
• O coletivo <> individual
• Reflexividade que oportuniza uma mudança pessoal (no caso da escola >
ferramentas que promovem a independência intelectual com criticidade
para a pessoa e a sua comunidade) e oportuniza a agencialidade> atuação
(gerada pela reflexividade)
• Presente> passado e futuro (o que eu já sei, o que eu conheço e o que
pode acontecer se x)
• Intertextualidade e polifonias, um pouco de riso e lúdico (carnavalização)
Argumentar= mostrar+explicar
• O que é explicar?
• Para quem? (quem está dialogando?) Como o discurso pode trabalhar
para que possamos atingir o objetivo comum? Qual explicação? Até
onde? Como pode buscar mais informações?
• Marcelo Mamed (2020):
• A explicação = atividade orientada para a gestão do objeto do
discurso interpretado como potencialmente de difícil compreensão.
• Abertura+ nó explicativo + fechamento ou finalização
O que acontece no nó explicativo?

• é a explicação propriamente dita, onde vários ajustamentos são observados em


torno da responsabilidade explicativa (quem explica a quem, como e quando), da
orientação explicativa (como, porquê etc.) e dos campos lexicais mobilizados.
• Finalização: certificar-se que houve compreensão. Como podemos fazê-lo?
Pergunta, dar um exemplo e o estudante complementa algo do problema. Fazer
junto e ir retirando o apoio (andaime) por meio de perguntas sobre o próximo
passo, e deixar fazer sozinho. Depois levar para o coletivo em forma de explicação
para todos ou atividade que passe pelo passo de difícil compreensão. Dar um
tempo se necessário, antes de voltar ao nó. Inventar outras formas de explicação,
por exemplo, pelos colegas em atividade de grupo ou no coletivo. Quem sabe
explicar o próximo passo?
• (Marcelo Mamed, Perspectiva sócio-histórica da educação terapêutica do paciente: o corpo
explicado. Carta Magna - Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e
Literatura, 16(26), 256-275, 2020)
• Conhecimento substantivo e procedimental
• Estratégias cognitivas e comunicativas
• Mediação

• Cognição distribuída

• Teoria da Atividade
Ensinar para a compreensão
• Tendo em vista preparar os estudantes para aplicarem o
conhecimento em suas vidas e continuarem aprendendo
• O que é a compreensão? David Perkins há muito tempo (1993)
explicou que tem a ver com ter em vista a performance ou algum tipo
de fazer.
• Tem a ver com ser capaz de fazer/atuar em uma variedade de
caminhos que demandam pensamento/raciocínio relacionados a um
tópico ou tema - tem a ver com saber, saber fazer, saber como e fazer,
monitorar o processo de resolução de problema em andamento,
utilizando o conhecimento que tem e está sendo construído, e
predizer possíveis resultados.
Continuando com a compreensão:
• Tem a ver com utilizar o conhecido, achar exemplos, extrapolar, criar
mundos possíveis
• Tem a ver com utilizar as operações como nos explica Piaget -
• Operações= mobilidade + reversibilidade
• Ações mentais: combinação + ordenação+ separação + recombinação
• Reversibilidade: cada elemento tem um outro que lhe é inverso
• Possibilidade de reverter na mente, operar com símbolos na mente
• Atos de pensamento ao invés de atos motores <>solução do
problema<>método de testagem<>aplicação
O que evidencia a compreensão?
• Explicação, encontrar evidências, agregar/juntar exemplos, generalizar,
aplicar conceitos em processos de raciocínio (lógicas de pensar da
disciplina e de disciplinas diferentes), fazer analogias, representar de
formas diferentes (com imagens, desenhos etc.) etc. (Perkins)
• Ou seja, compreender algo tem a ver com atuar em relação a um tópico e
ao mesmo tempo avançar nas generalizações possíveis. Ou seja
compreender tem a ver com poder atuar a compreensão.
• Para que aprendam a generalizar, quando der, avance e peça para eles
encontrarem novos exemplos, esclarecerem pontos, consertarem algo no
exercício, aplicarem o conhecimento e relacionarem com outras
compreensões.
O trabalho do pensador atuante
• Praticar e esclarecer o pensamento até que você possa fazer as
conexões necessárias com flexibilidade.

• Como ensinar para a compreensão?


• - use aprendizagem também pensando no médio e longo prazo
• Aprender centrado no raciocinar
• Dê várias formas de feedback (oralmente, em exercícios, em provas,
no processo)
• Apoie a aprendizagem por meio de representações poderosas
• Cuide do processo de desenvolvimento sendo gerado> é uma construção e
saltos podem ocorrer (tenha algumas atividades livres (que não precisem te
mostrar) diferentes para quem der o “salto” em sala> cantos de leitura, de
construção, do lúdico>de solução de novos problemas> de contar aos
colegas sobre como fez>questões de estudo, como roteiro de estudo, com
perguntas centrais sobre um texto etc.)
• Induza o estudante à raciocinarem na área de conhecimento: como justificar
o conhecimento e a tomada de decisão, explicar, resolver problemas e fazer
perguntas e algum tipo de investigação.
• Ensine para transferência de conhecimentos> apoie os estudantes a fazer
transferência de conhecimentos de uma área para outra ou dentro de uma
mesma área (projetos temáticos e temáticos aplicados)> apoie a produção
de conexões, e a geração de hábitos de fazer conexões por exemplo com a
vida diária em casa, no lúdico do cotidiano, no que acham problemas (treinar
o ouvido musical, treinar a leitura de partituras de músicas de videogames
ou dos temas dos filmes favoritos, conhecer a história da família, da
vizinhança, conhecer a história da profissão dos pais, história da ciência,
história das ideias etc.)
• Dewey> ensinar conhecimentos que tenham grandes ramificações na
vida. Conhecimento que vale a pena conhecer.
• O que ensinar? Perkins:
• O que é um ser vivente? Os vírus estão vivos? Os vírus do
computador estão vivos? E os cristais? Se não estão vivos, por que
não?
• O que é a desobediência civil? Para os adolescente isso tem a ver com
o senso de justiça que estão gerando. Quais os episódios de
desobediência civil são relatados na história e na literatura? Qual é o
papel de cada um como um cidadão responsável numa nação, numa
comunidade, na escola, no lazer, nas comunidades que
frequentamos?
• Razão e proporção na matemática, poética, música, notação musical,
dietas, esportes, estatística etc.

• A história de quem? A história é escrita pelos vencedores. Como os


diferentes relatos da história são forjados por aqueles que os
escreveram? Os vitoriosos, os dissidentes e aqueles com interesses
especiais. O relato de canudos dos que sobreviveram e os dos
vencedores. Os relatos das testemunhas e os relatos dos que
contaram a história. As micro histórias. Os arquivos e as histórias
orais. Os arquivos e as histórias contadas pelas outras áreas.
Perguntas para agora e para a vida:

• Quais são as maçãs da compreensão da sua área?


• Quais são as maçãs da compreensão quando as áreas entram em
contato?
• Quais energias precisam ser destravadas para que o ensino para a
compreensão aconteça?

• Perkins, D. Teaching for understanding. American Educator, 17 (3), 28-


35, 1993.

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