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Aula 05 29/03/2011

TECTÔNICA INTRAPLACAS CONTINENTAL


- Plumas atuando abaixo da crosta continental
- Efeitos e processos geológicos, geofísicos e econômicos
- Introdução: O diacronismo tectônico
- Domos continentais – Fase pré-rifte
- Riftes continentais – Fase sin-rifte
- Fase pós-rifte

Transformações na crosta podem gerar novos produtos, novos tipos de rochas,


novas estruturas; e ao gerar esses novos produtos, pode-se ter anomalias geofísicas e
interesses econômicos associados.
Associar a tectônica (causa) com as rochas e estruturas (efeitos) a resposta
geofísica e aos interesses econômicos é o objetivo dessa aula.
Magnetometria e Gravimetria são um dos métodos usados para achar
anomalias geofísicas no oceanos.
O campo gravitacional terrestre é inversamente proporcional ao quadrado da
distância. Então, ao analisar uma estrutura intraplaca oceânica, por exemplo, um
platô, localizado no assoalho oceânico, teremos anomalias gravimétricas e magnéticas
positivas. Essa estrutura, por ser mais elevada que o relevo circundante está mais
próxima da superfície, fazendo com que provoque essas anomalias. Assim, quanto
maior a distância, menos o campo e vice-versa. Essas estruturas oceânicas intraplaca
podem dar anomalias geofísicas positivas.
Entretanto, a intensidade varia (alta, intermediária, baixa), dependendo muito
da variação da profundidade.
Assim, dentro dos oceanos pode ter anomalias geofísicas positivas associadas a
estruturas intraplaca oceânicas.
Obs.: Uma dorsal é uma estrutura de limite de placa.

INTRAPLACA CONTINENTAIS: Como é que as plumas ao chegarem abaixo da


crosta continental pode gerar processos magmáticos, sedimentares, anomalias
geofísicas e cenários de interesse econômico?
Quando uma superpluma originada na base do manto (D'') passa pelos óxidos,
aumenta de volume e ramifica, atinge a base da crosta continental em diferentes
intervalos de tempo e em diferentes pontos da crosta. Exemplo: Rochas vulcânicas de
1,9 bilhões de anos na Amazônia; Rochas vulcânicas de 1,8 bilhões de anos em Goiás;
Rochas vulcânicas de 1,75 bilhões de anos na Bahia. As idades muito próximas e o
vulcanismo com uma semelhante composição mineralógica indicam um mesmo cenário
de pluma, chegando em diferentes épocas. → DIACRONISMO: são crostas diferentes e
quantidades de calor de diferentes intensidades. Então, esses efeitos não são
sincrônicos, são diacrônicos. O diacronismo está também em escala interplanetária: por
exemplo, Vênus e Terra. Ambos planetas estão no sistema solar, porém Vênus é menos
evoluído que a Terra.
Na Terra, podemos identificar o diacronismo nos oceanos em crescimento
(Atlântico) e os oceanos que estão em fase de encolhimento (Pacífico). Podemos
identificar também nas diferentes zonas: Há lugares que tem rifte, outros que estão em
colisão, etc. Assim, o ciclo de Wilson está agindo diferenciadamente nos tempos atuais:
a Terra é um sistema diacrônico.
Existe também o diacronismo em escala local: O rifte do Recôncavo apresenta
zonas mais abertas e outras zonas menos abertas; A bacia do recôncavo tem petróleo e
a bacia Tucano que está próxima, não apresenta petróleo.
Origem de rochas: Geoquímica + Geologia de campo + Geologia de laboratório.

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Saber se ela vem de uma subducção, de um arco, de uma pluma, etc. Os elementos
terras raras = DNA da rocha (indica sua origem)* Obs.: Sistema de falhas normais está
associada a uma zona de distensão; mas não indica a origem das rochas. O que indica é
a geoquímica.
Os riftes mesozóicos brasileiros (a partir de 200 milhões de anos) formados a
partir de um mesmo cenário de pluma que também formou o oceano Atlântico. No
entanto, os riftes brasileiros não chegaram na fase de Mar, apesar desse mesmo evento
ter criado um que atualmente é o oceano Atlântico. → Diacronismo. Assim, podemos
dizer que teve um lugar em que a energia e a crosta facilitaram a abertura do rifte.
Bacias bem sucedidas: evoluíram para oceano
Bacias abortadas: começaram o ciclo mas não chegaram em oceano.
O diacronismo também está presente na sedimentação de cada local. Na bacia
do Recôncavo, por exemplo, não tem petróleo em toda a bacia.
Um dos fatores para o diacronismo estar presente em bacias é a relação entre a
crosta e a força, que em cada bacia, não são iguais. É particular de cada bacia. Existe
bacia com embasamento de gnaisse formada a partir de sedimentos, outra bacia com
embasamento de gnaisse formada a partir de rochas do arco continental, outra com
gnaisse de rochas de um arco de ilhas; assim a origem da crosta, a espessura, não são
as mesmas. Então a taxa de abertura também não o será.
O que abre a crosta? 01. Força 02 Crosta.
A crosta depende da espessura, da composição e da estrutura. Uma crosta
espessa e isotrópica (sem descontinuidade estrutural, sem orientação) ao receber uma
força, essa força é distribuída igualmente em todos os pontos. Porém se a crosta tem
zonas de fraqueza, a crosta vai abrir com mais facilidade e preferencialmente nessa
zona de fraqueza ( falhas, descontinuidades, etc).
Há ainda também a intensidade dessa força: tem de haver uma relação estre
essas duas variáveis.
FASES DE ABERTURA/ CICLO DE WILSON:
01.Domo ou Pré-rifte; 02. Fratura; 03. Rifte; 04. Golfo; 05.Mar
As fases 01, 02, e 03 são da crosta continental (intra continente) e as fases 04 e
05 são fases da crosta oceânica.
Não são todas as vezes que a pluma ao chegar na litosfera continental vai gerar
as fases de Domo e de Fratura. A depender, pode gerar diretamente a fase Rifte.
Todos os processos geológicos tem uma velocidade em que ocorrem (“time”). Ter
ou não as fases de Domo e Fratura dependem da velocidade do processo de distensão.
Existem lugares em que ocorrem todas as fases lentamente. Mas também existem
lugares em que o rifte é demorado e existem lugares em que a fase rifte foi curta,
rápida. Essas diferenças se refletem nas características das bacias inclusive se pode ou
não haver a ocorrências de petróleo.
Na bacia do Recôncavo, por exemplo, houve uma lenta fase de rifte. A bacia pré-
rifte recebia lentamente os sedimentos e afundava lentamente. Ao sedimentar o arenito
de reservatório, foi possível o aparecimento de petróleo do recôncavo.
Assim, podemos concluir que a velocidade (“time”) de um processo geológico é
fundamental. E podemos concluir que o ciclo de Wilson é um modelo e que nem sempre
é igual em todas as suas fases. Depende da intensidade da pluma e da resposta da
crosta.
Se a crosta continental tiver muitas falhas, o rompimento é facilitado e
consequentemente mais rápido. Se a crosta continental é fina, tem muitas falhas e a
pluma é muito quente, então o processo é extremamente rápido. É o que, por exemplo,
acontecia muito no Arqueano: as crostas eram muito finas e o calor era intenso.
O controle da sedimentação nem sempre está ligado com a tectônica. Existem
outros fatores importantes, como o nível do mar, a rocha fonte, o clima, etc.

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