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MATERIAL DE REVISÃO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Jaylton Jackson de Freitas Lopes Junior
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DIREITO ADMINISTRATIVO
NOÇÕES INICIAIS
1. CONCEITUE DIREITO ADMINISTRATIVO?
Na linha da doutrina de José dos Santos Carvalho Filho, pode-se definir Direito
Administrativo como o conjunto de normas – regras e princípios – que regulam as relações
entre o Estado e seus órgãos internos, bem como entre o Estado e as coletividades a que
devem servir. O conceito é amplo, pois abrange tanto aspectos internos do Estado quanto
externos.
Nesse sentido, é preciso também conhecer as escolas que buscaram identificar o objeto
do direito administrativo:
a) Quanto à posição:
b) Quanto à estrutura:
anular atos que decorrem efeitos favoráveis aos administrados (art. 54, Lei 9784/99 = 5 anos),
modulação dos efeitos da ADI etc.
Abuso de poder é a conduta (ou omissão), por parte da administração pública, por
intermédio do seu agente, que transborda os limites da legalidade em sentido amplo. Assim, o
administrador vai além do que a lei lhe autoriza.
O abuso de poder se divide em:
É importante registrar que o ato praticado com excesso de poder é nulo quando se
tratar de competência material ou competência exclusiva. Por outro lado, tratando-se de vício
de competência quanto à pessoa, o ato poderá ser convalidado, a critério da administração.
Já o ato praticado com desvio de poder é sempre nulo.
Para Hely Lopes Meireles, é possível. O fundamento estaria nos chamados poderes
implícitos da Administração.
Outra parte da doutrina não reconhece tal possibilidade, haja vista que a CF/88 somente
autoriza a edição de regulamentos pelo Executivo para completar a lei (regulamentos de
execução).
José dos Santos Carvalho Filho, em interessante análise, não admite a edição, pelo
Executivo, de Decretos ou Regulamentos autônomos. Para o administrativista, para que o
decreto ou regulamento seja autônomo, ele deve ser capaz de originar direitos e deveres. Ou
seja, deve ser originário. O art. 84, VI da CF/88, que admite o Presidente da República dispor,
mediante decreto, sobre “organização e funcionamento da administração pública federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de cargos públicos” não pode
ser considerado autônomo, pois tal decreto não teria o condão de criar direitos e obrigações,
mas sim de regular o próprio comando constitucional. Leciona que os atos de organização da
administração são atos meramente ordinatórios, de âmbito interno da administração.
Entretanto, vem prevalecendo a possibilidade de expedição de Decretos autônomos
pelo Presidente da República. Tal está disposta no Art. 84, VI, "a" e "b", alterado pela E.C.
32/01: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor, mediante
decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de
funções ou cargos públicos, quando vagos.
Importante registrar que, para Di Pietro, a alínea “b” do inciso VI do art. 84, da CF, não
trata de função regulamentar, mas sim de típico ato de efeitos concretos, haja vista que não
estabelece normas sobre a matéria.
PREPARAÇÃO PARA CARREIRAS JURÍDICAS
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Jaylton Jackson de Freitas Lopes Junior
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Ademais, deve-se distinguir os atos administrativos dos atos políticos. Assim, atos como
decretação de estado de sítio, estado de defesa, intervenção federal são atos políticos e não
administrativos, razão pela qual não podem ser considerados como decretos autônomos.
O poder hierárquico pressupõe uma estrutura escalonada dos quadros funcionais. Esse
poder é caracterizado pelas seguintes prerrogativas da administração: a) editar atos
normativos; b) dar ordens; c) fiscalização e controle; d) aplicar sanções; e) delegar e avocar o
exercício da competência administrativa.
Vale lembrar que a lei expressamente prevê as hipóteses em que se admitirá a
delegação da competência para outros órgãos, ainda que não lhe sejam hierarquicamente
subordinados. A avocação, por sua vez, deve ser temporária, em caráter excepcional, e por
motivos relevantes devidamente justificados.
O poder disciplinar, por sua vez, é a prerrogativa da administração de impor
sanção/penalidade, em razão da prática de uma infração funcional. Atinge, pois, os agentes da
administração pública. O particular – não agente – se submete ao poder de polícia. Importante
registrar que o particular pode estar sujeito ao poder disciplinar, na hipótese de o mesmo
possuir algum vínculo jurídico com a administração pública. É a hipótese em que a administração
pública impõe ao particular a sanção de proibição de contratar com o poder público.
Para o STJ, não há discricionariedade no ato administrativo que impõe sanção
disciplinar. A sanção disciplinar é ato vinculado.
A doutrina diverge muito. Na verdade, depende da atividade. Pode ser tanto ato
vinculado (ex.: licença para construir), quanto discricionário (ex.: ato que remove camelôs de
uma determinada área para outra, diante da conveniência e oportunidade da administração
pública).
Para Celso Antonio Bandeira de Mello, “é, portanto, inexato afirmar que o poder de
polícia é discricionário, o que há, sim, é que a polícia administrativa se expressa ora através de
atos no exercício de competência discricionária, ora através de atos vinculados”.
Cumpre lembrar que o Poder Judiciário pode exercer controle sobre atos decorrentes
do poder de polícia administrativo, no tocante a legalidade e, em alguns casos, a
proporcionalidade e razoabilidade.