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2013

Índice

1.Saúde e higiene pessoal……………………………………………………………………...2


1.1.Higiene oral……………………………………………………………………………………………….3
1.2.Despiste de alterações visuais…………………………………………………………………….5
1.3.Alterações cutâneas…………………………………………………………………………………...7

2.Dietas alimentares…………………………………………………………………………...10
2.1.Alimentação equilibrada………………………………………………………………………..….10
2.2.Distúrbios alimentares…………………………………………………………………………..….16

3.Higiene, manutenção e preparação de equipamentos espaços e materiais…23


3.1.Conceitos fundamentais…………………………………………………………………………….23

4.Cuidados básicos de saúde……………………………………………………………..….26


4.1. Ministrar medicamentos……………………………………………………………………………26

1
4.2.Tratamento de pequenas feridas…………………………………………………………….…29
4.3.Acompanhamento aos serviços de saúde………………………………………………….32
4.4.Informação à família dos acidentados………………………………………………………..34

Bibliografia………………………………………………………………………………………………………….….35

1.Saúde e higiene pessoal

Os hábitos de higiene por parte da criança são adquiridos ao longo do seu processo de

desenvolvimento, por isso são os pais que têm um papel fundamental para que a criança

consiga interiorizar a importância desses hábitos. Só a partir dos 6 anos, é que a criança

está madura o suficiente para ser responsável pela sua higiene pessoal.

A higiene pessoal da criança inclui: tomar banho, limpar os ouvidos, pentear o cabelo e

lavar os dentes. Cada um destes comportamentos tem a sua importância ao nível da saúde

da criança e também ao nível da integração social desta.

1.1.Higiene oral

Os hábitos de higiene oral devem ser implementados desde cedo na vida das crianças. Só

desta forma, será possível evitar o aparecimento de caries e outras patologias associadas.

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Os pais e educadores devem preparar, alertar e educar as crianças para os malefícios que

podem surguir, se descurarmos a higiene oral.

Normalmente, os primeiros dentes nascem entre os 5 e os 8 meses de idade, mas a

dentição só fica composta com vinte dentes temporários, passados 3 anos.

Os dentes de leite

Os dentes decíduos, habitualmente conhecidos como dentes de leite, desempenham

funções muito importantes no desenvolvimento da criança, pois, permitem:

 A mastigação correta dos alimentos;

 O crescimento da face;

 A manutenção do espaço necessário para o nascimento dos dentes definitivos ou

permanentes.

Boas práticas da Saúde Oral

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Para que possamos promover o bem-estar e auto-estima das crianças, devemos desde

cedo, explicar e adoptar boas práticas de saúde oral. Os pais desempenham um papel

crucial, uma vez que, é da sua responsabilidade preparar a criança para os cuidados diários.

Passos para uma escovagem eficaz

A limpeza dos dentes deve iniciar-se logo após o aparecimento do primeiro dente do bebé.

Quando existem poucos dentes “erupcionados”, os pais podem utilizar uma dedeira

específica para o efeito. Se optar por uma escova de dentes é necessário escolher uma que

seja macia e com tamanho adequado à boca do bebé.

Os pais devem explicar à criança qual a quantidade de dentífrico a utilizar, pois estas têm

tendência para exagerar na sua utilização. É também fundamental educá-los para a

necessidade de escovar a língua, para que a higiene oral seja praticada com sucesso.

1.2.Despiste de alterações visuais

Estima-se que, cerca de 25% das crianças em idade escolar sofrem de algum problema de

carácter visual. As alterações visuais deveriam ser detectadas precocemente, uma vez que,

uma boa visão, pode influenciar directamente a capacidade de apreensão cognitiva e,

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consequentemente, todos os processos intelectuais e pedagógicos. No entanto, nem

sempre é possível!

Intervenção Precoce

Os primeiros exames oculares devem ser feitos logo ao nascer, aos 6 meses, entre os 2 e os

4 anos e aos 6 anos (fase de pré-alfabetização). «O exame oftalmológico da criança é

extremamente importante, pois, estima-se que até 10% das que se encontram em idade

pré-escolar e cerca de 25% dos menores em idade escolar têm problemas visuais», explica

o Dr. Fernando Lopes Fernandes, oftalmologista.

Em idades mais avançadas, as avaliações oftalmológicas podem ser realizadas de dois em

dois anos. Mas «a criança que necessita de óculos, ou a quem foi detectada qualquer outra

anomalia, deverá ser observada anualmente ou com a periodicidade entendida como

adequada pelo oftalmologista».

De acordo com os especialistas, que admitem a importância dos rastreios escolares, eles

também consideram que, os mesmos não são conclusivos, nem tão rigorosos como os

efectuados em contexto hospitalar. Não existe um intervalo de idades determinado para

que se devam efectuar os exames oculares. Existem sim, recomendações que podem

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ajudar a orientar os pais. Ou seja, «examinar a criança sempre antes de iniciar o primeiro

ano escolar ou a qualquer momento, se for detectada alguma anomalia nos seus olhos».

Devemos no entanto, dar especial atenção, pelas razões óbvias, às crianças diabéticas, que

correm risco de desenvolver cegueira.

Principais problemas oftalmológicos a rastrear

 Presença de erros refractivos;

 Estrabismo;

 Insuficiência de convergência;

 Alterações na acomodação;

 Alterações nos olhos e pálpebras relacionadas com alergias;

 Cataratas e glaucoma mais raros, mas de graves consequências.

Todas as atenções devem estar concentradas nos seguintes sinais de alarme:

 Olhos vermelhos;

 Secreção;

 Pupila branca ou sem reflexo;

 Lacrimejo constante;

 Olhos grandes, estrábicos, esbranquiçados;

 Suspeitas de alteração visual se a criança se aproxima da televisão ou dos livros,

pestaneja frequentemente, esfrega ou franze os olhos quando está a fixar, inclina a

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cabeça quando tenta ver melhor ou se existir história familiar de problemas

oculares;

 Uma criança que vê mal pode tornar-se desinteressada e com deficiente

aproveitamento escolar. Quando estiverem presentes dificuldades na

aprendizagem, leitura ou escrita, os seus olhos devem ser examinados para excluir

uma causa visual.

1.3.Alterações cutâneas

A pele das crianças é mais sensível que a dos adultos porque na infância ela ainda não

apresenta algumas protecções específicas. Como características da pele na primeira

infância destacam-se: o fato dela não produzir gordura suficiente, ser mais fina, não ter as

glândulas sudoríparas totalmente amadurecidas, ou seja, não apresentar um aspecto tão

curtido no sentido de pigmentação. Ao longo do tempo a pele vai ficando mais grossa, e

definida, o que permite que esteja mais preparada para reagir positivamente a factores de

agressão.

Assaduras

As assaduras estão normalmente associadas com a irritação que a urina pode causar na

pele, especialmente em áreas onde há mais calor e dobras. Por isso, é muito importante

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que os pais estejam atentos a determinados sinais de alerta. Deve sempre evitar-se que a

criança permaneça molhada por muito tempo. Além disso aconselha-se o uso de fraldas

que possam absorver e controlar a quantidade de urina. Depois de secarem correctamente

a pele do bebé, devem ser aplicados produtos hidratantes à base de óleos que não sejam

irritantes mas, sim, protectores.

É ainda importante destacar que, a assadura não deve ser vista como um acontecimento

normal, mas sim, como uma alteração cutânea que para além de outras implicações, traz

bastante desconforto para o bebé, daí a importância da prevenção.

Existem crianças que apresentam mais tendência para esse tipo de problema, como por

exemplo, as crianças mais gordinhas, as que urinam mais, aquelas que têm a urina mais

ácida, etc.

Alergia

De uma maneira geral a alergia não é um problema típico das crianças. A criança está

sujeita à alergia tanto quanto o adulto. As alergias acontecem com mais frequência em

crianças consideradas “atópicas”, ou seja, aquelas que apresentam uma predisposição para

o problema. Habitualmente atuam no aparelho respiratório - sob a forma de rinite, sinusite

ou asma, ou na pele sob a forma de dermatites. Normalmente estas crianças podem reagir

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até ao próprio suor, e apresentam muito mais potencial de irritação na pele do que as

outras crianças em geral.

Outro tipo de alergia bastante comum é a alergia à picada de insectos. Nesse caso, sempre

que a criança é picada por um insecto, o corpo reage e desenvolve pequenas lesões, muitas

vezes associadas a dores fortes.

Evitando problemas futuros

Para evitar problemas futuros na pele é importante que sejam tomados alguns cuidados,

tais como:

- Evitar o excesso de sol,

- Evitar lugares muito quentes e ambientes fechados,

- Estar atento!

2.Dietas alimentares

2.1.Alimentação equilibrada

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O mais importante a considerar na alimentação das crianças, é que esta seja,

completa, equilibrada e variada, tentando sempre diversificar nos alimentos e

nutrientes de cada refeição. Tal como para os adultos, a roda dos alimentos deve

servir como guia de orientação para a alimentação das crianças.

As necessidades nutricionais dependem da idade da constituição e da actividade

física. Deste modo, devemos ajustar as doses que se encontram na roda dos

alimentos às necessidades da criança: doses mais baixas para uma criança mais

pequena e sedentária e vice-versa.

Os hábitos alimentares são condicionados desde os primeiros anos de vida, por isso, é

muito importante o estabelecimento de regras e de comportamentos alimentares

saudáveis desde cedo, já que muitos dos erros alimentares do adulto se adquirem na

infância. Por isso, é importante desde tenra idade:

Criar atitudes positivas face aos alimentos e à alimentação.

Encorajar a aceitação da necessidade de uma alimentação saudável e diversificada.

Promover a compreensão da relação entre a alimentação e a saúde.

Fomentar o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.

Incentivar a prática de exercício físico regular.

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Necessidades nutritivas

A dieta da criança deve conter um equilíbrio razoável de todos os nutrientes principais:

proteínas, hidratos de carbono (amidos), gorduras, fruta, vegetais, de modo que obtenha

todas as vitaminas e sais minerais de que necessita.

As quantidades exactas e necessárias variam como referido anteriormente, de criança para

criança.

De uma forma geral, as crianças necessitam de mais proteínas do que os adultos, pois

necessitam de compensar o crescimento. A título de exemplo, as crianças entre 1 e 3 anos

de idade apresentam uma necessidade de cerca de 14,5g de proteínas por dia. Cerca de 6g

desta quantidade devem ser proteínas com uma qualidade elevada, do tipo obtido de

fontes animais e vegetais concentradas. As restantes podem ser obtidas de cereais, pão e

alimentos menos concentrados. Todos os seguintes alimentos fornecem cerca de 6g de

proteínas: 1 ovo; 25g de carne magra; 25g de queijo rijo; 100g de feijão cozido; 100g de

lentilhas.

O total dos alimentos, ingeridos ao longo do dia, deve respeitar as proporções da roda dos

alimentos, incluindo

hortaliças, legumes e frutos,

não esquecendo os alimentos do

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grupo do leite, os cereais e derivados como o pão, passando pelas leguminosas e pelo

consumo de água.

O consumo de carne deve ser moderado, sendo de retirar as gorduras visíveis e de preferir

o peixe uma vez por dia. Reduzir o sal, as gorduras e o açúcar na confecção e no tempero

dos alimentos. Usar gorduras com moderação, preferindo o azeite. E, finalmente, variar

tanto quanto possível, dando primazia aos produtos de cada estação do ano. Os alimentos

devem distribuir-se ao longo do dia, por 5 a 6 refeições diárias, a intervalos regulares.

Como sabemos, o pequeno-almoço é uma refeição fundamental tanto para as crianças

como para os adultos e por isso, nunca devemos “saltar” essa refeição. O leite,

acompanhado de pão ou cereais, deve fazer parte desta refeição (quantidade diária de

leite recomendada ronda o ½ litro, podendo ser gordo ou meio-gordo). A meio da manhã

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deve a criança deve ainda fazer mais uma refeição, para que não fique demasiadas horas

sem comer.

As duas principais refeições devem começar com uma sopa de legumes da época. Os

produtos hortícolas devem predominar na sopa e como guarnição. Devem ser consumidos

diariamente, bem como a fruta. O pão de mistura e cereais escuros podem ser fornecidos à

vontade. Carne e peixe não precisam de ultrapassar os 50g limpos a cada uma das duas

principais refeições e os ovos podem chegar aos 3 por semana.

O consumo de sal e açúcar deve ser moderado. Para acompanhar as refeições, as crianças

devem preferencialmente beber água ou sumos naturais. A sobremesa deve ser constituída

por fruta, no entanto, em situações pontuais e/ou festivas podem optar por uma

sobremesa doce. A meio da tarde a criança deve lanchar. O leite ou derivados e o pão não

devem faltar!

Elementos essenciais

Ferro

“O ferro é um micronutriente muito importante para o sistema imunológico e para o

desempenho cognitivo porque é ele o responsável pela formação da célula vermelha do

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sangue – a hemoglobina, que trabalha como carregadora de oxigênio para todas as outras

células e tecidos do corpo. O órgão que mais sofre com essa carência é o cérebro”

É comum que as crianças em idade escolar apresentem défices no consumo de ferro, uma

vez que, em muitos casos existe alguma dificuldade na ingestão de alimentos ricos em ferro

(ex: peixe).

Podemos compensar a ausência deste nutriente, recorrendo à ingestão de alimentos ricos

em vitamina C, que são capazes de estimular a absorção do ferro (ex: incluir um copo de

sumo natural de laranja ao jantar).

Cálcio

“O cálcio, além de ser o principal constituinte dos ossos, é um mineral fundamental para a

manutenção de várias funções do organismo, como a contração muscular, coagulação do

sangue, transmissão dos impulsos nervosos e secreção de hormônios. Ossos e dentes

armazenam 99% do total de cálcio presente no corpo. O resto circula no sangue ”.

O leite e os seus derivados, de preferência com baixos teores de gordura, são as melhores

fontes de cálcio No grupo das carnes, as melhores fontes são as sardinhas e salmão.

Vegetais verdes e de folhas largas como as couves, o repolho e brócolos, são também

excelentes fontes de cálcio.

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Vitaminas A, C e D

As vitaminas são nutrientes indispensáveis para um bom funcionamento do nosso

organismo, essencialmente porque ajudam a evitar ou a minimizar o aparecimento de

doenças, ao mesmo tempo que promove o bem-estar físico e emocional. A carência de

vitaminas, conhecida como avitaminose, é causada por uma má absorção do organismo ou

pela ausência da ingestão vitamínica. As vitaminas , na sua diversidade, estão presentes

nos mais variados alimentos, especialmente em frutas e legumes.

Vitamina A ( Retinol)

O consumo regular de vitamina A, ajuda a manter o sistema imunológico, a pele e a visão

saudáveis. A cenoura, o fígado, a gema de ovo e queijo são alimentos ricos em vitamina A.

Vitamina C (Ácido ascórbico)

A vitamina C desempenha uma função muito importante na manutenção e suporte do

sistema imunológico, no que respeita a protecção de processos infecciosos. Funciona

também como um exelente antioxidante e desempenha também um papel muito

importante no que respeita à fortificação dos ossos.

Principais fontes: limão, laranja, abacaxi, manga couve e tomate.

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Vitamina D
O consumo de alimentos ricos em vitamina D, assune grande importância no processo de

absorção de cálcio e fósforo no intestino, bem como no controle da tensão arterial, no

controle do peso e na prevenção de diversos tumores.

Principais fontes: manteiga, gema de ovo, peixe.

2.2.Distúrbios alimentares

Principais distúrbios alimentares

Os distúrbios alimentares são doenças do foro psiquiátrico que se caracterizam

fundamentalmente por alterações significativas do comportamento alimentar. Alguns

exemplos de doenças relacionadas com distúrbios alimentares são:

 Anorexia, uma condição na qual a criança se recusa a comer quantidades

adequadas de calorias, pelo medo intenso e irracional de ficar com peso excessivo.

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 Bulimia, um estado em que uma criança come compulsivamente e mais tarde tem

tendência para induzir o vómito, ou a utilizar laxantes, de forma a expulsar o que

anteriormente ingeriu.

 Compulsão alimentar (Obesidade) uma condição na qual uma criança engorda

rapidamente, pela ingestão incontrolada de comida e pela acumulação de gordura

nos tecidos.

Curiosidades….

Em crianças e adolescentes, os transtornos alimentares podem acumular-se. Algumas

crianças alternam entre períodos de anorexia e bulimia.

Os distúrbios alimentares geralmente desenvolvem-se durante a adolescência ou início da

idade adulta. No entanto, eles podem começar na infância, também.

Anorexia em crianças e adolescentes

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Crianças e adolescentes com anorexia têm uma imagem distorcida do corpo. Pessoas com

anorexia vêem-se como obesos, mesmo quando eles estão perigosamente magros. Vivem

obcecados pela magreza e recusam manter um peso normal.

Sintomas da anorexia incluem:

 Ansiedade, depressão, perfeccionismo,

 Utilização de dieta rigorosas, mesmo quando se encontram extremamente magros

 Prática de exercício de forma compulsiva e excessiva

 Ausência de menstruação

 Rápida perda de peso

 Estranhos hábitos alimentares, tais como evitar as refeições, comer em segredo, o

acompanhamento a cada mordida do alimento, ou comer apenas determinados

alimentos em pequenas quantidades.

 
A Anorexia pode levar a vários problemas de saúde graves. Esses problemas incluem:

 Danos a órgãos importantes, especialmente o cérebro, coração e rins

 Arritmia cardíaca

 Diminuição da pressão arterial, pulso, temperatura corporal, respiração e taxas

 Sensibilidade ao frio

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 Enfraquecimento dos ossos

Bulimia em crianças e adolescentes

Assim como as crianças e adolescentes com anorexia, os jovens com bulimia também

temem o aumento de peso e sentem-se extremamente infelizes com os seus corpos.

Caracterizam-se por comer compulsivamente e em períodos curtos de tempo. São

acompanhados por sentimentos de vergonha e culpa.

A indução do vómito e/ ou o uso de laxantes e diuréticos, são comportamento que ajudam

no diagnóstico da doença.

Sintomas da bulimia incluem:

 Abuso de drogas e álcool

 Abuso de laxantes e outros tratamentos para evitar o aumento de peso

 Ansiedade

 Consumo de grandes quantidades de alimentos

 Comer em segredo ou ter hábitos alimentares incomuns

 Exercício excessivo

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 Tristeza

 Vómitos após as refeições :

 Danos ao esmalte dos dentes


 Inflamação do esófago
 Inchaço das glândulas salivares nas bochechas

Além disso, a bulimia pode também diminuir os níveis sanguíneos de potássio. Isso pode

levar a perigosos, ritmos cardíacos anormais.

Compulsão alimentar em crianças e adolescentes

Compulsão alimentar é semelhante à bulimia. Existe uma ingestão descontrolada de

grandes quantidades de comida, num curto espaço de tempo, que normalmente resultam

em desconforto. Como resultado, eles tendem a ficar acima do peso ou obesos.

O excesso de peso causado pela compulsão alimentar coloca a criança em risco desses

problemas de saúde como:

 Doenças cardíacas

 Pressão alta

 Colesterol elevado

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 Diabetes tipo 2

Obesidade e excesso de peso

A obesidade infantil é especialmente evidente nos países desenvolvidos, onde se verificam

estilos de vida sedentários e, cuja ingestão alimentar se baseia em produtos de

conveniência, que são tipicamente ricos em calorias e pobres em valores nutricionais.

A obesidade infantil é particularmente preocupante devido a uma série de complicações

crónicas que se desenvolvem até à fase adulta, como a hipertensão, diabetes e colesterol.

A obesidade infantil pode surgir por factores hormonais ou genéticos. Contudo, a causa

mais frequente para o aumento de peso é a ingestão alimentar excessiva e, a falta de

exercício físico. Se as crianças consumirem mais calorias do que o seu gasto diário, com as

actividades físicas normais, vão ganhar mais peso do que o recomendado.

Existem muitos factores que combinados, contribuem para o risco elevado de obesidade :

 O consumo regular de alimentos muito calóricos (doces, snacks )

 A falta de exercício nas crianças, contribui para o aumento de peso

 Predisposição genética

 Factores psicológicos

 Factores familiares/ Sociais

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Outros distúrbios alimentares

Peso insuficiente

Se a criança não estiver a ganhar peso suficiente, fale com o pediatra sobre possíveis

problemas de saúde que estejam na origem do fenómeno. Como existem crianças com

apetites muito reduzidos, devemos certificar-nos que todas as refeições são respeitadas.

Recusas em comer

Muitas crianças atravessam fases em que se recusam a comer determinados alimentos. Tal

facto é mais frequente em crianças até aos cinco anos de idade. Para contornar esta

dificuldade, ofereça à criança refeições regulares e torne as horas das refeições divertidas,

utilizando pratos e alimentos coloridos, apresentando a comida de forma original e

atrativa.

Diarreia

A diarreia é um problema relativamente comum em crianças pequenas. Normalmente a

origem deste distúrbio prende-se com o uso excessivo de sumos ou alimentos com grande

concentração de açúcar.

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Mantenha a criança longe destes alimentos por uns dias, reintroduzindo-os

gradualmente.

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3.Higiene, manutenção e preparação de equipamentos espaços e materiais

3.1.Conceitos fundamentais

Higiene e limpeza dos colaboradores

Os colaboradores devem manter uma higiene pessoal cuidada, lavando as mãos como

rotina, sempre que chegam à creche, antes de começar a trabalhar, antes e depois de

administrarem primeiros socorros, antes de dar de comer às crianças, antes e depois de

cada muda de fraldas, depois de irem à casa de banho ou de terem ajudado a criança nessa

tarefa, depois de utilizarem um lenço, depois de manusear lixo, depois de tocarem nos

olhos, orelhas, nariz, cabelo ou boca, sua ou da criança, depois dos intervalos de descanso,

depois de mudar os bebés, etc..

Os colaboradores devem usar vestuário e calçado, adequado e confortável à realização das

actividades com as crianças. O estabelecimento deve disponibilizar contentores de toalhas

em rolo ou toalhas de papel para secar as mãos. Poderão ser utilizados toalhetes em

situação de emergência (p.e. falta de água), de forma a manter uma barreira protectora

dos germes. Está estabelecido um Plano de Limpeza e Higiene das Infra-estruturas que

prevê a periodicidade de limpeza dos espaços, equipamento/utensílios.

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Sempre que os serviços de higiene das instalações e equipamento são subcontratados, o

estabelecimento deve assegurar que a entidade prestadora do serviço respeita os

procedimentos e a legislação em vigor.

Higiene e limpeza dos espaços

• Os espaços onde são realizadas as actividades com as crianças (salas e refeitórios),

são limpos e arrumados no final de cada dia.

• Nos espaços destinados às crianças mais pequenas (berçário) só é permitida a

utilização de sapatos com uma protecção, por parte dos adultos;

• A área de mudança das fraldas deve estar separada da área de refeições e deve;

• Ser utilizada só para esse efeito;

• Ser limpa e desinfectada depois de cada muda;

• Estar junto de uma área com água quente corrente;

• Estar próxima da área de arrumação do equipamento e utensílios

necessários para o efeito (p.e. toalhetes, fraldas, pomadas, contentor de

fraldas sujas).

• O contentor destinado às fraldas sujas e toalhetes encontra-se selado e fora do

alcance das crianças.

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• Os espaços de preparação e confecção da alimentação dos bebés (p.e. bancada,

esterilizador de biberões) e os respectivos utensílios individuais (p.e. biberão) são

arrumados após cada utilização.

• A desinfestação das instalações é efectuada, no mínimo, anualmente, de acordo


com o Plano de Desinfestação.

Higiene e limpeza equipamento/utensílios

O Plano de Limpeza e Higiene das Infra-estruturas prevê:

• A mudança semanal da roupa de cama (i.e. catre e berço) das crianças ou sempre

que necessário;

• A limpeza e desinfecção semanal dos berços e catres ou sempre que necessário;

• A limpeza e desinfecção diária dos objectos utilizados nos cuidados de higiene das

crianças (p.e bacios, contentor de fraldas, sanitas).

Esta tarefa deverá ser realizada num local específico, separado do espaço onde se realizam

as actividades com crianças;

 A limpeza semanal do material lúdico-pedagógico ou sempre que necessário;

 O estabelecimento deve garantir que este material se encontre nas condições de

higiene e segurança estipulados na legislação em vigor e seja avaliado, pelo menos,

uma vez por ano, para verificação da manutenção das condições iniciais.

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4.Cuidados básicos de saúde

4.1. Ministrar medicamentos

O estabelecimento só deverá administrar medicamentos mediante a apresentação de

prescrição ou declaração médica pelas famílias. Na ausência de declaração médica, deve

ser solicitado às famílias um termo de responsabilidade, identificando a forma e horário de

administração do medicamento.

Os medicamentos deverão ser guardados em local seguro, nas embalagens originais,

salvaguardando-se as suas condições de preservação e de validade. O responsável pela

assistência deve efectuar todos os registos da assistência medicamentosa.

Quando a administração de medicamentos envolve conhecimentos técnicos específicos ou


a execução de determinados procedimentos, os colaboradores directamente envolvidos
devem ter formação adequada (p.e. na administração de insulina, que fazer perante um
ataque de epilepsia).

Vacinação

As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteger as crianças contra certas doenças.

Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de

resistência na eventualidade da doença surgir.

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Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso

receber várias doses da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também

necessário fazer doses de reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida. A vacinação, além

da protecção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois quando a

maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença.

O Plano Nacional de Vacinação (PNV) é da responsabilidade do Ministério da Saúde e

integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população

portuguesa. As vacinas que fazem parte do PNV podem ser alteradas de um ano para o

outro, em função da adaptação do Programa às necessidades da população,

nomeadamente pela integração de novas vacinas.

4.2.Tratamento de pequenas feridas

Ferimentos na pele

Como atuar:

 Lave a região com água e sabão, preferencialmente de glicerina por dois minutos.

Depois cubra-a com uma gaze limpa ou curativo adequado.

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 Havendo sangramento intenso, comprima o local afectado com outra gaze limpa

até que a criança pare de sangrar.

 Quando o objecto que causou o acidente estiver sujo ou enferrujado, caso a

carteira de vacinação não esteja em dia, será necessária a vacina antitetânica, que

pode ser aplicada em hospitais ou postos de saúde.

Cortes

Como actuar:

 Em casos de pequenos cortes, lavar com água e sabão, retirando a sujidade

 Fazer compressão local com pano limpo, até parar o sangramento.

 Cobrir com um curativo hipoalergénico e semipermeável

 Em caso de ferimentos maiores, lavar com água e sabão, comprimir com pano

limpo, encaminhando a criança para a emergência médica.

Queimaduras em geral

Como actuar:

 Para aliviar a dor, humedeça a região queimada com compressas ou toalhas

dobradas embebidas em água fria.

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 Mãos e braços podem ser mergulhados na água, mas não coloque o acidentado sob

o chuveiro frio. Sacos de gelo não têm eficácia. Após estes procedimentos, deixe a

queimadura livre, sem nada por cima.

 Objectos que ainda estejam na região afectada (anéis, relógios, pulseiras) devem

ser removidos antes que o inchaço crie mais problemas. Porém, se a retirada for

traumática, deixe que um médico o faça. Não use cremes ou anti-sépticos. Se

formarem-se bolhas, não mexa nelas.

Queimaduras químicas (pele e olhos)

Como actuar:

 Materiais químicos na pele devem ser lavados com água corrente, sem esfregar, até

que todos os resíduos sejam retirados.

 Se algum produto cair nos olhos, tente manter as pálpebras da vítima abertas e

escorra água corrente sobre o globo ocular afectado.

 Tome cuidado para que esta lavagem não atinja o olho são. Água corrente não

causa danos e ainda pode salvar da cegueira.

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Corpos estranhos

Na pele

Como actuar:

 Se a região estiver suja, limpe suavemente em volta do ferimento, com um pano

macio e sabão.

 O procedimento correcto nesses casos é procurar assistência médica.

 Não tente retirar qualquer objecto que esteja preso à pele. Ele pode estar próximo

de alguma artéria, veia ou nervo.

 Esse tipo de ferimento precisa ser bem tratado, para evitar problemas, como

infecções no local atingido, gangrena ou hemorragia.

 Não tendo sido vacinada contra o tétano, a vítima corre o risco de contrair a

doença. O mesmo risco existe, se o objecto estiver sujo ou enferrujado, sendo

imprescindível a vacina antitetânica.

No olho

Como actuar:

 Não permita que a criança mexa ou esfregue o olho.

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 Coloque-a sentada numa cadeira, sob boa iluminação, e incline a sua cabeça para

trás. Dessa maneira, você terá condições de observar onde está o objecto.

 Depois, pegue uma haste flexível com algodão nas pontas, humedecido em água

limpa e tente, com muita delicadeza, retirar o corpo estranho, tocando

delicadamente apenas nas laterais do globo ocular e na pálpebra inferior com

movimento suave, sem oferecer pressão. Faça este procedimento apenas se a

criança colaborar.

 Se a primeira tentativa falhar, não insista. O objecto pode estar encravado e só um

profissional poderá retirá-lo em segurança.

 Também não faça nada se ele estiver na íris, a parte colorida do olho, ou na parte

superior da pálpebra. Estas regiões são muito sensíveis e importantes. Uma pessoa

inexperiente pode causar danos irreversíveis à visão da criança, como lesões e

embranquecimento da córnea, o que leva a infecções e cegueira.

 Nesses casos, a única atitude correcta é levá-la rapidamente a um hospital que

tenha oftalmologista.

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No ouvido

Como actuar:

 É muito comum a criança aparecer com corpos estranhos no ouvido: desde bolinhas

e caroços até pequenos insectos (mosquitos e moscas). Em ambos os casos,

somente o médico pode resolver o problema.

 Não pingue líquidos ou introduza objectos no ouvido, pois existe a possibilidade de

o tímpano ter-se rompido, causando infecções e danos à audição.

No nariz

Como actuar:

 A tentativa de remover corpos estranhos (milho, feijão, sementes e caroços de

pequeno tamanho, alfinetes, grampos, palitos) do nariz pode empurrá-los para a

parte mais profunda. Isto só irá agravar o problema.

 Leve a criança ao médico que, em certos casos, poderá retirar o objecto com uma

rápida manobra.

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4.3.Acompanhamento aos serviços de saúde

As famílias devem possuir conhecimento necessário sobre as regras de actuação do

estabelecimento escolar em situações de emergência médica ou de doença da criança.

Para uma correta prestação dos cuidados de saúde, os estabelecimentos escolares devem

dispor de apoio de um profissional de saúde (um médico ou enfermeiro). No entanto todos

os outros colaboradores devem possuir formação profissional adequada para atuar sempre

que necessário. Em todas as situações de acidente, os colaboradores devem respeitar e

cumprir as normas de higiene e segurança, estabelecidas no âmbito dos cuidados de

primeiros socorros.

Nas situações em que a criança fique doente ou ocorra um acidente durante a sua

permanência na escola, o responsável deve avaliar rapidamente a gravidade da situação:

• Se a criança necessitar de cuidados médicos urgentes, o responsável entra em

contacto com a família e dirige-se ao serviço de saúde. Caso a criança regresse ao

estabelecimento, deve permanecer em local destinado para o efeito e se necessário

acompanhada até à chegada da família;

• Se a criança não necessitar de cuidados médicos urgentes, o estabelecimento

entra em contacto a família, para a entregar aos seus cuidados.

34
4.4.Informação à família dos acidentados

Deverá existir nas instituições de ensino, um responsável pelos procedimentos necessários


a seguir, em situação de acidente ou de doença. Estes procedimentos estão sempre
acessíveis a todos os funcionários.

A escola deve disponibilizar informação às famílias sobre cuidados de saúde e de


desenvolvimento das crianças (p.e. nutrição, doenças relacionadas com crianç as e
respectivos procedimentos, serviços e locais de saúde, reconhecimento de problemas de
saúde, encaminhamento das situações e despistagem de saúde gratuitos).

Todos os contactos necessários para resolução de situações de emergência de uma criança


(p.e. contactos da família, do médico assistente, de seguros de saúde, do número de
emergência nacional, do serviço de bombeiros, do hospital), estão em local acessível a
todos os colaboradores.

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Bibliografia

AA VV., Orientações curriculares para a educação pré-escolar, Ministério de Educação:


Departamento de Educação Básica, 1997

AA VV., Pensar formação – Formação de pessoal não-docente (animadores e auxiliares/


assistentes de acção educativa), Ministério de Educação: Departamento de Educação
Básica, 2003

AA VV., Qualidade e projecto na educação pré-escolar, Ministério de Educação:


Departamento de Educação Básica, 1998

Webgrafia

 Portal da criança
http://4pilares.zi-yu.com

 Associação para a promoção da segurança infantil


http://sitio.dgidc.min-edu.pt/

http://saudeemolhao.projectos.esffl.pt/index_ficheiros/Page1666.htm

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