Você está na página 1de 38

Minicurso

Módulo
Abordagem do Diabetes
Minicurso Tipo 2 na Atenção Básica.

Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

DAPAGLIFOZINA

Debora Angeli
Médica Endocrinologista CRM BA 9582
CODAR/CEDEBA
Minicurso
REFERÊNCIAS Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Ministério da Saúde/Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde


PORTARIA Nº 16, DE 29 DE ABRIL DE 2020

Torna pública a decisão de incorporar a dapagliflozina para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 no âmbito
do Sistema Único de Saúde - SUS.

PORTARIA SCTIE/MS Nº 54, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020

Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Diabete Mellitus Tipo 2.

DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2019/2020


DIABETES Minicurso
Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

“Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um


grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta
em comum a HIPERGLICEMIA, resultante de defeitos na ação
da insulina, na secreção de insulina ou em ambas”.
Diretrizes SBD, 2015-2016
Minicurso
Prevalência do Diabetes Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
DIABETES TIPO 2: DECLÍNIO FUNCIONAL DA CÉLULA BETA Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

SBD nas Redes. Pré-Diabetes: Afinal o quê fazer? Surge um Consenso. Ministério da Saúde: PLANO DE REORGANIZAÇÃODA ATENÇÃO ÀHIPERTENSÃO ARTERIAL E AO DIABETES
MELLITUS

A redução progressiva da função de célula Beta precisa ser considerada para definir esquema de tratamento apropriado ao diagnóstico e ajuste da terapia ao longo do
acompanhamento.

O tratamento farmacológico do DM2 iniciado precocemente está associado a melhores resultados no controle glicêmico e à diminuição das complicações em longo prazo.
Minicurso
Prevalência do Diabetes Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Brasil, M.S. Vigitel, 2016


Minicurso
Prevalência do Diabetes Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Brasil, M.S. Vigitel, 2016


Minicurso
Diabetes: Sintomas Clássicos Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Perda de peso
Cansaço e fraqueza

Fome e sede excessiva Muita urina


DM : sinais e sintomas Minicurso
Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
Diabetes: diagnóstico Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

 Glicemia jejum: ≥ 126 mg/dl; ou


 Glicemia 2h após sobrecarga: ≥ 200 mg/dl ou
 HbA1c: ≥ 6,5% ou
 Glicemia ao acaso: ≥ 200 mg/dl com sintomas clássicos

Diretrizes SBD, 2015-2016


Minicurso
Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
Diabetes: Classificação Etiológica Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

• DM Tipo 1 (5 a 10%)
• DM Tipo 2 (90 a 95%)
 Obeso
 Não obeso
• Outros tipos específicos:
 Pancreatite Crônica
 Endocrinopatias (S. Cushing, acromegalia, glucagonoma)
 V
 Medicamentoso ( corticóides, pípulas AC, interferon α)
 S. Genéticas específicas ( S. Prader-Willi, distrofia miotônica)
 Defeitos genéticos na função da célula β (MODY) ou da ação da insulina
 Infecções: rubéola congênita, etc...
 Diabetes gestacional

Diretrizes SBD, 2015-2016


Minicurso
Fatores geradores da Hiperglicemia Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
COM FINALIDADE PRÁTICA, OS ANTIDIABÉTICOS SÃO CLASSIFICADOS Minicurso
Abordagem do Diabetes
EM QUATRO CATEGORIAS: Tipo 2 na Atenção Básica.

Os que não aumentam a secreção de insulina:


Acarbose , Metformina, Pioglitazona

Os que aumentam a secreção de insulina:


Sulfoniuréias, Glinidas

Os que aumentam a secreção de insulina de maneira dependente da


glicose, além de promover a supressão do glucagon:
Inibidor de DPP IV, Análogo de GLP-1

Os que promovem glicosúria (sem relação com a secreção de insulina):


Inibidor de SGLT-2

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) 2019-2020: Tratamento farmacológico do diabetes mellitus tipo 2.
Minicurso
HIPOGLICEMIANTES ORAIS INCORPORADOS AO SUS Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Medicamento Posologia Efeitos colaterais Redução de Benefício/ Contraindicação


HbA1c Comorbidade

Glibenclamida 5-20 mg Aumento de peso.


Redução de
Maior risco de Gravidez
complicações
30 - 120 hipoglicemia, Insuficiência hepática ou
Glicazida microvasculares
mg especialmente em idosos. - 1,5 – 2% renal
TFG < 30 mL/min
Intolerância Gravidez
Redução de
500-2500 gastrointestinal, diarreia, Insuficiência hepática,
Metformina - 1,5 – 2% complicações micro e
mg deficiência de vitamina pulmonar ou cardíaca
macrovasculares.
B12. graves.
Acidose grave
Infeção urinária e genital
(5%) DAC e > 65 anos Gravidez
Depleção de volume, Redução de internação IRC moderada a grave (TFG
hipotensão e confusão por ICC e mortalidade estimada
Dapaglifozina 5-10 mg mental - 0,5-1,0% cardiovascular persistentemente inferior
Aumento do LDL-c Redução ponderal a 45 mL/min ou Clearance
Aumento transitório da Melhora de desfechos de Cr menor ou igual a 60
creatinina renais mL/min)
Cetoacidose euglicêmica
Fluxograma de tratamento para pacientes com diabetes tipo 2: Minicurso
Abordagem do Diabetes
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Diabetes Melito Tipo 2 Tipo 2 na Atenção Básica.

Metformina Liberação estendida se efeitos colaterais

Sulfoniuréia
Se > 65 anos e DAC:
adicionar inibidor de SGLT-2
Insulina NPH
Doença arterial coronariana: infarto agudo do miocárdio prévio, cirurgia de
revascularização do miocárdio prévia, angioplastia prévia das coronárias, angina
estável ou instável, acidente vascular cerebral isquêmico prévio, ataque isquêmico
transitório prévio e insuficiência cardíaca com fração de ejeção abaixo de 40%.
PORTARIA SCTIE/MS Nº 54, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020
Minicurso
Abordagem do Diabetes
INIBIDORES DO COTRANSPORTADOR SÓDIO-GLICOSE 2 (SGLT2) Tipo 2 na Atenção Básica.

OS SGLT2S AGEM PRINCIPALMENTE DIMINUINDO A REABSORÇÃO RENAL DE GLICOSE,


CONSEQUENTEMENTE AUMENTANDO A EXCREÇÃO URINÁRIA, FAVORECENDO A REDUÇÃO DA
GLICEMIA INDEPENDENTEMENTE DA SECREÇÃO ENDÓGENA OU DA AÇÃO DA INSULINA.

Essa classe de medicamentos está indicada em associação à metformina e/ou a outros antidiabéticos.

O medicamento da classe dos inibidores de SGLT2 disponibilizado pelo SUS para a intensificação do
tratamento é a DAPAGLIFOZINA

Recomenda-se iniciar o tratamento com a dapagliflozina na dose de 10 mg uma vez ao dia não sendo indicada
para pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) < 45 mL/min/1,73m2,27
Minicurso
DAPAGLIFOZINA: MECANISMO DE AÇÃO Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

A dapagliflozina é um inibidor altamente


potente, seletivo e reversível do co-
transportador sódio-glicose 2 (SGLT2).

Reduz a reabsorção renal de glicose e


levando à excreção do excesso dessa
glicose na urina (glicosúria).
Minicurso
DAPAGLIFOZINA: BENEFÍCIOS CLÍNICOS Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

 Rara hipoglicemia

 Redução do peso corporal

 Redução da pressão arterial

 Redução de internação por ICC e mortalidade cardiovascular.

 Redução de progressão de doença renal


Dapaglifozina : tratamento para pacientes com diabetes tipo 2: Minicurso
Abordagem do Diabetes
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Diabetes Melito Tipo 2 Tipo 2 na Atenção Básica.

O uso da dapagliflozina é recomendado para


pacientes com DM2, com idade igual ou superior a
65 anos e doença cardiovascular estabelecida que
não conseguiram controle adequado em
tratamento otimizado com metformina e
sulfonilureia.

PORTARIA SCTIE/MS Nº 54, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020


Dapaglifozina : tratamento para pacientes com diabetes tipo 2: Minicurso
Abordagem do Diabetes
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Diabetes Melito Tipo 2 Tipo 2 na Atenção Básica.

Como doença cardiovascular estabelecida

Doença arterial coronariana: infarto agudo do miocárdio prévio,


cirurgia de revascularização do miocárdio prévia, angioplastia prévia
das coronárias, angina estável ou instável, acidente vascular cerebral
isquêmico prévio, ataque isquêmico transitório prévio e insuficiência
cardíaca com fração de ejeção abaixo de 40%.

PORTARIA SCTIE/MS Nº 54, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2020


Minicurso
CONTRAINDICAÇÕES DA SGLT2i ( DAPAGLIFOZINA) Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

IRC moderada a grave (TFG estimada persistentemente inferior a 45


mL/min) ou Clearance de Cretainina menor ou igual a 60 mL/min)

Gravidez
Minicurso
TAXA DE FILTRACAO GLOMERULAR Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

TFG = Clearance de creatinina (mL/min) = (140 – idade) x peso (kg) x (0,85 se for mulher)

72 x creatinina sérica (mg/dL)

Dapaglifozina

Não iniciar se TFG < 45 mL/min.


Minicurso
EFEITOS COLATERAIS DA DAPAGLIFOZINA Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Infeção urinária e genital (5%)

Depleção de volume, hipotensão e confusão mental

Aumento do LDL-c

Aumento transitório da creatinina

Cetoacidose euglicêmica
Minicurso
DAPAGLIFOZINA : Cetoacidose Euglicêmica Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Redução dos níveis séricos da glicose, redução dos níveis circulantes de insulina, aumenta as taxas de lipólise
e cetogênese hepática, elevando os níveis circulantes de corpos cetônicos.

Possível reabsorção de acetoacetato pelos túbulos renais

A maior produção de corpos cetônicos, em associação com uma menor depuração dos mesmos, contribui para
ao maior nível sérico desses componentes.

Aumenta os níveis séricos de glucagon, sendo o mesmo responsável por promover cetogênese hepática. O
SGLT2 é expresso nas células alfa do pâncreas, envolvidas diretamente no mecanismo de regulação do
glucagon
DAPAGLIFOZINA : Cetoacidose Euglicêmica Minicurso
Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

ATENÇÃO:

EM PACIENTES INSULINIZADOS, GARANTIR DOSE ADEQUADA DE INSULINA, AO ASSOCIAR DAPAGLIFOZINA.

Não utilizar em pacientes com indicação de insulinoterapia e que não a iniciaram ainda.
Atenção ao iniciar em pacientes mais jovens, com sintomas ao diagnóstico e história de auto-imunidade.
Observar a aderência ao uso de insulina.
Atenção em pacientes insulinizados durante processos infecciosos ou intervenções cirúrgicas.
Minicurso
DAPAGLIFOZINA Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Medicamentos
•DAPAGLIFLOZINA 10 MG (POR COMPRIMIDO)

Documentos necessários
Cópia do Cartão Nacional de Saúde (CNS) do paciente;
Cópia de documento de identidade e CPF do paciente;
Cópia do comprovante de residência;
Laudo para Solicitação de Medicamentos do Componente Especializado (LME), adequadamente
preenchido (deve ser renovado SEMESTRALMENTE);
Prescrição médica devidamente preenchida (deve ser renovada SEMESTRALMENTE junto com
o LME);
Termo de Esclarecimento e Responsabilidade -TER; assinado pelo médico e paciente.
Relatório médico com CID-10, informando os critérios de inclusão.

http://www.saude.ba.gov.br/patologia/diabete-melito-tipo-2/
Relatório médico com CID-10 e critérios de Minicurso
Abordagem do Diabetes
inclusão (PCDT): Tipo 2 na Atenção Básica.

1. Paciente com DM2, com idade igual ou superior a 65 anos;


2. Doença cardiovascular estabelecida (infarto agudo do miocárdio prévio, cirurgia
de revascularização do miocárdio prévia, angioplastia prévia das coronárias,
angina estável ou instável, acidente vascular cerebral isquêmico prévio, ataque
isquêmico transitório prévio e insuficiência cardíaca com fração de ejeção abaixo
de 40%)
3. Sem controle adequado em tratamento prévio com metformina e sulfonilureia.
4. Paciente com taxa de filtração glomerular (TFG) > 45 mL/min/1,73m²
Minicurso
EXAMES PARA ABERTURA DO PROCESSO Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Glicemia aleatória ou Glicemia em jejum em duas ocasiões*, ou Glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75 g


glicose, ou HbA1c em duas ocasiões**.

*Os exames de Glicemia devem ser realizados com intervalo de tempo (máximo de 60 dias).

**Os exames de HbA1c devem ser realizados com intervalo de tempo ( máximo de 90 dias ).

Colesterol total, triglicerídeos, HDL colesterol, LDL colesterol, creatinina sérica

Taxa de filtração glomerular estimada ou ( albuminúria e creatininúria)


Minicurso
EXAMES DE MONITORAMENTO Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Exames de monitoramento

Glicemia em jejum, Glicemia pós-prandial, HbA1c. Periodicidade: a cada três meses, podendo ser realizada
apenas semestralmente para aqueles pacientes com controle ótimo.

Colesterol total, triglicerídeos, HDL colesterol, LDL colesterol, creatinina sérica, Periodicidade: a cada doze
meses.

Clearance de creatinina estimada ou (albuminúria e creatininúria). Periodicidade: a cada doze meses,

Fundoscopia. Periodicidade: a cada doze meses,

Avaliação dos pés com monofilamento. Periodicidade: a cada doze meses,

Dosagem de vitamina B12. Periodicidade: a cada doze meses


Minicurso
TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
FLUXO SALVADOR Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
Fluxo de acesso para Núcleos Regionais de Saúde (NRS) Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
DAPAGLIFLOZINA Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Unidades de Referência http://www.saude.ba.gov.br/patologia/diabete-melito-tipo-2/


Capital
CEDEBA- Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia
End: Av. Antônio Carlos Magalhães, s/nº, Edf. Professor José Maria
de Magalhães Netto. Salvador/Ba.
Tel/Fax da farmácia: 3106-6069/3106-6040
Horário: 8h às 17h
E-mail: cedeba.farmacia@saude.ba.gov.br
Interior
Bases Regionais de Saúde e Núcleos Regionais de Saúde (antigas
DIRES)
Minicurso
Diabetes: grande desafio Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.
Minicurso
Abordagem do Diabetes
Tipo 2 na Atenção Básica.

Obrigada!

Você também pode gostar