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SUMÁRIO
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA – JULHO DE 2020.................................................................................... 2
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................................. 2
A) REPASSE DE RECURSOS FEDERAIS AO DF: FISCALIZAÇÃO .......................................................... 2
B) TRABALHO RURAL ANTES DOS 12 ANOS ................................................................................... 2
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL ....................................................................................................... 3
A) ESTELIONATO: NOVA REGRA DA REPRESENTAÇÃO ................................................................... 3
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL .............................................................................................................. 4
A) LEI DE DROGAS ........................................................................................................................ 4
DIREITO PROCESSUAL PENAL .............................................................................................................. 5
A) COMPETÊNCIA – “PIRAMIDE FINANCEIRA” ............................................................................... 5
B) COMPETENCIA – CULTIVO DE CANNABIS (MACONHA) .............................................................. 5
C) SUSPENSÃO DE TRABALHO EXTERNO (COVID-19) ..................................................................... 6
D) RESOLUÇÃO 62/CNJ E RÉU PRESO NO EXTERIOR....................................................................... 7
DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................. 8
A) MANDADO DE SEGURANÇA – LEGITIMIDADE ........................................................................... 8
B) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E DELAÇÃO PREMIADA ......................................................... 8
C) RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO .............................................................................. 9
OUTROS JULGADOS RELEVANTES ........................................................................................................ 9
A) RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA – ACIDENTE EM LINHA FÉRREA ......................................... 9
B) PRISÃO CIVIL POR ALIMENTOS (COVID-19) ............................................................................. 10
C) USO INDEVIDO DE IMAGEM DE TORCEDOR ............................................................................ 10
EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................... 11
GABARITO COMENTADO .................................................................................................................. 13

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CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA – JULHO DE 2020


Prezado(a) aluno(a).

Apresentamos a coletânea de julgados do STF e STJ do mês de julho de 2020, relativo às


matérias de Direito Constitucional, Direito Penal, Processo Penal e Direito Administrativo.
Acrescemos, ainda, julgados de outras áreas do direito que por seu teor mostram-se
relevantes para os concursos da carreira de delegado de polícia.
A proposta deste projeto é apresentar um material que seja ao mesmo tempo completo e
sintético, adotando a metodologia que consideramos mais eficaz para fixação do conteúdo:
exposição do caso concreto seguido das premissas jurídicas e fundamentos da decisão – tudo
com uma linguagem clara e objetiva.
Ao final serão apresentadas questões inéditas com o respectivo gabarito comentado.

➢ Informativos analisados:
• STJ – 673, 674
• STF – Não houve

DIREITO CONSTITUCIONAL
A) REPASSE DE RECURSOS FEDERAIS AO DF: FISCALIZAÇÃO
STJ, 674 - O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem competência para
fiscalizar a aplicação de recursos federais repassados ao Distrito Federal.
(RMS 61.997-DF)

Caso Concreto: O Tribunal de Contas/DF determinou a instauração de tomada de


contas especial (TCE) para apurar indícios de irregularidades em pagamento efetuados em
favor de uma empresa do ramo de saúde. A empresa impetrou mandado de segurança (MS)
junto ao TJ/DF, alegando incompetência do TC/DF e usurpação de função do TCU, dado que os
recursos seriam federais. O TJ/DF negou o MS e o caso chegou ao STJ.
Decisão 1° Turma/STJ: A competência do TCU para fiscalizar a aplicação de recursos
federais não afasta a dos tribunais de contas dos estados e do DF, quando isto for previsto nas
respectivas constituições. In casu, o art. 78, VII da Lei Orgânica do DF, atribui ao TC/DF a
competência para fiscalizar “quaisquer” recursos repassados ao Distrito Federal. Com isso,
pouco importa a origem dos recursos (federais + distritais ou apenas federais), sempre se
admitirá a fiscalização pelo TC/DF.

B) TRABALHO RURAL ANTES DOS 12 ANOS


STJ, 674 - Apesar da proibição do trabalho infantil, o tempo de labor rural
prestado por menor de 12 anos deve ser computado para fins
previdenciários. (AgInt no AREsp 956.558-SP)

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Caso concreto: durante o processo de aposentadoria, JOÃO CUNHA alegou ter exercido
trabalho rural antes dos 12 anos de idade. O tribunal de origem reconheceu as provas
apresentadas, mas limitou o cômputo do tempo a partir dos 14 anos.
Premissas: o art. 7°, XXXIII da CR/88 impõe limites ao trabalho do menor, podendo ser
assim sintetizado:
Grupo protegido Regra Exceção
Entre 16 e 18 anos Pode trabalhar Não pode se for trabalho noturno, perigoso ou insalubre.
Menores de 16 anos Não pode trabalhar A partir dos 14, na condição de aprendiz.
Decisão 1° Turma/STJ: O STJ determinou o reconhecimento do trabalho mesmo antes
dos 12 anos de idade, sob os seguintes fundamentos: i) influência do pensamento garantístico;
ii) decisão que confira maior proteção e mais eficaz tutela dos direitos subjetivos dos
hipossuficientes; iii) não interpretar o art. 7o., XXXIII, da Constituição em prejuízo da criança
ou adolescente; iv) evitar a “dupla punição” da criança ou adolescente. Definiu-se, ainda, a
impossibilidade de se estabelecer um limite mínimo de idade para o reconhecimento do labor
infantil para fins previdenciários.

DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL


A) ESTELIONATO: NOVA REGRA DA REPRESENTAÇÃO
STJ, 674 - A retroatividade da representação no crime de estelionato não
alcança aqueles processos cuja denúncia já foi oferecida. (HC 573.093-SC)

Premissas: a) a Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime), incluiu o § 5° ao art. 171, CP,


tornando o crime de Estelionato condicionado à representação do ofendido, salvo se a vítima
for: a Administração Pública, direta ou indireta; criança ou adolescente; pessoa com
deficiência mental; maior de 70 anos de idade ou incapaz; b) a norma possui aparente
natureza híbrida: é processual, pois inclui a representação como condição de procedibilidade;
e é penal material, pois poderia ensejar a extinção da punibilidade pela decadência – art. 107,
IV, CP; c) não se estabeleceu regra para sua aplicabilidade aos processos em curso; d)
distinção entre condição de procedibilidade e condição de prosseguibilidade.
Condição de procedibilidade Condição de prosseguibilidade
Condição necessária para o início Condição necessária para a
do processo; continuidade do processo;
Ex.: representação do ofendido; Ex. Art. 91, Lei 9.099/95;
Caso concreto: o réu fora condenado em 1° grau por estelionato, tendo sua apelação
negada pelo TJ/SC. Com a entrada em vigor da Lei n. 13.694/19, opôs embargos de declaração
indireta, requerendo aplicação imediata da norma: invocação da vítima para representar ou
anulação do processo. O caso chega ao STJ via HC, dada a suposta negativa de aplicação
retroativa de norma mais benéfica ao réu.
Decisão da 5° Turma/STJ: embora não tenha conhecido o HC, o relator pontuou que a
retroatividade da representação no crime de estelionato não alcança aqueles processos cuja
denúncia já foi oferecida, dado tratar-se de ato jurídico perfeito. Ademais, eventual
necessidade de convocação da vítima transformaria a nova regra de condição de
procedibilidade em condição de prosseguibilidade.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL


A) LEI DE DROGAS
STJ, 673 - A conduta de transportar folhas de coca melhor se amolda, em
tese e para a definição de competência, ao tipo descrito no § 1º, I, do art.
33 da Lei n. 11.343/2006, que criminaliza o transporte de matéria-prima
destinada à preparação de drogas. (CC 172.464-MS)

Caso concreto: durante uma fiscalização, na Cidade de Corumba/MS, a PRF apreendeu


4,4 Kg de folhas de coca, de origem boliviana, escondidos no estepe de um veículo. Segundo o
condutor, o material seria levado para Uberlândia/MG, onde seria usado em práticas
religiosas por uma tribo indígena. Lavrado o flagrante, a análise pericial constatou que aquela
quantidade poderia produzir de 4,4 a 23 gramas de cocaína, a depender da técnica adotada.
A questão chegou ao STJ via conflito negativo de competência entre o juízo federal e o
estadual. Para definição da competência, no entanto, o STJ precisou decidir se a conduta
narrada melhor se amoldaria, em tese, ao delito de Porte de drogas para consumo pessoal
(art. 28), de competência estadual; ou Tráfico internacional de drogas (art. 33, I, §1º c/c art.
40, I e VII), de competência federal.
Vamos comparar as redações dos dispositivos:

Art. 33, I, § 1º C/C Art. 40, I, VII Art. 28, § 1º

Art. 33. Importar, exportar, remeter, Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em
preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, depósito, transportar ou trouxer consigo,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, para consumo pessoal, drogas sem
transportar, trazer consigo, guardar, autorização ou em desacordo com
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou determinação legal ou regulamentar será
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, submetido às seguintes penas:
sem autorização ou em desacordo com § 1º Às mesmas medidas submete-se quem,
determinação legal ou regulamentar: para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: ou colhe plantas destinadas à preparação de
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, pequena quantidade de substância ou
adquire, vende, expõe à venda, oferece, produto capaz de causar dependência física
fornece, tem em depósito, transporta, traz ou psíquica.
consigo ou guarda, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar,
matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;

Competência Federal – Art. 109, V, CR/88 Competência Estadual – Porte para


C/C Art. 70 Lei 11.343/06 consumo pessoal não é tráfico de drogas.

Premissas: 1) a folha de coca ("erythroxylum coca lam") não é, por si mesma, droga; 2) a
folha de coca consta na Portaria n. 344 da Anvisa como substância proscrita, que pode
originar substância entorpecente ou psicotrópica;
Decisão da 3° Seção/STJ: o STJ entendeu que embora seu uso fosse, em tese, para
consumo pessoal, não é possível enquadrar a conduta no art. 28 da Lei 11.343/06, pois este se

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refere apenas ao transporte de “drogas”, não incluindo suas matérias primas ou insumos.
Noutra via, Em razão disso, admite-se seu enquadramento no ° 1°, I, do art. 33 da Lei
11,343/06. Por estas razões, definiu-se que a conduta amolda-se, em tese, ao delito ao art. 33,
I, §1º da Lei de Drogas, no caso específico, combinado com o art. 40, I (transnacionalidade),
atraindo, portanto, a competência federal para o processo e julgamento.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


A) COMPETÊNCIA – “PIRAMIDE FINANCEIRA”
STJ, 673 - Ausentes os elementos que revelem ter havido evasão de divisas
ou lavagem de dinheiro em detrimento de interesses da União, compete à
Justiça Estadual processar e julgar crimes relacionados a pirâmide
financeira em investimento de grupo em criptomoeda. (CC 170.392-SP)

Caso Concreto: no curso de uma investigação acerca de um grupo de investimentos em


criptomoedas “bitcoin”, o juiz estadual considerou-se incompetente, dado que, no seu
entendimento, o fato configuraria crime contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei n.
7.492/86), de competência federal. O juízo federal, por sua vez, também se considerou
incompetente, gerando um conflito negativo de competência, a ser julgado pelo STJ.
Premissas: 1) operações com criptomoedas não são reguladas pelo ordenamento
jurídico brasileiro; 2) moedas virtuais não são consideradas “moeda”, tampouco “valores
mobiliário”; 3) o STJ entende que a captação de recursos para fins de “pirâmides financeiras”
configura crime contra a economia popular – art. 2º, IX, Lei 1521/51.
Decisão da 3° Seção/STJ: A captação de recursos financeiros decorrentes de “pirâmide
financeira” não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal – uma vez que não se
enquadra no conceito de atividade financeira. A jurisprudência da 5º e 6° turmas do STJ é no
sentido de que as pirâmides financeiras configuram, em tese, Crime contra a Economia
Popular (Lei n. 1.521/51), portanto de competência estadual, nos termos da Súmula 498/STF.
Súmula 498/STF - Compete à Justiça dos Estados, em ambas as
instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economia
popular.
Observe que, se no curso da investigação fosse evidenciada a prática de evasão de
divisas ou lavagem de dinheiro em detrimento de interesses da União, a investigação passaria
para competência da Justiça Federal.

B) COMPETENCIA – CULTIVO DE CANNABIS (MACONHA)


STJ, 673 - Compete à Justiça Estadual o pedido de habeas corpus
preventivo para viabilizar, para fins medicinais, o cultivo, uso, porte e
produção artesanal da Cannabis (maconha), bem como porte em outra
unidade da federação, quando não demonstrada a internacionalidade da
conduta. (CC 171.206-SP)

Caso concreto: Uma pessoa interessada em cultivar cannabis sativa (maconha), a ser
usada para fins medicinais, impetra um habeas corpus preventivo a fim de evitar eventual
constrangimento ilegal das autoridades policiais. O juízo estadual declara-se incompetente
para expedir o Salvo Conduto, alegando que o transporte em outras unidades da federação

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seria indício de transnacionalidade da conduta. A questão chega ao STJ via conflito de


competência.
Premissas: 1) tráfico internacional de drogas é de competência federal; 2) tráfico
interestadual de drogas é de competência estadual; 3) admite-se tanto o HC repressivo quanto
o preventivo.
Decisão da 3° Seção/STJ: Segundo a 3º Seção, o HC preventivo deve dirigir-se à Justiça
Estadual, uma vez que não se vislumbra elementos mínimos que indiquem a necessidade de
importação da droga. É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que a competência da
justiça federal para julgar o crime de tráfico de drogas só é reconhecida ante a demonstração
da internacionalidade da conduta.

C) SUSPENSÃO DE TRABALHO EXTERNO (COVID-19)


Com a crise decorrente da COVID-19 o CNJ publicou em 18 de março de 2020, a
Resolução n. 62/2020, que trata em seu art. 5º da substituição da prisão decorrente da
sentença condenatória pela domiciliar. Entre as hipóteses de substituição apontadas na
Resolução, destaca-se: a) priorização de pessoas vulneráveis e grupos de risco; b)
superlotação e impossibilidade de tratamento de saúde; c) pessoas com diagnóstico suspeito
ou confirmado de COVID-19.
Destaca-se a redação do inciso III, do art. 5º que aponta entre as hipóteses: “concessão
de prisão domiciliar em relação a todas as pessoas presas em cumprimento de pena em regime
aberto e semiaberto, mediante condições a serem definidas pelo Juiz da execução;”.
Em razão disso, têm chegado aos tribunais diversos casos concretos de apenas ou
investigados pedindo a substituição da prisão pela domiciliar. No Informativo 673 a 5º e 6º
Turmas julgaram casos semelhantes com decisões diversas.
Acompanhe.
STJ, 673 - A suspensão temporária do trabalho externo no regime
semiaberto em razão da pandemia atende à Resolução n. 62 do CNJ, cuja
recomendação não implica automática substituição da prisão decorrente
da sentença condenatória pela domiciliar. (AgRg no HC 580.495-SC)

Caso concreto: em SC, um reeducando apenado por crime hediondo, que cumpria pena
em regime semiaberto teve suspenso seu direito de realização de trabalho externo em razão
dos riscos sanitários decorrentes da COVID-19. O reeducando impetrou HC requerendo a
continuidade do trabalho externo ou a conversão da prisão em domiciliar. O HC não foi
conhecido em decisão monocrática, levando a parte a agravá-lo perante a 5° Turma.
Premissas: 1) durante a crise de COVID-19, diversos entes políticos vêm limitando o
ingresso nas unidades prisionais apenas a pessoas indispensáveis a seu funcionamento; 2) a
Resolução n. 62 de 18/MAR/20 do CNJ trata da substituição da prisão decorrente da sentença
condenatória pela domiciliar, devendo-se demonstrar para tanto: a) tratar-se de apenado do
grupo de risco; b) impossibilidade de receber tratamento na penitenciária; c) risco real de
existência de contaminação dentro do estabelecimento prisional.
Decisão da 5° Turma/STJ: denegou-se a ordem de HC, alegando, não existir
constrangimento ilegal. Fundamentou-se no sentido de que a decisão resguarda um bem
maior – a saúde do próprio reeducando e da coletividade. Justificou-se, ainda, que a
inexistência de casos de COVID-19 na penitenciária e o fato de o impetrante não compor o
grupo de risco.

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➢ Em caso semelhante, contudo, a 6º Turma decidiu em sentido oposto:

STJ, 673 - É cabível a concessão de prisão domiciliar aos reeducandos que


cumprem pena em regime semiaberto e aberto que tiveram suspenso o
exercício do trabalho externo, como medida preventiva de combate à
pandemia, desde que não ostentem procedimento de apuração de falta
grave. (HC 575.495 – MG)

Caso concreto: a Defensoria Pública de MG ingressou com HC coletivo, em favor de


diversos reeducandos que cumpriam pena em regime aberto e semiaberto e tiveram seus
benefícios de trabalho externo revogados em razão da pandemia de COVID-19, determinando-
se o retorno ao regime fechado. No curso da ação da DPE/DF peticionou pedindo extensão dos
efeitos da decisão, por similitude fático-jurídica.
Premissas: 1) os tribunais superiores vêm admitindo o instituto do HC coletivo,
avaliando que o instrumento favorece a economia processual e prestação jurisdicional mais
célere e eficiente;
Decisão da 6° Turma/STJ: No mérito a turma concedeu a ordem, fundamentando no
art. 5º, III da Resolução 62/2020 do CNJ. Apontou-se que a suspensão dos benefícios traz
degradação à situação vivida pelos custodiados e prejudica suas reinserções sociais. Apontou-
se, ainda, que o recrudescimento da situação prisional só é admitido como forma de
penalidade em razão de cometimento de falta disciplinar, desde que observado o
contraditório e ampla defesa.
Por tudo, determinou-se a imposição da prisão domiciliar a todos os custodiados presos
em regime aberto e semiaberto de MG (com extensão para o DF), mediante condições a serem
definidas pelo juízo da execução.

D) RESOLUÇÃO 62/CNJ E RÉU PRESO NO EXTERIOR


STJ, 673 - A Recomendação n. 62/2020 do CNJ não é aplicável ao acusado
que não está privado de liberdade no sistema penal brasileiro. (AgRg no HC
575.112-RJ)

Caso concreto: um cidadão brasileiro residente nos EUA teve uma ordem de prisão
determinada no curso da Operação o Unfair Play, desdobramento da Operação Lava-Jato. Ele
ingressa com HC contra a decisão judicial alegando uma série de argumentos (700 páginas),
dentre os quais a pandemia de COVID-19, e requer a conversão da prisão em cautelares
diversas.
Premissas: 1) A CR/88 não admite, em regra, que o STJ analise HC contra decisão
denegatória de desembargador antes de pronunciamento do órgão colegiado.
Decisão 6º Turma/STJ: o HC não serve para o revolvimento vertical de provas, de
modo que o STJ não adentra ao mérito dos argumentos apresentados pela defesa. Quanto à
crise de COVID-19, fundamenta o STJ que a Resolução 62/CNJ não se aplica a pessoas que não
estejam presas no Brasil, além de que não existem indicativos de provável extradição. Agravo
regimental não provido.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
A) MANDADO DE SEGURANÇA – LEGITIMIDADE
STJ, 673 - O Secretário de Estado da Fazenda não está legitimado a figurar,
como autoridade coatora, em mandados de segurança que visam evitar a
prática de lançamento fiscal. (RMS 54.823-PB)

Caso concreto: Uma determinada associação ingressou com um mandado de segurança


em face do secretário da fazenda visando evitar o lançamento de um tributo que julgava
inconstitucional.
Decisão da 2° Turma/STJ: o STJ não reconheceu a legitimidade passiva do secretário,
dado que o mesmo apenas orientou os órgãos subordinados a respeito da aplicação da lei no
âmbito administrativo. Em razão do erro no endereçamento o tribunal determinou a extinção
do writ sem julgamento do mérito.

B) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E DELAÇÃO PREMIADA


STJ, 674 - Os benefícios da colaboração premiada, previstos nas Leis ns.
8.884/1994 e 9.807/1999, não são aplicáveis no âmbito da ação de
improbidade administrativa. (REsp 1.464.287-DF)

Caso concreto: um contrato administrativo de prestação de serviços de telemarketing


passou por uma alteração subjetiva (cisão da empresa contratada) e por um aditivo (sub-
rogação para a nova PJ) considerado ilícito pelo Ministério Público, que ingressou com uma
ação civil pública por improbidade administrativa. Os réus foram condenados pelo art. 12, III
da Lei n. 8.429/92). Um dos condenados recorreu requerendo benefícios relativos à sua
colaboração nas investigações.
Premissas: a) a condenação por improbidade administrativa exige a demonstração de
dolo, bastando o dolo genérico; b) a delação premiada, espécie de colaboração, embora
consagrada na Lei 12.850/13, já era prevista de forma esparsa em outros dispositivos, como
nos art. 13 a 15 da Lei n. 9.807/99 (proteção de vítimas e testemunhas ameaçadas) e art. 35-B
da Lei n. 8.884/94 (atualmente revogado pela Lei n. 12.529/11).
Decisão da 2° Turma/STJ: a turma não conheceu o recurso em relação aos pontos que
exigiam revolvimento vertical de provas e negou em relação ao réu que requeria benefícios de
colaboração. Fundamentos: a) os benefícios da delação premiada da Lei n. 9.807/99 são
restritos à esfera penal; b) os benefícios do “acordo de leniência” previstos na Lei Antitruste
(Lei 12.529/11) restringem-se aos crimes contra a ordem econômica (Lei n. 8.137/90) ou
prática de cartel; c) a Lei de Improbidade veda expressamente qualquer modalidade de
acordo ou transação (art. 17, § 1°).
Atenção: A Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime) alterou a redação do art. 17, §1° da LIA,
passando a admitir a celebração de acordo de não persecução civil. Contudo, o art. 17-A que
dispunha sobre as condições para o acordo de transação, foi vetado pelo Presidente da
República, sob o argumento de que não era razoável que o Ministério Público detivesse o
monopólio de sua propositura. Com isso, o quadro atual é o seguinte: admite-se o acordo de
não persecução civil nas ações de improbidade administrativa, no entanto a lei não dispõe
sobre quais as condições para sua implementação.

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C) RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO


STJ, 674 - Aplica-se igualmente ao estado o que previsto no art. 927,
parágrafo único, do Código Civil, relativo à responsabilidade civil objetiva
por atividade naturalmente perigosa, irrelevante o fato de a conduta ser
comissiva ou omissiva. (REsp 1.869.046-SP)

Caso concreto: dentro das instalações do fórum de São José dos Campos/SP, o réu de
uma ação de violência contra mulher efetuou disparos de arma de fogo na direção de sua
esposa e acabou acertando o advogado dela, que veio a óbito no local. A família ingressa em
juízo contra a Fazenda do Estado de São Paulo, alegando omissão estatal (detector de metais
sem funcionamento e ausência de seguranças) e requer pagamento de danos materiais e
morais pelo ocorrido. O caso chega ao STJ após o TJ/SP negar a existência de nexo causal.
Premissas: a) a regra do ordenamento jurídico brasileiro é a responsabilidade objetiva
do Estado por ato comissivo; b) excepcionalmente, admite-se, a responsabilização objetiva do
Estado também por atos omissivos, quando demonstrado tratar-se de situação de risco
anormal; c) elementos que caracterizam a responsabilidade do Estado por omissão: i)
comportamento omissivo, ii) o dano, iii) o nexo de causalidade e iv) a culpa do serviço público
– rompimento do dever de cuidado.
Julgamento da 2° Turma/STJ: Considerou-se que a atividade desenvolvida no interior
de alguns edifícios públicos como fóruns, institutos prisionais e delegacias, possuem um risco
ínsito a sua própria natureza, razão pela qual estão abrangidos pela regra do art. 927, § único
do Código Civil – obrigação de reparar o dano independente de culpa. No caso em espécie,
decidiu a Turma pela existência de culpa administrativa (embora desnecessária) e nexo
causal, elementos aptos a determinar a responsabilização do poder público, quando por sua
conduta omissiva, deixa de agir com o cuidado.

OUTROS JULGADOS RELEVANTES


A) RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA – ACIDENTE EM LINHA FÉRREA
STJ, 673 - O ato de vandalismo que resulta no rompimento de cabos
elétricos de vagão de trem não exclui a responsabilidade da
concessionária/transportadora, pois cabe a ela cumprir protocolos de
atuação para evitar tumulto, pânico e submissão dos passageiros a mais
situações de perigo. (REsp 1.786.722-SP)

Breve análise: O art. 734 do Código Civil preconiza a responsabilidade objetiva do


transportador pelos eventuais prejuízos causados aos passageiros. No caso concreto,
passageiros ingressaram com uma ação judicial cobrando indenização por danos morais
sofridos em razão de explosões elétricas nos vagões. A empresa, por sua vez, alegou que as
explosões foram causadas por atos de vandalismo (rompimento de cabos elétricos). Segundo
o STJ, os atos de vandalismo encontram-se nos lindes do risco do transportador, mostrando-
se ligada à sua atividade. Por esta razão, não configura fortuito interno, tampouco exclui sua
responsabilidade.

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B) PRISÃO CIVIL POR ALIMENTOS (COVID-19)


STJ, 673 - Em virtude da pandemia causada pelo coronavírus (covid-19),
admite-se, excepcionalmente, a suspensão da prisão dos devedores por
dívida alimentícia em regime fechado. (HC 574.495-SP)

Breve análise: Em razão da crise causada pela COVID-19, o CNJ publicou a


Recomendação n. 62/2020, para que os magistrados substituíssem a prisão por alimentos
pela domiciliar. Via de regra a recomendação vinha sendo seguida no próprio STJ. Neste
julgado, contudo, a 3º Turma entendeu que a mera conversão em prisão domiciliar era
medida inadequada e pouco protetiva ao alimentando. Com isso, decidiu-se que durante o
período da pandemia, a prisão civil será suspensa e terá seu cumprimento no momento
processual oportuno, já que a dívida alimentar remanesce íntegra, pois não se olvida que,
afinal, também está em jogo a dignidade do alimentando, em regra, vulnerável.
Obs.: este caso chegou ao STJ pela via do HC, prova de que o remédio heroico serve
também para ações civis.

C) USO INDEVIDO DE IMAGEM DE TORCEDOR


STJ, 674 - O uso da imagem de torcedor inserido no contexto de uma
torcida não induz a reparação por danos morais quando não configurada a
projeção, a identificação e a individualização da pessoa nela representada.
(REsp 1.772.593-RS)

Breve análise: Em regra, o uso da imagem só pode ser feito mediante autorização
expressa. Contudo, em situações especiais como a imagem de multidão, pessoas famosas ou
ocupantes de cargo público essa regra é flexibilizada (consentimento presumível). No caso
concreto, um torcedor, filmado durante uma partida de futebol, teve sua imagem usada sem
autorização para fins comerciais e ingressou em juízo pedindo indenização por dano moral
(exposição abusiva). O STJ negou, alegando não ter havido identificação e individualização da
pessoa.

Prezados(as);
Com isso encerramos a leitura de nosso primeiro informativo
mensal comentado. A seguir você irá se deparar com 20 questões
inéditas e com forte potencial de serem cobradas nos próximos
concursos de DELTA.
Todas as questões são inéditas!
Aguardo suas críticas e sugestões no perfil do IG
(@prof_andersonlima).
Forte Abraço e bons estudos!

Prof. Anderson Lima

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EXERCÍCIOS
1. A competência originária para julgar crimes contra a economia popular, previstos na
Lei n. 1.521/51 é da Justiça Estadual, incluindo-se, entre estes, os delitos contra o
Sistema Financeiro Nacional.
CERTO ( ) ERRADO ( )

2. A captação de recursos financeiros através de prática conhecida como “pirâmide


financeira” atrai, por si só, a competência federal para processo e julgamento, dado
tratar-se de crime contra o Sistema Financeiro Nacional.
CERTO ( ) ERRADO ( )

3. O transporte de folhas de cocas, considerada matéria prima ou insumo para produção


de cocaína, pode configurar o delito de tráfico internacional de drogas – a depender das
condições do caso concreto.
CERTO ( ) ERRADO ( )

4. O crime de porte de drogas para consumo pessoal, previsto no art. 28 da Lei 11.343/06,
inclui entre suas condutas equiparadas, o transporte de matéria prima e insumos para
preparação da substância entorpecente.
CERTO ( ) ERRADO ( )

5. É cabível habeas corpus preventivo nas hipóteses em que se requer autorização para o
cultivo de cannabis sativa (maconha) para fins medicinais, sendo órgão competente
para o processo e julgamento a justiça estadual de 1º grau.
CERTO ( ) ERRADO ( )

6. Dado seu caráter personalíssimo, os tribunais superiores não admitem a figura do


“habeas corpus coletivo”.
CERTO ( ) ERRADO ( )

7. Em situações de crise de saúde pública, como a pandemia de COVID-19, admite-se a


restrição de benefícios como o trabalho externo ante a preservação da saúde e
incolumidade públicas.
CERTO ( ) ERRADO ( )

8. Por ser matéria-prima destinada a produção de drogas, o transporte de folhas de coca,


ainda que voltadas ao consumo direito em chás ou mastigação, configura, em tese,
delito de tráfico de drogas.
CERTO ( ) ERRADO ( )

9. Os crimes da lei de drogas são, por expressas determinação legal, todos de competência
da justiça federal, salvo quando tratar-se de delitos de menor potencial ofensivo.
CERTO ( ) ERRADO ( )

10. Criptomoedas, dentre as quais se incluem os bitcoins, não são regulados pelo
ordenamento jurídico brasileiro. Por esta razão, o emprego desses valores em
atividades financeiras é considerado ilícito.
CERTO ( ) ERRADO ( )

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11. A Constituição Federal de 1988 não admite o exercício de qualquer trabalho ao menor
de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14. Por esta razão, veda-se
também o reconhecimento de vínculos trabalhistas antes dos 14 anos para fins
previdenciários.
CERTO ( ) ERRADO ( )

12. Embora a CR/88 preveja expressamente a competência do Tribunal de Constas da


União para fiscalizar a aplicação de recursos federais, isso não impede a atuação dos
tribunais de constas dos estados e do Distrito Federal quando haja previsão nas
respectivas constituições.
CERTO ( ) ERRADO ( )

13. Embora existam críticas da doutrina a esse respeito, a Lei de Improbidade


Administrativa veda, expressamente, qualquer modalidade transação ou de acordo de
não persecução.
CERTO ( ) ERRADO ( )

14. Conforme orientação do STJ, os benefícios da colaboração premiada são inaplicáveis às


condenações por improbidade administrativa.
CERTO ( ) ERRADO ( )

15. A responsabilidade objetiva do Estado decorre de atos comissivos de seus agentes, não
se vislumbrando hipótese de responsabilização objetiva por atos omissivos.
CERTO ( ) ERRADO ( )

16. Um torcedor de futebol que seja filmado durante uma partida de futebol e,
posteriormente, tenha sua imagem usada sem autorização para fins comerciais, fará jus
a indenização por uso abusivo da imagem – independente de sua identificação e
individualização.
CERTO ( ) ERRADO ( )

17. A responsabilidade objetiva do estado, quando relacionado a atos comissivos,


independente da demonstração de culpa ou dolo dos agentes públicos.
CERTO ( ) ERRADO ( )

18. A responsabilidade objetiva do estado, quando relacionado a atos comissivos,


independe da demonstração de nexo de causalidade.
CERTO ( ) ERRADO ( )

19. Com o advento da Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime), o delito de estelionato passou a
ter sua ação condicionada à representação da vítima. Segundo o STJ, tal regra possui
aplicabilidade imediata a todos os processos penais em curso, independente da fase em
que se encontrem.
CERTO ( ) ERRADO ( )

20. Ante a recente alteração legislativa insculpida pela Lei n. 13.964/19, o delito de
Estelionato passou a ter sua ação condicionada à representação do ofendido,
independente de qual seja a vítima.
CERTO ( ) ERRADO ( )

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GABARITO COMENTADO
1. ERRADO. Em que pese os crimes contra a Economia Popular sejam, de fato, de
competência estadual, dentre estes não se incluem os crimes contra o Sistema Federal,
dado que são regulados pela Lei n. 7492/86, todos de competência federal.
2. ERRADO. Conforme destacado nos comentários do informativo, tal prática configura,
em tese, crime contra economia popular, portanto, de competência estadual.
3. CERTO. Tal prática se configurar crime será o de tráfico e, portanto, de competência
federal.
4. ERRADO. O crime de porte de drogas para consumo pessoal, não inclui entre seus
objetos materiais a matéria prima ou insumos, mas tão somente as drogas em si. Por
esta razão, a conduta de transportar folhas de coca não se amolda ao art. 28.
5. CERTA. Conforme apontado no informativo.
6. ERRADA. O HC coletivo vem sendo cada vez mais aceito pelos tribunais superiores,
dado que traz mais celeridade e favorece a eficácia da prestação jurisdicional.
7. CERTA. Foi exatamente nesse sentido ambas as decisões do STJ sobre a matéria. A
divergência é quanto à conversão (ou não) em pena de prisão domiciliar.
8. CERTO. Por óbvio que uma eventual denúncia e/ou condenação por tráfico deverá ser
lastreada em outras provas, não apenas no transporte, conforme o caso analisado pelo
STJ.
9. ERRADO. Somente são de competência federal os crimes de tráfico de drogas, mais
especificamente os que estão entre os art. 33 a 37 da Lei n. 11.343/06. Os demais
delitos, independente da pena, serão, em regra, de competência estadual.
10. ERRADO. Em que pese de fato as criptomoedas não possuam regulamentação específica
no ordenamento jurídico pátrio, isso não significa que seu emprego configure ilícito
civil tampouco penal. Lembre-se que o cidadão pode fazer tudo que a lei não lhe proíba.
11. ERRADO, embora a primeira premissa seja verdadeira, a segunda está em desacordo
com a jurisprudência do STJ. Em que pese a CR/88 proíba o trabalho antes dos 14 anos,
não se proíbe o reconhecimento das relações de emprego antes dessa idade para fins
previdenciários, dado que tratar-se-ia de uma “dupla punição” à criança ou adolescente
que precisou trabalhar durante a infância.
12. CERTO. Conforme o STJ, pouco importa a origem do recurso, dado o interesse público
na fiscalização e a previsão do art. 75, da Constituição Federal.
13. ERRADO. Conforme abordado, a Lei n. 13.964/19 (Pacote Anticrime) alterou a redação
da Lei de Improbidade, passando a admitir o acordo de não persecução civil.
14. CERTO. Embora a norma tenha passado a admitir os acordos de não persecução para os
ilícitos administrativos previstos na LIA, permanece inadmitido a extensão dos
benefícios de colaboração premiada, pelas razões expostas no REsp 1.464.287-DF.
15. ERRADO. Conforme estudado, a regra da responsabilidade objetiva é, de fato,
decorrente de atos comissivos. Inobstante, em algumas situações específicas, o Estado
poderá responder objetivamente também por atos omissivos de seus agentes – quando
demonstrado que a atividade gera um risco anormal e houve rompimento do dever de
cuidado.

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16. ERRADO. Embora o uso da imagem dependa, em regra, de autorização expressa, na


hipótese apresentada o STJ negou o direito à indenização, dado considerar que este tipo
de espetáculo representa uma autorização tácita dos participantes.
17. CERTO. A CR/88, em seu art. 37, §6º, consagra a teoria do risco, segundo a qual o poder
público responde pelos danos causados por seus servidores, assegurado o direito de
regresso quando evidenciado dolo ou culpa. Ou seja, ficando evidenciada a
responsabilidade objetiva do estado, o eventual dolo ou culpa só terá relevância para
fins de ação de regresso contra o(s) servidor(es).
18. ERRADO. Qualquer que seja a modalidade de responsabilidade objetiva – por ato
comissivo ou omissivo – sempre há necessidade de demonstração do nexo de
causalidade. Do contrário o Estado poderia ser condenado a pagar por danos que não
tivessem nenhuma relação com sua atuação.
19. ERRADO. Segundo o STJ, ante a ausência de disposição expressa na lei, a nova regra não
é aplicável a casos já denunciado, uma vez tratar-se de atos jurídicos perfeitos.
20. ERRADO. Conforme estudado, a alteração não se aplica quando a vítima for a
Administração Pública, direta ou indireta; criança ou adolescente; pessoa com
deficiência mental; maior de 70 anos de idade ou incapaz. Nestes casos, o delito
remanesce com ação penal pública incondicionada.

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