Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BT 015
BT 015
Bole~im Téenieo nQ 15
GEOLOGIA
VA FOLHA VE POTIRAGUA
NOROESTE
Ministro da Fazenda
Antônio Delfim Netto, Presidente
Superintendente Técnico
Paulo de Tarso Alvim
Superintendente Administrativo
Roberto Midlej
CONTEODO
Generalidades 5
Localização e Extensão 5
Trabalhos Anteriores 6
Fisiografia 6
Litologia e Estratigrafia 8
Pré-Cambriano Médio 9
Gnais ses Porfiroblásticos 9
Granulitos 13
Pré-Cambriano Superior 15
Grupo Rio Pardo 15
Formação Serra do Paraíso - - - - - - - - - - - - , - 16
Formação Água Preta - - - - - - - - - - - - - - - - 17
Formação Salóbro 21
Tectônica 22
Principais Elementos Estruturais 22
Estrutura do Embasamento Cristalino 22
Estrutura das Rochas Metassedirnentares 23
Metamorfis.mo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 24
Recursos Minerais 26
Literatura Citada - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 28
Resumo 29
Geologic Map of Potiragua Northeast (Summary) 30
GEOLOGIA ,
VA FOLHA VE POTIRAGUA
NOROESTE
5
FF==
I
IS.aó
I
oe 00 ,
~
.~
-
D d ' ___
I p.tir.9~
4D 'v77777777AJ
,go30'
- ""
I lISO 00'
Belmontt
Coiubi ~
O
/
~ r:p==- I ~~ ,0/) I L Ileooo
.. -o., 40 00' 3 j() 39°00' O 10 2011_
' l=::3! !
6
ções. ~stes tipos climáticos o- ramente litológico, como, em al-
rientam as principais atividades guns casos, de fatôres estrutu-
econônlicas ligadas ao aproveita- rais. Tôda a zona de filitos e
mento da terra. Na parte leste, metassj.ltitos da Formação Água
de p r e c i p i ta ç õ e s abundante s P r e t a é caracterizada por um
e pràticamente sem estação sê- r e 1 êv o homogêneo, constituído
ca, a cultura do cacau é a ativi- de espigões alongados, geralmen-
dade maior, embora localmente te corn tâpo arredondado, extre-
esteja limitada pela improprie- ma me n t e dissecados por urna
dade (baixa fertilidade) dos solos drenagem muito densa, que guar-
deri vados dos filitos da Forma- da urna relação muito evidente
ção Água Preta. com ° caráter argiloso da rocha.
~ste dis secamento intenso torna
a região acidentada, embora seja
Na faixa ocidental, onde já pequeno o desnível entre o tâpo
existe um período não chuvoso, dos morros e o nível dos vales.
os solos, de alta fertilidade, são Não se notou absolutamente qual-
totalmente apr oveitados para pe- quer relação entre as principais
cuária, sendo essa área urna das direções dos rios e a atitude de
mais propícias do Estado, para foliação das rochas, corno pode
tal atividade. ser bern observado em mapa.
7
fias aéreas mostra claramente o nos em relação aos vales. Os
desaparecimento de rios em de- rios podem seguir a direção NE
pres sões fechadas, outra feição coincidente com a foliação meta-
específica de áreas cársticas. mórfica (bandeamento) das ro-
chas; entretanto, em muitos ca-
sos, seus trechos estão nitida-
A existência de camadas de mente adaptados a fraturamento
quartzitos, interpretadas p e los das rochas subjacentes.
autores como intercaladas com
os carbonatos, provoca o apare-
cimento de extensos mantos de LITOLOGIA E ESTRATIGRAFIA
areia, certamente resultantes da
intemperização destas r o c h as. Duas grandes unidades lito-
Estas areias podem assumir tal lógicas estão principalmente re-
proporção que chegam a provo- presentadas na Fólha de Potira-
car dúvidas quanto à existência guá NE: os metassedimentos de
na área de rochas carbonáticas o baixo grau de metamorfismo do
que, entretanto, é constatado no Grupo Rio Pardo, recentemente
mapeamento de detalhe. descritos por Pedreira, Souto e
Azevedo (6) e as rochas altamen-
te metamórficas do embasamento
cr~stalino. As rochas do Grupo
Os falhamentos de bordo da
Rio Pardo, segundo datações geo-
bacia são fatôre s tectônicos re s-
cronológicas realizadas por Cor-
ponsáveis por importantes aspec-
dani (3), sofreram metamorfismo
tos geomorfológicos da área. O
há cêrca de 470 milhões de anos,
grande escarpamento, de direção
idade obtida usando- se o método
N-S, que limita os metassedimen-
K-Ar em filitos da Formação
tos, separando- os das r o c h a s
Água Preta. Pertencentes àque-
cristalinas situadas em nível in-
le grupo, afloram as Formações
ferior, é uma feição tipicamente
Serra do Paraíso, Água Preta e
e s t r ut u r a 1. Esta tectônica de
SalÔbro, esta última numa área
bordo também formou a serra da
p e que na. Na área do presente
Água Branca, que nada mais é do
trabalho, os metassedimentos es-
que um bloco elevado de rochas
tão em contacto de falha com as
do embasamento, entre r o c h a s
rochas mais antigas do embasa-
carbonáticas de idade mais re-
mento cristalino, representadas
cente.
essencialmente por gnais se s por-
firoblásticos e granulitos, fre-
qüentemente recortados por di-
Para oeste, em nível mais
ques de diabásio, o que não foi
b a i x o em relação à topografia
constatado entre os metas sedi-
dos metas sedimentos, está a uni-
mentos.
dade formada pelas r o c h a s do
embasamento cristalino. :t urna
área arrazada, muito homogênea, A seguinte coluna estrati-
não acidentada, formada por co- gráfica é proposta para as ro-
linas de tôpo arredondado, que chas que afloram na FÔlha de Po-
guardam desníveis muito peque- tiraguá NE:
8
Pré-Cambriano Médio: Gnaisses porfiroblásticos e granulitos ácidos
intermediários do embasamento cristalino,
cortados por diques de diabásio e veios de
aplito.
- ~L ,
Formaçao Salooro
Pré-Cambriano Superior: Grupo Rio Pardo Formação Água Preta
Formação S. do Paraíso
9
Figura 2 - Aspecto macroscópico dos gnaisses porfiroblásticos.
10
mente por sericita, quando exa- Quartzo em grãos anedrais, lim-
minados microscopicamente. pos, de extinção ondulante, tam-
bém é comum nestas r o c h as.
São comuns i n c 1 u s õ e s de Freqfientemente, o plagioclásio
plagioclásio e quartzo arredon- p o d e aparecer mime rquitizado ,
dado ou vermicular. O plagio- abrindo-se em leque em <ti.reção
clásio, mesmo em seções não à microclina (Figura 5). Anfibó-
geminadas, é fàcilmente distin- lio e biotita são os máficos pre-
guível da microclina por sua for- sentes, coexistindo ou aparecen-
te alteração para sericita, epi- do isoladamente numa lâmina. A
doto e quartzo. Em tôdas estas biotita pode ocorrer com inclu-
rochas porfiroblásticas, o pla- sões nos plagioclásios ou em a-
gioclásio tem uma textura muito gregados de pequenas lâminas,
característica: um núcleo do mi- com pleocro(smo variando de in-
neral alterado, com muitas in- color, verde claro a verde muito
clusões, circundado por uma co- intenso.
roa de material não alterado, de
côr de interferência a m a r e la, Dois tipos de anfibólios fo-
sem inclusões, possIvelmente al- ram registrados: hornblenda e
bita (Figura 4). Inclusões de bio- outro, inicialmente identificado
tita também foram registradas corno tremolita-a c ti no 1 i ta. A
nos plagioclásios. De um modo hornblenda tem pleocroísmo va-
geral, os plagioclásios ocorrem riando de amarelo esverdeado a
em quantidades menores na ro- ver d e e marrom-avermelhado,
cha. em relação à microclina. sendo muito comuns as inclusões
11
Figura 5 - Mimerquita abrindo- se em direção ao felds-
pato potássico.
12
chatadas no plano do bandeamen- ram encontrados na área: os á-
to, sendo realçado em rochas, cidos e os intermediários. Os
semi-alteradas, onde p. m a i o r primeiros são de composição
facilidade de decom.posição dos granítica e os outros de compo-
feldspato8 coloca em relêvo as sição quartzo-diorítica ou pró-
faixas formadas predom.inante- xima. '
mente por quartzo. No micros-
T r a ta m - s e de dois tipos
cópio, esta simplicidade de com-
perfeitamente distinguíveis ma-
posição mineralógica é confir-
croscopicamente e quase sempre
mada. A microclina forma os
intercalados em escala de aflo-
maiores grãos da rocha, contudo,
ramento. Os tipos á c i dos são
diferentemente do que acontece
:rochas claras, de granulação mé-
com as rochas porfiroblásticas,
dia, onde se distinguem perfeita-
não está pertitizada. Plagioclá-
mente os planos de bandeamento
sio e stá inteiramente caulinizado
mineralógico formados por quar-
e sericitizado e parece dominar
tzo azulado e agregados de felds-
a rocha, em relação ao feldspato
patos, aparecendo eventualmente
potássico. Quartzo também é a-
faixas de minerais máficos. O
bundante. Sericita e biotita, es-
quartzo também é placóide. O
ta última em quantidade mui t o
exame microscópico mostra ain-
reduzida, aparecem sempre as-
da urna composição mineralógica
sociadas a zonas de cisalhamen-
muito simples: quartzo em grãos
to. Esta rocha é muito seme-
com contatos reentrantes e ex-
lhante em composição mineraló-
gica às variedades á c i das que tinção fortemente ondulante, mi-
serão descritas na unidade onde croclina pertítica e plagioclásio,
predominam os granulitos e po- fortemente sericitizado e epido-
dem ser chamadas de granulitos tizado com muitos grãos mos-
trando inclusões de biotita. Em
quartzo-felspáticos, de natureza
alguns casos, êstes minerais a-
cataclástica.
presentam também bordos nã o
alterados, como no caso das ro-
Granulltoa chas porfiroblásticas. A qui, o
plagioclásio domina sôbre o
A oeste destas rochas por- feldspato potássico. Na biotita,
firoblásticas, em contato deslo- são comuns inclusões de um mi-
cado por falhament08 transver- neral acicular, pOSSIvelmente ru-
sais, afloram rochas granulíti- tilo.
cas, que foram muito bem carac-
Considerando-se a composi-
terizadas, durante o mapeamento
ção mineralógica acima, e s tas
da Fôlha de Potiraguá NW, por
rochas não poderiam ser chama-
Souto e Bezerra (7). Estas ro-
das propriamente de granulitos;
chas também ocorrem na unidade
seriam enquadradas melhor na
anterior, razão por que devem
designação de xistos feldspáticos,
estar geneticamente associadas.
proposta por Williarns, Turner e
Levando-se em conta a sua Gllbert (9). Contudo, a sua as-
composição mineralógica, d o i s sociação de campo com r o c ha s
tipos principais de granulitos fo- que, sem nenhuma dúvida, foram
13
classificados de granulitos inter- de feldspato potássico tabulares
mediários, bem como a sua tex- incluídos no plagioclásio mui t o
tura, exibindo quartzo placóide, bem individualizado (Figura 6).
muito semelhante àquela descrita A composição aproximada dos
para os granulitos ácidos (quar- plagioclásios é An 44. Freqüen-
tzo-feldspáticos), induziu-nos a temente está sericitizado. A mi-
esta última classificação. croclina aparece ou não pertiti-
zada, sempre em quantidade su-
Os granulitos intermediários
bordinada em relação ao plagio-
são rochas esverdeadas, aparen-
clásio. Quartzo ocorre em grãos
temente granulares, cujo bandea-
de até I cm, ou em ag regados de
mento mineralógico é notado a-
pequenos grãos com contatos re-
penas em espécimes alterados.
entrantes e extinção fortemente
O estudo de diversas seções del-
ondulante.
gadas conclui por uma composi-
ção mineralógica não muito va- Dois piroxênios estão muito
riável, se n d o os seguintes os bem caracterizados nestas ro-
seus principais minerais: pla- chas: o diopsídio, ligeiramente
gioclásio, antipertita, microcli- esverdeado com partição sempre
na, pertita, quartzo, hiperstênio, proeminente, e o hiperstênio, com
diopsídio, hornblenda, tremolita, pleocroísmo apresentando tona-
biotita, zircão e opac os. O pla- lidades rósea e verde claro, mui-
gioclásio é, sem dúvida, o n1.ine- to características dêstes mine-
ral dominante na rocha, sendo, rais. Em diversas lâminas, os
quase sempre, de caráter anti- piroxênios são envolvidos por
pertítico, com os pequenos grãos coroa de material fibroso, com
14
as mesmas propriedades da tre- foi estabelecida preliminarmente
molita identificada corno mineral por Pedreira, Souto e Azevedo (6),
de alteração nas ro.chas por firo- sendo reconhecidas, inicialmente,
blásticas, por sua vez circunda- cinco formações geológicas: Pa-
do, também, por outrQ anel pe nelinha, Camacan, Salôbro, Agua
biotita verde, também f i b r o s a Preta e Serra do Paratso. Na
(Figura 7). FÔlha de Potiraguá NE estão re-
presentadas as três formações
Os piroxênios c o e xi s tem
consideradas mais jovens: Serra
muitas vêzes com hornblendas,
do Paratso, Agua Preta e Salô-
fortemente pleocróicas, de verde
bro. A Formação Serra do Pa-
a marrom avermelhada. Biotita
ratso, a mais nova do Grupo, faz
vermelha é encontrada em pe-
todo o contato oeste da b a c i a,
quenas lâminas e foi ' a d m i t i da
sendo que existem muitas evi-
corno resultante de processo de
dências de que se trata de conta-
alteração. Apatita é acessório
to falhado, não repre sentando,
mais comum, estando ta m b é m -
pois, o limite oe ste de deposição
presentes minerais opacos.
dos antigos sedimentos. Foram
encontrados, bem a oeste, na Fô-
Pré-Cambriano Superior lha de Potiraguá NW, testemunhos
expressivos de rochas carbonáti-
Grupo Rio Pardo cas depositadas diretamente sô-
A · estratigrafia dêste grupo bre o embasamento, p r o va nd o,
15
desta forma, a extensão da bacia esta formação é constituída de
em relação ao limite mostrado metadolomitos e metacalcários
no mapa que acompanha o tra- dolomíticos, as sociados c om al-
balho. gumas camadas de rochas clásti-
cas do tipo de arcósios. A pri-
Nos trabalhos de mapeamen- meira idéia foi considerar êstes
to desenvolvidos sóbre as forma- arcósios pertencentes à Forma-
ções do Grupo Rio Pardo, não fo- ção Panelinha, considerada basal
ram encontradas rochas intrusi- e que também aflora no bordo
vas cortando os metassedimen- n o r de s t e da bacia, Trabalhos
tos. Trata-se de um fato real- p o s t e r i o r e s, mais detalhados,
mente estranho, pois se sabe da mostram que realmente estão in-
existência de diques de diabásio tercalados com as rochas carbo-
na costa baiana cortando sedi- náticas da Formação S e r r a do
mentos cr.etáceos, enquanto os Paraíso, . c·omo foi observado na
metas sedimentos foram datados Fazenda Cólina, sendo, pois, urna
de 470 milhões de anos. lt pos- indicação precisa do a m b i e n t e
sível que os diques de diabásio, em que estas rochas foram depo-
que cortam as rochas do emba- sitadas.
samento, sejam, portanto, mais
antigos do que se supõe, pois pa-
ram abruptamente no c o n t a t o Afloramentos de p e que nas
com os metassedimentos. Uma cristas alinhadas dêstes arcósios
outra hipótese, admitindo-se ês- podem ser vistos na estrada en-
tes diques de idade mais jovem, tre a cidade de Pau Brasil e o rio
é supor-se que a disposição es- Pardo. Lâminas de amostras
trutural destas rochas, diferente coletadas na Fazenda Colina, on-
da do embasamento, não tenha fa- de estas rochas clásticas estão
vorecido às intrusões b á s i c a s ,- intercaladas como metadolomitos
pois não parece plausível expli-- brancos, mostraram uma com-
car a ausência de intrusivas nos posição muito próxima à de sub-
metassedimentos por problemas arcósios. A rocha é constituída
apenas relacionados ao atual ní- principalmente de grãos de quar-
vel de erosão destas rochas. tzo completamente a n g uI a r e s
com microclina também angular
em quantidade inferior a 100/0, a-
Formação Serra do Paraíso glutinados por cimento constituí-
do de calcita. Outras 1 â m i nas
Esta formação inclui as ro-
destas rochas não tem cimento
chas antes conhecidas na litera-
calcítico, como as encontradas
tura pelo nome de Formação Rio
na estrada entre Pau Brasil e o
Pardo. Compreende uma exten-
rio Pardo. Esta rocha é forma-
sa faixa de rochas carbonáticas
da principalmente por q u a r t z o,
com direção aproximada N-S, in- pertita e microclina, com grande
fletindo ao sul, para urna direção
percentagem de sericita forman-
E. W. próximo ao povoado de Gu- do uma matriz, numa composi-
rupá-Mirim. ção agora mais semelhante à de
Ao norte da área mapeada, grauvacas.
16
Os metacarbonatos são ro- Formação Agua Preta
chas de granulação fina, cinza-
azulados ou brancos, mostrando Aflora em mais de 500/0 da
algumas vêzes camadas muito fi- área mapeada. Trata-se de uma
nas de talco lamelar; veios de formação de litologia monótona,
calcita provenientes de fenôme- constituída por filitos, quartzo-
nos de rec ristalização ta m b é m filitos e filitos siltosos, esver-
são registrados. Embora a lite- deados ou cinza azulados. Alguns
ratura geológica se r e f i r a aos níveis de metaarenito aparecem
calcários do rio Pardo, estudos intercalados na formação.
químicos das rochas desta for-
mação, conduzidos por Azevedo Num corte realizado através
(1), mostraram que predominam da estrada estaduaICamacan-Ita-
me t a d o 1 i m i tos e metacalcá- pebi, a base da Formação Água
rios dolomíticos. A Figura 8 é Preta aflora logo a sul da ponte
o mapa de situação dos pontos a- sôbre o rio do mesmo nome, on-
mostrados com as principais de- de as rochas tlpicamente conglo-
terminações químicas realizadas. meráticas f o r a m interpretadas
como da Formação Salóbro. Nes-
ta estrada, os primeiros aflora-
Finas camadas de orto-quar-
mentos assumidos corno perten-
tzitos metamorfizados estão in-
centes à Formação Água Preta
tercalados também com os meta-
são de uma meta grauvaca con-
c a r b ona tos • ~ s te s q u a r t z i tos
glomerática (Figura 9), compos-
brancos tornam-se mais impor-
ta de uma matriz filítica, siltosa,
tantes nas fÔlhas de Potiraguá SE
cinza azulada, com seixos acha-
e Mascote SW, quando represen-
tados segundo o plano da foliação
tam um fácies quartzoso da For-
metamórfica da matriz. ~ s te s
mação Serra do Paraíso. Pedrei-
seixos são de calcário violeta,
ra (5), mapeando a região de San-
calcário dolomítico cinza, filito,
ta Maria Eterna, admitiu que ês-
quartzo azul, leitoso e róseo.
tes quartzitos constituem uma
Dendritos de manganês são co-
formação discordante s ôb r e a
muns. Em microscópio, a tex-
Formação Santa Maria.
tura é caracterizada por uma
matriz quartzo- sericitito-clorí-
Vários cortes efetuados no tica, o n d e estão esparsamente
sentido W -E mostram o caráter distribuídos os grãos de feldspa-
transicional entre as Formações to e quartzo, de grande angulari-
Serra do Paraíso e Água Preta. dade. Em uma das lâminas es-
Realmente, rochas intermediá- tudadas, foi identificado um sei-
rias, do tipo de margas, são en- xo de uma rocha onde ripas de
contradas antes que se passe ao feldspatos se distribuem segundo
domínio dos tipos argilosos (fili- a textura traquitóide. Deve tra-
tos) da Formação Água P r e ta. tar-se de rocha proveniente de
~ste contato. à altura da Fazen- diques de traquito, mapeados por
da Barra Avenida, no rio Pardo, Souto e Bezerra (7) na Fólha Po-
mostrou algumas evidências de tiraguá NW, c o r r e 1 a c i o na dos
interdigitação. quanto à idade geológica às ro-
17
SME/CEPlAC/U.'....
lEVANTAMENTO .EOlO •• CO
ROCHAS CARBONATADAS
DO SUL DA BAHIA
CALCIO MAGN~IO
PONTO SILICA
(Si 0.' ( •• CoO' (•• M,O)
\
o I 10_
• I I
18
"
19
chas alcalinas mapeadas p e los bonoso, com alguns sulfetos dis-
autores na mesma área. O fato seminados, cujos contatos gra-
confirma idéias de que a sedi- dam nitidamente para os filitos
mentação das rochas do G r u p o adj ac ente s • A metade do corpo
Rio Pardo foi realmente poste- situada na margem direita do rio
rior à colocação dos corpos al- Pardo foi deta1hadamente estuda-
calinos da região, hipótese sus- da por Garrido -te, o b j e t i v a n d o
tentada por outras evidências de principalmente o conhecimento de
campo, posteriormente, por da- sua composição quím~ca. Os
tação das rochas. dados químicos 'obtidos estão
sintetizados no Quadro 1 .
Mais ao sul, aparece uma
sucessão de rochas filíticas, in- Na zona do Córrego dos Mu-
tercaladas com níveis si1tosos ou tuns, também foi mapeada uma
lente de r o c h a s carbonáticas.
arenosos. A observação micros-
cópica dos fi1itos mostra muitas Trata-se de dolomito cinza, mui-
to fino, intercalado com. n(veis
vêzes a intercalação de n í v e i s
muito finos formados exclusi va- d e SI'I ex. Ana' l'lses qUlmlcas
"'. d es-
Â
20
Quadro 2 - Dados químicos dos calcários de Mutuns.
Perda por
calcinação Si 02 Óxidos combinados CaO MgO
Amostras (0/0 ) (0/0 ) (0/0 ) (0/0 ) (0/0 )
21
dinadade clQrita., Embora. não t ~te não pa.rece ~er o único
t e n h a m sido realizadas muitas tipo de contato entre estas ro-
análiaea modais, estas rochas se chas, pois, ao norte e ao s ui da
assemelham a subarcósios rneta- área m.apeada, foram encontra-
n'lor Eizado~. do~ conta.toe di~cordante~ entre
aquelas litologias.
Na ponte do rio Água Preta,
afloram rochas conglomeráticas A principal direção de falha-
que foram englobadas na Forma- nlentos é N-S, formando, pois,
ção Salôbro. são rochas forma- escarpamentos com esta direção.
das por urna matriz esverdeada, Estas falhas são deslocadas por
onde estão esparsamente distri- outras transversais com direção
buídos seixos de quartzo e de ro- de E-W a N-W. Um sistema em
chas de embasamento cristalino. blocos ou compartimentos de ro-
O exame microscópico dêste chas diferentes resulta dêste tipo
conglomerado mostrou composi- de tectonismo da. área. A serra
ções muito diferentes em duas da Água Branca é um exemplo
amostras coletadas no me s mo marcante dêste estilo local, pois
afloramento. Em urna das amos- se trata de um bloco falhado, for-
tras, a calcita constitui 500/0 da mado por rochas de embasamen-
rocha que também é formada por to entre as rochas carbonáticas
q u a r t z o, feldspatos potássicos mais jovens da Formação Serra
pertíticos mui to sericitizados, do Paraíso. Não parece haver
plagioclásio e clorita. Em outra dúvida de que se trata de um sis-
amostra, a calcita quase desapa- tema de falhas de gravidade, ca-
rece na constituição da r o c h a, racterizando, do ponto de vista
sendo muito grande a percenta- de tectônica rígida, o bordo da
gem de feldspatos muito sericiti- bacia. O fato de que metassedi-
zados, superior mesmo ao teor mentos ocorrem mais a oeste
de quartzo na rocha. Epidoto é o (FÔlha Potiraguá NW) é um argu-
m i n e r a I acessório. Trata- se, mento a favor do caráter falhado
pois, de um conglomerado com do contato ora referido, mostran-
matriz do tipo subarcósia. do, pois, a extensão ocidental dos
antigos sedimentos de cujo meta-
TECTONICA morfismo resultaram as atuais
rochas do Grupo Rio Pardo.
Principais
elementos estruturais
De um modo mais amplo, o Estrutura do
g r a n d e sistema de falhamentos embasamento cristalino
no contato entre os metassedi-
mentos do Grupo Rio Pardo e as o bandeamento mineralógico,
rochas do embasamento cristali- formado principalmente pela in-
no é o mais importante dos ele- dividualização de faixas de mi-
mentos tectônicos da área, defi- nerais diferentes durante os fe-
nindo localmente um tipo de re- nômenos do metamorfismo, é a
lação entre as rochas de idade mais p a I p á ve I das estruturas
comprovadamente diferentes. metamórficas das rochas do em-
22
basamento cristalino da á r e a. lógico da área mostra, nos me-
~ste bandeamento · é muito bem tas sedimentos, uma faixa de ro-
caracterizado no que se denomi- chas carbonáticas (F o r ma ç ã o
nou de granulitofJ ácidos, onde Serra do Paraíso), passando a
se alternam vistvelmente faixas leste para os filitos da Forma-
ricafJ em Eeldspatos com. outras ção Água Preta. Não fico. qual-
onde domina quartzo placóide, e quer dúvida a respeito do fato de
também nos gnaisses porfiro- não se repetir a leste o pacote de
blásticos, onde existem verda- rochas ca_rbonatadas. Isto pode
deiras faixas de predom(nio de ser explicado pelo fato do limite
cristais de feldspatos. geográfico de deposição de s tas
duas formações corresponder ao
De uma xneneira geral, a di- limite atual (variação de fácies),
reção do bandeamento destas ro- entretanto pode também denun-
chas varia de N-S a N 30 E, com ciar a falta de existência de do-
mergulhos verticais ou com for- bramentos de grande raio de cur..
tes inclinações para W. A ob- vatura, impedindo a r e p e ti ç ã o
servação destas rochas do emba- das camadas.
samento c r i s t a I i n o em áreas
cont(guas dá fortes evidências de A s sim, o estilo tectônic o
que tenham sofrido dobramentos dêstes metassedimentos não está
pronunciados, o que realmente se definitivamente esclarecido. O
deve esperar em rochas meta- e x a m e das fotografias aéreas,
mórficas tão antigas e de alto e xc ele nt e para a detecção de
grau de metamorfismo. Entre- grandes estruturas lineares, co-
tanto, como estas rochas estão mo os falhamentos de borda da
profundamente erodidas, torna- bacia, não traz subsídios valio-
se dif(cil a reconstituição de um sos para análises do tipo de do-
estilo de dobramento. bramento sofrido pelas rochas da
bacia. O exame do estilo tectô-
Do ponto de vista de fratura- nico das rochas tem de se apoiar
mentos ,pode - se falar na grande apenas em dois tipos de informa-
consistência de pelo menos uma ções: a interpretação das atitu-
direção de fratura nas rochas do des tornadas no campo e a des-
embasamento: um sistema com crição dos afloramentos, pois não
direção N 75 W, com algumas- va- se consegue esboçar, com as fo-
riações até E.W., adaptando mui- tografias aéreas, linhas estrutu-
tas vêzes vários trechos da rêde rais. A pró p r i a interpretação
de drenagem, como acontece no das atitudes de estratificação, to-
rio Pardo e nos córregos do An- rnadas sóbre as rochas carboná-
gelim, Água Amarela, Água Bran- ticas, merece reservas, tanto pe-
ca, Cedro, etc. la proximidade dos fa!hamentos
que repre sentam uma f a s e de
tectonismo posterior à pos s(vel
Estrutura das fase de dobramentos, como pelas
rochas metasaedimentares complicações advindas de "do-
bramentos 11 certamente não tec-
A observação do mapa geo- tônicos, freqüentemente registra-
23
dos em rochas carbonatadas du- METAMORFISMO
'
rante, ou 1ogo apos, os fenome- A
24
Figura 11 - Estrutura e:.:n lápis nos filitos da Formação Agua Preta.
25
Rio Pardo são metamorfitos de detalhados estão sendo conduzi-
grau mais alto e idade bem ,m ais dos em áreas contíguas, podendo,
antiga. Na unidade separada em pois, levar a conclusões mais ob-
mapa como granulitos ácidos e jetivas sóbre as relações entre
intermediários, hiperstênio, dio- as rochas do embasamento ..
psídio ç hQ.nbl<indã afio impor-
tantes minerais i'ndices do meta-
morfismo sofrido pelas r o c h a s RECURSOS MINERAIS
o r i g i n a i s. A c oexi stênc ia de
hornblenda com piroxênios, em O mapeamento de superfície
muitas lâminas onde não existem não revelou indícios de minerali-
evidências texturais de desequi- zações importantes na área dos
líbrio, conduz a situar estas ro- metas sedimentos do Grupo R i o
chas como pertencentes a sub- Pardo. Tanto nesta área como
f á c i e s hornblenda-granulito do em outras vizinhas, já estudadas,
meta.morEism.o regiona.l. Dentro não foram encontradas rochas
dêste contexto, um problema se- intrusivas, limitando assim a sua
• ...... A • -'
26
corrência como li simples curio- portante para o seu aproveita-
sidade mineralógica", sendo a- ITlento, principalmente como ma-
bandonada. Durante os trabalhos téria prima utilizada na prepara-
de mapeamento desenvolvidos pe- ção de corretivo de solos, usado
los autores, o local da ocorren- regionalmente na cultura do ca-
cia foi visitado, sendo clara a as- cau. 1st o porque situa, se em.
sociação de enxôfre com zonas tôrno de Camacan uma ampla re-
formadas por cristais bem for- gião de solos ácidos que necessi-
mados de calcita e quartzo, re- tam de grandes quantidades de
sultantes de processo de recris- calcário dolomítico ante s de se-
talização. Os mesmos indícios rem adubados. Não obstante, al-
foram encontrados em áreas vi- guns testes preliminares revela-
zinhas, ainda não pesquisadas. ram grande tenacidade de sta ro-
Não foram encontradas, nos cal- cha (resistência a quebramento),
cários, evidências de qualquer trazendo problema quanto à gra-
ati vidade vulcânica, nem tampou- nulometria do produto, uma das
co registradas rochas evaporíti- mais importantes especificações
cas típicas as sociadas como a- para o seu uso.
contece em muitas ocorrências
do globo. Diante disso, até aqui, Os calcários dolomíticos da
apenas o aproveitamento em si Formação Serra do Para(so tam-
das r o c h a s carbonatadas das bém podem ser utilizados com a
Formações Água Preta e Serra mesma finalidade. Por sinal, as
do Paraíso têm apresentado al- rochas carbonáticas da região da
gum interêsse econômico. A Toca da Onça, situada logo ao sul
lente de calcários que aflora a da área, tem abastecido até aqui
ponte sÔbre o rio Pardo, na es- o mercado de calcário dolomítico
trada Camacan-Itabepi, foi cogi'- usado pelas indústrias de corre-
tada como matéria prima para tivos de solos na Região. Um.a
uma indústria de cimento que po- mineração altamente predatória
deria vir a ser instalada na Re- tem prejudicado bastante a refe-
gião. rida jazida.
Os mármores brancos, si-
A análise do Quadro 1 mos- tuados ao norte da área, são de
tra contudo que não se trata de excepcional qualidade quanto à
uma jazida homogênea, o que pa- côr, granulação e dureza, mos-
rece lirnitante para aquela finali- trando grande efeito ornamental.
dade, não se falando na viabilida- T e s te s realizados na Fazenda
de econômica da indústria pre- Colina, próximo à foz do rio An-
tendida, que atualmente é bastan- gelim, não tiveram, contudo, o
te contestada. exito esperado, pois a existência
de fraturamentos i r r e g uI a r e s
Ou t r o corpo lenticular de (trincas) tornam difícil a explo-
dolo m i tos da Formação Água ração da pedreira. Entretanto,
Preta, situado na área do córre- como existem outras ocorrencias
go dos Mutuns, munic(pio de Ca- na área, é pos sível que novos tes-
macan, tem na sua proximidade a tes venham a conseguir melhores
esta cidade um fator muito im- resultados. Ao sul, nas proximi-
27
dades da Fazenda Água Amarela,
.I"
começam a aparecer marmores
° fato de serem calcíticos j usti-
fica uma pesquisa detalhada para
róseos, calcíticos, de granula- se verificar a pos sibilidade do
ção grossa, geralm.ente interca- seu emprêgo na indústria de ci-
lados com faixas biotíticas. ~s mento.
tes mármores têm mais êxpres-
são ao sul da área, na região da Na á r e a do embasamento
Cotinguiba e Fecha, onde já co- cristalino não foram registrados
meçam a ser explorados. Como indícios de mineralização embo-
em muitas áreas, os fraturamen- ra tenham sido apenas utilizados
tos i m p e de m o seu aproveita- métodos convencionais de geolo-
mento como pedra ornamental. gia de superfície.
LITERATURA CITADA
28
9. WILLIAMS, H., TURNER, F. J. e GILBERT, C. M. Petrografia;
urna introdução ao estudo das rochas em seções delgadas.
Tradução do Prof. Ruy Ribeiro Franco. são Paulo, Polígo-
no, 1970. 445 p.
•
RESUMO
Urna área de 15' x 15' foi mapeada na e scala de 1:5 O. 000 nos mu-
nicípios de Potiraguá, Pau Brasil e Camacan, situada entre os para-
lelos 15 0 30' e 15 0 45' sul e os meridianos 39 0 30' e 39 0 45' oeste de
Greenwich.
29
direção entre NS e NW com mergulhos variáveis para SW e -SE. Nos
filitos, a foliação metamórfica é, de um modo geral, orientada se-
gundo NW com mergulhos para SW, mas foram registradas variações
importantes. Os esforços de compressão, que acompanham o meta-
morfismo, causaram dobramentos nas rochas, entretanto não foi pos-
sível representá-los em mapas, pois não se tratam de grandes estru-
turas. Não ficaram constatados corpos intrusivos cortando as rochas
metas sedimentares, que estão separadas das rochas do embasamento
por um grande sistema de falhas de direção N -S, caracterizando um
estilo tectônico em blocos da borda da bacia.
An area of 15' by 15' was mapped to the s cale of 1 :50, 000, which
included the districts of Potiragua, Pau Brasil and Camacan, it being
situated between the parallels 15 0 3 O' and 15 0 45' S and the meridians
39 0 30' and 39 0 45' W.
30
tilinear scarp, this being attributed;o a zone of mapped faults in con-
tact between these lithologies. In thcse rocks, typical of karst topog-
raphy the metacarbonates can be easily identified whereas in the
phyllite zone the many steep valleys are the most noteworthy charac-
teristic, this being naturally related to the clay nature of the rocks.
The basement is considerably destroyed with a very uniforITl'relief,
formed by little round hills.
The two large geo1ogica1 units were well separated: the metased-
iments of the River Pardo Group and the older rocks of the basement
cOITlplex. From the metamorphics of the River Pardo Group which
suffered their last metaITlorphism 470 million years ago, three for-
ITlations outcrop, which can be considered the most recent of the
Group: Serra do Paraiso, mainly made up of ITletacarbonates, Agua
Preta, composed of fine clastic sediments (phyllites and metasilicates)
and Salobro, forITled by ITletaconglomerates and metasandstones.
•••
31
OUTRAS PUBLICAÇÕES DA CEPLAC
32
o QUE :e A CEPLAC
33
Os recursos financeiros da CEPLAC prov~m da retenção de urna
taxa de 150/0 das exportações de cacau. em. amêndoas. Boa parte dêles
~ -
e aplicado no melhoramento das condiçoes de infra-estrutura regional
(abertura de estradas de penetração, eletrificação rural, saneamento
e educação).
•••
34
COMIT2 EDITORIAI~
EDITOR PRINCIPAL
Luis Carlos Cruz
EDITOR ASSISTENTE
José Correia de Sales
COMPOSIÇÃO
Adernoel V. Câm.ara
MONTAGEM
Ney Se~ra Costa
FOTOLITO
João C. de Oliveira
IMPRESSÃO
Edelvito P. Lavinsky
35
ERRATA
QUATElltNÂII'O
SE
, "
Alull ••
T.rr.~ ••
IIolod.1 d • • coe ••
~
Colelfrlo dolo.!tlco • • ' . . r . .
QurUI'OI
~ Arcó'i.1
••IPO
,0 •• "Clo "UA .. IITA
~
•• 0 NaDO
'IIUo
Colcárlo
~
hol... ,.,'lro ..16t1••
Gr .... llt.. ÓCldol • ,.,.,.,di.,i••
- - COlltOto
c..... ,.. ."011 •• 410
C.at.t. 'ONr'.
'0'111.
'olho I. f . " .
'0'''....... t.
A" A'It,d, d • • • ,ratlfl.o,"
..., .. .
.... ~.. DE LOC"LIZAÇÃO
. " 'li
1\1 V VI
vu W,
lO
IX
• "'
.. ~ IM"" ...
•v lM IM
1~1"·
- .
.,
li I
I..-
I .....•
I.'I .~.
I
lIeALA APItQXIMADA I: 100.000