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1.

2. os principais eixos do pensamento político


de Maquiavel que inauguram a Teoria Política Moderna? Em
que eles se diferencia das teorias precedentes? A argumentação
deve ser fundamentada com, pelo menos,
uma citação direta proveniente da obra original do autor. (2
pontos)

O pensamento político de Nicolau Maquiavel, a partir de sua


concepção histórica, demarca uma nova forma de análise dessa esfera :
a política passa a ser compreendida como autônoma em substituição à
perspectiva normativa de como a mesma deveria ser pelos valores .
Dessa forma, há ,com Maquiavel, a busca pela análise objetiva da
obtenção e manutenção do Poder Político independente de outras
instituições, sobretudo da igreja. Essa delimitação/ demarcação é vista
em O Príncipe quando Maquiavel questiona:
As coisas do mundo simplesmente não seriam governadas por Deus e pela
Fortuna e que, portanto, os homens nada poderiam fazer no sentido de modificar a
sorte(MAQUIAVEL, p.145, 2010).

No entanto,uma vez considerado o livre arbítrio na condução


das ações humanas juntamente com a sorte(MAQUIAVEL,P.145,2010),
o homem passa a ser visto como hábil a exercer escolhas e, com isso,
governar sem que haja, para isso, a consideração dos desígnios divinos
como determinantes para o exercício do poder.
Dessa forma, a delimitação da autonomia da política como
realmente é feita em relação à religião e a perspectiva normativas de
como deveria ser realizada diferencia a teoria política de Maquiavel das
precedentes.
Além disso, ao pensar mais precisamente no contexto da forma
republicana de governo, o pensamento de Maquiavel inaugura a Teoria
Política Moderna quando incorpora a lei no sentido da anunciação da
liberdade pelo dissenso em Primeira Década de Tito Lívio. Na obra em
questão, esse pensamento fica claro no treco quando se estabelece que
as leis se fazem em favor da liberdade por conta dessa desunião (
dissenso entre a nobreza e a classe popular) ( MAQUIAVEL,
p.22,2007).

2.. Explique a diferença entre a “vontade de todos” e a “vontade


geral” no pensamento político de Jean-Jacques Rousseau. A
argumentação deve ser fundamentada com, pelo menos, uma citação
diretaproveniente da obra original do autor. (2 pontos)

Para Jean-Jacques Rousseau, a vontade geral é o bem comum


enquanto a vontade de todos corresponde ao interesse privado. Em do
Contrato Social, a diferença entre ambas é estabelecida seguinte forma:
Há muitas vezes grande diferença entre a vontade de todos e a
vontade geral: está olha somente para o interesse comum, a outra o
interesse privado, e outra coisa não é senão a soma das vontades
particulares.(ROUSSEAU,2002)

3.Quais são as críticas – filosóficas e históricas -– feitas por David


Hume em relação a Teoria do Contrato Social. A argumentação deve ser
fundamentada com, pelo menos, uma citação direta proveniente da obra original
do autor.

David Hume critica ,sob o ponto de vista filosófico, a


constituição do Contrato Social: para o autor, inexiste obrigação para o
cumprimento da promessa do contrato e que, portanto, a existência da
obrigação ou o cumprimento promessa decorreria, na verdade, do
estabelecimento de leis artificiais e não do contrato, contrariando a
figura do consenso na como figura constitutiva do governo, porque os
seres humanos tenderiam às suas satisfações imediatas. Portanto, a
necessidade de regramento para a própria subsistência da sociedade é
elucidada pelo trecho:
Pode-se dizer que seria de todo impossível que os homens
vivessem em uma sociedade civilizada, na isenção de leis, magistrados,
e juízes que impedissem abusos do fraco pelo forte, do justo e pacífico
pelo violento. (HUME,2006, p.260.)
Além disso, Hume indaga:
Se se questionasse a razão daquela obediência que devemos em relação ao
governo, eu de pronto responderia que, se assim não fosse, a sociedade jamais poderia
subsistir. (HUME,2006, p.260)

Sob o ponto de vista da crítica histórica, as sociedades, ainda


que em passado remoto tenha havido a possibilidade de formação por
força do consenso, são constituídas , por exemplo, por força da
usurpação, conquistas, ou seja, são construídas sob o reflexo de
condições históricas e não pela consideração de um estado natural em
que o consenso formasse a sociedade civil. Esse ponto é evidenciado
no seguinte trecho:
Quase todos os governos que existem atualmente ou de que
resta algum registro na história se fundaram em sua origem na
usurpação, na conquista, ou em outro, sem qualquer pretensão de
consentimento justo ou sujeição voluntária do povo. (HUME,2006,p.
251)
4.A partir do conceito de “estado de natureza” explique
as similitudes e diferenças entre o “estado de guerra” em
Locke e a “guerra de todos contra todos” em Hobbes. A
argumentação deve ser fundamentada com, pelo menos, uma
citação proveniente da obra original de cada um dos autores (2
pontos)

Para Locke, o Estado de guerra é um estado de inimizade e


destruição no qual alguém declara fomentar contra a vida de outro
homem e, por isso, há o risco e a reprimenda de quem proferiu essa
ameaça diante daquele a quem declara tal intenção.(LOCKE,p.39**);
já a guerra de todos contra todos ,em Hobbes, é um estado anterior ao
ingresso à sociedade( HOBBES, p.23). Como similitudes, as duas
situações são de instabilidade anteriores à construção da sociedade em
que há a iminência de ataques recíprocos. Por outro lado, enquanto o
Estado de Guerra é uma “fuga” às leis naturais no sentido em que é
possível se esquivar da lei natural de promover o bem do próximo, a
guerra de todos contra todos é constituinte do próprio estado de
natureza humano, diferentemente do que ocorre com o Estado de
Guerra, que seria um desvio da natureza humana.
**- ano nao encontrado na obra.

NÚMERO DE RESENHAS FEITAS:


9 de 13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
HOBBES, Thomas.Do Cidadão. Editora Martin Claret, 2006
HUME, David.Ensaios Políticos: editora ícone. Ano: 2006, São
Paulo.
LOCKE, John. Segundo Tratado Sobre o Governo Civil.Editora
Vozes Ano não encontrado na obra.

MAQUIAVEL, Nicolau. A Primeira Década de Títo Lívio


. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MAQUIAVEL,Nicolau.Copyright da edição eletrônica.Ed.
Ridento Castigar Mores, ano 2010
ROUSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social, Princípios de
Direito Político.Ride do Castigat Mores.Ano: 2002

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