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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E POLÍTICAS - CCJP


DIREITO - BACHARELADO - NOTURNO D
ISCIPLINA: HISTÓRIA DO DIREITO
DOCENTE: EDNA RAQUEL

➢TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA REALIZADA PELO ALUNO PEDRO


COELHO DE QUEIROZ COM A PROFESSORA CINTHIA MENESCAL

(Aluna): A decana perguntou como foi que você conseguiu ingressar na


UNIRIO, como você chegou na universidade.

(professor): Foram duas etapas. Eu entrei em 2005 como professor auxiliar com
contrato temporário, foram 2 semestres. Em 2006 eu passei no concurso público
e fui nomeado por força de uma decisão judicial porque naquela época eu era
procurador do INPI e tinha uma tese de que você não podia ter 40 mais 40
horas, eu consegui uma liminar na justiça federal que foi confirmado em
sentença, depois confirmado pelo TRF e pelo STJ.

(Aluna): Legal. Você teve que batalhar, então, né?

(Professor): Tive. Até porque o único requisito que a constituição determinava


era a compatibilidade de horário. Naquela época não existia aula de direito pela
manhã, quer dizer, só tinha noturno. E o que vale a pena lembrar é que em
2005, sequer existia o CCJP. A escola estava dentro do CCH, nós dávamos aula
lá na Urca, não no campus da reitoria, em outro campus que tem mais perto do
bondinho do Pão de Açúcar. Invés de termos 2 aulas por noite, eram 3 tempos.
Cada professor dava 3 disciplinas aquela época, as aulas começavam as 18
horas e iam até 23 e qualquer coisa, não me lembro qual era o horário. Se eu
disser 23 horas, eu vou estar mentindo, mas era 23 e alguma coisa. E eu acho
que foi junto com o professor André Fontes e mais a professora Flora, nós
demos aula durante 2 semestres no que foi o período da manhã da UNIRIO.
Teve um período que teve aula de manhã e para evitar problemas... Isso foi na
época do meu contrato temporário, então não tinha o questionamento da
compatibilidade de horário porque o contrato era de 20 horas e naquela época
eu era assistente jurídico do doutor André Fontes no tribunal. O horário do
tribunal só começava 11 horas ou meio dia, não me lembro direito. Então em
2005, a escola de direito teve 2 períodos matutinos.

(Aluna): Não sabia disso porque hoje em dia é tudo noturno, né?

(Professor): Não, mas esse período os alunos fizeram vestibular para o turno da
manhã.

(Aluna): Entendi! Nossa! Legal! Tinha até opção né? Porque hoje em dia não
tem.

(Professor): Tinha. Pelo que eu sei, a turma da manhã não está extinta, ela só
não oferece vagas.

(Aluna): Entendi. Ainda existe ela lá, né?

(Professor): Existe. Nós dávamos a aula para o turno da manhã e como não
tinha o problema dos professores, até direito penal, eu acho que ministrei
naquela época. Porque havia um prazer muito grande de dar aula pela manhã
porque é outro clima. As pessoas estão acordando, estão dispostas, estão
querendo, então, lá na Urca é uma área muito bonita. Você tinha espaço,
conforto, tudo.

(Aluna): Hoje em dia é em bota fogo, né? Ai só fica gente...

(Professor): Eu sou da turma que veio da... Nós, quando saímos CCH e foi
criado o CCJP. Foi uma situação em que nós éramos sem teto, sem sala dentro
da própria UNIRIO. Então se dava aula nas piores condições possíveis. Eu dava
aula no prédio da nutrição, isso é atrás da reitoria, ou do lado tinha outro
prédio que é o que fica do lado daquele instituto de pesquisas nucleares, que vai
voltar pra trás da, acho que é Xavier Sigaud, o nome da rua, que vai voltar pra
trás do Rio Sul. Aquele prédio tinha um elevador que é uma ótima armadilha
para todo mundo ficar preso porque de 7 dias na semana quebrava 9, as salas
não tinham ar-condicionado e não tinham uma iluminação apropriada. Tinha
uma sala que você dava aula ao contrário. O que que eu quero dizer com “ao
contrário”? Imagina ter um quadro, que na época era quadro de giz, na frente,
as carteiras, só que a parte do quadro estava sem iluminação, então para os
alunos conseguirem enxergarem o que que estavam fazendo, tínhamos que
inverter as carteiras e dar a aula ao contrário. Eu ficava no canto oposto
porque, senão, você estava em uma boate de quinta categoria para pior porque
ninguém estava muito afim de boate. Era um calor tão forte ali dentro que as
aulas não podiam ser inteiras porque ninguém suportava, era uma suadeira só,
uma sauna. Inclusive, com isso, muita gente fez trabalhos no lugar de provas
porque você não tinha condição física de ficar ali dentro no verão pra fazer
nada. Nós saímos dali e eu fui da primeira leva que entrou na Voluntários da
Pátria. Quando a gente entrou na Voluntários da Pátria a gente tinha a nossa
casa, o nosso canto, foi uma maravilha porque o centro pode se estruturar com
as outras duas escolas, administração e ciências políticas.

(Aluna): Aí que foi criado, né?

(Professor): Eu não sei se elas já existiam na Urca ou se só foram


operacionalizadas na Voluntários, isso aí eu não me lembro. Em 2009, eu fiquei,
não vou dizer afastamento porque eu continuei dando aula, mas eu fiz um curso
durante um ano inteiro na Escola Superior de Guerra e quando eu voltei em
2010, a escola de administração estava passando por problemas. O primeiro
diretor de administração foi o professor Benedito Adeodato.

(Aluna): Ele me da aula de economia política.

(Professor): Foi ele o fundador da escola de administração pública. Logo depois


dele, se eu não me engano, entrou o professor Busanello. E aí teve algum
problema dele com a professora Flora que era decana, e aí eu assumi o lugar do
professor Busanello. Coordenei, na escola de administração, vários concursos
públicos porque a escola de administração não tinha professores para todas as
disciplinas. Como ela estava nascendo, você não tinha os 8 períodos
funcionando. Eu acho que ela tinha 2 anos, então só tinha até o 4 o período ou 5o
e você tinha que ter os professores dos 6 o,7o,8o períodos para quando as turmas
chegassem lá você tivesse o pessoal docente habilitado. Então eu organizei,
juntamente com o professor Luciano Gerard, os concursos públicos. Na época,
você tinha que mandar telegrama, papel, para cada candidato, não tinha
comunicação eletrônica, a prova era feita no papel, corrigida no papel, depois
formava um processo grande para encaminhar à PROGEPE para que fosse
homologado os resultados dos concursos todos.

(Aluna): Nossa! Era bem mais complicado do que é hoje.


(Professor): E dá uma trabalheira danada.

(Aluna): Aham! Eu imagino.

(Professor): Aí eu sai com desentendimentos com a professora Flora e no meu


lugar entrou o professor Antônio Andrade, que também ficou pouco tempo, e
reassumiu, se eu não me engano, o próprio professor... Não foi o Benedito não,
eu não me lembro que entrou depois. Teria que dar uma olhada, mas isso é fácil
de ver na internet depois.

(Aluna): Sim, sim. Verdade.

(Professor): Aí eu voltei pra faculdade de direito. De onde eu to, eu consegui


transformar uma matéria que não existia em matéria eletiva que é direito a
propriedade intelectual que entrou juntamente com um grupo de pesquisa que
existe a, pelo menos, uns 5 ou 6 anos. Não sei se é um dado importante

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