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1 Limites
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NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITES
O conceito de limites é fundamental para o Cálculo Diferencial e Integral. O cálculo diferencial e Integral é
um campo da matemática desenvolvido por Newton e Leibnitz, no século XVII para resolver problemas da Mecânica
e da Geometria. Atualmente, o cálculo diferencial e Integral é aplicado em várias áreas, como Astronomia,
Engenharia, Biologia, Física, química, Geologia, etc.
O conceito de limite está intimamente atrelado ao conceito de infinito. Trata-se de um dos conceitos mais fecundos
da matemática e o principal para o desenvolvimento do Cálculo Diferencial e Integral.
O primeiro testemunho literário encontra-se nos paradoxos de Zenão de Eléa, matemático e discípulo de
Parmênides.
◼ O Paradoxo da Dicotomia
O argumento desse paradoxo consiste basicamente na ideia de que antes de percorrer todo o percurso, o objeto
que se move deve percorrer metade do percurso. Antes de percorrer a metade que falta, deve percorrer a metade
deste, ou seja, a metade da metade (um quarto do percurso inicial), e assim sucessivamente, o objeto deverá
percorrer um conjunto infinito de intervalos.
O paradoxo de Aquiles e a Tartaruga possui o mesmo argumento que o paradoxo da dicotomia, porém em vez de
um objeto, temos dois objetos em movimento com velocidades diferentes.
Ele é assim enunciado: Numa corrida entre Aquiles e a Tartaruga em que a Tartaruga sai com uma certa vantagem,
mesmo sendo mais lenta que Aquiles, este jamais a alcança; pois aquele que persegue tem primeiro de chegar ao
ponto de onde a fuga do mais lento começou, e o mais lento tem necessariamente de já estar a alguma distância à
frente.
Suponha que Aquiles é 10 vezes mais rápido que a Tartaruga e que esta parte com uma vantagem de 1000 m.
Quando Aquiles percorre os 1000 m, a Tartaruga já está 100 m a sua frente. Aquiles percorre os 100 m que o separa
da Tartaruga, mas, nesse tempo, a Tartaruga já percorreu 10 m, mantendo a vantagem. Aquiles percorre os 10 m,
mas, nesse tempo, a Tartaruga está 1 m a sua frente e assim sucessivamente. Isto quer dizer que Aquiles nunca
alcança a Tartaruga?
2
1 1 1 𝟕
Área colorida: + + = = 0,875
2 4 8 𝟖
1 1 1 1 𝟏𝟓
Área colorida: 2
+ 4 + 8 + 16 = 𝟏𝟔
= 0,9375
1 1 1 1 1 𝟑𝟏
Área colorida: 2
+ 4 + 8 + 16 + 32 = 𝟑𝟐
= 0,96875
1 1 1 1 1 1 𝟔𝟑
Área colorida: 2
+ 4 + 8 + 16 + 32 + 64 = 𝟔𝟒
= 0,984375
obs:
As soluções dos paradoxos têm a ver com o conceito de limite e convergência de séries numéricas. Para o
pensamento ingênuo da Antiguidade, o entendimento puramente quantitativo segundo o qual quando alguma
coisa sempre aumenta acabará por ultrapassar todos os limites é que conduz ao erro. O erro está em supor,
intuitivamente, que a soma de infinitos intervalos deve ser necessariamente infinita. Perceba que, quando x tende
a +, isto é, quando x cresce indefinidamente, os valores a função f(x) tendem a se aproximar cada vez mais de 0.
𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 1 𝑓(1) = 2 . 1 + 1 = 𝟑
2º CASO:
3
A função 𝑓 : ℝ - {1} tal que 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 1
Limites laterais:
𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = 𝟐
𝒙→ 𝟏
3º CASO:
𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1
𝑓(𝑥) = { 𝑓(1) = 1 + 2 = 𝟑
𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 1
Limites laterais:
Nesse caso não existe limite na abscissa (1), pois os limites laterais são
diferentes:
𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) = ∄
𝒙→ 𝟏
4
EXERCÍCIOS
5
DEFINIÇÃO DE LIMITES
TEOREMA:
Seja a função 𝑓(𝑥) o limite será escrito como lim 𝑓(𝑥) = 𝐿
𝑥→ 𝑎
6
Exemplo Resolvido:
Seja a função 𝑓(𝑥) = 4𝑥 − 7 com o limite de 𝑓(𝑥) tendendo a 3, determine um 𝛿 > 0, para um 𝜀 = 0,01.
Resolução:
lim 4𝑥 − 7 = 4 .3 − 7 = 5
𝑥→ 3
𝑓(𝑥′) = 𝐿 − 𝜀 𝑓(𝑥′′) = 𝐿 + 𝜀
𝑓(𝑎 − 𝛿) = 𝐿 − 𝜀 𝑓(𝑎 + 𝛿) = 𝐿 + 𝜀
𝑓(3 − 𝛿) = 5 − 0,01 𝑓(3 + 𝛿) = 5 + 0,01
12 − 4𝛿 − 7 = 4,99 12 + 4𝛿 − 7 = 5,01
−0,01 0,01
𝛿= 𝛿=
−4 4
𝛿 = 0,0025 𝛿 = 0,0025
Qualquer valor de x que satisfaça 𝟎 < |𝒙′ − 𝟑| < 𝟎, 𝟎𝟎𝟐𝟓 também irá satisfazer |𝒇(𝒙′) − 𝟓| < 𝟎, 𝟎𝟏
EXERCÍCIO
Nos exercícios de 1 a 10 são dados 𝑓(𝑥) 𝑒 𝑥 → 𝑎. Em cada 𝑓(𝑥), determine um 𝛿 > 0, para cada 𝜀 dado:
7
CONTINUIDADE
𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1
𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 1 𝑓 : ℝ - {1} tal que 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 1 𝑓(𝑥) = {
𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 1
Para que uma função 𝒇(𝒙) seja contínua em 𝒙 = 𝒂 , devem ser satisfeitas as condições:
1) existe 𝒇(𝒂)
2) existe 𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙)
𝒙→ 𝒂
8
EXERCÍCIO
CALCULANDO LIMITES
Exemplos Resolvidos:
𝒙−𝟏 4−1 3
a) 𝐥𝐢𝐦 = = =3
𝒙→ 𝟒 √𝒙 − 𝟏 √4 − 1 2−1
b) 𝐥𝐢𝐦 𝒙𝟐 − 𝟓𝒙 + 𝟒 = 22 − 5 . 2 + 4 = 4 − 10 + 4 = −2
𝒙→ 𝟐
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PROPRIEDADES DOS LIMITES
Vamos estudar algumas propriedades que admitiremos verdadeiras. Considere 𝑓(𝑥)𝑒 𝑔(𝑥) duas
funções definidas num domínio D, e K uma constante:
Ex:
a) 𝐥𝐢𝐦 𝟓 = lim 5 . 𝑥 0 = 5 . 20 = 5 . 1 = 5
𝒙→ 𝟐 𝑥→ 2
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LIMITE DO PRODUTO DE FUNÇÕES
𝒙𝟐 lim 𝑥 2 42 16
𝑥→ 4
Ex: 𝐥𝐢𝐦 = = = =2
𝒙→ 𝟒 𝟐𝒙 lim 2𝑥
𝑥→ 4
2. 4 8
𝑛
𝐥𝐢𝐦 [𝒇(𝒙)]𝒏 = [ lim 𝑓(𝑥) ]
𝒙→ 𝒂 𝑥→ 𝑎
2
Ex: 𝐥𝐢𝐦 (𝒙𝟐 + 𝒙 − 𝟔)𝟐 = ( lim 𝑥 2 + 𝑥 − 6 ) = ( 32 + 3 − 6 )2 = 62 = 36
𝒙→ 𝟑 𝑥→ 3
𝒏
𝐥𝐢𝐦 √𝒇(𝒙) = 𝑛√ lim 𝑓(𝑥) , exceto se, radicando ≤ 0 e n for par ao mesmo tempo
𝒙→ 𝒂 𝑥→ 𝑎
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LIMITE DO LOGARITMO
𝐥𝐢𝐦 𝐥𝐨𝐠 𝒃 𝒇(𝒙) = log 𝑏 lim 𝑓(𝑥) , com 0 < b ≠ 1 e Logaritimando > 0
𝒙→ 𝒂 𝑥→ 𝑎
Ex:
π
a) 𝐥𝐢𝐦𝛑 𝐬𝐞𝐧 𝟒𝒙 = sen ( limπ 4𝑥) = sen (4 . 2 ) = sen 360° = 0
𝒙→ 𝑥→
𝟐 2
b) 𝐥𝐢𝐦 𝐥𝐨𝐠 𝟏𝟎𝒙 = log ( lim 10𝑥) = log(10 . 100) = log 1000 = 3
𝒙→ 𝟏𝟎𝟎 𝑥→ 100
EXERCÍCIO
12
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LIMITES INDETERMINADOS
Às vezes, quando vamos calcular um limite, o desenvolvimento da conta resulta em uma fração do tipo
0 ∞
ou . É importante entender que, quando isso acontece, não estamos diante da resposta final, mas sim,
0 ∞
de uma situação conflitante. Os limites das funções do numerador e do denominador ambas tendem a 0
ou ao ∞. Existem também outros tipos de indeterminação como:
0 . ∞ ; 𝟏∞ ; 𝟎𝟎 ; ∞𝟎 ; ∞ − ∞
0 ∞
Estas indeterminações devem ser evoluídas para os tipos 0 ou ∞.
Neste caso, precisamos utilizar de artifícios para obter a resposta correta. Ex:
x² + 9x + 20 x³ + x² + 2x
lim lim
𝑥→−4 x² + 6x + 8 𝑥→0 x³ + 3x
O ponto x de tendência das duas funções é também uma raiz comum das funções do numerador e
denominador.
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REGRAS PARA QUEBRAR A INDETERMINAÇÃO
x4 - 13x3 + 30x2 + 4x - 40 | x² - 9x - 14
- x4 + 9x³ + 10x² x² - 4x + 4
0 - 4x³ + 40x² + 4x
4x³ - 36x² - 40x
0 + 4x² - 36x - 40
- 4x² + 36x + 40
0
x4 − 13x3 + 30x2 + 4x − 40
∴ lim =0
𝑥→2 x² − 9x − 14
Para efetuar a divisão do polinômio, devemos organizar os coeficientes dos monômios (do numerador) de modo
que as potências da variável x fiquem em ordem decrescente. Se caso faltar alguma potência, atribuímos um
coeficiente 0 para ocupar a lacuna. Depois encontramos a raiz do polinômio do denominador (a raíz é 2):
x4 − 13x3 + 30x2 + 4x − 40
∴ lim 4x − 8
=0
𝑥→2
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Regra 3: FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS
Conforme for o(s) polinômio(s) verifique qual a regra de fatoração se adequa a cada um e fatore-os:
No caso acima, o polinômio do numerador pode ser fatorado como um produto notável (Produto da
Soma pela diferença de dois termos):
(x + 3)(𝑥 − 3)
𝐥𝐢𝐦 = lim (x + 3) = 3 + 3 = 6
𝒙→𝟑 (x − 3) 𝑥→3
x2 − 9
∴ lim =3
𝑥→3 x − 3
𝒙𝟐 + 𝒙 − 𝟔 (𝑥 − 2)(𝑥 + 3)
𝐥𝐢𝐦 = lim (𝑥 − 2)
= lim 𝑥 + 3 = 2 + 3 = 5
𝒙→ 𝟐 𝒙−𝟐 𝑥→ 2 𝑥→ 2
𝒙𝟐 + 𝒙 − 𝟔
∴ 𝐥𝐢𝐦 =5 𝒇(𝒙) = 𝒂 (𝒙 − 𝒙′ )(𝒙 − 𝒙")
𝒙→ 𝟐 𝒙−𝟐
𝑜𝑏𝑠: 𝑥 ′ = 2 𝑒 𝑥" = −3
Podemos fatorar polinômios sabendo quais são suas raízes: 𝒇(𝒙) = 𝒂 (𝒙 − 𝒙′ )(𝒙 − 𝒙")
NUMERADOR
x 3 − x 2 − 2x
x (x2 − x − 2) → 𝐴𝑠 𝑟𝑎í𝑧𝑒𝑠 𝑑𝑒 x 2 − x − 2 𝑠ã𝑜 𝑥 = 2 𝑒 𝑥 = −1
∴ 𝐴 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑛ô𝑚𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 é 𝑥 (𝑥 − 2)(𝑥 + 1)
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DENOMINADOR
x 2 − 3x + 2
𝐴𝑠 𝑟𝑎í𝑧𝑒𝑠 𝑑𝑒 x 2 − 3x + 2 𝑠ã𝑜 𝑥 = 1 𝑒 𝑥 = 2
∴ 𝐴 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑛ô𝑚𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜𝑟 é (𝑥 − 1)(𝑥 − 2)
x3 − x2 −2x
∴ lim =6
𝑥→2 x2 − 3x+2
x3 − x2 −2x
∴ lim =6
𝑥→2 x2 − 3x+2
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REGRA 6: CASOS COM RACIONALIZAÇÃO DE RADICAIS
18
EXERCÍCIO
x³ + x² + 2x x² − b² ex
𝑏) lim 𝑔) lim 𝑎) lim a) +∞
𝑥→+∞ x2
𝑥→0 x³ + 3x 𝑥→𝑏 x − b
ex − 𝑥 − 1 𝑏) lim 𝑥 ln 𝑥 b) 0
x² − 4 𝑥→0
𝑐) lim ℎ) lim
𝑥→2 x − 2 𝑥→0 x2
x2
𝑐) lim c) 0
z² + 9z + 20 1 − 𝑥 + ln 𝑥 𝑥→+∞ ex
𝑑) lim 𝑖) lim
𝑍→−4 z² + 6z + 8 𝑥→1 x³ − 3x + 2
𝑑) lim 𝑥 𝑥 d) 0
𝑥→0
𝑥1/2 − 21/2 1
𝑒) lim
𝑥→2 x−2 𝑒) lim(1 + 𝑥)𝑥 e) e
𝑥→0
1
𝑓) lim (1 + 𝑥)𝑥 f) e
𝑥→±∞
Gabarito
1 1
a) 0 b) 2/3 c) 4 d) -1/2 e) (√2)/4 f) 1/4 g) 2b h) 2 i) − 6
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LIMITES TENDENDO AO INFINITO
O símbolo “∞” não representa um número, portanto, não se efetuam com ele as operações que
realizamos com os números reais:
• ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
• MULTIPLICAÇÃO
20
• DIVISÃO
• POTENCIAÇÃO
𝟏
OBS: 𝑳+∞ = +∞ 𝒄𝒐𝒎 𝐿 ≠ 1 𝒆 𝑳−∞ = 𝑳+∞ = 0 𝒄𝒐𝒎 1 ≠ 𝐿 ≠ 0
21
• RADICIAÇÃO
22
23
Tomando algumas funções e verificando seus gráficos quando tendem ao infinito, temos:
𝑎) lim 𝑥 + 2 = +∞ 𝑎) lim 3𝑥 = +∞
𝑥→+∞ 𝑥→+∞
𝑏) lim 𝑥 + 2 = −∞ 𝑏) lim 3𝑥 = −∞
𝑥→−∞ 𝑥→−∞
𝑎) lim −𝑥 = −∞
𝑥 𝑥→+∞
𝑎) lim − 3 − 2 = −∞
𝑥→+∞
𝑏) lim −𝑥 = +∞
𝑥 𝑥→−∞
𝑏) lim − 3 − 2 = +∞
𝑥→−∞
24
LIMITES DE FUNÇÕES POLINOMINAIS COM
𝒙 TENDENDO AO INFINITO
Podemos resolver facilmente os limites de funções polinominais considerando três casos distintos,
conforme o grau dos polinômios que aparecem no numerador e denominador:
𝒈𝒓[𝒇(𝒙)]𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓
1º CASO: 𝐥𝐢𝐦 = ±∞
𝒙→±∞ 𝒈𝒓[𝒈(𝒙)]𝒎𝒆𝒏𝒐𝒓
Quando 𝑥 → ±∞ deve-se analisar o jogo de sinal das operações entre os limites infinitos, nos termos de
maior expoente.
Exemplos:
𝑥 2 + 2𝑥 − 3 (+)2 +
𝑎) lim = +∞ , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 = = +∞
𝑥→+∞ 𝑥+2 + +
−𝑥 3 + 2𝑥 − 3 −(−)3 −(−) +
𝑑) lim = +∞ , 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 = = = +∞
𝑥→−∞ −𝑥 + 2 −(−) + +
Exemplos:
𝑥 2 + 2𝑥 − 3
𝑎) lim = 0
𝑥→+∞ 𝑥4 + 2
𝑥 2 + 2𝑥 − 3
𝑏) lim = 0
𝑥→−∞ 𝑥4 + 2
𝒈𝒓[𝒇(𝒙)]𝒎𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒈𝒓𝒂𝒖
3º CASO: 𝐥𝐢𝐦 = 𝑹∗ (𝒏ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝑹𝒆𝒂𝒍 ≠ 𝟎)
𝒙→±∞ 𝒈𝒓[𝒈(𝒙)]𝒎𝒆𝒔𝒎𝒐 𝒈𝒓𝒂𝒖
Quando as funções do numerador e denominador possuem o mesmo grau, o limite será sempre um
número real diferente de zero. Deve ser calculado isolando o termo de maior grau em cada função,
eliminando os termos que tendem a zero.
26
Método Prático:
𝑔𝑟[𝑓(𝑥)]𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑔𝑟𝑎𝑢
Quando o limite é do tipo lim = 𝑅∗
𝑥→±∞ 𝑔𝑟[𝑔(𝑥)]𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑔𝑟𝑎𝑢
Exemplos:
2𝑥 2 − 5𝑥 + 1 2 1
𝑎) lim 2
= =
𝑥→+∞ 4𝑥 + 3𝑥 − 7 4 2
2𝑥 2 − 5𝑥 + 1 2 1
𝑏) lim 2
= =
𝑥→−∞ 4𝑥 + 3𝑥 − 7 4 2
−6𝑥 3 − 3𝑥 + 5 −6
𝑐) lim = = −2
𝑥→−∞ 3𝑥 3 + 3 3
4𝑥 4 − 5𝑥 + 1 4
𝑑) lim = = −4
𝑥→+∞ −𝑥 4 + 3𝑥 2 − 7 −1
27
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
28
OUTROS LIMITES INFINITOS
Ex: Ex:
𝑥
1
𝑎) lim ( ) = 0 𝑎) lim 2𝑥 = +∞
𝑥→+∞ 2
𝑥→+∞
1 𝑥 𝑏) lim 2𝑥 = 0
𝑏) lim ( ) = +∞ 𝑥→−∞
𝑥→−∞ 2
Ex:
𝑎) lim log 1 𝑥 = −∞ 𝑎) lim log 2 𝑥 = +∞
𝑥→+∞ 𝑥→+∞
2
Ex:
29
EXERCÍCIO
30
ASSÍNTOTAS
Assíntota é uma “reta” na qual serve de tendência para o gráfico de uma função, ou seja, no infinito esta
reta é uma barreira que impede que o gráfico da função continue crescendo ou decrescendo, no caso
das assíntotas horizontais, ou impede que o gráfico da função adquira mais pontos de domínio, no caso
das assíntotas verticais. Há também as assíntotas oblíquas. O gráfico de uma função nunca toca uma
assíntota, muito menos a ultrapassa.
ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS
A assíntota horizontal impede que o gráfico continue crescendo e/ou decrescendo no infinito das abcissas.
Portanto, basta calcular o limite da função com x tendendo a ±∞:
Se o limite de uma função com x tendendo a ±∞ resulta em um número real 𝐿 , então este número é a
assíntota horizontal dada pela função de reta 𝑦 = 𝐿. Se os dois limites com x tendendo a ±∞ resultar em
±∞, então não existirá assíntota horizontal, podendo se ter uma assíntota oblíqua ou uma assíntota
curvilínea.
Ex:
𝑎) 𝑓(𝑥) = 5𝑥 +1
1 1
𝐴𝑆𝐻 [𝑓(𝑥)] = lim 5𝑥 + 1 = 5(−∞) + 1 = ( ) + 1 = ( )+1= 0+1= 1
𝑥→ −∞ 5(+∞) +∞
31
−6𝑥 3 − 3𝑥 + 5
𝑏) 𝑓(𝑥) =
3𝑥 3 + 3
Obs: Vimos na pg 26 que numa função racional, quando o grau dos polinômios do numerador e
denominador são iguais, o limite no infinito é dado pela razão do coeficiente do numerador pelo coeficiente
do denominador dos termos de maior grau.
−6𝑥3 − 3𝑥 + 5 −6
𝐴𝑆𝐻 [𝑓(𝑥)] = lim 3 = = −2
𝑥→ +∞ 3𝑥 + 3 3
−6𝑥3 − 3𝑥 + 5 −6
𝐴𝑆𝐻 [𝑓(𝑥)] = lim = = −2
𝑥→ −∞ 3𝑥3 + 3 3
𝑥 2 + 2𝑥 − 3
𝑏) 𝑓(𝑥) =
𝑥+2
Obs: Numa função racional, quando o grau do polinômio do numerador e maior que o do denominador,
o limite no infinito quando 𝑥 → ±∞ é sempre ±∞ dependendo da análise do jogo de sinal das operações
entre os limites infinitos, nos termos de maior expoente.
𝑥2 +2𝑥−3
𝐴𝑆𝐻 [𝑓(𝑥)] = lim = +∞
𝑥→ +∞ 𝑥+2
𝑥2 + 2𝑥 − 3
𝐴𝑆𝐻 [𝑓(𝑥)] = lim = −∞
𝑥→ −∞ 𝑥+2
32
ASSÍNTOTAS VERTICAIS
𝑝(𝑥)
Considerando a função racional 𝑓(𝑥) = , o gráfico de 𝑓(𝑥) possui tantas assíntotas verticais
𝑞(𝑥)
quanto ao número de raízes de 𝑞(𝑥).
−6𝑥 3 − 3𝑥 + 5
𝑏) 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑎𝑠𝑠í𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑞(𝑥)𝑝𝑜𝑠𝑠𝑢𝑖 𝑢𝑚𝑎 𝑟𝑎í𝑧
3𝑥 3 + 3
4𝑥 4 − 5𝑥 + 1
𝑐) 𝑓(𝑥) = 𝑛ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑢𝑖 𝑎𝑠𝑠í𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑞(𝑥)𝑛ã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑢𝑖 𝑟𝑎í𝑧𝑒𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
−𝑥 4 + 3𝑥 2 − 7
a) b)
c)
33
Para encontrar a(s) assíntota(s) vertical(is) deve-se descobrir o(s) ponto(s) crítico(s) 𝑃𝑐 da função racional
e logo após calcular os limites laterais do(s) ponto(s) crítico(s). Se os limites laterais forem iguais a ±∞,
então confirma a existência de assíntota vertical neste(s) ponto(s):
Em se tratando de funções racionais, o ponto crítico está relacionado ao denominador que não pode
zerar, portanto basta encontrar as raízes de 𝑞(𝑥) as quais serão os pontos críticos.
2𝑥2 − 5𝑥 + 1 2𝑥2 − 5𝑥 + 1
𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim = +∞ 𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim− = +∞
𝑥→ −1,752− 4𝑥2 + 3𝑥 − 7 𝑥→ 1 4𝑥2 + 3𝑥 − 7
2𝑥2 − 5𝑥 + 1 2𝑥2 − 5𝑥 + 1
𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim = −∞ 𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim+ = −∞
𝑥→ −1,752+ 4𝑥2 + 3𝑥 − 7 𝑥→ 1 4𝑥2 + 3𝑥 − 7
−6𝑥3 − 3𝑥 + 5 −6𝑥3 − 3𝑥 + 5
𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim − = −∞ 𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim + = +∞
𝑥→ −1 3𝑥3 + 3 𝑥→ −1 3𝑥3 + 3
𝒄) −𝒙𝟒 + 𝟑𝒙𝟐 − 𝟕 não possui raízes reais, logo não teremos um ponto de descontinuidade para f(x).
𝟏𝟓+𝒙
d) Na função 𝒇(𝒙) = , o ponto crítico é a raiz de
√𝟓𝒙+𝟐𝟓
√𝟓𝒙 + 𝟐𝟓 , ou seja, -5
15 + 𝑥
𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim − →∄
𝑥→ −5 √5𝑥 + 25
𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑥 < −5 𝑛ã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑑𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑓(𝑥)
15 + 𝑥
𝐴𝑆𝑉 [𝑓(𝑥)] = lim + = +∞
𝑥→ −5 √5𝑥 + 25
ASSÍNTOTAS OBLÍQUAS
34
Uma assíntota oblíqua é quando temos uma assíntota cuja reta possui coeficiente angular diferente de
zero, ou seja, é uma reta de forma geral: 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0 , 𝑎 ≠ 𝑡𝑔90° 𝑒 𝑎 ≠ 𝑡𝑔270°, portanto
é uma reta inclinada, sendo assim não pode ser paralela ao eixo x, nem ao eixo y.
Com relação às assíntotas em reta, podem ser horizontais, verticais e oblíquas, nesse caso, uma função
só pode apresentar duas delas, nunca as três ao mesmo tempo:
• Se for constatado que a função tem uma assíntota horizontal, então a outra assíntota só pode ser
vertical ou oblíqua.
• Se for constatado que a função tem uma assíntota vertical, então a outra assíntota só pode ser
horizontal ou oblíqua.
• Se for constatado que a função tem uma assíntota oblíqua, então a outra assíntota só pode ser
horizontal ou vertical.
Podemos descobrir a função da reta assíntota oblíqua dividindo o polinômio do numerador pelo
polinômio do denominador:
4𝑥 2 − 2
𝐸𝑥1: 𝑦 =
𝑥
4x2 - 2 | x .
-4x2 4x ∴ 𝐴 𝑎𝑠𝑠í𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎 𝑜𝑏𝑙í𝑞𝑢𝑎 é 𝑦 = 4𝑥
0–2
𝑥2 + 𝑥
𝐸𝑥2: 𝑦 =
𝑥
x2 + x | x .
-x2 - x x ∴ 𝐴 𝑎𝑠𝑠í𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎 𝑜𝑏𝑙í𝑞𝑢𝑎 é 𝑦 = 𝑥
0
Obs: Se o quociente da divisão de P(x)/Q(x) apresentar grau > 1, então não temos assíntota oblíqua.
35
De forma geral, para encontrar a função da reta de uma assíntota oblíqua, utilizamos os seguintes limites,
para encontrar os coeficientes angular e linear a e b, respectivamente:
Onde: 𝑦 = 𝒂𝑥 + 𝒃
𝒇(𝒙)
𝒂 = 𝐥𝐢𝐦 𝒃 = 𝐥𝐢𝐦 (𝒇(𝒙) − 𝒂. 𝒙)
𝒙→ ±∞ 𝒙 𝒙→ ±∞
Ex: Encontrar, caso exista, as funções de reta das assíntotas oblíquas das funções abaixo:
4𝑥 2 − 2
𝑎) 𝑦 =
𝑥
4𝑥 2 − 2
𝑓(𝑥) 𝑥 4𝑥 2 − 2
𝑎 = lim = lim = lim =4
𝑥→ ±∞ 𝑥 𝑥→ ±∞ 𝑥 𝑥→ ±∞ 𝑥2
4𝑥 2 − 2 4𝑥 2 − 2 − 4𝑥 2 −2
𝑏 = lim (𝑓(𝑥) − 𝑎. 𝑥) = lim ( − 4𝑥) = lim ( ) = lim =0
𝑥→ ±∞ 𝑥→ ±∞ 𝑥 𝑥→ ±∞ 𝑥 𝑥→ ±∞ 𝑥
∴ 𝒂 𝒂𝒔𝒔í𝒏𝒕𝒐𝒕𝒂 𝒐𝒃𝒍í𝒒𝒖𝒂 é 𝒚 = 𝒂𝒙 + 𝒃 → 𝒚 = 𝟒𝒙 + 𝟎 → 𝒚 = 𝟒𝒙
ASSÍNTOTAS CURVILÍNEAS
𝑝(𝑥) 𝑝(𝑥)
Considerando a função racional 𝑓(𝑥) = , a assíntota curvilínea é o quociente de . Se o grau
𝑞(𝑥) 𝑞(𝑥)
de 𝑝(𝑥) exceder o grau de 𝑞(𝑥) em dois ou mais, então temos uma assíntota curvilínea.
Podemos descobrir a função da assíntota curvilínea dividindo o polinômio do numerador (P(x)) pelo
polinômio do denominador (Q(x)):
𝑥 3 − 𝑥 2 − 81
𝐸𝑥1: 𝑦 =
𝑥−1
x3 – x2 - 81 | x - 1 .
-x3 +x2 x2
0 – 81
∴ 𝐴 𝑎𝑠𝑠í𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑖𝑙í𝑛𝑒𝑎 é 𝑦 = 𝑥 2
36
𝑥 4 − 2𝑥 2 + 2
𝐸𝑥2: 𝑦 =
2𝑥 − 1
x4 – 2x2 + 2 | 2x - 1 .
-x4 + 0,5x3 0,5x3 + 0,25x2 – 0,875x – 0,4375
3 2
0,5x – 2x + 2
- 0,5x3 – 0,25x2
- 1,75x2 + 2
1,75x2 – 0,875x
– 0,875x + 2
0,875x - 0,4375
1,5625
EXERCÍCIO
Nas funções abaixo, determine todas as assíntotas, horizontal, vertical, oblíquas e curvilínea, se for o
caso:
2𝑥 2 x²− x − 2
𝑎) 𝑦 = 1+𝑥 2 𝑒) 𝑦 = x+2
3𝑥
𝑏) 𝑦 = 𝑥−1 𝑓) 𝑦 3 − 𝑥 2 (6 − 𝑥) = 0
1
2x − 1 ℎ) 𝑦 = 𝑥 + 𝑥
𝑐) 𝑦 =
x−3
x² + 3
x 3 − 6x + 9
𝑑) 𝑦 = 𝑖) 𝑦 =
x+1 x−3
2𝑥 2 x²− x − 2
𝑎) 𝑦 = 𝑒) 𝑦 =
1+𝑥 2 x+2
3𝑥 1
𝑏) 𝑦 = ℎ) 𝑦 = 𝑥 +
𝑥−1 𝑥
𝑐) 𝑦 =
2x − 1 x 3 − 6x + 9
x−3 𝑖) 𝑦 =
x−3
x² + 3
𝑑) 𝑦 =
x+1
37
EXERCÍCIO
TEOREMA DO CONFRONTO
Suponha três funções g(x), f(x) e h(x) e que seja g(x) f(x) h(x) para qualquer x em um intervalo aberto
contendo c, exceto possivelmente em x = c. Nesse caso, se:
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